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EREM DR.

ALEXANDRINO DA ROCHA - SÉRIE: 1º ANOS GEOGRAFIA

Em Geografia, a paisagem é entendida como o conjunto de formas espaciais que podem ser captadas pelos sentidos e que
revelam os processos físicos, biológicos e sociais da formação dos lugares. Portanto, a paisagem não deve ser confundida com
uma imagem estática, mas deve ser considerada como representação de relações dinâmicas e complexas.
Desta forma, o termo paisagem climatobotânica se refere as formas da paisagem geradas como resultado da relação entre
clima e vegetação. Os processos climáticos e o desenvolvimento botânico estão profundamente relacionados, de forma que
não é possível pensar em cada um desses elementos constitutivos da paisagem de forma isolada.

Como o clima e a vegetação desenham a paisagem


Assim como os aspectos climáticos interferem no tipo de vegetação que se desenvolve em cada região, a vegetação pode alterar
significativamente o regime climático. Por exemplo, a umidade liberada pela evapotranspiração da vegetação que compõe
a floresta amazônica é responsável pelas chuvas que ocorrem no cerrado do Brasil.
A relação entre clima e vegetação é responsável, ainda, pela formação de outros fatores relevantes da composição da paisagem,
como relevo, solo e hidrografia. O regime de chuvas e ventos, por exemplo, são determinantes na esculturação do relevo. O solo
também é um dos resultados da relação entre clima e vegetação. Na floresta amazônica, o solo é rico em matéria orgânica
proveniente da floresta.

Paisagem climatobotânica e domínios morfoclimáticos brasileiros


Entre os anos 1960 e 1970, o geógrafo Aziz Ab’saber divulgou seu trabalho de regionalização do Brasil em domínios
morfoclimáticos. As regiões morfoclimáticas foram definidas com base na relação entre vegetação, clima e geomorfologia.
Ab’saber identificou seis diferentes domínios: equatorial amazônico; tropical atlântico; cerrado; caatinga; planaltos sub-
brasileiros com araucárias; e, pradarias mistas subtropicais.
Domínio equatorial amazônico
Com clima equatorial, esse domínio é marcado por alta taxa de pluviosidade por conta das chuvas convectivas que afetam a
região. Na região ocorre a floresta amazônica, com uma vegetação adaptada a presença abundante de água.
Domínio tropical atlântico
Também chamado de Mares de Morros, esse domínio se encontra ao longo da costa brasileira. Com clima tropical, o regime de
chuvas da região é influenciado pela umidade do oceano atlântico. Presença de floresta tropical úmida e habitat de diversas
populações endêmicas.
Domínio do cerrado
Com clima tropical, apresenta duas estações bem definidas: verão quente com presença de chuvas e inverno ameno e seco. A
vegetação é composta por árvores caducifólias, com troncos retorcidos, cascas grossas e raízes profundas.
Domínio da caatinga
Com clima semi-árido, as precipitações médias anuais não ultrapassam os 800 mm. A vegetação xerófila, adaptadas à aridez e
que florescem nos períodos de chuva.
Domínio de planaltos sub-brasileiros com araucárias
Possui clima subtropical com influência da Massa Polar Atlântica durante inverno. As temperaturas amenas favorecem a
formação da floresta de Araucárias, sobretudo nas áreas de planalto.
Domínio das pradarias mistas subtropicais
Possui clima subtropical e sofre influência da Massa Polar Atlântica, tornando os invernos moderadamente frios. A vegetação é
composta por vegetação rasteira e gramíneas.

Aspectos naturais da Europa

O continente europeu é um dos menores continentes da Terra, sendo maior somente do que a Oceania. Sua área é de 10,5
milhões de km², maior que o Brasil apenas em dois milhões de km². Além disso, o continente, no que se refere à sua localização,
é quase uma península ou extensão da Ásia, o maior dos continentes terrestres depois da Antártida. Os aspectos naturais da
Europa, no entanto, apresentam uma grande diversidade tanto em suas formas de relevo quanto em sua biosfera e clima.
O relevo da Europa é caracterizado pela grande predominância de áreas planas, com baixas altitudes, em vastas planícies. Mas
isso não significa que não haja nesse continente um conjunto de regiões com elevadas altitudes. Os Alpes, situados ao norte da
Península Itálica, formam as principais cadeias montanhosas da Europa, onde, inclusive, localiza-se o Monte Branco, com 4.810
metros de altitude. O ponto mais alto, no entanto, é o Monte Elbrus, um vulcão extinto situado na Cordilheira do Cáucaso, na
Rússia.
Por situar-se em uma das faixas temperadas da Terra, o clima da Europa é caracterizado pela predominância de médias e baixas
temperaturas, com relativo grau de umidade e muita influência da altitude e da continentalidade. Em geral, áreas mais altas
e/ou com maiores latitudes costumam apresentar as mais gélidas condições climáticas da região. Os tipos climáticos existentes
são o de montanha, o temperado continental, o temperado oceânico, o mediterrâneo e o subpolar.
Na maioria das áreas da Europa, as quatro estações são bem definidas, com verões muito quentes e invernos rigorosos. Aliás, é
por causa disso que se convencionou dividir o ano em quatro estações, refletindo a visão eurocêntrica das ciências, haja vista
que tal divisão não é completamente aplicável a todas as partes do mundo.
Embora o continente não apresente uma grande extensão territorial, há uma grande variedade de tipos de vegetação, com
destaque para a Floresta Temperada, que foi quase que totalmente desmatada; a Taiga (coníferas), ao sul da Escandinávia;
as Estepes, situadas na zona de clima temperado, com o predomínio de gramíneas; a Floresta Mediterrânea, na porção sul do
continente; e a Tundra, nas zonas polares.
O relevo da Europa foi um dos fatores que influenciaram o desenvolvimento das sociedades antigas em diversas regiões do
continente. A grande quantidade de penínsulas e de saídas para mares e oceanos possibilitou muitos contatos com povos de
outros continentes, mesmo em tempos muito antigos. Além disso, os divisores de águas e as montanhas, além das áreas
subpolares inóspitas, contribuíram para o isolamento ou o pouco contato entre alguns povos pré-modernos.

Aspectos naturais da África


O continente africano é notadamente caracterizado pela sua tropicalidade, isto é, seu território é cortado pelos dois trópicos da
Terra e seus extremos norte e sul posicionam-se próximos a eles, com cerca de 80% de sua área localizada nessa zona
intertropical. Isso representa mais do que uma simples localização, pois gera consequências climáticas diretamente relacionadas
com as suas latitudes, embora exista uma grande diversidade nos climas ao longo de sua extensão.
Compreender os aspectos naturais da África é importante não só para conhecer melhor o continente, mas para nos ajudar a
entender melhor a América do Sul e, inclusive, o território brasileiro, visto que, no passado, essas duas áreas formavam apenas
uma única massa de terras emersas, conforme aponta a teoria da Deriva Continental.
Um exemplo disso são as savanas, um domínio morfoclimático que muito se assemelha ao cerrado brasileiro, guardando
características muito semelhantes em sua flora e em seu clima. No entanto, há algumas diferenças no que se refere à
composição de sua fauna. As savanas ficaram mundialmente conhecidas em animações estrangeiras, como os filmes O Rei
Leão, Tarzan e Fantasma.
Na África, existem dois grandes desertos: o Saara, acima da Linha do Equador e nas proximidades do Trópico de Câncer, e o
Kalahari, no sul, nas proximidades do Trópico de Capricórnio. O deserto do Saara possui uma área maior que a do Brasil, com
nove milhões de quilômetros quadrados, sendo o elemento responsável pela divisão regional da África em África do Norte, que
engloba o próprio deserto e tudo o que se encontra ao seu norte, e a África Subsaariana, que é toda a porção do continente que
se encontra ao sul desse deserto.
O regime de chuvas na África é, em média, muito baixo em comparação aos demais continentes. As maiores pluviosidades são
registradas em sua porção equatorial, nas proximidades da floresta do Congo, diminuindo progressivamente à medida que as
latitudes variam para o norte e para o sul. Além disso, as baixas altitudes médias também contribuem para a seca, sendo poucos
os pontos maiores do que 1.500 metros.
O relevo da África é composto predominantemente por planaltos pouco elevados, também chamados de tabuleiros, que são
regiões abrangentes e muito desgastadas pelos agentes exógenos ou externos de transformação do relevo, o que indica a idade
geologicamente antiga de suas formações rochosas.
A porção noroeste do continente, nas proximidades do continente europeu, apresenta algumas cadeias montanhosas, chamadas
de Cadeia dos Atlas, onde existem algumas das maiores altitudes do continente, incluindo o Monte Toubkal, com 4166 metros
acima do nível do mar. Há na região leste alguns efeitos provocados pelo tectonismo local, com a existência de formas de relevo
oriundas desse processo, como o Rift Valley, alguns vulcões ativos e os pontos mais elevados do continente, como
o Kilimanjaro (5.895m) e o Monte Quênia (5211m).
Esse relevo acidentado do tipo planáltico predominante favorece o potencial hídrico, o maior entre os continentes terrestres. No
entanto, em função do subdesenvolvimento, ausência de infraestrutura e recursos, tal potencial não é aproveitado para a
geração de eletricidade e aproveitamento em transposições e projetos de irrigação. Os principais rios são o Nilo, que além de ser
o segundo mais volumoso do mundo, atravessa boa parte de áreas áridas, levando água para zonas com deficit hídrico, e o
Congo, localizado na zona equatorial e que possui uma importante bacia de drenagem. Destaque também para o rio Níger.
Por fim, há de se ressaltar a importância dos recursos minerais da África, o continente mais rico em termos de diversidade
mineralógica, com mais da metade das reservas de ouro existentes no planeta e 30% de todos os minerais. Há, assim, uma
grande quantidade de carvão, petróleo, gás natural, cobre, diamante, bauxita, manganês e praticamente todos os tipos de
minérios conhecidos e utilizados economicamente.
No entanto, do ponto de vista econômico, essa abundância em recursos minerais da África vem representando um problema,
haja vista que os vários territórios sofreram ou ainda sofrem a interferência de ações externas para a exploração de suas jazidas,
o que é chamado de “mal do ouro”. Além do trabalho precário e da exploração indevida, estudos apontam que apenas uma
minoria muito ínfima beneficia-se com essa riqueza, o que intensifica o paradoxo “terra rica e povo pobre”.

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