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Resumo de geografia

Recursos Marítimos - as suas potencialidades no litoral:


Portugal é o Estado costeiro da União Europeia com maior extensão
das zonas marítimas.
Mar territorial- águas até às 12 milhas náuticas , medidas a partir da
linha de base( linha baixa-mar ou maré baixa). A soberania do estado
costeiro aplica- se ao solo e subsolo marinhos, à coluna de água e ao
espaço aéreo sobrejacente.
Zona Contígua- das 12 às 24 milhas náuticas, onde o estado pode
exercer fiscalização sobre as infrações às suas leis.
Plataforma Continental- no conceito geológico, corresponde à parte
submersa da placa continental, com profundidade máxima de 200 m.
Zona Económica Exclusiva( reparte se por 3 áreas, Continente, Açores
e Madeira)- desde os limites do mar territorial até às 200mn,
compreendendo:
- o subsolo e o solo marinhos;
- a coluna de água e a sua superfície superior;
- e o espaço aéreo sobrejacente
Nesta zona, o Estado costeiro tem direitos de exploração, investigação
e gestão dos recursos naturais.

A importância económica no litoral português:


O contacto com o mar sempre foi importante para Portugal:
- Grande concentração de população e de atividades econômicas
no litoral.
- Atividade portuária ( portos e estaleiros)
- Via de comunicação
- Fonte de recursos alimentares ( Pesca, Aquicultura)
- Turismo
- Lazer
Características da linha da costa
Costa- contacto entre a terra e o mar
Principais características da costa continental:
- Aproximadamente cerca de 942 Km de extensão
- Configuração linear e pouco recortada
- Grande diversidade morfológica ( formas\ paisagem) e geológica
( rochas)
- Predomínio de costa de arriba
- A costa de praia ocupa menor extensão
Costa alta= arriba Costa baixa= praia
Praia-> costa baixa e arenosa, em relevo baixo, formações rochosas
mais brandas (arenitos e argila)
Arriba-> costa alta e escarpada ora mais baixa, talhada em afloramento
rochoso de grande dureza ( granito e xisto), contacto abrupto entre a
terra e o mar.

Áreas onde predomina a costa de arriba alta:


- da Nazaré à foz do Tejo;
- do cabo Espichel à foz do Sado;
- do cabo de Sines ao São Vicente;
- no barlavento algarvio.
Áreas onde predomina a costa de arriba baixa ou rochas
Litoral Norte-> Formações rochosas de grande dureza ( granito),
predominando uma costa baixa e arenosa.
Costa de emersão: área do litoral que emergiu por efeito do recuo do
mar, dando origem a pequenas reentrâncias e algumas praias.

Áreas onde predomina a costa de praia:


Formações rochosas mais brandas( arenitos, argila), litoral mais baixo
propício à deposição de areias.
- de Espinho a São Pedro de Moel;
- do Estuário do Tejo;
- da foz do Sado a Sines;
- do sotavento algarvio.
Ação do mar sobre a linha da costa:
Erosão Marinha: Ação que o mar exerce sobre a linha da de costa,
envolvendo os processos de:
- desgaste, pela força das ondas, que fragmenta as formações
rochosas;
- transporte dos fragmentos pelas ondas e correntes marinhas;
- acumulação dos fragmentos e areias transportados pelo mar.

Erosão mecânica ( física)- Abrasão Marinha-> Fragmentação das


rochas.
Erosão química ( contacto com a água)- desgaste devido a alterações
químicas dos materiais.
Abrasão Marinha: erosão marinha reforçada pelo arremesso de areia e
fragmentos rochosos contra as arribas vivas ( em contacto com o mar).

Evolução da arriba:
A costa alta têm tendência a recuar: as arribas, quando em contacto
com o mar, estão sujeitas a uma constante abrasão marinha.
1. As ondas do mar vão embater continuamente na arriba
provocando a erosão na sua base.
Arriba Viva-> Sujeita à erosão marinha
2. A parte superior da arriba fica sem apoio e acaba por desmoronar.
3. Os materiais rochosos resultados do desmoronamento vão- se
acumular na base da arriba.
4. Estes materiais rochosos vão originar uma superfície pedregosa,
designada por plataforma de abrasão.
5. Ao fim de algum tempo as arribas vão recuando, até se
transformarem em arribas fósseis ou mortas- deixam de estar
em contacto direto com o mar.

As arribas talhadas em formações rochosas de maior dureza resistem


mais à maior abrasão marinha, ao contrário das rochas mais brandas,
que recuam mais depressa. Assim, formam- se:
- cabos, nas formações mais resistentes;
- enseadas e pequenas baías, mesmo em área de costa alta, nas
formações de menor dureza.
A configuração da linha de costa também é influenciada por movimentos
tectónicos e alterações climáticas, que provocam:
- regressões marinhas, em que o recuo do mar faz emergir áreas
submersas;
- transgressões marinhas, em que o avanço do mar submerge
áreas continentais, formando costas de submersão.

Singularidades da linha de costa


- fajãs-> terreno plano à beira- mar, formadas pelos materiais
desprendidos das vertentes;
- fajãs e deltas lávicos, formados por escoadas de lava, que
arrefecem ao chegar ao mar, formando piscinas naturais;
- reentrâncias da foz das ribeiras, algumas em cascata, pelo
encontro abrupto com o mar;
- praias escuras de areia e calhaus de basaltos e lava, e a praia de
areia branca e seu cordão dunar, no Porto Santo.

Os “acidentes” do litoral Português


Fatores condicionantes da evolução do litoral:
- Ação do mar;
- Natureza das Rochas;
- Ação do ser Humano;
- Ação dos cursos de água;
- Natureza das rochas.
Rochas duras ( costa alta) -> granito, xisto, calcário
Rochas brandas ( costa baixa) -> areias, arenitos, argila

Ação do ser Humano


O litoral está sujeito a diferentes formas de intervenção humana:
- Poluição;
- Construção desordenada em cima da linha de costa;
- Destruição de dunas e praias através da extração de areias;
- Edificação de proteção laterais e de esporões.
Ação dos cursos de água
Os cursos de água provocam junto à costa uma ação predominante de
deposição e acumulação de sedimentos.
- Labirinto de canais, ilhas, sapais e bancos de areia formados pelo
depósito de sedimentos trazidos, principalmente, pelos cursos de
água.

Principais “ acidentes” do litoral Português:


Haff- Delta de Aveiro-> Ria de Aveiro
Costa de Aveiro- baixa
- Sistema lagunar, separado do mar por uma extensa restinga, que
resultou do recuo do mar e da acumulação de sedimentos
marinhos e fluviais, com condições de pesca, salicultura, etc.
Concha de S. Martinho do Porto
- Antigo e vasto golfo cuja entrada ficou cada vez mais apertada
pela deposição de areias e seixos, resultando numa pequena
baía, em forma de concha.
Tômbolo de Peniche
- Pequena península que resultou da acumulação de sedimentos de
origem marinha e fluvial num mar pouco profundo, entre o antigo
litoral e uma pequena ilha, esta acabou unida ao continente.

Estuário do Tejo e Sado


- Parte terminal dos rios.
- Os rios Tejo e Sado transportam grandes quantidades de
sedimentos que são depositados nas margens, junto à foz.
- Zonas pantanosas que contêm água doce ou saloba.
- Grande biodiversidade.
Ria de Faro ou Formosa
- Sistema lagunar, formado por cordões de areia, devido à
acumulação de sedimentos transportados por correntes marítimas
oeste\este.
- Estes cordões arenosos são paralelos à costa e separam o mar
da zona lagunar.

Cabos e Portos:
- Os cabos são saliências que permitem a instalação de portos
marítimos. ( protegem os portos)
- Em Portugal os portos localizam- se no flanco Sul dos cabos.
Factores que influenciam os recursos piscatórios:
A abundância de peixe é influenciada pelas condições de:
- Temperatura - Iluminação
- Salinidade - Oxigenação das águas
- Maior ou menor quantidade de plâncton
A plataforma continental caracteriza- se por:
- Reduzida profundidade ( max. 200m)
- Maior intensidade de luz
- Águas agitadas
- Águas ricas em oxigénio
- Menor salinidade
- Águas ricas em nutrientes

Grande quantidade de fauna e flora marinha


Correntes marítimas
As correntes marítimas influenciam a abundância de pescado:
- as correntes frias, com origem na subida das águas, arrastam
matéria orgânica e mineral do fundo do mar, sendo mais ricas em
nutrientes; -> fator favorável à pesca
- na confluência de uma corrente fria com uma quente, há maior
agitação e oxigenação das águas e, por isso, maior formação de
plâncton;
- as correntes quentes são pouco favoráveis à formação de
plâncton -> fator desfavorável à pesca

Correntes marítimas: deslocação de grandes massas de água com


idênticas características de temperatura e densidade

Upwelling:-> fator favorável à pesca


Corrente de águas profundas e frias que ascendem à superfície,
carregada de nutrientes.
- Maior agitação das águas e diminuição da temperatura;
- Condições para a formação de fitoplâncton;
- Ascendência de grandes quantidades de nutrientes, o que atrai
cardumes;
- Permite que no Verão se pesque mais na costa portuguesa
( sardinha e carapau).

A atividade Pescatória
Política comum das Pescas:
- Portugal pode beneficiar de boas oportunidades para efetuar
capturas na ZEE e em águas internacionais, estando obrigado a
cumprir normas estabelecidas nos acordos com países terceiros;
- Apoios comunitários para a modernização da frota e tecnologias;
- Apoio aos pequenos pescadores
Cumprimento de normas sustentáveis-> garantir as necessidades do
presente, sem comprometer o ambiente e sem comprometer as
gerações futuras.

Principais espécies capturadas:


Cavala, Carapau, Atuns -> volume de capturas
Polvo, Atum, Carapau-negrão-> valor de captura ( mais dinheiro)

Irregularidade nas capturas:


- Migração das espécies
- Quotas de pesca ( limites de captura)
Irregularidade no valor gerado:
- Aumento do preço das espécies protegidas
- Capturas de espécies de maior valor ( polvo e sardinha)
Frota da pesca
- Dominam embarcações de pequena dimensão
- As embarcações de maiores dimensões operam em águas
internacionais.
Frota nacional
- Perda de embarcações, modernização e aumento das dimensão,
mas predominam as pequenas embarcações.
Pesca local:
- Em águas interiores ( rios, estuários e lagos) e perto da costa;
- Utiliza pequenas embarcações( menos de 9m) e artes de pesca
artesanais, como o anzol, as armadilhas e pequenas redes;
- Opera por curtos períodos ou apenas sazonalmente;
- Captura espécies de maior valor ( polvo, enguia etc), pelas artes e
mão de obra que envolve.
Pesca costeira
- Opera além das 6 milhas da costa por várias horas ou até dias de
navegação do porto, podendo ir até áreas mais afastadas, fora da
ZEE nacional;
- Opera com embarcações maiores- 9 a 33m-, utilizando meios
modernos de detecção e captura ( cerco, arrasto, linha ou anzóis)
- Dispõem, geralmente, de meios de conservação do pescado.
Pesca do largo
- Opera para lá das 12 milhas da costa em águas internacionais e
ZEE estrangeiras,
- Navios de 100 GT ou mais e autonomia de pelo menos 15 dias,
podendo permanecer no mar até alguns meses;
- Utiliza modernas técnicas de detenção ( sondas, meios aéreos,
satélite) e captura ( redes de cerco e arrasto, palangre de linha e
anzóis);
- Está equipada com meios de conservação de pescado e quase
sempre tem o apoio de um navio-congelador e\ou de um navio-
fábrica.
Mão de obra:
- Redução do número de ativos na pesca;
- Envelhecimento;
- Baixos níveis de instrução
Portos de Pesca e Infraestruturas
- Todos os portos foram modernizados reestruturados
- Regulamentação e fiscalização

● Segurança alimentar
● Cumprimento de quotas
● Portos competitivos
Aquicultura:constitui uma forma alternativa de obtenção do pescado,
que ajuda a reduzir a pressão sobre os recursos marinhos, favorecendo
a sua recuperação, além de permitir, reparar alguns habitats naturais.
Desenvolve-se em: tanques, estruturas flutuantes, viveiras em água doce →
água salobra ou marinha

- Redução dos estabelecimentos;


- Aumento da produção

- Responder às necessidades da população;


- Stocks disponíveis permanentemente;
- Evita a extinção.
Existem dois tipos de aquicultura:
Extensiva: alimentação 100% natural, como os moluscos-> Algarve
Intensiva: contacto total do ser humano, peixes-> Madeira e no Centro

Existem várias atividades ligadas à pesca, como a indústria de


conserva, congelação, salga e secagem.

Portugal destaca se nas conservas→ saldo positivo


Maior aumento-> congelados-> saldo negativo

Problemas:
- Construção sobre arribas, que aumentam a sua instabilidade e
aumentam o seu desmoronamento e recuo;
- A poluição marítima com efluentes continentais, associada ao mar
e também do intenso;
- Pressão humana sobre as dunas, como pisoteio e até construção,
que impede a fixação da vegetação necessária à sua
instabilidade.
Soluções:
- Definição de limites para a construção nas zonas costeiras;
- Vigilância da costa e do mar, para evitar e prevenir a lavagem de
porões de petroleiros, que poluem e podem provocar marés
negras;
- Criação de acessos pedonais sobre-elevadas para evitar o
pisoteio das dunas.

Valorização: potencializar o litoral e o espaço marítimo, sem contribuir


para um acelerar dos problemas.
O turismo, lazer( ex: surf), científicos( investigações de biologia e fundos
marinhos), sociais e dessalinização são formas de valorização.

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