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Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Ciências
Departamento de Física
Curso de Meteorologia

Exame do Estado
Tema: Vale Depressionário do Canal de Moçambique

Autor: Jamilo Murramela

Maputo, Junho de 2022


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Estrutura do trabalho

 Introdução
 Revisão Bibliográfica
 Metodologia / Área do estudo
 Resultados e Discussão
 Conclusão

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1 INTRODUÇÃO
• A distribuição espaço-temporal da precipitação em Moçambique
mostra um padrão sazonal nítido ao longo da sua extensão
territorial. As zonas norte e centro do país recebem no geral as
maiores quantidades de precipitação anual, enquanto que a zona
sul recebe as mais baixas quantidades (Atlas de precipitação de
Moçambique, 2007). Esta variabilidade climática é determinada
por uma complexa interação no sistema Terra-Oceano-Atmosfera
associado ao Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), Massas
de Ar do Congo (MAC), frentes frias etc) em diversas escalas
temporais (Allan et el., 2000; Reason, 2001, 2002; ). Um
importante sistema de circulação regional é o Vale Depressionário
do Canal de Moçambique (VDCM), e é responsável pelo
transporte de humidade do CM para maior parte das províncias
litorâneas de Moçambique, com destaque para aquelas localizadas
entre as latitudes 14 e 24 graus sul aproximadamente.
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1.2 OBJECTIVOS
1.2.1 Objectivos Geral
Avaliar a influencia do Vale Depressionário do Canal de
Moçambique e Seus Impactos na precipitação em
Moçambique.
1.2.2 Objectivos Específicos
 Descrever a climatologia de precipitação em Moçambique,
 Caracterizar os principais sistemas sinópticos associados ao Vale
Depressionário do Canal de Moçambique,
 Descrever os processos físicos para a formação do Vale
Depressionário do Canal de Moçambique,
 Indicar os impactos do Vale Deprecionário do canal de
Moçambique na precipitação.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1Climatologia da Precipitação em Moçambique


Fig. 1. Fig.1. Tendência anual da precipitação De acordo, Atlas de Precipitação
média mensal da climatologia (1971-2000) de Moçambique. (2007) a
época chuvosa em Moçambique
estende-se de Outubro à Março,
porém, os maiores volumes de
precipitação registam-se
durante os meses de Janeiro e
Fevereiro. Entretanto, as
estações meteorológicas, com
menores volumes de
precipitação média mensal
(máximo inferior a 150
mm/mês) ocorrendo na região
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sul, e a maior na região centro.
Fig.2. Distribuição Espacial da Precipitação Sazonal e
Média Anual
• No que concerne a
distribuição espacial da
precipitação sazonal e média
anual, ocorre uma grande
variabilidade tanto no sentido
meridional (norte-sul), bem
como no sentido zonal (leste-
oeste), tal como ilustram os
mapas da Fig.2.
• Durante o trimestre de
Outubro- Novembro-
Dezembro (OND) registra-se
Fonte:https://www.inam.gov.mz/index.php/pt/ de 300 à 500 milímetros na
região centro e parte do
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2.2 Principais sistemas sinóticos associados ao Vale
Depressionario do canal de Moçambique
Fig. 3. Ilustração da ZCIT em • A ZCIT é definida como uma
Janeiro e Julho sobre oceano área de nebulosidade
convectiva permanente em
torno da região equatorial,
onde os ventos alísios de
nordeste e sudeste
convergem. Este cinturão de
instabilidade permanente
move-se sazonalmente para o
hemisfério norte e sul, como
resultado da variabilidade da
radiação solar na superfície
terrestre (Fig. 3).
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2.2.1 Massas de Ar do Congo
Fig.4. Fluxos de ar de superfície e
sistemas sinópticos predominantes na
• A Massa de Ar de Congo
região da África Austral. (MAC) representa uma faixa
de humidade que migra de uma
região húmida para regiões
mais secas, De acordo com
Howard e Washington (2019) a
MAC se move constantemente
para o sul da bacia do Congo
em direção ao sul de Angola e
sul da Zâmbia, representando
uma extensa faixa de ar
continental, ocasionando
eventos de precipitação de
verão em diversos países da
25/11/2023 Fonte: Tique (2015) região, incluindo Moçambique.
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2.3 Vale Depressionario do canal de Moçambique
(VDCM)
Fig. 5. Topografia de Moçambique
e Madagáscar.
• O VDCM é formado através do
alongamento de sistemas de
baixa pressão gerado por um
ajuste dinâmico do escoamento
de leste ,pela modificação do
vórtice através da cadeia de
montanhas que se estende de
nordeste à sudoeste de
Madagascar (Barimalala et al.,
2018, 2020; Munday e
Washington, 2017).

25/11/2023 Fonte: https://sawx.co.za/wxmaps/. 9


3 METODOLOGIA/ ÁREA DE ESTUDO
Fig.6.Localização geográfica da • O canal de Moçambique é a
área de estudo. porção do Oceano Índico
situado entre a costa da África
Oriental e Madagáscar,
aproximadamente entre as
latitudes 10º e 25º Sul. Em
relação a metodologia
utilizado foi com base na
revisão da literatura, apesar
de que, se tenha usado dados
observados de precipitação
média mensal (1971-2000)
das principais estações
meteorológicas existentes no
Fonte:Tique (2015) território nacional .( Fig.6)
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 A característica sinóptica e dinâmica do VDCM

Fig.7. Cartas sinópticas de superfície


ilustrando 4 cenários possíveis. • O primeiro e o segundo
cenários são caracterizados
por bloqueio atmosférico,
através do anticiclone
extratropical .Porém, no
primeiro cenário, o VDCM é
forçado a deslocar-se mais a
norte, afectando deste modo, a
convergência de humidade e
possível ocorrência de
precipitação sobre as
províncias de Nampula e Cabo
Delgado (Fig. 7a).
Fonte:
http://www.weather.co.za/home/hestoricalssinoptic./.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 A característica sinóptica e dinâmica do VDCM
Fig.8. (a)-(f) Vento mensal no nível • As cartas sinópticas de
de 850hPa e altura geopotencial superfície são mais
sustentadas quando analisadas
em paralelo com o vento e
altura geopotencial em
850hPa (Fig. 8). As figuras
mostra a climatologia mensal
do vento e altura geopotencial
no nível de 850hPa, de
Novembro a Abril para o
período de 1980 a 2017.
Pode-se observar a mudança
na direção do fluxo zonal do
vento e da altura geopotencial
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Fonte:https://www.cpc.ncep.noaa.gov/. (Figs. 8a e b) 12
• Além disso, um transecto• Na verdade, o início o VDCM em
vertical pelo vdc mostra que Dezembro (Fig. 8b) ocorre após
durante JFM a reversão do os ventos de monção do sul da
fluxo zonal ocorre em um Tanzânia a norte Costa de
nível mais profundo (entre Moçambique passa de sudeste
600 e 400 hPa) em para nordeste. Após atingir seu
comparação com o outros pico em Fevereiro, o enfraquece
meses (não mostrado), gradualmente enquanto a monção
confirmando o inverte volta a ser sudeste em
aprofundamento o vale Março-Abril
durante esses
meses.barimalala (2020)

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4.2 Impacto do Vale Deprecionário do canal de Moçambique na precipitação

Fig. 10. Precipitação acumulada sob • O VDCM mais intenso


efeito isolado VDCM (esquerda) e
associado com as MAC e ZCIT. VA combinar-se com o fluxo de
noroeste mais quente,
associado as MAC,
culminado com a ocorrência
de precipitação intensa que
afectará tanto as províncias
litoráneas de Nampula,
Zambézia, Sofala e norte de
Inhambane, bem como as do
interior do país, tais como
Manica, Tete e por vezes
Niassa (Fig. 10b).
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Fonte: http://www.wxmaps.org/pix/af.vv. 14
5. Conclusão

• Apesar de ter sido pouco estudado, o Vale Depressionário do


Canal de Moçambique é um sistema meteorológico de grande
importância para a dinâmica da circulação na região da África
Asutral em geral. A formação deste sistema meteorológico resulta
do escoamento de leste, associado ao Anticiclone subtropical do
Oceano índico que ao encontrar a barreira da topografia acentuada
de Madagáscar, sofre o efeito de resfriamento adiabático a
barlavento e aquecimento a sotavento da cadeia de montanhas.
Actuando isoladamente, a precipitação é concentrada
maioritariamente sobre o litoral das províncias de Nampula,
Zambézia, Sofala e norte de Inhambane. Porém, quando associada
as Massas de ar do Congo e/ou a Zona de Convergência
Intertropical, podem ocasionar precipitação generalizada até ao
interior das províncias anteriormente mencionadas, mais as
províncias de Manica, Tete e Niassa
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Referências bibliográficas

• Atlas de Preci pitação Moçambique Atlas de Precipitação


Moçambique. 2007 disponivel em:
https://www.inam.gov.mz/index.php/pt/.
• Barimalala, R. et al. Madagascar Influence on the South Indian
Ocean Convergence Zone, the Mozambique Channel Trough and
Southern African Rainfall. Geophysical Research Letters, v.
45, n. 20, p. 11,380-11,389, 2018.
• Barimalala, R. et al. Variability in the Mozambique channel
trough and impacts on Southeast African rainfall. Journal of
Climate, v. 33, n. 2, p. 749–765, 2020.
• Beal, L. M.; Bryden, H. L. The velocity and vorticity structure of
the Agulhas Current at 32°S. Journal of Geophysical Research:
Oceans, v. 104, n. C3, p. 5151–5176, 1999.
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Fim
Obrigado pela atenção

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