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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

INSTITUTO DE GEOGRAFIA, DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

Discente: Pedro Eduardo Monteiro da Silva - Bacharelado Noturno


Docente: Jorio Cabral

Climatologia do Nordeste Brasileiro

Dada as indagações ao clima semiárido, o por que de períodos de seca, menor precipitação e como
esse processo afeta a qualidade de vida das pessoas tanto no contexto social, de trabalho, na
agricultura, houve sempre uma pergunta, o porquê dessa seca acontecer. Essa característica climática
do semiárido, muitos atrelam essa condição a forças divinas, mas outros preferem buscar respostas de
cunho científico para responder, principalmente na área de geografia e meteorologia. Essa região tem
uma vegetação que perde as folhas, chamadas de caducifólias, como forma de sobrevivência, e o solo
dessa região tende a absorver menor quantidade de água, obrigando as pessoas que moram no bioma
Caatinga a se reinventarem e serem fortes diante dessa condição. Sabemos que na região nordeste o
segmento econômico de mais predominância é o setor primário, a agricultura, mas a mesma
encontra-se em vários desafios, a principal delas é a seca. Para termos mais conhecimentos acerca
desse bioma tão forte e resistente, com uma base metodológica é possível entender a dinamicidade
climática dessa região, interferindo em condições como a precipitação, o que somando com a baixa
evapotranspiração vegetal isso ocasiona uma seca de caráter meteorológico, fazendo que o solo não
receba água suficiente para atender suas necessidades, entrando em um estado de deficiência hídrica,
gerando um forte impacto econômico negativo nessas áreas, afetando a principal atividade dos
habitantes dessas delimitações, a agricultura. Diferente de que muitos acham a respeito do Nordeste,
remetendo-o só seca e miséria, surpreende-se ao saber que nesta região em algumas áreas a chuva é
bem significativa, como na sua parte setentrional, causada pela Zona de Convergência Intertropical,
principalmente entre os meses de março e abril, e no leste nordestino essa área nos meses de parte do
outono e do inverno é surpreendida por massas de baixa pressão pelos Distúrbios Ondulatórios de
Leste (DOLS) advindos da costa oeste da África para nosso litoral através dos ventos alísios de
sudeste. Então já percebemos a presença de sistemas meteorológicos na nossa região, grandes
causadores de chuva, e nos últimos meses do ano, em um sentido diagonal, há se um destaque para o
sul baiano, onde a precipitação é maior, devido a Zona de Convergência do Atlântico Sul. Os Vórtices
Ciclônicos de Altos Níveis servem de abertura para o início chuvoso do norte nordestino. O semiárido
brasileiro não existe à toa, visto que há uma justificativa científica para isso; o ar que se encontra na
região amazônica se dissipa na região nordeste, causando essa condição semiárida. Por mais que não
pareça, o Nordeste é rico em seu gradiente climático, pois com a classificação climática de Köppen
sabemos que essa região possui nada mais nada menos que 3 tipos de clima, com as mais diversas
características, seja úmido, seco e até mesmo temperado, classificados por Köppen em "A", "B" e "C".
Diante de sua riqueza climática, a região também porta a maior diversidade de biomas do país, como a
Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e até mesmo a Amazônia. Temos que estar a par dos conceitos de
clima semiárido e região semiárida, ambos têm significados diferentes. Através da classificação
climática de Köppen conseguimos classificar o clima árido pelo nível de precipitação que é inferior a
700~800mm/ano e a região semiárida tem que atender a 3 critérios, como o índice de aridez, medindo
a frequência de dias secos. Ao passar dos anos, houve um grande anexo de municípios como Teresina
na região semiárida, no qual talvez seja por motivos políticos, já que esses dados ajudam no repasse
de recursos para essas áreas com deficiência hídrica. Nos dados da tabela climatológica sazonal de
precipitação entre os anos de 1980 a 2013, há um período de seca concentrado no centro nos meses de
junho, julho, agosto e também nos meses de setembro, outubro e novembro, se diferenciando da
tabela ao lado de evapotranspiração, mostrando valores que chegam até 550 numa parte significativa
da região, principalmente ao Norte e Leste. Essa condição chuvosa e curta, durando mais ou menos 4
meses, enquanto os 8 meses restantes não apresentem tanta precipitação. A área Central nordestina
retém o maior índice de aridez, maior em indicador de tendência. Vários fatores contribuem para esses
contrastes climáticos na região nordeste, desde a sistemas meteorológicos, células de convecção e
ventos, como os alísios, todos esses elementos funcionam como um agente modificador de clima
nessa região, a dinâmica dessa condição vai depender da atuação desses componentes. Um dos
principais sistemas meteorológicos que ocorre na região tropical é a zona de Convergência
Intertropical - ZCIT que é um encontro dos ventos alísios do sudeste e do nordeste, formando uma
zona de grandes nuvens, encontros de baixa pressão, onde nessa linha de Convergência é evidente a
geração de ciclones e contribui para a formação de vida, criando grandes florestas, tendo a expansão
maior da atmosfera nessa área, e a menor nos polos. Esses sistemas meteorológicos possuem
representação em escala sinótica, com horários padronizados, ditos sinóticos, variando de 6 em 6
horas; 0h, 6h, 12h e 18h UTC. Agindo no sentido horário em nosso hemisfério, o Centro do VCAN
impossibilita a criação de nuvens e consequentemente de precipitação no Nordeste por sua
característica de subsidência de ar, mas com umidade suficiente, sua periferia o ar ascende e promove
chuvas no nordeste, podendo desencadear descargas elétricas, e o centro desse sistema é seco. Dado a
dicotomia vivida entre os hemisférios em relação a dominância de determinados fatores, como
continental no hemisfério norte e marítimo no sul, sendo os oceanos os maiores detentores de energia,
pois devido suas profundezas armazenam mais calor que o continente, o que chamamos de calor
específico. É imprescindível saber que para o ar se movimentar ele sempre vai da alta (ar mais
pesado) para baixa (ar mais aquecido) pressão sempre. Um dos fenômenos climáticos de origem
oceânica que contribui para a seca intensa no Nordeste é o El Niño, quando ocorrida nos meses de
dezembro, janeiro e fevereiro, com anomalias de precipitação negativa. Com a célula de Walker
intensificada, temos precipitação acima da média graças à La Niña, trazendo bons rendimentos à
agricultura local, apresentando disponibilidade hídrica. Portanto, há uma diversidade de gráficos para
se mostrar a precipitação anual de cidades, como de Caicó - RN, ficando a caráter do levantamento e a
melhor forma de se transmitir esses dados para o leitor, podendo também esses materiais estatísticos
servirem de subsídios para órgãos responsáveis que poderiam utilizar essas informações e prevenir
problemas associados a seca severa, promovendo políticas públicas, o que quase não acontece.

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