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O LITORAL PORTUGUÊS

Geografia A

Realizado por: Afonso Granja, nº1; Diana Silva, nº7;


Mariana Castanheira, nº 19; Mó nica Silva, nº21
29/05/2023

Professora: Cristina Estrada


Índice

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1. Principais características da linha de costa
Portugal possui uma linha de costa de cerca de 2601 quilómetros, que se repartem por
t
s unidades:
 Continente (1240 km);
 Região Autónoma dos Açores (943 km);
 Região Autónoma da Madeira (418 km).
Cada vez mais a presença e a proximidade do mar têm assumido uma grande
importância para o país.
As populações veem no litoral um foco de atração, sendo esta faixa do território local
de concentração da população e das atividades económicas, comprovando assim o
fenómeno da litoralização.
É ao longo do litoral que se desenvolvem diversas atividades relacionadas com o mar
como: a pesca, a aquicultura, a extração de sal, o turismo e as atividades desportivas.
É também no litoral onde, devido à maior acessibilidade, se concentram outras
atividades como: a indústria, os serviços, o comércio e as atividades portuárias.
Litoral e linha de costa:
O litoral, bem como a linha de costa são áreas muito dinâmicas, estando em constante
alteração.
Linha de costa: faixa da superfície terrestre que se encontra no contacto entre as
terras emersas e o oceano.
Litoral: porção do território junto à costa que engloba cerca de 50 quilómetros para o
interior onde a terra e o mar interagem.
A configuração da linha de costa resulta da influência conjugada de um conjunto de
vários fatores entre eles:
 Ação antrópica: A ação antrópica é uma ação realizada pelo Homem, isto é, por
exemplo a criação de barragens, a extração de areias, a construção sobre as
arribas e as dunas (extensões dunares);

 Ação dos rios: tem como objetivo, o transporte de carga sedimentar para o
litoral e o ambiente sedimentar da foz;

 Dinâmica do interior da Terra: as erupções vulcânicas, os sismos, as tectónicas


de placas fazem com a que a linha de costa varie, e que tenha uma
configuração variada;

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 Subida/descida do nível médio das águas do mar: dentro da subida do nível
médio das águas do mar temos a costa de submersão, que resulta da
transgressão marinha;
Na descida do nível médio das águas do mar, temos a costa de emersão, que resulta da
regressão marinha.
 Ação do mar: as correntes marítimas, a ondulação as marés, a erosão marinha,
fazem com que a configuração da linha de costa varie de tempo a tempo.

1. A influência do mar na configuração da linha de costa


O mar é um agente modelador da linha de costa, devido à sua ação erosiva.

Ação erosiva do mar

Erosão mecânica
Erosão química
(abrasão marinha)

Processo que resulta do


desgaste de uma rocha Processo de desgaste
por fricção ou ação Depende devido a alterações ou
mecânica das ondas que de decomposição química
transportam fragmentos dos minerais constituintes
de rochas, contribuindo das rochas.
para o destacamento de
partículas de rochas.

Fatores

Características Correntes Ação das Quantidade e Velocidade e


Ondulação tipo de direção do
das fromações marítimas marés
rochosas materiais vento
transportados

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Em Portugal, apesar de a ação erosiva do mar ter, ao longo dos tempos, conferido à
linha de costa um traçado muito retilíneo e pouco recortado, com poucas reentrâncias
e saliências, é também possível encontrar formas de relevo litoral diversificadas, como,
por exemplo, os cabos, as arribas, as grutas, as baías e os farilhões.

2. Principais tipos de costa


O litoral português apresenta três principais tipos de costa:
 Costa alta de arriba;
 Costa baixa e arenosa;
 Costa baixa e rochosa.
As características destes tipos de costa estão relacionadas com o grau de resistência
das formações rochosas e com a erosão marítima.
 Costa alta de arriba:
Costa alta (com altitudes acima do nível médio do mar na ordem das dezenas
de metros) e escarpada, talhada em afloramentos rochosos de elevado grau de
dureza, como o granito, o xisto e o calcário. Pode ser acompanhada por
pequenas extensões de areia e falésias (ou arribas), muitas vezes só visíveis na
maré baixa. Neste tipo de costa, predomina a ação erosiva do mar.
Localiza-se principalmente:
 entre a Nazaré e a foz do rio Tejo;
 entre o cabo Espichel e a foz do rio Sado;
 entre o cabo de Sines e a ponta de Sagres;
 entre Sagres e Quarteira, no barlavento algarvio.

 Costa baixa e arenosa:


Costa com altitudes próximas do nível do mar e de constituição arenosa,
frequentemente associada a sistemas dunares. É constituída por rochas
sedimentares pouco resistentes à erosão, como areias, arenitos e argilas. Neste
tipo de costa, predomina a ação de acumulação.
Localiza-se predominantemente:
 entre Espinho e a foz do rio Lis;
 no estuário do Tejo;
 entre o estuário do Tejo e o cabo Espichel;
 entre a foz do rio Sado e o cabo de Sines;
 entre a Quarteira e Vila Real de Santo António, no sotavento algarvio.

 Costa baixa e rochosa:


Costa com altitudes próximas do nível do mar e de constituição rochosa.
Encontra-se quase exclusivamente no litoral norte, sendo visível:
 Entre a foz do rio Minho e Espinho.

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Nos litorais rochosos, a abrasão marinha faz-se sentir de forma mais intensa nos
setores constituídos por rochas brandas.
Desta forma, a contínua ação do mar na base de uma arriba acaba por provocar o seu
recuo, podendo originar uma arriba morta ou fóssil.

1- O mar
desgasta a base da arriba (erosão química e erosão mecânica), formando grutas
2- A parte superior da arriba fica sem apoio e acaba por desmoronar, verificando-se o
recuo da arriba. Na base, forma-se a plataforma de abrasão.
3- O mar deixa de atingir a base da arriba. Forma-se uma arriba fóssil ou morta.

Notícia

Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica


Na Península de Setúbal, para além de um litoral caracterizado pela presença
de povoações, praias, sapais ou serras, surge, entre a Trafaria e a Lagoa de Albufeira,
a Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica. Criada em 1984, e
ocupando uma área de 1570 hectares, a sua importância está principalmente ligada
aos aspetos geológicos próprios da sucessão de estratos de rochas sedimentares
que constituem a arriba, as mais antigas formadas há quinze milhões de anos. A
arriba reporta-se a uma época em que a linha de costa se encontrava mais recuada,
enquanto que, atualmente, devido á progressiva acumulação de sedimentos
paralelamente à costa, a arriba se encontra num estado fóssil.

Fonte: Portugal Virtual, Natureza e ambiente da Costa Azul. adaptado

Linha da costa em situação de erosão:


https://www.youtube.com/watch?v=P1m_ltTuiKs&t=74s

3. Principais formas do relevo litoral

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1- Praia: acumulação de sedimentos não consolidados na área de contacto entre
o oceano e a parte continental, formada pela ação conjunta das ondas, das
correntes marítimas e das marés;

2- Duna: relevo totalmente por areia acumulada pela ação do vento;


3- Restinga: depósito arenoso, de pequenas dimensões, que se encontra ligado a
uma margem do rio;

4- Laguna: extensão de água salobra separada do mar através de um cordão


arenoso;

5- Baía: reentrância do mar (semelhante a um golfo);

6- Estuário: parte terminal de um rio, constituída por um braço, que geralmente


se alarga junto à foz;

7- Arriba: costa alta, talhada pelo mar, de vertentes quase verticais e constituída
por rochas resistentes à erosão;

8- Cabo: saliência da linha da costa que penetra o mar;

9- Delta: depósito fluvial junto à de um rio, geralmente em forma de leque, que


ocorre quando a velocidade de deposição dos sedimentos é superior à
velocidade da erosão;

10- Tômbolo: forma que resulta da ligação de uma ilha a um continente através de
um cordão de sedimentos transportados e depositados pelas correntes
marítimas;

11- Farilhão: rochedo íngreme e vertical, localizado na costa, formado pela ação da
erosão marinha;

12- Arco: abertura curva arriba resultante da erosão marinha;

13- Gruta: caverna na rocha originada pela erosão marinha;

14- Península: extensão de terra rodeada de água por todo lado, menos por um
(ligada ao continente);

15- Ilha-barreira: faixa arenosa, geralmente estreita, comprida e paralela á linha


de costa, que resulta da acumulação de sedimentos transportados pelos rios e
correntes marítimas.

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4. Principais acidentes naturais do litoral:
Apesar da linha de costa do território continental ser marcadamente retilínea, é
possível identificar exceções a este traçado, designadas de acidentes naturais do
litoral.
Estes acidentes estão associados a:
 Saliências, como os cabos, resultantes de antigas regressões do mar e de
formações geológicas com maior resistência à ação erosiva do mar;
 Reentrâncias, como baías e estuários, que são resultantes de antigos avanços
do mar, da existência de formações geológicas mais brandas e do
assoreamento de antigos vales.
Os principais acidentes naturais do litoral de Portugal continental são:
 Haff-delta de Aveiro;
 Concha de São Martinho do Porto;
 Tômbolo de Peniche;
 Estuários do Tejo e do Sado;
 Lido de Faro.
Haff-delta de Aveiro:
Formação lagunar pouco profundo, que resultou da regressão marinha, da acumulação
de sedimentos transportados pelo rio Vouga (que constituíram pequenas ilhas
arenosas) e da deposição de areias pelas correntes marítimas, que a ocidente
formaram um cordão arenoso de norte para sul (1km de largura)
Concha de São Martinho do Porto:
Pequena baía com uma estreita abertura para o mar, limitada por vertentes abruptas.
Resultou de uma vasta baía cujas dimensões foram sendo reduzidas, devido à
acumulação de sedimentos marinhos.
Tômbolo de Peniche:
Originou-se devido à ligação (istmo) de uma ilha ao continente, através da acumulação
de sedimentos arenosos transportados pelas correntes marítimas.
Estuários do Tejo e do Sado:

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Os estuários do Tejo e do Sado resultaram da acumulação de sedimentos na parte
terminal dos rios que lhe dão nome. São os principais acidentes da costa portuguesa,
devido à sua dimensão e à sua riqueza ecológica, que permitiu a constituição de
reservas naturais.
Lido de Faro:
Área lagunar, constituída por numerosas e pequenas ilhas arenosas, rodeadas por
extensos cordões de areia, envolvidos por canais que permitem a ligação ao mar.

5. Principais portos marítimos em Portugal


Os portos nacionais constituem um pilar fundamental para o desenvolvimento
económico de Portugal, com especial relevo nas exportações.
Nos portos portugueses, a principal função é a comercial. Consoante o volume de
carga movimentada e a sua capacidade, estes classificam-se como principais ou
secundários. No continente, são considerados portos principais os de Leixões, Aveiro,
Lisboa, Setúbal e Sines. Nas regiões autónomas, destacam-se os portos do Funchal e de
Ponta Delgada.
 Relação entre os acidentes do litoral e a localização dos portos marítimos

No entanto, apesar dos seus 2601 km de linha de costa, Portugal tem poucas áreas
favoráveis à existência de portos de mar, devido à sua configuração muito retilínea,
pouco recortada e com poucas áreas abrigadas.
Por essa razão, os acidentes naturais do litoral desempenham um papel
preponderante na localização dos portos marítimos.

Por norma, os portos marítimos localizam-se a sul dos acidentes naturais, uma vez que
estes lhes proporcionam proteção natural abrigando-os dos ventos oeste e noroeste e
das correntes marítimas superficiais.

6. Fatores que influenciam os recursos piscatórios

Os oceanos concentram cerca de 97% da água existente na superfície terrestre e


possuem áreas biologicamente ricas com uma grande diversidade de espécies animais
e vegetais. No entanto, a distribuição destas áreas nos oceanos depende de vários
fatores ecológicos, como sendo:
- Temperatura
- Salinidade
- Luz
- Presença de alimento
- Profundidade da água
- Migração das espécies

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7. Principais formas de relevo submarino

Os oceanos apresentam uma morfologia variada, cujas principais formas de relevo


submarino são:

Plataforma continental é uma faixa de terra submersa que circunda os continentes e


que num suave declive, termina ao dar origem ao talude continental. Geralmente, a
plataforma possui uma extensão de 70 a 90 km, e profundidade média de 200 metros.
Talude continental é a porção dos fundos marinhos que com um declive muito
acentuado liga a plataforma continental às planícies abissais, tem um relevo irregular
onde ocorrem canhões marinhos e pode atingir mais de 3000 metros de profundidade.
Canhão submarino é um vale muito encaixado e com vertentes abruptas. O canhão da
Nazaré é um dos maiores do mundo com uma extensão de 227 Km e cerca de 5 km de
profundidade e é o grande responsável pelas ondas gigantes da Praia do Norte na
Nazaré.
Crista médio-oceânica é uma cadeia montanhosa de natureza vulcânica submersa a
meio do oceano que resulta do afastamento das placas tectónicas e apresenta um rifte
na região central. A Crista Média Atlântica é a maior cadeia montanhosa da Terra.
Rifte é uma fenda colossal entre placas da crosta da Terra decorrente do
deslocamento e afundamento duma em relação à outra.
Planície abissal é uma área extensa de fundos oceânicos relativamente plana com
profundidades entre os 4000 e os 6000 metros e podem atingir centenas de kms de
largura e milhares de kms de comprimento.
Fossa submarina é a região mais profunda dos oceanos, estreita e profunda, resulta do
encontro entre placas tectónicas em que uma delas mergulha sob a outra. Estende-se
desde a planície abissal até mais de 10.000 metros de profundidade. Caracteriza-se
pela ausência de luz e baixas temperaturas. É habitada por peixes cegos, anémonas e
outros seres.
A fossa das Marianas, localizada entre o Japão e a Austrália, é o local mais profundo do
planeta, com cerca de 11 km de profundidade.

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Bibliografia
http://www.geografia7.com/evolucao-das-arribas.html
https://rea.apambiente.pt/content/linha-de-costa-em-situa%C3%A7%C3%A3o-de-eros
%C3%A3o

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