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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ZONAS MAIS QUENTES E FRÍGIDAS DE MOÇAMBIQUE

(Curso de Licenciatura em Ensino História)

Nome do Estudante: Felismino dos Santos Valentim


Código: 708208411 – Turma: B

Nampula, Maio de 2022


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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ZONAS MAIS QUENTES E FRÍGIDAS DE MOÇAMBIQUE

(Curso de Licenciatura em Ensino História)

Nome do Estudante: Felismino dos Santos Valentim


Código: 708208411 – Turma: B

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira


de Geografia Física, a ser submetido no
Curso de Licenciatura em Ensino de
História, 3º Ano.

Tutor:

Nampula, Maio de 2022


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Índice

Introdução...................................................................................................................................3

1. ZONAS QUENTES E BAIXAS DE MOÇAMBIQUE..........................................................4

1.1. Definição do Conceito de Clima..........................................................................................4

1.2. Principais Tipos Climas de Moçambique e Suas Características........................................4

1.2.1. Clima Modificado Pela Altitude.......................................................................................4

1.2.2. Clima Húmido e Seco.......................................................................................................5

1.2.3. Clima Semi-árido..............................................................................................................5

3. Regiões e Factores de Localização Climáticas.......................................................................5

3.1. Zonas Baixas ou Frias..........................................................................................................5

3.1.1. Factores de Motivação das Zonas Frias............................................................................6

3.2. Zonas Quentes......................................................................................................................7

3.2.1. Factores de Motivação das Zonas Quentes.......................................................................7

3. Impacto dos Factores Climáticos sobre os Elementos Climáticos na Actividade..................7

4. Influência das Mudanças Climáticas na Província de Nampula.............................................8

Conclusão..................................................................................................................................10

Bibliografia...............................................................................................................................11
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Introdução

O presente trabalho apresenta o seguinte tema: Zonas Quentes e Frígidas de Moçambique. No


decorrer do trabalho faz-se a contextualização da definição do conceito de clima; principais
tipos climas de Moçambique e suas características; regiões e factores de localização
climáticas; impacto dos factores climáticos sobre os elementos climáticos na actividade
agrícola em Moçambique; e influência das mudanças climáticas na província de Nampula.

O trabalho tem como objectivo geral compreender as zonas mais quentes e frígidas do
território moçambicano. E tem como objectivos específicos: (i) definir o conceito de clima;
(ii) explicar os tipos de clima em Moçambique e suas características; (iii) descrever as zonas
mais quentes e mais frígidas de Moçambique e os factores da ocorrência de tais
características.

É de salientar que para a sua efectivação, foi possível com base a consulta bibliográfica de
obras e pensamentos de alguns autores que ressaltam sobre as temáticas em questão. Porém,
este trabalho encontra-se estruturado em introdução, desenvolvimento, conclusão e a
respectiva bibliografia. Em fim, esta tarefa de carácter avaliativa e científica na se traduz num
dogmatismo, visto que está aberto para que se faça a apreciação, expondo correcções, críticas
e sugestões com vista a sua melhoria.
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1. ZONAS QUENTES E BAIXAS DE MOÇAMBIQUE

O critério de classificação das regiões ou zonas baixas ou quentes é definido pela correlação
climática, ou seja, é o clima que determina as condições térmicas e frígidas de uma
determinada região geográfica.

1.1. Definição do Conceito de Clima

Segundo Moura e Almeida (s/d:57) ‘‘clima é conjunto dos fenómenos meteorológicos que
caracterizam o estado médio da atmosfera num ponto da superfície terrestre’’.

A maior parte do território Moçambicano localiza-se na zona intertropical o que confere


naturalmente um clima do tipo tropical. Há no entanto algumas diferenças climáticas por um
lado devido à factos específicos do clima de Moçambique.

1.2. Principais Tipos Climas de Moçambique e Suas Características

De acordo com Muchangos (1999), “pela sua localização geográfica os tipos de tempo em
Moçambique são determinados pela localização da zona de baixas pressões equatoriais, das
células anticiclónicas tropicais e das frentes polares do Antárctico”.

Da análise do comportamento conjunto dos elementos climáticos, concluiu-se que a


República de Moçambique possui, uma maneira geral, um clima quente e húmido. As
principais variações climáticas explicam-se pela continentalidade, altitude, exposição e
posição geográfica, que se manifestam pelas diferenças regionais e locais entre o litoral e o
interior entre os vales e as terras altas e entre o barlavento e o sotavento.

1.2.1. Clima Modificado Pela Altitude

O carácter predominantemente tropical do clima, releva-se sobretudo pela coincidência entre


o período de chuvas, e o período quente e pela amplitude térmica anual que é em todo
território, inferior à diurna. A temperatura média anual é sempre superior a 20º C, excepto nas
montanhas de Niassa, da Zambézia, de Tete e de Manica onde as temperaturas inferiores a 16º
C na estacão mais fria condicionam a ocorrência de climas de altitude (Muchangos, 1999).
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1.2.2. Clima Húmido e Seco

As temperaturas méis elevadas registam-se entre Dezembro e Fevereiro onde as máximas


diárias chegam a atingir 38º a 40º C. Os meses de Junho e Julho são os mais frios. De uma
maneira geral os valores das temperaturas médias anuais decrescem de Norte para Sul e de
Este para Oeste com o aumento da latitude e continentalidade respectivamente. Com o
aumento da temperatura em Dezembro, Janeiro e Fevereiro, registam-se também os valores
mais elevados de pluviosidade.

De acordo com Muchangos (1999):

De uma maneira geral decrescem de Norte para Sul as somas pluvimétricas e a


duração do período das chuvas. O período das chuvas que tem inicio em
Outubro é mais curto que o período seco, exceptuando algumas regiões
costeiras onde a duração do período das chuvas é sensivelmente de 6 meses. A
influência oceânica contribui para uma certa uniformização climática de todo o
litoral, com temperaturas de ordem dos 24º C e somas pluviométricas de 800 a
1.400 mm.

1.2.3. Clima Semi-árido

Devido a influência da corrente Moçambique-Agulhas, verifica-se uma certa disposição


meridional das isoietas possuindo as regiões mais afastadas do litoral climas secos e semi-
áridos. Nestas regiões do interior na estacão seca, os totais mensais pluviosidade baixam
consideravelmente durante 3 a 5 meses, alguns deles, sem qualquer queda pluviométrica
(Muchangos, 1999).

3. Regiões e Factores de Localização Climáticas

De acordo com Muchangos (1999), “as características climatológicas e meteorológicas de


Moçambique permitem distinguir fundamentalmente duas regiões climáticas, separadas por
uma zona de transição, mais ou menos expressa na parte central do país”.

3.1. Zonas Baixas ou Frias

Abrange todo território situado sensivelmente ao Norte do paralelo de 20º Sul. Ela é
fortemente influenciada pela proximidade da CIT e pelos ventos alíseos e monçónicos que em
conjunto determinam a ocorrência dos principais tipos de tempo. Para além destes factores
exercem grande influência sobre o clima desta região a continentalidade, a altitude, a
exposição e posição geográfica (Muchangos, 1999).
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Grande parte do norte de Moçambique regista temperaturas médias anuais superiores a 25º C
e somas pluviométricas anuais superiores a 800 mm. Os valores máximos de pluviosidade
registam-se nas montanhas de Namuli e Niassa com mais de 2.000 mm e temperaturas médias
inferiores a 18º C. Na faixa do litoral Norte entre Mocimboa da Praia e Ilha de Moçambique
correm valores de temperatura superiores a 24º C e somas pluviométricas anuais inferiores a
1.000 mm.

Estas condições especiais de relativa aridez podem estar relacionadas com o efeito do embate
da Corrente Equatorial que se desloca no sentido Oeste-Este e que nestas alturas se bifurca
formando-se aí ramo Sul a Corrente de Moçambique.

Entre Pebane e Sofala, incluindo o delta do rio Zambeze o clima chuvoso de savana é
caracterizado por temperaturas médias anuais entre 24º e 25º C e pluviosidade entre 1.000 e 1.
600 mm. Entre o Zumbo e Mutarara, ao longo do vale do rio Zambeze, o clima é
caracterizado por um índice de aridez bastante elevado. Os valores de pluviosidade total anual
variam entre 600 e 800 mm diminuindo gradualmente para montante do rio (Mucahngos,
1999 apud MICOA, 2006).

3.1.1. Factores de Motivação das Zonas Frias

Os alíseos húmidos reforçam as condições para a ocorrência de chuvas orográficas. De acordo


com Muchangos (1999), refere que “nesta época do ano, sob o planalto sul-africano, mais ou
menos à latitude de Pretória, forma-se as depressões de origem térmica, que afectam o estado
de tempo na parte sul de Moçambique”.

Esta circunstância faz com que esta parcela do território moçambicano, seja invadida por
massas de ar tropical instáveis que dão origem a nuvens densas e ventos fortes. Frequentes
vezes formam forma-se frentes frias acompanhadas de aguaceiros em que, uma massa de ar
frio que entre em contacto com uma massa de ar quente, provoca uma rápida solidificação das
superfícies aquosas originando precipitação sólida de granizo e saraiva. Simultaneamente,
todo o país, sobre tudo ao Norte, encontra-se sobre influência de massas de ar tropicais de
origem oceânica ou por ciclones provenientes de centros localizados sobre a Ilha de
Madagáscar e no canal de Moçambique (MIACOA, 2006).

Os ciclones são mais frequentes entre Janeiro e Fevereiro e provocam chuvas acompanhadas
por trovoadas, ventos fortes e tempestuosos que atingem, por vezes, mais de 100 km/h. Estes
ciclones, embora de grande significado meteorológico, têm climáticamente, pela sua
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frequência, um significado reduzido para Moçambique e só afectam o litoral na fase de


dissipação, com os ventos já enfraquecidos, a precipitação reduzida, mas ainda com
capacidade suficiente para causar danos (Muchangos, 1999).

3.2. Zonas Quentes

Os valores de temperatura são mais elevados, registando-se nas proximidades da cidade de


Tete valores de pluviosidade média anual inferiores a 800 mm. Esta combinação entre altas
temperaturas e baixa pluviosidade caracteriza esta parcela como uma das mais áridas do país.
Esta extrema secura do clima resulta da fraca influencia oceânica aliada às elevadas
temperaturas médias anuais e porque o efeito altitudinal não é suficiente para tornar o clima
mais húmido (Muchangos, 1999).

3.2.1. Factores de Motivação das Zonas Quentes

A zona de baixas pressões equatoriais (zona quente) constitui uma faixa estreita e móvel para
onde convergem os ventos alíseos. Esta Zona de Convergência Intertropical (CIT) conhecida
em inglês Intertropical Convergence Zone (ITCZ), é uma cinta de ventos regulares, húmidos e
instáveis. Ela desloca-se de um para outro lado do equador em função do maior vigor da
influência dos alíseos oriundos das células anticiclónicas. As células anticiclónicas,
localizam-se nos dois lados da África Meridional sobre os oceanos Índicos e Atlântico,
determinando sobre influência dos centros depressionários equatorial e polar o regime dos
ventos monçónicos e alíseos respectivamente (Muchangos, 1999).

3. Impacto dos Factores Climáticos sobre os Elementos Climáticos na Actividade


Agrícola em Moçambique

De acordo Queface (2009), no país os factores climáticos sobre os elementos climáticos na


actividade agrícola manifestam-se principalmente nas mudanças climáticas e sob a forma de
evento extremos como as secas, cheias e ciclones tropicais.

A disponibilidade de água é fundamental para o desenvolvimento da agricultura


nomeadamente na irrigação dos terrenos marginais e adjacentes ao rio, na produção de
energia eléctrica e para o abastecimento de água às populações. Quanto às bacias
hidrográficas, dado que as condições orográficas, atmosféricas, climáticas e pedológicas
exercem grande influência sobre o regime e caudal, distinguem-se três regiões distintas no
que respeita ao comportamento dos rios.
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Na parte Norte do país, dada a melhor distribuição e frequência das chuvas e maior dispersão
de rochas magmáticas e metamórficas, as bacias hidrográficas apresentam
predominantemente um padrão detrítico. Desníveis locais na transição entre as superfícies
morfograficas constituem condições propícias para a instalação de represas para fins agrícolas
e para a produção de energia hidroeléctrica, impedindo porém a sua utilização intensiva como
via de circulação fluvial.

Em Moçambique estação ciclópica vai de desde Novembro a Abril. Os ciclones que atingem o
país formam-se no leste de Madagáscar e no canal de Moçambique. Os que se formam no
leste de Madagáscar tendem a causar ventos mais fortes e que tornam intensos quando
atingem as águas quentes do canal de Moçambique, ao passo que os que se formam no canal
de Moçambique normalmente são acompanhados por chuvas intensas e que por vezes causam
cheias (Borrego et al., 2010).

Os impactos das cheias podem mudar dependo da magnitude a que elas ocorrem, duração e
distribuição espacial, por exemplo os novos depósitos de solos causados pelas cheias podem
constituir um enorme potencial agrícola poucos meses depois. No nosso País as cheias são
causadas por um conjunto de factores tais como a precipitação concentrada e intensa num
lugar, deficiente gestão de barragens quer no território nacional ou Países da montante e
actividade dos ciclones tropicais (MICOA, 2006).

A seca, este fenómeno em termos históricos tem provocado impactos maiores que os das
cheias na vida da população, possuindo um potencial para causar roturas económicas de longo
termo contrariamente a uma calamidade de curta duração (MICOA, 2006).

De acordo com Queface (2009) no período entre 1956 a 2008 ocorreram 10 eventos de seca
no País. Conforme o MICOA (2007) as secas são frequentes nas regiões centro e sul de
Moçambique, ocorrendo também alguns focos nas províncias do Norte. Em Moçambique a
seca resulta dos baixos índices de precipitação que resultam na falta de água para manutenção
da cobertura vegetal.

4. Influência das Mudanças Climáticas na Província de Nampula

O principal factor da variação interanula do clima é a ENSO, nas suas duas fases, quente (El
Niño) e frio (La Niña). O impacto destas duas fases foi examinado, comparando os padrões
das estações em cada fase com as estações neutras. As províncias com equilíbrio usufruem
das condições de maior pluviosidade no início de estação durante o El Niño. A redução da
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pluviosidade é mais acentuada de Janeiro a Março e concentrada principalmente na zona sul e


centro. Pelo contrário, as estações do La Niña influenciam positivamente a pluviosidade,
novamente mais acentuada no sul e centro, de Janeiro e Março (MICOA, 2012).

Nampula é a parte da região mais húmida do país com pluviosidade de cerca de 1.500mm e
elevado número de dias de precipitação. Apresenta tendência decrescente da pluviosidade
sazonal na zona do litoral, decorrente da redução da pluviosidade de Novembro a Dezembro e
de menos dias precipitação, particularmente em Dezembro. Consequentemente, a cobertura da
vegetação apresenta tendência decrescente, particularmente evidente na fase inicial da estação
(MICOA, 2012).

Tanto o El Niño como os La Nina têm pouco impacto nos padrões de mudanças climáticas
província, mas as estações do El Nino tendem, em geral, a ser mais curtas.
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Conclusão

Moçambique é um país que se encontra no sudeste de África, é um país que faz fronteira com
vários países como por exemplo Zâmbia, Zimbabwe, África do Sul, Malawi, Tanzânia, entre
outros. O clima em Moçambique é influenciado pelas monções do Oceano Índico e pela
corrente quente do Canal de Moçambique, em geral é tropical e húmido, com uma estação
seca no Centro/Norte que varia de 4 a 6 meses. No Sul o clima é tropical e seco que se
prolonga de 6 a 9 meses.

Na estação húmida as chuvas ocorrem entre Outubro e Abril. Na estação seca é de Abril a
Outubro. As condições climatéricas dependem de lugar para lugar. Na costa, as chuvas são
torrenciais e são mais a norte que a sul. São muito frequentes as tempestades tropicais durante
a época húmida. As temperaturas são variáveis, com máximas de 35 graus, médias de 20
graus e mínimas de 11 graus.
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Bibliografia

Muchangos, Aniceto dos. (1999) Moçambique: Paisagens e Regiões Naturais. Topografia


Globo, Maputo.

Queface, A. (2009). Abordagem Geral Sobre Desastres Naturais e Mudanças Climáticas em


Moçambique. Maputo.

Borrego, C, et al. (2010). As Alterações Climáticas: uma realidade transformada em desafio.


Lisboa. Portugal

MICOA. (2006). Avaliação das Experiências de Moçambique na Gestão de Desastres


Climáticos (1999 a 2005). Maputo. Moçambique

MICOA. (2012). Estratégia Nacional de Adaptação e Mitigação de Mudanças Climáticas


2013-2015.Maputo.Moçambique

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