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Açores

1- Identificar a região agrária em estudo;


A região agrária estudada ao longo deste trabalho foram os Açores.

2- Localizar a região agrária em estudo e regiões limítrofes;


O arquipélago dos Açores encontra-se localizado no Oceano Atlântico, e por
isso limitado pelo mesmo, que conta com cerca de 2.325 km², 311km de norte para sul,
entre Ponta do Mar, Ilha do Corvo, a norte, e Ponta do Castelo, Ilha de Santa Maria, a
sul, 547km de este para oeste, entre Ponta das Eirinhas, Ilha de Santa Maria, a este, e
Fajã Grande, Ilha das Flores, a oeste, uma linha de costa com cerca de 943km e 244.780
habitantes. O arquipélago localiza-se a cerca de 1550km a oeste do território continental
e aproximadamente, entre os 36º56´ N e 39º44´N de latitude e 25”01´O e 31º16´O de
longitude. É constituído ainda por nove ilhas, organizadas em três grupos, Grupo
Ocidental, constituído pela ilha das Flores e pela ilha do Corvo; o Grupo Central,
composto pela ilha Terceira, pela ilha do Faial, pela ilha do Pico, pela ilha de São Jorge
e a ilha Graciosa; e por fim o Grupo Oriental formado pela ilha de São Miguel e de
Santa Maria.

3- Caracterizar a região agrária quanto a:

Clima

As condições gerais do clima nos Açores são determinadas pela sua situação
geográfica no contexto da circulação global atmosférica e oceânica e pelo efeito da
enorme massa de água que a rodeia. Na parte setentrional do Atlântico, está em
constante atividade um processo de troca de massas de ar, entre o ar quente e húmido
proveniente das regiões equatorial e subtropical e o ar frio e seco proveniente da região
ártica. A separação das duas massas de ar constitui a "frente polar", onde o confronto
das massas de ar se exterioriza sob a forma de chuvas mais ou menos abundantes, vento
mais ou menos violento, nuvens baixas e má visibilidade. Estes fatores, condicionam o
clima açoriano na medida em que resulta uma diferenciação entre as diferentes ilhas do
arquipélago, relativamente à distribuição da radiação solar e da circulação atmosférica e
oceânica. É também importante referir, em termos mais específicos, as particularidades
resultantes da orografia e orientação do relevo de cada ilha, ou da influência recíproca
entre as ilhas mais próximas, além disso a altitude, a topografia, o grau de exposição do
relevo, a distância à linha de costa, a geologia e o coberto vegetal são também fatores
que condicionam o clima das diferentes ilhas.
Quando abstraídas as condicionantes locais, os elementos climáticos
(temperatura, humidade, pressão atmosférica e vento), com exceção para a pluviosidade,
que é marcadamente mais intensa no Grupo Ocidental do arquipélago que no extremo
oposto, não apresentam diferenças significativas de ilha para ilha. Assim o Arquipélago
dos Açores conta com um clima temperado marítimo, o que se reflete pela baixa
amplitude térmica anual, elevadas pluviosidades, sendo que entre outubro e março
ocorre cerca de 75% da precipitação total anual, humidade relativa e ventos persistentes.
Distinguem-se também quatro estações do ano, características dos climas temperados:
inverno, outono, primavera e inverno. Outras características do clima açoriano são a
baixa amplitude térmica anual, uma vez que a temperatura varia entre os 13º no inverno
e os 25º no verão; elevada pluviosidade ao logo de todo o ano; a elevada humidade
relativa pois a evaporação é elevada e os ventos persistentes, mais intensos no inverno,
mas presentes em todas as estações do ano. Importante também ressaltar o forte
contraste entre uma estação seca e uma estação húmida, resultado da variação estacional
do clima da região, consequência da oscilação anual do posicionamento do Anticiclone
dos Açores.
O Arquipélago dos Açores tem então uma temperatura média anual de
aproximadamente 17,5°C, sendo a temperatura média mensal mais elevada registada em
agosto (22,0°C) e a mais baixa em fevereiro (14,5°C), nas mesmas condições de
altitude. Relativamente à precipitação, a média anual no conjunto das ilhas é
aproximadamente igual a 1075 mm, variando entre 775 mm na ilha de Santa Maria e
1700 mm na ilha das Flores.

Relevo
A paisagem dos Açores é caracterizada, em traços gerais, por uma orografia
vigorosa e movimentada, onde a elevada altitude está associada ao relevo acidentado,
com linhas de relevo orientadas na direção leste-oeste, coincidentes com as linhas de
fratura que estão na génese das ilhas. Estas ilhas resultam dos movimentos das placas
oceânicas, tendo origem em material eruptivo do fundo do mar sendo então vulcânicas,
emergem bruscamente do oceano, apresentando grande desenvolvimento vertical. O
vulcanismo e a tectónica regional e local explicam a disposição e o alinhamento dos
edifícios insulares; as formas de relevo refletem os estilos eruptivos (efusivos e
explosivos), a dinâmica evolutiva e a atuação dos agentes erosivos. O interior
montanhoso encontra-se sulcado por profundas ravinas, que rasgam as encostas até ao
nível do mar. As áreas planas são pouco desenvolvidas, sem grande representação no
território insular. Os casos a destacar ocorrem em Santa Maria (setor Oeste), São
Miguel (região de Ponta Delgada e Graben da Ribeira Grande) e Terceira (Graben da
Praia da Vitória). As regiões planálticas têm alguma importância nas Flores (Planalto
Central), Pico (Planalto da Achada) e na metade Oeste de São Miguel (Planalto dos
Graminhais e Achada das Furnas). A altitude máxima das ilhas é bastante variável,
oscilando entre os 402 m na Graciosa e 2 351 m na montanha do Pico. Santa Maria e
Graciosa são as ilhas que registam menor variação do nível altitudinal e a ilha do Pico a
de maior variação e é aí que se encontra o ponto mais alto do arquipélago e também de
todo o país, a Montanha do Pico com uma altitude de 2352 metros. Esta ilha é a mais
excêntrica em termos altimétricos com 16% da sua área acima dos 800m. As formas de
relevo mais comuns são as arribas que surgem ao longe da costa e por vezes devido à
erosão marinha formam-se nas bases das fajãs, as lagoas que se desenvolveram nas
crateras de abatimento e as caldeiras que se podem encontrar por todo o território.

Solos
O solo é um recurso natural finito e não renovável, bem como um sistema muito
dinâmico e complexo que cumpre numerosas funções, desempenhando um papel crucial
para as atividades humanas e a sobrevivência dos ecossistemas, constituindo um
substrato essencial para os organismos vivos, além de ser fundamental para a dinâmica e
funcionamento do ciclo hidrológico na medida em que também condiciona a quantidade
e qualidade da água, em particular da subterrânea. A Botânica, de que o arquipélago é
um dos raros santuários onde se preservam ainda retratos vivos das últimas florestas
virgens da Europa, constitui um valioso património natural universal.
Os solos presentes nas nove ilhas dos Açores pertencem na sua maioria à
categoria Andossolos que se formam quase exclusivamente a partir de rochas vulcânicas
sendo os produtos de origem explosiva e fragmentária, designados em geral por
materiais piroclásticos. Estes são uma das fases de criação de um solo de origem
vulcânica, surgem por norma 200 anos após uma erupção vulcânica, alcançando o topo
das suas características cerca de cento e cinquenta mil anos após a erupção. As ilhas que
compõem a Região Autónoma dos Açores estão muito expostas a processos de
degradação do solo, principalmente através da erosão hídrica e da erosão do litoral. Este
facto justifica-se pelas características topográficas, litológicas e climáticas das ilhas. As
condições metrológicas das ilhas açorianas, com chuvas frequentes e bem distribuídas
ao longo do ano, permitem ter pastagens sempre verdes e produtivas que devido ao
facto de serem terras vulcânicas, são por essa consequência muito férteis facilitando o
crescimento da erva ao longo de todo o ano, tanto junto ao mar como em altitude.

Recursos Hídricos
A água é um recurso natural essencial para a satisfação das necessidades
humanas básicas e para o desenvolvimento de atividades económicas (como a
agricultura, a pesca, a produção de energia, a indústria e o turismo), sendo o suporte de
vida para todos os ecossistemas. Em regiões insulares, como o arquipélago dos Açores,
a água assume maior relevância pela vulnerabilidade dos ecossistemas aquáticos e a
exiguidade de alternativas de origens.
O Arquipélago dos Açores, devido sobretudo à sua elevada pluviosidade e
humidade, é uma zona insular que não sofre com a escassez de água, muito pelo
contrário encontrando-se, por isso, numa situação confortável relativamente a este
aspeto, o que acaba por contrariar grande parte do continente.
Os recursos hídrios do arquipélago caracterizam-se então pela existência de: águas
superficiais, constituídas por: cursos de água, isto é qualquer corpo de água fluente,
como rios, córregos, riachos, regatos, ribeiros, ribeirões, entre outros, são também
maioritariamente de caudal não permanentes e de regime torrencial; lagoas naturais que
são um corpo d'água natural ou feito pelo homem que está entre 1 e 20 000 metros
quadrados de área e que retém água por cerca de quatro meses; águas de transição, ou
seja, massas de águas de superfícies adjacentes à foz dos rios, apresentando carácter
misto devido a mistura de águas costeiras com cursos de água doce; águas costeiras que
são águas de superfície que se encontram entre terra e uma linha cujos pontos estão à
distância de uma milha náutica, na direção do mar, a partir do ponto mais próximo da
linha de base de delimitação das águas territoriais, estendendo-se, quando aplicável, até
ao limite exterior das águas de transição; e lagoas artificiais, o mesmo é dizer, um lago
de origem artificial, localizado a jusante de uma barragem ou represa, normalmente
concebido para armazenar água numa região seca. Caracterizam-se também pela
existência de águas subterrâneas, das quais fazem parte, os aquíferos que são uma
formação ou grupo de formações geológicas que pode armazenar água subterrânea, são
rochas porosas e permeáveis, capazes de reter água; as nascentes, ou seja, os locais onde
se inicia um curso de água, seja grande ou pequeno; e por fim os furos de captação, uma
alternativa viável na captação de água subterrânea, pois permite o abastecimento
contínuo de água, sem necessidade de existir um sistema de bombagem, com esta
solução, a água pode subir de forma espontânea porque é extraída de um aquífero
confinado, saindo naturalmente.
Nos Açores, as águas subterrâneas constituem a principal origem de água de
abastecimento público para consumo humano, estima-se cerca de 98% de água
fornecida às populações. O facto de algumas ilhas estarem quase na sua totalidade
dependentes das águas subterrâneas para o abastecimento público contribui para
sublinhar a importância dos recursos hídricos subterrâneos nos Açores. Neste contexto,
a água subterrânea é um recurso natural de importância estratégica e o seu valor para a
sociedade
foi, desde a descoberta e povoamento das ilhas, indiretamente reconhecido pelas
múltiplas utilizações deste recurso.

Morfologia Agrária
Predominam campos de pequena dimensão- minifúndios- de forma regular
(geométrica). Prevalecem campos fechados (cerrados) por sebes de arbustos ou muros
de pedra. O relevo condiciona a prática agrícola, quer pela sua configuração, quer pelas
condições climáticas que lhe estão associadas, dando origem ao escalonamento de
culturas, em função da altitude e das respetivas características. As razões que o
justificam são a elevada humidade, fertilidade dos solos, elevada densidade
populacional fatores históricos relacionados com a forma de povoamento da ilha.

Formas de exploração
A exploração agrícola é composta pelas atividades socioeconómicas que
permitem obter riqueza da terra. Aos produtos obtidos através das explorações agrícolas
dá-se-lhes o nome de produtos agropecuários, ao incluir a produção agrícola e a criação
de gado.
As atividades agropecuárias fazem parte do setor primário da economia, que implica a
transformação dos recursos naturais em produtos não elaborados. A agricultura, a
criação de gado, a apicultura, a caça, a pesca e as explorações florestais estão incluídos
no setor primário. A exploração agrária pode ser direta (se o proprietário for o
responsável direto da exploração) ou indireta (quando se arrenda ou se cede o uso da
terra). O aumento da competitividade do sector da agricultura não requer apenas um
aumento da produtividade da mão-de-obra, mas também da produtividade do capital
físico. A modernização das explorações agrícolas, é crucial para promover a
performance económica através de uma melhor gestão dos factores de produção,
incluindo a introdução de novas tecnologias, qualidade na cadeia alimentar, agricultura
biológica e na diversificação, incluindo os sectores não produtivos e “energy crops”,
bem como para promover a qualidade ambiental, segurança no trabalho e bem-estar
animal.
Esta medida tem como principais objetivos: melhorar o desempenho económico das
explorações através de uma melhor gestão dos factores de produção, incluindo a
introdução de novas tecnologias; melhorar os rendimentos agrícolas e as condições de
vida e de trabalho; manter e reforçar um tecido económico e social viável nas zonas
rurais; melhorar a competitividade dos sectores estratégicos da Região; promover o
desenvolvimento de atividades e práticas potenciadoras do aproveitamento das
condições edafo-climáticas da Região, da preservação do meio ambiente e da criação de
ocupações e rendimentos alternativos para os agricultores; produzir produtos de
qualidade e com elevado valor acrescentado, de acordo com a procura crescente destes
produtos por parte dos consumidores e incentivar um modelo de desenvolvimento rural
abrangente dos diversos tipos de agricultores e zonas rurais.

Técnicas Agrícolas
As técnicas agrícolas utilizadas nos Açores são maioritariamente rudimentares,
devido aos terrenos serem sobretudo minifúndios o que impede a utilização de
maquinarias e a modernização do setor. Assim, são utilizados principalmente
instrumentos como enxadas, foices, arados entre outros.

Sistema de culturas dominantes


Tem havido a tendência para ser feita nos Açores uma monocultura em que
predomina o cultivo de um único produto tal como o Pastel, a produção do Chã com
base na planta Camellia sinensis na ilha de São Miguel, o cereal, que neste caso é quase
sempre vendido para transformação noutro local, seja trigo, milho, cevada ou outro
cereal, ou então e o ananás e o que é mais frequente uma policultura onde os produtos
agrícolas cultivados com grande variedade na mesma parcela de terreno e destinam-se
ao consumo próprio que vão desde o milho ao feijão, à batata, à abóbora, ao inhame,
à vinha, a praticamente a todos os produtos que o homem julgue necessário para a sua
alimentação. O seu regime é intensivo e sem a utilização de afolhamento devido ao solo
fértil que sendo vulcânico permite-lhe uma maior acumulação de minerais, o que faz
com que não seja necessário a existência de pousio. O seu sistema de rega é de regadio
utilizando a própria água da chuva para as plantações.

Tipo de culturas preponderantes


O tipo de culturas mais representativas na Região Autónoma dos Açores, que
constituem a SAU - Superfície Agrícola Comum- são as culturas temporárias, incluídas
nas terras aráveis, e as pastagens permanentes, sendo esta a mais predominante na
maioria das ilhas.
As culturas temporárias são culturas cujo o ciclo vegetativo excede um ano, ou
seja, são anuais, e as que não são anuais são ressemeadas com intervalos que não
excedem os 5 anos. Alguns exemplos de culturas temporárias presentes na Região
Autónoma dos Açores são os cereais, prados temporários, culturas forrageiras, batata,
etc. As pastagens permanentes são superfícies ocupadas com erva ou outras forrageiras
herbáceas, quer semeadas quer espontâneas, por um período igual ou superior a cinco
anos e que não estejam incluídas no sistema de rotação da exploração.

Tipo de pecuária e gado dominante


Apesar de não se poder descurar a importância de outras produções
agrícolas, como o ananás e frutas em geral, a beterraba, o chá, o mel, a meloa, o alho, o
vinho, as flores ou a agricultura biológica, o que predomina nos Açores é mesmo a
produção de leite de vaca que se situa num patamar da ordem de 500 milhões de litros
recebidos nas fábricas, e de carne de bovino, que tem registado uma evolução positiva
cujo crescimento vem cada vez mais sendo aproximado dos valores atingidos antes da
crise de 1997, aumentando assim os valores das exportações do arquipélago. No que diz
respeito aos produtos lácteos, o queijo é o que assinala maior importância, registando
um crescimento positivo, mesmo nos anos de redução da matéria prima. Em
contrapartida o efetivo suíno decresceu e os efetivos ovino e caprino mantiveram-se
relativamente estáveis. É importante também destacar a ilha de São Miguel com uma
produção de 387 milhões litros de leite, produzidos por 54660 vacas leiteiras, isto
contribui assim fortemente para o aumento das exportações das diversas ilhas.

Rendimento e produtividade

Objetivo da produção
O objetivo da produção realizada na RAA é destinado ao autoconsumo, ou seja,
designa a satisfação das necessidades de um determinado indivíduo através do consumo
de produtos ou serviços produzidos por ele próprio. O autoconsumo é muito comum na
atividade agrícola, sobretudo nos meios rurais e em economias menos desenvolvidas,
em que uma parte mais ou menos substancial da produção é consumida pelo agricultor e
pelos seus familiares. Uma das grandes vantagens da produção agrícola para
autoconsumo é, além da diversidade e da poupança que proporciona, a garantia de
imunidade contra grandes oscilações no preços dos produtos no mercado. Nos últimos
anos a expressão vulgarizou-se também na área da produção energética, devido às
políticas estatais de incentivo à produção elétrica para autoconsumo com recurso a
equipamentos para aproveitamento da energia eólica e da energia solar. O objetivo
destas políticas é o de promover o uso de fontes de energia renováveis, contribuindo
assim para a redução na emissão de gases com efeitos de estufa, repartindo os custos
com os próprios consumidores.

Tipo de povoamento
O povoamento rural da ilha dos Açores, pode ser caracterizado como um
povoamento misto. É também importante ter em conta os aspetos morfológicos muito
diversificados desta ilha, uma vez que tem origem vulcânica e existem ainda alguns
vulcões ativos, a dispersão de habitações e edifícios de trabalho em algumas áreas é
muito elevada. Assim sendo, o povoamento é aglomerado em pequenas aldeias e
noutras disperso, é ainda ordenado ao longo das vias de comunicação.

7- Salientar os principais problemas da região em estudo;


A agricultura é um sector económico que se caracteriza por utilizar como fatores
de produção um conjunto de recursos naturais que lhe são essenciais: o solo, a água, o ar
e o património genético. Uma grande parte da atividade agrícola é diretamente benéfica
para o ambiente, através da manutenção do espaço natural ou, no caso da agricultura
extensiva, através da preservação de habitats seminaturais que acolhem uma grande
variedade de espécies autóctones, assegurando assim a sua sobrevivência.
Apesar das características que os Açores apresentam, nomeadamente a elevada fertilidade
dos solos, o arquipélago conta também com vários entraves quer naturais quer humanos
que continuam a atrapalhar a agricultura regional.
No que diz respeito aos fatores naturais podemos referir o facto de, devido à sua
situação geográfica e ao aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos, a região
sofre de cheias e inundações que contribuem para a erosão costeira, constituindo um risco
para a população, bens e atividades económicas relacionadas com o mar e o litoral,
nomeadamente a agricultura. A erosão hídrica que afeta os solos implica ainda perda de
terreno produtivo, nutrientes e matéria orgânica. São também ilhas, à exceção sobretudo
da ilha de Santa Maria que conta com forte presença da agricultura muito diversificada
em plena atividade e, no geral, corretamente ordenada, onde predomina uma agricultura
mais pobre constituída essencialmente por pastagens compartimentadas em parcelas de
forma tendencialmente retangular, a costa é também muito recortada pontuada por
diversas baías e promontórios. Existe, portanto, uma diferenciação nítida entre a
paisagem do topo das arribas, com relevo pouco acidentado, e a paisagem das falésias e
arribas costeiras, com resquícios de socalcos de vinha e vegetação natural ou
naturalizada. Além disto alguns locais onde se pratica a agricultura, localizam-se junto de
falésias da orla costeira ou na proximidade de taludes, sendo locais reconhecidamente
mais vulneráveis a riscos naturais e aos efeitos das alterações climáticas, e que colocam
em causa a salvaguarda de pessoas e bens. É importante referir também, o facto de o
arquipélago ser constituído por minifúndios, ou seja, terrenos de pequena dimensão que
dificulta a prática agrícola.
Relativamente aos condicionantes humanos, os Açores ao serem um arquipélago
que bastante produz a nível animal, está sujeito a atividades ou práticas agrícolas que
venham a ter efeitos adversos no ambiente, através da contribuição negativa para a
emissão de gases com efeito de estufa (efetivo bovino), da deficiente gestão de efluentes
da pecuária (quando se verificam maiores concentrações animais), ou da incorreta
utilização de fertilizantes e pesticidas. É importante também referir um dos maiores
problemas na agricultura tanto açoriana como na maioria do continente, o facto dos
agricultores serem envelhecidos, analfabetos ou com apenas o primeiro ciclo e a
formação profissional ser apenas adquirida pela experiência própria, a escassez de mão de
obra começa a ser um problema que preocupa muitos dos agricultores, uma vez que são
obrigados a reduzir o seu terreno, não por falta de escoamento no mercado, mas por falta
de gente que o trabalhe. Consequência também da idade avançada da maioria dos
agricultores, é a existência de um setor bastante rudimentar, onde não há grande evolução
em termos da introdução de maquinaria ou desenvolvimento tecnológico, pois os
agricultores também não se encontram aptos para tal modernização. Além disto o
mercado açoriano é também um pouco restrito não na questão da quantidade de produtos,
mas relativamente àquilo que cada agricultor produz, uma vez que não se pode
especificar em apenas uma cultura, pois ficaria com muita quantidade para escoar.
Em suma, os Açores apesar das qualidades que apresenta a nível agrícola, conta
também com alguns condicionantes naturais e humanos, que diminuem a produção da
região e, quando comparada com outras regiões é descrita como retrógrada a nível de
modernização e evolução tecnológica.

8- Apontar soluções para os problemas apresentados;


Apesar dos problemas anteriormente apresentados, hoje em dia o homem através
da modernização do setor já os consegue combater, muitas vezes não de forma totalmente
eficaz, mas amenizando-os.
Relativamente aos problemas naturais, o homem tenta encontrar soluções que resolvam
entraves colocados pela “Mãe Natureza”. Quando falamos do problema da erosão
costeira, bastante presente no arquipélago, é possível combater utilizando por exemplo
métodos de proteção costeira de forma a mitigar temporariamente as consequências da
erosão. As aplicações destas soluções dependem de fatores como, o trânsito sedimentar,
a agitação marítima, o regime das marés, a morfologia geológica da costa, o perfil
arenosos e as suas características, e as obras realizadas anteriormente. Como métodos de
resolução deste problema temos o ordenamento de território, que consiste num conjunto
de processos de organização do espaço biofísico, que tem como objetivo a sua
ocupação, bem como utilização e transformação de acordo com as suas capacidades. A
construção de paredões (destinados a evitar o efeito erosivo nas costas), esporões
(evitam o afastamento de sedimentos e areias e permitem uma reorientação e
estabilização da costa) e o quebra – marés (permitem controlar e corrigir os locais onde
existe erosão). A partir da estatização de arribas, evitando assim a queda das mesmas;
uma “alimentação” artificial das praias com sedimentos de granulometria adequada e a
recuperação de dunas, bem como uma melhor manutenção das mesmas). No que diz
respeito ao problema da elevada predominância de pastagens no arquipélago, uma vez
que acabam por ocupar uma grande parte da SAU dos Açores, o que faz com que outro
tipo de culturas/produtos não seja aproveitado devidamente. Estas pastagens estão
associadas à criação de gado bovino que pastam livremente na região. Para que se possa
produzir alimento para estes animais e ao mesmo tempo aumentar as áreas de culturas
permanentes ou temporárias destinadas a autoconsumo ou exportação deve-se apostar
em locais próprios de pastagens para estes animais. Geralmente os animais preferem o
mesmo local para pastar, portanto, é importante inspecionar a terra continuamente para
localizar áreas onde os mesmos pastam, dinamizando assim essas próprias zonas
tornando-as destinadas apenas ao alimento destes animais. Nas zonas onde a pastagem
não é necessária ou não é tão relevante para a alimentação destes animais deve-se
apostar na produção de produtos agrícolas. Além de tudo isto, é essencial também
referir a existência de um relevo muito acidentado, o que acaba por dificultar a prática
agrícola, uma vez que a produção em altitude não é algo muito comum devido à
dificuldade que as mesmas apresentam para se desenvolverem nessas condições. Por
outro lado, temos como exemplo os grãos de café, são uma aposta a ter em conta para a
agricultura em altitudes elevadas. Pode-se afirmar que os grãos de café mais resistentes,
saborosos e aromáticos são produzidos em regiões mais elevadas. O que explica essa
constatação é que, quanto maior a altitude, maior a concentração de certos minerais no
grão. De maneira geral, os grãos originados de lugares com elevações mais baixas não
têm um sabor marcado, ou seja, são demasiado suaves. Já se a altitude média for 1.200
metros, os resultados são bem mais interessantes, com possibilidade de apresentar
sabores cítricos, de chocolate, noz ou baunilha. Com base nisso, surgem os melhores
cafés do mundo, que são exóticos e têm características únicas. Eles variam entre a
presença de tons florais, frutados ou até mesmo picantes. Dando origem a versões
gourmet da bebida, esta aposta poderia trazer bastante lucro para os Açores uma vez que
seria um produto vendido nos mercados a um preço mais caro e poderia ser uma grande
aposta de produção tendo em conta as altitudes elevadas do arquipélago. O tamanho das
explorações agrícolas são também um problema a ser resolvido a partir por exemplo da
criação de associações de agricultores, pois os recursos são partilhados permitindo
assim unir minifúndios tornando-os em espaços maiores que poderão vir a ter um maior
rendimento e produtividade agrícolas. Estas associações têm uma partilha de riscos,
oportunidades e capacidades essencial para o aumento da competitividade das
explorações. Temos como exemplo destas associações nos Açores a associação agrícola
de São Miguel. Por fim, e finalizando as soluções relativas aos condicionantes naturais é
preciso indicar o facto de grande parte das explorações agrícolas se localizar junto de
falésias da orla costeira ou na proximidade de taludes, sendo locais reconhecidamente
mais vulneráveis a riscos naturais e aos efeitos das alterações climáticas, logo para
minimizar esta dificuldade os locais como os socalcos, taludes e falésias podem ser uma
mais valia para a produção agrícola uma vez que a dimensão da exploração mais
comum são os minifúndios, estes locais tem um maior comprimento e largura
permitindo a prática da monocultura que se pode destinar à venda em mercado. Se estes
locais forem protegidos por muros podem ser uma grande aposta para a produção da
vinha normalmente aqui realizada (socalcos, taludes e falésias). Os socalcos podem
ainda ser uma mais valia uma vez que permitem um controlo da erosão hídrica algo que
é bem comum na região dos Açores mantendo assim as culturas protegidas.
Quando falamos dos problemas relacionados ao ser humano é fácil associarmos
aos problemas ambientais, e o que se passa nos Açores não é exceção sendo a emissão
de gases que contribuem para o efeito de estufa um dos maiores problemas do
arquipélago. Ainda assim, com a gravidade que este problema vem apresentando ainda
há opções que o amenizam, sendo que uma das soluções que podem ajudar a diminuir
esta emissão é uma mudança na alimentação dos bovinos, pois com as descobertas de
pesquisadores foi possível descobrir que acrescentar um pouco de alga marinha à
alimentação do gado pode reduzir as emissões de metano em até 82%. Ainda no tema,
ambiente, a má gestão dos eficientes da pecuária quando há uma maior concentração de
animais é também um grave dilema que pode ser moderado ao fazer uma correta gestão
destes afluentes, se forem tratados pode-se fazer uma reciclagem de nutrientes e de
matéria orgânica, uma recuperação da energia residual, redução dos odores e a gestão
dos parâmetros físicos e químicos. Sendo instituído pelo Governo que a forma correta
desta gestão seria a instalação de drenagem de águas pluviais e as águas de lavagem
seria conduzida para locais de recolha, este sistema de drenagem permitiria a separação
de águas pluviais de efluentes pecuários. Podemos referir ainda, a nível ambiental o
incorreto uso de pesticidas pode levar à contaminação das águas dos solos e ainda afetar
a biodiversidade e os ecossistemas. Para que esta utilização seja feita de maneira correta
para evitar a contaminação ambiental e preservar a natureza é importante não aplicar
produtos próximos à fonte de água, riachos, lagos, etc.; preparar somente a quantidade
de calda necessária à aplicação a ser consumida numa mesma jornada de trabalho; entre
outros. Referindo agora, a faixa etária envelhecida dos agricultores pode ser atenuada
atraindo população jovem para a agricultura criando novas oportunidades para uma
agricultura antes envelhecida e muito pouco dinâmica e competitiva. Estes jovens vêm
trazer à indústria novas formas de produção, com grande competitividade no acesso a
mercados internacionais. Trazem ideias inovadores e maior produtividade. Mais
formados uma vez que agora é possível o acesso a um ensino superior na agricultura. A
tecnologia que cada vez se desenvolve mais e é algo muito conhecido dos jovens
também é uma mais valia no empreendedorismo e dinamização de outras formas de
desenvolver a agricultura. Os jovens agricultores apostam também na maquinaria tendo
formas de exploração mais recente e desenvolvida, o que acaba por combater o facto de
ser, nos Açores, um setor bastante rudimentar. Terminando com o problema de
escoamento de produtos no mercado, uma vez que este é bastante restrito relativamente
àquilo que cada agricultor produz, assim sendo, e também devido ao facto de nos
Açores predominarem os minifúndios, não se pode produzir uma grande quantidade de
produtos servindo apenas para autoconsumo, os agricultores devem apostar numa
monocultura para garantir uma maior venda de produtos no mercado não se focando
apenas numa produção mas apostando em várias permitindo assim mais vendas de
produto.

9- Destacar curiosidades referentes à região agrária;


Porque é que o arquipélago se chama Açores?
O descobrimento dos Açores está inserido no projeto de expansão marítima
portuguesa levado a cabo por Infante D. Henrique, no séc. XV. Em 1415, após Portugal
ter conquistado Ceuta, os portugueses partiram rumo ao Ocidente à busca de novas terras.
Neste sentido, vinham a atracar as suas embarcações nas Canárias (onde já haviam
atracado no séc. XIV), na Madeira e, por ventura, nos Açores, em 1427. Os navegadores
portugueses que rumaram para Ocidente em busca de novas terras encontraram várias
ilhas desertas e observaram várias aves, desde milhares e açores. Todavia, não havia uma
distinção clara entre as duas aves, afirmando-se assim que nesta altura não existiam
açores no arquipélago, mas sim milhafres, logo este devia ter-se chamado Arquipélago
dos Milhafres.

Cada ilha tem a sua cor!


Cada uma das ilhas açorianas oferece caraterísticas especiais que inspiraram
um conjunto cromático de apelidos. Assim sendo, Santa Maria é a ilha amarela, devido às
giestas; São Miguel é a ilha verde, devido às pastagens; a Terceira é a ilha lilás, devido às
latadas de lilases; Graciosa é a ilha branca, por causa das pedras brancas; São Jorge é a
ilha castanha, devido às rochas na ponta dos Rosais; o Pico é a ilha cinzenta, por causa da
sua montanha; o Faial é a ilha azul, por causa das hortênsias; as Flores é a ilha rosa, por
causa das azáleas e o Corvo é a ilha preta, por causa da lava.

É verdade que existem mais vacas que pessoas?


É verdade que muitas vezes se coloca esta questão quando se fala do
Arquipélago dos Açores e que é também difícil acreditar que esta seja uma questão, mas
é verdade, segundo os últimos dados havia nos Açores 248 763 vacas e 245.283 pessoas.

Sim, também é feita comida debaixo da terra.


O Cozido das Furnas é um dos mais emblemáticos e típicos pratos da Ilha de
São Miguel, nos Açores. Todos os ingredientes são colocados numa panela, que é posta e
enterrada no solo junto às caldeiras das Furnas, sendo o seu tempo de confecção médio de
cinco horas. Os ingredientes utilizados, galinha, carne de Vaca, carne de porco, bacon
batata, batata doce, cenouras, repolho, couve, morcela, chouriço, inhames e sal.

10- Mencionar outras formas de potencializar a região agrária em


estudo
Os Açores apresentam características especiais relativamente à sua beleza
natural e consequentemente às condições que apresenta, assim sendo é uma região que
apresenta diferentes formas de potencialização.
O turismo é um essencial motor para potencializar a região açoriana uma vez
que cada uma das nove ilhas se caracteriza pela sua diversidade paisagística, pela riqueza
do seu património ambiental, natural e cultural. Os Açores constituem assim um
verdadeiro paraíso para os amantes da natureza e do turismo ativo, nomeadamente
relativamente aos conhecimentos marítimos, através da observação de cetáceos, uma
atividade que pode ser praticada nas águas de todo o arquipélago. A facilidade de
encontrar baleias e golfinhos nestas paragens foi acompanhada pelo desenvolvimento de
operadores turísticos dinâmicos e respeitadores da vida animal. Há por isso vários pontos
de partida, espalhados por várias ilhas, que servem de base para quem queira contactar
com os encantadores mamíferos. Após a partida do barco, o vasto oceano é o cenário em
que decorrem os encontros maravilhosos entre humanos e seres marinhos. Outra forma de
usufruir do turismo da região é o aproveitamento das paisagens de “cortar a respiração”
para a realização de passeios pedestres. Durante séculos, nos Açores, a maneira mais fácil
de viajar entre localidades, na mesma ilha, era por mar: na realidade os caminhos eram
escassos e poucos possibilitavam passagem a carruagens ou carros de bois. Na sua
maioria eram caminhos de pé posto, por onde passavam as gentes na sua labuta diária,
acompanhadas, claro, por cavalos, burros e mulas. Também por aí passava o gado nas
idas e vindas das pastagens. Por esses caminhos se deslocavam as populações para as
festas vizinhas, se passavam os produtos agrícolas, o peixe, o carvão e outras mercadorias
para a troca. Tudo o que era maior, seguia por mar. É essa mesma rede de caminhos
pedestres e trilhas que tem vindo a ser reabilitada e posta à disposição de todos para
usufruto da paisagem desta região de Portugal. Na realidade, cada um desses trilhos passa
em zonas de beleza excecional, ligando quase todos os recantos de cada uma das ilhas,
tanto junto ao mar, como em altitude. Finalizando relativamente ao turismo, pode ainda
referir-se uma nova iniciativa açoriana, que tem sido apostar no golfe, o arquipélago
conta já com três campos, com percursos adaptados a principiantes e profissionais. Na
vertente rústica, mostra-se o swing à população local, por entre pastos e terrenos
agrícolas. Um golfe com regras semelhantes, mas com a etiqueta do puro divertimento e
sociabilização em torno do desporto.
Outro instrumento que pode potencializar a agricultura açoriana é a indústria que
promove a criação de riqueza e o desenvolvimento da região, e a melhoria da qualidade
de vida da população. A evolução das indústrias transformadoras, observável através das
estatísticas das empresas, aponta no sentido de um processo de crescimento acompanhado
de mudanças nas estruturas produtivas, pelo menos em termos de dimensão. Os Açores,
destacam-se a nível da indústria, nomeadamente na indústria extrativa mais precisamente
na extração da pedra britada, utilizada para construção civil, e rochas ornamentais
utilizadas decorativamente. Distinguem-se também na indústrias da madeira,
nomeadamente na serração de madeiras, carpintarias diversas, componentes e produtos de
mobiliário residencial; nos produtos relacionados com minerais não metálicos como a
produção de betão pronto, artefactos de betão e misturas betuminosas. A metalomecânica,
ou seja, as construções e estruturas metálicas (aço, alumínios) e mecânica geral são
também um importante ponto neste setor. Por fim é importante salientar a reparação e
instalação de máquinas e equipamentos.
A produção de energia, pode também servir como fonte potencializadora dos
Açores, uma vez que é uma região que aproveita as energias renováveis. Nos Açores há a
particularidade da valorização e aproveitamento do calor do interior da terra para
obtenção de eletricidade e por isso a energia geotérmica é bastante aproveitada. Este é um
recurso endógeno que nos Açores, pelas suas características, tem sido aproveitado para a
produção de energia elétrica, sendo considerada uma fonte de energia renovável fiável. A
primeira central piloto de produção geotérmica nos Açores foi construída em 1980, no
Pico Vermelho, na ilha de São Miguel, e resultou de meia década de prospeção
geotérmica no flanco norte do vulcão central do Fogo. Existem atualmente nos Açores
três centrais geotérmicas em funcionamento (34,3 MW): a do Pico Vermelho (13 MW) e
a da Ribeira Grande (16,6 MW), ambas na ilha de São Miguel, e a central geotérmica do
Pico Alto (4,7 MW), na ilha Terceira. Em conjunto, foram responsáveis, em 2019, por
23,6% da eletricidade produzida nos Açores. A produção geotérmica em São Miguel já
alcançou valores superiores a 40% do total de energia produzida na ilha, sendo que em
2019 correspondeu a cerca de 37,5% da energia produzida. Na ilha Terceira, em 2019, a
geotérmica correspondeu a cerca de 12,5% da energia total produzida na ilha. Estão em
curso investimentos e projetos para incrementar a exploração do recurso geotérmico com
o intuito de aumentar a integração de fontes renováveis e endógenas e a sustentabilidade
energética dos Açores. A energia eólica é também aproveitada de forma satisfatória,
baseando-se a transformação da energia cinética contida nas massas de ar em movimento
(vento) em energia elétrica, através de aerogeradores. A primeira experiência nos Açores
de recurso à energia eólica para produção de energia elétrica a nível industrial ocorreu no
ano de 1988 com a instalação de um parque eólico no Figueiral, na ilha de Santa Maria.
Atualmente, os Açores possuem 9 parques eólicos (36,7 MW) em 8 ilhas do arquipélago.
Em 2019, aproximadamente 9% da energia obtida na Região resultou do aproveitamento
desta fonte de energia limpa. Para completar, a energia hídrica também assume um papel
de destaque no arquipélago sendo que em março de 1900, foi inaugurada a eletricidade na
ilha de São Miguel, tendo esta origem na primeira central hídrica construída nos Açores,
em 1899, no concelho de Vila Franca do Campo. Desde então, a Região já percorreu um
longo caminho no aproveitamento deste recurso natural. Atualmente, nalgumas ribeiras
dos Açores existem pequenas centrais hidroelétricas, designadas por mini-hídricas. As 12
centrais hidroelétricas existentes nos Açores totalizam uma potência instalada de 8,41
MW, distribuídas pelas ilhas de São Miguel (5,03 MW), Terceira (1,43 MW), Faial (0,32
MW) e Flores (1,63 MW). Nos Açores, em 2019, cerca de 3,6% da energia foi obtida
pelo aproveitamento dos cursos de água para a produção de eletricidade. Na ilha das
Flores, este recurso foi responsável por cerca de 47% da energia produzida naquela ilha.
Por fim, os serviços têm também um papel muito importante no
desenvolvimento desta região agrária. Vai potencializa-la através, da criação de serviços
básicos, ligados á educação, com o objetivo de formar jovens e à saúde pois é importante
dar resposta à população que é maioritariamente envelhecida; de serviços pessoais como
a restauração e o comércio que acaba também por ser um chamariz para turistas e de
serviços como de transporte que cria melhores ligações entre todos os pontos da ilha, os
bancos que contribuem para a administração, as companhias de seguros para garantir uma
vida mais segura e estável à população, os centros de formação devido à população
analfabeta ou com apenas o primeiro ciclo, entre outros.
Assim, de uma forma simples a riqueza que temos no arquipélago dos Açores
pode ser mais acessivelmente conhecida por qualquer um, que se apaixone pelas
características das ilhas portuguesas.

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