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Recursos maritimos

Qual a ação do mar sobre a linha de costa

• O litoral é uma área muito dinâmica e que


está em constante alteração devido:
– Aos movimentos tectónicos e variações
climáticas;
– Influência das águas oceânicas que funcionam
como agente erosivo; (abrasão marinha)
– A ação do homem que intensifica o processo
de erosão marinha.
Consequências da ação erosiva (abrasão
marinha)
• Diferentes tipos de linha de costa
• Que também dependem da dureza das rochas
• Da profundidade do mar junto à costa
ONDE A TERRA ENCONTRA O MAR
• Assim, de um modo geral, a costa é:
– alta e escarpada – arriba – onde a linha de costa
se insere num relevo alto e as formações rochosas
são mais resistentes
– baixa e arenosa – praia – onde a linha de costa se
insere num relevo baixo ou as formações rochosas
são menos resistentes.
ONDE A TERRA ENCONTRA O MAR
Ação erosiva do mar - Abrasão
• O desgaste da base da arriba faz com que a parte superior fique sem apoio
e se desmorone
• Os fragmentos vão-se acumulando, formando uma plataforma de abrasão
– faixa entre o mar e a arriba, ligeiramente inclinada e que, na maré alta,
fica submersa
• A plataforma de abrasão vai-se tornando mais larga e a arriba recua,
sofrendo cada vez menos erosão, até que o mar deixa de a atingir
– Estamos, então, em presença de uma arriba morta ou fóssil – arriba que já
não sofre activamente a acção erosiva do mar
• Este tipo de arriba pode também resultar de movimentos internos da
Terra que provocam o levantamento dos continentes ou a descida do nível
do mar.
Factores condicionantes da evolução do
litoral
• Os diferentes aspectos
que o litoral pode
apresentar devem-se,
essencialmente, a duas
coisas:
-À natureza das rochas;
Factores condicionantes da evolução do
litoral
• Os diferentes aspectos
que o litoral pode
apresentar devem-se,
essencialmente,
a duas coisas:
– À acção do mar.
• As praias são o
exemplo mais frequente
de acumulação de
sedimentos arrastados
por correntes
maritimas.
Laguna ou Haff- Delta de
Aveiro

Tombolo de Peniche

Lido de Faro
FORMAS DO LITORAL
À semelhança do que acontece no interior dos continentes, também no litoral
encontramos diferentes formas em permanente transformação, devido
essencialmente à erosão marinha e à natureza das rochas.

Mas quais são essas formas?


FORMAS DO LITORAL
Arriba ou falésia
Escarpa rochosa de altitude variável.
Quando contacta diretamente com
o mar é uma arriba viva.
Quando isso já não acontece é uma
arriba morta ou fóssil.
FORMAS DO LITORAL

Cabo
Porção de terra que
entra pelo mar ou
oceano circundante
FORMAS DO LITORAL

Gruta
Fenda que se abriu
nas arribas ou
cabos.
FORMAS DO LITORAL
Arco
Abertura curva num cabo ou
promontório (cabo de menor
dimensão).
FORMAS DO LITORAL

Farilhão ou leixão
Rochedo que ficou
separado do
continente.
FORMAS DO LITORAL
Baía ou enseada
Porção de mar ou oceano rodeada
por terra, em forma de arco.
Quando atinge grandes dimensões
chama-se golfo.
FORMAS DO LITORAL

Tômbolo
Pequena ilha que ficou
ligada ao continente através
de um cordão arenoso
(istmo).
FORMAS DO LITORAL

Praia
Acumulação de areias e seixos na
área de contacto entre o oceano e
o continente.
FORMAS DO LITORAL

Restinga
Cordão arenoso que
prolonga a linha da costa
adjacente.
FORMAS DO LITORAL
Laguna
Porção de mar que ficou
individualizada através de um
cordão arenoso.

Barreira
Cordão arenoso que dá
origem a uma laguna.
FORMAS DO LITORAL
Ilhas barreira
Cordões de areia e sedimentos
divididos por ação dos rios ou
correntes marítimas.
FORMAS DO LITORAL
Sapal
Área composta por inúmeras ilhotas
e canais onde existe vegetação
rasteira adaptada à água salobra.
FORMAS DO LITORAL
Delta
Foz de um rio que desagua no oceano
através de vários canais, assemelhando-
se a um leque
FORMAS DO LITORAL
Estuário
Foz de um rio que
desagua no oceano
através de um único
canal.
FORMAS DO LITORAL
Dunas
Acumulação de areia
transportada pelo vento.
Ficha de trabalho
• Na figura 1 estão representadas algumas formas do litoral
resultantes da acção erosiva do mar

F
E C
A
B
Fatores condicionantes da obtenção de
pescado
• A fauna marinha concentra-se, sobretudo,
nas:
– Plataformas continentais;
– Áreas de contacto entre correntes marítimas de
diferentes temperaturas;
– Áreas com grande ocorrência de “upwelling”.
Fatores condicionantes da obtenção de
pescado
• Conceitos:
– Plataformas continentais;
• Zonas marítimas que rodeiam os continentes e as ilhas, sendo uma
extensão da placa continental, e cuja profundidade não ultrapassa os 200
metros.
– Correntes marítimas;
• Deslocação de grandes massas de água individualizadas pelas suas
características de temperatura e de densidade.
– “upwelling”;
• Ascensão à superfície marinha de águas mais profundas e frias, ricas em
nutrientes propícios ao desenvolvimento da fauna marinha.
– Plâncton.
• Organismos microscópicos vegetais (fitoplâncton) e animais
(zooplâncton) que constituem a base alimentar de muitas espécies de
peixes.
Plataforma continental
Factores condicionantes da obtenção de
pescado
• A riqueza piscatória das plataformas continentais justifica-
se atendendo a:
– Maior penetração da luz solar;
• Devido à sua baixa profundidade, não ultrapassando os 200 metros.
– Mais oxigénio;
• Por serem águas mais agitadas devido à ondulação e rebentação.
– Menor salinidade;
• Recebem águas continentais dos rios que nela desaguam.
– Ricas em plâncton;
• Devido às boas condições de luminosidade e de oxigenação.
– Recebem nutrientes orgânicos e inorgânicos.
• Os nutrientes são transportados pelos rios e servem de alimento à
fauna e à flora marítima.
A riqueza piscatória das plataformas
continentais
• A extensão da plataforma
continental é muito variável,
o que se reflete na maior ou
menor quantidade de pescado
disponível.
• Portugal tem uma pequena
plataforma continental, não
permitindo a mesma abundância
de recursos piscatórios como
noutros países da Europa
ocidental.
A sua largura oscila entre os 30 Km
e os 60 Km, sendo ao largo do
Cabo da Roca que atinge a sua largura
máxima – 70 Km
Fatores condicionantes da obtenção de pescado
O Upwelling
O Upwelling
• Ao longo da costa Ocidental, forma-se, sobretudo,
durante o verão, uma corrente de compensação o–
Upwelling.
• A intensidade do Upwelling está diretamente
relacionada com os ventos de NORTE (nortada) e
NORDESTE, pois quanto mais fortes e constantes forem
estes ventos, maior será a intensidade do Upwelling.
• Estes ventos são desviados para a direita pela força de
Coriólis arrastando consigo, para o largo, águas
quentes superficiais.
O Upwelling
• Desenvolvem-se assim, uma corrente de
compensação - ou seja, as águas frias profundas
ascendem à superfície para substituir as que
foram afastadas pelo vento , levando a um
aumento da agitação das águas ( que arrastam os
nutrientes acumulados no fundo do mar) e a
uma diminuição de temperatura, o que se traduz
numa maior oxigenação das águas e uma maior
abundância de plâncton e outros nutrientes.
O Upwelling na costa ocidental portuguesa
Factores condicionantes da obtenção de pescado
Correntes marítimas

• As correntes marítimas
– Permitem a renovação constante da água e
arrastam consigo grandes quantidades de
plâncton e de nutrientes, favorecendo a
reprodução das espécies
– Nas áreas de contacto entre correntes frias e
correntes quentes, a quantidade e diversidade do
pescado são particularmente acentuadas
As grandes zonas de pesca
• As capturas mais intensas realizam-se
– No Oceano Pacífico
• Noroeste
• Centro-Oeste
• Sudeste
– No Oceano Atlântico
• Nordeste
• Noroeste.
A Zona Económica Eclusiva
• A ZEE é o prolongamento do Mar territorial.
• A sua extensão é determinada a partir da linha de
costa até às 200 milhas ( 1milha = 1 852m) cerca de
350 Km.
• Portugal Vê consagrada a sua ZEE em 1977
• Possui uma das mairores ZEE do mundo e a 3º da
Europa, a seguir à da Rússia e da Noruega, em virtude
da inclusão da parte da plataforma das regiões
autónomas, que correspondem a cerca de 80% do
território marinho português.
Mar territorial
• Mar Territorial ou Águas Territoriais – área
marinha que se encontra a um limite máximo
de 12 milhas(22,2 Km).
• O seu limite é contado a partir de uma linha
que une os pontos mais externos de cada pais
e delimita as águas interiores.
• Em Portugal essa linha é definida pelos Cabos
Raso, Espichel e Sines
Alargamento da ZEE
• Em 1997, Portugal ratificou a Convenção das
Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM)
de 1982, o que lhe permite ter:
– O direito soberano para a prospeção e exploração
económica dos recursos naturais da sua plataforma
continental;
– O direito exclusivo de autorizar as sondagens na
plataforma continental
– A obrigação de gerir os seus recursos de uma forma
sustentável.
Alargamento da “plataforma” da ZEE
• Com a nova lei do mar, Portugal entregou, em maio
de 2009, na sede das Nações Unidas , conforme o
artigo 76º dessa Convenção (CNUDM), a proposta
de alargamento da sua plataforma continental
(possível quando as características geológicas e
hidrotermais o justifiquem) para além das 200
milhas náuticas.
• Assim Portugal reivindica a jurisdição sobre o solo
marinho de uma área considerável do Atlântico
Norte (mais de 30 vezes o território nacional)
Alargamento da ZEE
– O alargamento da plataforma continental
portuguesa poderá ser positiva para o pais;
• Ao nível da soberania sobre o espaço marítimo mais
amplo:
• Ao nível dos recursos naturais – petróleo, gás natural ,
minérios e moluscos.
– Apesar da extensão da plataforma (atual) esta não
tem grande riqueza biológica de recursos piscícolas
em virtude da:
– Plataforma continental ser pouco extensa;
– Exploração intensa a que tem sido sujeita.
As principais áreas de pesca
• Com entrada de Portugal na UE e a obrigação de respeitar as normas
comunitárias e a Políticas Comum de Pescas, as dificuldades aumentarem e
Portugal tem, atualmente, a frota mais pequena entre os estados-
membros. É cada vez mais difícil obter licenças para pescar fora da ZEE.
• No entanto os portugueses continuam atuar nalgumas áreas de
pesca longínqua:
( de acordo com parcerias elaboradas entre a comunidade e países
terceiros e no âmbito das Organizações regionais de pesca para
águas internacionais)
– NAFO – Atlântico Noroeste;
– NEAFC - Atlântico NE;
– Atlântico Centro – Leste;
– Atlântico Sul e Indico Ocidental
As principais áreas de pesca
• Noroeste Atlântico (NAFO – Organização da Pesca do Atlântico Noroeste)  
  É umas das áreas de pesca mais
ricas do mundo quer na quantidade
como em diversidade. É a área mais
atrativa para os portugueses, sobretudo
a Terra Nova e a Gronelândia.
Recentemente, passou a haver mais
restrições no intuito de preservar as
espécies (diminuição das quotas de pesca
ou mesmo a proibição da atividade),
levando a que Portugal importe Bacalhau,
que tradicionalmente pescaria.
As principais áreas de pesca
• Nordeste Atlântico  (NEAFC –Svalbard/Noruega e mar
Irminger – Comissão da Pesca do Atlântico
Nordeste)                                    
  Zona muito rica biologicamente, onde se encontram
espécies como o bacalhau e o cantarilho. Foi umas
importante zona de pesca longínqua para Portugal ,
contudo devido às restrições
importas, o numero de
embarcações portuguesas
nesta área diminui drasticamente.
As principais áreas de pesca
• Centro-Leste Atlântico - Atlântico
Central  (Marrocos, Mauritânia e Guiné Bissau)
                          
   Tem sido uma alternativa
para a frota portuguesa
uma vez que os países do
Norte Atlântico têm
Imposto cada vez mais
restrições.
As principais áreas de pesca
• Atlântico Sul e Índico Ocidental  ( ilhas
Falkland)          
  Áreas menos
procuradas pelos
portugueses,
mas pode vir a ser
uma alternativa a
médio prazo.
As principais áreas de pesca
• No âmbito da PCP – Politica Comum das Pescas, a
União europeia detém a competência exclusiva na
área de conservação e exploração dos recursos
biológicos da ZEE de todos os países.
• Todos os atos de gestão, conservação e exploração
dos recursos da ZEE, sobretudo os minerais, são da
competência de cada estado membro com costa.
PCP
As estruturas portuárias e a frota
• Portugal apresenta uma costa com um total de 45 portos de
registo, dos quais 32 localizam-se no continente , 11 nos
Açores e 2 na Madeira.
– As infraestruturas portuárias são muito importantes para
a atividade das pescas, porque permitem:
1. A realização de operações de carga e descarga do
pescado;
2. A conservação do pescado;
3. O escoamento do pescado
As infraestruturas portuárias
• As infraestruturas portuárias nacionais têm
constituído um impedimento à boa conservação e
rápido escoamento do pescado no mercado, devido,
na generalidade:
– Às técnicas de descarga serem ainda, no geral, rudimentares;
– À pequena dimensão – pequena capacidade para cargas e descargas
e para conservar o pescado;
– Á ausência de barreira protetoras e de cais de acostagem e de
desembarque seguros;
– Aos difíceis e perigosos acesso (localização);
– À existência de lotas sem refrigeração e sem condições de higiene.
As infraestruturas portuárias
• Destas ações de modernização destacam-se :
– O processo de venda direta é feito por um sistema
eletrónico e informatizado;
– Melhoria das ações de fiscalização;
– Aumento e modernização dos equipamentos de
apoio aos portos (câmaras frigorificas, túneis de
congelação etc.);
– O desenvolvimento de serviços de apoio (escritórios,
postos de abastecimento de combustíveis, bancos,
etc.)
Distância em relação à linha de costa

1. Local

2. Costeira

3. Largo ou
longínqua
Características da pesca moderna

– Utilização de técnicas de deteção de cardumes


• Utilização de sondas,
meios aéreos e
informações via satélite.
Características da pesca moderna
– Utilização de técnicas de captura avançadas
• Cerco, arrasto e sucção.
Características da pesca tradicional
– Utilização de técnicas de captura rudimentares
• É frequente o uso de anzóis e linhas, armadilhas e redes
de pequena dimensão.

• Duração normalmente inferior a um dia.

• Embarcações de pequena dimensão, por vezes, sem motor e


sem processos eficazes de conservação de pescado.

• As capturas são reduzidas e necessitam de ser rapidamente


descarregadas.
AQUICULTURA
AQUICULTURA
• A Aquicultura é uma das soluções para o
repovoamento dos mares e oceanos.
• Poderá contribuir para resolver os problemas do
setor pesqueiro através da reconversão da
atividade.
• É uma atividade económica que
resultou da tomada de consciência da
finitude dos recursos biológicos
Marinhos.
AQUICULTURA
O que é aquicultura e piscicultura?
• Diferenciar esses dois termos é simples:
– A piscicultura é um ramo da aquicultura. Enquanto a
aquicultura diz respeito à criação de qualquer
organismo que se desenvolva na água, como peixes,
moluscos, crustáceos, entre outros, a piscicultura diz
respeito apenas à criação de peixes, e tem uma
definição mais restrita.
• Por outras palavras, quem cultiva apenas peixes,
é piscicultor. Quem cultiva peixes e outras
espécies, é um aquicultor.
Conceitos básicos
Unidades de Aquicultura
Caracterização da mão de obra no setor
pesca:
• Pouco qualificada,tendo maioria escolaridade
obrigatoria,outros nem escolaridade
obrigatoria e alguns analfabetos;
• Trabalhadores envenhecidos
• Cada vez mais há menos pescadores

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