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UNIVALI - UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

OCEANOGRAFIA FÍSICA DESCRITIVA- MAURO MICHELENA ANDRADE

Oceano Índico

Giovanna da Costa
Eduarda Neto
Aurélio Carlos Filho
Nilcea Dutra

Itajaí-SC
2023
O Oceano Índico foi formado na era mesozoica, sendo assim considerado o mais
jovem. Fica localizado no meio da África, ao oeste, a Ásia, ao norte, e a Austrália,
ao leste. Seu nome foi inspirado na Índia e desde sempre houve um grande trânsito
por suas navegações marítimas em função do comércio, onde buscavam
especiarias, novas terras, etc. Os marinheiros utilizavam o sistema monçonico a
favor das navegações. Possui grandes reservas de recursos minerais, como o
petróleo, combustível fóssil muito valorizado no mercado internacional. Dessa
maneira, esse oceano possui uma grande importância econômica. Ademais, a
região do Oceano Índico é uma das principais rotas comerciais do globo.
O Índico possui uma profundidade média de 4 mil metros, sendo que em locais mais
profundos como a Fossa de Java pode atingir até 7 mil metros. Alguns mares fazem
parte deste oceano, como o Mar Vermelho, o Mar Árabe e o Mar da Indonésia. O
oceano tem quatro vias navegáveis importantes, incluindo o Estreito de Ormuz, o
Canal de Suez, o Estreito de Malaca e Babelmândebe.
A região do Oceano Índico divide-se em quatro zonas climáticas principais: a de
monções, a dos ventos alísios, a subtropical e temperada, e a subantártica e
antártica. O Índico é o mais quente dos oceanos que banham o planeta, com
temperaturas que variam entre 22 ºC e 28 ºC. Durante o verão da zona de monção,
a alta pressão atmosférica sobre a Austrália e a baixa pressão sobre a Ásia se
combinam para formar a monção sudoeste, com velocidade do vento de até 45km/h.
Durante os invernos, a baixa pressão no norte da Austrália se combina com a baixa
pressão atmosférica da Ásia para formar a monção do nordeste. Os ventos alísios
prevalecem quase o ano inteiro, mas são particularmente fortes entre junho e
setembro. As características hidrológicas do Oceano Índico são influenciadas por
interações entre elementos climáticos, como o vento, a chuva, a energia solar e as
correntes oceânicas. As duas maiores correntes desse oceano são a Corrente das
Agulhas e a Corrente de Retorno das Agulhas, controladas pelas monções. Na
zona de monções, a superfície do oceano circula em reverso pelo menos duas
vezes ao ano, compondo os dois maiores giros oceânicos opostos, que se
desenvolvem na Baía de Bengala e no Mar Arábico.

Abaixo da superfície do oceano, a circulação nas águas profundas é irregular e


lenta. A água de alta salinidade do Mar Vermelho e do Golfo Pérsico entram no
oceano e afundam abaixo da água da superfície (entre 600m e 1.000m). A
salinidade do oceano varia entre 3.2% e 3.7%, com o Mar Arábico tendo a maior
salinidade até 120m devido à alta taxa de evaporação.

A circulação no Oceano Índico ocorre por meio de quatro sistemas que acontecem
ao mesmo tempo, cada um com sua área de maior influência. Tem o giro oceânico
central ao oeste, as conexões com os oceanos Atlântico, Pacífico e Antártico ao
sudoeste, sudeste e sul, respectivamente, e as monções de sudeste e nordeste. Os
giros oceânicos são como grandes sistemas de correntes marinhas que giram por
causa do vento. Eles acontecem devido à força de Coriolis, junto com a vorticidade
planetária e a fricção horizontal e vertical, que ditam como o vento circula.
Sistemas monçônicos são partes inerentes à circulação atmosférica sobre os
continentes tropicais e subtropicais e áreas oceânicas adjacentes, particularmente
no hemisfério leste. Considerando a variação sazonal da precipitação como um dos
principais aspectos que diferencia uma região monçônica das outras, a Ásia e a
América tropical são as principais regiões do globo com características monçônicas.
Dois sistemas monçônicos são notados na Ásia, um sobre seu setor leste (Monção
do leste da Ásia) e o outro sobre seu setor sul (Monção da Índia).
As conexões com outros oceanos trazem águas mais frias, mas com menos
nutrientes do que o centro do Oceano Índico. Isso ocorre porque essas águas vêm
de latitudes mais baixas, onde as massas de água são tipicamente mais frias e têm
menos nutrientes e biomassa em comparação com o que consomem. É o oposto da
entrada de nutrientes que acontece com rios como o Tigre, Amarelo e Ganges, que
despejam uma grande quantidade de nutrientes nas águas mais quentes do centro
do Oceano Índico, antes de fluir para o Oceano Pacífico.
O giro subtropical no Oceano Índico é bem diferente dos giros subtropicais
em outros oceanos por causa de várias características distintas. A interação com as
correntes do Atlântico Sul e do Pacífico Sul é única e tem um grande impacto em
como ele se comporta. Além disso, a localização dos continentes tem um papel
importante em sua dinâmica. A costa da África faz com que os ventos empurrem o
giro subtropical para o oeste, em direção ao Atlântico Sul, o que é diferente dos
giros subtropicais em outras partes do mundo.
A circulação no Oceano Índico Tropical é principalmente influenciada pelas
monções. Existem duas monções principais que moldam essa circulação: a Monção
de Sudoeste e a Monção de Nordeste. Durante a Monção de Sudoeste, a corrente
ao longo da Península Arábica é chamada de Corrente Leste da Arábia. Ao sul do
equador, a circulação no meio do oceano segue para leste, resultando em
ressurgência ao longo da costa da Somália, o que faz as temperaturas caírem de
mais de 27°C para faixas de 20 a 24°C. Quando a Monção de Nordeste chega, a
Corrente da Somália muda para o sul, e a circulação superficial no Mar Arábico e na
Baía de Bengala se inverte. No entanto, essa circulação é geralmente mais fraca e
menos organizada do que durante a Monção de Sudoeste.
Entre as monções, os ventos equatoriais sopram do Oeste, o que cria
correntes intensas chamadas de Jatos Wyrtki, que seguem para leste. Em resumo,
o Oceano Índico Tropical é um ambiente complexo e dinâmico, onde a interação
entre as monções, a geografia costeira e as circulações oceânicas únicas
desempenham um papel fundamental na sua circulação e clima.
Segundo Ramage (1971), Krishnamurti (1976), Magaña e Webster (1998) entre
outros, os processos físicos que governam a variabilidade do sistema oceano-
atmosfera- continente das monções são muito complexos. Cinco elementos básicos
controlam a dinâmica do sistema de monção:
a) O aquecimento diferencial do continente e oceano, e o resultado da força
gradiente de pressão entre os hemisférios de inverno e verão.
b) O impacto da rotação do planeta, relativo à forma geográfica e à distribuição do
aquecimento diferencial.
c) Os processos úmidos que determinam a escala vertical do sistema de monção
em junção com os processos dinâmicos influenciam a quantidade e a localidade da
precipitação monçônica.
d) As propriedades da superfície do continente que variam como uma função do
conteúdo de umidade no solo ou da cobertura de neve, como no caso da cobertura
de neve no Himalaya e o possível efeito na monção da India.
e) A variação da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) do oceano tropical que é
resultante do ciclo anual do aquecimento solar e do transporte de calor oceânico
induzida pela circulação atmosférica a partir da superfície.

O conceito de massas de água veio da meteorologia, definição de massas de ar. No


oceano, elas são parcelas de água do mar com um princípio conhecido e com
padrões físico-químicos característicos, como se fosse uma assinatura.
As massas de água têm densidades diferentes e, por isso, não se misturam
facilmente. Isso faz com que a coluna de água dos oceanos não seja uniforme, mas
sim acamada em camadas: superficiais (0 - 500 m), intermediárias (500 - 1500 m),
profundas (> 1500 m). É como se as massas de água fossem os blocos a partir dos
quais a estratificação oceânica é construída.
É importante realçar que massa de água não é a mesma coisa que corrente
oceânica. Na verdade, as correntes são as encarregadas pelo deslocamento das
massas de água.
As massas de água são responsáveis por distribuírem calor, sal, nutrientes e
oxigênio pelas bacias oceânicas. No entanto, elas também transferem
contaminantes e, por isso, alguns podem ser encontrados em regiões bem
afastadas de suas áreas de produção e uso. Nosso oceano é formado por muitas
águas, mas todas estão conectadas.
Fontes:
Heinemann, B. and the Open University (1998) Ocean circulation, Oxford University Press:
Page 98
Talley et al (2011). Indian Ocean. In Descriptive Physical Oceanography: an
introduction, pp. 363 - 399.
Talley et al (2011). Indian Ocean. In Supplementary Materials, pp. 1-14.

SciELO. Relations of the monsoon systems to the tropical multi-decadal and


interannual variabilities. Rev. bras.meteorel. Mar 2009.
1997: Climatologia e variabilidade interanual das monções de verão do Sudeste
Asiático. Sci.,14, 141–162.

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