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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

OCORRÊNCIA DE CICLONES TROPICAIS EM MOÇAMBIQUE

Olga Mário Natego


71220377

Quelimane, Agosto de 2022


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

OCORRÊNCIA DE CICLONES TROPICAIS EM MOÇAMBIQUE

Trabalho de campo de caracter avaliativo,


Curso de Licenciatura em Ensino de
Geografia da UnISCED, do ano
recomendado pela Coordenação;
Tutor:

Olga Mário Natego


71220377

Quelimane, Agosto de 2022


Índice
1. Introdução...........................................................................................................................1
1.1. Objectivos........................................................................................................................2
1.1.1. Geral.............................................................................................................................2
1.1.2. Específicos....................................................................................................................2
1.2. Metodologia.....................................................................................................................2
2. Marco teórico.....................................................................................................................3
2.1. Localização Geográfica...................................................................................................3
2.2. Ciclones...........................................................................................................................3
2.3. Caracterização da vulnerabilidade de Moçambique aos eventos extremos....................4
2.4. Impactos dos Eventos Extremos......................................................................................6
2.5. Situação dos ciclones tropicais........................................................................................6
2.6. Ocorrência de ciclones tropicais em Moçambique..........................................................7
2.7. Os impactos dos Ciclones Idai e Kenneth em Moçambique...........................................9
3. Conclusão.........................................................................................................................11
4. Referências bibliográficas................................................................................................12
1. Introdução

O presente trabalho científico aborda sobre ocorrência de ciclones tropicais em Moçambique,


e tem foco principal vários itens sendo a localização geográfica de Moçambique, conceito de
ciclones, caracterização da vulnerabilidade de Moçambique aos eventos extremos, impactos
dos eventos extremos, situação dos ciclones tropicais, ocorrência de ciclones tropicais e por
fim os impactos dos ciclones Idai e Kenneth em Moçambique. Um ciclone só se torna
calamidade quando causa enormes danos humanos e materiais. A magnitude dos ciclones bem
como a vulnerabilidade do seu alvo determinam o nível de risco destas calamidades que tem
estado a aumentar nos últimos anos com as constantes mudanças climáticas. Na sequência
destas mudanças bem como a crescente densidade populacional, cresce cada vez mais o nível
de vulnerabilidade aos ciclones e outros fenómenos naturais relacionados.
De maneira geral o presente trabalho esta estruturado da seguinte forma: introdução,
desenvolvimento, conclusão e referência bibliográfica.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Analisar a principal ocorrência de ciclones tropicais em Moçambique.

1.1.2. Específicos

 Identificar os impactos dos ciclones Idai e Kenneth;


 Descrever a situação dos ciclones tropicais;
 Caracterizar a ocorrência de ciclones tropicais em Moçambique.

1.2. Metodologia

Para a efectivação e conclusão deste trabalho foi necessário o auxílio de várias obras físicas e
electrónicas como: livros, artigos científicos, teses e dissertações que abordam sobre o tema
que contribuíram bastante na conclusão e compilação deste trabalho.

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2. Marco teórico

2.1. Localização Geográfica

Moçambique situa-se na Costa Oriental da África Austral, entre os paralelos 10º 27’ e 26º52’
de Latitude Sul e os meridianos 30º 12’ e 40º 51’ de Longitude Este. A Norte faz fronteira
com a República da Tanzânia, a Oeste com Malawi, Zâmbia, Zimbabwe, África do Sul e
Swazilândia, a Sul com a África do Sul e a Este é banhado pelo oceano Índico. O país ocupa
uma área de cerca de 799.380 km2, dos quais cerca de 786.380 km2 são de terra firme e
13.000 km2 de águas superficiais (MICOA, 2005).

Ao longo dos cerca de 2.700 km de costa existem numerosas ilhas sendo de destacar o
arquipélago das Quirimbas na província de Cabo Delgado, a Ilha de Moçambique e as ilhas
Goa e Sena na província de Nampula, o arquipélago do Bazaruto em Inhambane, as ilhas de
Inhaca, Elefantes e Xefina na província de Maputo.

Administrativamente o país está organizado em 11 Províncias, 128 Distritos, Postos


Administrativos e Localidades. Existem 33 Municípios que compreendem os maiores centros
urbanos, incluindo as 10 cidades com estatuto de capital provincial e Maputo, a capital do
País, que tem estatuto de província.

2.2. Ciclones

Moçambique é um país bastante exposto a este fenómeno, uma vez que a sua costa forma a
fronteira ocidental duma das mais activas bacias dos ciclones tropicais, o Sudoeste do Oceano
Índico. Todos os anos, esta bacia sozinha produz cerca de 10% de todos os ciclones do mundo
(MICOA, 2004).

Os ciclones tropicais que se formam nesta zona atingem Moçambique em média uma vez por
ano, enquanto que as depressões de menor intensidade ocorrem três a quatro vezes por ano.
Aparte do país atingida com mais frequência é a zona entre Pemba e Angoche e nas
proximidades da cidade da Beira.

A estação ciclónica em Moçambique vai de desde Novembro a Abril e os ciclones que


atingem o país formam-se no leste de Madagáscar e no Canal de Moçambique. Enquanto que
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os primeiros tendem a causar ventos mais fortes, intensificando ao atingir as águas quentes do
Canal de Moçambique, os últimos são normalmente acompanhados por chuvas mais intensas
por vezes causando cheias. De facto, os ciclones e as depressões tropicais contribuíram
bastante para a ocorrência das catastróficas cheias do ano 2000 (Aon, 2019, p.29).

Um ciclone só se torna calamidade quando causa enormes danos humanos e materiais. A


magnitude dos ciclones bem como a vulnerabilidade do seu alvo determinam o nível de risco
destas calamidades que tem estado a aumentar nos últimos anos com as constantes mudanças
climáticas. Na sequência destas mudanças bem como a crescente densidade populacional,
cresce cada vez mais o nível de vulnerabilidade aos ciclones e outros fenómenos naturais
relacionados.

Os ciclones não podem ser prevenidos nem controlados, mas importantes medidas podem ser
tomadas para minimizar o seu impacto fazendo com que o sistema de aviso prévio seja um
dos instrumentos de mitigação mais importantes. Um aviso prévio permite a tomada de
decisões a tempo e hora pelos diversos intervenientes, nomeadamente as populações que bem
podem evacuar os seus interesses da área visada. Entretanto, os avanços tecnológicos deram
luz a um sistema fiável de monitoria dos ciclones. Na África Austral já foram estabelecidos
vários Centros Meteorológicos Regionais Especializados (CMREs) que monitoram a
formação e desenvolvimento dos ciclones (GoM, 2019, p.35).

2.3. Caracterização da vulnerabilidade de Moçambique aos eventos extremos

Os efeitos climáticos sobre as actividades humanas e recursos naturais podem ser descritos
por dois factores: sensibilidade e vulnerabilidade. A sensibilidade é o grau a partir do qual o
sistema responde a mudanças nas condições climáticas e, vulnerabilidade indica o grau no
qual as mudanças climáticas podem afectar o sistema. A vulnerabilidade não depende apenas
da sensibilidade do sistema mas também da habilidade deste em adaptar-se a novas condições
climáticas (Gulland, 2019, p.89).

Moçambique é um país vulnerável às mudanças climáticas devido à sua localização


geográfica (com cerca de 2,700 Km de costa, maior parte dos rios internacionais atravessarem
o país antes de desaguarem no Oceano Índico, superfícies abaixo do nível das águas do mar);
temperaturas altas; aridez e pobreza dos solos; ocorrência de doenças endémicas; deficiente
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vias de comunicação; alto nível de analfabetismo, elevada taxa de crescimento populacional;
pobreza absoluta e dependência dos recursos naturais que por sua vez dependem da
quantidade de precipitação.

A localização geográfica é um dos principais factores que contribui para a vulnerabilidade do


País aos eventos extremos, na medida em que alguns dos ciclones tropicais e depressões são
formadas no Oceano Índico, atravessam o Canal de Moçambique e afectam a parte costeira.
Com a subida da temperatura global, aumentará a frequência e severidade de secas no interior
do País e de cheias nas regiões costeiras (GoM, 2000. P.56).

São exemplos os eventos de cheias que tiveram lugar em 2000 no sul e em 2001 no centro de
Moçambique.

Muitos moçambicanos vivem em condições de pobreza absoluta, insegurança alimentar e


nutricional, com consequências severas para a saúde, tendo em conta que as deficiências
nutricionais exacerbam os efeitos do HIV/SIDA. Por outro lado a ocorrência dos eventos
extremos tem deteriorado as já precárias condições de vida das populações, resultando na
eclosão de epidemias como cólera, malária, disenteria, etc.

A produção de alimentos devia aumentar para satisfazer a demanda da população humana em


rápido crescimento. Contudo, previsões indicam menos chuva para maior parte de África,
onde muitos agricultores dependem da queda de chuvas (Sanches, 2000, p.67).

Em adição, pragas ocorrem frequentemente durante ou depois de um evento extremo


reduzindo a produção agrícola e piorando a situação de emergência das famílias agrícolas. A
insegurança alimentar e nutricional e as epidemias exacerbam os efeitos do HIV/SIDA e
outras epidemias e deste modo aumenta a vulnerabilidade das populações aos fenómenos de
variabilidade climática.

Os principais eventos extremos são as secas, cheias e ciclones tropicais. Outros problemas
ambientais que assolam o País incluem epidemias, pragas, queimadas, de florestamento e
erosão.

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2.4. Impactos dos Eventos Extremos

Um dos mais importantes efeitos das mudanças climáticas é a destabilização do sistema


climático global que concorre para a ocorrência de eventos climáticos tais como as cheias, as
secas e os ciclones. Dada a desestabilização do sistema climático global, os eventos climáticos
ocorrem com maior frequência e maior intensidade.

Segundo dados do INGC, o espaçamento temporal das cheias e ciclones tendem a diminuir,
enquanto que a prevalência da seca, particularmente na região Sul do país tende a ser mais
prologada.

Os eventos extremos podem causar mortes em massa e contribuir significativamente na


determinação da ocorrência ou não de espécies em certos ecossistemas (Permesan et al.,
2000, p.85).

As cheias de grande magnitude, similares as dos Rios Púnguè (1997), Zambeze (2002) e
Limpopo (2000) causaram danos consideráveis à vegetação ribeirinha e aos mangais. Secas
prolongadas jogam papel importante na dinâmica das florestas, conduzindo por vezes à
mortalidade massiva das árvores por dissecação (Martin, 1997, p.204)). Por outro lado, a
perda de habitats por eventos extremos pode conduzir a um aumento do conflito Homem -
Fauna Bravia.

2.5. Situação dos ciclones tropicais

Os ciclones normalmente ocorrem ao longo da costa de Moçambique em função de


depressões tropicais que têm origem no oceano Índico, mas às vezes têm também afectado
algumas zonas do interior A época ciclónica é de Outubro a Abril e a sua intensidade aumenta
no período de Fevereiro a Abril (Manuel,2004, p.83).

Os ciclones tropicais são entre os sistemas meteorológicos os mais fortes e destrutivos,


globalmente, estes ocorrem de forma cíclica, acompanhados de ventos fortes e chuvas
torrenciais. Causam destruição de infra-estruturas resultando em falhas nos sistemas de
abastecimento de água potável e energia eléctrica, considerável número de desalojados e
agravamento das deficitárias condições de saneamento do meio retrocessos sociais e

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económicos, perdas de vidas, sofrimento humano, destruição de propriedades, degradação do
meio ambiente e ruptura das actividades normais (Ochoa, 2019.p.33).
Contudo, estes eventos extremos podem contribuir para o suprimento de água em zonas
outrora secas, redistribuição da flora e fauna.

O INGD e o INAM prepararam o Novo Sistema de Alerta/Aviso de Ciclones Tropicais em


Moçambique. Este sistema visa definir acções a serem realizadas pelos diferentes actores e a
todos os níveis com vista a reduzir os efeitos resultantes da ocorrência de ciclones no país.

De acordo com Morreira (2005, p.123) sustenta que após a elaboração do Novo Sistema,
foram identificadas as seguintes actividades como sendo as prioritárias para divulgação e
implementação:
 Produção de material de divulgação;
 Inclusão nos programas de ensino/aprendizagem;
 Campanhas de educação cívica;
 Envolvimento dos órgãos de informação;
 Envolvimento de instituições públicas, autoridades comunitárias e outras pessoas
influentes;
 Envolvimento de ONG’s e associações cívicas.

Contudo, pouco foi feito devido à falta de recursos financeiros para implementação deste
sistema, que se julga que serviria para alertar o público em geral, e as comunidades locais em
particular sobre a proximidade de ciclones para que estas possam tomar as devidas atitudes.

2.6. Ocorrência de ciclones tropicais em Moçambique

A ocorrência de desastres pode ser atribuída a causas naturais ou resultantes da actividade do


próprio homem. As actividades sócio económicas transformam o ambiente natural o qual,
alterado, acaba constringindo o próprio desenvolvimento socioeconómico e os pobres são os
mais vulneráveis aos desastres, porque dispõem de menos recursos e capacidade para lidar
com os impactos ou evitá-los. Considera-se vulnerabilidade ao grau de susceptibilidade ou
incapacidade de resposta de um sistema face aos efeitos adversos das mudanças climáticas,
que inclui a variabilidade climática e os eventos extremos (Broersma, et al., 2003, p.87).

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O potencial para que um evento natural extremo se transforme em desastres depende da
vulnerabilidade as mudanças climáticas, que é função de três componentes, nomeadamente a
exposição, sensibilidade e capacidade de adaptação. Alto grau de exposição ou sensibilidade
resulta em grau de vulnerabilidade alto e alta capacidade de adaptação implica baixo grau de
vulnerabilidade.

A vulnerabilidade de Moçambique face aos desastres naturais aumentou nos últimos anos.
Por exemplo, entre 1972 a 2005, o país registou dois dos maiores desastres naturais de
África, a seca de 1985 que afectou 2.466 mil pessoas e matou outras 100 mil e as cheias de
2000, que provocou 699 óbitos, 5. 2 milhões de pessoas afectadas, USD 600 milhões em
perdas directas e indirectas, redução do crescimento económico de 10 % para 3.8 %, entre
outros danos (GoM, 2000, p.81).

Os factores de vulnerabilidade em Moçambique, também estão associados a sua localização


geográfica, a fraca capacidade e habilidade de prever eventos climáticas extremos e
disseminar avisos de alerta atempadamente, a escassez de recursos financeiros para socorrer
as populações afectadas em tempo útil, incluindo a rápida reposição dos bens destruídos
(Benessene, 2000, p.43).

A vulnerabilidade de Moçambique às mudanças climáticas é uma função da sua localização e


geografia: grandes áreas do país estão expostas a ciclones tropicais, secas (de três em três ou
de quatro em quatro anos) e rios/tempestades costeiras provocam cheias. Esta vulnerabilidade
é agravada pelos 2.470 km de costa do país e pela fragilidade socioeconómica. Mais de 60%
da população vive em zonas costeiras baixas, onde tempestades intensas vindas do Oceano
Índico e a subida do nível do mar colocam em risco as infra-estruturas, a agricultura costeira,
os principais ecossistemas e a pesca. Embora a migração para zonas urbanas esteja a
aumentar, dois terços da população ainda reside em zonas rurais com acesso limitado a
electricidade, água potável e saneamento (Aon, 2019, p.78).

Quarenta e cinco por cento da população vive abaixo do limiar da pobreza e 70 por cento
depende da produção agrícola sensível ao clima para a sua alimentação e subsistência. O
aumento da frequência e gravidade de tempestades intensas, secas e cheias são susceptíveis de

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exacerbar estes desafios de desenvolvimento. Por exemplo, as condições do El Niño em 2015-
2016 causaram a pior seca dos últimos 35 anos, reduzindo a disponibilidade de alimentos em
15%. A insegurança alimentar causada pela seca agravou-se em 2017 com o ciclone Dineo,
que danificou culturas e destruiu infra-estruturas.

2.7. Os impactos dos Ciclones Idai e Kenneth em Moçambique

Em março e abril de 2019, dois ciclones tropicais, Idai e Kenneth, atingiram o centro e o norte
de Moçambique, causando uma destruição, danos e perda de vidas generalizados devido a
ventos fortes, precipitação e inundações subsequentes. O ciclone Idai, um ciclone de categoria
2 quando atingiu a massa terrestre, foi a tempestade mais mortífera de sempre a atingir África
e o maior desastre humanitário de 2019, causando 1300 mortes em todo o sudeste de África
(Ochoa, 2019, p.18).

O ciclone Kenneth, que atingiu a massa terrestre um mês depois como um ciclone de
categoria 4 com rajadas de vento de 220 km/h, foi o ciclone mais forte a atingir África.

A depressão tropical 11, precursora do ciclone Idai, trouxe fortes chuvas a Moçambique,
causando inundações no Vale do Zambeze (províncias de Tete e Zambézia) no início de
março. A tempestade, no entanto, não parou aí. Depois de um caminho invulgar, voltou para o
Canal de Moçambique, onde rapidamente se intensificou e depois regressou à massa terrestre,
à medida que o ciclone Idai atingia a cidade portuária da Beira, a 15 de março. A velocidade
do vento de 180 km/h arrancou telhados de casas e edifícios e trouxe uma maré de tempestade
de até 6 metros3 para áreas residenciais e agrícolas de baixa altitude. Durante os dias que se
seguiram, o ciclone Idai passou para o interior e para o Zimbabué, onde libertou chuvas
torrenciais que fizeram com que rios a jusante nas províncias de Manica e Sofala, em
Moçambique, transbordassem, formando um “oceano interior”.

Embora a velocidade do vento e o atingimento da massa terrestre tivessem sido rigorosamente


previstos e os alertas tivessem sido comunicados vários dias antes da tempestade, o alerta
sobre as inundações foi muito limitado. Como resultado, os impactos para as comunidades
oriundos das águas das inundações foram severos, com inundações repentinas que forçaram as
pessoas a subirem árvores e telhados para escapar das águas das inundações (Gulland, 2019,
p.189).
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Os impactos dos ciclones Idai e Kenneth destacaram a necessidade de um investimento muito
maior na Redução de Risco de Desastres (RRD) em Moçambique. O governo e os seus
parceiros têm-se concentrado no desenvolvimento e na resposta a desastres com sucessos
significativos. No entanto, face ao crescente risco climático, a RRD é fundamental para
salvaguardar essas vitórias, garantindo que não são perdidas no próximo acontecimento
catastrófico.

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3. Conclusão

Chegado ao fim do presente trabalho concluo que os ciclones tropicais que se formam nesta
zona atingem Moçambique em média uma vez por ano, enquanto que as depressões de menor
intensidade ocorrem três a quatro vezes por ano. Aparte do país atingido com mais frequência
é a zona entre Pemba e Angoche e nas proximidades da cidade da Beira. A estação ciclónica
em Moçambique vai de desde Novembro a Abril e os ciclones que atingem o país formam-se
no leste de Madagáscar e no Canal de Moçambique. Portanto, um dos mais importantes
efeitos das mudanças climáticas é a destabilização do sistema climático global que concorre
para a ocorrência de eventos climáticos tais como as cheias, as secas e os ciclones. Dada a
desestabilização do sistema climático global, os eventos climáticos ocorrem com maior
frequência e maior intensidade. Em suma, os factores de vulnerabilidade em Moçambique,
também estão associados a sua localização geográfica, a fraca capacidade e habilidade de
prever eventos climáticas extremos e disseminar avisos de alerta atempadamente, a escassez
de recursos financeiros para socorrer as populações afectadas em tempo útil, incluindo a
rápida reposição dos bens destruídos.

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4. Referências bibliográficas
 Aon, Q. (2019). Weather, Climate & Catastrophe Insight 2019 Annual Report.
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Moçambique.
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