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ARMINDO DOS SANTOS MATOS

MARIA SÍLVIA DA GRAÇA E COSTA

COLECTÂNEA DE
LEGISLAÇÃO
AUTÁRQUICA

2ª Edição Actualizada

Maputo, 2010
Ficha Técnica

Editor – ANAMM
Associação Nacional dos Municípios de Moçambique

Título – COLECTÂNEA DA LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA – 2ª. Edição

Autores – Armindo dos Santos Matos


Maria Sílvia da Graça e Costa

Produção gráfica – Quickdesigner

Impressão PALMA Artes Gráficas, Lda. Portugal

Tiragem: 1000 Exemplares

Registo 5797/RLINLD/2008
NOTA INTRODUTÓRIA À 2ª. EDIÇÃO

A 1ª Edição da Colectânea de Legislação Autárquica, encontra-se esgotada.


Em razão do interesse e da procura desta colectânea e tendo em conta que nova
legislação já foi publicada, alguma alterando a anterior, julgou-se útil e oportuno
proceder-se a uma 2ª Edição, tendo sempre como objectivo fundamental a
valorização dos funcionários e a obtenção do profissionalismo que irá significar a
pretendida melhoria dos serviços prestados pela Administração Pública.

A fim de que o leitor possa rapidamente ter uma ideia das principais alterações, elas
decorrem da definição dos parâmetros e limites das remunerações dos titulares e
membros das autarquias locais, a organização territorial de algumas vilas, o
regulamento do uniforme e da organização do curso de formação da polícia
municipal, da definição das modalidades da tutela administrativa dos governadores
e governos provinciais e principalmente do novo Código Tributário Autárquico,
derivado da Lei das Finanças Autárquicas de 2008.

Tal como foi referido na Nota Prévia da 1ª edição da Colectânea de Legislação


Autárquica, os autores agradecem o apoio prestado pela Associação Nacional dos
Municípios de Moçambique, em particular o seu Presidente Manuel Cambezo.

Maputo, Maio de 2010.

Os autores
NOTA PRÉVIA

Nos últimos anos profundas foram as modificações introduzidas no nosso sistema


jurídico, não só na legislação ordinária como no próprio texto constitucional, já que
este não apenas alicerçou uma realidade da ordem normativa moçambicana como
ao fazê-lo, nela transferiu toda a filosofia política que lhe serviu de suporte.

O denominado “Pacote Autárquico”, também ele, tem vindo a sofrer reajustamentos


resultantes da necessidade da sua adequação a essa mesma realidade,
particularmente no ano transacto.

A presente iniciativa deveu-se, pois, fundamentalmente, à preocupação de


disponibilizar em favor de todos quando exercem a sua actividade, e não só, nas
autarquias, um instrumento de estudo e de trabalho, que reúna a principal legislação
vigente no ordenamento jurídico moçambicano.

Esperamos, assim, contribuir para um maior conhecimento da matéria autárquica e


que esta colectânea venha a revelar a sua utilidade prática.

Finalmente os autores não podem deixar de agradecer o estímulo e apoio prestado


pela Associação Nacional de Municípios de Moçambique na pessoa do seu
Presidente, Sr. Manuel Cambezo.

Os Autores
PREFÁCIO

Ao dar à estampa uma “Colectânea de Legislação Autárquica”, os Autores


contribuem para um conhecimento cada vez mais profundo de todos quantos se
dedicam ao processo de desenvolvimento autárquico e á causa pública, e em
particular, dos munícipes, proporcionando-lhes mais informação, condição
essencial para uma maior transparência na gestão municipal.

Na verdade, a reunião numa colectânea, dos textos legais com os quais,


quotidianamente e de modo mais frequente, os práticos do Direito, os juristas em
formação e os membros dos órgãos autárquicos trabalham, é um importante
instrumento para a sua correcta aplicação num Estado de Direito.

A publicação é particularmente importante, porque ocorre num momento de


constituição de novas autarquias e consolidação das existentes. Na verdade, a obra
permite uma melhor compreensão do poder local, a esfera de Governo mais próxima
dos cidadãos.

Apesar de absorvidos por tarefas inerentes ao exercício de funções na administração


pública, os autores, com o brio e a dedicação que os caracteriza, desenvolveram este
trabalho que vai colmatar uma ausência de obras de tratamento sistemático e
actualizado desta matéria de direito.

O desafio editorial, no qual os autores se lançaram, é hoje, pois, um desafio ganho.

Por isso, uma palavra final para enaltecer o grande mérito deste livro e um
reconhecimento especial aos autores pelo exemplo e por toda uma vida de serviço
dedicada ao desenvolvimento e fortalecimento da administração pública.

Manuel Cambezo
Presidente da Associação Nacional dos Municípios de Moçambique
COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA ANAMM
Associação Nacional dos Municípios de Moçambique

NORMAS CONSTITUCIONAIS
TÍTULO XIV
PODER LOCAL
Artigo 271
(Objectivos)
1. O Poder Local tem como objectivos organizar a participação dos cidadãos na
solução dos problemas próprios da sua comunidade e promover o
desenvolvimento local, o aprofundamento e a consolidação da democracia, no
quadro da unidade do Estado Moçambicano.

2. O Poder Local apoia-se na iniciativa e na capacidade das populações e actua em


estreita colaboração com as organizações de participação dos cidadãos.

Artigo 272
(Autarquias locais)
1. O Poder local compreende a existência de autarquias locais.

2. As autarquias locais são pessoas colectivas públicas, dotadas de órgãos


representativos próprios, que visam a prossecução dos interesses das
populações respectivas, sem prejuízo dos interesses nacionais e da participação
do Estado.

Artigo 273
(Categorias das autarquias locais)
1. As autarquias locais são os municípios e as povoações.

2. Os municípios correspondem à circunscrição territorial das cidades e vilas.

3. As povoações correspondem à circunscrição territorial da sede dos postos


administrativos.

4. A lei pode estabelecer outras categorias autárquicas superiores ou inferiores à


circunscrição territorial do município ou povoação.

Artigo 274
(Criação e extinção das autarquias locais)
A criação e extinção das autarquias locais são reguladas por lei, devendo a alteração
da respectiva área ser precedida de consulta aos seus órgãos.

Artigo 275
(Órgãos deliberativos e executivos)
1. As autarquias locais têm como órgãos uma Assembleia, dotada de poderes
deliberativos, e um executivo que responde perante ela, nos termos fixados na
lei.

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2. A Assembleia é eleita por sufrágio universal, directo, igual, secreto, pessoal e


periódico dos cidadãos eleitores residentes na circunscrição territorial da
autarquia, segundo o sistema de representação territorial.

3. O órgão executivo da autarquia é dirigido por um Presidente eleito por sufrágio


universal, directo, igual, secreto, pessoal e periódico dos cidadãos eleitores
residentes na respectiva circunscrição territorial.

4. As candidaturas para as eleições dos órgãos das autarquias locais podem ser
apresentadas por partidos políticos, isoladamente ou em coligação, ou por
grupos de cidadãos eleitores, nos termos da lei.

5. A organização, a composição e o funcionamento dos órgãos executivos são


definidos por lei.

Artigo 276
(Património e finanças locais)
1. As autarquias locais têm finanças e património próprios.

2. A lei define o património das autarquias e estabelece o regime das finanças


locais que, dentro dos interesses superiores do Estado, garanta a justa repartição
dos recursos públicos e a necessária correcção dos desequilíbrios entre elas
existentes.

3. A lei define as formas de apoio técnico e humano do Estado às autarquias locais,


sem prejuízo da sua autonomia.

Artigo 277
(Tutela administrativa)
1. As autarquias locais estão sujeitas à tutela administrativa do Estado.

2. A tutela administrativa sobre as autarquias locais consiste na verificação da


legalidade dos actos administrativos dos órgãos autárquicos, nos termos da lei.

3. O exercício do poder tutelar pode ser ainda aplicado sobre o mérito dos actos
administrativos, apenas nos casos e nos termos expressamente previstos na lei.

4. A dissolução dos órgãos autárquicos, ainda que resultante de eleições directas,


só pode ter lugar em consequência de acções ou omissões legais graves,
previstas na lei e nos termos por ela estabelecidos.

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Nota: nos termos do nº 2 do artigo 141 da Constituição da República o


Governador Provincial exerce a tutela administrativa sobre as autarquias
locais, nos termos da lei.

Artigo 278
(Poder regulamentar)
As autarquias locais dispõem de poder regulamentar próprio, no limite da
Constituição, das leis e dos regulamentos emanados das autoridades com poder
tutelar.

Artigo 279
(Pessoal das autarquias locais)
1. As autarquias locais possuem quadro de pessoal próprio, nos termos da lei.

2. É aplicável aos funcionários e agentes da administração local o regime dos


funcionários e agentes do Estado.

Artigo 280
(Organização)
A lei garante as formas de organização que as autarquias locais podem adoptar para
a prossecução de interesses comuns.

Artigo 281
(Mandato)
A revogação e renúncia do mandato dos membros eleitos dos órgãos autárquicos são
regulados por lei.

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LEI Nº 18/2007, DE 18 DE JULHO, QUE ESTABELECE O QUADRO


JURÍDICO PARA REALIZAÇÃO DAS ELEIÇÕES DOS ÓRGÃOS DAS
AUTARQUIAS LOCAIS

Boletim da República, 1ª série,


de 18 de Julho de 2007

Lei nº 18/2007,
de 18 de Julho

Havendo necessidade de proceder à revisão da Lei nº 19/2002, de 10 de Outubro,


relativa à eleição dos Órgãos das Autarquias Locais, nos termos do nº 4 do artigo
135, conjugado com a alínea d) do nº 2 do artigo 179, ambos da Constituição, a
Assembleia da República determina:

TÍTULO I
Disposições gerais

CAPÍTULO I
Princípios fundamentais.

Artigo 1
(Âmbito da Lei)
A presente Lei estabelece o quadro jurídico legal para a realização de eleições dos
Órgãos das Autarquias Locais.

Artigo 2
(Eleição dos órgãos autárquicos)
1. Os presidentes dos conselhos e das assembleias são eleitos por sufrágio
universal, directo, igual, secreto, pessoal e periódico.

2. O apuramento dos resultados das eleições obedece ao sistema de representação


proporcional segundo as regras fixadas na presente Lei.

3. Os membros dos conselhos são designados nos termos da Lei das Autarquias
Locais.

Artigo 3
(Direito de sufrágio)
1. O sufrágio constitui um direito pessoal e inalienável dos cidadãos.

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2. O recenseamento eleitoral dos cidadãos é condição indispensável para o


exercício do direito a voto.

CAPÍTULO II
Capacidade Eleitoral Activa

Artigo 4
(Cidadãos Eleitores)
São eleitores os cidadãos moçambicanos, maiores de dezoito anos à data das
eleições, recenseados na circunscrição territorial da respectiva autarquia local, que
não estejam abrangidos pelas incapacidades eleitorais activas previstas na presente
lei.

Artigo 5
(Incapacidade eleitoral activa)
Não podem votar:
a) os interditos por sentença transitada em julgado;
b) os notoriamente reconhecidos como dementes, ainda que não estejam
interditos por sentença, quando internados em estabelecimento psiquiátrico
ou como tais declarados por uma junta médica;
c) os definitivamente condenados a pena de prisão por crime doloso de delito
comum, enquanto não haja expirado a respectiva pena, e os que se
encontrem judicialmente privados dos seus direitos políticos;
d) os cidadãos sob prisão preventiva, por decisão judicial.

CAPÍTULO III
Capacidade Electiva Passiva

Artigo 6
(Cidadãos elegíveis)
1. São elegíveis os cidadãos moçambicanos que residam, à data da votação, na
autarquia local, há pelo menos 6 meses e não padeçam de qualquer
incapacidade eleitoral passiva prevista na presente Lei.

2. Não gozam de capacidade eleitoral passiva:

a) os cidadãos que não gozem de capacidade eleitoral activa;


b) os que tiverem sido judicialmente declarados delinquentes habituais de
difícil correcção;
c) os cidadãos que tiverem renunciado ao mandato imediatamente anterior.

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Artigo 7
(Inelegibilidade)
1. Não podem ser eleitos:
a) os magistrados judiciais e os do Ministério Público, os funcionários de
justiça e os de finanças com funções de chefia, em efectividade de funções;
b) os membros das forças militares ou militarizadas e forças de segurança no
activo;
c) os falidos ou insolventes, salvo se reabilitados por lei;
d) os devedores em mora com a autarquia local e respectivos fiadores;
e) os membros dos corpos sociais e os gerentes de sociedades, bem como os
proprietários de empresas que tenham contrato com a autarquia local não
integralmente cumprido ou de execução continuada.

2. Os magistrados judiciais e os do Ministério Público, os funcionários de justiça e


de finanças com funções de chefia, os membros das forças militares e
militarizadas e das forças de segurança que, nos termos da presente Lei,
pretendam concorrer às eleições dos órgãos autárquicos devem solicitar a
suspensão do exercício das respectivas funções a partir do momento da
apresentação da candidatura.

Artigo 8
(Direito a dispensa de funções)
A partir do início da campanha eleitoral até ao fim da votação, os candidatos
admitidos têm direito a dispensa do exercício das respectivas funções, sejam
públicas ou privadas, contando esse tempo para todos os efeitos, incluindo o direito à
remuneração, como tempo de serviço efectivo.

Artigo 9
(Imunidade)
1. Nenhum candidato pode ser sujeito a prisão preventiva, a não ser em flagrante
delito, por crime doloso punível com pena de prisão maior.

2. Movido processo crime contra algum candidato que não esteja em regime de
prisão preventiva e indiciado este por despacho de pronúncia ou equivalente, o
processo só pode seguir os seus termos após a proclamação dos resultados das
eleições.

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TÍTULO II
PROCEDIMENTO ELEITORAL

CAPÍTULO I
Marcação das Eleições

Artigo 10
(Competências)
As eleições autárquicas são marcadas por Decreto do Conselho de Ministros, sob
proposta da Comissão Nacional de Eleições, com a antecedência mínima de cento e
vinte dias relativamente ao termo do mandato cessante.

Artigo 11
(Data)
As eleições autárquicas realizam-se, simultaneamente, num único dia, dentro dos
noventa dias anteriores ao termo do mandato cessante.

A redacção deste artigo foi alterada pela Lei nº 4/2008, de 2 de Maio.

Artigo 12
(Simultaneidade das eleições)
As eleições para o presidente do conselho municipal ou de povoação e para os
membros da assembleia municipal ou de povoação são feitas simultaneamente.

CAPÍTULO II
Candidaturas

Secção I
Apresentação das candidaturas
Artigo 13
(Recepção e prazo)
1. As candidaturas são apresentadas perante o Secretariado Técnico de
Administração Eleitoral.

2. As candidaturas devem ser apresentadas até setenta e cinco dias antes da data
das eleições.

3. Findo o prazo referido no número anterior o Secretariado Técnico de


Administração Eleitoral organiza todo o processo das candidaturas e remete-o à
Comissão Nacional de Eleições para decisão quanto à regularidade das mesmas.

Artigo 14
(Exclusividade das candidaturas)
1. Nenhum partido político, coligação de partidos ou grupo de cidadãos eleitores

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proponentes pode apresentar mais de uma lista à eleição de cada órgão da


autarquia local.

2. Ninguém pode concorrer simultaneamente a eleição de dois ou mais órgãos de


diferentes autarquias locais.
3. Ninguém pode integrar mais do que uma lista de candidatura para o mesmo
órgão autárquico.

Artigo 15
(Requisitos formais da apresentação)
1. A apresentação das candidaturas consiste na entrega da lista contendo os nomes
e demais elementos de identificação dos candidatos e da declaração por todos
assinada, conjunta ou separadamente, de que aceitam a candidatura e ainda da
declaração, sob compromisso de honra, de que não se encontram feridos de
qualquer incapacidade eleitoral.

2. A referida apresentação deve ser acompanhada, para cada candidato, dos


seguintes documentos:
a) fotocópia autenticada do bilhete de identidade ou respectivo talão;
b) certificado do registo criminal;
c) certidão comprovativa da inscrição no recenseamento eleitoral;
d) fotocópia autenticada do cartão de eleitor.

Artigo 16
(Mandatários de candidaturas)
1. Os candidatos devem designar, de entre eles ou de entre os eleitores inscritos na
circunscrição autárquica a que respeita a eleição, um mandatário para os
representar em todas as operações do procedimento eleitoral.

2. A morada do mandatário é sempre indicada no processo de candidatura para


efeitos de notificação.

Artigo 17
(Inscrição)
Os partidos políticos, coligações de partidos ou grupo de cidadãos eleitores
proponentes devem realizar a sua inscrição junto da Comissão Nacional de Eleições
para efeitos eleitorais, devendo apresentar os estatutos e o documento de registo.

Secção II
Apreciação das candidaturas

Artigo 18
(Verificação das candidaturas)
Findo o prazo para a apresentação das candidaturas, a Comissão Nacional de

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Eleições verifica, até sessenta dias antes da data das eleições, a regularidade do
respectivo processo, a autenticidade dos documentos que o integram e a
elegibilidade dos candidatos.
Artigo 19
(Irregularidades formais)
1. Registando-se irregularidades formais, é o mandatário da candidatura em causa
imediatamente notificado pela Comissão Nacional de Eleições para efectuar o
respectivo suprimento, no prazo de cinco dias.

2. O não suprimento de qualquer irregularidade formal no prazo previsto no


número precedente, implica a nulidade da candidatura.

3. O mandatário da candidatura nula é imediatamente notificado para que proceda,


querendo, à substituição da mesma, no prazo de três dias. Se tal não suceder, o
lugar da candidatura nula é ocupado, na lista, pelo primeiro candidato suplente
cujo processo de candidatura preencha todos os requisitos exigidos, nos termos
do nº 2 do artigo 15 da presente Lei.

Artigo 20
(Rejeição de candidatura)
1. Apenas podem ser rejeitadas as candidaturas de indivíduos sem capacidade
eleitoral passiva ou que tenham desistido, nos termos da presente lei.

2. O mandatário da candidatura rejeitada é imediatamente notificado para que


proceda à substituição do candidato ou candidatos inelegíveis, no prazo de cinco
dias e, se tal não suceder, o lugar do candidato é ocupado, na lista, pelo primeiro
candidato suplente cujo processo de candidatura preencha a totalidade dos
requisitos exigidos.

3. A candidatura é definitivamente rejeitada se, por falta de candidatos suplentes,


não for possível perfazer o número legal dos candidatos efectivos.

Artigo 21
(Recurso para o Conselho Constitucional)
Das deliberações da Comissão Nacional de Eleições cabe recurso ao Conselho
Constitucional, que delibera em última instância.

Artigo 22
(Divulgação das listas definitivas)
1. A Comissão Nacional de Eleições procede à divulgação das listas definitivas até
trinta dias antes da data das eleições.

2. Cópias das listas referidas no número anterior devem ser afixadas nos lugares de
estilo à porta da Comissão Nacional de Eleições, nos órgãos de administração
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eleitoral de nível central, provincial, distrital e local, e entregues aos


mandatários das listas.

Artigo 23
(Sorteio das listas apresentadas)
1. Nos três dias seguintes, depois da divulgação das listas definitivas, a Comissão
Nacional de Eleições procede ao sorteio das mesmas na presença dos
mandatários, para que lhes seja atribuída uma ordem nos boletins de voto.

2. A organização e forma de realização do sorteio é definida pela Comissão


Nacional de Eleições.

3. Do sorteio referido no nº 1 do presente artigo lavra-se auto e os resultados


obtidos são comunicados ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral
para efeitos de impressão dos boletins de voto.

Artigo 24
(Legitimidade)
Têm legitimidade para interpor recurso os candidatos, os respectivos mandatários,
os partidos políticos, coligações de partidos, grupo de cidadãos eleitores
proponentes de candidaturas.

Artigo 25
(Interposição e subida de recurso)
1. O requerimento de interposição de recurso, do qual constam os seus
fundamentos, é entregue no órgão eleitoral recorrido, acompanhado de todos os
elementos de prova.

2. Tratando-se de recurso contra a admissão de qualquer candidatura, o Conselho


Constitucional manda notificar imediatamente o mandatário da respectiva lista
para responder, querendo, no prazo de cinco dias.

3. Tratando-se de recurso contra a não admissão de qualquer candidatura, o


Conselho Constitucional manda notificar imediatamente os mandatários das
listas que hajam impugnado a sua admissão, se for esse o caso, para
responderem, querendo, no prazo de três dias.

Artigo 26
(Deliberação)
1. O Conselho Constitucional delibera no prazo de dez dias a contar dos prazos
mencionados no artigo anterior.

2. A deliberação é comunicada imediatamente, por qualquer meio disponível, ao


órgão eleitoral recorrido.

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CAPÍTULO III
Campanha e Propaganda Eleitoral

Artigo 27
(Campanha eleitoral)
Entende-se por campanha eleitoral a actividade que vise, directa ou indirectamente,
promover candidaturas, bem como a divulgação de textos, imagens ou sons que
exprimam ou reproduzam o conteúdo dessa actividade.

Artigo 28
(Período)
A campanha eleitoral inicia quinze dias antes da data das eleições e termina dois dias
antes da votação.

Artigo 29
(Promoção e realização)
A promoção e realização da campanha eleitoral cabe directamente aos candidatos,
partidos políticos ou coligações de partidos e grupos de cidadãos eleitores
proponentes de listas, sem embargo da participação activa dos cidadãos eleitores em
geral.

Artigo 30
(Âmbito)
Qualquer candidato, partido político ou coligação de partidos ou grupo de cidadãos
eleitores proponentes pode realizar livremente a campanha eleitoral em qualquer
lugar do território da autarquia.

Artigo 31
(Igualdade de oportunidades de candidaturas)
Os candidatos, partidos políticos, ou coligações de partidos ou grupo de cidadãos
eleitores proponentes têm direito a igual tratamento por parte das entidades públicas
e privadas, a fim de efectuarem livremente e nas melhores condições, a sua
campanha eleitoral.

Artigo 32
(Liberdade de expressão e de informação)
1. No decurso da campanha eleitoral não pode ser imposta qualquer limitação à
livre expressão de princípios políticos, económicos, sociais e culturais.

2. Durante o período da campanha eleitoral não podem ser aplicadas às empresas


que explorem meios de comunicação social, nem aos seus agentes, quaisquer
sanções por actos integrados na campanha.

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Artigo 33
(Liberdade de reunião e de manifestação)
1. No período da campanha eleitoral a liberdade de reunião e de manifestação para
fins eleitorais rege-se pelo disposto nas Leis nº 9/91, de 18 de Julho e nº 7/2001,
de 7 de Julho, com as adaptações constantes dos números seguintes.

2. Os cortejos e desfiles podem realizar-se em qualquer dia e hora, respeitando-se


os limites impostos pela manutenção da ordem pública, do ordenamento do
trânsito e do período de descanso dos cidadãos.

3. A presença de agentes da autoridade em reuniões ou manifestações organizadas


por qualquer candidatura apenas pode ser solicitada pelos seus órgãos
competentes, ficando a entidade organizadora responsável pela manutenção da
ordem quando não faça tal solicitação.

4. O prazo para o aviso a que se refere o artigo 10 da Lei nº 9/91, de 18 de Julho,


para efeitos da presente Lei, é reduzido para um dia.

5. O prazo para o aviso a que se refere o nº 1 do artigo 11 da Lei nº 9/91, de 18 de


Julho, para efeitos da presente Lei, é fixado em doze horas.

Artigo 34
(Proibição de divulgação de sondagens)
É proibida a divulgação dos resultados de sondagens ou de inquéritos relativos à
opinião dos eleitores quanto aos concorrentes à eleição, desde o início da campanha
eleitoral até à divulgação dos resultados eleitorais pela Comissão Nacional de
Eleições.

Artigo 35
(Publicações de carácter jornalístico)
As publicações noticiosas do sector público que insiram matéria respeitante à
campanha eleitoral devem conferir um tratamento jornalístico não discriminatório
às diversas candidaturas.

Artigo 36
(Salas de espectáculos)
1. Os proprietários de salas de espectáculos ou de outros recintos de normal
utilização pública, que reúnam condições para serem utilizados na campanha
eleitoral, devem pô-las à disposição da Comissão Nacional de Eleições até vinte
dias antes do início do período eleitoral, com a indicação das datas e horas em
que essas salas poderão ter aquela utilização.

2. Em caso de comprovada insuficiência, a Comissão Nacional de Eleições pode

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requisitar as salas e os recintos que considere necessários à campanha eleitoral


sem prejuízo da actividade normal e programa dos mesmos.

3. O tempo destinado à campanha eleitoral, nos termos do número anterior, é


igualmente repartido pelos partidos políticos, coligações de partidos e grupos de
cidadãos eleitores proponentes que o desejem e tenham apresentado
candidaturas para as eleições autárquicas.

Artigo 37
(Custo de utilização)
1. Os proprietários das salas de espectáculos ou os que explorem, no caso do nº 1
do artigo anterior, ou quando tenha havido a requisição aí prevista, indicam o
preço a cobrar pela sua utilização, depois de prévia negociação com as
candidaturas interessadas.

2. O preço estipulado e demais condições de utilização são uniformes para todas as


candidaturas interessadas.

Artigo 38
(Utilização de lugares e de edifícios públicos)
1. As candidaturas podem utilizar, na campanha eleitoral, lugares e edifícios
públicos pertencentes ao Estado e a outras pessoas colectivas de direito público,
nos termos a regulamentar pela Comissão Nacional de Eleições, sem prejuízo
dos regulamentos internos das respectivas instituições.

2. É interdita a utilização, para efeitos de campanha eleitoral, dos seguintes


lugares:
a) unidades militares e militarizadas;
b) repartições do Estado e das autarquias locais;
c) outros centros de trabalho durante os períodos normais de funcionamento;
d) instituições de ensino durante o período de aulas;
e) locais normais de culto;
f) outros lugares para fins militares ou paramilitares;
g) unidades sanitárias.

3. A utilização de lugares e de edifícios públicos para fins de campanha eleitoral é


gratuita, mas não pode prejudicar o desenvolvimento normal dos serviços que
neles prestam.

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Artigo 39
(Direito de antena)
Os candidatos a cargo de presidente das autarquias, os partidos políticos, as
coligações de partidos e os grupos de cidadãos eleitores concorrentes às eleições
têm direito à utilização do serviço público de radiodifusão e televisão durante o
período da campanha eleitoral, nos termos definidos por regulamento da Comissão
Nacional de Eleições.

Artigo 40
(Propaganda sonora)
O recurso à propaganda com utilização de meios sonoros não carece de autorização,
nem de comunicação às autoridades administrativas e só é permitido entre as sete e
vinte e uma horas.

Artigo 41
(Propaganda gráfica)
1. A afixação de cartazes não carece de autorização nem de comunicação às
autoridades administrativas.

2. Não é permitida a fixação de cartazes, nem a realização de pinturas, murais em


monumentos nacionais, templos e edifícios religiosos, sedes dos órgãos do
Estado a nível central e local ou onde vão funcionar as assembleias de voto, nos
sinais de trânsito ou placas de sinalização rodoviária ou ferroviária, no interior
das repartições ou edifícios públicos e em edifícios privados, sem autorização
dos usufrutuários.

Artigo 42
(Deveres dos órgãos de informação escrita do sector público)
1. Os órgãos de informação escrita pertencentes ao sector público devem inserir
nas suas publicações material eleitoral.

2. Sempre que os órgãos de informação escrita referidos no número anterior


incluam informações relativas ao processo eleitoral, devem reger-se por
cirtérios de absoluta insenção e rigor, evitando a deturpação dos assuntos a
publicar e discriminação entre as diferentes candidaturas.

3. As publicações gráficas que sejam propriedade do Estado ou estejam sob seu


controlo devem inserir obrigatoriamente material respeitante aos actos
eleitorais em todos os seus números editados durante o período de propaganda
eleitoral, pautando-se pelos princípios referidos nos número anteriores do
presente artigo.

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Artigo 43
(Utilização em comum ou troca)
Os partidos políticos, coligações e partidos ou grupos de cidadãos eleitores
proponentes podem acordar na utilização, em comum ou na troca entre si, de
espaço de publicação que lhes pertença ou das salas de espectáculo cujo uso lhes
seja atribuído.

Artigo 44
(Proibição de uso de bens públicos em campanha eleitoral)
1. É expressamente proibida a utilização pelos partidos políticos ou coligações de
partidos e demais candidaturas em campanha eleitoral, de bens do Estado,
autarquias locais, institutos autónomos, empresas estatais, empresas públicas e
sociedades de capitais exclusiva ou maioritariamente públicas.

2. Exceptua-se do disposto no número anterior, os bens públicos referidos nos


artigos 38 e 39 da presente Lei.

CAPÍTULO IV
Assembleias de voto

Secção I
Organização das assembleias de voto
Artigo 45
(Formação)
1. Em cada mesa da assembleia de voto há um único caderno de recenseamento
eleitoral.

2. Vinte e cinco dias antes das eleições, o órgão de administração eleitoral faz
divulgar o mapa definitivo das assembleias de voto na sua sede, nos órgãos de
comunicação social e noutros lugares de fácil acesso ao público.

Artigo 46
(Locais de funcionamento)
1. As assembleias de voto funcionam em edifícios que ofereçam as indispensáveis
condições de acesso e segurança.

2. Na falta de edifícios públicos adequados, podem ser requisitados, para o efeito,


edifícios privados.

3. O local de funcionamento da assembleia de voto coincide, sempre que possível,


com o posto de recenseamento eleitoral.

4. Não é permitido a constituição e o funcionamento de assembleias de voto nos


seguintes locais:
a) unidades policiais;

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b) unidades militares;
c) residências de ministros de culto;
d) edifícios de qualquer partido político, coligações de partidos, grupo de
cidadãos eleitores proponentes e associações filiadas a partidos
políticos;
e) locais onde se vendam bebidas alcoólicas;
f) locais de culto ou destinados a culto;
g) unidades sanitárias.

Artigo 47
(Anúncio do dia, hora e local)
A Comissão Nacional de Eleições anuncia publicamente, em cada lugar, o dia, a
hora e os locais onde funcionam as assembleias de voto.

Artigo 48
(Relação de candidaturas)
O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral ao proceder à distribuição dos
boletins de voto, entrega ao presidente da mesa da assembleia de voto, juntamente
com estes, a relação de todas as candidaturas definitivamente aceites, com a
identificação completa dos candidatos, a fim de serem afixadas no local onde
funcione a assembleia de voto.

Artigo 49
(Funcionamento das assembleias de voto)
As assembleias de voto funcionam, simultaneamente, em todo o país no dia marcado
para as eleições.

Artigo 50
(Mesa da assembleia de voto)
1. Em cada assembleia de voto há uma mesa ou mais mesas a quem compete
promover e dirigir a votação e o apuramento dos resultados do escrutínio.

2. A mesa da assembleia de voto é composta por cinco membros, sendo um


presidente, um vice-presidente, um secretário e dois escrutinadores, que
também devem velar pela organização dos eleitores para o acto de votação.

3. Os membros das mesas devem saber ler e escrever português, e possuir


formação adequada à complexidade da tarefa.

4. Pelo menos dois membros da mesa devem falar a língua local da área onde se
situa a assembleia de voto.

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5. Compete ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral a indicação dos


nomes dos membros das mesas de voto ouvidos os representantes das
candidaturas, assim como capacitá-los para o exercício das funções.

6. A função de membro da mesa da assembleia de voto é obrigatória para os


membros indicados, salvo motivo de força maior ou justa causa, e é
incompatível com a qualidade de mandatário ou delegado da candidatura.

Artigo 51
(Recrutamento dos membros das mesas das assembleias de voto)
Para constituição das assembleias de voto, o Secretariado Técnico da Administração
Eleitoral recruta, mediante concurso público de avaliação curricular, cidadãos
moçambicanos maiores de dezoito anos de idade, tecnicamente habilitados para o
efeito.

Artigo 52
(Constituição das mesas)
1. As mesas das assembleias de voto constituem-se na ora marcada para o início do
seu funcionamento e nos locais previamente indicados pela Comissão Nacional
de Eleições e seus órgãos de apoio.

2. A constituição das mesas fora dos locais previamente indicados implica a


nulidade das eleições e dos actos eleitorais praticados nessas circunstâncias,
salvo motivo de força maior, devidamente justificado e sancionado pela
Comissão Nacional de Eleições.

3. Os membros das mesas das assembleias de voto devem estar presentes no local
de funcionamento da assembleia, duas horas antes do início da votação.

4. Se o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral verificar que, uma hora


antes do início da votação, há impossibilidade de constituição da mesa por
ausência de membros indispensáveis, designa, após acordo com os delegados de
candidaturas presentes, os substitutos dos ausentes, de entre os cidadãos
eleitores de reconhecida idoneidade, considerando-se sem efeito a designação
daqueles que não tenham comparecido.

5. Os membros designados para integrar as mesas das assembleias de voto são


dispensados do dever de comparência no respectivo local de trabalho, enquanto
durar a sua actividade e no dia útil imediato.

6. A dispensa referida no número anterior não afecta os direitos e regalias de que


seja titular, devendo, contudo, fazer-se prova bastante da qualidade de membro

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da mesa da assembleia de voto.

Artigo 53
(Inalterabilidade das mesas)
1. As mesas das assembleias de voto, uma vez constituídas, não podem ser
alteradas, salvo motivo de força maior, devendo a Comissão Nacional de
Eleições dar disso conhecimento público.

2. A presença efectiva do presidente ou do vice-presidente mais dois membros da


mesa é suficiente para se considerarem válidos a votação e os resultados do
escrutínio.
Artigo 54
(Elementos de trabalho das mesas)
1. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral deve assegurar, em tempo
útil, o fornecimento, a cada mesa de assembleia de voto, de todo o material
necessário, designadamente:
a) a cópia autenticada dos cadernos de recenseamento eleitoral referentes
aos eleitores inscritos na área abrangida pela respectiva assembleia de
voto;
b) o livro de actas e de editais das operações eleitorais, rubricado em todas
as páginas e com termo de abertura e de encerramento;
c) os impressos, mapas e modelos de registo e informação necessária às
operações eleitorais;
d) os boletins de voto;
e) as urnas de votação, devidamente numeradas a nível nacional;
f) as cabines de votação;
g) os selos, lacre e envelopes para os votos;
h) as esferográficas, lápis e borrachas;
i) a almofada e tinta para impressão digital e tinta indelével;
j) o carimbo e a respectiva almofada;
k) os meios de iluminação;
l) as máquinas de calcular.

2. Aos órgãos locais de administração do Estado compete cria e garantir as


condições necessárias e indispensáveis à guarda, conservação, segurança e
inviolabilidade dos materiais referidos no número anterior.

Artigo 55
(Tipos de urnas)
As urnas a serem utilizadas devem ser transparentes.

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Secção II
Delegados de candidatura
Artigo 56
(Designação dos delegados de candidatura)
1. Cada candidatura tem o direito de designar um delegado efectivo e outro
suplente para cada mesa de assembleia de voto.

2. Os delegados podem ser designados para uma assembleia de voto diferente


daquela em que estão inscritos como eleitores, dentro da mesma unidade
geográfica de recenseamento eleitoral.

3. A falta de designação ou de comparência de qualquer delegado não afecta a


regularidade dos actos eleitorais.

Artigo 57
(Procedimento de designação)
1. Até ao vigésimo dia anterior ao sufrágio, os partidos políticos, coligação de
partidos concorrentes às eleições, bem como os grupos de cidadãos eleitores
proponentes, designam os respectivos delegados para a mesa da assembleia de
voto, remetendo os seus nomes às comissões de eleições provinciais, distritais
ou de cidade para efeitos de credenciação.

2. Os órgãos de apoio da Comissão Nacional de Eleições ao nível do distrito ou de


cidade, devem emitir credenciais a que se refere o número anterior do presente
artigo e proceder à sua entrega às entidades interessadas, até quarenta e oito
horas antes do sufrágio.

Artigo 58
(Direitos e deveres do delegado de candidatura)
1. O delegado de lista goza dos seguintes direitos:
a) estar presente no local onde funciona a mesa de assembleia de voto e
ocupar o lugar mais adequado para poder fiscalizar todos os actos
eleitorais;
b) verificar, antes do início da votação, as urnas e as cabinas de votação;
c) solicitar explicações à mesa da assembleia de voto, obter informações
sobre os actos eleitorais e apresentar reclamações;
d) ser ouvido em todas as questões que se levantem durante o
funcionamento da mesa da assembleia de voto, quer durante a votação,
quer durante o escrutínio;
e) fazer observações sobre as actas, quando considere conveniente, e
assiná-las, devendo, em caso de recusa de assinatura, fazer constar as
respectivas razões;

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f) rubricar todos os documentos respeitantes às operações eleitorais;


g) consultar a todo o momento os cadernos de recenseamento eleitoral;
h) receber cópias da acta e do edital originais, devidamente assinadas e
carimbadas.

2. O delegado de lista tem os seguintes deveres:


a) exercer uma fiscalização conscienciosa e objectiva da actividade da
mesa da assembleia de voto;
b) cooperar para o desenvolvimento normal da votação, do escrutínio e do
funcionamento da mesa da assembleia de voto em geral;
c) evitar intromissões injustificáveis e de má-fé na actividade da mesa da
assembleia de voto que perturbem o desenvolvimento normal dos actos
eleitorais;
d) não permitir rasura em nenhum documento referente às operações
eleitorais.

3. O não exercício de qualquer dos direitos e deveres previstos no presente artigo


não afecta a validade dos actos eleitorais.

4. O comprovado impedimento pela mesa da assembleia de voto do exercício dos


direitos e deveres previstos no presente artigo afecta a validade dos actos
eleitorais daquela mesa.

Artigo 59
(Imunidade dos delegados de candidatura)
Os delegados das candidaturas não podem ser detidos durante o funcionamento da
mesa da assembleia de voto, a não ser em flagrante delito por crime punível com
pena de prisão superior a dois anos.

Secção III
Boletins de voto
Artigo 60
(Características fundamentais)
1. Os boletins de voto são impressos em papel a definir pela Comissão Nacional de
Eleições, sob proposta do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral.

2. Os boletins de voto são de forma rectangular, com as dimensões apropriadas


para neles caber a inserção de todas as candidaturas submetidas à votação, em
cada círculo eleitoral.

Artigo 61
(Elementos integrantes)
1. Em cada boletim de voto são dispostos horizontalmente, uns por baixo dos
outros, separados por uma faixa, por ordem de sorteio, os elementos de
identificação das candidaturas.
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2. O sorteio das candidaturas e das listas é feito pela Comissão Nacional de


Eleições.

3. São elementos de identificação as denominações, siglas e bandeiras ou


símbolos das candidaturas concorrentes, os quais, no caso dos partidos políticos
ou coligações de partidos, reproduzem os constantes do registo existente no
Conselho Constitucional e nos órgãos de administração eleitoral.

4. Na eleição do presidente do conselho municipal ou de povoação são elementos


de identificação os nomes completos dos candidatos, as suas fotografias e
respectivos símbolos eleitorais.

5. Na área rectangular correspondente a cada candidatura figura um quadrado no


qual o eleitor deve assinalar com uma cruz ou a impressão digital, a sua escolha.

Artigo 62
(Cor e outras características)
A cor e outras características dos boletins de voto são fixadas pela Comissão
Nacional de Eleições, sob proposta do Secretariado Técnico da Administração
Eleitoral.

Artigo 63
(Exame tipográfico dos boletins de voto)
Antes da impressão definitiva dos boletins de voto, os partidos políticos, coligações
de partidos ou grupo de cidadãos eleitorais proponentes, ou seus mandatários, são
notificados para, querendo, no prazo a fixar pela Comissão Nacional de Eleições,
verificar a conformidade da fotografia, denominação, sigla e símbolo, com os
materiais entregues à Comissão Nacional de Eleições, no momento de apresentação
das candidaturas.

Artigo 64
(Produção dos boletins de voto)
Os boletins de voto são produzidos em séries numeradas sequencialmente.

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CAPÍTULO V
Eleição

Secção I
Direito de sufrágio
Artigo 65
(Pessoalidade do voto)
1. O direito de sufrágio é exercido directamente por cada cidadão eleitor.

2. Em caso algum o direito de sufrágio é susceptível de representação.

Artigo 66
(Presencialidade do voto)
O direito de voto é exercido presencialmente pelo cidadão eleitor no local de
funcionamento da assembleia de voto em que se encontra.

Artigo 67
(Unicidade do voto)
A cada eleitor só é permitido votar uma única vez para a eleição de cada órgão
representativo das autarquias locais.

Artigo 68
(Direito de votar)
1. O acto de votar constitui um direito de cada cidadão eleitor.

2. As entidades públicas e privadas, as empresas e outros empregadores, devem


conceder aos respectivos funcionários e trabalhadores, se for caso disso,
dispensa pelo tempo necessário para poderem votar.

Artigo 69
(Local de exercício de voto)
O direito de voto é exercido na assembleia de voto correspondente ao local onde o
eleitor esteja recenseado, salvo o disposto no artigo 79 da presente Lei.

Artigo 70
(Liberdade e confidencialidade de voto)
1. O voto é livre e secreto.

2. Ninguém pode ser, sob qualquer pretexto, obrigado ou obrigar outrem a revelar
o sentido do voto.

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3. Dentro da assembleia de voto e fora dela, até à distância de mil metros,


ninguém pode revelar em que candidatura votou ou vai votar.

Artigo 71
(Requisitos de exercício do direito de voto)
Para efeitos de admissão à votação, o nome do eleitor deve constar do caderno de
recenseamento e a sua identidade reconhecida pela respectiva mesa, salvo o
disposto no artigo 79 da presente Lei.

Secção II
Processo de votação
Artigo 72
(Abertura da assembleia de voto)
1. As assembleias de voto abrem, em todo o território nacional, às sete horas e
encerram às dezoito horas.

2. O presidente da mesa declara aberta a assembleia de voto e procede, com os


restantes membros e delegados das candidaturas, à revista da cabine de voto e
dos documentos de trabalho da mesa.

3. O presidente da mesa exibe as urnas vazias perante os outros membros da mesa,


delegado das candidaturas e observadores presentes, após o que procede à
selagem das mesmas, elaborando-se a respectiva acta.

Artigo 73
(Impossibilidade de abertura da assembleia de voto)
A abertura das assembleias de voto não tem lugar nos casos de:
a) impossibilidade de constituição da respectiva mesa;
b) ocorrência, no local ou nas suas proximidades, de calamidade ou
perturbação da ordem pública, na véspera ou no próprio dia marcado para o
acto eleitoral.

Artigo 74
(Irregularidades e seu suprimento)
1. Verificando-se quaisquer irregularidades que impeçam o processo de votação, a
mesa procede ao seu suprimento dentro das duas horas subsequentes à sua
verificação.

2. Tornando-se impossível suprir as irregularidades dentro do prazo previsto no


número anterior, o presidente declara encerrada a mesa da assembleia de voto e
participa o facto à Comissão Nacional de Eleições para decisão, através do
Secretariado Técnico de Administração Eleitoral.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 75
(Continuidade das operações eleitorais)
A votação decorre ininterruptamente, devendo os membros da mesa da assembleia
de voto fazer-se substituir quando necessário.

Artigo 76
(Interrupção das operações eleitorais)
1. As operações eleitorais são interrompidas, sob pena de nulidade da votação,
nos seguintes casos:
a) ocorrência, na área da autarquia local, de calamidade ou perturbação da
ordem pública que possa afectar a realização do acto eleitoral;
b) ocorrência, na assembleia de voto, de quaisquer perturbações ou tumultos.

2. As operações eleitorais só são retomadas depois de o presidente da mesa da


assembleia de voto verificar a eliminação das causas que determinaram a sua
interrupção.

3. Nos casos referidos no nº 1 do presente artigo e sempre que se ponha em causa a


integridade das urnas, as operações eleitorais voltam a repetir-se,
considerando-se sem efeito quaisquer actos que eventualmente tenham sido
praticados.

4. Na impossibilidade de repetição das operações eleitorais referidas no nº 3 do


presente artigo, realizam-se as eleições no segundo domingo após a realização
das eleições em referência.

Artigo 77
(Presença de não eleitores)
1. Sem prejuízo do disposto no artigo 58 da presente Lei, não é permitida a
presença nas assembleias de voto:
a) de cidadãos que não sejam eleitores;
b) de cidadãos que já tenham exercido o seu direito de voto.

2. É, contudo, permitida a presença dos órgãos de comunicação social nas


assembleias de voto, desde que devidamente credenciados pela Comissão
Nacional de Eleições, devendo:
a) identificar-se perante o presidente da mesa da assembleia de voto, exibindo
a credencial referida;
b) abster-se de colher imagens em lugares próximos das cabinas e urnas de
votação e de registar declarações de eleitores dentro da área de trezentos
metros circundante do local de funcionamento da assembleia de voto.

3. A Comissão Nacional de Eleições autorizará a presença de observadores


designados por organizações não partidárias.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 78
(Ordem de votação)
1. Os eleitores votam pela ordem de chegada às assembleias de voto, dispondo-se
em fila para o efeito.

2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, votam em primeiro lugar o


presidente, outros membros da mesa de assembleia de voto, bem como os
delegados das candidaturas que se encontrem inscritos nos cadernos eleitorais
correspondentes à assembleia de voto que fiscalizam.

3. Os presidentes das mesas dão prioridade aos seguintes cidadãos eleitores:


a) candidato a presidente da autarquia;
b) incumbidos do serviço de protecção e segurança das assembleias de
voto;
c) doentes;
d) deficientes;
e) mulheres grávidas;
f) idosos;
g) pessoal médico e paramédico.

Artigo 79
(Votos dos eleitores não inscritos no local da assembleia de voto)
1. Os membros da mesa da assembleia de voto, os agentes da polícia e os
jornalistas, devidamente credenciados, podem exercer o direito de sufrágio
nessa mesma assembleia, ainda que não se encontrem inscritos no
correspondente caderno de recenseamento eleitoral.

2. Os boletins de voto correspondentes ao voto referido no número anterior são


processados em separado, mencionando-se na acta a respectiva ocorrência.

3. Antes da votação, o nome e o número do cartão dos eleitores referidos no


presente artigo são registados em impresso próprio, que segue em anexo à acta
de apuramento dos resultados a elaborar pela mesa da assembleia de voto.

Artigo 80
(Encerramento da votação)
1. O presidente da mesa declara encerrada a votação logo que tenham votado todos
os inscritos e presentes na assembleia de voto até às 18 horas do dia previsto para
as eleições.

2. Em caso de impossibilidade de cumprimento dos prazos eleitorais, cabe à


Comissão Nacional de Eleições decidir sobre a eventual alteração do momento
de encerramento global da votação.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Secção III
Modo de votação
Artigo 81
(Modo de votação de cada eleitor)
1. Ao apresentar-se perante a mesa da assembleia de voto, cada eleitor mostra as
suas mãos aos membros da mesa e entrega ao respectivo presidente o seu cartão
de eleitor.

2. Identificado o eleitor e verificada a sua inscrição, o presidente entrega-lhe os


boletins de voto.

3. Em seguida, o eleitor dirige-se à cabina de voto onde, sozinho, assinala, com


uma cruz, ou com a aposição da impressão digital no quadrado ou na área
rectangular correspondente ao candidato em quem vota, dobra cada boletim de
voto em quatro partes.

4. Voltando para junto da mesa, o eleitor introduz os boletins de voto nas urnas
correspondentes e mergulha o dedo indicador direito em tinta indelével,
enquanto os escrutinadores registam a votação, rubricando os cadernos de
recenseamento eleitoral na coluna correspondente ao nome do eleitor.

5. Se o eleitor não expressar a sua vontade em relação a um dos órgãos a eleger, não
recebendo ou não entregando o respectivo boletim de voto, esse facto consta da
acta como abstenção.

6. Se, por inadvertência, o eleitor inutilizar um boletim de voto, deve pedir outro ao
presidente da mesa, devolvendo-lhe o primeiro, que é rubricado pelo presidente
e conservado.

7. Uma vez exercido o direito de voto, o eleitor recebe o cartão e retira-se do local
de votação.

Artigo 82
(Voto dos portadores de deficiência)
1. Os eleitores cegos e os afectados por doença ou deficiência física notória, que a
mesa verifique não poderem praticar os actos descritos no artigo precedente,
votam acompanhados de outro eleitor, por si livremente escolhido, que deve
garantir a fidelidade de expressão do seu voto, ficando obrigado a absoluto
sigilo.

2. Se a mesa decidir que não se verifica a notoriedade da doença ou deficiência


física, exige que lhe seja apresentado, no acto da votação, documento passado
pela entidade competente, em comprovação da impossibilidade da prática dos
actos descritos no artigo anterior.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 83
(Voto de cidadãos que não saibam ler ou escrever)
Os cidadãos que não saibam ler ou escrever e que não possam colocar a cruz, votam
mediante a aposição de um dos dedos no quadrado ou na área rectangular
correspondente à candidatura que escolhem, depois de o terem mergulhado em tinta
apropriada para o efeito existente na cabina de voto.

Artigo 84
(Voto de eleitores com cartões extraviados)
O eleitor cujo cartão se tenha extraviado, fora do período de reemissão fixado pelos
órgãos eleitorais, só pode votar se constar do caderno eleitoral respectivo,
confirmado pelos delegados de candidaturas, devendo, para o efeito, apresentar o
bilhete de identidade, passaporte ou outro documento que contenha fotografia e que
seja geralmente utilizado para identificação.

Secção IV
Garantias de liberdade de voto
Artigo 85
(Dúvidas, reclamações e protestos)
1. Além dos delegados de candidaturas, qualquer eleitor pertencente à assembleia
de voto pode colocar dúvidas e apresentar, por escrito, reclamações e protestos
relativamente às operações eleitorais da respectiva mesa da assembleia de voto,
devendo instruí-los com os meios de prova necessários.

2. A mesa não pode recusar a recepção das reclamações e dos protesto, devendo
rubricá-los e anexá-los às actas.

3. As reclamações e os protestos têm de ser objecto de deliberação da mesa da


assembleia de voto, que pode tomá-la no final da votação se entender que isso
não afecta o andamento normal da votação.

4. Todas as deliberações na mesa da assembleia de voto sobre esta matéria, são


tomadas por maioria de votos dos membros presentes, tendo o presidente ou o
seu substituto voto de qualidade, em caso de empate, podendo ser objecto de
recurso à Comissão respectiva.

Artigo 86
(Manutenção da ordem e da disciplina)
1. Compete ao presidente da mesa da assembleia de voto, coadjuvado pelos
membros da respectiva mesa, assegurar a liberdade dos eleitores, manter a
ordem e a disciplina, tomando para o efeito as providências adequadas.

2. Não são admitidos na assembleia de voto e são mandados retirar pelo presidente
da mesa, os eleitores que se apresentem manifestamente embriagados ou

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drogados, os que sejam portadores de qualquer arma, os dementes e os que, por


qualquer forma, perturbem a ordem pública e a disciplina.

Artigo 87
(Proibição de propaganda)
1. É proibida qualquer propaganda dentro das assembleias de voto e fora delas e na
área circundante até uma distância de trezentos metros.

2. O disposto no número anterior aplica-se igualmente à exibição de símbolos,


sinais, distintivos ou autocolantes dos candidatos, de partidos políticos,
coligações de partidos ou de grupos de cidadãos eleitores proponentes.

Artigo 88
(Proibição da presença da força armada)
1. Nos locais onde reunirem as assembleias de voto, e num raio de trezentos
metros, é proibida a presença de força armada, com excepção do disposto nos
números seguintes.

2. Quando for necessário pôr termo a tumultos ou obstar a agressões ou violência,


quer no local da assembleia de voto, quer na sua proximidade, ou ainda em caso
de desobediência às suas ordens, o presidente da mesa da assembleia de voto
pode, ouvida esta, requisitar a presença da força de manutenção da ordem
pública, com menção, na acta, das razões da requisição e do período de presença
da força armada.

3. Sempre que o comandante da força de manutenção da ordem pública verificar a


existência de indícios de que se exerce sobre os membros da assembleia de voto
coacção física ou psicológica que impeça o respectivo presidente de fazer a
respectiva requisição, pode mandar a força intervir, devendo esta retirar-se logo
que o presidente assim o determine ou quando a sua presença já não se
justifique.

4. Para pôr termo a tumultos ou obstar agressões ou violência, a força de


manutenção da ordem pública deve recorrer a formas lícitas de actuação
estabelecidas na lei.

5. Nos casos previstos nos nºs 2 e 3, suspendem-se imediatamente as operações


eleitorais até que o presidente considere reunidas as condições para que possam
prosseguir, sob pena de nulidade da eleição na respectiva mesa de assembleia de
voto.

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Artigo 89
(Deveres especiais dos profissionais de comunicação social)
Os profissionais de comunicação social que, no exercício das suas funções se
deslocam às assembleias de voto, não devem agir de forma a comprometer o segredo
de voto ou perturbar o acto eleitoral, bem como difundir com parcialidade.

CAPÍTULO VI
Apuramento

Secção I
Apuramento parcial
Artigo 90
(Operação preliminar)
1. Encerrada a votação, o presidente da mesa da assembleia de voto procede à
contagem dos boletins que não foram utilizados dos que foram inutilizados
pelos eleitores e encerra-os, com a necessária especificação, em dois
sobrescritos próprios, um para a eleição do presidente da autarquia e outro para a
eleição dos membros da assembleia da autarquia, que fecha e lacra. Em seguida,
tranca a lista de eleitores, que é assinada por todos os membros da mesa e
delegados de candidaturas para posterior envio à comissão de eleições distrital
ou de cidade correspondente.

2. Todas as operações previstas nesta secção são efectuadas no local da assembleia


de voto.

Artigo 91
(Contagem dos votantes e dos boletins de voto utilizados)
1. Concluída a operação preliminar, o presidente da mesa da assembleia de voto
manda contar o número dos votantes pelas descargas efectuadas nos cadernos de
recenseamento eleitoral.

2. Seguidamente, o presidente da mesa manda abrir as urnas uma a uma, a fim de


conferir o número de boletins de voto entrados e, no fim da contagem, volta a
depositá-los nelas, selando-as em seguida.

3. Do número de boletins de voto contados é dado imediato conhecimento público


através de edital original, que o presidente da mesa lê em voz alta e manda afixar
no local do funcionamento da assembleia de voto.

Artigo 92
(Suprimento de divergência na contagem)
1. Em caso de divergência entre o número de votantes apurados nos termos do nº 1
do artigo anterior e o número dos boletins de voto contados, prevalece, para

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efeitos de apuramento, o segundo destes números, desde que não seja superior
ao número de eleitores inscritos.

2. Verificando-se que o número de boletins de voto existentes na urna é superior ao


número de eleitores inscritos, considera-se nula a votação e as operações
eleitorais correspondentes são repetidas no segundo domingo posterior à
decisão.

Artigo 93
(Contagem dos votos)
1. Após a reabertura das urnas de votação, o presidente da mesa da assembleia de
voto manda proceder à contagem dos boletins de voto, separada para cada órgão
autárquico e com respeito pelas seguintes regras:
a) o presidente abre o boletim, exibe-o e anuncia em voz alta qual a
candidatura ou lista votada;
b) o secretário da mesa ou seu substituto aponta os votos atribuídos a cada
candidato ou lista em duas folhas separadas de papel branco ou, caso
exista, num quadro grande;
c) o segundo escrutinador coloca em separado e por lotes, depois de os
exibir, os votos já lidos correspondentes a cada candidato ou lista, os
votos em branco e os votos nulos;
d) o primeiro e o segundo escrutinadores procedem à contagem dos votos e
o presidente da mesa divulga o número de votos que coube a cada
candidato ou lista.

2. Terminada a operação a que se refere o número anterior, o presidente da mesa


procede ao confronto entre o número de votos existentes na urna e o número de
votos por cada lote.

3. Logo de seguida é afixado na assembleia de voto, em lugar de acesso ao público,


edital contendo os dados do apuramento parcial.

Artigo 94
(Cópias da acta e do edital originais)
O presidente da mesa da assembleia de voto distribui cópias da acta e do edital
originais do apuramento de votos referidos no nº 3 do artigo anterior, devidamente
assinadas e carimbadas, aos delegados de candidaturas dos partidos políticos,
coligações de partidos ou grupos de cidadãos eleitores proponentes.

Artigo 95
(Votos em branco)
É voto em branco o boletim de voto que não contenha qualquer sinal.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 96
(Votos nulos)
1. É voto nulo o boletim de voto no qual:
a) tenha sido assinalado mais de um quadrado;
b) haja dúvidas sobre o quadrado ou a área rectangular assinalada;
c) tenha sido assinalado o quadrado ou a área rectangular correspondente a
uma candidatura que tenha desistido das eleições;
d) tenha sido feito qualquer corte, desenho ou rasura;
e) tenha sido escrita qualquer palavra.

2. Não é considerado voto nulo o boletim de voto no qual a cruz ou impressão


digital, não tenha sido perfeitamente desenhada ou colocada, ou ainda exceda os
limites do quadrado ou da área rectangular, quando assinale, inequivocamente, a
vontade do eleitor.

Artigo 97
(Intervenção dos delegados das candidaturas)
1. Concluídas as operações referidas nos artigos 91 e 93 da presente Lei, os
delegados das candidaturas podem examinar os lotes dos boletins de voto
separados, sem alterar a sua composição.

2. Se entenderem dever suscitar dúvidas ou deduzir reclamações quanto à


contagem ou quanto à qualificação dada a qualquer voto, devem as mesmas ser
apresentadas ao presidente da mesa da assembleia de voto.

3. Caso as reclamações apresentadas não sejam atendidas pela mesa da assembleia


de voto, os boletins de votos e o objecto da reclamação em causa são separados,
anotados no verso com a qualificação dada pela mesa, rubricados pelo
presidente da mesa e pelo delegado de candidatura.

Artigo 98
(Destino dos boletins de voto reclamados ou protestados)
1. Os boletins de voto sobre os quais haja reclamações ou protestos são, depois de
rubricados pelo presidente da mesa ou seu substituto, remetidos à Comissão de
Eleições Distrital ou de Cidade até às doze horas do dia seguinte após a votação.

2. Esgotado o prazo para a interposição do recurso contencioso ou decidido este


definitivamente, o presidente da comissão referida no número anterior promove
a destruição dos boletins de voto.

Artigo 99
(Destino dos restantes boletins de voto)
1. Os restantes boletins de voto são colocados em pacotes que são devidamente
lacrados e confiados à guarda da Comissão de Eleições Distrital ou de Cidade.

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2. Esgotado o prazo para a interposição do recurso contencioso ou decidido este


definitivamente, o presidente da comissão referida no número anterior promove
a destruição dos boletins de voto.

Artigo 100
(Acta e edital das operações eleitorais)
1. Compete ao secretário da mesa da assembleia de voto elaborar a acta e o edital
das operações de votação e do apuramento parcial.

2. Da acta constam obrigatoriamente:


a) o número de inscrição no recenseamento eleitoral e o nome dos
membros da mesa da assembleia de voto e dos delegados de
candidatura;
b) o local de funcionamento da assembleia de voto;
c) a hora de abertura e de encerramento da assembleia de voto;
d) as deliberações tomadas pela mesa durante as operações eleitorais;
e) o número total dos eleitores inscritos, dos que votaram e dos que não
votaram;
f) o número de votos obtidos por cada candidatura;
g) o número de votos brancos e de votos nulos;
h) o número de boletins de voto sobre os quais haja incidido reclamação ou
protesto;
i) as divergências de contagem, se as houver, com a indicação precisa das
diferenças notadas;
j) o número de reclamações e protestos apensos à acta;
k) quaisquer outras ocorrências que a mesa julgar dignas de menção;
l) assinatura dos membros da mesa da assembleia de voto.

Artigo 101
(Publicação do apuramento parcial)
1. O apuramento parcial é imediatamente publicado por acta e edital originais,
devidamente assinado e carimbado no local do funcionamento da assembleia de
voto, no qual se discrimina o número de votos de cada candidatura, o número de
votos em branco e o número de votos nulos.

2. O apuramento parcial só pode ser tornado público após a hora estabelecida para
o encerramento da votação ao nível nacional.

3. A acta e o edital do apuramento parcial são afixados na assembleia de voto em


lugar de acesso público.

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Artigo 102
(Comunicações para o efeito de contagem provisória de votos)
O presidente da mesa de assembleia de voto comunica, de imediato, os elementos
constantes do edital previsto no artigo anterior à comissão de eleições distrital ou de
cidade que, por sua vez, os transmite à comissão provincial de eleições e esta
directamente à Comissão Nacional de Eleições.

Artigo 103
(Cópias da acta e do edital original)
O presidente da mesa da assembleia de voto distribui cópias da acta e do edital
originais do apuramento de votos, referidos no nº1 do artigo 90 da presente Lei,
devidamente assinados e carimbados, aos delegados de candidatura dos partidos
políticos, coligações de partidos ou grupo de cidadãos eleitores proponentes.

Secção II
Apuramento autárquico intermédio
Artigo 104
(Competência)
O apuramento autárquico intermédio na área de cada autarquia local compete à
Comissão de Eleições Distrital ou de Cidade.

Artigo 105
(Envio de material eleitoral à assembleia de apuramento intermédio)
1. Até às doze horas do dia seguinte ao apuramento parcial, os presidentes das
mesas das assembleias de voto entregam pessoalmente ou remetem pela via
mais segura, contra recibo, as urnas, as actas, os cadernos e demais documentos
respeitantes à eleição, à Comissão de Eleições Distrital ou de Cidade através do
Secretariado Técnico de Administração Eleitoral.

2. Os delegados das candidaturas e os observadores podem acompanhar e devem


ser avisados da hora de partida do transporte dos materiais referidos no nº 1 do
presente artigo.

Artigo106
(Apuramento intermédio)
1. A comissão de eleições distrital ou de cidade centraliza os resultados eleitorais
obtidos na totalidade das assembleias de voto constituídas nos limites
geográficos da jurisdição das autarquias e procede ao apuramento intermédio
dos resultados eleitorais ao nível de cada autarquia.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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2. Em caso de dúvida quanto à existência de alguma mesa procede-se à


averiguação para apuramento da verdade.

3. Havendo ilegalidade, os dados apurados nessa mesa são declarados nulos e sem
nenhum efeito.

Artigo 107
(Conteúdo do apuramento intermédio)
O apuramento intermédio de votos referido no artigo anterior consiste:
a) na verificação do número total de eleitores inscritos;
b) na verificação do número total de eleitores que votaram e o dos que não
votaram na área a que o apuramento se reporta, com as respectivas
percentagens relativamente ao número total de inscritos;
c) na verificação do número total de votos em branco, de votos nulos e de votos
validamente expressos, com as percentagens relativamente ao número total
de votantes;
d) na verificação do número total de votos obtidos por cada candidatura, com
as respectivas percentagens relativamente ao número total de votos
validamente expressos.

Artigo 108
(Acta e edital do apuramento intermédio)
1. Das operações do apuramento intermédio são imediatamente lavrados acta e
edital onde constem os resultados apurados, as reclamações, os protestos e os
contraprotestos apresentados bem como as decisões que sobre os mesmos
tenham sido tomadas.

2. Um exemplar da acta de apuramento intermédio é enviado imediatamente pelo


presidente da Comissão de Eleições Distrital ou de Cidade à Comissão
Nacional de Eleições através da Comissão Provincial de Eleições que também
conserva em seu poder uma cópia da referida acta.

3. Outro exemplar da acta é entregue ao Administrador de Distrito que conserva


sob sua guarda e responsabilidade.

Artigo 109
(Cópias do edital e da acta originais do apuramento intermédio)
Aos mandatários de candidaturas de partidos políticos, coligações de partidos ou
grupos de cidadãos eleitores proponentes, são entregues cópias do edital e da acta
originais referidos no artigo anterior devidamente assinados e carimbados.

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Artigo 110
(Publicação dos resultados do apuramento intermédio)
Os resultados do apuramento intermédio são anunciados pelo presidente da
comissão de eleições distrital ou de cidade no prazo máximo de setenta e duas horas,
contadas a partir do encerramento da votação e são afixados em edital à porta do
edifício onde funciona a Comissão de Eleições Distrital ou de Cidade e do edifício
da Administração do Distrito.

Secção III
Apuramento geral
Artigo 111
(Competência)
O apuramento geral da eleição na área de cada autarquia local e a proclamação dos
candidatos eleitos competem à Comissão Nacional de Eleições.

Artigo 112
(Elementos de apuramento geral)
1. O apuramento geral é realizado com base nas actas e editais do apuramento
intermédio.

2. A falta de alguns elementos do apuramento intermédio não impede o


apuramento geral, que deve iniciar-se com base nos elementos já recebidos,
marcando o presidente da comissão de eleições do nível respectivo nova reunião
dentro das vinte e quatro horas seguintes, para se concluir os trabalhos, tomando,
entretanto, as providências necessárias para que a falta seja suprida.

Artigo 113
(Apreciação de questões prévias)
No início dos trabalhos a Comissão Nacional de Eleições decide sobre os boletins de
voto em relação aos quais tenha havido reclamação ou protesto, verifica os boletins
considerados nulos e reaprecia-os segundo um critério uniforme, podendo desta
operação resultar a correcção da centralização ou do apuramento feito em cada
comissão de eleições distrital ou de cidade, sem prejuízo do disposto em matéria de
recurso contencioso.

Artigo 114
(Operações de apuramento geral)
O apuramento geral consiste:
a) na verificação do número total de eleitores inscritos, votantes e de
abstenções, na área da respectiva autarquia local;

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b) na verificação do número total de votos obtidos por cada lista, do número de


votos em branco e do número de votos nulos;
c) na distribuição dos mandatos pelas diversas listas;
d) na determinação dos candidatos eleitos por cada lista.

Artigo 115
(Acta e edital do apuramento geral)
1. Do apuramento geral é imediatamente lavrada acta, devidamente assinada, da
qual constam os resultados das respectivas operações, as reclamações, protestos
e contraprotestos e as decisões que sobre eles tenham sido tomadas.

2. Em seguida é elaborado o edital contendo os dados do apuramento geral que é


remetido e afixado no edifício da Comissão Nacional de Eleições, em lugar de
acesso público.

Artigo 116
(Publicação da centralização nacional e do apuramento geral)
1. O Presidente da Comissão Nacional de Eleições, num prazo máximo de quinze
dias contados a partir da data do encerramento da votação, anuncia os resultados
da centralização nacional e do apuramento geral, mandando-os divulgar nos
órgãos de comunicação social e afixar à porta das instalações da Comissão
Nacional de Eleições.

2. Um exemplar da acta e do edital são remetidos ao Conselho Constitucional, num


prazo de cinco dias, para efeitos de proclamação e validação dos resultados
eleitorais.

Artigo 117
(Cópias do edital e da acta de apuramento geral)
Aos candidatos e aos mandatários de cada lista proposta à eleição é passada pela
Comissão Nacional de Eleições, uma cópia do edital e da acta de apuramento geral.
Estas cópias podem também ser passadas a qualquer partido político, ainda que não
tenha apresentado candidatos, se o requerer. Igual tratamento é observado em
relação ao núcleo de observadores e jornalistas.

Artigo 118
(Proclamação, validação e publicação dos resultados)
1. Os resultados do apuramento geral são proclamados e validados pelo Conselho
Constitucional, de seguida, afixados por meio de edital à porta do edifício da sua
sede, da Comissão Nacional de Eleições, do Secretariado Técnico da
Administração Eleitoral e nos lugares de estilo.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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2. A divulgação dos resultados do apuramento geral tem lugar até quinze dias
após o acto eleitoral.

Artigo 119
(Publicação dos resultados gerais das eleições)
Após a proclamação e validação dos resultados gerais das eleições, o Conselho
Constitucional manda publicar, na I série do Boletim da República, no prazo de
cinco dias, dando a conhecer os seguintes dados:
a) número dos eleitores inscritos, por autarquia local;
b) número de votantes e de abstenções, por autarquia local;
c) número de votos em branco e votos nulos, por autarquia local;
d) número, com a respectiva percentagem, de votos atribuídos a cada
candidatura relativamente aos dois órgãos autárquicos;
e) número de mandatos atribuídos a cada candidatura relativamente aos dois
órgãos autárquicos;
f) nomes dos eleitos bem como dos suplentes das diversas listas relativamente
aos dois órgãos autárquicos.

TÍTULO III
Eleição do Presidente do Conselho Municipal ou de Povoação

Capítulo I
Organização Eleitoral

Artigo 120
(Mandato)
O presidente do conselho municipal ou de povoação é eleito para um mandato de
cinco anos.

Artigo 121
(Princípio electivo)
O presidente do conselho municipal ou de povoação é eleito através de sufrágio
universal, directo, igual, secreto, pessoal e periódico.

Artigo 122
(Lista uninominal)
O presidente do conselho municipal ou de povoação apresenta-se ao eleitorado em
lista uninominal.

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Capítulo II
Candidaturas
Artigo 123
(Poder de apresentação de candidaturas)
1. As candidaturas ao cargo de presidente do conselho municipal ou de povoação
podem ser apresentadas:
a) pelos órgãos dos partidos políticos ou coligações de partidos políticos
estatutariamente competentes, apoiados por um por cento de assinaturas
relativamente ao universo de cidadãos eleitores recenseados na
respectiva autarquia;
b) por grupos de cidadãos eleitores, inscritos na área da respectiva
autarquia local, com um mínimo de um por cento de assinaturas
relativamente ao universo de cidadãos eleitores recenseados.

2. Nenhum partido político, coligação de partidos ou grupo de cidadãos eleitores


proponentes pode apresentar mais de uma lista à eleição de cada órgão da
autarquia local.

3. As assinaturas são apresentadas em papel próprio conforme modelo


previamente depositado no Secretariado Técnico da Administração Eleitoral.

Artigo 124
(Desistência dos candidatos)
1. Qualquer candidato pode desistir da candidatura, até dez dias antes da data do
acto eleitoral, mediante declaração escrita, com a assinatura notarialmente
reconhecida, entregue à Comissão Nacional de Eleições.

2. Verificada a regularidade da declaração de desistência, a Comissão Nacional de


Eleições manda imediatamente afixar cópia à porta da sua sede, fazendo-o
publicitar pelos meios da comunicação social disponíveis.

Artigo 125
(Morte ou incapacidade dos candidatos)
1. Em caso de morte de qualquer candidato ou da ocorrência de qualquer
circunstância que determina a incapacidade do candidato para continuar a
concorrer à eleição autárquica, o facto deve ser comunicado ao Secretariado
Técnico da Administração Eleitoral, no prazo de um dia, com a indicação da
intenção de substituição ou não do candidato, sem prejuízo do normal
andamento da campanha eleitoral, devendo aquele órgão eleitoral fazer a sua
adequada publicitação.

2. Sempre que haja a intenção de substituir o candidato, o Secretariado Técnico da


Administração Eleitoral concede um prazo de três dias para a apresentação de
nova candidatura e comunica o facto à Comissão Nacional de Eleições e esta ao
Conselho de Ministros para efeitos do previsto no nº 4 do presente artigo.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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3. A Comissão Nacional de Eleições tem dois dias para apreciar e decidir da


aceitação da candidatura de substituição.

4. O Conselho de Ministros, sob proposta da Comissão Nacional de Eleições,


marca uma nova data para a eleição autárquica não excedendo o período de
trinta dias, contados da data inicialmente prevista para a votação.

5. Não havendo intenção de substituir a candidatura, as eleições têm lugar na data


anteriormente fixada.

Capítulo III
Regime de eleição

Artigo 126
(Eleição à primeira volta)
É logo eleito o candidato que obtiver mais de metade dos votos validamente
expressos, não se contando os votos em branco, os nulos e as abstenções.

Artigo 127
(Necessidade de uma segunda volta)
1. Se nenhum dos candidatos obtiver essa maioria, procede-se a um segundo
escrutínio, ao qual concorrerão apenas os dois candidatos mais votados na
primeira volta.

2. No segundo escrutínio, considera-se eleito o candidato que obtiver o maior


número de votos validamente expressos.

Artigo 128
(Empate)
Em caso de empate entre candidatos que devam passar à segunda volta, o Conselho
de Ministros, sob proposta da Comissão Nacional de Eleições, marca nova votação,
à qual concorrerão apenas os candidatos empatados.

Capítulo IV
Segunda volta
Artigo 129
(Marcação)
A data da segunda volta é marcada pelo Conselho de Ministros, sob proposta da
Comissão Nacional de Eleições.

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Artigo 130
(Data)
A segunda volta tem lugar até trinta dias após a publicação dos resultados eleitorais.

Artigo 131
(Morte ou incapacidade de um dos candidatos)
Em caso de morte ou de incapacidade de um dos dois candidatos mais votados, a
Comissão Nacional de Eleições declara a nulidade do processo e submete ao
Conselho de Ministros a proposta de marcação de novas eleições.

Artigo 132
(Campanha eleitoral)
A campanha eleitoral da segunda volta tem a duração de dez dias e termina um dia
antes do dia das eleições.

Artigo 133
(Votação e apuramento)
Ao segundo escrutínio aplicam-se, com as devidas adaptações, as disposições que
regulam a votação e o apuramento.

TÍTULO IV
Eleição dos Membros da Assembleia Municipal ou de Povoação

Capítulo I
Organização Eleitoral

Artigo 134
(Mandato)
O mandato dos membros das assembleias municipais e de povoação é de cinco anos.

Artigo 135
(Número de membros a eleger)
O número de membros a eleger por cada autarquia local é divulgado pela Comissão
Nacional de Eleições, mediante edital e nos órgãos de comunicação social, com
antecedência mínima de trinta dias da data do acto eleitoral.

Capítulo II
Candidaturas

Artigo 136
(Poder de apresentação de candidaturas)
Podem apresentar candidaturas à eleição da assembleia municipal os partidos

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políticos, as coligações de partidos e grupos de cidadãos eleitores, inscritos na área


da respectiva autarquia local, em número não inferior a um por cento do universo
dos cidadãos eleitores inscritos.

Artigo 137
(Coligações de partidos políticos para fins eleitorais)
1. É permitido a dois ou mais partidos políticos apresentarem conjuntamente uma
lista única à eleição da assembleia municipal ou de povoação, desde que tal
coligação, depois de autorizada pelos órgãos competentes dos partidos, seja
anunciada publicamente até ao início do período de apresentação de
candidaturas.

2. As coligações de partidos políticos para fins eleitorais constituem-se nos termos


previstos na Lei nº 7/91, de 23 de Janeiro.

3. Os partidos políticos que realizem convénios de coligação para fins eleitorais


devem comunicar o facto, mediante a apresentação de prova bastantes à
Comissão Nacional de Eleições até à apresentação efectiva das candidaturas,
em documento assinado conjuntamente pelos órgãos competentes dos
respectivos partidos políticos.

4. A comunicação prevista no número anterior deve conter:


a) a definição do âmbito da coligação;
b) a indicação da denominação, sigla e símbolos da coligação;
c) a designação dos titulares dos órgãos de direcção ou de coordenação da
coligação;
d) o documento comprovativo da aprovação do convénio da coligação.

Artigo 138
(Substituição de candidatos)
1. Pode haver lugar à substituição de candidatos, até vinte dias antes do acto
eleitoral, apenas nos seguintes casos:
a) posterior rejeição de candidato por inelegibilidade superveniente;
b) morte ou doença de que resulte incapacidade física ou psíquica do
candidato;
c) desistência do candidato.

2. É necessária a publicitação da nova lista de candidatura alterada.

Artigo 139
(Desistência de lista e de candidatos)
1. É permitida a desistência de candidatura até cinco dias antes da data do acto
eleitoral.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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2. A declaração de desistência, a apresentar à Comissão Nacional de Eleições é


subscrita pelo respectivo mandatário.

3. É também lícita a desistência de qualquer candidato através de declaração, por


ele assinada e notarialmente reconhecida, entregue à Comissão Nacional de
Eleições, dentro daquele mesmo prazo.

Capítulo III
Organização das listas

Artigo 140
(Listas plurinominais fechadas)
1. Os membros da assembleia municipal são eleitos em listas plurinominais.

2. Não é permitida a transferência de candidatos entre listas ou a alteração da


respectiva posição relativa.

Artigo 141
(Candidatos efectivos e suplentes)
1. As listas propostas à eleição dos membros à assembleia municipal ou de
povoação devem conter a indicação de candidatos efectivos em número igual ao
número dos mandatos a preencher.

2. As listas propostas à eleição da assembleia municipal ou de povoação devem


conter, pelo menos, metade de candidatos suplentes.

Artigo 142
(Ordenação nas listas)
Os candidatos de cada lista consideram-se ordenados segundo a sequência
constante da respectiva declaração de candidatura.

Artigo 143
(Distribuição de mandatos dentro das listas)
Os mandatos dentro das listas são atribuídos segundo a ordem de precedência delas
constante.
Artigo 144
(Incompatibilidade e morte ou impedimento)
1. A existência de incompatibilidade entre a função desempenhada pelo candidato
e o exercício do cargo de membro da assembleia municipal ou de povoação não
impede a atribuição do mandato.

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2. Em caso de morte ou doença que determine a impossibilidade física ou mental


do candidato, o mandato é atribuído ao candidato, imediatamente a seguir, de
acordo com a ordem de precedência mencionada.

3. Não há lugar ao preenchimento de vaga ocorrida na assembleia municipal ou de


povoação no caso de já não existirem candidatos efectivos ou suplentes da lista a
que pertencia o titular do mandato vago.

Capítulo IV
Regime da Eleição

Artigo 145
(Princípio electivo)
Os membros da assembleia municipal ou de povoação são eleitos com base no
sufrágio universal, directo, igual, secreto, pessoal e periódico.

Artigo 146
(Voto singular de lista)
Cada cidadão eleitor dispõe de um voto singular de lista.

Artigo 147
(Conversão dos votos em mandatos)
A conversão dos votos em mandatos faz-se através do método de representação
proporcional, segundo a variante de Hondt, obedecendo às seguintes regras:
a) apura-se em separado o número de votos recebidos por cada candidatura no
colégio eleitoral respectivo;
b) o número de votos apurado por cada candidatura é dividido sucessivamente
por 1, 2, 3, 4, 5, etc., sendo seguidamente alinhados os quocientes pela
ordem decrescente da sua grandeza, numa série de tantos termos quantos os
mandatos atribuídos ao colégio eleitoral respectivo;
c) os mandatos pertencem às candidaturas a que correspondem os termos da
série estabelecida pela regra anterior, recebendo cada uma das candidaturas
tantos mandatos quantos são os seus termos na série;
d) no caso de restar um só mandato para distribuir e de os termos seguintes das
séries serem iguais e de candidaturas diferentes, o mandato cabe à
candidatura que tiver obtido menor número de votos.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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TÍTULO V
Contencioso e Ilícito Eleitorais

Capítulo I
Contencioso eleitoral
Artigo 148
(Reclamação para a Comissão Nacional de Eleições do processo eleitoral)
1. As irregularidades ocorridas no decurso da votação e no apuramento parcial e
geral podem ser apreciadas em reclamação apresentada à Comissão Nacional de
Eleições, desde que hajam sido objecto de reclamação ou protesto apresentados
no acto em que se verificaram, quando delas se teve conhecimento.

2. Da decisão sobre a reclamação ou protesto podem recorrer, além do apresentante


da reclamação, protesto ou contraprotesto, os candidatos, os seus mandatários e
os partidos políticos que, na circunscrição distrital, concorrem à eleição.

3. Caso se trate de recurso contencioso sobre o apuramento geral, a Comissão


Nacional de Eleições ou os seus órgãos de apoio devem facultar toda a
documentação necessária a ser exigida pelo recorrente para efeitos de
formulação da sua petição.

4. A reclamação é apresentada no prazo de dois dias, a contar da afixação do edital


que publicita os resultados eleitorais.

5. A Comissão Nacional de Eleições delibera sobre a reclamação, no prazo de três


dias.

Artigo 149
(Recurso ao Conselho Constitucional)
1. Das deliberações tomadas pela Comissão Nacional de Eleições sobre
reclamações apresentadas, cabe recurso a interpor junto do Conselho
Constitucional.

2. O recurso é interposto no prazo de três dias a contar da comunicação da


deliberação da Comissão Nacional de Eleições sobre a reclamação apresentada.

3. No prazo de cinco dias, o Conselho Constitucional julga definitivamente o


recurso, comunicando imediatamente a decisão a todos os interessados
incluindo os órgãos eleitorais.

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Artigo 150
(Nulidade das eleições)
1. A votação em qualquer assembleia de voto e a votação em toda a área da
autarquia local só são julgadas nulas desde que se hajam verificadas
ilegalidades que possam influir no resultado geral da eleição referente a cada
órgão autárquico.
2. Declarada nula a eleição de uma ou mais assembleias de voto, os actos eleitorais
correspondentes são repetidos até ao segundo Domingo posterior à decisão, em
data a fixar pelo Conselho de Ministros sob proposta da Comissão Nacional de
Eleições.

Capítulo II
Ilícito Eleitoral

Secção I
Disposições gerais

Artigo 151
(Concorrência com crimes mais graves e responsabilidade disciplinar)
1. As sanções cominadas na presente Lei não excluem a aplicação de outras mais
graves pela prática de qualquer crime previsto na lei penal geral.

2. As infracções previstas na presente Lei constituem também faltas disciplinares


quando cometidas por agentes sujeitos a essa responsabilidade.

Artigo 152
(Circunstâncias agravantes especiais)
Para além das previstas na lei penal geral, constituem circunstâncias agravantes
especiais do ilícito eleitoral penal:
a) o facto de a infracção influir no resultado da votação;
b) o facto de os seus agentes fazerem parte dos órgãos eleitorais;
c) o facto de o agente ser candidato, delegado de candidatura ou mandatário de
lista.
Artigo 153
(Não suspensão ou substituição das penas)
As penas aplicadas por infracções eleitorais dolosas não podem ser suspensas nem
substituídas por qualquer outra.

Artigo 154
(Suspensão de direitos políticos)
A condenação em pena de prisão por infracção eleitoral dolosa prevista na presente
Lei é acompanhada de condenação em igual período de suspensão de direitos
políticos.

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Artigo 155
(Prescrição)
O procedimento criminal por infracção relativa às operações eleitorais prescreve no
prazo de um ano a contar da data da eleição.

Secção II
Infracções relativas à apresentação de candidaturas

Artigo 156
(Candidatura de cidadão inelegível)
Aquele que, não tendo capacidade eleitoral passiva, dolosamente aceitar a sua
candidatura é punido com a pena de prisão de seis meses a dois anos e multa de um a
dois salários mínimos nacionais.

Artigo 157
(Candidatura plúrima)
Aquele que, intencionalmente, subscrever mais do que uma lista de candidatos à
assembleia municipal ou de povoação a presidente do conselho municipal ou de
povoação é punido com a pena de multa de dois a cinco salários mínimos nacionais.

Secção III
Infracções relativas a campanha eleitoral

Artigo 158
(Violação do dever de neutralidade e imparcialidade)
Todo aquele que violar o dever de neutralidade e imparcialidade perante as
candidaturas é punido com a pena de prisão até um ano e multa de um a dois salários
mínimos nacionais.

Artigo 159
(Utilização indevida de denominação, sigla ou símbolo)
Aquele que, durante a campanha eleitoral, utilizar a denominação, a sigla ou
símbolo de um partido político, coligações de partidos ou grupos de cidadãos
eleitores proponentes com intuito de os prejudicar ou injuriar é punido com a pena
de prisão até um ano e multa de meio a um salário mínimo nacional.

Artigo 160
(Violação da liberdade de reunião eleitoral)
Aquele que impedir a realização ou o prosseguimento de reunião, comício, cortejo
ou desfile de propaganda eleitoral é punido com a pena de prisão de seis meses a um
ano e multa de um a dois salários mínimos nacionais.

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Artigo 161
(Desvio de material de propaganda eleitoral)
Aquele que desviar, retiver ou não entregar ao destinatário circulares, cartazes ou
papéis de propaganda eleitoral de qualquer lista é punido com a pena de prisão até
um ano e multa de meio a um salário mínimo nacional.
Artigo 162
(Propaganda depois de encerrada a campanha eleitoral)
1. Aquele que, no dia das eleições ou no dia anterior, fizer propaganda eleitoral por
qualquer meio é punido com a pena de prisão até seis meses e multa de meio a
um salário mínimo nacional.

2. Aquele que, no dia das eleições, fizer propaganda nas assembleias de voto ou
nas suas imediações até trezentos metros é punido com a pena de prisão até um
ano e multa de meio a um salário mínimo nacional.

Artigo 163
(Revelação ou divulgação de resultados de sondagens)
Aquele que fizer a divulgação dos resultados de sondagens ou de inquéritos
relativos à opinião dos eleitores quanto aos concorrentes às eleições dos órgãos das
autarquias locais no período de sete dias, antes da votação até a divulgação dos
resultados eleitorais, é punido com prisão até um ano e multa de um a cinco salários
mínimos nacionais.

Secção IV
Infracções relativas a capacidade eleitoral activa

Artigo 164
(Violação da capacidade eleitoral activa)
1. Aquele que, não possuindo capacidade eleitoral activa, se apresentar a votar é
punido com a pena de multa de meio a um salário mínimo nacional.

2. A pena de prisão até um ano e multa de um a dois salários mínimos nacionais é


imposta ao cidadão que, não possuindo capacidade eleitoral activa, consiga
exercer o direito de voto.

3. Se, para exercer aquele direito, utilizar fraudulentamente identidade de outro


cidadão regularmente recenseado, a pena de prisão prevista no número anterior
pode ir até dezoito meses e multa de dois a três salários mínimos nacionais.

Artigo 165
(Admissão ou exclusão abusiva do voto)
Aquele que concorrer para que seja admitido a votar quem não tem esse direito ou
para a exclusão de quem o tiver e, bem assim, quem atestar falsamente uma

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impossibilidade de exercício do direito de voto é punido com a pena de prisão até


dezoito meses e multa de dois a três salários mínimos nacionais

Artigo 166
(Impedimento de sufrágio)
O agente de autoridade que dolosamente, no dia das eleições, sob qualquer pretexto,
impedir qualquer eleitor de exercer o seu direito de voto é punido com a pena de
prisão até doze meses e multa de um a dois salários mínimos nacionais.

Artigo 167
(Voto plúrimo)
Aquele que votar ou permitir dolosamente que se vote mais de uma vez é punido
com a pena de prisão de seis meses a dois anos e multa de um a dois salários mínimos
nacionais.

Artigo 168
(Mandatário infiel)
Aquele que acompanhar um cego ou portador de outra deficiência a votar e
dolosamente exprimir infielmente a sua vontade é punido com a pena de prisão de
seis meses a dois anos e multa de três a quatro salários mínimos nacionais.

Artigo 169
(Violação do segredo de voto)
1. Aquele que, na assembleia de voto ou nas suas imediações até mil metros, usar
de coacção ou artifício de qualquer natureza ou se servir do seu ascendente sobre
o eleitor para obter a revelação do voto é punido com a pena de prisão até seis
meses.

2. Aquele que, na assembleia de voto ou nas suas imediações até mil metros,
revelar em que lista vai votar ou votou é punido com a multa de meio a um
salário mínimo nacional.

Artigo 170
(Coacção e artifício fraudulento sobre o eleitor)
1. Aquele que, por meio de violência ou ameaça de violência sobre qualquer eleitor,
usar de artifícios fraudulentos para constranger ou induzir a votar em
determinado candidato, ou a abster-se de votar, é punido com a pena de prisão de
seis meses a dois anos e multa de um a dois salários mínimos nacionais.

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2. A mesma pena é aplicada àquele que, com a conduta prevista no número anterior,
visar obter a desistência de algum candidato.

3. A pena prevista nos números anteriores é agravada, nos termos da lei penal geral
em vigor, se a ameaça for praticada com o uso de arma ou a violência for
exercida por duas ou mais pessoas.

4. Se a mesma infracção for cometida por cidadão investido de poder público,


funcionário ou agente do Estado, agente de outra pessoa colectiva pública,
ministro de qualquer culto ou seita é punida com a pena de prisão de seis meses a
dois anos e multa de um a três salários mínimos nacionais.

Artigo 171
(Despedimento ou ameaça de despedimento)
Aquele que despedir ou ameaçar despedir algum cidadão do seu emprego, impedir
ou ameaçar impedir alguém de obter emprego, aplicar qualquer outra sanção para o
forçar a votar ou a não votar, porque votou ou não votou em certa candidatura ou
porque se absteve de votar ou de participar na campanha eleitoral, é punido com a
pena de prisão de seis meses a dois anos e multa de dois a cinco salários mínimos
nacionais.

Artigo 172
(Corrupção eleitoral)
Aquele que, para persuadir alguém a votar ou a deixar de votar em determinada
lista, oferecer, prometer ou conceder emprego público ou privado, outra coisa ou
vantagem a um ou mais eleitores ou, por acordo com estes, a uma terceira pessoa,
mesmo quando a coisa ou vantagem utilizadas, prometidas ou conseguidas, forem
dissimuladas a título de indemnização pecuniária dada ao eleitor para despesas de
viagem, de estada ou de pagamento de alimentos, bebidas ou a pretexto de despesas
com a campanha eleitoral, é punido com a pena de prisão de seis meses a dois anos e
multa de um a dois salários mínimos nacionais.

Artigo 173
(Não exibição da urna)
1. O presidente da mesa da assembleia de voto que dolosamente não exibir a urna
perante os eleitores no acto da abertura da votação é punido com a pena de prisão
até seis meses e multa de meio a um salário mínimo nacional.

2. Quando se verificar que na urna não exibida se encontravam boletins de voto, a


pena de prisão será até dois anos e multa de um a dois salários mínimos
nacionais, sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo seguinte.

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Artigo 174
(Introdução de boletins de voto na urna e desvio desta ou de boletins de
voto)
Aquele que, fraudulentamente, depositar boletins de voto na urna antes ou depois
do início da votação, se apoderar da urna com boletins de voto nela recolhidos mas
ainda não apurados ou se apoderar de um boletim de voto em qualquer momento,
desde a abertura da assembleia de voto até ao apuramento geral da eleição, é punido
com a pena de prisão de seis meses a dois anos e multa de um a três salários mínimos
nacionais.

Artigo 175
(Fraudes nos boletins de voto)
O membro da mesa da assembleia de voto que dolosamente aponha ou permita que
se aponha indicação de confirmação em eleitor que não votou, que troque na leitura
dos boletins de voto a lista votada, que diminua ou adicione votos a uma lista no
apuramento de votos ou que, por qualquer forma, falseie o resultado da eleição é
punido com a pena de prisão de um a dois anos e multa de um a dois salários
mínimos nacionais.

Artigo 176
(Oposição ao exercício dos direitos dos delegados das candidaturas)
1. Aquele que impeça a entrada ou saída de delegados das candidaturas nas
assembleias de voto ou que, por qualquer forma, se oponha a que eles exerçam
os poderes que lhes são reconhecidos pela presente Lei é punido com a pena de
prisão até seis meses.

2. Tratando-se de presidente da mesa, a pena de prisão não será em qualquer caso


inferior a um ano.

Artigo 177
(Recusa de receber reclamação, protestos e contra protestos)
O presidente da mesa da assembleia de voto que injustificadamente se recusar a
receber reclamações, protestos ou contra protestos é punido com a pena de prisão
até seis meses e multa de um a dois salários mínimos nacionais.

Artigo 178
(Perturbação das assembleias de voto)
1. Aquele que perturbar o normal funcionamento das assembleias de voto com
insultos, ameaças ou actos de violência, originando tumulto, é punido com a

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pena de prisão até seis meses e multa de um a dois salários mínimos nacionais.

2. Aquele que, durante as operações eleitorais, se introduzir nas assembleias de


voto sem ter direito a fazê-lo e se recusar a sair, depois de intimado pelo
respectivo presidente, é punido com a pena de prisão até seis meses e multa de
dois a três salários mínimos nacionais.

3. Aquele que se introduza armado nas assembleias de voto fica sujeito a imediata
apreensão da arma e é punido com pena de prisão até dois anos e multa de um a
dois salários mínimos nacionais.

Artigo 179
(Obstrução dos candidatos, mandatários e representantes das candidaturas)
O candidato, mandatário, representante ou delegado de candidatura que perturbar o
funcionamento regular das operações eleitorais é punido com pena de prisão até três
meses e multa de quatro a cinco salários mínimos nacionais.

Artigo 180
(Não cumprimento do dever de participação no processo eleitoral)
Todo aquele que for designado para fazer parte da mesa de assembleia de voto e,
sem motivo justificativo, não realizar ou abandonar essas funções é punido com
multa de um a dois salários mínimos nacionais.

Artigo 181
(Falsificação dos documentos relativos à eleição)
Aquele que, de alguma forma com dolo, vicie, substitua, suprima, destrua ou altere
os cadernos eleitorais, os boletins de voto, as actas das assembleias de voto ou
quaisquer outros documentos respeitantes à eleição é punido com a pena de dois a
oito anos de prisão e multa de vinte a cinquenta salários mínimos nacionais.

Artigo 182
(Reclamação e recurso de má-fé)
Todo aquele que, com má-fé apresentar reclamações, recursos, protestos ou contra
protestos, ou que impugne as decisões dos órgãos através de recursos infundados é
punido com a pena de multa de seis a doze salários mínimos nacionais.

Artigo 183
(Não comparência da força policial)
Se, para garantir o regular decurso da operação de votação, for competentemente
requisitada uma força policial e esta não comparecer e não for apresentada

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justificação idónea no prazo de vinte e quatro horas, o comandante da mesma é


punido com a pena de prisão até seis meses e multa de um a dois salários mínimos
nacionais.

TITULO VI
Disposições finais e transitórias

Artigo 184
(Observação das eleições)
Os actos referentes ao sufrágio eleitoral podem ser objecto de observação por
entidades nacionais e ou internacionais nos termos a regulamentar pela Comissão
Nacional de Eleições.

Artigo 185
(Isenções na emissão de certidões)
São isentos de quaisquer impostos, taxas, emolumentos e outros encargos os
documentos destinados ao cumprimento do preceituado na presente Lei.

Artigo 186
(Conservação de documentação eleitoral)
1. A documentação relativa à apresentação de candidaturas é conservada pelo
Secretariado Técnico da Administração Eleitoral durante o período de cinco
anos a contar da investidura dos órgãos eleitorais, após o que um exemplar da
referida documentação é transferido para o Arquivo Histórico de Moçambique.

2. Toda a outra documentação dos processos eleitorais será conservada pelo


Secretariado Técnico da Administração Eleitoral nos termos da lei.

Artigo 187
(Investidura dos órgãos eleitos)
A investidura dos órgãos eleitos tem lugar:
a) até vinte dias depois da proclamação dos resultados gerais das eleições, para
presidente do conselho municipal ou de povoação, competindo à Comissão
Nacional de Eleições a marcação da data exacta;

b) até quinze dias depois da proclamação dos resultados gerais das eleições,
para a assembleia municipal ou de povoação, competindo à Comissão
Nacional de Eleições a marcação da data exacta.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 188
(Revogação)
É revogada a Lei nº 19/2002, de 10 de Outubro, e demais legislação que contrarie o
disposto na presente Lei.
Artigo 189
(Entrada em vigor)
A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Aprovada pela Assembleia da República, aos 11 de Abril de 2007.


O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Joaquim Mulembwè.

Promulgada em 11 de Julho de 2007.

Publique-se
O Presidente da República. ARMANDO EMILIO GUEBUZA.

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LEI Nº 2/97, DE 18 DE FEVEREIRO, QUE CRIA O QUADRO JURÍDICO-


LEGAL PARA A IMPLANTAÇÃO DAS AUTARQUIAS LOCAIS

Boletim da República Iª série nº 7, 2ºSuplemento


de 18 de Fevereiro de 1997

Lei nº 2/97,
de 18 de Fevereiro.

Havendo necessidade de criar o quadro jurídico-legal para a implantação das


autarquias locais, ao abrigo do nº1 do artigo 135 da Constituição, a Assembleia da
República determina:

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS
Artigo 1
(Autarquias Locais)
1. Na organização democrática do Estado, o poder local compreende a existência
de autarquias locais.

2. As autarquias locais são pessoas colectivas públicas dotadas de órgãos


representativos próprios que visam a prossecução dos interesses das populações
respectivas, sem prejuízo dos interesses nacionais e da participação do Estado.

3. As autarquias locais desenvolvem a sua actividade no quadro da unidade do


Estado e organizam-se com pleno respeito da unidade do poder político e do
ordenamento jurídico nacional.

Artigo 2
(Categorias)
1. As autarquias locais são os municípios e as povoações.

2. Os municípios correspondem à circunscrição territorial das cidades e vilas.

3. As povoações correspondem à circunscrição territorial da sede do posto


administrativo.

4. A lei poderá estabelecer outras categorias autárquicas superiores ou inferiores à


circunscrição territorial do município ou da povoação.

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Artigo 3
(Classificação)
As formas de classificação das autarquias locais de cada categoria são definidas por
lei.

Artigo 4
(Estatuto da cidade capital)
O Estatuto Municipal da cidade capital do país é definido por lei.

O Estatuto da cidade capital foi definido pela Lei nº 8/97, de 31 de Maio

Artigo 5
(Factores de decisão)
1. A criação e extinção das autarquias locais é regulada por lei, devendo a
alteração da respectiva área ser precedida de consulta aos seus órgãos.

2. A Assembleia da República, na apreciação das iniciativas que visem a criação,


extinção e modificação das autarquias locais deve ter em conta:
a) factores geográficos, demográficos, económicos, sociais, culturais e
administrativos;
b) interesses de ordem nacional ou local em causa;
c) razões de ordem histórica e cultural;
d) avaliação da capacidade financeira para a prossecução das atribuições
que lhe estiverem cometidas.

Artigo 6
(Atribuições)
1. As atribuições das autarquias locais respeitam os interesses próprios, comuns e
específicos das populações respectivas e, designadamente:
a) desenvolvimento económico e social local;
b) meio ambiente, saneamento básico e qualidade de vida;
c) abastecimento público;
d) saúde;
e) educação;
f) cultura, tempos livres e desporto;
g) polícia da autarquia;
h) urbanização, construção e habitação.

2. A prossecução das atribuições das autarquias locais é feita de acordo com os


recursos financeiros ao seu alcance e respeita a distribuição de competências
entre os órgãos autárquicos e os de outras pessoas colectivas de direito público,

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nomeadamente o Estado, determinadas pela presente lei e por legislação


complementar.

Pelo Decreto nº 33/2006, de 3 de Agosto foi aprovado o Regulamento de transferência


de competências e funções dos órgãos do Estado para as autarquias locais.

Artigo 7
(Autonomia)
1. As autarquias locais gozam de autonomia administrativa, financeira e
patrimonial.

2. A autonomia administrativa compreende os seguintes poderes:


a) praticar actos definitivos e executórios na área da sua circunscrição
territorial;
b) criar, organizar e fiscalizar serviços destinados a assegurar a
prossecução das suas atribuições.

3. A autonomia financeira compreende os seguintes poderes:


a) elaborar, aprovar, alterar e executar planos de actividades e
orçamento;
b) elaborar e aprovar as contas da gerência;
c) dispor de receitas próprias, ordenar e processar as despesas e
arrecadar as receitas que, por lei, forem destinadas às autarquias;
d) gerir o património autárquico;
e) recorrer a empréstimo nos termos da legislação em vigor.

4. A autonomia patrimonial consiste em ter património próprio para a prossecução


das atribuições das autarquias locais.

Artigo 8
(Representação do Estado e dos seus serviços)
1. A Administração do Estado poderá manter a sua representação e serviços na
circunscrição territorial cuja área de jurisdição coincida total ou parcialmente
com a da autarquia local.

2. Os serviços referidos no número anterior subordinar-se-ão aos órgãos centrais


ou locais do Estado, devendo articular-se com os órgãos autárquicos no
exercício de competências que respeitem a atribuição que a Administração do
Estado partilhe com a autarquia local.

Pelo Decreto nº 65/2003, de 31 de Dezembro, alterado pelo Decreto nº 52/2006, de 26


de Dezembro, foi designado o representante da Administração do Estado nas
circunscrições territoriais cuja área de jurisdição coincida total ou parcialmente com a
autarquia local.

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Artigo 9
(Tutela)
1. As autarquias locais estão sujeitas à tutela administrativa do Estado, segundo as
formas e nos casos previstos na Lei.

2. A tutela administrativa sobre as autarquias locais consiste na verificação da


legalidade dos actos administrativos dos órgãos autárquicos nos termos fixados
na lei.

3. O exercício do poder tutelar pode ser ainda aplicado sobre o mérito dos actos
administrativos, apenas nos casos e nos termos expressamente previstos na lei.

4. As autarquias locais podem impugnar contenciosamente as ilegalidades


cometidas pela autoridade tutelar no exercício dos poderes de tutela.

Artigo 10
(Órgão de tutela)
1. O exercício da tutela administrativa sobre as autarquias locais é efectuado
através de órgão próprio cuja acção se desenvolva em todo o território nacional.

2. Os pressupostos, requisitos, processo e forma de exercício dos poderes tutelares


e seus efeitos são definidos por Lei.

A Lei nº 7/97, de 31 de Maio, com as alterações introduzidas pela Lei nº6/2007, de 9 de


Fevereiro, estabelece o regime jurídico da tutela administrativa do Estado a que estão
sujeitas as autarquias locais.

Artigo 11
(Poder regulamentar)
As autarquias locais dispõem de poder regulamentar próprio sobre matéria
integrada no quadro das suas atribuições, nos limites da Constituição, de leis e de
regulamentos emanados das autoridades com poder tutelar.

Artigo 12
(Dever de fundamentação)
As decisões e deliberações dos órgãos autárquicos que afectem direitos ou
interesses legalmente protegidos, imponham ou agravem deveres, encargos ou
sanções, são expressamente fundamentadas.

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Artigo 13
(Publicidade dos actos)
1. As deliberações e decisões dos órgãos das autarquias são publicadas, mediante
afixação, durante trinta dias consecutivos, na sede da autarquia local.

2. Os órgãos das autarquias locais promoverão a criação de um sistema adequado


de informação sobre a actividade pública autárquica.

Artigo 14
(Legalidade)
A autarquia local desenvolve a sua actividade em estreita obediência à Constituição,
aos preceitos legais e regulamentares e aos princípios gerais de direito, dentro dos
limites dos poderes que lhes estejam atribuídos e em conformidade com os fins para
que os mesmos lhes foram conferidos.

Artigo 15
(Especialidade)
Os órgãos das autarquias locais só podem deliberar ou decidir no âmbito das suas
competências e para a realização das atribuições que lhes são próprias.

Artigo 16
(Órgãos)
1. As autarquias locais têm como órgãos uma Assembleia - dotada de poderes
deliberativos - e um órgão executivo que responde perante ela, nos termos
fixados na Lei.

2. A Assembleia é eleita por sufrágio universal, directo, igual, secreto, pessoal e


periódico dos cidadãos eleitores residentes na circunscrição territorial da
autarquia local, segundo o sistema de representação proporcional.

3. O órgão executivo da autarquia local é dirigido por um presidente, eleito por


sufrágio universal, directo, igual, secreto e pessoal dos cidadãos eleitores
residentes na respectiva circunscrição territorial.

Artigo 17
(Mandato)
A duração do mandato dos órgãos eleitos das autarquias locais é de cinco anos.

Artigo 18
(Quadro de pessoal das autarquias locais)
1. As autarquias locais dispõem de quadro de pessoal próprio, organizado de
acordo com as respectivas necessidades permanentes.

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2. As formas de mobilidade dos funcionários entre os quadros da administração do


Estado e das autarquias locais são determinadas por Lei.

3. É aplicável aos funcionários e agentes da administração autárquica o regime dos


funcionários e agentes do Estado.

4. Em caso de necessidade, as autarquias locais poderão solicitar ao Estado os


recursos humanos disponíveis para o seu funcionamento.

Pela Resolução nº 8/2003, de 24 de Dezembro, do Conselho Nacional da Função


Pública, foi aprovada a metodologia para elaboração dos quadros de pessoal das
autarquias locais.
Pelo Decreto nº45/2003, de 17 de Dezembro, foram definidas as formas de mobilidade
dos funcionários entre a Administração do Estado e as autarquias locais e entre estas.

Artigo 19
(Finanças e património)
1. As autarquias locais têm finanças e património próprios.

2. A lei define e estabelece o regime das finanças e do património das autarquias


locais que, dentro dos interesses superiores do Estado, garanta a justa repartição
dos recursos públicos e a necessária correcção dos desequilíbrios entre elas
existentes.

3. As autarquias locais poderão ser encarregues da gestão de bens do domínio


público do Estado.

4. O Estado transferirá gradualmente para as autarquias locais os recursos


materiais disponíveis que se mostrarem necessários para a prossecução das
atribuições cometidas às mesmas.

Artigo 20
(Regras orçamentais)
Revogado pelo nº 1 do artigo 86, da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro

Artigo 21
(Receitas)
Revogado pelo nº 1 do artigo 86, da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro

Artigo 22
(Despesas)
Revogado pelo nº 1 do artigo 86, da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro

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Artigo 23
(Empréstimos)
Revogado pelo nº 1 do artigo 86, da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro

Artigo 24
(Controlo financeiro)
Revogado pelo nº 1 do artigo 86, da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro

Artigo 25
(Transferência de competências)
A transferência de competências de órgãos do Estado para órgãos autárquicos é
sempre acompanhada pela correspondente transferência dos recursos financeiros e,
se necessário, humanos e patrimoniais.

Pelo Decreto nº 33/2006, de 3 de Agosto, foi aprovado o Regulamento de transferência de


competências e funções dos órgãos do Estado para as autarquias locais.

Artigo 26
(Sectores do investimento público)
A repartição dos sectores de investimento público entre o Estado, as empresas
públicas e estatais, e as autarquias locais, será objecto de decreto do Conselho de
Ministros.

Artigo 27
(Articulação e cooperação)
1. As autarquias locais e as estruturas locais das organizações sociais e da
administração directa e indirecta do Estado coordenarão os respectivos
projectos e programas e articularão as suas acções e actividades com vista à
realização harmoniosa das respectivas atribuições.

2. A Administração Central do Estado aprovará, sempre que necessário, regras de


cooperação técnica e financeira com as autarquias locais para a prossecução de
políticas e programas de desenvolvimento local e para a implementação de
políticas globais e sectoriais e/ou que impliquem a reconversão de sectores
sociais e económicos.

Artigo 28
(Enquadramento das autoridades tradicionais)
1. O ministro que superintende na função pública e na Administração Local do
Estado, coordenará as políticas de enquadramento das autoridades tradicionais
e de formas de organização comunitária definidas pelas autarquias locais.

2. No desempenho das suas funções, os órgãos das autarquias locais poderão

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68
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auscultar as opiniões e sugestões das autoridades tradicionais reconhecidas


pelas comunidades como tais, de modo a coordenar com elas a realização de
actividades que visem a satisfação das necessidades específicas das referidas
comunidades.

3. A actuação dos órgãos das autarquias locais, prevista nos números anteriores,
concretiza-se no estrito respeito pela Constituição e pela Lei.

Pelo Diploma Ministerial nº 80/2004, de 14 de Maio, foi aprovado o Regulamento de


Articulação dos Órgãos das Autarquias Locais com as Autoridades Comunitárias.

Artigo 29
(Responsabilidade civil)
As autarquias locais respondem civilmente perante terceiros pelas ofensas dos
direitos destes ou pela violação das disposições destinadas a proteger os seus
interesses, resultantes dos actos ilícitos praticados com dolo ou mera culpa pelos
respectivos órgãos e agentes administrativos no exercício das suas funções e por
causa desse exercício nos termos e na forma prescritos na Lei.

Artigo 30
(Dissolução)
1. O Governo, reunido em Conselho de Ministros, pode dissolver os órgãos
deliberativos das autarquias locais, por razões de interesse público, baseado em
acções ou omissões ilegais graves, previstos na Lei e nos termos por ela
estabelecidos.

2. Revogado pelo artigo 1 da Lei nº15/2007, de 27 de Junho.

3. A dissolução será ordenada por resolução na qual constarão:


a) os fundamentos da dissolução;
b) a designação da comissão administrativa que substituirá os órgãos
dissolvidos até à tomada de posse dos titulares dos novos órgãos
eleitos;
a) o prazo para a realização das eleições intercalares.

O prazo referido na alínea c) do nº. 3 do presente artigo não poderá exceder cento e
vinte dias.

Ver artigo 98 e seguintes da presente Lei e artigo 3 da Lei nº 7/97, de 31 de Maio.

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CAPÍTULO II
DO MUNICÍPIO
SECÇÃO I
Das disposições gerais

Artigo 31
(Designação)
A designação do município é a da respectiva cidade ou vila.

Artigo 32
(Órgãos)
São órgãos do município a Assembleia Municipal, o Presidente do Conselho
Municipal e o Conselho Municipal.

Artigo 33
(Unidades administrativas)
Os órgãos executivos municipais poderão estabelecer unidades administrativas ao
nível dos respectivos escalões territoriais inferiores.

As unidades administrativas dos municípios foram definidas pelo artigo13 do Regulamento


de Organização e Funcionamento dos Serviços Técnicos e Administrativos dos Municípios,
aprovado pelo Decreto nº 51/2004, de 1 de Dezembro.

SECÇÃO II
Da Assembleia Municipal
Artigo 34
(Natureza)
A Assembleia Municipal é o órgão representativo do município dotado de poderes
deliberativos.

Artigo 35
(Constituição)
A Assembleia Municipal é constituída por membros eleitos por sufrágio universal,
directo, igual, secreto, pessoal e periódico dos cidadãos eleitores residentes no
respectivo círculo eleitoral.

Artigo 36
(Composição)
1. A Assembleia Municipal é composta por:
a) 13 membros quando o número de eleitores for igual ou inferior a 20.000;
b) 17 membros quando o número de eleitores for superior a 20.000 e
inferior a 30.000;
c) 21 membros quando o número de eleitores for superior a 30.000 e

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inferior a 40.000;
d) 31 membros quando o número de eleitores for superior a 40.000 e
inferior a 60.000;
e) 39 membros quando o número de eleitores for superior a 60.000.

2. Nos municípios com mais de 100.000 eleitores, o número de membros referido


na alínea e) do número anterior é aumentado para mais 1 por cada 20.000
eleitores.

3. Participam nas sessões da Assembleia Municipal mas sem direito a voto:


a) O Presidente do Conselho Municipal ou seu substituto;
b) Os Vereadores, quando forem convocados especificamente.
c) O representante do órgão de tutela.

A alínea c) do nº3 do presente artigo foi acrescida pelo artigo 1 da Lei nº15/2007, de 27 de
Junho.

Artigo 36 A
(Participação nas sessões das assembleias autárquicas do representante do
órgão tutelar)
1. O representante do órgão tutelar participa nas sessões ordinárias e
extraordinárias da Assembleia Municipal, sem direito a voto.

2. Para o efeito do disposto no número anterior, o Presidente da Assembleia


Municipal remete ao representante do órgão de tutela o calendário das sessões
ordinárias, logo que esteja aprovado nos termos do nº 3 do artigo 41 da presente
Lei e a comunicação de cada sessão com a respectiva proposta de agenda de
trabalho com antecedência mínima de quinze dias relativamente à data da
sessão.

3. O Presidente da Assembleia Municipal reserva um fundo de tempo ao


representante do órgão de tutela para que este apresente, se entender necessário,
informações sobre assuntos da agenda de trabalhos estritamente relacionados
com a administração municipal e que tenham também relação directa e imediata
com as actividades do órgão de tutela.

Artigo introduzido pelo artigo 2 da Lei nº 15/2007, de 27 de Junho.

Artigo 37
(Mandato)
O mandato da Assembleia Municipal é de cinco anos.

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Artigo 38
(Instalação)
1. O Presidente da Assembleia Municipal cessante procederá à instalação da nova
Assembleia Municipal no prazo de quinze dias, a contar do apuramento
definitivo dos resultados eleitorais.

2. No acto de instalação, o Presidente da Assembleia Municipal cessante verificará


a identidade e legitimidade dos eleitos designando, de entre os presentes, quem
redigirá e subscreverá a acta da ocorrência, que será assinada pelo presidente
cessante e pelos membros presentes da nova Assembleia.

3. Compete ao cidadão que tiver encabeçado a lista mais votada ou, na sua
ausência, ao melhor posicionado na mesma lista presidir à primeira reunião da
assembleia municipal, que se efectuará imediatamente a seguir ao acto de
instalação para a eleição da Mesa.

4. Após a eleição mencionada no número anterior, dar-se-á início à discussão do


regimento da Assembleia Municipal.

Artigo 39
(Mesa)
1. A Mesa é composta por um presidente, um Vice-Presidente e um Secretário
eleitos pela Assembleia Municipal, de entre os seus membros, por escrutínio
secreto.

2. A Mesa é eleita pelo período do mandato, sem embargo de os seus membros


poderem ser substituídos pela Assembleia Municipal, em qualquer altura, por
deliberação da maioria absoluta dos membros em efectividade de funções.

3. Terminada a votação para a Mesa e verificando-se empate na eleição do


Presidente, realizar-se-á novo escrutínio.

4. Se o empate se mantiver após o segundo escrutínio, será declarado Presidente o


cidadão que, de entre os membros que tiverem ficado empatados, se encontrava
melhor posicionado na lista mais votada na eleição para Assembleia Municipal.

5. Se o empate se verificar relativamente ao Vice-Presidente, proceder-se-á à nova


eleição, após o que, mantendo-se o empate, caberá ao Presidente a respectiva
designação de entre os membros que tiverem ficado empatados.

6. O Presidente é substituído, nas suas faltas e impedimentos, pelo Vice-


Presidente.

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7. O Secretário é substituído, nas suas faltas e impedimentos, pelo membro


designado pela Assembleia.

8. Na ausência de todos os membros da Mesa, a Assembleia Municipal elegerá,


por voto secreto, uma Mesa “ad hoc” para presidir a essa sessão.

9. Compete à Mesa proceder à marcação de faltas e apreciar a justificação das


mesmas, podendo os membros considerados faltosos recorrer para a
Assembleia Municipal.

10. As faltas têm de ser justificadas por escrito, no prazo de dez dias, a contar da data
da reunião em que se tiverem verificado.

Artigo 40
(Alteração da composição da Assembleia Municipal)
1. Nos casos de morte, renúncia, suspensão ou perda de mandato ou qualquer outra
razão que implique que um dos membros da Assembleia Municipal deixe de
fazer parte dela, a sua substituição é feita pelo suplente imediatamente a seguir
na ordem da respectiva lista.

2. Compete ao Presidente da Assembleia Municipal comunicar o facto ao membro


substituto e deverá ser feita antes da reunião seguinte deste órgão.

3. Esgotada a possibilidade de substituição prevista no número anterior e desde


que não esteja em efectividade de funções dois terços do número de membros
que constituem a Assembleia, o Presidente comunicará o facto ao Governo para
que este marque novas eleições, no prazo de trinta dias.

4. As novas eleições deverão ocorrer entre o segundo e o terceiro mês após a data
da marcação.

5. A nova Assembleia Municipal completará o mandato da anterior.

6. Não se realizarão eleições se faltarem 12 meses ou menos para o fim do mandato


dos membros da Assembleia Municipal.

Artigo 41
(Sessões ordinárias)
1. A Assembleia Municipal realiza cinco sessões ordinárias por ano.

2. Duas das sessões ordinárias indicadas no número anterior destinar-se-ão,

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respectivamente, à aprovação do relatório de contas do ano anterior e à


aprovação do plano de actividades e do orçamento para o ano seguinte.

3. O calendário das sessões ordinárias é fixado pela Assembleia Municipal na


primeira sessão ordinária de cada ano.

4. As sessões da Assembleia Municipal são convocadas pelo seu Presidente com


base no calendário fixado de acordo com o número anterior.

Artigo 42
(Sessões extraordinárias)
1. A Assembleia Municipal pode reunir-se extraordinariamente, por iniciativa do
seu Presidente, por deliberação da Mesa ou a requerimento:
a) do Conselho Municipal;
b) de 50% dos membros da Assembleia em efectividade de funções;
c) de pelo menos 5% de cidadãos eleitores inscritos no recenseamento
eleitoral do município;
d) do Presidente do Conselho Municipal, a pedido do membro do Conselho
de Ministros com poderes de tutela sobre as autarquias locais, para
apreciação de questões suscitadas pelo Governo.

2. O Presidente da Assembleia Municipal é obrigado a convocá-la no prazo de dez


dias a contar da data da tomada de conhecimento da iniciativa, devendo a sessão
realizar-se no prazo de trinta dias a contar da data da convocação, sob pena de se
considerar automaticamente convocada para o trigésimo dia após a data do
pedido formalmente efectuado.

3. Nas sessões extraordinárias a Assembleia Municipal só poderá tratar dos


assuntos específicos para que tenha sido expressamente convocada.

Artigo 43
(Duração das sessões)
A duração das sessões da Assembleia Municipal é determinada pelo seu regimento.

Artigo 44
(Publicidade das sessões)
As sessões da Assembleia Municipal são públicas.

Artigo 45
(Competência)
1. Compete à Assembleia Municipal pronunciar-se e deliberar, no quadro das
atribuições municipais, sobre os assuntos e as questões fundamentais de
interesse para o desenvolvimento económico, social e cultural da comunidade

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municipal, à satisfação das necessidades colectivas e à defesa dos interesses das


respectivas populações, bem como acompanhar e fiscalizar a actividade dos
demais órgãos e dos serviços e empresas municipais.

2. Compete à Assembleia Municipal, designadamente:


a) eleger, por voto secreto, a Mesa;
b) elaborar e aprovar o regimento;
c) verificar ou tomar conhecimento da morte, impossibilidade física
duradoura ou renúncia do mandato do Presidente do Conselho
Municipal, declarando o impedimento permanente e comunicando
o facto à entidade tutelar;
d) comunicar à entidade tutelar qualquer facto de que tome
conhecimento que entenda ser motivo de perda de mandato;
e) registar, mediante comunicação do Conselho Municipal, os
períodos de suspensão do mandato do Presidente do Conselho
Municipal;
f) acompanhar e fiscalizar a actividade dos órgãos executivos
municipais e serviços dependentes;
g) apreciar, em cada sessão ordinária, uma informação escrita do
Presidente do Conselho Municipal acerca do estado do
cumprimento do seu plano de actividades;
h) solicitar a qualquer momento e receber, através da Mesa,
informações sobre os assuntos de interesse para o município, e sobre
a execução de deliberações anteriores;
i) tomar posição perante os órgãos do Estado e outras entidades
públicas sobre os assuntos de interesse para o município devendo,
para o efeito, ser por aqueles consultada;
j) ser ouvido, quando solicitado pelo Conselho de Ministros, sobre a
modificação de limites, criação e extinção de novas autarquias
locais que afectem a respectiva área de jurisdição;
k) pronunciar-se e deliberar sobre assuntos que digam respeito aos
interesses próprios da autarquia local;
l) exercer os demais poderes conferidos por Lei, nomeadamente pela
legislação avulsa destinada a corporizar a autonomia administrativa
em áreas até aqui dependentes dos departamentos locais,
provinciais ou centrais do Estado.

3. Compete à Assembleia Municipal, sob proposta ou a pedido de autorização do


Conselho Municipal:
a) aprovar regulamentos e posturas;
b) aprovar o plano de actividades e o orçamento da autarquia local,
bem como as suas revisões;
c) aprovar anualmente o relatório, o balanço e a conta de gerência;
d) aprovar o plano de desenvolvimento municipal, o plano de estrutura

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e, de um modo geral, os planos de ordenamento do território, bem


como as regras respeitantes à urbanização e construção, nos termos
da Lei;
e) aprovar a celebração, com o Estado, de contratos-programa ou de
desenvolvimento, ou de quaisquer outros que visem a transferência
ou o exercício de novas competências pelas autarquias;
f) aprovar a contracção de empréstimos nos termos legais e
observando o artigo 23;
g) criar ou extinguir a unidade de polícia municipal e corpos de
bombeiros voluntários;
h) aprovar os quadros de pessoal dos diferentes serviços da autarquia
local;
i) conceder autonomia administrativa e financeira a serviços ou
sectores funcionais autárquicos e autorizar o Conselho Municipal a
criar empresas municipais ou a participar em empresas
interautárquicas;
j) aprovar a participação da autarquia local no capital de empresas de
direito privado que prossigam fins de reconhecido interesse público
local;
k) fixar, normativamente, as condições em que a autarquia local,
através do Conselho, pode alienar ou onerar bens imóveis próprios;
l) fixar um montante a partir do qual a aquisição de bens imóveis
próprios pelo Conselho Municipal dependerá da autorização da
Assembleia;
m) autorizar o Conselho Municipal a alienar ou onerar bens imóveis
próprios nos termos da alínea k) deste número.
n) autorizar o Conselho Municipal a outorgar a exploração de obras e
serviços em regime de concessão, nos termos e prazos previstos na
lei;
o) estabelecer, nos termos da Lei, taxas autárquicas, derramas e outras
receitas próprias e fixar os respectivos quantitativos;
p) fixar tarifas pela prestação de serviços ao público através de meios
próprios, nomeadamente no âmbito da recolha, depósito e
tratamento de resíduos, conservação e tratamento de esgotos,
fornecimento de água, energia eléctrica, utilização de matadouros
municipais, manutenção de jardins e mercados, transportes
colectivos de pessoas e mercadorias, manutenção de vias,
funcionamento de cemitérios;
r) estabelecer a configuração do brasão, selo e bandeira da autarquia
local;
s) propor à entidade competente a atribuição ou alteração do nome de
ruas, praças, localidades e lugares do território da autarquia local,
ouvido o Conselho Municipal;
t) criar e atribuir distinções e medalhas autárquicas .

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4. Compete ainda à Assembleia Municipal, sob proposta do Presidente do


Conselho Municipal, fixar o número de vereadores de acordo com o
artigo 50 da presente Lei.

5. Os pedidos de autorização para a contracção de empréstimos, nos


termos da alínea f) do nº 3, são acompanhados pelo mapa demonstrativo
da capacidade de endividamento da autarquia local.

6. As propostas referentes às alíneas b) e c) do nº 3, apresentadas pelo


órgão executivo competente, não podem ser alteradas pela Assembleia
Municipal e carecem da devida fundamentação quando rejeitadas,
podendo o órgão executivo proponente reformular a proposta de acordo
com sugestões e recomendações feitas pela Assembleia.

A redacção das alíneas s)e t) do nº3 do presente artigo foi alterada pelo artigo
1 da Lei nº15/2007, de 27 de Junho.
Pelo Decreto nº35/2006, de 6 de Setembro, foi aprovado o Regulamento de
Organização e Funcionamento da Polícia Municipal.

Artigo 46
(Competências da Assembleia Municipal na gestão ambiental)
No âmbito das suas atribuições de protecção do meio ambiente, compete à
Assembleia Municipal, mediante proposta do Conselho Municipal, aprovar:
a) o plano ambiental e zoneamento ecológico do município;
b) programas de incentivos a actividades protectoras ou reconstituintes das
condições ambientais;
c) programas de uso de energia alternativa;
d) processos para a remoção, tratamento e depósito de resíduos sólidos,
incluindo os dos hospitais e os tóxicos;
e) programas de florestamento, plantio e conservação de árvores de sombra;
f) programas locais de gestão de recursos naturais;
g) normas definidoras de multas e outras sanções ou encargos que onerem
actividades especialmente poluidoras na área do município;
h) programas de difusão de meios de transporte não poluentes;
i) o estabelecimento de reservas municipais;
j) propostas e pareceres sobre a definição e estabelecimento de zonas
protegidas.

Artigo 47
(Competências do Presidente da Assembleia)
Compete ao Presidente da Assembleia Municipal:
a) representar a Assembleia Municipal;
b) convocar as sessões ordinárias e extraordinárias;

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c) dirigir os trabalhos e manter a disciplina das sessões;


d) exercer os demais poderes que lhe sejam conferidos por Lei e pelo
regimento da Assembleia.

Artigo 48
(Competência do Secretário)
Compete ao Secretário secretariar as sessões, lavrar e subscrever as respectivas
actas, que serão também assinadas pelo Presidente, e assegurar o expediente.

SECÇÃO III
Conselho Municipal

Artigo 49
(Natureza)
O Conselho Municipal é o órgão executivo colegial do município, constituído pelo
Presidente do Conselho Municipal e por vereadores por ele escolhidos e nomeados.

Artigo 50
(Composição)
1. O Conselho Municipal, incluindo o Presidente, é composto por:
a) 11 membros para os municípios de população superior a 200.0000
habitantes;
b) 9 membros para os de população compreendida entre 100.000 e
200.000 habitantes;
c) 7 membros para os de população compreendida entre 50.000 e 100.000
habitantes;
d) 5 membros para os de população inferior a 50.000 habitantes.

2. Poderá haver vereadores em regime de permanência ou em regime de tempo


parcial, cabendo ao Presidente do Conselho Municipal definir quais os
vereadores que exercem funções em cada um dos regimes.

3. Cada vereador poderá ficar encarregue, por decisão do Presidente do Conselho


Municipal, da superintendência de uma ou mais unidades administrativas do
município, sem prejuízo do poder geral de coordenação e superintendência do
Presidente.

Artigo 51
(Designação e cessação de funções de vereador)
1. O Presidente do Conselho Municipal designará os vereadores de entre pessoas
da sua confiança política e pessoal, no seio da Assembleia Municipal e fora dela.

2. Revogado pelo artigo 1 da Lei nº18/2009, de 10 de Setembro.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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3. Os vereadores respondem perante o Presidente do Conselho Municipal e


submetem-se às deliberações tomadas por este órgão, mesmo no que toca às
áreas funcionais por si superintendidas.

4. Os vereadores em regime de permanência que sejam membros da Assembleia


Municipal suspendem o seu mandato, sem sujeição ao limite previsto no nº 4 do
artigo 101.

5. Os vereadores cessam as suas funções na data da tomada de posse de um novo


Presidente do Conselho Municipal ou na data em que este os exonere.

A redacção do nº 4 do presente artigo foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 18/2009, de 10


de Setembro.

Artigo 52
(Incompatibilidades)
É incompatível com a qualidade de membro do Conselho Municipal, o exercício
das seguintes funções:
a) de membro da Mesa da Assembleia Municipal;
b) de pessoal ou de funcionário dirigente em organismo que integre o
departamento ministerial de tutela das autarquias locais;
c) de agente ou funcionário do município.

Artigo 53
(Mandato)
1. O mandato do Conselho Municipal é de cinco anos.

2. O Conselho Municipal cessante assegura a gestão corrente dos assuntos


municipais até à tomada de posse do novo Conselho.

Artigo 54
(Instalação)
A instalação do Conselho Municipal compete ao Presidente da Assembleia
Municipal e faz-se no prazo de quinze dias após o apuramento dos resultados e nos
termos do artigo 38.

Artigo 55
(Reuniões do Conselho Municipal)
A periodicidade das reuniões e o processo de deliberação do Conselho Municipal
são definidos por regulamento interno.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 56
(Competência)
1. Compete ao Conselho Municipal:
a) executar e realizar as tarefas e programas económicos, culturais e sociais
de interesse local definidos pela Assembleia Municipal e enquadrados
pela lei;
b) coadjuvar o Presidente do Conselho Municipal na execução e
cumprimento das deliberações da Assembleia Municipal;
c) participar na execução do plano de actividades e do orçamento, de
acordo com os princípios da estrita disciplina financeira;
d) apresentar à Assembleia Municipal propostas e pedidos de autorização e
exercer as competências autorizadas no âmbito das matérias previstas no
nº 3 do artigo 45;
e) fixar um valor a partir do qual a aquisição de bens móveis depende de
uma deliberação sua;
f) alienar ou onerar bens imóveis próprios nos termos da alínea m) do nº 3
do artigo 45.
g) aceitar doações, legados e heranças;
h) Revogada pelo artigo 1 da Lei nº 15/2007, de 27 de Junho.
i) deliberar sobre as formas de apoio a organizações não-governamentais e
outros organismos que prossigam fins de interesse público no
município;
j) propor à instância competente a declaração de utilidade pública, para
efeitos de expropriação;
k) exercer os poderes e faculdades estabelecidos na Lei de Terras e o seu
Regulamento;
l) conceder licenças para construção, reedificação ou conservação, bem
como aprovar os respectivos projectos, nos termos da lei;
m) ordenar, após vistoria, a demolição total ou parcial, ou beneficiação de
construções que ameacem ruína ou constituam perigo para a saúde e
segurança das pessoas;
n) conceder licenças para estabelecimentos insalubres, incómodos,
perigosos ou tóxicos, nos termos da lei;
o) deliberar sobre a administração de águas públicas sob sua jurisdição;
p) deliberar sobre tudo o que interesse à segurança e fluidez da circulação,
trânsito e estacionamento nas ruas e demais lugares públicos e que não se
insira na competência de outros órgãos ou entidades;
q) estabelecer a numeração dos edifícios e propor a toponímia;
r) deliberar sobre a deambulação de animais vadios ou de espécies bravias
e mecanismos organizativos de enquadramento.

2. Verificando-se a situação prevista no nº 3 do artigo 40, o Conselho Municipal


pode, excepcionalmente, substituir a Assembleia Municipal no exercício das
competências das alíneas c), d), e) i), k) e l) do nº 2, f) l) e m) do nº 3 do artigo 45,

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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ficando as deliberações sujeitas à ratificação, na primeira sessão da Assembleia,


após a realização de eleições, sob pena de nulidade.

A redacção da alínea q) foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 15/2007, de 27 de


Junho.

SECÇÃO IV
Presidente do Conselho Municipal

Artigo 57
(Natureza)
O Presidente do Conselho Municipal é o órgão executivo singular do município.

Artigo 58
(Eleição)
1. O Presidente do Conselho Municipal é eleito por sufrágio universal, igual,
directo, secreto e periódico dos cidadãos eleitores recenseados na área do
respectivo município.

2. A lei eleitoral das autarquias locais regulará o processo eleitoral do Presidente do


Conselho Municipal.

Artigo 59
(Substituição)
O Presidente do Conselho Municipal é substituído, nas suas faltas e impedimentos,
por um dos vereadores por ele designado.

Artigo 60
(Impedimento permanente do Presidente do Conselho Municipal)
1. Nos casos de morte, incapacidade física permanente, renúncia ou perda do
mandato, o Presidente do Conselho Municipal será substituído interinamente
pelo Presidente da Assembleia Municipal, até nova eleição.

2. No prazo de trinta dias a contar da declaração do impedimento permanente, a


entidade competente para marcar eleições para Presidente do Conselho
Municipal marcará eleição intercalar para esse órgão.

3. O prazo para a realização da eleição intercalar não pode exceder a cento e vinte
dias a contar da data da dissolução dos órgãos deliberativos das autarquias
locais, de acordo com o nº 3 do artigo 30 da presente Lei.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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4. O novo Presidente do Conselho Municipal limita-se a concluir o mandato do


anterior, não transitando automaticamente para o novo mandato.

5. Não se realizará a eleição intercalar se o tempo que faltar para a conclusão do


mandato, for igual ou inferior a doze meses.

6. O Presidente interino do Conselho Municipal exerce a plenitude dos poderes


podendo inclusive substituir os vereadores.

A redacção dos nºs 2 e 3 foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 15/2007, de 27 de Junho.

Artigo 61
(Posse)
1. O Presidente do Conselho Municipal é empossado pelo Presidente da
Assembleia Municipal no prazo de dez dias a contar da instalação do órgão
representativo.

2. No intervalo entre a data da declaração do impedimento permanente e a data da


tomada de posse, o Presidente interino do Conselho Municipal praticará apenas
os actos de gestão estritamente necessários para o bom andamento dos assuntos
urgentes do município.

Artigo 62
(Competência)
1. Ao Presidente do Conselho Municipal compete:
a) dirigir a actividade corrente do município, coordenando, orientando e
superintendendo a acção de todos os vereadores;
b) dirigir e coordenar o funcionamento do Conselho Municipal;
c) exercer todos os poderes conferidos por lei ou por deliberação da
Assembleia Municipal.

2. Ao Presidente do Conselho Municipal compete ainda:


a) representar o município em juízo e fora dele;
b) executar e velar pelo cumprimento das deliberações da Assembleia
Municipal;
c) escolher, nomear e exonerar livremente os vereadores do Conselho
Municipal;
d) coordenar e controlar a execução das deliberações do Conselho
Municipal;
e) orientar a elaboração e participar na execução do orçamento autárquico,
autorizando o pagamento de despesas orçamentais, quer resultem de
deliberação do Conselho Municipal, quer resultem da decisão própria;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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f) assinar ou visar a correspondência do Conselho Municipal com destino a


qualquer entidade pública ou privada;
g) representar os órgãos executivos do município perante a Assembleia
Municipal e responder pela política e linha programática seguida por
esses órgãos;
h) adquirir os bens móveis necessários ao funcionamento regular dos
serviços desde que o seu custo se situe dentro do limite fixado pelo
Conselho Municipal;
i) mandar publicar as decisões que disso careçam nos locais de estilo;
j) dirigir o serviço municipal de protecção civil, em coordenação com as
estruturas nacionais;
k) praticar os actos administrativos de gestão dos recursos humanos do
município;
l) modificar ou revogar os actos praticados por funcionários autárquicos;
m) outorgar contratos necessários ao funcionamento dos serviços;
n) efectuar contratos de seguro;
o) instaurar pleitos e defender-se neles, podendo confessar, desistir,
transigir ou aceitar composição arbitral;
p) promover todas as acções necessárias à administração corrente do
património autárquico e à sua conservação, assegurando a actualização
do cadastro dos bens móveis e imóveis do município;
q) garantir a execução das obras e intervenções de responsabilidade directa
do município que constem dos planos aprovados pela Assembleia
Municipal e que tenham cabimento adequado no orçamento relativo ao
ano de execução das mesmas, bem como a inspecção nos termos da lei e
da regulamentação autárquica específica;
r) outorgar contratos necessários à execução das obras referidas na alínea
anterior;
s) conceder licenças para habitação ou para outra utilização de prédios
construídos de novo ou que tenham sofrido grandes modificações de
habitabilidade e de conformidade com o projecto aprovado, de acordo
com a regulamentação autárquica específica;
t) ordenar o embargo ou a demolição de quaisquer obras, construções ou
edificações efectuadas por particulares, sem observância da Lei;
u) ordenar o despejo sumário de prédios expropriados ou cuja demolição
ou beneficiação tenha sido deliberada nos termos da Lei;
v) conceder terrenos nos cemitérios municipais para jazigos e sepulturas
perpétuas;
w) conceder licenças policiais ou fiscais de harmonia com o disposto nas
leis, regulamentos e posturas;
x) exercer as funções de chefe da polícia municipal, quando exista.

3. Em caso de urgência e em circunstâncias em que o interesse público autárquico


excepcionalmente o determine, o Presidente do Conselho Municipal pode

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praticar actos sobre matérias da competência do Conselho Municipal.

4. Os actos referidos no número anterior estão sujeitos à ratificação do Conselho


Municipal na primeira reunião após a sua prática, o que deverá acontecer no
prazo máximo de quinze dias.

5. A recusa de ratificação ou a sua não submissão para ratificação no devido tempo


é causa de nulidade do acto.

A redacção das alíneas k), q), s) e t) do nº2 foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 15/2007,
de 27 de Junho

Artigo 63
(Delegação de poderes nos vereadores)
1. O Presidente do Conselho Municipal pode delegar competências nos
vereadores, bem como em dirigentes das unidades administrativas autárquicas.

2. Não são delegáveis as competências das alíneas a) e b) do nº1, c) e g) do nº2 e o


nº3 do artigo anterior.

CAPÍTULO III
DA POVOAÇÃO
SECÇÃO I
Disposições Gerais

Artigo 64
(Designação)
A designação da povoação é a da sede do posto administrativo.

Artigo 65
(Órgãos)
São órgãos da povoação a Assembleia da Povoação, o Conselho da Povoação e o
Presidente do Conselho da Povoação.

SECÇÃO II
Assembleia da povoação

Artigo 66
(Natureza)
A Assembleia da Povoação é o órgão representativo da povoação, dotado de poderes
deliberativos.

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Artigo 67
(Constituição)
A Assembleia da Povoação é constituída por membros eleitos por sufrágio
universal, directo, igual, secreto, pessoal e periódico dos cidadãos eleitores
residentes no respectivo círculo eleitoral.

Artigo 68
(Composição)
1. A Assembleia da Povoação é composta por:
a) 11 membros quando o número de eleitores for igual ou inferior a 3.000;
b) 15 membros quando o número de eleitores for superior a 3.000 e inferior
a 6.000;
c) 19 membros quando o número de eleitores for superior a 6.000 e inferior
a 12.000.

2. Nas povoações com mais de 12.000 eleitores, o número de membros referido na


alínea c) do número anterior é aumentado para mais 1 por cada 2.000 eleitores.

3. Participam nas sessões da Assembleia da Povoação mas sem direito a voto:


a) o Presidente do Conselho da Povoação ou seu substituto;
b) os vereadores, quando forem convocados especificamente.

Artigo 69
(Mandato)
O mandato da Assembleia da Povoação é de cinco anos.

Artigo 70
(Instalação)
1. O Presidente da Assembleia da Povoação cessante procederá à instalação da
nova Assembleia da Povoação no prazo de quinze dias a contar do apuramento
definitivo dos resultados eleitorais.

2. No acto de instalação, o Presidente da Assembleia da Povoação cessante


verificará a identidade e legitimidade dos eleitos designando, de entre os
presentes, quem redigirá e subscreverá a acta da ocorrência, que será assinada
pelo Presidente cessante e pelos membros presentes da nova Assembleia.

3. Compete ao cidadão que tiver encabeçado a lista mais votada ou, na sua
ausência, ao melhor posicionado na mesma lista, presidir à primeira reunião da
Assembleia da Povoação, que se efectuará imediatamente a seguir ao acto de
instalação para a eleição da Mesa.

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4. Após a eleição mencionada no número anterior, dar-se-á início à discussão do


regimento da Assembleia da Povoação.

5. Enquanto não for aprovado o novo regimento, vigorará o anteriormente


aprovado.

Artigo 71
(Mesa)
1. A Mesa é composta por um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário,
eleitos pela Assembleia da Povoação de entre os seus membros, por escrutínio
secreto.

2. A Mesa é eleita pelo período do mandato, sem embargo de os seus membros


poderem ser substituídos pela Assembleia da Povoação, em qualquer altura, por
deliberação da maioria absoluta dos membros em efectividade de funções.

3. Terminada a votação para a Mesa e verificando-se empate na eleição do


Presidente, realizar-se-á novo escrutínio.

4. Se o empate se mantiver após o segundo escrutínio, será declarado Presidente o


cidadão que, de entre os membros que tiverem ficado empatados, se encontrava
melhor posicionado na lista mais votada na eleição para a Assembleia da
Povoação.

5. Se o empate se verificar relativamente ao Vice-Presidente, proceder-se-á à nova


eleição, após o que, mantendo-se o empate, caberá ao Presidente a respectiva
designação de entre os membros que tiverem ficado empatados.

6. O Presidente é substituído, nas suas faltas e impedimentos, pelo Vice-


Presidente.

7. O Secretário é substituído, nas suas faltas e impedimentos, pelo membro


designado pela Assembleia.

8. Na ausência de todos os membros da Mesa, a Assembleia da Povoação elegerá,


por voto secreto, uma Mesa “ad hoc” para presidir a essa sessão.

9. Compete à Mesa proceder à marcação de faltas e apreciar a justificação das


mesmas, podendo os membros considerados faltosos recorrer para a
Assembleia da Povoação.

10. As faltas têm de ser justificadas, por escrito, no prazo de cinco dias a contar da
data da reunião em que se tiverem verificado.

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Artigo 72
(Alteração da composição da Assembleia da Povoação)
1. Nos casos de morte, renúncia, suspensão ou perda de mandato ou qualquer
outra razão que implique que um dos membros da Assembleia da Povoação
esteja ausente, a sua substituição é feita pelo suplente imediatamente a seguir na
ordem da respectiva lista.

2. A comunicação do facto ao membro substituto compete ao Presidente da


Assembleia da Povoação e deverá ser feita antes da reunião seguinte deste órgão.

3. Esgotada a possibilidade de substituição prevista no número anterior e desde


que não esteja em efectividade de funções dois terços do número de membros
que constituem a Assembleia, o Presidente comunicará o facto ao Governo para
que este marque novas eleições no prazo de quarenta e cinco dias.

4. As novas eleições deverão ocorrer entre o segundo e o terceiro mês após a data
da marcação.

5. A nova Assembleia da Povoação completará o mandato da anterior.

6. Não se realizarão eleições se faltarem doze meses ou menos para o fim do


mandato dos membros da Assembleia da Povoação.

Artigo 73
(Sessões ordinárias)
1. A Assembleia da Povoação realiza cinco sessões ordinárias por ano.

2. Duas das sessões ordinárias indicadas no número anterior destinar-se-ão,


respectivamente, à aprovação do relatório de contas do ano anterior e à
aprovação do plano de actividades e do orçamento para o ano seguinte.

3. O calendário das sessões ordinárias é fixado pela Assembleia da Povoação na


primeira sessão ordinária de cada ano.

4. As sessões da Assembleia da Povoação são convocadas pelo seu Presidente com


base no calendário fixado de acordo com o número anterior.

Artigo 74
(Sessões extraordinárias)
1. A Assembleia da Povoação pode reunir-se extraordinariamente, por iniciativa
do seu Presidente, por deliberação da Mesa ou a requerimento:
a) do Conselho da Povoação;

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b) de 50% dos membros da Assembleia em efectividade de funções;


c) de pelo menos 5% de cidadãos eleitores inscritos no recenseamento
eleitoral da povoação;
d) do Presidente do Conselho da Povoação, a pedido do membro do
Conselho de Ministros com poderes de tutela sobre as autarquias locais,
para apreciação de questões suscitadas pelo Governo.

2. O Presidente da Assembleia da Povoação é obrigado a convocá-la no prazo de


dez dias a contar da data da tomada de conhecimento da iniciativa, devendo a
sessão realizar-se num prazo de 30 dias a contar da data da convocação, sob
pena de se considerar automaticamente convocada para o trigésimo dia após a
data do pedido formalmente efectuado.

3. Nas sessões extraordinárias a Assembleia da Povoação só poderá tratar dos


assuntos específicos para que tenha sido expressamente convocada.

Artigo 75
(Duração das sessões)
A duração das sessões da Assembleia da Povoação é determinada pelo seu
regimento.

Artigo 76
(Publicidade das sessões)
As sessões da Assembleia da Povoação são públicas.

Artigo 77
(Competência)
1. Compete à Assembleia da Povoação pronunciar-se e deliberar sobre os assuntos
e as questões fundamentais de interesse para o desenvolvimento económico,
social e cultural da povoação, à satisfação das necessidades colectivas e à defesa
dos interesses das respectivas populações, bem como acompanhar e fiscalizar a
actividade dos demais órgãos e dos serviços e empresas.

2. Compete à Assembleia da Povoação, designadamente:


a) eleger, por voto secreto, a Mesa;
b) elaborar e aprovar o regimento;
c) verificar ou tomar conhecimento da morte, impossibilidade física
duradoura ou renúncia do mandato do Presidente do Conselho da
Povoação, declarando o impedimento permanente e comunicando o
facto à entidade tutelar;
d) comunicar, à entidade tutelar, qualquer facto de que tome

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88
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conhecimento que entenda ser motivo de perda de mandato;


e) registar, mediante comunicação do Conselho da Povoação, os
períodos de suspensão do mandato do Presidente do Conselho de
Povoação;
f) acompanhar e fiscalizar a actividade dos órgãos executivos da
povoação e serviços dependentes;
g) apreciar, em cada sessão ordinária, uma informação escrita do
Presidente do Conselho de Povoação acerca do estado do
cumprimento do seu plano de actividades;
h) solicitar, a qualquer momento e receber, através da Mesa,
informações sobre os assuntos de interesse para a povoação e sobre a
execução de deliberações anteriores;
i) tomar posição perante os órgãos do Estado e outras entidades
públicas sobre os assuntos de interesse para a povoação devendo,
para o efeito ser por aqueles consultada;
j) ser ouvido, quando solicitado pelo Conselho de Ministros, sobre a
modificação de limites, criação e extinção de novas autarquias
locais que afectem a respectiva área de jurisdição;
k) pronunciar-se e deliberar sobre assuntos que digam respeito aos
interesses próprios da povoação;
l) exercer os demais poderes conferidos por lei, nomeadamente pela
legislação avulsa destinada a corporizar a autonomia administrativa
em áreas até aqui dependentes dos departamentos locais, provinciais
ou centrais do Estado.

3. Compete à Assembleia da Povoação, sob proposta ou a pedido de autorização do


Conselho da Povoação:
a) aprovar regulamentos e posturas;
b) aprovar o plano de actividades e o orçamento da autarquia local, bem
como as suas revisões;
c) aprovar anualmente o relatório, o balanço e a conta de gerência;
d) aprovar o plano de desenvolvimento da povoação, o plano de
estrutura e, de um modo geral, os planos de ordenamento do
território, bem como as regras respeitantes à urbanização e
construção, nos termos da Lei;
e) aprovar a celebração, com o Estado, de contratos-programa, de
contratos de desenvolvimento ou de quaisquer outros que visem a
transferência ou o exercício de novas competências para povoação;
f) aprovar a contracção de empréstimos nos termos legais e observando
o artigo 23;
g) criar ou extinguir a unidade de polícia da povoação e corpos de
bombeiros voluntários;
h) aprovar os quadros de pessoal dos diferentes serviços da povoação;
i) conceder autonomia administrativa e financeira a serviços ou

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89
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sectores funcionais da povoação e autorizar o Conselho da Povoação


a criar empresas ou a participar em empresas interautárquicas;
j) autorizar o conselho de povoação a outorgar a exploração de obras e
serviços em regime de concessão, nos termos e prazos previstos na
lei;
k) estabelecer, nos termos da Lei, taxas autárquicas, derramas e outras
receitas próprias e fixar os respectivos quantitativos;
l) fixar tarifas pela prestação de serviços ao público, nomeadamente no
âmbito da recolha, depósito e tratamento de resíduos, conservação e
tratamento de esgotos, fornecimento de água, utilização de
matadouros da povoação, manutenção de jardins e mercados,
transportes colectivos de pessoas e mercadorias, manutenção de
vias, funcionamento de cemitérios;
m) estabelecer a configuração do brasão, selo e bandeira da povoação;
n) criar e atribuir distinções e medalhas da povoação;
o) fixar o número de vereadores nos termos do artigo 82 da presente lei .

4. Os pedidos de autorização para a contracção de empréstimos, nos termos da


alínea f) do nº 3, são acompanhados pelo mapa demonstrativo da capacidade de
endividamento da povoação.

5. As propostas referentes às alíneas b) e c) do nº 3, apresentadas pelo órgão


executivo competente, não podem ser alteradas pela Assembleia da Povoação e
carecem da devida fundamentação quando rejeitadas, podendo o órgão
executivo proponente reformular a proposta de acordo com sugestões e
recomendações feitas pela Assembleia.

Artigo 78
(Competências da Assembleia da Povoação na gestão ambiental)
No âmbito das suas atribuições de protecção do meio ambiente, compete à
Assembleia da Povoação, mediante proposta do Conselho da Povoação, aprovar:
a) o plano ambiental da povoação;
b) programas de incentivos a actividades protectoras ou reconstituintes das
condições ambientais;
c) programas de uso de energia alternativa;
d) processos para a remoção, tratamento e depósito de resíduos sólidos,
incluindo os das unidades sanitárias e os tóxicos;
e) programas de florestamento e plantio de árvores de sombra;
f) programas de gestão local de recursos naturais;
g) normas definidoras de multas e outras sanções ou encargos que onerem
actividades especialmente poluidoras na área da povoação;
h) o estabelecimento de reservas da povoação;
i) propostas e pareceres sobre a definição e o estabelecimento de zonas
protegidas.

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Artigo 79
(Competências do Presidente da Assembleia)
Compete ao Presidente da Assembleia da Povoação:
a) representar a Assembleia da Povoação;
b) convocar as sessões ordinárias e extraordinárias;
c) dirigir os trabalhos e manter a disciplina nas sessões;
d) exercer os demais poderes que lhe sejam conferidos por lei e pelo regimento
da Assembleia.

Artigo 80
(Competência do Secretário)
Compete ao Secretário secretariar as sessões, lavrar e subscrever as respectivas
actas, que serão também assinadas pelo Presidente, e assegurar o expediente.

SECÇÃO III
Conselho da Povoação

Artigo 81
(Natureza)
O Conselho da Povoação é o órgão executivo colegial da povoação, constituído pelo
Presidente do Conselho da Povoação e por vereadores por ele escolhidos e
nomeados.

Artigo 82
(Composição)
1. O número de membros do Conselho da Povoação, incluindo o Presidente, é de 5
para as povoações de população superior a 5.000 habitantes e de 3 para as de
população inferior a 5.000 habitantes.

2. Poderá haver vereadores em regime de permanência ou em regime de tempo


parcial, cabendo ao Presidente do Conselho da Povoação definir quais os
vereadores que exercem funções em cada um dos regimes.

Artigo 83
(Designação e cessação de funções de vereador)
1. O Presidente do Conselho da Povoação designará os vereadores de entre
pessoas da sua confiança política e pessoal, no seio da Assembleia da Povoação
e fora dela.

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2. Revogado pelo artigo 1 da Lei nº 15/2007, de 27 de Junho.

3. Os vereadores respondem perante o Presidente do Conselho da Povoação e


submetem-se às decisões e deliberações tomadas por este órgão, mesmo no que
toca às áreas funcionais por si superintendidas.

4. Os vereadores em regime de permanência podem acumular essa qualidade com


a de membros da Assembleia representativa ou suspender o seu mandato, sem
sujeição ao limite previsto no nº 4 do artigo 101.

5. Os vereadores cessam as suas funções na data da tomada de posse de um novo


Presidente do Conselho da Povoação ou na data em que este os demita.

A redacção do nº 4 foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 15/2007, de 27 de Junho.

Artigo 84
(Incompatibilidades)
É incompatível com a qualidade de membro do Conselho da Povoação, o exercício
das seguintes funções:
a) membro da Mesa da Assembleia da Povoação;
b) agente ou funcionário dirigente em organismo que integre o departamento
ministerial de tutela das autarquias locais;
c) agente ou funcionário de serviços do município.

Artigo 85
(Mandato)
1. O mandato do Conselho da Povoação é de cinco anos.

2. O Conselho da Povoação cessante assegura a gestão corrente dos assuntos da


povoação até à tomada de posse do novo Conselho.

Artigo 86
(Instalação)
A instalação do Conselho da Povoação compete ao Presidente da Assembleia da
Povoação e faz--se no prazo de 15 dias após o apuramento dos resultados e nos
termos do artigo 38.

Artigo 87
(Reuniões do Conselho de Povoação)
A periodicidade das reuniões e o processo de deliberação do Conselho de Povoação
são definidos por regulamento interno.

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Artigo 88
(Competência)
1. Compete ao Conselho da Povoação :
a) executar e realizar as tarefas e programas económicos, culturais e
sociais de interesse local definidos pela Assembleia da Povoação e
enquadrados pela lei;
b) coadjuvar o Presidente do Conselho da Povoação na execução e
cumprimento das deliberações da Assembleia da Povoação;
c) participar na execução do plano de actividades e do orçamento, de
acordo com os princípios da estrita disciplina financeira;
d) apresentar, à Assembleia da Povoação, propostas e pedidos de
autorização e exercer as competências autorizadas no âmbito das
matérias previstas no nº 3 do artigo 77;
e) aceitar doações, legados e heranças;
f) Revogado pelo Artigo 1 da Lei nº 15/2007, de 27 de Junho;
g) deliberar sobre as formas de apoio a organizações não-governamentais e
outros organismos que prossigam fins de interesse público na povoação;
h) propor à instância competente a declaração de utilidade pública, para
efeitos de expropriação;
i) exercer os poderes e faculdades estabelecidos na Lei de Terras e o
respectivo Regulamento;
j) conceder licenças para construção, reedificação ou conservação, bem
como aprovar os respectivos projectos, nos termos da lei;
k) ordenar, após vistoria, a demolição total ou parcial, ou a beneficiação de
construções que ameacem ruína ou constituam perigo para a saúde e
segurança das pessoas;
l) deliberar sobre tudo o que interesse à segurança e fluidez da circulação,
trânsito e estacionamento nas ruas e demais lugares públicos e não se
insira na competência de outros órgãos ou entidades;
m) estabelecer a numeração dos edifícios;
n) deliberar sobre a deambulação de animais vadios ou de espécies bravias
e mecanismos organizativos de enquadramento.

2. Verificando-se a situação prevista no nº 3 do artigo 72, o Conselho da Povoação


pode, excepcionalmente, substituir a Assembleia da Povoação no exercício das
competências das alíneas c), d), e), i), k) e l) do nº 2, f), l) e m) do nº 3 do artigo
77, ficando as deliberações sujeitas à ratificação, na primeira sessão da
Assembleia, após a realização de eleições, sob pena de nulidade.

SECÇÃO IV
Do Presidente do Conselho da Povoação
Artigo 89
(Natureza)
O Presidente do Conselho da Povoação é o órgão executivo singular da povoação.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 90
(Eleição)
1. O Presidente do Conselho da Povoação é eleito por sufrágio universal, igual,
directo, secreto e periódico dos cidadãos eleitores recenseados na área da
respectiva povoação.

2. A lei eleitoral das autarquias locais regulará o processo eleitoral do Presidente


do Conselho da Povoação.

Artigo 91
(Substituição)
O Presidente do Conselho da Povoação é substituído, nas suas faltas e
impedimentos, por um dos vereadores por ele designado.

Artigo 92
(Impedimento permanente do Presidente do Conselho da Povoação)
1. Nos casos de morte, incapacidade física permanente, renúncia ou perda do
mandato, o Presidente do Conselho da Povoação é substituído interinamente
pelo Presidente da Assembleia da Povoação, até nova eleição.

2. No prazo de trinta dias a contar da declaração do impedimento permanente, a


entidade competente para marcar eleições para Presidente do Conselho da
Povoação marca eleição intercalar para esse órgão.

3. O prazo para a realização da eleição intercalar não pode exceder a cento e vinte
dias nos termos do disposto no nº 3 do artigo 30 da presente Lei.

4. O novo Presidente do Conselho da Povoação limita-se a concluir o mandato do


anterior, não transitando automaticamente para o novo mandato.

5. Não se realizará a eleição intercalar se o tempo que faltar para a conclusão do


mandato for igual ou inferior a doze meses.

6. O Presidente interino do Conselho da Povoação exerce a plenitude dos poderes


podendo inclusive substituir os vereadores.

A redacção dos nº2 e 3 foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 15/2007, de 27 de Junho.

Artigo 93
(Posse)
1. O Presidente do Conselho da Povoação é empossado pelo Presidente da
Assembleia da Povoação no prazo de dez dias a contar da instalação do órgão
representativo.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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2. No intervalo entre a data da declaração do impedimento permanente e a data da


tomada de posse, o Presidente interino do Conselho da Povoação praticará
apenas os actos de gestão estritamente necessários para o bom andamento dos
assuntos urgentes da povoação.

Artigo 94
(Competência)
1. Ao Presidente do Conselho da Povoação compete:
a) dirigir a actividade corrente da povoação coordenando, orientando e
superintendendo a acção de todos os vereadores;
b) dirigir e coordenar o funcionamento do Conselho da Povoação;
c) exercer todos os poderes conferidos por Lei ou por deliberação da
Assembleia da Povoação.

2. Ao Presidente do Conselho da Povoação compete ainda:


a) representar a povoação em juízo e fora dele;
b) executar e velar pelo cumprimento das deliberações da Assembleia da
Povoação;
c) escolher, nomear e exonerar livremente os vereadores do Conselho da
Povoação;
d) coordenar e controlar a execução das deliberações do Conselho da
Povoação;
e) orientar a elaboração e participar na execução do orçamento autárquico,
autorizando o pagamento de despesas orçamentais, quer resultem de
deliberação do Conselho da Povoação, quer resultem de decisão
própria;
f) assinar ou visar a correspondência do Conselho da Povoação com
destino a qualquer entidade pública ou privada;
g) representar os órgãos executivos da povoação perante a Assembleia da
Povoação e responder pela política e linha programática seguida por
esses órgãos;
h) adquirir os bens móveis necessários ao funcionamento regular dos
serviços desde que o seu custo se situe dentro do limite fixado pelo
Conselho da Povoação;
i) mandar publicar as decisões que disso careçam nos locais de estilo;
j) dirigir o serviço de protecção civil da povoação em coordenação com as
estruturas nacionais;
k) praticar os actos administrativos de gestão de recursos humanos da
povoação;
l) modificar ou revogar os actos praticados por funcionários da povoação;
m) outorgar contratos necessários ao funcionamento dos serviços;
n) instaurar pleitos e defender-se neles, podendo confessar, desistir,
transigir ou aceitar composição arbitral;
o) promover todas as acções necessárias à administração corrente do

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95
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património da povoação e à sua conservação, assegurando a


actualização do cadastro dos bens móveis e imóveis da povoação;
p) garantir a execução das obras e intervenções de responsabilidade directa
da povoação que constem dos planos aprovados pela Assembleia da
Povoação e que tenham cabimento adequado no orçamento relativo ao
ano de execução das mesmas, bem como a inspecção, nos termos da lei e
da regulamentação autárquica específica;
q) outorgar contratos necessários à execução das obras referidas na alínea
anterior;
r) conceder licenças para habitação ou para outra utilização de prédios
construídos de novo ou que tenham sofrido grandes modificações,
mandando proceder à verificação, por comissões especializadas, das
condições de habitabilidade e de conformidade com o projecto
aprovado, de acordo com a regulamentação específica;
s) ordenar o embargo ou a demolição de quaisquer obras, construções ou
edificações efectuadas por particulares sem observância da Lei;
t) ordenar o despejo sumário de prédios expropriados ou cuja demolição
ou beneficiação tenha sido deliberada nos termos da Lei;
u) conceder terrenos nos cemitérios da povoação para jazigos e sepulturas
perpétuas;
v) conceder licenças policiais ou fiscais de harmonia com o disposto nas
leis, regulamentos e posturas;
w) exercer as funções de chefe da polícia autárquica, quando exista.

3. Em caso de urgência e em circunstâncias em que o interesse público da


povoação excepcionalmente o determine, o Presidente do Conselho da
Povoação pode praticar actos sobre matérias da competência do Conselho de
Povoação.

4. Os actos referidos no número anterior estão sujeitos à ratificação do Conselho


da Povoação na primeira reunião após a sua prática, o que deverá acontecer no
prazo máximo de dez dias.

5. A recusa de ratificação ou a sua não submissão para ratificação no devido tempo


é causa de nulidade do acto.

A redacção das alíneas k) p), r) e s) foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 15/2007, de 27 de
Junho.

Artigo 95
(Delegação de poderes nos vereadores)
1. O Presidente do Conselho da Povoação pode delegar competências nos
vereadores.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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2. Não são delegáveis as competências das alíneas a) e b) do nº1, c) e g) do nº2 e o


nº3 do artigo anterior.

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES COMUNS AOS ÓRGÃOS DAS AUTARQUIAS
LOCAIS
SECÇÃO I
Direitos e deveres

Artigo 96
(Direitos, deveres e garantias dos órgãos autárquicos)
1. São deveres dos titulares dos órgãos das autarquias locais, nomeadamente:
a) prestar regularmente contas perante os respectivos eleitores no
desempenho do seu mandato;
b) desempenhar activa e assiduamente as respectivas funções;
c) contactar as populações da autarquia;
d) votar nos assuntos submetidos à apreciação dos órgãos de que façam
parte, salvo impedimento legal.

2. São direitos dos membros dos órgãos das autarquias locais:


a) elaborar e submeter à deliberação dos órgãos municipais e das
povoações projectos e propostas no âmbito da competência dos mesmos;
b) solicitar e obter, de quaisquer entidades públicas ou privadas na
autarquia local, informações e bem assim solicitar e obter, de quaisquer
entidades públicas, informações sobre assuntos que interessam à vida
das populações do município ou povoação;
c) participar nas reuniões dos órgãos colegiais nos termos legais e
regimentais.

3. Os membros dos órgãos municipais e de povoações não podem ser prejudicados


no seu emprego permanente, carreira profissional e benefícios sociais por causa
do exercício do seu mandato.

4. Outras prerrogativas, distinções e benefícios materiais dos titulares dos órgãos


deliberativos e executivos das autarquias locais serão estabelecidos por lei.

Artigo 97
(Responsabilidade civil e criminal)
Os membros dos órgãos das autarquias locais estão sujeitos à responsabilidade civil
e criminal pelos actos ou omissões realizados no exercício dos seus cargos.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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SECÇÃO II
Mandatos

Artigo 98
(Fundamento da perda de mandato e dissolução dos órgãos)
1. É fundamento de perda do mandato, em caso de prática individual por titulares
de órgãos autárquicos ou dissolução do órgão, em caso de acção ou omissão
deste:
a) a prática de ilegalidades graves no âmbito da gestão autárquica;
b) a responsabilidade culposa pela inobservância, por parte da autarquia
local, das atribuições enunciadas no artigo 6;
c) a manifesta negligência no exercício das suas competências.

2. A perda do mandato ou dissolução pode também ocorrer em caso de não


aprovação, em tempo útil, de instrumentos essenciais ao funcionamento da
autarquia local.

3. Tratando-se do Presidente do Conselho Municipal ou da Povoação, a perda do


mandato obriga à realização de eleições nos termos do artigo 30.

4. Revogado pelo artigo 1 da Lei nº 15/2007, de 27 de Junho.

5. O decreto do Conselho de Ministros que dissolve uma Assembleia Municipal


ou da Povoação determina a realização de eleições, no prazo fixado no artigo 30
da presente Lei, salvo se, à data daquele decreto, faltarem menos de doze meses
para as eleições gerais.

6. A comissão administrativa referida na alínea c) do nº 3 do artigo 30 da presente


Lei, tem a composição e as competências enumeradas no decreto do Conselho
de Ministros, referido no número anterior.

A redacção dos nºs 5 e 6 foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 15/2007, de 27 de Junho.

Artigo 99
(Perda do mandato)
1. Para além do disposto no artigo anterior, perdem o mandato os titulares dos
cargos dos órgãos autárquicos que pratiquem actos contrários à Constituição,
que desrespeitem persistentemente a Lei, que violem gravemente a ordem
pública, que sejam condenados por crime punível com prisão maior, que sejam
internados por medida de prevenção ou segurança ou que incorram em qualquer
causa de perda de mandato prevista na Lei.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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2. Perdem ainda o mandato os titulares dos cargos dos órgãos autárquicos que
tenham entrado em situação de incompatibilidade, sem que tenham renunciado,
num prazo de 15 dias, ao cargo ou à actividade incompatível.

3. Quando a perda do mandato dependa de operações materiais ou apreciações


factuais da Assembleia Municipal ou da Povoação esta comunicará ao órgão de
tutela a verificação do facto motivador da perda do mandato para os efeitos do
número seguinte.

4. A perda do mandato é declarada por decreto do Conselho de Ministros, após


realização de inquéritos ou sindicâncias, se necessário, e é comunicada à
Assembleia Municipal ou da Povoação respectiva para efeitos de substituição
das pessoas por ela atingidas.

5. A data da perda do mandato é a do decreto do Conselho de Ministros podendo


contra esta serem movidos todos os meios de impugnação graciosa e
contenciosa previstos pela Lei contra actos administrativos de órgãos do Estado.

6. No que for omisso, o presente artigo será regulado pela lei referente ao exercício
dos poderes tutelares do Estado.

Artigo 100
(Renúncia ao mandato)
1. Os membros eleitos dos órgãos autárquicos podem renunciar ao respectivo
mandato.

2. A renúncia deverá ser comunicada, por escrito, à Mesa da Assembleia


Municipal ou da Povoação.

Artigo 101
(Suspensão do mandato)
1. O Presidente do Conselho Municipal ou da Povoação pode decidir a suspensão
do seu mandato.

2. Os membros das Assembleias Municipais e das Povoações podem, por


iniciativa própria, solicitar à Mesa, nos termos fixados no regimento, a
suspensão do respectivo mandato.

3. São motivos de suspensão, nomeadamente:


a) doença comprovada;
b) afastamento temporário da área da autarquia local por período
superior a 30 dias;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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c) impossibilidade de se deslocar à sede da autarquia local por


dificuldade de transporte;
d) motivos profissionais ponderosos.

4. A suspensão não poderá ultrapassar trezentos e sessenta e cinco dias, seguidos


ou interpolados, no decurso do mandato, sob pena de perda do mesmo.

SECÇÃO III
Deliberações e decisões

Artigo 102
(Quórum)
1. A Assembleia Municipal e da Povoação só podem deliberar estando presentes
mais de metade dos seus membros em efectividade de funções.

2. O Conselho Municipal e da Povoação só podem deliberar quando estiverem


presentes pelo menos dois terços dos seus membros em efectividade de funções.

3. Nos casos em que as reuniões não se efectivarem por inexistência de “quórum”


haverá lugar ao registo das presenças e das ausências no livro de actas.

Artigo 103
(Deliberações)
1. Salvo disposição expressa em contrário, as deliberações são tomadas à
pluralidade dos votos, tendo o Presidente voto de qualidade em caso de empate,
não contando as abstenções para apuramento da maioria.

2. A votação é nominal, salvo se o regimento ou o regulamento interno estipular ou


o órgão deliberar, por proposta de qualquer membro, outra forma de votação.

3. Sempre que se realizem eleições ou estejam em causa juízos de valor sobre


pessoas, a votação é feita por escrutínio secreto.

Artigo 104
(Actas)
Será lavrada, nos termos do regimento, acta que registe o que de essencial se tiver
passado nas reuniões, nomeadamente as faltas verificadas, as deliberações tomadas
e as posições contra elas assumidas.

Artigo 105
(Executoriedade das deliberações)
As deliberações e decisões dos órgãos autárquicos tornam-se executórios no
décimo quinto dia após a sua afixação, salvo se tiver havido deliberação por maioria

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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de dois terços dos membros do órgão que deliberou, reconhecendo a urgência da


executoriedade, caso em que esta se verificará a partir de cinco dias do momento da
afixação.

Artigo 106
(Deliberações nulas)
1. São nulas, independentemente da declaração dos tribunais, as decisões dos
órgãos autárquicos:
a) que forem estranhas às atribuições da autarquia local;
b) que forem tomadas sem “quórum, ou sem a maioria legalmente exigida;
c) que transgridam as disposições legais respeitantes ao lançamento de
impostos;
d) que careçam absolutamente de forma legal;
e) que nomeiem funcionários a quem faltem requisitos exigidos por Lei,
com preterição de formalidades essenciais ou de preferências
legalmente previstas;
f) que violem direitos fundamentais dos cidadãos.

2. As deliberações e decisões nulas são impugnáveis, sem dependência de prazo,


por via de interposição de recurso contencioso ou de defesa em qualquer
processo administrativo ou judicial.

Artigo 107
(Deliberações anuláveis)
1. São anuláveis pela jurisdição administrativa as deliberações e decisões de
órgãos autárquicos feridas de incompetência, vício de forma, desvio de poder,
violação da lei, regulamento ou contrato administrativo.

2. As deliberações e decisões anuláveis só podem ser impugnadas, em recurso


contencioso, dentro do prazo legal.

3. A não impugnação do vício dentro do prazo de recurso contencioso sana a


deliberação ou decisão anulável.

Artigo 108
(Impugnabilidade dos actos administrativos autárquicos)
As deliberações ou decisões de órgãos autárquicos, que contenham actos
administrativos definidores de situações jurídicas de particulares com eficácia
externa imediata, ficarão submetidos, para efeitos de impugnação graciosa ou
contenciosa, a regime idêntico ao dos actos de natureza equivalente emanados por
órgãos do Estado.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 109
(Patrocínio judiciário)
O município e a povoação são patrocinados, em juízo, pelo representante do
Ministério Público ou por advogado legalmente constituído.

Artigo 110
(Participação dos moradores)
1. Os cidadãos moradores no município ou na povoação podem apresentar,
verbalmente ou por escrito, sugestões, queixas, reclamações ou petições à
respectiva Assembleia.

2. A apresentação far-se-á ao Secretário da Assembleia pelos cidadãos,


individualmente ou através dos corpos directivos de organizações sociais ou por
outro mecanismo organizativo por estes designado.

3. Nos casos referidos no presente artigo, um representante do peticionário e dos


cidadãos moradores poderá participar, por deliberação da respectiva
assembleia, nos debates que eventualmente tiverem lugar.

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Artigo 111
(Regimento)
1. Os princípios fundamentais a constarem do Regimento das Assembleias
Municipais e das Povoações são fixados por decreto do Conselho de Ministros.

2. Enquanto não for aprovado o novo regimento, vigorará o anteriormente


aprovado.

Artigo 112
(Marcação da data para as primeiras eleições)
As primeiras eleições para os órgãos das autarquias locais realizar-se-ão em 1997,
em data a definir por decreto do Conselho de Ministros.

Artigo 113
(Primeira instalação das Assembleias Municipais e da Povoação)
A primeira instalação da Assembleia Municipal ou da Povoação é feita pelo Juiz
Presidente do Tribunal Judicial, Provincial e Distrital, respectivamente.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 114
(Criação)
O Conselho de Ministros submeterá à Assembleia da República uma proposta de
criação das autarquias locais nas circunscrições territoriais que reúnam condições
para uma administração autárquica.

Artigo 115
(Gabinetes técnicos)
1. Nas autarquias locais poderão funcionar gabinetes técnicos locais.

2. Os gabinetes técnicos locais assistirão os órgãos da autarquia local na


concepção e implementação das acções tornadas necessárias pela
descentralização.

3. Os gabinetes técnicos são compostos por técnicos vinculados por contratos de


consultoria de curto prazo, suportados por fundos especiais mobilizados pela
administração do Estado.

4. A escolha dos membros dos gabinetes técnicos resultará de comum acordo entre
o ministério de tutela e o Presidente do Conselho Municipal ou da Povoação.

Artigo 116
(Conversão de distritos municipais em municípios)
Os distritos municipais criados pela Lei nº 3/94, de 13 de Setembro, passam a
designar-se municípios, nos termos da lei .

Artigo 117
(Revogação da lei anterior)
É revogada a Lei nº. 3/94 de 13 de Setembro.

Artigo 118
(Entrada em vigor)
A presente Lei entra imediatamente em vigor.

Aprovada pela Assembleia da República, aos 27 de Dezembro de 1996.

O Presidente da Assembleia da República, em exercício, Abdul Carimo Mohamed


Issá

Publique-se

O Presidente da República, JOAQUIM ALBERTO CHISSANO.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS Nº 7/87, DE 25 DE


ABRIL, QUE CLASSIFICA AS CIDADES EM QUATRO NÍVEIS

Boletim da República, Iª série nº 16, 2º Suplemento,


de 25 de Abril de 1987.

RESOLUÇÃO Nº 7/87,
de 25 de Abril

A 1ª Reunião Nacional das Cidades e Bairros Comunais, realizada na capital do País,


entre os dias 26 de Fevereiro e 3 de Março de 1979, definiu como cidades as capitais
provinciais e ainda Nacala e Chókwè, classificando-as em três níveis.

Nesta classificação considerou-se como critério base o grau de desenvolvimento


alcançado pelos principais centros urbanos do País, em particular a complexidade da
sua vida política, económica, social e cultural, densidade populacional, número e
tipo de indústrias, comércio, actividades sanitárias, educativas, culturais e
desportivas.

Em 1980 foi atribuído à capital da República Popular de Moçambique, a cidade de


Maputo, o estatuto de província.

Considerando que a classificação das cidades desempenha uma função importante


pelo que representa o reconhecimento do grau de desenvolvimento alcançado e
potencialidades, bem como pelo nível de atenção e priorização que essa
classificação implica, procedeu-se a um estudo mais aprofundado da realidade
actual dos centros urbanos do nosso País.

Neste contexto concluiu-se que as cidades devem ser classificadas em quatro


níveis. Considera-se de nível “A” a cidade capital do País. De nível “B” as cidades
da Beira e Nampula, que sendo capitais provinciais têm um papel preponderante no
desenvolvimento regional interno e na realização de programas de cooperação
regional de carácter internacional. Atribui-se o nível “C” às demais cidades capitais
provinciais e às cidades cuja dimensão histórico-cultural nacional e universal, bem
como a importância económica e em comunicações, têm interesse nacional e na
cooperação regional. São cidades de nível “D” os demais centros urbanos do País
cujo grau de desenvolvimento os caracteriza como cidades e assumem um papel de
relevo no desenvolvimento local.

Nestes termos, ao abrigo da alínea i) do artigo 60 da Constituição da República, da


alínea b) do nº 2 do artigo 1 do Decreto nº 14/76, de 15 de Abril, o Conselho de
Ministros determina:

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 1
As cidades da República Popular de Moçambique classificam-se em cidades de
nível “A”, “B”, “C” e “D”.
Artigo 2
As cidades da República Popular de Moçambique são assim classificadas:

1. De nível “A”, a cidade de:


-
Maputo.

2. De nível “B”, as cidades de:


-
Beira
-
Nampula.
-
Matola

3. De nível “C”, as cidades de:


-
Chimoio
-
Nacala
-
Quelimane
-
Inhambane
-
Lichinga
-
Pemba
-
Tete
-
Xai Xai
-
Ilha de Moçambique

4. De nível “D”, as cidades de:


-
Angoche
-
Cuamba
-
Chibuto
-
Chókwè
-
Dondo
-
Guruè
-
Manica
-
Maxixe
-
Mocuba
-
Montepuez.

Artigo 3
Compete aos Governos Provinciais propor ao Conselho de Ministros qualquer
alteração à classificação das cidades, bem como promover as acções necessárias á
implementação da classificação definida.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Aprovada pelo Conselho de Ministros.


Publique-se
O Primeiro Ministro, Mário Fernandes da Graça Machungo.

A cidade da Matola foi elevada para o nível “B” pela Resolução do Conselho de Ministros
nº 55/2007, de 16 de Outubro.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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LEI Nº 7/97, DE 31 DE MAIO, DA TUTELA ADMINISTRATIVA DO


ESTADO SOBRE AS AUTARQUIAS LOCAIS

Boletim da República, Iª série nº 22, 4º Suplemento,


de 31 de Maio de 1997

Lei nº 7/97,
de 31 de Maio

A Constituição da República estabelece que as autarquias locais estão sujeitas à


tutela administrativa do Estado nos termos da Lei.

Nestes termos e ao abrigo do disposto no nº1 do artigo 135 da Constituição, a


Assembleia da República determina:

Artigo 1
(Âmbito)
A presente Lei estabelece o regime jurídico da tutela administrativa do Estado a que
estão sujeitas as autarquias locais.

Artigo 2
(Tutela administrativa)
1. A tutela administrativa do Estado sobre as autarquias locais consiste na
verificação da legalidade dos actos administrativos dos órgãos autárquicos, nos
termos da presente Lei, bem como no estabelecimento de medidas
sancionatórias, nos casos expressamente previstos na presente lei.

2. O exercício do poder tutelar pode ser ainda aplicado sobre o mérito dos actos
administrativos das autarquias locais nos casos e nos termos previstos na
presente Lei.

A redacção do nº1 foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 6/2007, de 9 de Fevereiro.


Pelo Decreto nº 56/2008, de 30 de Dezembro, foram definidas as modalidades
de exercício da tutela administrativa dos Governadores Provinciais e dos
Governos Provinciais nas Autarquias Locais.

Artigo 3
(Autonomia e tutela)
1. As autarquias locais são autónomas na realização das suas atribuições, sem
prejuízo do exercício dos poderes de tutela administrativa do Estado.

2. A tutela administrativa do Estado só pode limitar a autonomia das autarquias


locais nos termos estabelecidos na lei.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 4
(Modalidades)
1. O exercício da tutela administrativa do Estado compreende a verificação da
legalidade dos actos administrativos das autarquias locais, através de
inspecções, inquéritos, sindicâncias, auditorias e ratificações.

2. Independentemente da inspecção, inquérito, sindicância ou auditoria, os órgãos


de tutela administrativa do Estado podem solicitar informações e
esclarecimentos sobre decisões administrativas dos órgãos e serviços das
autarquias locais.

3. Das decisões dos órgãos autárquicos pode caber recurso aos órgãos de tutela
referidos no artigo 8 da presente lei.

O nº3 do presente artigo foi introduzido pelo artigo 1 da Lei nº6/2007, de 9 de


Fevereiro.

Artigo 5
(Fiscalização)
1. O órgão com poderes tutelares pode realizar inspecções, inquérito, sindicâncias
ou auditorias aos actos administrativos praticados e dos contratos celebrados
pelos órgãos e serviços das autarquias locais.

2. A inspecção consiste na verificação da conformidade, com a lei, dos actos


administrativos praticados e dos contratos celebrados pelos órgãos e serviços
das autarquias locais.

3. O inquérito consiste na averiguação da legalidade dos actos administrativos


dos órgãos e serviços das autarquias locais em virtude da denúncia fundada ou
ainda, quando resulte de informações e recomendações de uma inspecção
anterior.

4. A sindicância consiste na indagação profunda e global da actividade dos órgãos


e serviços da autarquia local, quando existam indícios de ilegalidades que, pelo
seu volume ou gravidade, não possam ser averiguados no âmbito de mero
inquérito.

5. A auditoria consiste na análise da legalidade das operações financeiras, de


organização e funcionamento das autarquias locais.

A redacção do nº1 foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 6/2007, de 9 de Fevereiro.


O nº5 foi introduzido pelo artigo 1 da Lei nº 6/2007, de 9 de Fevereiro.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 6
(Ratificação)
1. A eficácia de certos actos administrativos dos órgãos das autarquias locais fica
dependente da ratificação do órgão da tutela administrativa.

2. Carecem de ratificação do órgão tutelar os actos administrativos dos órgãos


autárquicos expressamente indicados na lei, bem como os que tenham por
objectivo:
a) aprovar o plano de desenvolvimento da autarquia local;
b) aprovar o orçamento;
c) aprovar o plano de ordenamento do território;
d) aprovar o quadro de pessoal;
e) aprovar a contracção de empréstimos e de amortização plurianual;
f) introduzir ou modificar taxas, subsídios e remunerações.

3. O órgão de tutela administrativa dispõe apenas da faculdade de ratificar ou não


o acto administrativo, não podendo introduzir ou propor alterações nem
substituí-lo por outro.

4. A não ratificação expressa dos actos administrativos e das deliberações


referidas no nº2 deste artigo carece sempre de fundamentação do órgão tutelar.

5. Os actos administrativos não ratificados são inexequíveis.

A alínea f) do nº2 foi introduzida pelo artigo 1 da Lei nº6/2007, de 9 de Fevereiro.

Artigo 7
(Regime de ratificação tutelar)
1. Para efeitos de ratificação tutelar será remetida à entidade tutelar, pelo
presidente do órgão autárquico, uma certidão ou cópia autenticada do acto
sujeito à tutela.

2. A ratificação tutelar só pode ser recusada com fundamento em ilegalidade do


acto sujeito a tutela ou na sua desconformidade com os planos e programas a
que a autarquia esteja vinculada, nos termos da lei.

3. A ratificação tutelar pode ser parcial, quando se refira a uma parte autónoma de
um acto susceptível de decisão sem alteração do seu conteúdo.

4. A ratificação tutelar pode ser concedida sob condição suspensiva ou resolutiva


tendente a garantir a conformidade do acto sujeito a tutela com a legalidade.

5. Considera-se ratificação tutelar tacitamente concedida se, no prazo de quarenta

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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e cinco dias a contar da recepção da certidão ou cópia referida no nº1, não for
comunicada por escrito a sua denegação expressa, total ou parcial, ao órgão
tutelado.

6. Da ratificação tutelar ou da sua recusa, cabe reclamação graciosa ou recurso


contencioso com fundamento em ilegalidade, nos termos gerais da lei.

7. Têm legitimidade para reclamação graciosa e para recurso contencioso


previstos no número precedente:

a) as pessoas que neles tenham interesse legítimo, directo, imediato e


actual;
b) o órgão tutelado, nos casos de recusa da ratificação ou ratificação parcial
ou ainda sob condição.

Artigo 8
(Órgãos de tutela)
1. A tutela administrativa do Estado cabe ao Governo e é exercida pelo ministro
que superintende na função pública e na administração local do Estado e pelo
ministro que superintende no plano e finanças, no domínio das respectivas áreas
de competência.

2. Os Governadores Provinciais e os governos provinciais exercem a tutela


administrativa nas autarquias locais nos termos determinados pelo Conselho de
Ministros, sob proposta dos ministros referidos no número anterior.

3. Sem prejuízo do estabelecido nos números anteriores, o ministro que


superintende na administração local do Estado é o órgão central da tutela
administrativa.

4. Os actos administrativos praticados ao abrigo do número anterior poderão ser


objecto de recurso hierárquico ao ministro competente em razão da matéria,
podendo por este serem confirmados, revogados, modificados, suspensos ou
convertidos.

A redacção dos nºs 2 e 3 foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 6/2007, de 9 de Fevereiro.

Artigo 8 A
(Participação nas sessões dos órgãos autárquicos)
As entidades de tutela podem participar nas sessões dos órgãos autárquicos, com
direito a palavra mas sem direito a voto.

Este artigo foi introduzido pelo artigo 2 da Lei nº 6/2007, de 9 de Fevereiro

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 9
(Sanções)
A prática, por acção ou omissão, de ilegalidade grave no âmbito da gestão
autárquica, a responsabilidade culposa pela inobservância das suas atribuições, a
manifesta negligência no exercício suas competências e dos respectivos deveres
funcionais, constituem fundamento de perda de mandato do titular ou membros dos
órgãos autárquicos, se tiverem sido praticadas individualmente ou de dissolução do
órgão, se forem imputadas a este.

A redacção deste artigo foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 6/2007, de 9 de Fevereiro.

Artigo 10
(Perda de mandato)
1. É fundamento para perda do mandato dos titulares dos órgãos das autarquias
locais a prática de actos contrários à Constituição, a persistente violação da lei, a
quebra grave da ordem pública e condenação por crime punível com prisão
maior.

2. Perdem o mandato os titulares dos órgãos das autarquias locais que:

a) após a eleição, sejam colocados em situação que os torne inelegíveis ou


se torne conhecida qualquer situação de inelegibilidade anterior à
eleição;
b) sem motivos deixem de comparecer a seis reuniões seguidas ou doze
reuniões interpoladas;
c) pratiquem individualmente alguns dos actos previstos no artigo 9 da
presente Lei;
d) após as eleições, se inscrevam em partido político diverso ou adiram a
lista diferente daquela em se apresentaram a sufrágio.

3. Perdem o mandato os titulares de órgãos das autarquias locais que, no exercício


das suas funções ou por causa delas, se coloquem em situação de
incompatibilidade, por intervirem em processo administrativo, acto ou contrato
de direito público ou privado, quando:

a) nele tenham interesse, por si, como representantes ou como gestores de


negócios de outra pessoa;
b) por si ou como representantes de outra pessoa, nele tenham interesse o
respectivo cônjuge, parente ou afim em linha recta e na linha colateral
até ao segundo grau ou qualquer pessoa com quem viva em economia
comum;
c) por si ou como representantes de outra pessoa, tenham interesse em
questão semelhante à que deve ser decidida ou quando tal situação se

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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verifique em relação a pessoa abrangida pela alínea anterior;


d) tenham intervido como peritos ou mandatários, ou hajam dado parecer
sobre a questão a resolver;
e) tenham intervido no processo como mandatário, qualquer das pessoas
referidas na alínea b);
f) contra eles ou qualquer dos seus parentes ou afins referidos na alínea b)
tenha sido proferida sentença condenatória transitada em julgado numa
acção judicial proposta por um dos interessados no processo
administrativo, acto ou contrato, ou pelo respectivo cônjuge;
g) se trate de recurso de decisão proferida por si ou com a sua intervenção,
proferida por qualquer das pessoas referidas na alínea b) ou com
intervenção destas.

4. De modo a evitar a situação de incompatibilidade, os titulares de órgãos das


autarquias locais devem revelar ao órgão em que se integram a existência do
conflito de interesses e pedir escusa de participação na decisão em causa.

5. Constitui ainda causa de perda de mandato a verificação, em momento posterior


ao da eleição, por inspecção, inquérito, sindicância, ou qualquer meio judicial,
da prática por acção ou omissão de ilegalidades graves em mandato
imediatamente anterior exercido num órgão de qualquer autarquia local.

A redacção da alínea b) do nº2 foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 6/2007, de 9 de


Fevereiro.

Artigo 11
(Processo e competência para a decisão de perda de mandato)
1. A perda de mandato será precedida de:
a) inquérito, sindicância ou auditoria aos órgãos ou aos serviços nos
casos não previstos nas alíneas seguintes;
b) sentença judicial transitada em julgado, no caso da prática dos factos
passíveis de procedimento criminal referidos no nº1 do artigo
anterior;
c) verificação dos factos que consubstanciem as situações das alíneas
a) e b) do nº2 do artigo anterior.
2. Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, se as conclusões do
inquérito ou da sindicância ou ainda de sentença transitada em julgado
revelarem a existência de qualquer das situações que constituem
fundamento para a perda do mandato, isso será comunicado ao ministro
competente, nos termos do artigo 8, pela entidade que houver promovido
o inquérito ou a sindicância.

3. No caso da alínea c) do nº 1, a verificação dos factos cabe à Assembleia

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Municipal que os comunica ao ministro que superintende as áreas da função


pública e da administração local do Estado.

4. Tomando conhecimento de factos susceptíveis de conduzir à perda do


mandato, o ministro competente, nos termos do artigo 8, assegura que o
visado seja ouvido, fixando-se o prazo de trinta dias para apresentação da
sua defesa e fornecendo-lhe todos os elementos por ele solicitados que
possam ser essenciais para a defesa e de que ainda não tenha conhecimento,
nomeadamente, os relatórios dos inquéritos, sindicâncias e auditorias e
respectivos elementos de prova.

5. Produzida a defesa do visado, o ministro com poderes tutelares aprecia todos


os elementos do processo e remete-o ao Conselho de Ministros para decisão.

6. A decisão de perda de mandato é impugnável junto do Tribunal


Administrativo pelo titular ou membro visado.

A redacção da alínea a) do nº1 e os nºs 3 e 4 foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº


6/2007, de 9 de Fevereiro.

Artigo 12
(Impugnação contenciosa do Decreto de Perda de Mandato)
1. A impugnação contenciosa do Decreto de Perda de Mandato poderá ser feita
junto do Tribunal Administrativo por qualquer titular dos órgãos ou membro
visado.

2. O prazo de interposição do referido recurso é de vinte dias a contar da data da


publicação do decreto de perda do respectivo mandato e tem efeitos
suspensivos.

3. O Conselho de Ministros poderá contestar, querendo, a impugnação do Decreto,


no prazo de vinte dias a contar da data de notificação ou revogar o seu decreto
antes da deliberação do Tribunal Administrativo.

4. O processo previsto nos números anteriores tem carácter urgente.

Artigo 13
(Dissolução dos órgãos das autarquias locais)
1. Qualquer órgão colegial da autarquia local pode ser dissolvido pelo Conselho de
Ministros, quando:
a) obste a realização de inspecção, inquérito, sindicância, quando se
recuse a prestar aos agentes da inspecção informações e
esclarecimentos ou a facultar-lhes o exame aos serviços e a consulta
de documentos;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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b) tenha responsabilidade na não prossecução, pela autarquia, das


atribuições a que se refere o artigo 6 da Lei nº 2/97, de 18 de
Fevereiro ;
c) não dê cumprimento a decisões definitivas dos tribunais;
d) tenha obstado à aprovação, em tempo útil, de instrumentos
essenciais para o funcionamento da autarquia local, salvo ocorrência
de facto julgado justificativo e não imputável ao órgão em causa;
e) não apresente a julgamento, no prazo legal, as respectivas contas,
salvo ocorrência de facto julgado justificativo;
f) o nível de endividamento da autarquia local ultrapasse os limites
legalmente autorizados;
g) os encargos com o pessoal ultrapassem os limites estipulados na lei.

2. A dissolução é proposta pelo ministro com poderes tutelares sendo objecto de


decreto fundamentado.

3. O decreto de dissolução do conselho municipal ou de povoação designará uma


comissão administrativa que se manterá em funções até à sua substituição, nos
termos da lei, após a realização de eleições para o presidente do conselho
municipal ou de povoação.

4. A dissolução do conselho municipal ou de povoação não implica a perda do


mandato do respectivo presidente nem a dissolução da correspondente
assembleia municipal ou de povoação.

5. A dissolução do conselho municipal ou de povoação é precedida de audição da


correspondente assembleia municipal ou de povoação.

6. A dissolução da assembleia tem as consequências previstas na Lei nº 2/97, de 18


de Fevereiro.

Artigo 14
(Efeitos da dissolução e da perda de mandato)
1. No período de tempo que resta para a conclusão do mandato interrompido e no
subsequente período de tempo correspondente a novo mandato completo, os
membros dos órgãos da autarquia local, objecto do decreto de dissolução, bem
como os que hajam perdido o mandato não poderão desempenhar funções em
órgãos de qualquer autarquia nem ser candidatos nos actos eleitorais para os
mesmos.

2. O disposto no número anterior não é aplicável aos membros do órgão da


autarquia que tenham votado contra ou que não tenham participado nas
deliberações, nem tenham praticado os actos ou omitido os deveres legais a que
estavam obrigados e que deram causa à dissolução do órgão.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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3. Os membros dos órgãos da autarquia referidos no número anterior devem


invocar a não existência da causa de inelegibilidade no acto de apresentação de
candidatura.

4. A renúncia ao mandato não prejudica os efeitos previstos no nº1 do presente


artigo.

Artigo 15
(A impugnação contenciosa do Decreto de Dissolução)
1. O decreto de dissolução é contenciosamente impugnável junto do Tribunal
Administrativo por qualquer dos membros do órgão dissolvido.

2. O prazo de interposição do referido recurso é de trinta dias a contar da data da


publicação do Decreto recorrido e tem efeitos suspensivos.

3. O Conselho de Ministros poderá contestar, querendo, a impugnação do decreto


de dissolução, no prazo de trinta dias a contar da data de notificação ou revogar o
seu decreto antes da deliberação do Tribunal Administrativo.

4. O processo referido nos números anteriores tem carácter urgente.

Artigo 16
(Disposição final)
É revogada toda a legislação anterior contrária a esta lei.

Artigo 17
(Entrada em vigor)
A presente Lei entra imediatamente em vigor.

Aprovada pela Assembleia da República, aos 30 de Abril de 1997 - O Presidente da


Assembleia da República, em exercício, Abdul Carimo Mahomed Issá.

Promulgada aos 31de Maio de 1997.


Publique-se.

O Presidente da República, JOAQUIM ALBERTO CHISSANO.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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LEI Nº 8/97, DE 31 DE MAIO, DO ESTATUTO ESPECIAL DO MUNICÍPIO


DE MAPUTO

Boletim da República, Iª série. nº 22, 4º Suplemento,


de 31 de Maio de 1997

Lei nº 8/97,
de 31 de Maio

A Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro, estabelece que a cidade capital do país goza de


estatuto municipal específico, definido por lei.

Assim, ao abrigo do disposto no número 1 do artigo 135 da Constituição, a


Assembleia da República determina:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 1
(Objecto)
A presente lei define as normas especiais que regem a organização e funcionamento
do Município de Maputo, bem como os deveres e direitos dos titulares e membros
dos respectivos órgãos.

Artigo 2
(Remissão para a lei geral)
A tudo o que não estiver especialmente regulado no presente diploma aplica-se a lei
geral.

Artigo 3
(Atribuições)
1. Todas as atribuições previstas no artigo 6 da Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro, são
de exercício mínimo obrigatório para o Município de Maputo.

2. Salvaguardados os limites constitucionais, ao Município de Maputo podem ser


reconhecidas ou conferidas outras atribuições.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 4
(Tutela administrativa)
A tutela administrativa do Estado sobre os órgãos do Município de Maputo é directa
e exclusivamente exercida pelo ministro que superintende na função pública e na
administração local do Estado e pelo ministro que superintende no plano e finanças,
no domínio das respectivas áreas de competência.

Artigo 5
(Composição da assembleia municipal)
A Assembleia Municipal é composta por um máximo de 71 membros.

Artigo 6
(Mesa da assembleia municipal)
A Mesa da Assembleia Municipal é composta por um presidente, um vice-
presidente e três secretários, eleitos pela Assembleia Municipal de entre os seus
membros, por escrutínio secreto.

Artigo 7
(Constituição do conselho municipal)
O Conselho Municipal de Maputo é constituído por 13 a 17 vereadores.

Artigo 8
(Unidades administrativas)
1. Com base no plano de organização e estruturação da cidade aprovado pela
Assembleia do Município de Maputo, o Conselho Municipal estabelecerá
unidades administrativas em uma ou várias parcelas do seu território.

2. Os dirigentes das unidades administrativas referidas no número anterior são


nomeados pelo Presidente do Conselho Municipal.

3. O Conselho Municipal poderá afectar alguns dos seus membros a uma ou várias
unidades administrativas para nelas zelarem pela prestação de serviços públicos
autárquicos.

4. A Assembleia Municipal deverá considerar como prioritária a aprovação de um


plano de organização e estruturação do Município, com vista a assegurar o
melhor funcionamento dos órgãos autárquicos.

As unidades administrativas a vigorar no Município de Maputo constam do artigo 13


do Regulamento de Organização e Funcionamento dos Serviços Técnicos e
Administrativos dos Municípios, aprovado pelo Decreto nº 51/2004, de 1 de
Dezembro.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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CAPÍTULO II
DIREITOS DOS TITULARES E MEMBROS DOS ÓRGÃOS
MUNICIPAIS

Artigo 9
(Estatuto do Presidente do Conselho Municipal)

O Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo tem os seguintes


direitos:
a) remuneração mensal com observância dos parâmetros e limites
estabelecidos pelo Governo;
b) casa e viatura protocolares;
c) despesas de representação;
d) tratamento protocolar;
e) ajudante de campo.

A redacção da alínea a) foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 16/2007, de 27 de Junho.

Artigo 10
(Remuneração dos vereadores)
1. As remunerações dos vereadores são estabelecidas com observância dos
parâmetros e limites fixados pelo Governo.

2. As remunerações dos vereadores em regime de tempo parcial são fixadas em


50% do valor das mencionadas no número anterior.

A redacção do nº 1 foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 16/2007, de 27 de Junho.

Artigo 11
(Remuneração do Presidente e membros da Assembleia Municipal)
O Presidente e membros da Assembleia Municipal têm direito a uma remuneração
cujo valor é fixado de acordo com observância e limites fixados pelo Governo.

A redacção deste artigo foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 16/2007, de 27 de Junho.

Artigo 12
(Ajudas de custo)
Os valores das ajudas de custo a abonar aos titulares e membros dos órgãos
municipais são estabelecidos de acordo com os parâmetros definidos pelo Governo.

A redacção deste artigo foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 16/2007, de 27 de Junho.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 13
(Competência)
Compete à Assembleia Municipal de Maputo fixar as remunerações dos seus
membros e dos membros do Conselho Municipal dentro dos limites estabelecidos
nesta lei.

Artigo 14
(Entrada em vigor)
A presente lei entra em vigor em 1 de Janeiro de 1998.

Aprovada pela Assembleia da República, aos 30 de Abril de 1997.

O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Joaquim Mulémbwè.

Promulgada aos 31 de Maio de 1997.


Publique-se.

O Presidente da República, JOAQUIM ALBERTO CHISSANO.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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LEI Nº 9/97, DE 31 DE MAIO, QUE DEFINE O ESTATUTO DOS


TITULARES E DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DAS AUTARQUIAS
LOCAIS

Boletim da República, Iª série. nº 22, 4º Suplemento,


de 31 de Maio de 1997

Lei nº. 9/97,


de 31 de Maio

Sendo necessário definir o estatuto dos titulares e dos membros dos órgãos das
autarquias locais, usando da competência atribuída nos termos do nº 1 do artigo 135
da Constituição, a Assembleia da República determina:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 1
(Objecto)
1. A presente lei define o estatuto dos titulares e dos membros dos órgãos das
autarquias locais.

2. O estatuto dos titulares e membros dos órgãos municipais da Cidade de Maputo


é regulado no diploma que define o estatuto específico respectivo.

Artigo 2
(Titulares e membros dos órgãos)
1. São titulares dos órgãos das autarquias locais, os que desempenham o cargo de
presidente do conselho municipal ou de povoação e de presidente da assembleia
municipal ou de povoação.

2. São membros dos órgãos das autarquias locais, os que desempenham os cargos
de:
a) membro da assembleia municipal ou de povoação;
b) vereador.

Artigo 3
(Regime de desempenho de funções dos vereadores)
1. Os vereadores desempenham as suas funções em regime de tempo inteiro ou
parcial.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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2. O regime do desempenho de funções dos vereadores é definido pelo presidente


do conselho municipal ou de povoação.

Artigo 4
(Dispensa de funções)
Os titulares e os membros dos órgãos das autarquias locais ficam total ou
parcialmente dispensados das suas actividades profissionais públicas ou privadas,
consoante o regime de exercício das respectivas funções é o de tempo inteiro ou
parcial, respectivamente.
Artigo 5
(Dever de colaboração)
As entidades públicas e privadas estão sujeitas ao dever geral de colaborar com os
órgãos das autarquias locais no exercício das funções destes.

CAPÍTULO II
INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS

Artigo 6
(Incompatibilidades)
Os cargos de presidente do conselho municipal ou de povoação e de membro da
assembleia autárquica e de vereador são incompatíveis com as funções de:
a) Presidente da República;
b) deputado da Assembleia da República;
c) membro do Conselho Constitucional;
d) membro do Conselho de Ministros;
e) membro do governo provincial;
f) membro do governo distrital , chefe de posto administrativo e chefe de
localidade;
g) magistrado em efectividade de funções;
h) militar e elemento das forças paramilitares em efectividade de serviço;
i) membro do Conselho Superior de Comunicação Social;
j) membro do Conselho Superior da Magistratura Judicial.

A redacção da alínea f) foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 11/2003, de 3 de Dezembro

Artigo 7
(Incompatibilidades do presidente do conselho municipal ou de Povoação e
dos vereadores)
Os cargos de presidente do conselho municipal ou de povoação e de vereador em
regime de tempo inteiro são ainda incompatíveis com o desempenho de funções de:
a) Director Nacional;
b) membro de órgão directivo de empresa pública ou mista de capitais
maioritariamente públicos.

A redacção deste artigo foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 11/2003, de 3 de Dezembro.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 8
(Declaração)
Os titulares e os membros dos órgãos das autarquias locais entregam à procuradoria
da república da área em que se encontra compreendida a respectiva autarquia local,
nos 90 dias posteriores à sua tomada de posse, a declaração de inexistência de
quaisquer incompatibilidades, devendo nela constar todos os elementos necessários
à verificação do disposto nesta lei.

Artigo 9
(Impedimentos)
1. É vedado aos titulares e aos membros dos órgãos das autarquias locais:
a) exercer o mandato judicial como autores nas acções cíveis contra o Estado e
demais pessoas colectivas de direito público;
b) servir de perito ou árbitro, a título remunerado, em qualquer processo em que
sejam parte o Estado e demais pessoas colectivas de direito público;
c) no exercício da actividade económica, participar em concursos públicos de
fornecimento de bens e serviços, bem como em contratos com o Estado e outras
pessoas colectivas de direito público;
d) integrar corpos sociais de empresas ou sociedades concessionárias de
serviços públicos, instituições de crédito ou para-bancárias, seguradoras,
sociedades imobiliárias ou quaisquer outras empresas intervenientes em
contratos com o Estado e demais pessoas colectivas de direito público;
e) exercer funções em órgão executivo de fundação subsidiada pelo Estado.

2. Os titulares e os membros dos órgãos das autarquias locais ficam também


impedidos de decidir ou participar na discussão e votação de matérias que lhes
digam directamente respeito ou que beneficiem os seus familiares ou afins
nomeadamente: cônjuge, pais, filhos, irmãos, enteados, sogros, genros, noras,
padrasto, madrasta, avós, netos, cunhados, tios, primos e sobrinhos do primeiro
grau.

3. Os titulares e os membros dos órgãos das autarquias locais ficam ainda


impedidos de participar quer em discussões quer em votações que os coloque
em situações que originem a perda do mandato, nos termos definidos pela Lei da
Tutela Administrativa do Estado sobre as autarquias locais.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

126
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CAPITULO III
DEVERES

Artigo 10
(Deveres dos titulares e dos membros dos órgãos das autarquias locais)
Para além dos deveres estabelecidos no artigo 96 da Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro,
os titulares e membros dos órgãos das autarquias locais têm deveres, nas matérias
de:
a) legalidade e de defesa dos direitos dos cidadãos;
b) prossecução do interesse público;
c) participar nas actividades de funcionamento dos órgãos de que sejam
titulares ou membros.

A redacção da alínea c) foi alterada peloartigo 1 pela Lei nº 11/2003, de 3 de Dezembro.

Artigo 11
(Deveres em matéria de legalidade e direitos dos cidadãos)
Em matéria de legalidade e direitos dos cidadãos, os titulares dos órgãos das
autarquias locais estão vinculados, no exercício das suas funções, ao cumprimento
dos deveres de:
a) observar escrupulosamente as normas constitucionais, legais e
regulamentares aplicáveis aos actos por si praticados ou pelos órgãos a que
pertençam;
b) cumprir e fazer cumprir as normas constitucionais e legais relativas à defesa
dos interesses e direitos dos cidadãos no âmbito das suas competências;
c) actuar com justiça e imparcialidade;
d) respeitar os direitos dos administradores, nomeadamente no âmbito do
procedimento administrativo.

Artigo 12
(Deveres em matéria de prossecução do interesse público)
Em matéria de prossecução do interesse público, os titulares e os membros dos
órgãos das autarquias locais estão vinculados, no exercício das suas funções, aos
deveres de:
a) salvaguardar e defender os interesses públicos do Estado e da respectiva
autarquia local;
b) respeitar o fim público dos poderes em que se encontram investidos;
c) não patrocinar interesses particulares, próprios ou alheios, de qualquer
natureza, quer no exercício das suas funções quer invocando a qualidade de
titular de órgão da autarquia local;
d) não celebrar qualquer contrato, salvo de adesão com a respectiva autarquia
local;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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e) não usar para fins de interesse próprio ou de terceiros, informações a que


tenham acesso no exercício das suas funções;
f) não utilizar para benefício próprio ou alheio, equipamentos ou instalações a
que tenham acesso em virtude do exercício das suas funções;
g) denunciar junto das autoridades competentes as infracções de que tenham
conhecimento.

Artigo 13
(Deveres em matéria de funcionamento dos órgãosde que sejam membros)
Em matéria de funcionamento dos órgãos a que pertençam, os membros dos órgãos
das autarquias locais estão vinculados no exercício das respectivas funções, aos
deveres de :
a) participar nas reuniões ordinárias e extraordinárias dos órgãos das autarquias
locais;
b) votar as deliberações dos órgãos das autarquias locais, sem prejuízo do seu
direito a abstenção;
c) pertencer às comissões e organismos legalmente criados pelos órgãos das
autarquias locais para estudo de problemas específicos;
d) apresentar propostas destinadas a aumentar a eficácia e rapidez dos serviços
prestados pela autarquia local.

Artigo 14
(Responsabilidade civil e criminal)
Os titulares e os membros dos órgãos das autarquias locais são civil e criminalmente
responsáveis pelos actos e omissões que praticarem no exercício das suas funções.

Artigo 14 A
(Dever específico)
O presidente e os vereadores do conselho municipal ou de povoação devem
apresentar antes do início das respectivas funções ou, em caso de urgência, até 30
dias após o início destas, uma declaração de património, bens e rendimentos nos
termos da Lei nº 7/98, de 15 de Junho.

Este artigo foi introduzido pelo artigo 2 da Lei nº 11/2003, de 3 de Dezembro

CAPÍTULO IV
DIREITOS
Artigo 15
(Direitos dos titulares e membros dos órgãos das autarquias locais)
1. Para além dos deveres estabelecidos no artigo 96 da Lei das Autarquias
Locais, os titulares e os membros dos órgãos das autarquias locais, têm

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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direito à:
a) remuneração mensal ou senhas de presença;
b) ajudas de custo e subsídio de transporte;
c) assistência médica e medicamentosa;
d) férias anuais;
e) cartão especial de identificação;
f) livre circulação em lugares públicos quando em exercício das suas
funções;
g) passaporte de serviço quando em serviço da autarquia;
h) viatura municipal quando em serviço da autarquia;
i) protecção em caso de acidente de trabalho;
j) apoio aos processos jurídicos que tenham como causa o exercício das
respectivas funções.

2. O presidente do conselho municipal ou de povoação tem direito a despesas de


representação.

3. Os membros das assembleias municipais e de povoação têm direito a subsídio


de transporte nos termos a regulamentar pelo Governo.

4. O total das despesas referidas nas alíneas a) e b) do número 1, de qualquer


autarquia local, tem o limite máximo de quarenta por cento das receitas
próprias da respectiva autarquia.

A redacção da alínea b) do nº 1 e dos nºs 3 e 4 foi introduzida pelo artigo1 da Lei nº 21/2007,
de 1 de Agosto

Artigo 16
(Remuneração dos presidentes de conselho municipal e de povoação)
A remuneração dos presidentes do conselho municipal e de povoação é fixada com
observância dos parâmetros e limites máximos a serem estabelecidos pelo
Governo.

A redacção deste artigo foi introduziada pelo artigo 1 da Lei nº 21/2007, de 1 de Agosto.

Artigo 17
(Remuneração dos vereadores)
1. A remuneração dos vereadores dos conselhos municipais e de povoação é
fixada com base nos parâmetros e limites máximos estabelecidos pelo Governo.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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2. Observando-se o regime de tempo parcial, as remunerações são até um


limite máximo de cinquenta por cento dos valores referidos no número anterior.

A redacção deste Artigo foi introduziada pelo Artigo 1 da Lei nº 21/2007, de 1 de Agosto.

Artigo 18
(Remuneração dos membros das assembleias autárquicas)
Os membros das assembleias municipais e de povoação tem direito a remuneração
cujo valor é fixado com observância dos parâmetros e limites máximos
estabelecidos pelo Governo.

A redacção deste artigo foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 21/2007, de 1 de Agosto.

Artigo 19
(Ajudas de custo e subsídio de transporte)
Os parâmetros e limites máximos das ajudas de custo e subsídio de transporte
previstos no artigo 15 da presente Lei são estabelecidos pelo Governo.

A redacção deste artigo foi alterada pelo artigo 1 da Lei nº 21/2007, de 1 de Agosto.

Artigo 20
(Assistência médica e medicamentosa)
Aos titulares e membros dos órgãos das autarquias locais em regime de tempo
inteiro é aplicável o regime de assistência médica e medicamentosa do
funcionalismo público, se não optarem pelo regime da sua actividade profissional.

Artigo 21
(Férias)
Os titulares e os membros dos órgãos das autarquias locais em regime de tempo
inteiro têm direito a 30 dias de férias anuais, nos termos a definir pelo respectivo
órgão.

Artigo 21
(Sistema de Previdência Social)
O Sistema de Previdência Social dos titulares dos órgãos das autarquias locais é
regulado por lei própria.

Este artigo foi introduzido peloartigo 2 da Lei nº 11/2003, de 3 de Dezembro.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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CAPITULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 22
(Garantias dos direitos adquiridos)
1. Os titulares e os membros dos órgãos das autarquias locais não podem ser
prejudicados no respectivo emprego público ou privado de carácter permanente,
em virtude do desempenho daquelas funções.

2. Os funcionários do Estado, de quaisquer pessoas colectivas de direito público e


de empresas públicas estatais ou mistas que exerçam funções de presidente do
conselho municipal ou de povoação e vereador em regime de tempo inteiro ou
parcial, consideram-se em comissão de serviço.

3. Durante o exercício do respectivo cargo, não podem os titulares e os membros


dos órgãos das autarquias locais ser prejudicados no que respeita a promoções,
concursos, regalias, gratificações, benefícios sociais ou qualquer outro direito
adquirido de carácter não pecuniário.

Artigo 23
(Comissões administrativas)
As normas do presente diploma aplicam-se igualmente aos membros das comissões
administrativas nomeadas na sequência da dissolução dos órgãos das autarquias
locais.

Artigo 24
(Encargos financeiros)
1. As remunerações, compensações, subsídios e demais encargos previstos na
presente lei são suportados pelo orçamento da respectiva autarquia local,
excepto o disposto em matéria de contagem de tempo de serviço e de reforma.

2. A suspensão dos cargos dos titulares dos órgãos das autarquias locais faz cessar o
processamento das remunerações e compensações, a não ser que aquela se
fundamente em doença devidamente comprovada.

Artigo 25
(Revogação)
É revogada toda a legislação que contrarie o disposto na presente lei.

Artigo 26
(Entrada em vigor)
A presente lei entra em vigor em 1 de Janeiro de 1998.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Aprovada pela Assembleia da República aos 30 de Abril de 1997

O Presidente da Assembleia da República, em exercício, Abdul Carimo Mahomed


Issá.
Promulgada aos 31 de Maio de 1997.
Publique-se.

O Presidente da República , JOAQUIM ALBERTO CHISSANO

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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LEI Nº 10/97, DE 31DE MAIO, QUE CRIA MUNICÍPIOS DE CIDADE E DE


VILA EM ALGUMAS CIRCUNSCRIÇÕES TERRITORIAIS

Boletim da República, Iª série nº 22,


4º Suplemento de 31 de Maio de 1997

Lei nº 10/97,
de 31 de Maio

Verificando-se existirem condições mínimas para a criação de municípios de cidade


e de vila em algumas circunscrições territoriais, usando da competência atribuída
pelo nº 1 do artigo 135 da Constituição, a Assembleia da República determina:

Artigo 1
(Criação de municipios de cidade)
São criados municípios nas seguintes cidades:
1. Na Província de Cabo Delgado:
-Montepuez

2. Na Província do Niassa:
-Cuamba

3. Na Província de Nampula:
-Angoche
-Ilha de Moçambique
-Nacala

4. Na Província da Zambézia:
-Guruè
-Mocuba

5. Na Província de Manica:
-Manica

6. Na Provincia de Sofala:
-Dondo

7. Na Província de Inhambane
-Maxixe

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8. Na Província de Gaza:
-Chibuto
-Chókwè.

Artigo 2
(Criação de municípios de vila)
São criados municípios nas seguintes vilas:

1. Na Província de Cabo Delgado:


-Mocímboa da Praia

2. Na Província do Niassa:
-Metangula

3. Na Província de Nampula:
-Monapo

4. Na Província da Zambézia:
-Milange

5. Na Província de Tete
-Moatize

6. Na Província de Manica:
-Catandica

7. Na Provincia de Sofala:
-Marromeu

8. Na Província de Inhambane
-Vilankulo

9. Na Província de Gaza:
-Mandlakazi

10. Na Província de Maputo:


-Manhiça.

Artigo 3
(Entrada em vigor)
A presente Lei entra imediatamente em vigor.

Aprovada pela Assembleia da República, aos 30 de Abril de 1997.

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O Presidente da Assembleia da República, em exercício, Abdul Carimo Mahomed


Issá.

Promulgada, aos 31 de Maio de 1997.


Publique-se.
O Presidente da República, JOAQUIM ALBERTO CHISSANO.

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LEI Nº 03/2008, DE 02 DE MAIO, QUE CRIA NOVAS AUTARQUIAS DE


VILA EM ALGUMAS CIRCUNSCRIÇÕES TERRITORIAIS

Boletim da República, Iª série nº 18,


Suplemento, de 2/5/2008.

Lei nº 03/2008,
de 02 de Maio

Verificando-se existirem condições mínimas para a criação de novas autarquias de


vila em algumas circunscrições territoriais, no âmbito do gradualismo preconizado
para o processo de autarcização em Moçambique, a Assembleia da República, ao
abrigo do disposto na alínea r) do nº 2 do artigo 179 da Constituição da República,
determina:

Artigo 1
(Criação de autarquias locais de vila)
São criadas autarquias locais nas seguintes vilas:

1. Província de Maputo:
-Vila de Namaacha

2. Província de Gaza:
-Vila da Macia

3. Província de Inhambane:
-Vila de Massinga

4. Província da Sofala:
-Vila de Gorongosa

5. Província de Manica
-Vila de Gondola

6. Província da Zambézia:
-Vila de Alto Molócuè

7. Provincia de Tete:
-Vila de Ulongué

8. Província de Nampula
-Vila de Ribáuè

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9. Província de Cabo Delgado:


-Vila de Mueda

10. Província de Niassa:


-Vila de Marrupa.

Artigo 2
(Entrada em vigor)
A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Aprovada pela Assembleia da República, aos 22 de Abril de 2008.


O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Joaquim Mulémbwè

Promulgada em 02 de Maio de 2008.


Publique-se.

O Presidente da República, ARMAMDO EMÍLIO GUEBUZA.

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LEI Nº 1/2008, DE 16 DE JANEIRO, QUE DEFINE O REGIME


FINANCEIRO, ORÇAMENTAL E PATRIMONIAL DAS AUTARQUIAS
LOCAIS E O SISTEMA TRIBUTÁRIO AUTÁRQUICO

Boletim da República, Iª série nº 3,


de 16 de Janeiro de 2008

Lei nº 1/2008
de 16 de Janeiro

Havendo necessidade de reformular o sistema tributário autárquico e harmonizar


com a Lei de Bases do Sistema Tributário, Lei nº 15/2002, de 26 de Julho, bem como
introduzir alterações com vista à observância da Lei nº 9/2002, de 12 de Fevereiro,
Lei que aprova o Sistema da Administração Financeira do Estado, a Assembleia da
República, nos termos e ao abrigo do disposto no nº 1, na alínea o) do nº 2 e no nº 3
todos do artigo 179 da Constituição, determina:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 1
(Objecto)
A presente lei tem por objecto definir o regime financeiro, orçamental e patrimonial
das autarquias locais e define o Sistema Tributário Autárquico.

Artigo 2
(Âmbito)
A presente lei é aplicável às autarquias locais definidas no artigo 273 da
Constituição da República.

Artigo 3
(Autonomia financeira e patrimonial)
1. As autarquias locais gozam de autonomia administrativa, financeira e
patrimonial, possuindo finanças e património próprios geridos autonomamente
pelos respectivos órgãos.

2. O regime de autonomia financeira e patrimonial das autarquias locais


compreende, nomeadamente, os poderes de:

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a) elaborar, aprovar, alterar e executar planos de actividade e orçamentos;


b) dispor de receitas próprias e arrecadar quaisquer outras que por lei lhes
sejam destinadas;
c) ordenar e processar as despesas orçamentais;
d) realizar investimentos públicos;
e) elaborar e aprovar as respectivas contas de gerência;
f) gerir o património autárquico;
g) contrair empréstimos nos termos da lei.

3. A autonomia patrimonial das autarquias locais, consiste em ter património


próprio para a prossecução das suas atribuições.

4. A tutela administrativa que recai sobre a gestão patrimonial e financeira das


autarquias locais é exercida em conformidade com os princípios e normas
estabelecidas na lei da tutela administrativa, bem como nos termos da presente
Lei.

Artigo 4
(Garantias gerais do sujeito passivo)
Constituem garantias gerais do sujeito passivo:
a) não pagar impostos, taxas, contribuições especiais e demais tributos que não
tenham sido estabelecidos de harmonia com a Constituição;

b) apresentar reclamação ou recursos hierárquicos, solicitar revisões ou


apresentar recursos contenciosos de quaisquer actos ou omissões dos órgãos
autárquicos lesivo dos seus direitos ou interesses legalmente protegidos, nos
prazos, nos termos e com os fundamentos previstos nos termos da Lei nº
2/2006, de 22 de Março e na demais legislação pertinente;

c) poder ser esclarecido, pelo competente órgão autárquico, acerca da


interpretação das leis tributárias autárquicas e do modo mais cómodo e
seguro de as cumprir;

d) poder ser informado sobre a sua concreta situação tributária.

Artigo 5
(Deveres do sujeito passivo)
É dever do contribuinte autárquico da correspondente autarquia contribuir, nos
termos da lei, para as receitas das autarquias locais.

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Artigo 6
(Obrigações do sujeito passivo)
1. O pagamento, no prazo e nos termos legalmente estabelecidos, dos impostos,
taxas, contribuições especiais e demais tributos autárquicos é a obrigação
principal do sujeito passivo.

2. São obrigações acessórias a apresentação pelo sujeito passivo, de declarações e


outros documentos fiscalmente relevantes, no prazo e nos termos legalmente
estabelecidos.

Artigo 7
(Legalidade e competência tributária das autarquias locais)
1. Para além dos princípios da igualdade, da generalidade, da equidade e da justiça
material, no exercício da respectiva actividade tributária, os órgãos autárquicos
devem pautar a sua actuação em estreita obediência à Constituição, à Lei e
demais legislação, dentro dos limites dos poderes que lhes sejam atribuídos e em
conformidade com os fins para que os mesmos foram conferidos.

2. Na determinação do valor das tarifas e taxas a cobrar, os órgãos autárquicos


competentes devem actuar com equidade, sendo interdita a fixação de valores
que, pela sua dimensão, ultrapassem uma relação equilibrada entre a
contrapartida dos serviços prestados e o montante recebido.

Artigo 8
(Colaboração interautárquica)
As autarquias locais podem associar-se entre si para a realização de obras ou
prestação de serviços públicos de interesse comum, incluindo a criação de empresas
públicas de âmbito interautárquico ou a designação de concessionário único de
serviços comuns.

CAPÍTULO II
ORÇAMENTO E PATRIMÓNIO
Secção I
Elaboração, publicidade e gestão do orçamento

Artigo 9
(Princípios gerais)
1. Os orçamentos das autarquias locais são elaborados com observância dos
princípios de anualidade, unidade e universalidade, especificação, não
compensação, não consignação e equilíbrio.

2. O ano financeiro coincide com o ano civil.

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3. Deve ser dada publicidade ao orçamento, publicando-o no Boletim da


República, depois de aprovado pelo órgão deliberativo competente.

Artigo 10
(Consignação de receitas)
Nos casos expressamente previstos na lei, há lugar a consignação de receitas.

Artigo 11
(Consultas públicas ao orçamento aprovado)
Para efeitos do disposto no número 3 do artigo 9, e sem prejuízo de outras formas
adequadas de publicação, deve-se manter permanentemente um mínimo de três
cópias do orçamento aprovado e de qualquer das suas revisões, à disposição do
público, para informação e consulta, em local apropriado do edifício-sede da
autarquia.

Artigo 12
(Modelo orçamental a adoptar)
1. O regime financeiro das autarquias deve observar os princípios gerais vigentes
para elaboração e execução do Orçamento do Estado e para a organização da
contabilidade pública.

2. Em conformidade com o disposto no número anterior as autarquias devem:


a) observar na programaçãoo, gestão, execução e controlo do orçamento das
autarquias locais as regras e procedimentos estabelecidos pela Lei nº 9/2002,
de 12 de Fevereiro;

b) obedecer no orçamento autárquico a estrutura, classificações e definições


idênticas às do Orçamento do Estado, sem prejuízo das especificidades que
lhe são inerentes.

Artigo 13
(Preparação, aprovação do orçamento e informação estatística)
1. As autarquias locais apresentam até 31 de Julho de cada ano ao Ministério que
superintende a área de Finanças a proposta do respectivo orçamento necessária à
elaboração do Orçamento do ano seguinte.

2. O Conselho Municipal ou de Povoação apresenta à assembleia correspondente


a proposta orçamental até 15 de Novembro do ano anterior ao da sua vigência.

3. A Assembleia Municipal ou de Povoação delibera sobre a proposta do

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respectivo orçamento até 15 de Dezembro do ano anterior ao da sua vigência.

4. A aprovação do orçamento da autarquia está sujeita à ratificação pelo Ministro


que superintende a área das Finanças, podendo este delegar ao Governador
Provincial.

5. Aprovado o orçamento da autarquia, a Assembleia Municipal ou de Povoação


não pode tomar iniciativas que envolvam o aumento das despesas ou
diminuição das receitas.

Artigo 14
(Atrasos na aprovação do orçamento)
1. Ocorrendo atraso na aprovação do orçamento, mantém-se em vigor o
orçamento do ano anterior com as alterações que nele tenham sido introduzidas.

2. No mês seguinte à data da aprovação do orçamento serão efectuados acertos de


verbas a que porventura haja lugar.

3. A não aprovação do orçamento até 31 de Março do ano em que o exercício tenha


lugar, pode implicar a perda de mandato nos termos do nº 2 do artigo 98 da Lei nº
2/97, de 18 de Fevereiro.

Artigo 15
(Reforço e transferências orçamentais)
1. As revisões do orçamento autárquico obedecem, em tudo o que não contrarie o
disposto nos números seguintes, aos princípios e regras vigentes para o
Orçamento do Estado e estão sujeitos à ratificação pelo Ministro que
superintende a área das Finanças.

2. Em nenhum caso são permitidos:


a) mais que 3 revisões do mesmo orçamento anual;
b) transferência de verbas de despesas correntes para despesas de
investimento e vice-versa;
c) a transferência de verbas de despesas de bens e serviços para despesas
de pessoal e vice-versa.

Artigo 16
(Regras de financiamento para transferências de funções)
1. O financiamento para transferência de funções deve obedecer às seguintes
regras:
a) sempre que tal se revele necessário, o Orçamento do Estado deve prever

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a verba necessária para o exercício das funções a transferir para as


autarquias locais, a partir do ano em que tal transferência deva operar-se,
devendo o plano de distribuição da correspondente dotação constar da
Lei Orçamental;
b) a verba global assim considerada é distribuída pelas autarquias
interessadas, tendo em conta a previsão das despesas que a cada uma
delas devam caber no exercício das novas atribuições ou competências;
c) as importâncias assim transferidas para as autarquias locais são
exclusivamente destinadas ao exercício da atribuição ou competência
respectiva, devendo inscrever-se, obrigatoriamente, nos orçamentos
autárquicos, as correspondentes dotações.

2. O disposto no número anterior, com as devidas correcções, mantém-se enquanto


as autarquias não dispuserem de recursos próprios para o efeito.

Secção II
Das receitas e acesso a empréstimos

Artigo 17
(Receitas próprias)
1. Constituem receitas próprias das autarquias locais:
a) o produto da cobrança de impostos e taxas autárquicas a que se refere a
presente Lei;
b) o produto de um percentual de impostos do Estado, que por lei lhes
sejam atribuídos;
c) o produto da cobrança das contribuições especiais que por lei lhes sejam
atribuídas;
d) o produto da cobrança de taxas por licenças concedidas pelos órgãos
autárquicos;
e) o produto da cobrança de taxas ou tarifas resultantes da prestação de
serviços;
f) o produto de multas que, por lei, regulamento ou postura, caibam à
autarquia local;
g) o produto de legados, doações e outras liberalidades;
h) quaisquer outras receitas estabelecidas por lei a favor das autarquias
locais.

2. São igualmente receitas próprias das autarquias locais, especialmente afectas ao


financiamento de despesas de investimento, incluindo grandes reparações e
reabilitações das infra-estruturas a seu cargo:
a) o rendimento de serviços pertencentes à autarquia local, por ela
administrados, dados em concessão ou exploração;
b) o rendimento de bens e direitos próprios, móveis e imóveis, por ela

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administrados, dados em concessão ou exploração;


c) o produto da alienação de bens e direitos próprios.

3. As receitas referidas na alínea g) do nº 1 quando consignadas para os objectivos


definidos pelo doador deixam de constituir receita própria da autarquia.

Artigo 18
(Princípios sobre o regime de créditos)
1. Em complemento das receitas próprias, os orçamentos autárquicos podem
beneficiar da contracção de empréstimos.

2. Salvaguardado o disposto nos artigos seguintes, o recurso a empréstimos tem


sempre carácter extraordinário e destina-se:
a) à aplicação em investimentos reprodutivos e em investimentos de
carácter social ou cultural;
b) a atender a despesas extraordinárias necessárias à reparação de prejuízos
ocorridos em situação de calamidade pública;
c) a satisfazer necessidades de saneamento financeiro das autarquias
locais, em resultado da execução de contrato de reequilíbrio financeiro
previamente celebrado.

3. Sem prejuízo do disposto nos número anteriores os serviços autónomos e


empresas públicas autárquicas podem recorrer ao crédito nos termos de
regulamentação especial a estabelecer por Decreto do Conselho de Ministros.

Artigo 19
(Empréstimos de curto prazo)
1. As autarquias locais podem contrair empréstimos a curto prazo junto de
instituições de crédito nacionais para acorrer a dificuldades ocasionais de
tesouraria, não podendo, todavia, o montante ultrapassar, em qualquer
circunstância ou caso, o equivalente a três duodécimos da verba que a cada uma
delas couber nas transferências do Fundo de Compensação.

2. Os empréstimos contraídos nos termos do número anterior devem


obrigatoriamente amortizar-se até ao termo do exercício respectivo.

Artigo 20
(Contracção de empréstimo plurianuais)
A contracção de empréstimos de amortização plurianual depende de ratificação do
Ministro que superintende a área das finanças.

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Secção III
Despesas e investimento
Subsecção I
Aspectos gerais

Artigo 21
(Classificação económica das despesas)
1. As despesas das autarquias locais dividem-se em correntes e de capital.

2. São despesas correntes as que se destinam ao custeio da actividade corrente dos


órgãos autárquicos, nomeadamente:
a) fundo de salários;
b) bens e serviços.

3. Entende-se por despesas de capital as que implicam alteração do património


autárquico, incluindo os respectivos activos e passivos financeiros.

Artigo 22
(Princípio da legalidade das despesas)
1. Só é permitida a efectivação de quaisquer despesas ou assumpção de encargos
desde que tenham cobertura legal e para os quais exista adequada previsão e
cabimento orçamental.

2. Incorre em responsabilidade disciplinar, civil e criminal aquele que efectuar ou


autorizar despesas contrariando o disposto no número anterior.

Artigo 23
(Remuneração dos titulares e membros dos órgãos autárquicos)
1. As remunerações dos titulares e membros dos órgãos autárquicos elegíveis são
estabelecidas pela assembleia autárquica dentro de parâmetros fixados por lei.

2. Os proventos referidos no nº 1 são os escriturados a título de salários, senhas de


presença, verbas de representação ou qualquer outro.

3. As remunerações a que se refere o presente artigo só podem ser suportadas pelas


receitas próprias da autarquia e, em nenhum caso, podem exceder 40% das
mesmas.

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Subsecção II
Investimento

Artigo 24
(Âmbito do investimento público nas autarquia locais)
A realização de investimentos públicos compreende:
a) a identificação, a elaboração e a aprovação de projectos;
b) o financiamento e a execução dos empreendimentos;
c) a gestão, a manutenção e o funcionamento dos projectos e do equipamento.

Artigo 25
(Regime de delimitação e coordenação de actuações)
1. O regime de delimitação e de coordenação das actuações do Estado e da
administração autárquica, em matéria de investimento público nas autarquias
locais, compreende:
a) a identificação dos investimentos públicos cuja execução cabe, em
regime de exclusividade, às autarquias locais;
b) a articulação do exercício das competências, em matéria de
investimentos públicos, pelos diferentes níveis de administração, quer
sejam exercidas em regime de exclusividade, quer em regime de
colaboração.

2. A definição de áreas de investimento público, da responsabilidade das


autarquias locais não prejudica o carácter unitário da gestão de recursos pela
Administração Pública, na prossecução dos fins comuns que lhe são impostos
pela comunidade.

3. O regime de delimitação de competências que agora se estabelece não afecta


igualmente a actividade das entidades privadas e cooperativas que actuem em
qualquer dos domínios nele indicados, nem a colaboração e o apoio que por
parte das entidades públicas lhes possam ser prestados.

Artigo 26
(Atribuição de competências)
1. As competências em matéria de investimento público que, por lei, sejam
atribuídas aos diversos níveis de administração, são exercidas tendo em conta os
objectivos e os programas de acção constantes dos planos de médio e longo
prazo e, ainda, nos termos dos planos anuais reguladores da actividade da
administração central e da administração autárquica.

2. Compete especialmente às autarquias locais:


a) elaborar os planos de ordenamento, em colaboração com as
entidades competentes da administração central;
b) submeter os planos contendo o diagnóstico da situação actual, as

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propostas dos planos e as propostas das normas regulamentares à


aprovação das Assembleias Municipais ou de Povoação;
c) enviar ao Ministro que superintende a área da administração local do
Estado os planos de ordenamento, para ratificação, no prazo de 30 dias
após a sua aprovação.

3. Compete também às autarquias locais a delimitação e aprovação de áreas


prioritárias de desenvolvimento urbano e de construção, com respeito pelos
planos nacionais e regionais e pelas políticas sectoriais de âmbito nacional.

4. A competência referida no número anterior é exercida com observância do


disposto no artigo 27 e com a aprovação dos planos de desenvolvimento da
autarquia local e do ordenamento do território, carecendo de ratificação pelo
Governo, cujo acto é publicado no Boletim da República.

5. Compete ao Governo a aprovação de normas e regulamentos gerais relativos à


realização de investimentos públicos e respectiva fiscalização, sem prejuízo do
exercício da competência regulamentar própria dos órgãos autárquicos .

Artigo 27
(Competências próprias das autarquias locais)
1. É competência própria das autarquias locais o investimento público nas
seguintes áreas:
a) Infra-estruturas rurais e urbanas:
i. espaços verdes, incluindo jardins e viveiros da autarquia;
ii. rodovias, incluindo passeios;
iii. habitação económica;
iv. cemitérios públicos;
v. instalações dos serviços públicos da autarquia;
vi. mercados e feiras;
vii. bombeiros.

b) Saneamento básico:
i. sistemas autárquicos de abastecimento de água;
ii. sistemas de esgotos;
iii. sistemas de recolha e tratamento de lixos e limpeza pública.

c) Energia:
i. distribuição de energia eléctrica;
ii. iluminação pública, urbana e rural.
d) Transportes e comunicações:
i. rede viária urbana e rural;
ii. transportes colectivos que se desenvolvam exclusivamente na
área da respectiva autarquia.

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e) Educação e ensino:
i. centros de educação pré-escolar;
ii. escolas para o ensino primário;
iii. transportes escolares;
iv. equipamentos para educação de base de adultos;
v. outras actividades complementares da acção educativa,
designadamente nos domínios da acção social escolar e da
ocupação de tempos livres.

f) Cultura, tempos livres e desporto:


i. casas de cultura, bibliotecas e museus;
ii. património cultural, paisagístico e urbanístico da autarquia;
iii. parques de campismo;
iv. instalações e equipamento para a prática desportiva e
recreativa.

g) Saúde:
i. unidades de cuidados primários de saúde.

h) Acção social:
i. actividade de apoio às camadas de população vulnerável;
ii. habitação social.

i) Gestão ambiental:
i. protecção ou recuperação do meio ambiente;
ii. florestamento, plantio, e conservação de árvores;
iii. estabelecimento de reservas municipais.

2. A vocação autárquica de investimento nas áreas indicadas não prejudica


iniciativas de investimento nas mesmas áreas por parte do Estado, as quais
devem, todavia, desenvolver-se sempre em coordenação com a autarquia
interessada, numa base de acordo prévio indispensável.

3. É ainda competência das autarquias locais aprovar projectos de obras e infra-


estruturas sociais relativas a entidades particulares de interesse para a autarquia
e assegurar, na sua execução, o apoio técnico que tenham por conveniente, de
acordo com as disposições legais aplicáveis.

Artigo 28
(Novas competências das autarquias em matéria de investimentos públicos)
1. O exercício pelas autarquias locais das novas competências em matéria de
investimentos públicos a que alude o artigo anterior é progressivo, devendo o
Orçamento do Estado indicar, em cada ano, as responsabilidades a transferir
nesse ano e os correspondentes meios financeiros.

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2. Até à passagem em cada ano das competências em matéria de investimentos


públicos para as autarquias locais, nos termos do número anterior, os serviços do
Estado são responsáveis pela sua execução, devendo fornecer às autarquias
locais todos os planos, programas e projectos que respeitem ao respectivo
território, bem como o conveniente apoio técnico, durante o período de
transição que em cada caso se revelar necessário.

Artigo 29
(Competências exercidas em regime de colaboração)
1. As acções relativas a investimentos públicos não referidos no artigo anterior
podem ser executadas, quer pelos competentes serviços do Estado, quer pelas
autarquias locais, neste último caso mediante acordo prévio a celebrar com o
Governo ou ainda em regime de colaboração, nos termos dos números
seguintes.

2. A actuação dos órgãos autárquicos, no exercício de quaisquer competências em


regime de colaboração, é objecto de regulamentação que constará de contratos-
tipo a serem celebrados entre os serviços competentes da administração central
do Estado e das autarquias locais.

3. Prevendo-se a eventualidade de o montante disponível para o respectivo


programa se revelar insuficiente para atender a todas as necessidades, são
fixados, concomitantemente com a divulgação do contrato-tipo, os critérios de
selecção das autarquias interessadas.

4. Os acordos de que resulte o exercício de competências, em regime de


colaboração com uma ou mais autarquias locais, compreendem o modo da
participação destas na elaboração dos planos nacionais e na gestão dos
equipamentos ou dos serviços públicos correspondentes, bem como as formas
de informação recíproca sobre o desenvolvimento das acções envolvidas.

Artigo 30
(Urbanismo e política de solos)
1. Os planos referidos no número 2 do artigo 26 são elaborados em colaboração
com as entidades competentes da administração central do Estado.

2. A delimitação de zonas de protecção urbana e de áreas críticas de recuperação e


reconversão urbanística, compreendendo a aprovação dos planos de renovação
urbana de áreas degradadas e de recuperação de centros históricos e culturais, é
da competência dos órgãos executivos da autarquia, sempre que os
correspondentes projectos estiverem previstos no programa de
desenvolvimento urbanístico ou no faseamento do plano de estrutura,
urbanização geral, parcial ou de pormenor, devidamente aprovados e
ratificados.

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3. Na falta de planos, a aprovação compete às assembleias autárquicas, mediante


proposta do órgão executivo, instruída com os pareceres que a lei tornar
obrigatórios, quando for caso disso.

4. É igualmente da competência dos órgãos executivos da autarquia a aprovação


dos planos de pormenor e das operações de loteamento, independentemente da
sua localização e dimensão, sempre que:
a) os mesmos se mostrem de conformidade com o plano de
desenvolvimento da autarquia ou com o plano geral de estrutura vigente;
b) estando tais planos em elaboração, existam normas provisórias
legalmente aprovadas.

5. Fora dos casos previstos no número anterior ou sempre que, pela sua dimensão
ou localização, as obras a desenvolver impliquem alterações significativas das
condições ambientais e das infra-estruturas existentes na área da própria
autarquia ou em áreas de outras circunscrições territoriais vizinhas, as
correspondentes operações do loteamento ficam sujeitas à ratificação do
Governo.

Artigo 31
(Expropriação)
1. Sem prejuízo do número seguinte, da ratificação prevista no nº 4 do artigo 26 e
no nº 5 do artigo anterior resulta:
a) a declaração de utilidade pública urgente de expropriação dos prédios e
direitos a eles relativos, necessários à realização dos planos;
b) a autorização para a posse administrativa dos mesmos pela autarquia.

2. A declaração e a autorização referidas no número anterior ocorrem se, no prazo


posterior às ratificações aí previstas, a estabelecer em regulamento próprio, se
verifique estarem esgotadas as negociações para a aquisição extrajudicial.

3. A faculdade conferida às autarquias locais nos termos dos números anteriores


caduca se, no prazo de dois anos a contar da publicação do acto de ratificação,
não tiver sido concretizado o acordo efectuado.

4. A renovação das declarações de utilidade pública de expropriação que hajam


caducado por força do decurso do prazo indicado no número anterior, assim
como quaisquer outras declarações de utilidade pública de expropriação e
respectiva posse administrativa, que se mostrem necessárias ao
desenvolvimento normal da actividade das autarquias locais, carecem da
ratificação do Governo.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

153
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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

5. Sempre que os prédios ou os direitos expropriados não forem aplicados ao fim


que determinou a expropriação e ainda no caso de ter cessado a aplicação a esse
fim, dar-se-á a respectiva reversão a favor do expropriado, tendo este direito a
ser indemnizado nos termos da Constituição e da Lei.

Secção IV
Património das autarquias locais

Artigo 32
(Âmbito e administração do património autárquico)
1. Constituem património da autarquia local todas as coisas móveis e imóveis,
direitos e acções que a qualquer título lhe pertençam ou venham a pertencer.

2. A administração do património autárquico compete ao presidente do Conselho


Municipal ou de Povoação com observância das disposições legais aplicáveis,
salvaguardadas as competências da assembleia respectiva relativamente aos
bens utilizados ao seu serviço.

Artigo 33
(Aquisição, alienação e abates de bens)
1. A aquisição de bens pelas autarquias locais faz-se por concurso público e
respeita a legislação geral relativa à aquisição de bens e serviços.

2. A alienação de bens ou direitos do património das autarquias locais apenas


poderá ter lugar em situações de comprovado interesse público e respeita a
legislação geral relativa à alienação de bens e direitos.

3. Em caso algum podem ser alienados bens imóveis cedidos pelo Estado sem a
concordância prévia deste.

4. O abate à carga de quaisquer bens, móveis e imóveis, deve respeitar os prazos e


demais preceitos legais aplicáveis.

Artigo 34
(Cedência de direito de uso)
1. A cessão de direitos de uso ou exploração de bens do património autárquico a
favor de terceiros pode ter lugar mediante concessão, permissão ou autorização,
consoante se revele mais adequado ao interesse público, devendo sempre ser
dada adequada publicidade do correspondente acto.

2. Cabe ao Governo regulamentar o regime a observar, consoante a natureza dos


bens e os fins da cedência, bem como as formas de publicidade a observar em
cada caso, sem prejuízo do disposto no número seguinte.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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3. Quando incida sobre bens imóveis e sempre que não se revista de forma
precária, a cedência de direitos faz-se por concurso público.

Artigo 35
(Extravio ou dano de bens do património autárquico)
1. O sector dos serviços que tenha sob sua responsabilidade o controlo dos bens do
património da autarquia é obrigado, sem dependência de despacho de qualquer
outra entidade, a abrir inquérito administrativo e a propor, se for caso disso, a
competente acção disciplinar, civil e criminal contra qualquer servidor, sempre
que forem apresentadas denúncias ou acto de notícia relativos ao extravio ou
dano de bens a seu cargo.

2. Nenhum servidor da autarquia pode ser rescindido ou denunciado, transferido


ou exonerado, ter rescindido ou denunciado o seu contrato, sem que o sector
competente dos serviços ateste que o mesmo devolveu em boa ordem os bens do
património autárquico que a ele estiveram confiados.

Secção V
Obras e serviços públicos

Artigo 36
(Responsabilidade das autarquias locais)
É da responsabilidade das autarquias locais, tendo em devida consideração os
interesses e as necessidades das respectivas populações, prestar serviços públicos,
bem como realizar obras públicas, podendo adjudicá-las a particulares, mediante
concurso.
Artigo 37
(Execução de obras públicas)
1. Salvo os casos de extrema urgência, devidamente justificados, a execução de
obras públicas é precedida da elaboração e aprovação do:
a) respectivo projecto;
b) orçamento dos seus custos;
c) plano de financiamento, com indicação da origem dos correspondentes
recursos financeiros e das condições da sua mobilização;
d) estudo de viabilidade do empreendimento, com identificação da sua
conveniência e oportunidade para o interesse público;
e) cronograma de execução dos trabalhos, com explicação dos prazos para
o seu início e conclusão;
f) concurso público, nos casos em que não sejam por administração
directa.

2. As condições gerais dos concursos para execução das obras públicas, as regras
obrigatórias em matéria de formação e controlo de preços, bem como o regime

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

155
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de fiscalização a adoptar são os mesmos que estão fixados pelo Governo para as
entidades públicas, salvaguardando as adaptações à especificidade das
autarquias.

Artigo 38
(Serviços autónomos e empresas públicas autárquicas)
1. As autarquias locais podem criar serviços autónomos ou empresas públicas
autárquicas para satisfação de necessidades colectivas das respectivas
populações, quando tais necessidades sejam de interesse relevante para a
colectividade e/ou a gestão autónoma se mostre a solução mais eficiente.

2. Compete à Assembleia Municipal ou de Povoação deliberar sobre a


autonomização de serviços e a criação de empresas públicas autárquicas nos
termos do número anterior, mediante proposta fundamentada do competente
órgão executivo, devendo tal proposta ser acompanhada das necessárias
demonstrações da respectiva viabilidade nos aspectos económico, técnico e
financeiro, e instruída com os pareceres que a lei tornar obrigatórios.

3. Os serviços autónomos a que se referem os números anteriores são geridos em


termos empresariais, por conta e risco das autarquias, gozando de autonomia
administrativa e financeira.
Artigo 39
(Concessão da exploração de serviços públicos)
1. A Assembleia Municipal ou de Povoação pode autorizar a concessão de serviços
públicos pelos órgãos executivos das autarquias locais, desde que o interesse
público se mostre devidamente assegurado.

2. A escolha do concessionário tem lugar mediante concurso público a realizar


com observância da legislação em vigor.

3. São nulas e de nenhum efeito as concessões ou qualquer outra forma de


autorização para a exploração de serviços públicos com desrespeito do presente
artigo.

Artigo 40
(Regulamentação, fiscalização e tarifas)
1. Os serviços cuja exploração seja objecto de concessão estão sujeitos à
regulamentação e à fiscalização da administração autárquica, cabendo
igualmente aos órgãos executivos autárquicos aprovar a respectiva política
tarifária.

2. O presidente do conselho municipal ou de povoação pode rescindir os contratos


de concessão ou de exploração, sempre que se verifique actuação em
desconformidade com as cláusulas contratuais, lesiva do interesse público, ou

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

156
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quando os serviços venham funcionando em condições manifestamente


insatisfatórias de atendimento das necessidades dos utentes.

Artigo 41
(Representação e participação dos utentes)
1. Os utentes podem ter representação assegurada nas entidades prestadoras de
serviços públicos de âmbito autárquico, na forma e nos termos estabelecidos em
postura local, participando das decisões relativas a:
a) planos e programas de expansão dos serviços;
b) revisão da base de cálculo dos custos operacionais;
c) política tarifária;
d) nível de atendimento da procura, em termos quer quantitativos, quer
qualitativos;
e) mecanismos de atendimento de petições e reclamações dos utentes,
incluindo os relativos a apuramento de responsabilidades por danos
causados a terceiros.

2. Tratando-se de empresas concessionárias, as obrigações a que se refere o


número anterior devem constar do contrato ou dos termos da autorização.

Artigo 42
(Informações públicas obrigatórias)
As entidades prestadoras de serviços públicos são obrigadas a dar ampla
publicidade das suas actividades, pelo menos uma vez por ano, informando em
especial sobre planos de expansão, aplicação de recursos financeiros e realização de
programas de trabalho.

CAPÍTULO III
TRANSFERÊNCIAS ORÇAMENTAIS
Secção I
Fundo de Compensação Autárquica

Artigo 43
(Dotação e fins)
1. O Fundo de Compensação Autárquica é um fundo destinado a complementar os
recursos orçamentais das autarquias.

2. O montante do Fundo de Compensação Autárquica é objecto de uma dotação


própria a inscrever no Orçamento do Estado e é constituído por 1,5% das
receitas fiscais previstas no respectivo ano económico.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

157
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3. O produto das transferências desse Fundo é de afectação livre pelas autarquias


beneficiárias, sem prejuízo do disposto no nº 3 do artigo 23.

Artigo 44
(Regras de distribuição do Fundo de Compensação Autárquica)
1. A distribuição do Fundo de Compensação Autárquica por cada autarquia, a ser
inscrita anualmente na Lei Orçamental é determinada pela aplicação de uma
fórmula, que atenda simultaneamente, entre outros, aos seguintes factores:
a) o número de habitantes da correspondente autarquia; e
b) a respectiva área territorial.

2. A fórmula a que se refere o número anterior é determinada da seguinte forma:

FCAa = NHa/NHTx75%FCA+Ata/ATTx25%FCA

FCAa – Fundo de Compensação Autárquica para cada Autarquia;


NHa – Número de Habitantes da Autarquia;
NHT – Número de Habitantes Total do conjunto das Autarquias;
FCA – Fundo de Compensação Autárquica;
Ata – Área Territorial da Autarquia;
ATT – Área Territorial Total do conjunto das Autarquias.

3. Compete aos Ministros que tutelam as autarquias assegurar a correcta aplicação


dos critérios de atribuição a que alude os números anteriores, bem como garantir
a regularidade da efectivação das transferências, para as autarquias locais, das
importâncias que a cada uma delas caibam na dotação do Fundo.

Artigo 45
(Formas das transferências do Fundo de Compensação Autárquica)
Ocorrendo qualquer atraso nos prazos de aprovação do Orçamento do Estado que
obste o conhecimento em tempo oportuno das dotações do Fundo para esse ano, as
transferências a que se refere o número anterior processam-se transitoriamente com
base nos duodécimos correspondentes do ano anterior procedendo-se, no mês
seguinte à aprovação do novo orçamento, os acertos que porventura sejam
necessários.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

158
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Secção II
Desenvolvimento autárquico e investimento público

Artigo 46
(Responsabilidade específica do Governo no desenvolvimento autárquico)
Compete ao Governo a especial responsabilidade de implementar mecanismos
operativos de apoio ao desenvolvimento autárquico, devendo os respectivos
princípios e regras orientadoras ser objecto de publicação por decreto do Conselho
de Ministros.

Artigo 47
(Dotações específicas para projectos de investimentos nas autarquias)
1. Anualmente serão inscritas no Orçamento do Estado de forma discriminada,
verbas específicas para o financiamento de projectos de investimento nas
autarquias locais, com as seguintes características:
a) compreendidos em programas integrados de desenvolvimento
económico e social;
b) que sejam objecto de contratos-programa de desenvolvimento a
celebrar com as autarquias interessadas, preferentemente no quadro da
cooperação inter autárquica;
c) incluídos em qualquer outro tipo de programas, nomeadamente no caso
de projectos para os quais haja sido celebrado contrato-tipo, nos termos
previstos no nº 2 do artigo 29.

2. Cabe ao Ministério que superintende a área das Finanças emitir as instruções


necessárias para a disponibilização das dotações orçamentais inscritas nos
termos do número anterior.

Artigo 48
(Investimentos de iniciativa local)
1. Adicionalmente às dotações referidas no artigo anterior, o Orçamento do Estado
poderá contemplar, anualmente, uma dotação global para o financiamento de
projectos de iniciativa e decisão local, em complemento dos recursos próprios
das autarquias.
2. A distribuição pelas diferentes autarquias da dotação definida no número
anterior deve ser indicada na Lei Orçamental.

Artigo 49
(Outros investimentos)
O Governo pode, depois de avaliação prévia das respectivas necessidades, prever
no Orçamento do Estado, dotação para:
a) correcção dos efeitos negativos de investimentos ou outras acções de
responsabilidade da administração central que afectem significativamente
as autarquias, em especial na construção de estradas, auto-estradas, portos,
aeroportos e barragens;

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b) implementação de programas de expansão e renovação urbana, quando o seu


peso relativo transcenda a capacidade ou responsabilidade das autarquias.

Secção III
Transferências extraordinárias
Artigo 50
(Transferências extraordinárias)
1. Não são permitidas quaisquer transferências extraordinárias sob forma de
subsídios ou comparticipações financeiras por parte do Estado, institutos
públicos ou fundos autónomos a favor das autarquias locais, salvo nos casos
expressamente previstos na lei.

2. O Conselho de Ministros pode, não obstante, proceder excepcionalmente a


transferências orçamentais extraordinárias visando a concessão de auxílio
financeiro às autarquias locais nas seguintes circunstâncias:

a) ocorrência de situações de calamidade pública;


b) resolução de situações graves, que afectem anormalmente a prestação de
serviços públicos indispensáveis.

3. O Conselho de Ministros define, por decreto, as condições em que haverá lugar à


concessão de auxílio financeiro nas situações previstas no presente artigo.

4. As provisões orçamentais a que se refere o nº 2 podem ocorrer por conta da


dotação provisional do Orçamento do Estado.

CAPÍTULO IV
SISTEMA TRIBUTÁRIO AUTÁRQUICO
Secção I
Impostos e taxas autárquicas

Subsecção I
Disposições gerais
Artigo 51
(Enumeração)
1. O sistema de impostos e taxas autárquicas compreende:
a) imposto Pessoal Autárquico;
b) imposto Predial Autárquico;
c) imposto Autárquico de Veículos;
d) imposto Autárquico de Sisa;
e) contribuição de Melhorias;
f) taxas por Licenças Concedidas e por Actividade Económica
g) tarifas e Taxas pela Prestação de Serviços.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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2. Os residentes das autarquias locais em nenhuma circunstância estão sujeitos à


dupla tributação, devendo o Conselho de Ministros nos termos da lei, aprovar
os códigos tributário autárquico e de posturas para a aplicação dos impostos e
taxas referidos no nº 1 do presente artigo.

Subsecção II
Imposto Pessoal Autárquico

Artigo 52
(Incidência)
1. O Imposto Pessoal Autárquico substitui, nas autarquias, o Imposto de
Reconstrução Nacional, e incide sobre todas as pessoas nacionais ou
estrangeiras, residentes na respectiva autarquia, quando tenham entre 18 a 60
anos de idade e para elas se verifiquem as circunstâncias de ocupação, aptidão
para o trabalho.

2. Para efeitos de incidência do imposto consideram-se residentes na autarquia as


pessoas que aí tenham domicílio fiscal.

3. Os novos residentes na autarquia ficam sujeitos ao pagamento de imposto na


nova autarquia, desde que não provem ter satisfeito a obrigação no local onde
anteriormente estavam domiciliados.

Artigo 53
(Isenções)
1. São isentos do Imposto Pessoal Autárquico:
a) os indivíduos que, por debilidade, doença ou deformidade física,
estejam temporária ou permanentemente incapacitados de trabalhar;
b) os cidadãos no cumprimento do Serviço Militar Efectivo Normal,
compreendendo o ano da incorporação e o ano da passagem à
disponibilidade;
c) os estudantes que frequentem, em regime de tempo inteiro, curso de
nível médio ou superior, abrangendo o ano em que perde essa qualidade,
até completarem 21 ou 25 anos, respectivamente, consoante se trate do
ensino médio ou superior, incluindo os estudantes moçambicanos no
estrangeiro;
d) os pensionistas do Estado, das autarquias locais, da Segurança Social ou
de outras formas de pensão, quando não tenham outros rendimentos
além das respectiva pensões;
e) os estrangeiros ao serviço do país da respectiva nacionalidade, quando
haja reciprocidade de tratamento.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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2. Podem gozar ainda de isenção deste imposto, em determinado ano, os


indivíduos que devido a calamidades naturais ou outras circunstâncias
excepcionais, não se encontrem em condições de o satisfazer, quando tal
situação seja reconhecida pela Assembleia Municipal ou de Povoação,
mediante proposta fundamentada do executivo autárquico.

3. As isenções previstas no nº 1 deste artigo só produzem efeitos com


reconhecimento do Presidente do Conselho Municipal ou de Povoação a
requerimento dos interessados.

Artigo 54
(Taxa)
O valor do Imposto Pessoal Autárquico a vigorar anualmente em cada autarquia, é
determinado através da aplicação das taxas abaixo indicadas, conforme a
classificação das autarquias locais, sobre o salário mínimo nacional mais elevado
em vigor em 30 de Junho do ano anterior:
a) 4% para o nível A;
b) 3% para o nível B;
c) 2% para o nível C;
d) 1% para o nível D.

A classficação das cidades foi aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros nº 7/87,
de 25 de Abril, alterada pela Resolução nº 55/2007, de 16 de Outubro.

Subsecção III
Imposto Predial Autárquico

Artigo 55
(Incidência Objectiva)
1. O Imposto Predial Autárquico incide sobre o valor patrimonial dos prédios
urbanos situados no território da respectiva autarquia.

2. Para efeitos do disposto no nº 1 do presente artigo entende-se por valor


patrimonial dos prédios urbanos o constante nas matrizes prediais e, na falta
destes, o valor declarado pelo proprietário, a não ser que se afaste do preço
normal do mercado e, por prédio urbano, qualquer edifício incorporado no solo,
com os terrenos que lhes sirvam de logradouro.

3. Os edifícios ou construções, ainda que móveis por natureza, são considerados


como tendo carácter de permanência quando se acharem assentes no mesmo
local por um período superior a seis meses.

4. Para determinação do preço normal de mercado, os órgãos competentes da

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autarquia deverão promover acções de comprovação e fiscalização,


considerando as operações realizadas entre compradores e vendedores
independentes, dos prédios com características semelhantes, tais como
antiguidade, dimensões e localização.

Artigo 56
(Incidência Subjectiva)
1. O imposto incide sobre os titulares do direito de propriedade a 31 de Dezembro
do ano anterior a que o mesmo respeita, presumindo-se como tais as pessoas em
nome de quem os mesmos se encontrem inscritos na matriz predial ou que deles
tenham posse a qualquer título naquela data.

2. Nos casos de co-propriedade ou de mais de um possuidor directo ou indirecto, o


imposto é devido por qualquer um deles sem prejuízo de direito de regresso.

3. No caso de herança indivisa os sucessores são responsáveis pelo pagamento do


imposto incidente sobre os imóveis que pertenciam ao de cujus.

4. A massa falida é responsável pelo pagamento do imposto incidente sobre os


imóvis de propriedade do falido.

Artigo 57
(Isenções)
1. Ficam isentos do Imposto Predial Autárquico:
a) o Estado;
b) as associações humanitárias e outras entidades que, sem intuito lucrativo,
prossigam no território da autarquia actividades de relevante interesse
público, relativamente aos prédios urbanos afectos à realização desses fins;
c) os Estados estrangeiros, relativamente aos prédios urbanos destinados
exclusivamente à sede da missão diplomática ou consular ou à residência do
chefe da missão diplomática ou do cônsul, quando haja reciprocidade de
tratamento;
d) a própria autarquia e qualquer dos seus serviços, ainda que personalizados,
relativamente aos prédios que integrem o respectivo património.

2. As isenções previstas nas alíneas b) e c) do número anterior serão reconhecidas


pelo Presidente do Conselho Municipal ou de Povoação a requerimento dos
interessados.

3. Os prédios urbanos construídos de novo, na parte destinada à habitação serão

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isentos por um período de 5 anos a contar da data da licença de habitação, a


requerimento do interessado dirigido ao Presidente do Conselho Municipal ou
de Povoação.

Artigo 58
(Taxa)
1. As taxas do Imposto Predial Autárquico, são as seguintes:
a) prédios destinados a habitação: 0,4%;
b) prédios destinados a actividades de natureza comercial, industrial ou
para o exercício de actividades profissionais independentes bem como
os detinados a outros fins: 0,7%.

2. Nos casos em que o imóvel esteja destinado a mais de que um fim, o imposto
será calculado na base daquele que tenha a taxa mais gravosa.

3. As taxas do Imposto Predial Autárquico aplicam-se sobre o valor patrimonial


determinado nos termos do artigo 55 da presente Lei.

Subsecção IV
Imposto Autárquico da SISA

Artigo 59
(Incidência real)
1. Imposto Autárquico da Sisa incide sobre as transmissões, a título oneroso, do
direito de propriedade ou de figuras parcelares desse direito, sobre bens
imóveis.

2. Para efeitos de incidência deste imposto consideram-se bens imóveis, os


prédios urbanos situados em território nacional.

3. Ficam compreeendidos no nº 1 a compra e venda, a dação em cumprimento, a


renda perpétua, a renda vitalícia, a arrematação, a adjudicação por acordo ou
decisão judicial, a constituição de usufruto, uso ou habitação, a enfiteuse, a
servidão e qualquer outro acto pelo qual se transmita a título oneroso o direito de
propriedade sobre prédios urbanos.

4. O conceito de transmissão de prédios urbanos referido nos números anteriores


integra ainda:
a) a promessa de aquisição e de alineação de prédios urbanos logo que
verificada a tradição para o promitente adquirente ou quando este esteja
a usufruir os referidos bens;
b) a promessa de aquisição e alienação de prédios urbanos em que seja
clausulado no contrato que o promitende adquirente pode ceder a sua

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posição contratual a terceiro, ou consentida posteriormente tal cessão de


posição;
c) a cessão de posição contratual pelos promitentes adquirentes de prédios
urbanos seja no exercício de direito conferido por contrato-promessa
ou posteriormente à celebração deste, salvo se o contrato definitivo for
celebrado com terceiro nomeado ou com sociedade em fase de
constituição no momento em que o contrato-promessa é celebrado e que
venha a adquirir o imóvel;
d) a resolução, invalidade ou extinção, por mútuo consenso, do contrato de
compra e venda ou permuta de prédios urbanos e a do respectivo
contrato--promessa com tradição, em qualquer das situações em que o
vendedor, permutante ou promitente vendedor volte a ficar com o prédio
urbano;
e) a aquisição de prédios urbanos por troca ou permuta, por cada um dos
permutantes, pela diferença declarada de valores ou pela diferença entre
os valores patrimoniais tributários consoante a que for maior;
f) o excesso da quota-parte que ao adquirente pertencer, nos prédios
urbanos, em acto de divisão ou partilhas, por meio de arrematação,
licitação, acordo, transacção ou encabeçamento por sorteio, bem como a
alienação da herança ou quinhão hereditário;
g) a outorga de procuração e o subestabelecimento de procuração, que
confira poderes de alienação de prédio urbano, em que por renúncia ao
direito de revogação ou cláusula de natureza semelhante, o representado
deixe de poder revogar a procuração;
h) o arrendamento com a cláusula de que os prédios urbanos arrendados se
tornam propriedade do arrendatário depois de satisfeitas todas as rendas
acordadas;
i) o arrendamento ou subarrendamento de prédios urbanos por um período
superior a vinte anos cuja duração seja estabelecida no início do contrato
por acordo expresso dos interessados.

5. São também sujeitas ao Imposto Autárquico da Sisa, designadamente:


a) a transmissão onerosa do direito de propriedade sobre prédios urbanos
em que o adquirente reserve o direito de nomear um terceiro que adquira
os direitos e assuma as obrigações provenientes desse contrato;
b) os actos da constituição de sociedade em que algum dos sócios entrar
para o capital social com prédios urbanos;
c) as transmissões de prédios urbanos por fusão ou cisão de sociedades;
d) a remissão de prédios urbanos nas execuções judiciais e nas fiscais
administrativas.

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Artigo 60
(Conceito de prédio urbano)
1. Para efeitos deste imposto e sem prejuízo do regime de propriedade da terra,
previsto na Lei de Terras, entende-se por prédio urbano qualquer edifício
incorporado no solo, com os terrenos que lhe sirvam de logradouro.

2. Considera-se que cada fracção autónoma, no regime de propriedade horizontal


ou em outras formas de condomínio, constitui um prédio urbano.

Artigo 61
(Incidência subjectiva)
O Imposto Autárquico da Sisa é devido pelas pessoas, singulares ou colectivas, a
quem se transmitem os direitos sobre prédios urbanos, sem prejuízo do disposto nas
alíneas seguintes:
a) nos contratos para pessoa a nomear, o imposto é devido pelo contraente
originário, sem prejuízo de os prédios urbanos se considerarem
novamente transmitidos para pessoa nomeada se esta não tiver sido
identificada ou sempre que a transmissão para o contraente originário
tenha beneficiado de isenção;
b) nas situações das alíneas b) e c) do nº 4 do artigo 59, o imposto é devido
pelo primitivo promitente adquirente e por cada um dos sucessivos
promitentes adquirentes, não lhes sendo aplicável qualquer isenção ou
redução de taxa;
c) nos contratos de troca ou permuta de prédios urbanos, qualquer que seja
o título por que se opere, o imposto é devido pelo permutante que receber
os bens de maior valor, entendendo-se como de troca ou permuta o
contrato em que as prestações de ambos os permutantes compreendem
prédios urbanos, ainda que futuros;
d) nos contratos de promessa de troca ou permuta de prédios urbanos com
tradição, apenas para um dos permutantes, o imposto será desde logo
devido pelo adquirente dos bens, como se de compra e venda se tratasse,
sem prejuízo da reforma da liquidação ou da reversão do sujeito passivo,
conforme o que resultar do contrato definitivo, procedendo-se, em caso
de reversão, à anulação do imposto liquidado ao permutante adquirente;
e) nas divisões e partilhas, o imposto é devido pelo adquirente dos prédios
urbanos cujo valor exceda o da sua quota nesses bens;
f) nas sitações previstas na alínea g) do nº 4 do artigo 59, o imposto é devido
pelo procurador ou por quem tiver sido substabelecido, não lhe sendo
aplicável qualquer isenção ou redução de taxa.

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Artigo 62
(Isenções)
1. Ficam isentos do Imposto Autárquico da SISA:
a) o Estado;
b) as autarquias locais;
c) as associações ou federações de municípios quanto aos prédios urbanos
destinados, directa e imediatamente, à realização dos seus fins;
d) as instituições de segurança social e bem assim as instituições de
previdência social legalmente reconhecidas quanto aos prédios urbanos
destinados, directa e imediatamente, à realização dos seus fins;
e) as associações de utilidade pública a que se refere a Lei nº 8/91, de 18 de
Julho, devidamente reconhecidas quanto aos prédios urbanos
destinados, directa e imediatamente, à realização dos seus fins
estatutários;
f) os estados estrangeiros pela aquisição de prédios urbanos destinados
exclusivamente à sede da respectiva missão diplomática ou consular ou
à residência do chefe da missão ou do cônsul, desde que haja
reciprocidade de tratamento;
g) as associações humanitárias e outras entidades legalmente reconhecidas
que, sem intuito lucrativo, prossigam no território nacional fins de
assistência social, saúde pública, educação, investigação científica,
culto, cultura, desporto e recreação, caridade e beneficência,
relativamente aos prédios urbanos afectos à realização desses fins;
h) os museus, bibliotecas, escolas, instituições e associações de ensino ou
educação, de cultura científica, literária ou artística e de caridade,
assistência ou beneficência, quanto aos prédios urbanos destinados,
directa ou indirectamente, à realização desses fins;
i) os adquirentes de prédios urbanos para habitação social construídos pelo
Fundo para o Fomento de Habitação, criado pelo Decreto nº 24/95, de 6
de Junho.

2. Ficam ainda isentas:


a) a remissão nas execuções judiciais e nas fiscais administrativas, de
prédios urbanos, quando feitas pelo próprio executado;
b) as transmissões de prédios urbanos por fusão ou cisão de sociedades
comerciais.

Artigo 63
(Base tributária)
1. O Imposto Autárquico da Sisa incide sobre o montante declarado da transmissão
ou do valor patrimonial do prédio urbano, consoante o valor mais elevado, a não
ser que este se afaste do preço normal de mercado.
2. Para a determinação do preço normal de mercado, o Presidente do Conselho

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

167
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Municipal ou de Povoação da situação dos prédios urbanos deverá promover as


acções de comprovação e fiscalização, considerando as operações realizadas entre
compradores e vendedores independentes de prédios com características
semelhantes, tais como antiguidade, dimensões e localização.

3. A correcção efectuada ao abrigo dos números anteriores é automática e não


implica a comprovação da existência de transgressão ou crime fiscal, sendo
notificada ao sujeito passivo, podendo este reclamar ou impugnar
contenciosamente o valor fixado, nos termos admitidos pela lei fiscal.

4. O disposto neste artigo será complementado por regulamentação específica,


que se mostrar necessária.

Artigo 64
(Taxas)
A taxa do Imposto Autárquico da SISA é de 2% e incide sobre o valor patrimonial
determinado nos termos do artigo 63.

Subsecção V
Imposto Autárquico de Veículos
Artigo 65
(Incidência objectiva)
1. O Imposto Autárquico de Veículos substitui o Imposto sobre Veículos.

2. O Imposto Autárquico de Veículos incide sobre o uso e fruição dos veículos a


seguir mencionados, matriculados ou registados nos serviços competentes no
território Moçambicano, ou, independentemente, de registo ou matrícula, logo
que, decorridos cento e oitenta dias a contar da sua entrada no mesmo território,
venham a circular ou a ser usados em condições normais da sua utilização:
a) automóveis ligeiros e automóveis pesados de antiguidade menor ou
igual a vinte e cinco anos;
b) motociclos de passageiros com ou sem carro, de antiguidade menor ou
igual a quinze anos;
c) aeronaves com motor de uso particular;
d) barcos de recreio com motor de uso particular.

3. A matrícula ou o registo a que se refere o nº 2 é o que, conforme o caso, deva ser


efectuado nos serviços competentes de viação, de aviação civil, ou de marinha
mercante.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

168
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4. Consideram-se potencialmente em uso os veículos automóveis que circulem


pelos seus próprios meios ou estacionem em vias ou recintos públicos e os
barcos de recreio e aeronaves, desde que sejam detentores dos certificados de
navegabilidade devidamente válidos.

5. Os reboques com matrícula própria estão incluídos no grupo dos automóveis


pesados referidos na alínea a) do nº 2.

Artigo 66
(Incidência subjectiva)
1. São sujeitos passivos do imposto os proprietários dos veículos, quer sejam
pessoas singulares ou colectivas, de direito público ou privado, com domicílio
fiscal na respectiva autarquia, presumindo-se como tais, até prova em contrário,
as pessoas em nome dos quais os mesmos se encontrem matriculados ou
registados.

2. Para efeitos do disposto no número anterior, são equiparados a proprietários os


locatários financeiros e os adquirentes com reserva de propriedade.

Artigo 67
(Isenções)
Estão isentos do Imposto Autárquico de Veículos:
a) o Estado e qualquer dos seus serviços, estabelecimentos e organismos, ainda
que personalizados;
b) as autarquias locais e suas associações e ou federações de municípios;
c) os Estados Estrangeiros, quando haja reciprocidade de tratamento;
d) o pessoal das missões diplomáticas e consulares nos termos das respectivas
convenções;
e) as organizações estrangeiras ou internacionais, nos termos de acordos
celebrados pelo Estado moçambicano.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

169
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Artigo 68
(Taxas)
As taxas do Imposto Autárquico de Veículos são as constantes das tabelas seguintes:

Automóveis Ligeiros
Combustível utilizado Movidos a Imposto Anual segundo a antiguidade
electricidade
Gasolina Outros 1º escalão 2º escalão 3º escalão
Grupos Cilindrada Produtos Voltagem total a té 6 anos mais de 6 mais de 12
(centímetros (cilindrada ) anos até 12 anos a té 25
cúbicos) anos anos
A Até 1000 Até 1.500 Até 100 200 MT 100MT 50MT
Mais de 1000 Mais de
B até 1300 1.500 até Mais de 100 400M T 200MT 100MT
2.000
Mais de 1300 Mais de
C até 1750 2000 até -------- 600M T 300MT 150MT
3000
Mais de 1750 Mais de
D até 2600 3000 ---------- 1.600MT 800MT 400MT
Mais de 2600
E até 3500 ---------- ---------- 2.400MT 1.200MT 600MT

F Mais de 3500 --------- ---------- 4.400MT 2.200MT 1.100MT

Automóveis Pesados de Carga


Capacida de de Imposto Anual Segundo a Antiguidade
Grupos carga em Kg 1º Escalão 2º Escalão 3º Escalão
Até 6 anos Mais de 6 até 12 Mais de 12 até 25
anos anos
G Até 5000 180MT 120MT 60MT
Mais de 5000
H até 10000 360MT 240MT 120MT
Mais de 10000
I até 16000 1080MT 720MT 360MT

J Mais de 16000 2160MT 1440MT 720MT

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

170
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Automóveis Pesados de Passageiros


Lotação de Imposto Anua l Segundo a Antiguidade
G rupos passa geiros Lugares 1º Escalã o 2º Escalão 3º Escalã o
A té 6 anos Mais de 6 até 12 anos Ma is de 12 até 25 anos
K De 10 a 25 180MT 120MT 60MT

L De 26 a 40 360MT 240MT 120MT

M De 41 a 70 1080MT 720MT 360MT

N Ma is de 70 2160MT 1440MT 720MT

Motociclos
Cilindrada Imposto Anual Segundo a Antiguidade do Motociclo
Grupos (centímetros 1º Escalão 2º Escalão 3º Escalão
cúbicos) Até 5 anos Mais de 5 até 10 anos Ma is de 10 até 15 anos
A Até 50 50MT ------ ------
Mais de 50 até
B 100 75MT 37,50MT -------
Mais de 100 até
C 500 150MT 75MT 37,50MT

D Mais de 500 500MT 250MT 125MT

Aeronaves
Grupos Peso Máximo Autorizado a Desc olagem (Kg) Imposto Anual
A Até 600 800 MT
B Mais de 600 até 1000 2.400 MT
C Ma is de 1000 até 1400 6.400 MT
D Ma is de 1400 até 1800 11.200 MT
E Ma is de 1800 até 2500 17.600 MT
F Ma is de 2500 até 4200 32.000 MT
G Ma is de 4200 até 5700 64.000 MT
H Mais de 5700 160.000 MT

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Barcos de Recreio
Imposto Anual Segundo a Antiguidade do Barco
Barcos de recreio 1º Escalão 2º Escalão
Indica dores Até 15 anos Mais de 15 anos
Tonelagem Por cada Por cada 10 Por cada Por cada 10
de arqueação Potência de tonelada ou HP ou tonelagem HP ou fracção
Grupos bruta propulsão fr acçã o de fr acçã o da ou fracção da potência
(toneladas) (HP) arqueação potência de arqueação total da
bruta total da bruta propulsão
propulsão
A Até 2 Mais de 25 180 MT 100 MT 120 MT 80 MT
Mais de 2 Até 50 230,40 MT 112 MT 147,60 MT 93,60 MT
B até 5 Mais de 50 255,60 MT 123 MT 160,80 MT 93,60 MT
Mais de 5 Até 100 282,60 MT 123 MT 172,80 MT 93,60 MT
C até 10 Mais de 100 333 MT 149 MT 187,20 MT 106,40 MT
Mais de 10 Até 100 345,60 MT 149 MT 199,20 MT 106,40 MT
D até 20 Mais de 100 410,40 MT 174 MT 225,60 MT 118,40 MT
Mais de 20 Até 100 421,20 MT 174 MT 225,60 MT 118,40 MT
E até 50 Mais de 100 484,20 MT 186 MT 252 MT 131,20 MT
Mais de 50 Até 100 498,60 MT 186 MT 265,20 MT 131,20 MT
F Mais de 100 561,60 MT 235 MT 292,80 MT 158,40 MT

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172
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Subsecção VI
Contribuição de Melhoria

Artigo 69
(Incidência)
1. A Contribuição de Melhoria é uma contribuição especial devida pela execução
de obras públicas de que resulte valorização imobiliária, tendo como limite total
a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado.

2. A Contribuição de Melhoria é cobrada pela autarquia sempre que o imóvel,


situado na zona de influência da obra, for beneficiado por quaisquer das
seguintes obras públicas, realizadas pela autarquia por administração directa ou
indirecta:
a) abertura, alargamento, iluminação, arborização de praças e vias
públicas;
b) construção e ampliação de parques e jardins;
c) obras de embelezamento em geral.

3. Para efeitos de incidência da Contribuição de Melhoria não estão abrangidas a


pavimentação de vias e logradouros públicos executadas pela autarquia e que
directamente valorizem os imóveis em causa ou adjacentes, bem como a simples
reparação e recapeamento de pavimento, de alteração de traçado geométrico de
vias e logradouros públicos e colocação de guias e sarjetas.

4. O facto gerador considera-se ocorrido no momento de início de utilizção da obra


pública para os fins a que se destinou.

Artigo 70
(Incidência subjectiva)
O sujeito passivo da Contribuição de Melhoria é o proprietário ou o possuidor a
qualquer título do imóvel beneficiado pela obra.

Artigo 71
(Isenções)
1. Estão isentos da Contribuição de Melhoria:
a) o Estado;
b) a própria autarquia e as associações ou federações de municípios ou
povoações, quando exerçam actividades cujo objecto não vise a
obtenção de lucro, relativamente aos prédios que integrem o seu
património;
c) as associações humanitárias e outras entidades que, sem intuito lucrativo,
prossigam no território da autarquia actividades de relevante interesse
público, relativamente aos prédios urbanos destinados, directa e

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

173
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imediatamente, à realização dos seus fins;


d) os Estados Estrangeiros, relativamente aos prédios adquiridos para as
instalações diplomáticas ou consulares, quando haja reciprocidade de
tratamento.

2. Cabe ao Presidente do Conselho Municipal ou de Povoação indicar o serviço


competente para o reconhecimento das isenções acima descritas.

Artigo 72
(Requisitos)
1. As obras públicas a que se refere o nº 2 do artigo 69 são da iniciativa da
autarquia, podendo também, ser determinadas por iniciativa de pelo menos 2/3
(dois terços) dos proprietários ou possuidores a qualquer título de imóvel
situado na zona de influência da obra a realizar.

2. Nos casos em que a obra seja da iniciativa da autarquia, o plano das obras deve
ter o acordo prévio de pelo menos 2/3 dos proprietários ou possuidores, a
qualquer título, do imóvel a ser beneficiado pela obra.

3. Aprovado o plano de obras pela Assembleia Municipal ou de Povoação, e antes


do lançamento do tributo, a autarquia deverá publicar um edital com os
seguintes elementos:
a) descrição da finalidade da obra;
b) memorial descritivo do projecto;
c) orçamento do custo da obra;
d) delimitação da área beneficiada e relação dos imóveis nela
compreendidos;
e) critério de cálculo da Contribuição de Melhoria.

4. A Contribuição de Melhoria deve ser calculada tendo em conta a despesa


realizada com a obra, que será repartida entre os imóveis beneficiados.

5. Os interessados podem, querendo, no prazo de 30 dias a contar da data da


afixação do edital, se este não estiver em conformidade com o acordado,
impugnar, cabendo a estes o ónus de prova.

6. Tendo em conta o valor deverá estipular-se a possibilidade de pagamento em


prestações, sendo o máximo de doze prestrações.

7. Ocorrendo atraso no pagamento de três prestações, todo o débito é considerado


vencido e o crédito tributário é cobrado de forma coerciva.

8. O contribuinte que pagar a Contribuição de Melhoria de uma só vez gozará de


um desconto de 15% sobre o valor total da quota-parte devida.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

174
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Secção II
Outras receitas tributárias
Artigo 73
(Taxas por licenças concedidas e por actividade económica)
1. As autarquias locais podem cobrar taxas por:
a) realização de infra-estruturas e equipamentos simples;
b) concessão de licenças de loteamento, de execução de obras particulares,
de ocupação da via pública por motivo de obras e de utilização de
edifícios;
c) uso e aproveitamento do solo da autarquia;
d) ocupação e aproveitamento do domínio público sob administração da
autarquia e aproveitamento dos bens de utilização pública;
e) prestação de serviços ao público;
f) ocupação e utilização de locais reservados nos mercados e feiras;
g) autorização da venda ambulante nas vias e recintos públicos;
h) aferição e conferição de pesos, medidas e aparelhos de medição;
i) estacionamento de veículos em parques ou outros locais a esse fim
destinados;
j) autorização para o emprego de meios de publicidade destinados a
propaganda social;
k) utilização de quaisquer instalações destinadas ao conforto, comodidade
ou recreio público;
l) realização de enterros, concessão de terrenos e uso de jazigos, ossários e
de outras instalações em cemitérios mantidos pela autarquia;
m) licenciamento sanitário de instalações;
n) qualquer outra licença da competência das autarquias cuja tramitação
não esteja isenta por lei;
o) registos determinados por lei;
p) comércio por vendedores ambulantes nas ruas ou outros lugares
públicos;
q) comércio em feiras e mercados sem lugar marcado;
r) quaisquer outras actividades de natureza artesanal ou de prestação de
serviços quando exercidos em estabelecimento ou em regime de
indústria doméstica;
s) taxa por actividade económica incluindo o exercício de actividades
turísticas.

2. Estão igualmente abrangidas pelo disposto no número anterior outras


imposições constantes dos actuais códigos de posturas.

3. Compete à assembleia autárquica fixar, mediante proposta do Presidente do


Conselho Municipal ou de Povoação, os valores das taxas a que se referem os
números anteriores.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

175
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Artigo 74
(Tarifas e taxas pela prestação de serviços)
1. Aplicam-se tarifas ou taxas de prestação de serviços nos casos em que as
autarquias tenham sob sua administração directa a prestação de determinado
serviço público, e nomeadamente, nos seguintes casos:
a) abastecimento de água e energia eléctrica;
b) recolha, depósito e tratamento de lixo, bem como a ligação, conservação
e tratamento de esgotos;
c) transportes urbanos colectivos de pessoas e mercadorias;
d) utilização de matadouros;
e) manutenção de jardins e mercados;
f) manutenção de vias.

2. Cabe à assembleia autárquica a fixação das tarifas a que se refere o número


anterior e, sempre que possível, na base da recuperação de custos.

Artigo 75
(Multas)
1. A violação do código de posturas e de regulamentos de natureza genérica e
execução permanente das autarquias constitui transgressão sancionada com
multa.

2. As multas a prever nas posturas e nos regulamentos autárquicos não podem ser
superiores a dez vezes o salário mínimo nacional dos trabalhadores da indústria,
nem exceder o montante das que forem impostas pelo Estado para contra-
ordenação do mesmo tipo.

3. A competência para a instrução dos processos de transgressão e aplicação das


multas pertence aos órgãos executivos autárquicos, podendo ser delegada em
qualquer dos seus membros.

4. As autarquias locais beneficiam ainda, total ou parcialmente, das multas fixadas


por lei a seu favor.

Artigo 76
(Liquidação e cobrança dos impostos autárquicos)
A liquidação e a cobrança dos impostos e demais tributos autárquicos são realizados
pelos serviços competentes da autarquia.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

176
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CAPÍTULO V
CONTABILIDADE AUTÁRQUICA, PRESTAÇÃO DE CONTAS E
INSPECÇÕES

Artigo 77
(Contabilidade autárquica)
1. A contabilidade autárquica é efectuada de acordo com o Plano Básico de
Contabilidade e tem como objectivo o registo contabilístico, de forma uniforme
e sistematizado, de actos e factos de modo a constituir um instrumento de gestão
económico-financeira e permitir a apreciação e o julgamento da execução
orçamental e patrimonial.

2. O regime da contabilidade dos serviços autónomos é o previsto para os institutos


públicos.

3. A contabilidade das empresas autárquicas e interautárquicas é regido por lei


própria.

4. Em condições a regulamentar, a contabilidade das povoações pode limitar-se ao


simples registo de receitas e despesas.

Artigo 78
(Gestão de tesouraria)
1. As receitas e as despesas do orçamento da autarquia são movimentadas através
de um sistema de caixa única, regularmente instituído.

2. A autarquia tem tesouraria própria, pela qual são movimentados os recursos que
lhe forem destinados.

3. As disponibilidades de tesouraria da autarquia de qualquer dos seus serviços,


ainda que personalizados, são mantidas em depósito em instituições financeiras
nacionais ou em cofre, quando na autarquia não existam essas instituições.

4. Podem constituir-se fundos de maneio, com os limites legalmente permitidos,


para acorrer a pequenas despesas a pronto pagamento.

Artigo 79
(Exactores)
1. São sujeitos à prestação de contas os agentes da administração autárquica
responsáveis pela arrecadação ou guarda de quaisquer bens e valores
pertencentes ou confiados à autarquia.

2. O tesoureiro da autarquia ou o funcionário que exerça essa função fica obrigado

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

177
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à apresentação de um boletim, diário de tesouraria, a afixar em local próprio na


sede da autarquia.

3. Os demais agentes autárquicos apresentam as respectivas contas nos primeiros


dez dias do mês subsequente àquele em que tenham sido recebidos os valores a
que a prestação de contas respeitar.

Artigo 80
(Tutela inspectiva)
1. Cabe ao Governo fiscalizar a legalidade da gestão financeira e patrimonial das
autarquias locais.

2. As autarquias com a categoria de município devem ser inspeccionadas


ordinariamente pelo menos duas vezes no período de cada mandato dos
respectivos órgãos.

3. O Governo pode ordenar inquéritos e sindicâncias, mediante queixas ou


participações devidamente fundamentadas.

Artigo 81
(Apreciação e julgamento das contas)
1. O Conselho Municipal ou de Povoação deve elaborar e remeter ao Ministro que
superintende a área das Finanças, trimestralmente, até ao último dia útil dos
meses de Abril, Julho, Outubro e Janeiro, de cada ano, o balancete de execução
do orçamento correspondente às receitas, despesas e saldo da execução
orçamental.

2. O Presidente do Conselho Municipal ou de Povoação deve apresentar, até 31 de


Março do ano seguinte àquele a respeita, a conta de gerência, à Assembleia
respectiva.

3. As contas anuais da autarquia são apreciadas pela assembleia municipal ou de


povoação, reunida em sessão ordinária até ao final do mês de Abril do ano
seguinte àquele a que respeitam.

4. As contas das autarquias são enviadas pelo Presidente Conselho Municipal ou


de Povoação ao Tribunal Administrativo, com conhecimento do Ministério que
superintende a área das Finanças, até 31 de Maio do ano seguinte àquele a que
respeitam, independentemente da sua aprovação pela Assembleia Autárquica.

5. O Ministério que superintende a área das Finanças deve elaborar um parecer


sobre as contas recebidas e enviar ao Tribunal Administrativo até 31 de Julho do
ano seguinte àquele a que respeitam.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

178
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6. O Tribunal Administrativo julga as contas até 31 de Outubro de cada ano e


remete o seu acórdão aos órgãos autárquicos, igualmente com cópia para o
Ministro que superintende a área das Finanças.

7. O não cumprimento pela autarquia das obrigações estipuladas pelo presente


artigo pode implicar:

a) a aplicação das sanções estabelecidas pelo nº 1 do artigo 98 da Lei nº


2/97, de 18 de Fevereiro; e
b) impedimento de recandidatura para a reeleição como Presidente do
Conselho Municipal ou de Povoação até regularização da situação.

Artigo 82
(Exame público e reclamações)
1. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, as contas das autarquias ficam à
disposição dos cidadãos até 31 de Maio de cada ano, para consulta dentro do
horário normal de funcionamento dos serviços, em local de fácil acesso ao
público, no edifício sede da autarquia.

2. A consulta prevista no número anterior pode ser feita por qualquer interessado,
sem dependência de qualquer requerimento, autorização ou despacho.

3. A consulta só pode ser feita no recinto municipal destinado a esse fim, onde deve
haver sempre, pelo menos, três cópias do processo de contas à disposição do
público.

4. Dentro do prazo indicado no nº 1 do presente artigo, qualquer interessado pode


apresentar reclamação ou queixa, por escrito, devendo a mesma:
a) conter a identificação e a qualidade do reclamante ou queixoso;
b) incluir os elementos ou provas em que se fundamente.

Artigo 83
(Relatório especial de termo do mandato)
1. Até trinta dias antes das eleições autárquicas, o presidente do Conselho
Municipal ou de Povoação deve ter preparado, para entrega ao seu sucessor e
publicidade imediata na forma determinada pela assembleia autárquica, um
relatório detalhado da situação da administração da autarquia, o qual contém
obrigatoriamente, entre outros elementos pertinentes, informação actualizada
sobre:
a) dívidas da autarquia, com a relação dos respectivos credores e dos prazos
e formas de pagamento;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

179
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b) acordos celebrados com o Estado, relativos ao financiamento de


projectos e outras acções no âmbito da autarquia;
c) prestação de contas por transferências recebidas e a receber do
Orçamento do Estado e outros apoios financeiros;
d) contratos celebrados ou em negociação relativos à execução de obras ou
de fornecimento de bens e serviços, com informação do que haja sido
realizado ou executado e pago e do que esteja por executar e/ou pagar,
bem como indicação dos respectivos prazos e formas de pagamento;
e) situação dos contratos com concessionários e outros operadores de
serviços públicos na esfera da autarquia;
f) situação dos funcionários ou servidores da autarquia, com indicação dos
respectivos custos, efectivos e sectores de afectação;
g) informação detalhada sobre a execução do orçamento da autarquia do
ano em curso.

2. O Presidente do Conselho Municipal ou de Povoação deve igualmente


apresentar o inventário dos bens patrimoniais, referido ao mês anterior,
conjuntamente com o termo de entrega.

3. Salvo nos casos excepcionais expressamente previstos na lei, é vedado aos


responsáveis dos órgãos autárquicos assumir, no último ano do respectivo
mandato, quaisquer compromissos com a execução de programas ou projectos
que se traduzam em criação de encargos para além do período da sua gerência.

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 84
(Capacitação das autarquias)
1. Compete ao Governo criar condições para a transferência de funções
actualmente exercidas por qualquer dos órgãos do Estado para as autarquias
locais.

2. A transferência a que se refere o número anterior deve operar-se de forma


gradual, e acompanhada da consolidação dos necessários requisitos de
capacitação técnica, humana e financeira dos órgãos autárquicos.

3. Cabe ao Governo regulamentar e apoiar as autarquias de forma a capacitá-las


para, no prazo máximo de três anos, procederem à cobrança directa de todos os
impostos autárquicos.

4. A liquidação e cobrança dos impostos é assegurada pelos serviços do Estado até


estarem criadas as condições mencionadas no número anterior.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

180
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Artigo 85
(Atribuição de competências ao Governo)
Compete ao Conselho de Ministros proceder à regulamentação da presente Lei no
prazo de 90 dias, após a data da publicação da Lei.

Artigo 86
(Revogação)
1. É revogada a Lei nº 11/97, de 31 de Maio, os artigos 20 a 24 da Lei nº 2/97, de 18
de Fevereiro, e demais legislação que contrarie a presente Lei.

2. Mantém-se em vigor os impostos autárquicos da Lei nº 11/97, de 31 de Maio,


até à entrada em vigor do Código Tributário Autárquico a aprovar nos termos da
presente Lei.

Artigo 87
(Entrada em vigor)
A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação, sendo aplicável na
elaboração e aprovação do Orçamento do Estado para 2008.

Aprovado pela Assembleia da República, 1 de Novembro de 2007.

O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Joaquim Mulumbwè

Promulgada em 14 de Janeiro de 2008


Publique-se.

O Presidente da República, ARMANDO EMÍLIO GUEBUZA.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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DECRETO Nº 63/2008, DE 30 DE DEZEMBRO, QUE APROVA O


CÓDIGO TRIBUTÁRIO AUTÁRQUICO

Boletim da República,
Iª série nº 52, 13º Suplemento,
de 30 de Dezembro de 2008

Decreto n° 63/2008
de 30 de Dezembro

Havendo necessidade de regulamentar o sistema tributário autárquico definido na


Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, no uso da competência atribuída pelo nº2 do artigo
51, conjugado com o artigo 85, ambos da mesma lei, o Conselho de Ministros
decreta:

Artigo 1. - É aprovado o Código Tributário Autárquico, anexo ao presente Decreto,


dele fazendo parte integrante.

Artigo 2 . É revogado o Decreto nº 52/2000, de 21 de Dezembro, e todas as


disposições e demais legislação que contrariem o presente Decreto..

Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 16 de Dezembro de 2008.

Publique-se.

A Primeira-Ministra, Luisa Dias Diogo

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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CÓDIGO TRIBUTÁRIO AUTÁRQUICO

CAPÍTULO I
Disposições gerais

Artigo 1
(Âmbito de aplicação)
O presente Código aplica-se aos residentes das Autarquias, sujeitos aos impostos e
taxas autárquicas aprovados pela Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro.

Artigo 2
(Impostos e taxas autárquicas)
1. O Sistema Tributário Autárquico, aprovado pela Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro,
compreende os seguintes impostos e taxas:
a) Imposto Pessoal Autárquico;
b) Imposto Predial Autárquico;
c) Imposto Autárquico de Veículos;
d) Imposto Autárquico de Sisa;
e) Contribuição de Melhorias;
f) Taxas por Licenças Concedidas e por Actividade Económica;
g) Tarifas pela Prestação de Serviços.

2. Os impostos e taxas referidos nas alíneas do número anterior são reguladas no


presente Código.

CAPÍTULO II
Imposto Pessoal Autárquico

Secção I
Incidência

Artigo 3
(Sujeito passivo)
1. De acordo com a Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, são sujeitos passivos do
Imposto Pessoal Autárquico todas as pessoas nacionais ou estrangeiras,
residentes na respectiva Autarquia, quando tenham entre 18 e 60 anos de idade
e para elas se verifiquem as circunstâncias de ocupação, aptidão para o trabalho
e demais condições estabelecidas neste Capítulo.

2. Para efeitos de incidência do imposto, consideram-se residentes na Autarquia as


pessoas que aí tenham domicílio fiscal.

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3. Os novos residentes na Autarquia ficam sujeitos ao pagamento de imposto na


nova Autarquia, desde que não provem ter satisfeito a obrigação no local onde
anteriormente estavam domiciliados

4. O Imposto Pessoal Autárquico substitui, nas Autarquias, o Imposto de


Reconstrução Nacional.

Artigo 4
(Início da sujeição a imposto)
1. Os novos residentes na Autarquia ficam sujeitos ao imposto a partir do ano
seguinte àquele em que nela fixarem residência, salvaguardando o disposto no
nº 2 do presente artigo.

2. O disposto no número anterior fica condicionado à apresentação de prova de


satisfação da obrigação do mesmo imposto do Imposto de Reconstrução
Nacional previsto no Decreto nº 4/87, de 30 de Janeiro, no local do domicílio
anterior, ou da respectiva isenção, quando residentes no território nacional.

3. Não sendo apresentada a prova a que se refere número anterior, será o imposto
correspondente liquidado e cobrado como remisso na Autarquia da residência
actual.

Secção II
Isenções
Artigo 5
(Isenções)
1. Estão isentos do Imposto Pessoal Autárquico, nos termos da Lei nº 1/2008, de 16
de Janeiro:
a) Os indivíduos que, por debilidade, doença ou deformidade física, estejam
temporária ou permanentemente incapacitados de trabalhar;
b) Os cidadãos no cumprimento do Serviço Militar Efectivo Normal,
compreendendo o ano da incoporação e o ano da passagem à
disponibilidade;
c) Os estudantes que frequentem, em regime de tempo inteiro, curso de nível
médio ou superior, abrangendo o ano em que perde essa qualidade, até
completarem 21 ou 25 anos de idade, respectivamente, consoante se trate do
ensino médio ou superior, incluindo os estudantes moçambicanos no
estrangeiro;
d) Os pensionistas do Estado, da Autarquias, da Segurança Social ou de outras
formas de pensão quando não tenham outros rendimentos além das
respectivas pensões;
e) Os estrangeiros ao serviço do país da respectiva nacionalidade, quando haja
reciprocidade de tratamento.

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2. Para o efectivo gozo das isenções previstas no nº1 deste artigo, os interessados
devem requerer o respectivo reconhecimento ao Presidente do Conselho
Municipal ou de Povoação.

Artigo 6
(Isenções excepcionais)
De acordo com o nº2 do artigo 52 da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, compete à
Assembleia Municipal ou de Povoação, mediante proposta do executivo
Autárquico, isentar temporariamente do pagamento do Imposto Pessoal Autárquico
os contribuintes que, devido a calamidades naturais ou outras circunstâncias
excepcionais, não se encontrem em condições de o satisfazer em determinado ano.

Artigo 7
(Certificados de isenção)
1. A pedido dos interessados, o Conselho Municipal ou de Povoação fornece um
certificado de isenção de modelo próprio aos contribuintes isentos, nos termos
dos artigos antecentes.

2. Para a emissão do certificado de isenção, os interessados devem obter


documento comprovativo da situação:
a) No caso da isenção prevista na alínea a) do nº 1 do artigo 5, junto das
autoridades sanitárias competentes para o efeito;
b) No caso de isenção prevista na alínea b) do nº 1 do artigo 5, junto das
entidades que efectuem o pagamento das pensões;
c) No caso das isenções previstas na alínea c) do artigo 5 junto do
respectivo estabelecimento de ensino ou do Ministério da Educação e
Cultura;
d) No caso referido na alínea c) do nº 1 do artigo 5, junto do Ministério de
Negócios Estrangeiros e Cooperação.

3. É dispensada a emissão de certificado de isenção no caso da alínea b) do nº 1 do


artigo 5.

Secção III
Taxas

Artigo 8
(Taxas)
1. As taxas do Imposto Pessoal Autárquico a vigorar anualmente em cada
Autarquia, fixadas na Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, são as seguintes:
a) 4% para as Autarquias de nível A;

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b) 3% para as Autarquias de nível B;


c) 2% para as Autarquias de nível C;
d) 1% para as Autarquias de povoação e vilas de nível D.

2. O valor do Imposto Predial Autárquico é determinado através da aplicação das


taxas indicadas no número anterior, conforme a classificação das Autarquias,
sobre o salário mínimo nacional mais elevado, em vigor em 30 de Junho do ano
anterior.

Artigo 9
(Taxas para pagamento em espécie)
Nos casos em que a Assembleia Municipal deliberar que o pagamento do imposto
possa fazer-se em espécie, a correspondente deliberação, a promover nos prazos e
segundo os critérios enunciados no artigo anterior, deve inidicar as correspondentes
equivalências a observar, com expedição dos produtos cuja entrega possa ser aceite
em quitação da obrigação do imposto.

Artigo 10
(Formas de publicação)
Incumbe ao Conselho Municipal ou de Povoação assegurar adequada publicidade
das taxas aprovadas, nomeadamente com afixação de editais nos locais públicos do
costume e publicações no jornal mais lido na respectiva Autarquia.

Secção IV
Lançamento e cobrança

Artigo 11
(Responsabilidade pelo lançamento do imposto e cadastro dos contribuintes)
1. Compete às autoridades administrativas das Autarquias, proceder ao
lançamento do imposto, que é feito por anos civis, tendo por base o cadastro dos
contribuintes residentes na respectiva circunscrição territorial, organizado com
base na reunião dos verbetes a que se refere o artigo 15.

2. O cadastro a que se refer o número anterior deve ser actualizado pelo Conselho
Municipal ou de Povoação.

Artigo 12
(Prazos de pagamento e designação dos agentes locais de cobrança)
1. A cobrança do imposto é feita em cada Autarquia a partir do dia 2 de Janeiro de
cada ano, pelas taxas fixadas para a área em que for pago, encerrando-se em 31
de Dezembro.

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2. Para efeitos do disposto no número anterior, cabe aos presidentes dos Conselhos
Municipais ou de Povoação designar, em ordem de serviço, os agentes
competentes para efectuar a cobrança de imposto, e os correspondentes locais de
pagamento, no território de cada Autarquia.

Artigo 13
(Criação de postos móveis de cobrança)
1. A fim de facilitar as operações de cobrança do imposto, os Conselhos
Municipais ou de Povoação promovem, sempre que possível, a criação de
postos móveis nas respectivas áreas.

2. A criação de tais postos é determinada em ordem de serviço, do presidente do


Conselho Municipal ou de Povoação, com indicação dos dias e locais de
funcionamento, do que se faz a devida publicidade pelos meios mais eficazes.

Artigo 14
(Formas de participação das comunidades)
1. Cabe aos Conselhos Municipais ou de Povoação promover formas adequadas de
participação da comunidade nas operações de lançamento e cobrança do
imposto, incluindo a celebração de acordos com as entidades empregadoras, nos
casos em que a natureza e a dimensão do centro de trabalho possibilitem ou
recomendem a utilização de mecanismos de retenção na fonte, ou o
estabelecimento de postos móveis de cobrança.

2. No caso dos contribuintes do Imposto Pessoal Autárquico que o sejam


simultaneamente do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares –
Primeira Categoria, a cobrança do imposto é feita por desconto sobre os
respectivos vencimentos ou salários, a processar pela entidade empregadora.

3. Tratando-se de trabalhadores cujo salário é pago pelo Orçamento do Estado, o


desconto é efectuado de conformidade com o estabelecido para o Imposto de
Reconstrução Nacional.

4. Compete às assembleias municipais deliberar sobre as formas de participação


das comunidades na cobrança deste imposto, bem como as regras a observar por
parte das entidades patronais para ocumprimento do disposto no nº 2 deste
artigo.
Artigo 15
(Verbetes de lançamento)
1. No acto do pagamento do imposto, é entregue aos contribuintes que o efectuem
pela primeira vez, para preenchimento, um verbete de modelo próprio, do qual
consta o nome completo do contribuinte e o respectivo domicílio, ocupação e
idade.

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2. Os verbetes, depois de devidamente preenchidos, são numerados e arquivados


pelos serviços que tenham a seu cargo o lançamento do imposto, ficando
organizados alfabeticamente por postos administrativos, localidades ou bairros
de residênica, ou outra forma de organização administrativa do município ou
povoação.

Artigo 16
(Conhecimentos de cobrança)
1. O pagamento do imposto é efectuado contra a entrega ao contribuinte, ou a
quem o representar, de um conhecimento, conforme o modelo aprovado.

2. Os conhecimentos do imposto remisso são de modelo igual ao referido no


número anterior, mas terão impresso ao centro um R, em cor diferente, ou outra
forma de diferenciação, incluindo por via informática.

Artigo 17
(Contribuintes remissos)
Sobre as dívidas do imposto que não forem pagas dentro do respectivo ano, acresce-
se ao valor do imposto determinado pela taxa normal, devida em cada Autarquia,
uma taxa de 2%, a título de juros de mora.

Artigo 18
(Exigência da prova de pagamento no ano anterior)
1. Nenhum contribuinte pode efectuar o pagamento do imposto do ano em curso
sem que se mostre pago o imposto do ano anterior.

2. O imposto de qualquer ano em atraso é sempre cobrado como remisso, nos


termos do artigo anterior, anotando-se o facto no verso do respectivo verbete.

Secção V
Escrituração e entrega das receitas do imposto

Artigo 19
(Designação de um responsável único)
1. Em cada Autarquia é designado um responsável único que actua como
orientador e fiscal das operações de lançamento e cobrança do imposto na
respectiva área territorial e que fica como exactor perante a Fazenda Nacional,
respondendo pelo valor dos conhecimentos que lhe forem fornecidos e pelos
fundos provenientes da colecta do imposto.

2. A designação prevista no número anterior compete exclusivamente ao

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Presidente do respectivo Conselho Municipal ou de Povoação.

3. Nos postos administrativos, localidades e bairros é exactor o funcionário ou


agente para o efeito designado em ordem de serviço do Presidente do Conselho
Municipal ou de Povoação.

Artigo 20
(Contas de responsabilidade dos exactores)
1. Os serviços competentes da Autarquia organizam, sob superintendência directa
do Presidente do respectivo Conselho Municipal ou de Povoação, contas
correntes, de modelo próprio, relativamente a cada um dos exactores
constituídos nos termos do artigo anterior, os quais respondem perante a
Autarquia e perante a Fazenda Nacional, pelo valor dos conhecimentos que lhes
tiverem sido distribuídos, enquanto não os devolverem ou entregaram as
importâncias que representam.

2. Para efeitos do disposto neste artigo, as contas de responsabilidade remetidas


pelos exactores para julgamento documentam o movimento de conhecimentos e
de numerário, em conta corrente referidas a cada um dos locais de cobrança,
durante o período a que respeitar a respectiva gerência.

3. O julgamento das contas abrange a respondabilidade do respectivo exactor


principal, pela receita global do imposto e, solidariamente, a dos responsáveis
por cada um dos locais de cobrança que hajam sido constituídos, limitada ao
valor dos conhecimentos do seu débito.

Artigo 21
(Regras de escrituração)
1. A escrituração do imposto arrecadado em cada um dos locais de cobrança é da
responsabilidade dos respectivos exactores e é feita de harmonia com as
instruções regulamentares em vigor.

2. Os servicos de tesouraria da Autarquia mantêm em dia, relativamente a cada


exactor, as contas correntes a que se refere o artigo anterior, e nelas se
escriturarão:
a) A débito, o valor dos conhecimentos entregues nos termos do nº1 do
artigo 32;
b) A crédito, o montante das receitas entregues e o valor dos conhecimentos
devolvidos, nos termos dos artigos 25 e 26, respectivamente.

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Artigo 22
(Mudanças de exactores)
A mudança de exactor implica necessariamente balanço de conferência e transição
dos conhecimentos e demais valores em cofre, sendo uma cópia do balanço
remetida aos serviços de tesouraria da Autarquia, para confronto com o saldo da
respectiva conta corrente e anotação.

Artigo 23
(Conhecimentos na posse dos exactores)
Para efeitos do disposto nos artigos anteriores, o débito efectuado pelo
fornecimento dos conhecimentos nos termos do nº 1 do artigo 32 tem o valor
numerário à ordem do respectivo exactor.

Artigo 24
(Entrega das receitas arrecadadas)
1. Das receitas do imposto arrecadado em cada um dos locais de cobrança
constituídos nos termos do artigo 13 e seguintes, é feita a entrega centralizada,
diária ou semanal, consoante as circunstâncias, na tesouraria da respectiva
Autarquia, até ao dia 20 do mês seguinte àquele em que a cobrança tiver sido
realizada.

2. A entrega é processada pelo exactor principal, designado nos termos do nº1 do


artigo 19.

3. Os funcionários ou agentes que em cada posto administrativo, localidade ou


bairro tenham a seu cargo as operações de cobrança do imposto, entregam ou
enviam, com a devida segurança, ao exactor principal da respectiva Autarquia, o
produto da cobrança realizada no mês anterior, com antecedência necessária ao
cumprimento do prazo fixado no nº 1.

Artigo 25
(Entrega e destruição dos conhecimentos não utilizados)
1. Até 31 de Dezembro de cada ano, no acto da última entrega das receitas
arrecadadas no respectivo ano, é feita devolução dos conhecimentos de
cobrança não utilizados durante o ano, acompanhados de guia em
quadruplicado de modelo próprio.

2. Os responsáveis de cada posto de cobrança restituem igualmente ao exactor


principal, no acto da última entrega ou da remessa da receita cobrada no mês de
Dezembro, os conhecimentos que tenham sido confiados à sua guarda e não
hajam sido utilizados na cobrança no ano a que respeitarem.

3. Os conhecimentos devolvidos são levandos a crédito dos exactores que os


tinham à sua responsabilidade e destruídos pelo fogo, em acto testemunhado

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pelo Presidente do Conselho Municipal e de Povoação, dentro de trinta dias a


contar da data do reconhecimento, lavrando-se auto de inutilização.

Artigo 26
(Quitação pelos valores recebidos)
1. O responsável dos serviços de Tesouraria em cada Autarquia faz juntar ao
processo de contas da responsabilidade de cada exactor certificado com a
indicação das importâncias representativas dos conhecimentos recebidos e
devolvidos e das receitas por ele entregues no período a que respeitar a prestação
de contas.

2. O certificado previsto neste artigo serve de documento de quitação suficiente,


relativamente às contas de responsabilidade de cada exactor.

Secção VI
Fiscalização
Artigo 27
(Exigência da prova de pagamento do imposto)
1. É obrigatória a prova do pagamento do Imposto Pessoal Autárquico relativo ao
ano anterior ou da sua isenção sempre que quaisquer autoridades o exijam.

2. A prova de pagamento faz-se pela apresentação do respectivo conhecimento de


cobrança e a prova de isenção pela exibição do competente certificado.

3. Em todos os serviços e departamentos do Estado e das Autarquias, com


excepção dos hospitais, escolas e serviços de assistência, deve ser negado
andamento a qualquer pretensão, enquanto o contribuinte não fizer a prova a que
alude o presente artigo.
Artigo 28
(Declarações comprovativas de desobrigação do imposto)
Em face dos verbetes mencionados no artigo 15 e do competente averbamento do
pagamento do imposto, é passada declaração, de modelo próprio, devidamente
assinada e autenticada pela autoridade administrativa competente, comprovativa da
desobrigação do imposto, aos contribuintes que não possam apresentar a prova
referida no artigo anterior.
Secção VII
Reclamações e recursos

Artigo 29
(Restituição do imposto indevidamente pago)
1. O Imposto Pessoal Autárquico indevidamente pago deve ser total ou
parcialmente restituído no prazo de cinco anos que se seguirem ao da cobrança,
oficiosamente ou a pedido dos interessados.

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2. Considera-se indevidamente pago o imposto quando:


a) Tenha sido pago por indivíduos a ele não sujeitos ou deles isentos;
b) Tenha havido duplicação de pagamento ou pagamento por taxa superior à
devida.

3. As importâncias a restituir aos contribuintes são as correspondentes ao valor


indevidamente pago.

4. A restituição motivada por duplicação de pagamento do imposto com dois


conhecimentos de cobrança do mesmo ano efectuar-se pelo mais recente.

Artigo 30
(Instrução e encaminhamento do pedido de restituição)
1. A restituição do imposto indevidamente pago pode ser solicitada, por escrito ou
verbalmente, nos serviços competentes da Autarquia, com apresentação de
certificado de isenção, conhecimentos, declarações, ou qualquer outro
documento que possa comprovar o pagamento indevido.

2. Os serviços pronunciam-se sobre a procedência do pedido e elaboram o


competente parecer, mediante os elementos de prova que reunirem, indicando
as entidades que devam suportar os encargos da restituição, quando for caso
disso.

3. O processo de restituição é da competência do Presidente do Conselho


Municipal ou de Povoação.

4. Os certificados de isenção e o conhecimento cuja importância não seja restituída


são devolvidos ao contribuinte logo que se torne efectiva a decisão proferida
sobre o pedido de restituição.

Artigo 31
(Obrigatoriedade de participação dos pagamentos indevidos)
1. Os funcionários competentes para executar a cobrança do imposto devem
participar os pagamentos indevidos que oficiosamente chegaram ao seu
conhecimento, promovendo a restituição pelas formalidades fixadas no artigo
anterior.

2. A participação interrompe o prazo fixado no nº 1 do artigo 29.

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Secção VIII
Disposições diversas
Artigo 32
(Conhecimento de cobrança)
1. Os conhecimentos de cobrança do imposto são fornecidos às entidades
responsáveis pelas operações de lançamento e cobrança em cadernetas de cem
exemplares, de cores diferentes para cada ano, intercalados com folhas que
constituem, por meio de decalque, duplicado para arquivo, mediante requisição
de modelo próprio.

2. Os conhecimentos de cobrança e os respectivos duplicados são numerados por


série, de 1 a 10.000, correspondendo uma letra ou grupo de letras a cada série,
podendo o número indicado ser reduzido quando se reconhecer que é suficiente,
menor quantidade para a cobrança de determinada taxa.

3. Os duplicados, que se mantêm na caderneta respectiva, servem para descarga do


pagamento do imposto nos verbetes a que se refere o artigo 15 e fiscalização das
cobranças efectuadas.

Artigo 33
(Especial responsabilidade do presidente do Conselho Municipal ou de
Povoação)
1. Cabe especialmente ao Presidente do Conselho Municipal ou de Povoação
assegurar que a produção das cadernetas de conhecimento de cobrança do
imposto tenha lugar em condições de segurança adequadas e em tempo
oportuno de modo a não atrasar as operações de lançamento do imposto a partir
de 2 de Janeiro de cada ano, nos termos previstos no artigo 12.

2. O Presidente do Conselho Municipal ou de Povoação é competente para


expedir, instruções mais detalhadas relativas aos procedimentos a adoptar em
matéria de adjudicação dos trabalhos de confecção dos conhecimentos de
cobrança, seu manuseamento, conservação e guarda em condições que
assegurem necessária transparência e segurança nas operações de lançamento e
cobrança do imposto, de acordo com os procedimentos gerais sobre contratação
de seviços do Estado.

Artigo 34
(Afectação de receitas para remuneração)
É autorizado ao Conselho Municipal ou de povoação a fixar a percentagem do
imposto arrecadado, não podendo a mesma exceder 10% da respectiva colecta,
destinada a remunerar os funcionários ou agentes que participem nas actividades de
lançamento e cobrança do imposto, estabelecendo os respectivos critérios.

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Capítulo III
Imposto Predial Autárquico

Secção I
Incidência

Artigo 35
(Incidência objectiva)
1. De acordo com a Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, o Imposto Predial Autárquico
incide sobre o valor patrimonial dos prédios urbanos situados no território da
respectiva autarquia.

2. O valor patrimonial dos prédios urbanos, a que se refere o número anterior, é o


constante nas matrizes prediais e, na falta destas, o valor declarado pelo
prorpietário, a não ser que se afaste do preço normal do mercado.

3. Constitui prédio urbano, qualquer edifício incorporado no solo com os terrenos


que lhes sirvam de logradouro.

4. Os edifícios ou construções, ainda que móveis por natureza, são considerados


como tendo carácter de permanência quando se acharem assentes no mesmo
local por um período superior a seis meses.

5. Para determinação do preço normal de mercado, os órgãos competentes da


Autarquia devem promover acções de comprovação e fiscalização,
considerando as operações realizadas entre compradores e vendedores
independentes, dos prédios com características semelhantes, tais como
antiguidade, dimensão e localização.

Artigo 36
(Incidência subjectiva)
1. De acordo com a Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, o Imposto Predial Autárquico
incide sobre os titulares do direito de propriedade a 31 de Dezembro do ano
anterior a que o mesmo respeita, presumindo-se como tais as pessoas em nome
de quem os mesmos se encontrem inscritos na matriz predial ou que deles
tenham posse a qualquer título naquela data.

2. Nos casos de co-propriedade ou de mais de um possuidor directo ou indirecto, o


imposto é devido por qualquer um deles sem prejuízo de direito de regresso.

3. No caso de herança indivisa os sucessores são responsáveis pelo pagamento do


imposto incidente sobre os imóveis que pertenciam ao de cujus.

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4. A massa falida é responsável pelo pagamento do imposto incidente sobre os


imóveis de propriedade do falido.

Artigo 37
(Classificação dos prédios sujeitos a impostos)
1. Para efeitos de avaliação e graduação das taxas do imposto, os prédios sujeitos
ao Imposto Predial Autárquico classificam-se em:
a) Habitacionais;
b) Comerciais, industriais ou para o exercício de actividades profissionais
independentes, bem como os destinados a outros fins.

2. Habitacionais, comerciais, industriais ou para o exercício de actividades


profissionais independentes são os edifícios ou construções para tal licenciados
ou, na falta de licença, que tenham como destino normal o exercício das
correspondentes actividades bem como os destinados a outros fins.

Artigo 38
(Início da sujeição)
O Imposto Predial Autárquico aplica-se aos prédios urbanos, conforme definido no
artigo 60 da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, e é devido pelos seus proprietários a
partir:
a) Do ano de conclusão das obras de edificação, se ocorrer até 30 de Junho;
b) Do ano de conclusão de melhoramentos dos edifícios ou de outras
alterações que hajam determinado a variação do valor tributário do prédio,
ou da respectiva classificação, quando qualquer destes factos tenha ocorrido
até 30 de Junho;
c) Do ano seguinte à verificação dos factos descritos nas alíneas anteriores,
quando estes se tenham verificado posteriormente a 30 de Junho;
d) Do ano seguinte ao termo da situação de isenção, quando seja o caso.

Artigo 39
(Data da conclusão dos prédios urbanos)
1. Os prédios urbanos presumem-se concluídos ou modificados na mais antiga das
seguintes datas:
a) De concessão da licença de habitação ou utilização exigível;
b) De apresentação da declaração para inscrição na matriz;
c) De verificação da utilização do prédio, desde que a título não precário;
d) Em que se tenha tornado possível a normal utilização do prédio para os fins a
que se destina.

2. O Presidente do Conselho Municipal ou de Povoação fixa por despacho

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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fundamentado, a data da conclusão ou modificação dos prédios urbanos, nos


casos não previstos no número anterior, a determinar, com base em elementos de
que disponha, designadamente os fornecidos pela fiscalização, pelos serviços
competentes de Autarquia ou resultantes de reclamação do contribuinte.

Secção II
Isenções

Artigo 40
(Isenções)
1. Estão isentos do Imposto Predial Autárquico, nos termos da Lei nº 1/2008, de 16
de Janeiro:
a) O Estado;
b) As associações humanitárias e outras entidades que, sem intuito lucrativo,
prossigam no território da Autarquia actividades de relevante interesse
público, relativamente aos prédios urbanos afectos à realização desses fins;
c) Os Estados estrangeiros, relativamente aos prédios urbanos destinados
exclusivamente à sede da missão diplomática ou do cônsul, quando haja
reciprocidade de tratamento;
d) A própria Autarquia e qualquer dos seus serviços, ainda que personalizados,
relativamente aos prédios que integrem o respectivo património.

2. Os prédios urbanos construídos de novo, na parte destinada à habitação, ficam


isentos por um período de 5 anos a contar da data da licença de habitação, de
conformidade com o nº 3 do artigo 57 da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro.

3. Entende-se por prédios urbanos construídos de novo, os edifícios novos com


licença de habitação em nome do proprietário.

Artigo 41
(Competências para reconhecimento)
1. Compete ao Presidente do Conselho Municipal ou de Povoação o
reconhecimento das isenções previstas nas alíneas b) e c) do artigo anterior,
mediante requerimento dos interessados, devidamente fundamentado.

2. Compete ao Presidente do Conselho Municipal ou de Povoação, conceder a


isenção prevista no nº2 do artigo anterior, a requerimento dos interessados,
juntando para o efeito a licença de habitação.

3. A isenção a conceder nos termos do número anterior não pode ultrapassar os


cinco anos, contados a partir da data da licença de habitação.

4. O reconhecimento das demais isenções previstas no artigo anterior é da


competência do Presidente do Conselho Municipal ou de Povoação.

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Artigo 42
(Cessação da isenção)
As isenções previstas no artigo 40 cessam no próprio ano em que deixem as
circunstâncias que determinaram a respectiva concessão nomeadamente, quando o
prédio ou parte do prédio venha a ser afecto a fins diferentes dos originalmente
previstos.
Secção III
Determinação do valor colectável

Artigo 43
(Valor tributável)
1. A base de tributação dos prédios urbanos sujeitos a Imposto Predial Autárquico
é o respectivo valor patrimonial constante das matrizes prediais e na sua falta o
declarado pelo proprietário nas condições estabelecidas no nº 2 do artigo 35.

2. Para determinação ou correcção do valor patrimonial constante das matrizes


prediais deve ser aprovado um regulamento específico de avaliações.

Secção IV
Taxas

Artigo 44
(Taxa)
1. As taxas do Imposto Predial Autárquico, fixadas na Lei nº 1/2008, de 16 de
Janeiro, que se aplicam ao valor patrimonial determinado nos termos do artigo
43, são as seguintes:
a) 0,4%, quando se trate de prédios destinados à habitação;
b) 0,7%, quando se trate de prédios destinados a actividades de natureza
comercial, industrial ou para exercício de actividades profissionais
independentes, bem como para os destinados a outros fins.

2. Nos casos em que o imóvel esteja destinado a mais de que um fim, o imposto é
calculado na base daquele que tenha a taxa mais gravosa.

Secção V
Liquidação

Artigo 45
(Competência para a liquidação)
O Imposto Predial Autárquico é anualmente liquidade, pelo respectivo Conselho
Municipal ou de Povoação, com base nos valores, constantes das matrizes prediais
em 31 de Dezembro do ano a que a mesma respeita.

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Artigo 46
(Transmissão de prédios em processo judicial)
1. Quando haja lugar a transmissão por venda judicial ou administrativa, de
prédios urbanos, o respectivo Presidente do Conselho Municipal ou de
Povoação, da situação dos mesmos, deve proceder à liquidação do imposto
devido pelo executado e remeter certidão do seu quantitativo, no prazo de dez
dias, a contar da data da solicitação do juiz da execução, com vista à graduação
de créditos.

2. O mesmo se observa, com as necessárias adaptações, em todos os demais casos


de venda ou adjudicação em processo judicial ou administrativo.

3. Na verificação e graduação dos créditos deve atender-se não só ao imposto


constante da certidão a que se refere o nº 1, mas ainda ao que deva ser liquidado
até à data da venda ou adjudicação do prédio.

Artigo 47
(Prédios demolidos ou expropriados)
No caso de demolição ou expropriação de prédios urbanos, o Imposto Predial
Autárquico relativo ao ano em curso é liquidado com referência aos meses
decorridos até ao início da demolição ou até à data da expropriação.

Artigo 48
(Prédios novos)
1. Relativamente aos prédios novos, o imposto liquida-se a partir do mês em que
haja terminado a isenção temporária, caso tenha sido concedida.

2. Cada habitação ou parte de prédio novo susceptível de arrendamento separado é


tomada autonomamente para efeitos de determinação do valor colectável sobre
que haja de incidir a liquidação.

3. Na liquidação do imposto relativo a quaisquer outros prédios cuja isenção tenha


cessado, aplica-se o disposto neste artigo.

Artigo 49
(Prédios omissos na matriz)
Quando a avaliação de prédio omisso se torne definitiva, liquida-se o imposto por
todo o tempo durante o qual a omissão se tenha verficado, com o limite máximo dos
cinco anos civis imediatamente anteriores ao do lançamento.

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Artigo 50
(Modificações e beneficiações)
O valor patrimonial que acrescer em virtude de alteração em prédios já inscritos é
colectado pelo imposto que lhe corresponda, desde o mês em que o aumento se
verifique.

Artigo 51
(Revisão oficiosa da liquidação)
As liquidações são oficiosamente revistas:
a) Quando, por atraso na actualização das matrizes prediais, o imposto
tenha sido liquidado por valor diverso do legalmente devido, ou em
nome de outrem que não o respectivo sujeito passivo;
b) Em resultado de nova avaliação;
c) Quando tenha havido erro de que haja resultado colecta de montante
diferente do legalmente exigido.

Artigo 52
(Caducidade do direito à liquidação)
1. Só podem ser efectuadas ou corrigidas liquidações, ainda que adicionais, nos
cinco anos seguintes àquele a que o imposto respeitar.

2. Do mesmo modo, só pode proceder-se à anulação oficiosa, ainda que parcial, de


uma liquidação se ainda não tiverem decorrido cinco anos contados da data de
pagamento da correspondente colecta.

3. Não há lugar a qualquer liquidação ou anulação sempre que o montante a cobrar


ou a restituir for inferior a 100.00MT.

Artigo 53
(Documentos de cobrança)
1. Os serviços competentes da Autarquia devem proceder à liquidação do Imposto
Predial Autárquico em verbetes de lançamento ou outros elementos
substitutivos, adoptando os procedimentos necessários para que a cobrança se
efectue dentro dos prazos previstos na lei.

2. Nos casos em que são extraídos conhecimentos de cobrança, elabora-se uma


certidão, em duplicado, na qual se menciona o número e o montante das
colectas.

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Secção VI
Cobrança
Artigo 54
(Entrega dos conhecimentos e expedição dos avisos de pagamento)
Os conhecimentos de cobrança serão entregues ao recebedor até ao dia 25 de
Novembro de cada ano, devendo expedir-se durante o mês de Dezembro do mesmo
ano, os avisos para pagamento à boca do cofre.

Artigo 55
(Datas de pagamento)
1. O Imposto Predial Autárquico deve ser pago em duas prestações iguais, com
vencimento em Janeiro e Junho respectivamente, salvaguardando o disposto no
número seguinte.
2. As prestações resultantes não podem ser inferiores a 200,00MT, devendo as
colectas até 400,00MT ser pagas de uma só vez, no mês de Janeiro.
3. Pelo não pagamento do imposto dentro dos prazos fixados são devidos juros de
mora correspondentes à taxa interbancária (Maibor-12 meses) acrescida de 3
pontos percentuais.

Artigo 56
(Transmissão de propriedade, demolições e expropriações)
Verificando-se transmissão contratual da propriedade, e bem assim nos casos de
demolição ou expropriação a que se refere o artigo 47, o Imposto Predial Autárquico
é liquidado para cobrança eventual a efectuar-se de uma só vez, nos seguintes
prazos:
a) Até ao fim do mês posterior ao pagamento da Sisa ou da celebração da
escritura, nas transmissões contratuais de propriedade imobiliária;
b) Nos trinta dias subsequentes àquele em que tiverem início os trabalhos,
tratando-se de demolição;
c) Antes da indemnização ter sido paga, em caso de expropriação.

Artigo 57
(Prédios novos ou omissos, modificações e beneficiações)
As colectas liquidadas nos termos dos artigos 49 e 50 são cobradas aquando do
primeiro lançamento do imposto que se efectuar depois de inscritos na matriz
predial os prédios novos ou omissos ou se nela se averbarem os aumentos de
rendimento.

Artigo 58
(Substituição legal)
1. Se for instaurada execução contra o arrendatário, subarrendatário ou sublocador,
para cobrança do Imposto Predial Autárquico, e este não se mostrar pago no fim

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do prazo da citação, o processo não deve prosseguir sem que ao proprietário seja
dado conhecimento da excecução em curso, podendo ele substituir-se ao
executado no respectivo pagamento.

2. O proprietário que, no caso previsto no número anterior, tiver pago o imposto,


pode exigir, nos termos da Lei Civil, o correspondente valor, acrescido dos juros
de mora, custas e selos, com a primeira renda que posteriormente se vença, ou
requerer que a execução continue contra o devedor.

3. O não pagamento da importância a que se refere o número anterior equivale à


falta de pagamento da renda, sujeitando-se a todas as consequências previstas na
Lei Civil.

Secção VII
Fiscalização
Artigo 59
(Poderes de fiscalização)
O cumprimento das obrigações relativas ao Imposto Predial Autárquico é
assegurado, em geral, pela aplicação das normas constantes da Lei nº 2/2006, de 22
de Março.

Artigo 60
(Entidades públicas)
1. As entidades públicas ou que desempenhem funções públicas que intervenham
em actos relativos à constituição, transmissão, registo ou litígios de direitos
sobre prédios devem exigir a exibição de documento comprovativo da inscrição
do prédio na matriz ou, sendo omisso, de que foi apresentada a declaração para
inscrição.

2. Sempre que o cumprimento do disposto no número anterior se mostre


impossível, faz-se menção expressa do facto e das razões dessa impossibilidade.

Artigo 61
(Entidades fornecedoras de água, energia e telecomunicações)
As entidades fornecedoras de água, energia e telecomunicações não podem efectuar
quaisquer ligações sem que pelo requerente seja entregue uma declaração, em
impresso próprio a ser fornecido pelo Conselho Municipal ou de Povoação, na qual
se identifica o prédio, fracção ou parte, o respectivo proprietário ou usufrutuário, se
declara a situação de inscrição ou omissão do prédio na matriz predial e o título de
ocupação do requerente.

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Secção VIII
Garantias dos contribuintes
Artigo 62
(Reclamação das matrizes)
1. Os sujeitos passivos do Imposto Predial Autárquico, para além das garantias da
legalidade previstas na Lei nº 2/2006, de 22 de Março, sendo titulares de um
interesse directo, pessoal e legítimo, podem consultar ou obter documento
comprovativo dos elementos constantes das inscrições matriciais.

2. As pessoas referidas no número anterior podem ainda, a todo o tempo, reclamar


de incorrecções nas inscrições matriciais.

Secção IX
Sanções

Artigo 63
Os proprietários ou usufrutuários de prédios urbanos que se encontram omissos nas
matrizes por falta de comunicação e apresentação das declarações, para efeitos da
respectiva inscirção, incorrem em multa igual ao dobro do Imposto Predial
Autárquico a liquidar em tais circunstâncias, nos termos do artigo 49 deste Código,
ressalvas as situações de isenção previstas no nº3 do artigo 57, da Lei nº 1/2008, de
16 de Janeiro.

CAPÍTULO IV
Imposto Autárquico de Veículos

Secção I
Incidência

Artigo 64
(Veículos sujeitos a imposto)
1. De acordo com a Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, o Imposto Autárquico de
Veículos incide sobre o uso e fruição dos veículos a seguir mencionados,
matriculados ou registados nos serviços competentes no território
moçambicano, ou independentemente de registo ou matrícula, logo que
decorridos cento e oitenta dias a contar da sua entrada no mesmo território,
venham a circular ou a ser usados em condições normais da sua utilização:
a) Automóveis ligeiros e automóveis pesados de antiguidade menor ou
igual a vinte e cinco anos;
b) Motociclos de passageiros com ou sem carro de antiguidade menor ou
igual a quinze anos;
c) Aeronaves com motor de uso particular;
d) Barcos de recreio com motor de uso particular.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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2. A matrícula ou o registo a que se refere o nº1 é o que, conforme o caso, deve ser
efectuado nos serviços competentes de viação, aviação civil ou de marinha
mercante.

3. Consideram-se potencialmente em uso os veículos automóveis que circulem


pelos seus próprios meios ou estacionem em vias ou recintos públicos e os
barcos de recreio e aeronaves, desde que sejam detentores dos certificados de
navegabilidade devidamente válidos.

4. Os reboques com matrícula própria estão incluídos no grupo dos automóveis


pesados referidos na alínea a) do nº1.

5. O Imposto Autárquico de Veículos substitui, nas Autarquias, o Imposto sobre


Veículos.

Artigo 65
(Anualidade do Imposto)
O Imposto Autárquico de veículos é devido por interio em cada ano civil.

Artigo 66
(Incidência subjectiva)
1. São sujeitos passivos, nos termos da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, os
proprietários dos veículos, quer sejam pessoas singulares ou colectivas, de
direito público ou privado, residentes na respectiva Autarquia, presumindo-se
como tais, até prova em contrário, as pessoas em nome dos quais os mesmos se
encontrem matriculados ou registados.

2. São também equiparados a proprietários e sujeitos a este imposto, os locatários


financeiros e os adquirentes com reserva de propriedade.

Artigo 67
(Critérios para a determinação do imposto)
O Imposto Autárquico de Veículos é determinado na base dos seguintes critérios:
a) Para automóveis ligeiros – o combustível utilizado, a cilindrada do motor, a
potência, a voltagem e a antiguidade;
b) Para automóveis pesados – a capacidade e carga ou lotação de passageiros,
segundo se trate de automóveis pesados de carga ou de passageiros e a
antiguidade;
c) Para motociclos – a cilindrada do motor e a antiguidade;
d) Para aeronaves – o peso máximo autorizado à descolagem;
e) Para barcos de recreio – a propulsão a partir de 25 (HP), a tonelagem de
arqueação bruta e a antiguidade.

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Secção II
Isenções
Artigo 68
(Isenções)
As isenções do Imposto Autárquico de Veículos estebecidas na Lei nº 1/2008, de 16
de Janeiro, são as seguintes:
a) Os veículos a que se refere o nº 1 do artigo 64 deste Código, que sejam
propriedade do Estado e qualquer dos seus serviços, estabelecimentos e
organismos, ainda que personalizados;
b) Os veículos a que se refere o nº 1 do artigo 64 deste Código, que sejam
propriedade das Autarquias e suas associações e/ou federações de
municípios;
c) Os veículos a que se refere o nº 1 do artigo 64 deste Código, que sejam
propriedade dos Estados estrangeiros, quando haja reciprocidade de
tratamento;
d) Os veículos a que se refere o nº 1 do artigo 64 deste Código, pertencentes ao
pessoal das missões diplomáticas e consulares nos termos das respectivas
convenções;
e) Os veículos a que se refere o nº 1 do artigo 64 deste Código, que sejam
propriedade das organizações estrangeiras ou internacionais, nos termos de
acordos celebrados pelo Estado moçambicano.

Artigo 69
(Formalidades)
1. Por cada veículo propriedade das entidades isentas nos termos do artigo anterior,
é concedido um dístico modelo nº 2 ou título de isenção modelo nº 2, conforme
os casos.

2. O disposto no número anterior não é aplicável relativamente aos veículos


pertencentes ao Estado, portadores de chapas apropriados, aprovadas por
diploma legal e aos afectos às forças armadas e militarizadas.

3. Os títulos e dísticos de isenção são solicitados pelas entidades referidas no artigo


anterior, no respectivo Conselho Municipal ou de Povoação, mediante
requisição num modelo apropriado, a apresentar nos prazos estabelecidos no
artigo 71, devendo para o efeito, ser exibido o título de propriedade e o livrete ou
certificado de registo ou matrícula ou veículo pertencetens às mencionadas
entidades.

4. Os títulos de isenção modelo nº 2 são preenchidos e autenticados pelo


Presidente do Município ou de Povoação e devidamente registado no respectivo
livro de modelo apropriado.

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Secção III
Taxas

Artigo 70
(Taxas do imposto)
1. As taxas do Imposto Autárquico de Veículos são as constantes das tabelas do
artigo 68 da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, anexas a este Código.

2. A antiguidade dos automóveis, dos motociclos e dos barcos de recreio é


reportada a 1 de Janeiro do ano a que respeita o imposto e contada por anos civis,
incluindo, quanto aos automóveis e motociclos, o ano da matrícula constante do
respectivo título.

3. Os automóveis que, segundo o livrete e o título de registo, estejam


simultaneamente classificados como automóveis e barcos de recreio ficam
sujeitos às taxas da tabela I ou da Tabela IV conforme as que produzirem maior
imposto.

4. A alteração da cilindrada ou do combustível utilizado pelos automóveis e


motociclos, da potência, da propulsão dos barcos de recreio e, bem assim, do
peso máximo autorizado à descolagem das aeronaves não implica correcção do
imposto já pago respeitante ao ano em que a alteração se verificar.

Secção IV
Cobrança

Artigo 71
(Prazos e condições de cobrança)
1. O Imposto Autárquico de Veículos é pago de Janeiro a Março de cada ano ou
quando começar o uso ou fruição do veículo, se este facto ocorrer
posteriormente nos termos seguintes:
a) Relativamente a automóveis ligeiros e pesados e motociclos – por meio de
guia modelo I, sendo atribuído ao contribuinte o correspodente dístico
modelo I;
b) Relativamente a aeronaves e barcos de recreio – mediante guia modelo I.

2. O prazo de pagamento do imposto devido pelos veículos novos decorre nos


trinta dias seguintes à data da aquisição.

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Artigo 72
(Prova de pagamento e residência)
1. A prova de pagamento do imposto devido pelos atuomóveis ligeiros e pesados e
motociclos é feita através de guias de pagamento a que se refere o artigo 71 e o
correpondente dístico, quando exigida pelas entidades competentes para a
fiscalização.

2. Se a prova de pagamento for exigida por qualquer tribunal ou repartição pública,


somente é admitida prova documental, bastando para o efeito o duplicado da
guia de pagamento.

3. A prova da residência ou sede do sujeito passivo é feita através da exibição do


título de registo de propriedade do veículo na respectiva conservatória, do
bilhete de identidade ou de outro título comprovativo da residência ou sede do
sujeito passivo.

Artigo 73
(Local de pagamento do imposto)
1. O Imposto Autárquico de Veículos é pago nos Conselhos Municipais ou de
Povoação da área da residência ou sede do sujeito passivo.

2. O processamento da guia é solicitado pelo sujeito passivo, devendo para o efeito


ser exibido o título de registo de propriedade do veículo e, no caso das
aeronaves, também o certificado de navegabilidade.

Secção V
Fiscalização

Artigo 74
(Competência para a fiscalização)
O cumprimento das obrigações impostas neste código e relativas ao Imposto
Autárquico de Veículos é fiscalizado, em geral e dentro dos limites da respectiva
competência, por todas as autoridades e, em especial, pelo Conselho Municipal ou
de Povoação, bem como pelos Serviços de Viação, Polícia de Trânsito, Registo de
Automóveis, Administração Marítima e Aviação Civil.

Artigo 75
(Local de afixação ou colocação dos dísticos modelos nºs 1 e 2)
Os dísticos nºs 1 e 2 são afixados com o rosto para o exterior:
a) Nos automóveis ligeiros e pesados – no canto superior do pára-brisas do
lado oposto ao do volante e bem visível do exterior;
b) Nos motociclos - à frente, do lado direito, em lugar visível e preservados da
humidade, devendo, para o efeito, ser utilizados suportes apropriados.

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Artigo 76
(Documentos de que o condutor deve ser portador)
O condutor de veículos sujeitos a imposto, mesmo quando dele isentos, com
excepção daqueles em relação aos quais não se optou por solicitar o reconhecimento
da isenção e dos referidos no nº 2 do artigo 69, é obrigatoriamente portador,
conforme o caso da guia de pagamento do imposto, do título de isenção e/ou, sendo
caso disso, do documento comprovativo da aquisição do veículo, na hipótese
referida no nº 2 do artigo 71, documentos que devem ser exibidos sempre que lhe
sejam solicitados por qualquer das entidades mencionadas no nº 1 do artigo 74.

Artigo 77
(Manutenção dos certificados de navegabilidade)
Os elementos comprovativos do pagamento do imposto ou da sua isenção, a que se
referem os artigos 75 e 76, respeitantes ao ano anterior, devem ser mantidos nas
condições estabelecidas nesta secção até à data do cumprimento das
correspondentes obrigações do próprio ano.

Artigo 78
(Revalidação dos certificados de navegabilidade)
1. Os pedidos de revalidadação dos certificados de navegabilidade de aeronaves ou
de barcos de recreio não podem ter seguimento sem que seja exibido à respectiva
entidade o documento comprovativo do pagamento ou da isenção do imposto
relativo ao ano em que o pedido for apresentado.

2. A apresentação dos documentos referidos no número anterior é averbada no


processo ou registo de revalidação do certificado, devendo o averbamento fazer
referência ao número e data do documento, bem como do Conselho Municipal
ou de Povoação processadora, e ser rubricado pelo funcionário competente que
o restituirá ao apresentante.

Secção VI
Penalidades
Artigo 79
(Graduação das penas)
As trangressões ao Imposto Autárquico de Veículos são punidas nos termos do
artigos seguintes, devendo a gradução das penas, quando a isso houver lugar, fazer-
se de harmonia com a gravidade da culpa, a importância do imposto a pagar e as
demais circunstâncias.

Artigo 80
(Pagamento do imposto fora do prazo e utilização do veículo sem
pagamento)
1. O pagamento do imposto fora do prazo previsto no artigo 71 é punido com

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multa igual ao dobro do imposto, excepto quando o infractor se apresentar


voluntariamente dentro dos trinta dias seguintes a este prazo, caso em que se é
punido com multa igual a metado do imposto.

2. A utilização de qualquer veículo compreendido no artigo 64 sem o pagamento


do imposto, quando devido, é punida com multa igual ao triplo do imposto, por
cujo pagamento é solidariamente responsável o condutor do veículo.

3. Até prova em contrário, presume-se não pago o imposto, quando nos


automóveis e motociclos não se encontrem afixados os dísticos respectivos,
conforme dispõe o artigo 75.

Artigo 81
(Falta de aposição dos dísticos no local obrigatório)
A falta de aposição dos dísticos nos termos do artigo 75, é punida com a multa de
250,00MT.

Artigo 82
(Aposição de dísticos em veículo diferente daquele a que respeita)
A aposição de dísticos em veículo diferente daquele a que respeitam é punida com
multa igual a cinco vezes o imposto em falta correspondente ao veículo, nunca
inferior a 800,00MT, sem prejuízo do procedimento criminal que ao caso couber.

Artigo 83
(Falsificação ou viciação de documentos comprovativos)
A fasificação ou viciação de qualquer dístico, guia de pagamento ou título de
isenção, é punida com multa de 2.500,00MT a 50.000,00MT, sem prejuízo do
procedimento criminal que ao caso couber.

Artigo 84
(Falta de apresentação dos documentos)
1. A falta de apresentação dos documentos referidos no artigo 76, quando o
condutor declare encontrar-se com a situação tributária do veículo devidamente
regularizada, é punida com multa de 250,00MT, desde que os documentos
venham a ser exibidos dentro de 5 dias úteis, a contar da data da autuação,
perante o Conselho Municipal ou de Povoação competente para a instrução do
processo.

2. Na falta de exibição dos documentos dentro do prazo fixado é aplicada a multa


elevada a 500,00MT, sem prejuízo do procedimento contra os respectivos
responsáveis por quaisquer outras infracções eventualmente verificadas.

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Artigo 85
(Outras infrações)
Pelo não cumprimento de qualquer das obrigações previstas neste imposto não
especialmente sancionado nos artigo anteriores, é aplicada multa graduada entre
250,00MT e 1.500,00MT.

Artigo 86
(Inobservância do disposto no artigo 77)
A inobservância do disposto no artigo 77 é punida consoante os casos, nos termos
dos artigos 80 e seguintes.

Artigo 87
(Apreensão do veículo e respectiva documentação)
1. Independentemente das sanções previstas no nº 1 do artigo 80, e os artigos 81 e
82, a falta de pagamento do imposto devido implica a imediata apreensão da
documentação do veículo, sem prejuízo do pagamento de quaisquer outros
impostos respeitantes ao mesmo veículo.

2. No caso de reincidência, na prática da infracção a que se refere o número


anterior, o veículo e a respectiva documentação são apreendidos.

3. A título de reembolso das despesas de remoção e recolha ou parqueamento, é


cobrada, decorridos que sejam quinze dias após a verficação da infracção e por
cada dia, além desse prazo, em que dure a apreensão, a importância
correspondente a 5% do imposto devido, cujo pagamento é efecutado no prazo
de quinze dias a contar da notificação a efectuar para o efeito.

4. Não sendo possível a apreensão imediata do veículo, ou na falta de competência


para efectuar a apreensão, a autoridade ou o funcionário que verificar a
transgressão assim o mencionará no auto de notícia ou na participação a que de
referem os nºs 2 e 3 do artigo 74, devendo o Conselho Municipal ou de Povoação
promover imediatamente, sendo caso disso, as diligências para a apreensão do
veículo, junto da autoridade policial local, tratando-se de automóveis ou
motociclos, e de autoridades de aeronáutica civil e marítima, tratando,
respectivamente de aeronaves e barcos de recreio.

5. O disposto nos números anteriores não é aplicável nos casos de o pagamento do


imposto e da multa ser efectuado nos termos do artigo 90.

6. Para pagamento do imposto e das multas previstas no nº 1 dos artigos 79 e


seguintes e, bem assim, da importância do reembolso a que se refere o nº 2 do
presente artigo, o Estado goza do privilégio mobiliário especial sobre o veículo.

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7. Verificada a apreensão da documentação, nos termos do nº 1, é o auto de


notícia apresentado no Conselho Municipal ou de Povoação devendo o facto
ser imediatamente comunicado aos Serviços de Viação competentes pela
entidade que tiver efectuado a apreensão.

8. Efectuado o pagamento da multa e do imposto, cessam os efeitos da apreensão,


competindo às autoridades que tiverem efectuado a apreensão, proceder à
devolução imediata da documentação, facto que é comunicado aos respectivos
Serviços de Viação.

Artigo 88
(Arguido que não é proprietário do veículo)
Provado, no decorrer do processo de transgressão, que o arguido não é proprietário
de veículo, o procedimento para a cobrança do imposto e da multa, prossegue no
mesmo processo contra o verdadeiro proprietário.

Artigo 89
(Infracção cometida por pessoa colectiva)
1. Sendo infractor uma pessoa colectiva, respondem pelo pagamento da multa,
solidariamente com aquela:
a) Os sócios ou membros de sociedades de responsabilidade ilimitada;
b) Os sócios que controlem, directa ou indirectamente, as decisões de gestão da
sociedade;
c) Os administrados ou gerentes, das sociedades de responsabilidade limitada.

2. A responsabilidade prevista no número anterior só tem lugar quanto às pessoas


nele referidas que tenham praticado ou sancionado os actos a que respeite a
infracção.

3. Após extinção das pessoas colectivas, respondem solidariamente entre si as


restantes pessoas neste artigo mencionadas.

Artigo 90
(Responsabilidade pelas infracções no caso de entidades isentas)
1. Tratando-se de veículos pertencentes a entidades a que a lei reconhece o direito
do imposto, são considerados pessoalmente responsáveis pelas infracções
imputáveis ao proprietário e ainda pela multa eventualmente devida, os
administradores, chefes ou outros dirigentes dos serviços a que os veículos
estejam afectos.

2. Fora dos casos previstos no número anterior, os funcionários públicos que

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211
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deixarem de cumprir alguma das obrigações impostas neste Código incorrem em


responsabilidade disciplinar, se for caso disso, sem prejuízo da responsabilidade
penal prevista noutras leis.

Artigo 91
(Extinção do procedimento para aplicação da multa)
Se o processo de transgressão em que houver também de ser liquidado imposto
estiver parado durante cinco anos, fica extinto o procedimento para aplicação da
multa, prosseguindo, no entanto, para arrecadação do imposto devido.

Artigo 92
(Condições em que a mesma infracção não pode ser objecto de nova
autuação)
1. Levantado o auto de notícia pela verificação de qualquer infracção, é entregue
ao autuado uma nota com a indicação do levantamento do auto e da falta
verificada.

2. Durante o prazo de quinze dias a contar do levantamento do auto não pode a


mesma infracção ser objecto de nova autuação, sempre que seja exibida a nota
referida no número anterior.

Secção VIII
Disposições diversas

Artigo 93
(Extravio, furto ou inutilização de títulos de isenção ou de guias de
pagamento)
Quando se verifique extravio, furto ou inutilização de títulos de isenção ou de guias
de pagamento, a que se referem os artigos 69, 71 e o nº 1 do artigo 72, pode ser
passada, a requerimento do proprietário do veículo, certidão comprovativa da
concessão da isenção ou do pagamento do imposto, a qual se substitui para todos os
efeitos o documento respectivo

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212
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CAPÍTULO V
Imposto Autárquico da Sisa

Secção I
Incidência
Artigo 94
(Incidência real)
1. O Imposto Autárquico da Sisa substitui nas Autarquias a Sisa e de acordo com a
Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, incide sobre as transmissões, a título oneroso,
do direito de propriedade ou de figuras parcelares desse direito, sobre bens
imóveis, considerados para o efeito, os prédios urbanos situados em território
nacional.

2. Ficam compreendidos no nº1 a compra e venda, a dação em cumprimento, a


renda perpétua, a renda vitalícia, a arrematação, a adjudicação por acordo ou
decisão judicial, a constituição de usufruto, uso ou habitação, a enfiteuse, a
servidão ou qualquer outro acto pelo qual se transmita a título oneroso o direito
de propriedade sobre os prédios urbanos.

3. O conceito de transmissão de prédios urbanos referido nos número anteriores


integra ainda:
a) A promessa de aquisição e de alienação de prédios urbanos logo que
verificada a tradição para o promitente adquirente ou quando este esteja a
ususfruir os referidos bens;
b) A promessa de aquisição e alienação de prédios urbanos em que seja
clausulado no contrato que o promitente pode ceder a sua posição contratual
a terceiro, ou consentida posteriormente tal cessão de posição;
c) A cessão de posição contratual pelos promitentes adquirentes de prédios
urbanos seja no exercício de direito conferido por contrato-promessa ou
posteriormente à celebração deste, salvo se o contrato definitivo for
celebrado com terceiro nomeado ou com sociedade em fase de constituição
no momento em que o contrato-promessa é celebrado e que venha a adquirir
o imóvel;
d) A resolução, invalidade ou extinção por mútuo consenso, do contrato de
compra e venda ou permuta de prédios urbanos e a do respectivo contrato-
promessa com tradição, em qualquer das situações em que o vendedor volte
a ficar com o prédio urbano;
e) A aquisição de prédios urbanos por troca ou permuta, por cada um dos
permutantes, pela diferença declarada de valores ou pela diferença entre os
valores patrimoniais tributários consoante a que for maior;
f) O excesso da quota-parte que ao adquirente pertencer, nos prédios urbanos,
em acto de divisão ou partilhas, por meio de arrematação, licitação, acordo,
transacção ou encabeçamento por sorteio, bem como a alienação de herança
ou quinhão hereditário;

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213
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g) A outorga de procuração e o substabelecimento de procuração, que confira


poderes de prédio urbano, em que por renúnca ao direito de revoação ou
cláusula de natureza semelhante, o representado deixe de poder revogar a
procuração;
h) O arrendamento com a cláusula de que os prédios urbanos arrendados se
tornam propriedade do arrendatário depois de satisfeitas todas as rendas
acordadas;
i) O arrendamento ou subarrendamento de prédios urbanos por um período
superior a vinte anos cuja duração seja estabelecida no início do contrato por
acordo expresso dos interessados

4. São também sujeitas ao Imposto Autárquico da Sisa, desigadamente:


a) A transmissão onerosa do direito de propriedade sobre prédios urbanos em
que o adquirente reserve o direito de nomear um terceiro que adquira os
direitos e assuma as obrigações provenientes desse contrato;
b) Os actos da constituição da sociedade em que algum dos sócios entrar para o
capital social com pédios urbanos;
c) As transmissões de prédios urbanos fusão ou cisão de sociedades;
d) A remissão de prédios urbanos nas execuções judiciais e nas fiscais
administrativas.

Artigo 95
(Facto gerador)
1. A incidência do Imposto Autárquico da Sisa regula-se pela legislação em vigor
ao tempo em que se constituir a obrigação tributária.

2. A obrigação tributária constitui-se no momento em que ocorre a transmissão.

3. Nos contratos de troca ou permuta de prédios urbanos presentes por prédios


urbanos futuros, a transmissão ocorre logo que estes últimos estejam concluídos
a não ser que, por força das disposções do presente Código, se tenha de
considerar verificada em data anterior.

Artigo 96
(Incidência subjectiva)
1. São sujeitos passivos do Imposto Autárquico da Sisa, nos termos da Lei nº
1/2008, de 16 de Janeiro, as pessoas singulares ou colectivas, a quem se
transmitem os direitos sobre prédios urbanos, sem prejuízo do disposto nas
alíneas seguintes:
a) Nos contratos para pessoa a nomear, o imposto é devido pelo contraente
originário, sem prejuízo de os prédios urbanos se considerarem novamente
transmitidos para a pessoa nomeada se esta não tiver sido identificada ou
sempre que a transmissão para o contraente originário tenha beneficiado de

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214
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isenção;
b) Nas situações das alíneas b) e c) do nº 3 do artigo 94, o imposto é devido pelo
primeiro promitente adquirente e por cada um dos sucessivos promitentes
adquirentes, não lhes sendo aplicável qualquer isenção ou redução de taxa;
c) Nos contratos de troca ou permuta de prédios urbanos, qualquer que seja o
título por que se opere, o imposto é devido pelo permutante que receber os
bens de maior valor, entendendo-se como de troca ou permuta o contrato em
que as prestações de ambos os permutantes compreendem prédios urbanos,
ainda que futuros;
d) Nos contratos de promessa de troca ou permuta de prédios urbanos, com
tradição, apenas para um dos permutantes, o imposto será desde logo devido
pelo adquirente dos bens, como se de compra e venda se tratasse, sem
prejuízo da reforma da liquidação ou da reversão do sujeito passivo,
conforme o que resultar de contrato definitivo, procedendo-se, em caso de
reversão, à anulação do imposto liquidado ao permutante adquirente;
e) Nas divisões e partilhas, o imposto é devido pelo adquirente dos prédios
urbanos cujo valor exceda o da sua quota nesses bens;
f) Nas situações previstas na alínea g) do nº 3 do artigo 94, o imposto é devido
pelo procurador ou por quem tiver sido substabelecido, não lhe sendo
aplicável qualquer isenção ou redução de taxa.

Secção II
Isenções

Artigo 97
(Isenções)
1. A Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, isenta de Imposto Autárquico da Sisa os actos
de transmissão do direito de propriedade ou figuras parcelares desse direito,
sobre os prédios urbanos a favor:
a) Do Estado;
b) Das Autarquias;
c) Das associações ou federações de municípios quanto aos prédios urbanos
destinados, directa e imediatamente, à realização dos seus fins;
d) Das instituições de segurança social e bem assim as instituições de
previdência social legalmente reconhecidas quanto aos prédios urbanos
destinados, directa e imediatamente, à realização dos seus fins;
e) Das associações de utilidade pública a que se refere a Lei nº 8/91, de 18 de
Julho, devidamente reconhecidas quanto aos prédios urbanos destinados,
directa e imediatamente, à realização dos seus fins estatutários;
f) Dos Estados Estrangeiros pela aquisição de prédios urbanos destinados
exclusivamente à sede da respectiva missão diplomática ou consular ou à
residência do chefe da missão ou do cônsul, desde que haja reciprocidade de
tratamento;

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215
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g) Das associações humanitárias e outras entidades legalmente reconhecidas


que, sem intuito lucrativo, prossigam no território nacional fins de
assistência social, saúde pública, educação, culto, cultura, desporto e
recreação, caridade e beneficiência, relativamente aos prédios urbanos
afectos à realização desses fins;
h) Dos museus, bibliotecas, escolas, institutos e associações de ensino ou
educação, de cultura científica, literária ou artística e de caridade,
assistência ou beneficiência, quanto aos prédios urbanos destinados, directa
ou indirectamente, à realização desses fins;
i) Dos adquirentes de prédios urbanos para habitação social construídos pelo
Fundo para o Fomento de Habitação, criado pelo Decreto nº 24/95, de 6 de
Junho.

2. De acordo com a Lei referida no número anterior ficam ainda isentas deste
imposto:
a) A remissão nas execuções judiciais e nas fiscais administrativas, de prédios
urbanos, quando feitas pelo próprio executado;
b) As transmissões de prédios urbanos por fusão ou cisão de sociedades
comerciais.

Artigo 98
(Reconhecimento das isenções)
1. As isenções previstas nas alíneas a) e b) do nº 1 e alínea a) do nº 2 do artigo 97,
são de reconhecimento automático, competindo à entidade que intervier na
celebração do acto ou do contrato a sua verificação e declaração.

2. As isenções previstas nas alíneas c) e i) do nº 1 e alínea b) do nº 2 do artigo 97,


são reconhecidas pela administração autárquica, a requerimento dos sujeitos
passivos que o devem apresentar antes do acto ou contrato que originou a
transmissão, junto dos serviços competentes para a decisão, mas sempre antes
da liquidação que seria de efectuar.

3. O pedido a que se refere o número anterior deve conter a identificação e


descrição dos prédios urbanos, bem como o fim a que se destinam, e ser
acompanhado dos documentos para demonstrar os pressupostos da isenção,
designadamente:
a) No caso a que se referem as alíneas c), d), e), g), h) e i) do nº 1 do artigo 97, de
documento comprovativo da qualidade do adquirente, de certidão ou cópia
autenticada da deliberação sobre a aquisição onerosa dos prédios urbanos e
do destino dos mesmos;
b) No caso a que se refere a alínea f) do nº 1 do artigo 97, de documento emitido
pelo organismo competente do Ministério dos Negócios Estrangeiros
comprovativo do destino dos prédios urbanos;

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216
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c) No caso a que se refere a alínea b) do nº 2 do artigo 97, comprovativo da


fusão ou cisão das sociedades comerciais.

4. Sempre que se julgar necessário, para além dos documentos referidos no


número anterior, a administração autárquica pode solicitar aos interessados
outra documentação.

Secção III
Determinação da matéria colectável
Artigo 99
(Valor tributável)
1. Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes, constitui valor tributável para
efeitos do Imposto Autárquico da Sisa o montante declarado da transmissão ou
do valor patrimonial do prédio urbano, consoante o valor mais elevado, a não ser
que este se afaste do preço normal de mercado.

2. Para determinação do preço normal de mercado, o Presidente do Conselho


Municipal ou de Povoação da situação dos prédios urbanos deve promover as
acções de comprovação e fiscalização, considerando as operações realizadas
entre os compradores e vendedores independentes, de prédios com
características semelhantes, tais com antiguidade, dimensões e localização.

3. A correcção efectuada ao abrigo dos número anteriores é automática e não


implica a comprovação da existência de transgressão ou crime fiscal, sendo
notificada ao sujeito passivo, podendo este reclamar ou impugnar
contenciosamente o valor fixado, nos termos admitidos pela lei fiscal.

Artigo 100
(Regras especiais)
1. O disposto no artigo anterior entende-se, porém, sem prejuízo das seguintes
regras:
a) Quando qualquer dos co-proprietários ou quinhoeiros alienar o seu direito, o
imposto é liquidado pela parte do valor patrimonial tributário que lhe
corresponder ou pelo valor constante do acto ou do contrato, consoante o que
for maior;
b) Nas permutas de prédios urbanos, toma-se para base da liquidação a
diferença declarada de valores, quando superior à diferença entre os valores
patrimoniais tributários;
c) Nas transmissões por meio de dação em cumprimento, o imposto é calculado
sobre o valor patrimonial tributário, ou sobre a importância da dívida que for
paga com os prédios urbanos transmitidos, se for superior;
d) Quando a transmissão se efectuar por meio de renúncia ou cedência, o

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217
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imposto é calculado sobre o valor patrimonial tributário dos respectivos


prédios urbanos, ou sobre o valor constante do acto ou do contrato, se for
superior;
e) Se a propriedade for transmitida separadamnete do usufruto, uso ou
habitação, o imposto é calculado sobre o valor da nua-propriedade, ou sobre
o valor constante do acto ou do contrato, se for superior;
f) Quando se constituir usufruto, uso ou habitação, bem como quando se
renunciair a qualquer desses direitos ou o usufruto for transmitido
separadamente da propriedade, o imposto é liquidado pelo valor actual do
usufruto, uso ou habitação, ou pelo valor constante do acto ou do contrato, se
for superior;
g) Nos arrendamentos e nas sublocações a longo prazo, o imposto incide sobre
o valor de 20 vezes a renda anual, quando seja igual ou superior ao valor
patrimonial tributário do respectivo prédio, e incide sobre a diferença entre o
valor patrimonial que os bens tinham na data do arrendamento e o da data da
aquisição ou sobre o valor declarado se for superior, caso o arrendatário
venha a adquirir o prédio;
h) Nas partilhas judiciais ou extrajudiciais, o valor do excesso de prédios
urbanos sobre a quota-parte do adquirente, nos termos da alínea f) do nº 4 do
artigo 94, é calculado em face do valor patrimonial tributário desses bens
adicionado do valor atribuído aos prédios urbanos não sujeitos à inscrição
matricial ou, caso seja superior, em face do valor que tiver servido de base à
partilha;
i) Quando a transmissão se operar por meio de tornas havidas nas partilhas,
quer judiciais, quer extrajudiciais, ainda que as mesmas tornas nasçam de
igualação das partilhas, conforme os artigo 2142º e 2145ª do Código Civil,
será liquidada a contribuição de registo a título oneroso sobre a importância
das tornas, quando a partilha se componha toda de bens imobiliários e
mobiliários, sobre a parte em que as tornas excederam os valores dos bens
mobiliários;
j) Nos actos previsto na alínea b) do nº 4 do artigo 94, o valor dos prédios
urbanos é o valor patrimonial tributário ou aquele por que os mesmos
entrarem para o activo das sociedades, consoante o que for maior;
k) Na fusão ou na cisão de sociedades a que se refere a alínea e) do nº 4 do artigo
94, o imposto incide sobre o valor patrimonial tributário de todos os prédios
urbanos das socidedades fundidas ou cindidas que se transfiram para o
activo das sociedades que resultarem da fusão ou cisão, ou sobre o valor por
que esses ben entrarem para o activo das sociedades, se for superior;
l) O valor dos prédios urbanos adquiridos pelo locatário, através de contrato de
compra e venda, no termo da vigência do contrato de locação financeira e nas
condições nele estabelecidas, será o valor residual determinado ou
determinável, nos termos do respectivo contrato;
m) O valor dos prédios urbanos adquiridos ao Estado ou às Autarquias, bem
como o dos adquiridos mediante arrematação judicial ou administrativa, é o

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218
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preço constante do acto ou do contrato;


n) O valor dos prédios urbanos expropriados por utilidade pública é o montante
da indemnização, salvo se esta for estabelecida por acordo ou transacção,
caso em que se aplica o disposto no artigo anterior;
o) Nas situações previstas nas alíneas b) e c) do nº 4 do artigo 94, o imposto
incide apenas sobre a parte do preço paga pelo promitente adquirente ao
promitente alienante ou pelo cessionário ao cedente;
p) Quando a transmissão se efectuar por meio de constituição de enfiteuse, o
imposto é calculado sobre o valor do prédio nestas condições, não podendo
este valor ser inferior ao produto de vinte anuidades, adicionado com as
entradas, havendo-as.

2. Para efeitos dos números anteriores, considera-se, designadamente, valor


constante do acto ou do contrato, isolada ou cumulativamente:
a) A importância em dinheiro paga a título de preço pelo adquirente;
b) O valor actual das rendas vitalícias;
c) O valor das rendas perpétuas;
d) A importância de rendas que o adquirente tiver pago adiantadamente,
enquanto arrendatário, e que não sejam abatidas ao preço;
e) A importância das rendas acordadas, no caso da alínea h) do nº 4 do artigo
94;
f) Em geral, quaisquer encargos a que o comprador ficar legal ou
contratualmente obrigado.

Artigo 101
(Valor representado em moeda estrangeira)
1. Sempre que os elementos necessários à determinação do valor tributável sejam
expressos em moeda diferente da moeda nacional, as taxas de câmbio a utilizar
são as taxas médias de venda, publicadas pelo Banco de Moçambique, na data
da constituição da obrigação tributária.

2. Não existindo câmbio na data referida no número anterior aplicar-se-á o da


última cotação anterior, publicada a essa data.

Secção IV
Taxas
Artigo 102
(Taxas)
A taxa do Imposto Autárquico da Sisa estabelecida no artigo 64 da Lei nº 1/2008, de
16 de Janeiro, é de 2% e incide sobre o valor patrimonial determinado nos termos da
secção anteior.

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Artigo 103
(Aplicação temporal das taxas)
O imposto é liquidado pelas taxas em vigor ao tempo da transmissão dos prédios
urbanos.

Secção V
Liquidação
Artigo 104
(Iniciativa da liquidação)
1. Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a liquidação do Imposto
Autárquico da Sisa é de iniciativa dos sujeitos passivos, para cujo efeito devem
apresentar uma declaração de modelo oficial, devidamente preenchida.

2. A liquidação é promovida oficiosamente pelos serviços competentes da


Autarquia nos casos previstos nos nºs 3 e 4 do artigo 106 e sempre que os
sujeitos passivos não tomem a iniciativa de o fazer dentro dos prazos legais, bem
como quando houver lugar a qualquer liquidação adicional, sem prejuízo dos
juros compensatórios a que haja lugar e da penalidade que ao caso couber.

Artigo 105
(Conteúdo da declaração)
1. A declaração a que se faz referência no nº 1 do artigo 104 deve conter, entre
outros os seguintes elementos:
a) A identificação do sujeito passivo;
b) A identificação do imóvel e o valor da transmissão;
c) A forma de transmissão, juntando cópia do respectivo documento nos casos
previstos nas alíneas b) e c) do nº 4 do artigo 94;
d) Os demais esclarecimentos indispensáveis à liquidação do imposto.

2. Nos contratos de permuta de prédios urbanos presentes por prédios urbanos


futuros em que estes já se encontrem determinados com base em projecto de
construção aprovado, deve o sujeito passivo juntar à declaração referida no
artigo anterior cópia da planta de arquitectura devidamente autenticada.

3. Quando se tratar de alienação de herança ou de quinhões hereditários, devem


declarar-se todos os prédios urbanos e indicar-se a quota-parte que o alienante
tem na herança.

4. Em caso de transmissão parcial de prédios urbanos inscritos em matrizes


prediais, devem declarar-se as parcelas compreendidas na respectiva fracção do
prédio.

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Artigo 106
(Competência para a liquidação)
1. O Imposto Autárquico da Sisa é liquidado pelos serviços competentes do
Conselho Municipal ou de Povoação, com base na declaração do sujeito passivo
ou oficiosamente, considerando-se, para todos os efeitos legais, o acto tributário
praticado no serviço de finanças da área da situação dos prédios urbanos.

2. Para efeitos de liquidação do Imposto Autárquico da Sisa, a declaração referida


no nº 1 do artigo 105 deve ser apresentada nos serviços competentes do
Conselho Municipal ou de Povoação onde se encontram situados os prédios
urbanos.

3. Nas alienações de herança ou de quinhão hereditário, bem como no caso de


transmissões por partilha judicial ou extrajudicial, a liquidação do Imposto
Autárquico da Sisa é sempre promovida pelo serviço competente da
administração tributária, no processo de liquidação e cobrança do Imposto
sobre Sucessões e Doações.

4. Sempre que o sujeito passivo não promova a liquidação do Imposto Autárquico


de Sisa nos prazos legais, a liquidação do imposto é promovida pelos serviços
do Conselho Municipal ou de Povoação onde estiverem situados os pédios
urbanos, e se estes ficarem situados na área de mais de um serviço, por aquele a
que pertencerem os de maior valor.

Artigo 107
(Momento da liquidação)
1. A liquidação do Imposto Autárquico da Sisa precede o acto ou facto da
transmissão dos prédios urbanos, ainda que a mesma esteja subordinada a
condição suspensiva, haja reserva de propriedade, bem como nos casos de
contrato para pessoa a nomear.

2. Sem prejuízo do disposto no número seguinte, nas transmissões previstas nas


alíneas a), b), c) e g) do nº 3 e a alínea a) do nº 4 do artigo 94, o imposto é
liquidado, antes da:
a) Celebração do contrato-promessa;
b) Cessão da posição contratual;
c) Outorga notarial da procuração, ou antes de ser lavrado o
instrumento de subestabelecimento;
d) Celebração do contrato para pessoa a nomear.

3. Sempre que o contrato definitivo seja celebrado com um dos contraentes


previstos nas alíneas a), b), c) e g) do nº 3 e a alínea a) do nº 4 do artigo 94, que já

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tenha pago parte ou a totalidade do imposto, só há lugar à liquidação adicional


quando o valor que competir à transmissão definitiva for superior ao que serviu
de base à liquidação anterior.

4. No caso de prédios urbanos futuros, a que se refere o nº 3 do artigo 95, o imposto


é liquidado e pago no prazo de 30 dias a contar da data da celebração do contrato.

5. Não se realizando dentro de dois anos o acto ou o facto translativo por que se
pagou a Sisa, fica sem efeito a liquidação.

Artigo 108
(Liquidação com base em documentos oficiais)
Nas transmissões operadas por divisão, partilha, arrematação, venda judicial ou
administrativa, adjudicação, transacção ou conciliação, servem de base à liquidação
os correspondentes instrumentos legais.

Artigo 109
(Direito de preferência)
1. Se, por exercício judicial de direito de preferência, houver substituição de
adquirentes, só se liquida imposto ao preferente se o que lhe competir for
diverso do liquidado ao preferido, arrecadando-se ou anulando-se a diferença.

2. Se o preferente beneficiar de isenção, procede-se à anulação do imposto


liquidado ao preferido, e aos correspondentes averbamentos.

Artigo 110
(Contratos para pessoas a nomear)
1. Nos contratos para pessoa a nomear, o contraente originário, seu representante
ou gestor de negócios pode apresentar no serviço competente do Conselho
Municipal ou de Povoação que procedeu à liquidação do imposto, para os
efeitos previstos na alínea a) do nº 4 do artigo 94, até cinco dias após a
celebração do contrato, declaração, por escrito, contendo todos os elementos
necessários para a completa identificação do terceiro para quem contratou,
ainda que se trate de pessoa colectiva em constituição, desde que seja indicada a
sua denominação social ou designação e o nome dos respectivos fundadores ou
organizadores.

2. Uma vez feita a declaração, antes ou depois da celebração do contrato, não é


possível identificar pessoa diferente.

3. Se vier a ser nomeada a pessoa identificada na declaração, averba-se a sua


identidade na declaração para efeitos de liquidação do Imposto Autárquico da

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Sisa e procede-se à anulação desta se a pessoa nomeada beneficiar de isenção.

Artigo 111
(Alienação de quinhão hereditário)
1. Nas alienações de quinhão hereditário, quando não se conheça a quota do co-
herdeiro alienante, o Imposto Autárquico da Sisa é calculada sobre o valor
constante do contrato em relação aos prédios urbanos, devendo proceder-se à
correcção da liquidação logo que se determine a quota-parte dos prédios
urbanos respeitantes ao co-herdeiro.

2. A partilha não pode efectuar-se sem que, sendo caso disso, a liquidação esteja
corrigida.

Artigo 112
(Transmissão de fracção de prédio)
Se se transmitir parte de prédio ou fracção, o imposto é liquidado sobre o valor
constante do acto ou do contrato, procedendo-se seguidamente, sempre que for
necessário para se apurar o valor correspondente à parte transmitida, à
discriminação do valor patrimonial tributário de todo o prédio, segundo o critério
do preço normal de mercado, corrigindo-se a liquidação, sendo caso disso.

Artigo 113
(Mudança nos possuidores de prédios urbanos)
1. Sempre que ocorra mudança nos possuidores de prédios urbanos sem que tenha
sido pago o respectivo Imposto Autárquico da Sisa, são notificados os novos
possuidores para apresentarem, dentro de 30 dias, os títulos da sua posse.

2. Concluindo-se desses títulos que se operou a transmissão de prédios urbanos a


título oneroso, o Conselho Municipal ou de Povoação liquida imediatamente o
imposto.

3. Se os novos possuidores não apresentarem os títulos da sua posse, presume-se,


salvo prova em contrário, que os referidos prédios urbanos foram adquiridos a
título gratuito, liquidando-se o correspodente Imposto sobre Sucessões e
Doações, pelos serviços competentes da administração tributária.

Artigo 114
(Liquidação adicional)
1. O serviço competente do Conselho Municipal ou de Povoação, deve proceder a
liquidação adicional quando:

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a) Para além do previsto no artigo 99 deste Código, se verifique a omissão dos


prédios sujeitos à tributação, bem como no caso de ter sido praticados ou
celebrados actos ou contratos com o objectivo de diminuir a dívida de
imposto ou obter outras vantagens indevidas;
b) Se verificar que nas liquidações se cometeram erros de facto ou de direito, de
que resultou prejuízo para o Estado.

2. Não há lugar à liquidação adicional se tiverem decorridos cinco anos contados a


partir da data da liquidação a corrigir.

3. A liquidação adicional deve ser notificada ao sujeito passivo nos termos


previstos na lei, a fim de efectuar o pagamento e, sendo caso disso, poder utilizar
os meios de defesa aí previstos.

Artigo 115
(Limites mínimos)
Não se efectua qualquer liquidação ainda que adicional quando dela resulte
importância inferior a 100,00MT por cada documento de cobrança a processar.

Secção VI
Pagamento
Artigo 116
(Prazos para pagamento)
1. O Imposto Autárquico da Sisa deve ser pago no próprio dia da liquidação ou no
1º dia útil seguinte, sob pena de esta ficar sem efeito, sem prejuízo do disposto
nos números seguintes.

2. Se a transmissão se operar por acto ou contrato celebrado no estrangeiro, o


pagamento do imposto deve efectuar-se no prazo de 90 dias posteriores a
realização do acto.

3. Se os prédios urbanos se transmitirem por arrematação e venda judicial ou


administrativa, adjudicação, transacção e conciliaçãoo, o imposto será pago
dentro de 30 dias contados da assinatura do respectivo auto ou da sentença que
homologar a transacção.

4. O imposto deve ser pago no prazo de 30 dias a contar da notificação nos casos
previstos no artigo 114 e do trânsito em julgado da sentença no caso do artigo
109.

5. Nas partilhas judiciais e extrajudiciais, o imposto deve ser pago nos 30 dias
posteriores à notificação.

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6. Se o Imposto Autárquico da Sisa for liquidado conjuntamente com o Imposto


sobre Sucessões e Doações, o seu pagamento deve ser feito no prazo de
pagamento deste imposto.

7. No caso de prédios urbanos futuros, a que se refere o nº 3 do artigo 95, o imposto


deve ser pago no prazo de 30 dias a contar ada data da celebração do contrato.

Artigo 117
(Local de pagamento)
1. O Imposto Autárquico da Sisa é pago no Conselho Municipal ou de Povoação,
mediante documento de cobrança de modelo oficial.

2. A prova do pagamento do Imposto Autárquico da Sisa é feita mediante a


apresentação da declaração referida no artigo 105, acompanhada do
comprovativo da cobrança.

Artigo 118
(Consequências do não pagamento)
1. Se o imposto não for pago antes do acto ou facto translativo, ou a sua liquidação
não for pedida, devendo-o ser, dentro dos prazos fixados para o pagamento no
artigo 116, o Conselho Municipal ou de Povoação deve promover a sua
liquidação oficiosa e notificar o sujeito passivo para pagar no prazo de 30 dias,
sem prejuízo dos juros compensatórios e da sanção que ao caso couber.

2. Sendo a liquidação requerida pelo sujeito passivo depois do acto ou facto


translativo ou de decorridos os prazos previstos no artigo 116, o imposto deve
ser pago no próprio dia, sem prejuízo dos juros compensatórios e da sanção que
ao caso couber.

3. Quando o imposto, depois de liquidado, não for pago até ao termo dos prazos a
que se referem os nºs 1 e 2, começam a contar-se juros de mora e é extraída pelos
serviços competentes a certidão de dívida para cobrança coerciva.

Artigo 119
(Juros compensatórios)
1. Sempre que, por facto imputável ao sujeito passivo, for retardada a liquidação ou
o pagamento de parte ou da totalidade do imposto devido, acrescem ao montante
do imposto juros à taxa de juro interbancária (MAIBOR), acrescida de dois
pontos percentuais, em vigor na data de liquidação.

2. Os juros compensatórios contam-se dia a dia desde o termo do prazo para a


apresentação da declaração até ao suprimento, correcção ou detecção da falta
que motivou o retardamento da liquidação.

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225
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3. Entende-se haver retardamento da liquidação sempre que a declaração de


liquidação seja apresentada fora do prazo estabelecido sem que o imposto
devido se encontre totalmente pago no prazo legal.

4. Quando o atraso na liquidação decorrer de erros de cálculos praticados no


quadro de liquidação do imposto na declaração, os juros compensatórios
devidos em consequência dos mesmos não podem contar-se por período
superior a cento e oitenta dias.

Secção VII
Fiscalização
Artigo 120
(Entidades fiscalizadoras)
1. O cumprimento das obrigações previstas neste capítulo é fiscalizado pelos
serviços competentes da administração autárquica.

2. Os serviços competentes referidos no número anterior devem verificar os


documenos que, nos termos deste capítulo ou de outras disposições legais, lhes
forem enviados por quaisquer entidades, promovendo as liquidações ou
reforma das mesmas a que houver lugar, incluindo as motivadas por
reconhecimento indevido de isenções ou quaisquer benefícios fiscais, sem
prejuízo da responsabilidade que for de imputar ao autor do acto.

Artigo 121
(Dever de cooperação dos tribunais)
1. A entrega de prédios urbanos a preferentes em processos judiciais que correm os
seus trâmites nos tribunais é precedida do pagamento do respectivo Imposto
Autárquico da Sisa.

2. Por solicitação do Conselho Municipal ou de Povoação os secretários judiciais e


os secretários técnicos de justiça remetem uma participação, em duplicado, dos
termos ou documentos de transacção, das liquidações e partilhas de
estabelecimentos comerciais ou industriais ou de sociedades, partilhas e
divisões de coisa comum de que façam parte prédios urbanos, bem como das
sentenças que reconheçam direitos de preferência, que tenham sido concluídos
ou lavrados no mês anterior e pelos quais se operaram ou venham a operar
transmissões sujeitas a Imposto Autárquico da Sisa.

Artigo 122
(Dever de cooperação dos notários e de outras entidades)
1. Quando for devido Imposto Autárquico da Sisa, os notários e outros
funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais não podem
lavrar as escrituras, quaisquer outros instrumentos notariais ou documentos
particulares que operem transmissões de prédios urbanos, nem proceder ao

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226
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reconhecimento de assinaturas nos contratos previstos nas alíneas b) e c) do nº 3


do artigo 94, sem que lhe seja apresentada a declaração referida no artigo 105
acompanhada do correspondente comprovativo da cobrança, que arquivam,
disso fazendo menção no documento a que respeitam, sempre que a liquidação
deva preceder a transmissão.

2. Caso se alegue extravio, os referidos documentos podem ser substituídos,


conforme os casos, por certidão ou fotocópia autenticada, passada pelos
serviços emitentes dos documentos originais.

3. Havendo lugar à isenção automática ou dependente de reconhecimento prévio,


as entidades referidas no nº1 devem verificar e averbar a isenção ou exigir o
documento comprovativo desse reconhecimento, que arquivarão.

4. Os notários devem enviar mensalmente ao Conselho Municipal ou de Povoação,


sempre que possível em suporte informático, os seguintes elementos:
a) Uma relação dos actos ou contratos sujeitos ao Imposto Autárquico da Sisa,
ou deles isentos, exarados nos livros de notas no mês antecedente, contendo,
relativamente a cada um desses actos, o número, data e importância dos
documentos de cobrança ou os motivos de isenção, nomes dos contratantes,
artigos matriciais e respectiva localização, ou menção dos prédios omissos;
b) Cópia das procurações que confiram poderes de alineação de prédios
urbanos em que por renúnca ao direito de revogação ou cláusula de natureza
semelhante o representado deixe de poder revogar a procuração, bem como
dos respectivos subestabelecimentos, referentes ao mês anterior;
c) Cópia das escrituras de divisões de coisa comum e de partilhas de que façam
parte prédios urbanos.

Artigo 123
(Actos relativos a prédios urbanos sujeitos a registo)
Nenhum facto, acto ou negócio jurídico relativo a prédios urbanos sujeitos a registo
pode ser definitivamente registado sem que se mostre pago o Imposto Autárquico da
Sisa que for devida.

Artigo 124
(Dever de cooperação dos serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros)
1. Os serviços competentes do Ministério dos Negócios Estrangeiros não devem
legalizar nenhum documento comprovativo de transmissão de prédios situados
em Moçambique, operada no estrangeiro, sem que lhe seja apresentado o
documento de cobrança do Imposto Autárquico da Sisa, quando devido,
devendo averbar-se no mencionado documento, o número, a data e a tesouraria
onde o pagamento foi efecutado.

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2. Os serviços referidos no número anterior devem remeter ao Conselho


Municipal ou de Povoação, em Janeiro e Julho de cada ano, uma relação referente
aos actos ou contratos celebrados no estrangeiro e legalizados no semestre anterior.

3. A relação referida no número anterior deve indicar o tipo de acto ou contrato, a


data da legalização, ao Conselho Municipal ou de Povoação em que o Imposto
Autárquico da Sisa foi liquidado, o número, data e importância do respectivo
documento de cobrança, nomes dos outorgantes, artigos matriciais, ou menção
dos prédios omissos.

Artigo 125
(Não atendimento de documentos ou títulos respeitantes a transmissões)
Salvo disposição em contrário, não podem ser atendidos em juízo, nem perante
qualquer autoridade administrativa nacional, autárquica ou local, nomeadamente,
repartições públicas e pessoas colectivas de utilidade pública, os documentos ou
títulos respeitantes a transmissões pelas quais se devesse ter pago o Imposto
Autárquico da Sisa, sem a prova de que o pagamento foi feito ou de que dele estão
isentas.

Artigo 126
(Entregas de prédios urbanos por parte dos testamenteiros e cabeças-de-
casal)
Os testamenteiros e cabeças-de-casal não devem fazer entrega de quaisquer legados
ou quinhões de heranças constituídos por prédios urbanos sem que o Imposto
Autárquico da Sisa tenha sido pago pelo contribuinte ou contribuintes, ficando
solidariamente responsáveis com eles se o fizerem.

Secção VIII
Garantia dos contribuintes
Artigo 127
(Lei aplicável)
Às garantias dos contribuintes aplica-se a Lei nº 2/2006, de 22 de Março.

Artigo 128
(Revisão oficiosa da liquidação)
1. O acto de liquidação é objecto de revisão pela entidade que o praticou, por
iniciativa sua ou por ordem do superior hierárquico, com fundamento no errado
apuramento da situação tributária do sujeito passivo se a revisão for a favor da
Autarquia, esta só pode ocorrer com base em novos elementos não considerados
na liquidação.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

228
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2. Se a revisão for a favor do sujeito passivo, esta tem como fundamento erro
imputável aos serviços.

3. Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, a revisão a que se referem os


números anteriores pode ter lugar dentro do prazo de caducidade.

4. O vício de erro imputável aos serviços compreende os erros materiais e formais


incluindo os aritméticos, e exclui as formalidades e procedimentos
estabelecidos nesta lei e noutra legislação tributária, nomeadamente, a
audiência do sujeito passivo e a fundamentação dos actos.

5. O regime previsto neste artigo aplica-se às liquidações efectuadas pelos sujeitos


passivos.

Artigo 129
(Legitimidade para reclamar ou impugnar)
1. Os sujeitos passivos e as pessoas solidárias ou solidariamente responsáveis pelo
pagamento do imposto podem reclamar contra a respectiva liquidação, ou
impugná-la, com os fundamentos e nos termos estabelecidos na lei.

2. Quando se invocar, como prova de um dos fundamentos alegados, documento


ou sentença superveniente, os prazos contam-se desde a data em que se tornar
possível obter o documento ou do trânsito em julgado da sentença.

Artigo 130
(Anulação por acto ou facto que não se realizou)
1. A anulação da liquidação de imposto pago por acto ou facto translativo que não
chegou a concretizar-se pode ser pedida até ao limite de um ano após o termo do
prazo de validade previsto no nº 5 do artigo 107, em processo de reclamação ou
impugnação judicial.

2. Quando tiver havido tradição dos prédios urbanos para o reclamante ou


impugnante ou este os tiver usufruído, o imposto será anulado em importância
equivalente ao produto da sua oitava parte pelo número de anos completos que
faltarem para oito, de acordo com a data em que o mesmo abandonou a posse.

Artigo 131
(Anulação proporcional)
1. Se antes de decorridos oito anos a transmissão, vier a verificar-se a condição
resolutiva ou se der a resolução do contrato, pode obter-se, por meio de
reclamação ou de impugnação judicial, a anulação proporcional do Imposto
Autárquico da Sisa.

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229
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2. Os prazos para deduzir a reclamação ou a impugnação com tais


fundamentos contam-se a partir da ocorrência do facto.

3. O imposto é anulado em importância equivalente ao produto da sua oitava parte


pelo número de anos completos que faltarem para oito.

Artigo 132
(Reembolso do imposto)
1. Anulada a liquidação, quer oficiosamente, quer por decisão da entidade
administrativa ou do tribunal competente, com trânsito em julgado, efectua-se o
respectivo reembolso.

2. Não há lugar à anulação sempre que o montante de imposto a anular seja inferior
a 100,00MT.

3. São devidos juros indemnizatórios, nos termos da Lei nº 2/2006, de 22 de


Março.
Secção IX
Disposições diversas

Artigo 133
(Direito de preferência de organismos públicos)
1. Se, por indicação inexacta do preço, ou simulação deste, o imposto tiver sido
liquidado por valor inferior ao devido, o Estado, as Autarquias e demais pessoas
colectivas de direito público, representados pelo Ministério Público, poderão
preferir na venda, desde que assim o requeiram perante os tribunais comuns e
provem que o valor por que o Imposto Autárquico de Sisa deve ter sido
liquidado excede em 30% o valor sobre que incidiu.

2. A acção deve ser proposta em nome do organismo que primeiro se dirigir ao


agente do Ministério Público junto do tribunal competente, e dentro do prazo de
seis meses a contar da data do acto ou contrato, quando a liquidação do imposto
tiver precedido a transmissão, ou da data da liquidação, no caso contrário.

3. O Ministério Público deve requisitar ao serviço de finanças que liquidou o


imposto os elementos de que ela já disponha ou possa obter para comprovar os
facto alegados pelo autor.

4. Os prédios urbanos são entregues ao preferente mediante depóstio do preço


inexactamente indicado ou simulado e do imposto liquidado ao preferido.

5. Com vista a permitir o exercício do direito de preferência das Autarquias


previsto no presente artigo, os notários devem remeter ao Conselho Municipal

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230
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ou de Povoação área do imóvel, até ao dia 15 de cada mês, cópias das escrituras
lavradas no mês anterior.

CAPÍTULO VI
Contribuição de Melhoria

Artigo 134
(Incidência)
1. De acordo com a Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, é devida Contribuição de
Melhoria a título de contribuição especial nos seguintes termos:
a) Pela execução de obras públicas de que resulte valorização imobiliária,
tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado; e
b) Sempre que o imóvel, situado na zona de influência da obra, for beneficiado
por quaisquer das seguintes obras públicas, realizadas pela Autarquia por
administração directa ou indirecta:
i. Abertura, alargamento, iluminação, arborização de praças e vias
públicas;
ii. Construção e ampliação de parques e jardins;
iii.Obras de embelezamento em geral.

2. Nos termos do nº 2 do artigo 69 da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, não incide


Contribuição de Melhoria na realização das seguintes obras públicas:
a) Pavimentação de vias e logradouros públicos executadas pela Autarquia e
que directamente valorizem os imóveis em causa ou adjacentes;
b) Reparação e recapeamento de pavimento;
c) Alteração de traçado geométrico de vias e logradouros públicos; e
d) Colocação de guias e sarjetas.

Artigo 135
(Facto gerador)
O facto gerador da Contribuição de Melhoria ocorre no momento de início de
utilização da obra pública para os fins a que se destinou.

Artigo 136
(Incidência subjectiva)
Nos termos da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, o proprietário ou o possuidor a
qualquer título do imóvel beneficiado pela obra nos termos do artigo anterior é
sujeito passivo da Contribuição de Melhoria.

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231
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Artigo 137
(Isenções)
1. Nos termos da Lei nº 1/2008, de16 de Janeiro, estão isentos da Contribuição da
Melhoria:
a) O Estado;
b) A própria Autarquia e as associações ou federações de municípios ou
povoações, quando exerçam actividades cujo objecto não vise a obtenção
de lucro, relativamente aos prédios que integrem o seu património;
c) As associações humanitárias e outras entidades que, sem intuito lucrativo,
prossigam no território da Autarquia actividades de relevante interesse
público, relativamente aos prédios urbanos destinados, directa e
imediatamente, à realização dos seus fins;
d) Os Estados Estrangeiros, relativamente aos prédios adquiridos para as
instalações diplomáticas ou consulares, quando haja reciprocidade de
tratamento.

2. Para o reconhecimento das isenções acima descritas devem ser estabelecidos os


devidos procedimentos pelo Presidente do Conselho Municipal ou de
Povoação.

Artigo 138
(Requisitos)
1. As obras públicas a que se refere a alínea b) do artigo 134 são da iniciativa da
Autarquia, podendo, também, ser determinadas por iniciativa de pelo menos
dois terços dos proprietários ou possuidores a qualquer título do imóvel situado
na zona de influência da obra a realizar.

2. Nos casos em que a obra seja da iniciativa da Autarquia, o plano das obras deve
ter o acordo prévio de pelo menos dois terços dos proprietários ou possuidores, a
qualquer título, do imóvel a ser beneficiado pela obra.

3. Aprovado o plano de obras pela Assembleia Municipal ou de Povoação, e antes


do lançamento do tributo, a Autarquia deverá publicar um edital com os
seguintes elementos:
a) Descrição da finalidade da obra;
b) Memorial descritivo do projecto;
c) Orçamento do custo da obra;
d) Delimitação da área beneficiada e relação dos imóveis nela
compreendidos;
e) Critério de cálculo da Contribuição de Melhoria.

4. A Contribuição de Melhoria deve ser calculada tendo em conta a despesa


realizada com a obra, que será repartida entre os imóveis beneficiados.

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5. Os interessados podem, querendo, no prazo de 30 dias a contar da data da


fixação do edital, se este não estiver em conformidade com o acordado,
impugnar, cabendo a estes o ónus de prova.

6. Tendo em conta o valor, deve estipular-se a possibilidade de pagamento em


prestações, sendo o máximo de doze prestações.

7. Ocorrendo atraso no pagamento de três prestações, todo o débito é considerado


vencido e o crédito tributário é cobrado de forma coerciva.

8. O contribuinte que pagar a Contribuição de Melhoria de uma só vez goza de um


desconto de 15% sobre o valor total da quota-parte devida.

9. Os procedimentos de lançamento e cobrança da Contribuição de Melhoria são


aprovados em regulamento específico a ser aprovado pelo Conselho Municipal
ou de Povoação da respectiva Autarquia.

CAPÍTULO VII
Outras receitas tributárias

Artigo 139
(Taxas por licenças concedidas e por actividade económica)
1. Nos termos da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, as Autarquias podem cobrar
taxas por:
a) Realização de infra-estruturas e equipamentos simples;
b) Concessão de licenças de loteamento, de execução de obras particulares, de
ocupação da via pública por motivo de obras e de utilização de edifícios;
c) Uso e aproveitamento do solo da Autarquia;
d) Ocupação e aproveitamento do domínio público sob administração da
Autarquia e apoveitamento dos bens de utilização pública;
e) Prestação de serviços ao público;
f) Ocupação e utilização de locais reservados nos mercados e feiras;
g) Autorização da venda ambulante nas vias e recintos públicos;
h) Aferição e conferição de pesos, medidas e aparelhos de medição;
i) Estacionamento de veículos em parques ou outros locais a esse fim
destinados;
j) Autorização para o emprego de meios de publicidade destinados à
propaganda social;
k) Utilização de quaisquer instalações destinadas ao conforto, comodidade ou
recreio público;
l) Realização de enterros, concessão de terrenos e uso de jazigos, ossários e de
outras instalações em cemitérios mantidos pela Autarquia;
m) Licenciamento sanitário de instalações;

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233
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n) Qualquer outra licença da competência das Autarquias cuja tramitação não


esteja isenta por lei;
o) Registos determinados por lei;
p) Comércio por vendedores ambulantes nas ruas ou outros lugares públicos;
q) Comércio em feiras e mercados sem lugar marcado;
r) Quaisquer outras actividades de natureza artesanal ou de prestação de
serviços quando exercidos sem estabelecimento ou em regime de indústria
doméstica;
s) Taxa por actividade económica incluindo o exercício de actividades
turísticas.

2. Estão igualmente abrangidas pelo disposto no número anterior outras


imposições constantes dos actuais códigos de posturas.

3. Compete à Asssembleia Municipal fixar, mediante propostas do Presidente do


Conselho Municipal ou de Povoação, os valores das taxas a que se referem os
números anteriores.

4. Os procedimentos de cobrança das taxas previstas neste artigo são


estabelecidos pelo Conselho Municipal ou de Povoação da respectiva
Autarquia.

Artigo 140
(Tarifas e taxas pela prestação de serviços)
1. Nos termos da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, as Autarquias podem aplicar
tarifas ou taxas de prestação de serviços nos casos em que tenham sob sua
administração directa a prestação de determinado serviço público e,
nomeadamente, nos seguintes casos:
a) Abastecimento de água e energia eléctrica;
b) Recolha, depósito e tratamento de lixo, bem como a ligação, conservação e
tratamento de esgotos;
c) Transportes urbanos colectivos de pessoas e mercadorias;
d) Utilização de matadouros;
e) Manutenção de jardins e mercados;
f) Manutenção de vias.

2. Cabe à Assembleia Autárquica afixação das tarifas a que se refere o número


anterior e, sempre que possível, na base da recuperação de custos.

3. Os procedimento de cobrança das tarifas e taxas previstas neste artigo serão


estebelecidos pelo Conselho Municipal ou de Povoação da respectiva
Autarquia.

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Tabela de Taxas do Imposto Municipal de veículos a que se Refere o Artigo


70 do Presente Código

Automóveis Ligeiros
Combustível utilizado Movidos a Imposto Anual segundo a antiguidade
electricidade
Gasolina Outros 1º escalão 2º escalão 3º escalão
Grupos Cilindrada Produtos Voltagem total até 6 anos mais de 6 mais de 12
(centímetros (cilindrada) anos até 12 anos até 25
cúbicos) anos anos
A Até 1000 Até 1.500 Até 100 200 MT 100MT 50MT
Mais de 1000 Mais de
B até 1300 1.500 até Mais de 100 400M T 200MT 100MT
2.000
Mais de 1300 Mais de
C até 1750 2000 até -------- 600M T 300MT 150MT
3000
Mais de 1750 Mais de
D até 2600 3000 ---------- 1.600MT 800MT 400MT
Mais de 2600
E até 3500 ---------- ---------- 2.400MT 1.200MT 600MT

F Mais de 3500 --------- ---------- 4.400MT 2.200MT 1.100MT

Automóveis Pesados de Carga


Capacidade de Imposto Anual Segundo a Antiguidade
Grupos ca rga em Kg 1º Escalão 2º Escalão 3º Escalão
Até 6 anos Mais de 6 até 12 anos Ma is de 12 até 25 anos
G Até 5000 180MT 120MT 60MT
Mais de 5000
H até 10000 360MT 240MT 120MT
Mais de 10000
I até 16000 1080MT 720MT 360MT

J Mais de 16000 2160MT 1440MT 720MT

Automóveis Pesados de Passageiros


Lotação de Imposto Anua l Segundo a Antiguidade
Grupos passa geiros Lugares 1º Escalão 2º Escalão 3º Escalão
Até 6 anos Mais de 6 até 12 anos Ma is de 12 até 25 anos
K De 10 a 25 180MT 120MT 60MT

L De 26 a 40 360MT 240MT 120MT

M De 41 a 70 1080MT 720MT 360MT

N Ma is de 70 2160MT 1440MT 720MT

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235
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Motociclos

Cilindrada Imposto Anual Segundo a Antiguidade do Motociclo


Grupos (centímetros 1º Escalão 2º Escalão 3º Escalão
cúbicos) Até 5 anos Mais de 5 até 10 anos Ma is de 10 até 15 anos
A Até 50 50MT ------ ------
Mais de 50 até
B 100 75MT 37,50MT -------
Mais de 100 até
C 500 150MT 75MT 37,50MT

D Mais de 500 500MT 250MT 125MT

Aeronaves
Grupos Peso Máximo Autorizado a Desc olagem (Kg) Imposto A nual

A Até 600 800 MT


B Mais de 600 até 1000 2.400 MT
C Ma is de 1000 até 1400 6.400 MT
D Ma is de 1400 até 1800 11.200 MT
E Ma is de 1800 até 2500 17.600 MT
F Ma is de 2500 até 4200 32.000 MT
G Ma is de 4200 até 5700 64.000 MT
H Mais de 5700 160.000 MT

Barcos de Recreio
Imposto Anual Segundo a Antiguidade do Barco
Barcos de recreio 1º Escalão 2º Escalão
Indica dores Até 15 anos Mais de 15 anos
Tonelagem Por cada Por cada 10 Por cada Por cada 10
de arqueação Potência de tonelada ou HP ou tonelagem HP ou fracção
Grupos bruta propulsão fr acçã o de fr acçã o da ou fracção da potência
(toneladas) (HP) arqueação potência de arqueação total da
bruta total da bruta propulsão
propulsão
A Até 2 Mais de 25 180 MT 100 MT 120 MT 80 MT
Mais de 2 Até 50 230,40 MT 112 MT 147,60 MT 93,60 MT
B até 5 Mais de 50 255,60 MT 123 MT 160,80 MT 93,60 MT
Mais de 5 Até 100 282,60 MT 123 MT 172,80 MT 93,60 MT
C até 10 Mais de 100 333 MT 149 MT 187,20 MT 106,40 MT
Mais de 10 Até 100 345,60 MT 149 MT 199,20 MT 106,40 MT
D até 20 Mais de 100 410,40 MT 174 MT 225,60 MT 118,40 MT
Mais de 20 Até 100 421,20 MT 174 MT 225,60 MT 118,40 MT
E até 50 Mais de 100 484,20 MT 186 MT 252 MT 131,20 MT
Mais de 50 Até 100 498,60 MT 186 MT 265,20 MT 131,20 MT
F Mais de 100 561,60 MT 235 MT 292,80 MT 158,40 MT

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

236
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DECRETO Nº 45/2003, DE 17 DE DEZEMBRO, QUE REGULA A


MOBILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS ENTRE A ADMINISTRAÇÃO DO
ESTADO E AS AUTARQUIAS LOCAIS

Boletim da República, Iª série nº 51,


de 17 de Dezembro de 2003.

DECRETO Nº 45/2003,
de 17 de Dezembro

Havendo necessidade de regular a mobilidade dos funcionários entre a


Administração do Estado e das autarquias locais e entre estas, bem como de
clarificar a situação da relação de trabalho dos funcionários do Estado em actividade
nas autarquias locais, ao abrigo do disposto no nº1 do artigo 152 da Constituição da
República, o Conselho de Ministros decreta:

Artigo 1
(Quadros de pessoal)
1. As autarquias locais dispõem de quadro de pessoal próprio organizado de
acordo com as respectivas necessidades permanentes.

2. As autarquias locais aprovam os seus quadros de pessoal nos termos legais e


garantem a necessária e a adequada formação profissional dos seus
funcionários.

3. Os funcionários e agentes da Administração Autárquica regem-se pelo Estatuto


Geral dos Funcionários do Estado.

Artigo 2
(Formas de mobilidade)
As formas de mobilidade dos funcionários entre a Administração do Estado e as
autarquias locais ou entre estas, são a transferência, o destacamento e a permuta.

Artigo 3
(Pressupostos de mobilidade)
1. As autarquias locais poderão solicitar à Administração do Estado os recursos
humanos disponíveis para o seu funcionamento por pedido, devidamente
fundamentado, a ser enviado ao dirigente do respectivo sector, e dele devendo
constar:
a) O perfil ocupacional do funcionário que se pretende;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

238
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b) A actividade que vai exercer;


c) A confirmação do cabimento orçamental.

2. A mobilidade referida no número anterior deve ser antecedida da concordância


do funcionário em questão.

3. A transferência dos funcionários, por iniciativa do Estado ou da autarquia local,


referida no artigo anterior é possível desde que se verifiquem os seguintes
pressupostos:
a) O acordo entre a autarquia local, o organismo do Estado e o funcionário;
b) A vaga no quadro de pessoal da autarquia local;
c) O cabimento orçamental.

4. É permitida a transferência ou permuta de funcionários, por interesse próprio,


entre as autarquias locais ou entre estas e a administração do Estado,
condicionada à prévia concordância do dirigente do órgão onde a transferência
ou permuta é requerida e à existência de vaga e disponibilidade orçamental.

Artigo 4
(Transferência de competências)
A mobilidade de funcionários do Estado para as autarquias locais pode também
resultar da transferência de competências previstas nos termos do artigo 25 da Lei nº
2/97, de 18 de Fevereiro.

Artigo 5
(Integração)
Consideram-se integrados na Administração da respectiva autarquia local, com
efeitos a partir de 31 de Maio de 1997, os funcionários e agentes do Estado em
actividade nas autarquias locais.

Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 18 de Novembro de 2003.

Publique-se.

O Primeiro-Ministro, Pascoal Manuel Mocumbi.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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240
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RESOLUÇÃO Nº 08/2003, DE 24 DE DEZEMBRO, DO CONSELHO


NACIONAL DA FUNÇÃO PÚBLICA QUE APROVA A METODOLOGIA
PARA ELABORAÇÃO DOS QUADROS DE PESSOAL DAS AUTARQUIAS
LOCAIS

Boletim da República nº 52, 2º Suplemento,


de 24 de Dezembro de 2003.

RESOLUÇÃO Nº 08 /2003,
de 24 de Dezembro

Havendo necessidade de se dar cumprimento ao disposto no nº 1 do artigo 18 da


Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro, que estabelece que as autarquias locais dispõem
de quadro de pessoal próprio;

Sob proposta do Ministério da Administração Estatal, ao abrigo do disposto na


alínea b) do nº1 do artigo 3 do Regulamento aprovado pelo Decreto nº 5/2000, de
28 de Maio, o Conselho Nacional da Função Pública determina:

Único – É aprovada a metodologia para elaboração dos quadros de pessoal das


autarquias locais, que consta em anexo à presente Resolução e dela faz parte
integrante.

Maputo, aos 3 de Dezembro de 2003.

O Presidente do Conselho Nacional da Função Pública, José António da


Conceição Chichava (Ministro da Administração Estatal).

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

241
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METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DOS QUADROS DE PESSOAL


DAS AUTARQUIAS LOCAIS

CAPÍTULO I

COMPOSIÇÃO DOS QUADROS DE PESSOAL DAS AUTARQUIAS


LOCAIS

1. O quadro de pessoal das autarquias locais é composto pelos seguintes quadros:

de funções de direcção e chefia e de confiança, discriminado e quantificado


de acordo com as necessidades dos diversos sectores;

de carreiras profissionais de regime geral, discriminado e quantificado por


carreira, também de acordo com as necessidades sectoriais;

de carreiras de regime especial diferenciadas, quantificados os lugares


correspondentes a cada uma das categorias da respectiva carreira,
igualmente de acordo com as necessidades sectoriais.

2. Nos quadros de pessoal apenas devem constar as carreiras, categorias e funções


aprovadas pelo Conselho Nacional da Função Pública.

3. As propostas de aprovação das carreiras, categorias e funções referidas no


número anterior devem ser acompanhadas dos respectivos qualificadores
profissionais.

CAPÍTULO II
PROCEDIMENTOS DE ELABORAÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL

1. Para efeitos de aprovação e ratificação do quadro de pessoal, nos termos da


alínea h) do nº3 do artigo 45 da Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro, e alínea d) do
artigo 6 da Lei nº 7/97, de 31 de Maio, respectivamente, a proposta do quadro de
pessoal ou sua alteração será devidamente fundamentada e indicado o
respectivo encargo financeiro.

2. A elaboração da proposta é precedida dos seguintes procedimentos:

a) levantamento das necessidades de recursos humanos por sector de


actividade do Conselho Municipal;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

242
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b) análise e sistematização das necessidades de recursos humanos, pela


unidade orgânica de Recursos Humanos do Conselho Municipal em
coordenação com o vereador da área.

3. A proposta do quadro de pessoal é submetida a apreciação do Presidente do


Conselho Municipal e do Conselho Municipal, acompanhada dos seguintes
documentos:

a) Mapa discriminativo dos lugares criados, dotados, não dotados,


providos e vagos, de acordo com o anexo I à presente metodologia;
b) Mapa de impacto orçamental que deve ser apresentado tendo em conta a
perspectiva do preenchimento dos lugares do quadro, de acordo com o
anexo II;
c) Estatuto orgânico do Conselho Municipal.

4. Após apreciação favorável Conselho Municipal e despacho do Presidente do


Conselho Municipal o expediente referido no número anterior é remetido para
aprovação da Assembleia Municipal.

5. Para efeitos de ratificação pelo órgão de tutela administrativa o expediente é


remetido, à Direcção Nacional do Desenvolvimento Autárquico, acompanhado
da Resolução da Assembleia Municipal que aprova o quadro de pessoal,
conforme modelo Anexo III.

6. Após parecer da Comissão Interministerial criada pela Resolução do Conselho


Nacional da Função Pública nº 5/93, de 16 de Junho, para analisar as propostas
de criação e alteração de quadros de pessoal, o quadro de pessoal é submetido à
ratificação do órgão de tutela administrativa e enviado ao Conselho Municipal
que providenciará a sua publicação no Boletim da República.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Mapa Demonstrativo da situação do Quadro de Pessoal


ANEXO I

DESIGNAÇÃO Lugares
Funções de Direcção, Chefia e Providos Vagos
Confiança e Carreiras Criados Dotados
N/dotados Dotados
Funções
Administrador de Distrito Municipal 5
Chefe de Departamento Municipal 3
Chefe de Posto Administrativo 2
Municipal
Chefe de Segurança Municipal 1
Chefe de Gabinete 1
Chefe de Sector Municipal 3
Chefe de Secção 3
Chefe de Secretaria Municipal 1
Secretária Particular 1
Subtotal 20
Carreiras
Regime Geral
Técnico Superior N1 2
Técnico Superior de Administração 2
Pública N1
Técnico Superior N2 3
Técnico Profissional 4
Técnico Profissional de Administração 3
Pública
Técnico 4
Assistente técnico 5
Auxiliar Administrativo 10
Operário 20
Agente de serviço 15
Auxiliar 50
Subtotal 118
Específicas
Obras Públicas
Técnico Superior de Obras Públicas N1 2
Técnico Profissional de Obras Públicas 4
Assistente Técnico de Obras públicas 4
Auxiliar de Obras Públicas 8
Subtotal 18
Acção Ambiental
Técnico planificador físico 1
Assistente de ambiente 1
Assistente planificador físico 1

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

244
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Subtotal 3
Polícia municipal
Polícia municipal 15
Subtotal 15
Especial não diferenciada
Informática
Programador 1
Operador de sistemas 2
Subtotal 3

Total geral 174

ANEXO II

Ano de ----- Ano de ---- Ano de ----


Funções/ Nº de Nº de Encargo Encargo
Cate- lugares lugares anual Nº Encargo Nº Encargo Nº Encargo anual
gorias criados provi- lugares anual lugares a anual lugares anual final
dos a prover prover a prover

Totais

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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ANEXO III
CONSELHO MUNICIPAL DE
QUADRO DE PESSOAL

Designação
Funções de Direcção, Chefia e Confiança Lugares
Administrador de Distrito Municipal 5
Chefe de Departamento Municipal 3
Chefe de Posto Administrativo Municipal 2
Chefe de Segurança Municipal 1
Chefe de Gabinete 1
Chefe de Sector Municipal 3
Chefe de Secção 3
Chefe de Secretaria Municipal 1
Secretária Particular 1
Subtotal 20
Carreiras de Regime Geral
Técnico Superior N1 2
Técnico Superior de administração pública N1 2
Técnico Superior N2 3
Técnico Profissional 4
Técnico Profissional administração pública 3
Técnico 4
Assistente técnico 5
Auxiliar Administrativo 10
Operário 20
Agente de serviço 15
Auxiliar 50
Subtotal 118
Específicas
Obras Públicas
Técnico Superior de obras públicas N1 2
Técnico Profissional de obras públicas 4
Assistente Técnico de obras públicas 4
Auxiliar de obras públicas 8
Subtotal 18
Acção Ambiental
Técnico planificador físico 1
Assistente de ambiente 1
Assistente planificador físico 1
Subtotal 3
Polícia municipal
Polícia municipal 15
Subtotal 15

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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DECRETO Nº 65/2003, DE 31 DE DEZEMBRO, QUE DESIGNA O


REPRESENTANTE DA ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO NAS
CIRCUNSCRIÇÕES TERRITORIAIS CUJA ÁREA DE JURISDIÇÃO
COINCIDE TOTAL OU PARCIALMENTE COM A DA AUTARQUIA
LOCAL.

Boletim da República nº 53, Suplemento,


de 31/12/2003

DECRETO Nº 65 /2003,
de 31 de Dezembro

Mostrando-se necessário designar o representante do Estado nas circunscrições


territoriais cuja área de jurisdição coincide total ou parcialmente com a da autarquia
local, em conformidade com o nº 1 do artigo 8 da Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro, e
ao abrigo do nº 1 do artigo 152 da Constituição da República, o Conselho de
Ministros decreta:

Artigo 1
Para os municípios cuja área de jurisdição coincida com a da cidade capital
provincial é designado representante da Administração do Estado, o administrador
distrital especificamente nomeado para esse efeito.

A redacção deste artigo foi alterada pelo Decreto nº 52/2006, de 26 de Dezembro.

Artigo 2
Para os municípios cuja área de jurisdição coincida com a da sede de distrito, é
designado representante da Administração do Estado o Administrador do
respectivo distrito.

Artigo 3
Para as autarquias cuja área de jurisdição coincida com a sede de Posto
Administrativo é designado representante da Administração do Estado o respectivo
Chefe do respectivo Posto Administrativo.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

248
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Artigo 4
O representante da Administração do Estado na área de jurisdição do município da
cidade capital do País, Maputo é designado por diploma próprio.

Artigo 5
Compete ao representante da Administração do Estado na cidade de Maputo:

a) representar, na cidade de Maputo, a autoridade central da administração do


Estado;

b) dirigir os serviços da administração do Estado na Cidade de Maputo;

c) dirigir a preparação, execução e controlo do Programa do Governo, do Plano


Económico e Social e do Orçamento do Estado na cidade de Maputo;

d) orientar a elaboração das propostas do Plano e Orçamento do Estado da cidade


de Maputo e do respectivo balanço de execução;

e) apresentar relatórios periódicos ao Presidente da República sobre a governação


e vida sócio-económica e cultural da cidade de Maputo;

f) decidir sobre questões de gestão de recursos humanos pertencentes ao quadro


de pessoal dos serviços da Administração do Estado da cidade de Maputo;

g) orientar e acompanhar a concepção e implementação de actividades dos agentes


de cooperação internacional na cidade de Maputo;

h) tomar providências e dirigir instruções adequadas ao Comandante da Polícia da


República de Moçambique da cidade de Maputo, no âmbito da preservação da
ordem e segurança públicas;

i) criar unidades de prestação de serviços de saúde primários, bem como escolas


primárias de ensino geral;

j) determinar medidas preventivas ou de socorro, em casos de eminência ou


ocorrência de acidente grave ou calamidade, mobilizando e instruindo os
serviços de defesa civil públicos ou privados, em particular militares e
paramilitares;

k) praticar actos administrativos e tomar decisões indispensáveis, sempre que


circunstâncias excepcionais urgentes de interesse público o exijam, devendo
solicitar, logo que seja possível, a ratificação pelo órgão normalmente
competente;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

249
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l) despachar com os directores de cidade e com outros quadros de direcção e


chefia que, no âmbito da estrutura integrada, verticalmente hierarquizada, se
subordine directamente ao representante do Estado;

m) exercer outras competências atribuídas por lei.

Artigo 6
Os actos administrativos dos representantes da Administração do Estado, quando
executórios, tomam a forma de despacho, quando instruções genéricas tomam a
forma de circular, são comunicados especificamente aos interessados e publicados.

Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 19 de Dezembro de 2003.

Publique-se
O Primeiro-Ministro, Pascoal Manuel Mocumbi.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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DIPLOMA MINISTERIAL Nº 80/2004, DE 14 DE MAIO, QUE REGULA A


ARTICULAÇÃO DOS ÓRGÃOS DAS AUTARQUIAS LOCAIS COM AS
AUTORIDADES COMUNITÁRIAS

Boletim da República, Iª série nº 19, Suplemento,


de 14 de Maio, de 2004.

Diploma Ministerial nº 80/2004,


de 14 de Maio

Havendo necessidade de regular a articulação dos órgãos das autarquias locais com
as autoridades comunitárias, ao abrigo do artigo 28 da Lei nº 2/97, de 18 de
Fevereiro, o Ministro da Administração Estatal determina:

Artigo 1. É aprovado o Regulamento de Articulação dos Órgãos das Autarquias


Locais com as Autoridades Comunitárias que é anexo e faz parte integrante do
presente diploma.

Artigo 2. As dúvidas e omissões suscitadas na aplicação deste regulamento serão


resolvidas pelo Ministro da Administração Estatal.

Maputo, 12 de Maio de 2004. – O Ministro da Administração Estatal, José António


da Conceição Chichava.

Regulamento da Articulação dos Órgãos das Autarquias Locais com as


Autoridades Comunitárias

Capítulo I
Disposições gerais

Artigo 1
(Definições)
Para efeitos do presente regulamento entende-se por:
1. Autoridade comunitária: as pessoas que exercem uma certa forma de
autoridade sobre uma determinada comunidade ou grupo social, tais como,
chefes tradicionais, secretários de bairro ou aldeia e outros líderes
legitimados como tais pela respectiva comunidade ou grupo social:
a) Chefes tradicionais: as pessoas que assumem e exercem a chefia de
acordo com as regras tradicionais da respectiva comunidade;
b) Os secretários de bairro ou aldeia: as pessoas que assumem a
chefia por escolha feita pela população do bairro ou aldeia a que
pertençam;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

252
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c) Outros líderes legitimados: as pessoas que exercem algum papel


económico, social, religioso ou cultural aceite pelo grupo social a
que pertençam.

2. Reconhecimento da Autarquia Local: acto formal através do qual o


competente representante da autarquia local identifica e regista o líder
comunitário já legitimado;

3. Órgãos das autarquias locais: os órgãos autárquicos responsáveis pela


realização de tarefas e programas económicos, sociais e culturais de
interesse local na respectiva área de jurisdição, sob tutela administrativa do
Estado;

4. Autoridades administrativas: os presidentes de conselho ou outros titulares


de cargos de direcção ou chefia na administração da autarquia local;

5. Comunidades locais: os conjuntos de população e pessoas colectivas


compreendidas numa determinada unidade de organização do território, da
autarquia local;

6. Conselho local: órgão de consulta das autoridades das autarquias locais, na


busca de soluções para questões fundamentais que afectem a vida das
populações, o seu bem-estar e o desenvolvimento sustentável, integrado e
harmonioso das condições de vida da comunidade local, no qual participam
também, as autoridades comunitárias.

Artigo 2
(Objecto)
O presente regulamento estabelece as formas de articulação entre os órgãos das
autarquias locais com as autoridades comunitárias, tendo em vista a mobilização e
organização da participação das comunidades locais, na concepção e
implementação de programas e planos económicos, sociais e culturais, em prol do
desenvolvimento local.
Artigo 3
(Princípio da legalidade)
A mobilização e organização da participação das comunidades locais observam a
Constituição da República e as demais leis.

Capítulo II
Direito e deveres das autoridades comunitárias
Secção I
Direitos e deveres em geral

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

253
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Artigo 4
(Direitos em geral)
São direitos das autoridades comunitárias em geral:
a) Ser reconhecidas e respeitadas como representantes das respectivas
comunidades locais;
b) Participar no conselho local;
c) Participar nas cerimónias oficiais organizadas localmente pelas autoridades
administrativas da respectiva autarquia local;
d) Ostentar os símbolos da autarquia local e da República.

Secção II
Deveres das autoridades comunitárias

Artigo 5
(Deveres em geral)
São deveres das autoridades comunitárias em geral:
a) Divulgar as leis, deliberações e outras informações úteis à comunidade;
b) Articular com os tribunais comunitários na resolução de pequenos conflitos
de natureza civil, tendo em conta o bom senso da comunidade local, dentro
dos limites da lei;
c) Colaborar na manutenção da paz e harmonia social;
d) Participar às autoridades administrativas e policiais as infracções cometidas
e a existência e localização de malfeitores e esconderijo de armas e áreas
minadas;
e) Participar às autoridades administrativas a exploração, circulação ou
comercialização não licenciada dos recursos naturais tais como: madeiras,
lenha, carvão, minérios, areias, etc.;
f) Mobilizar e organizar as populações para construção e manutenção de
poços, diques, aterros, valas de drenagem e irrigação;
g) Mobilizar e organizar as comunidades locais para a construção e
manutenção nomeadamente: de salas de aulas e casas para professores;
enfermarias e casas para enfermeiros; casas de espera para mulheres
grávidas e para parteiras; centros de reabilitação nutricional para crianças
mal nutridas, etc.;
h) Mobilizar e organizar as comunidades locais para a construção e
manutenção de cemitérios;
i) Mobilizar as comunidades locais para a construção e manutenção de vias de
acesso;
j) Educar a população para a construção de latrinas melhoradas;
k) Mobilizar a população para realizar actividades de limpeza e saneamento do
meio e educá-las sobre as melhores formas de preservação do meio
ambiente;
l) Desenvolver medidas educativas preventivas de casamentos prematuros;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

254
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m) Sensibilizar as populações para integrarem-se em parcelamentos de


produção agrícola;
n) Mobilizar as comunidades para a utilização de tracção animal como meio de
transporte, bem como a construção e utilização de canoas pela população
residente na costa ou em lugares próximos dos rios;
o) Mobilizar e organizar as comunidades para participarem nas acções de
prevenção de epidemias, tais como cólera, meningite, diarreias, malária bem
como de outras doenças contagiosas, nomeadamente DTS, SIDA,
tuberculose e, ainda nas campanhas de vacinação, e saneamento do meio
ambiente;
p) Mobilizar as populações para o seu recenseamento anual;
q) Mobilizar e organizar as populações para o pagamento de impostos;
r) Mobilizar e organizar as comunidades para a construção de mercados e
feiras agro-pecuárias;
s) Mobilizar os pais e encarregados de educação para mandar os seus
educandos à escola;
t) Promover jogos e outras actividades recreativas de carácter formativo e
educativo das crianças;
u) Incentivar o desenvolvimento do desporto recreativo escolar.

Secção III
Direitos e deveres em especial

Artigo 6
(Direitos dos chefes tradicionais e secretários de bairro ou aldeia)
Os chefes tradicionais e secretários de bairro ou aldeia têm o direito de:
a) Ser consultados na resolução de questões fundamentais que afectem a vida,
o bem-estar e o desenvolvimento integrado e harmonioso das condições de
vida da comunidade local;
b) Receber um subsídio derivado da sua participação na cobrança de impostos;
c) Ser reconhecidos como tal pela autarquia local;
d) Usar fardamento ou distintivo próprio.

Pelo Diploma Mnisterial nº 100/2008, de 24 de Outubro, foi aprovado o Regulamento


do Fardamento e Distintivos das Autoridades Comunitárias.

Artigo 7
(Deveres dos chefes tradicionais e secretários de bairro ou aldeia)
São deveres dos chefes tradicionais e secretários de bairro ou aldeia:
a) Transmitir às comunidades as orientações das autoridades administrativas
sobre lavouras e outras formas de preparação dos terrenos para a agricultura,
sementeira, sacha, colheita e outras operações necessárias para aumentar os
rendimentos das culturas;
b) Mobilizar as comunidades para as acções de apoio à extensão rural, visando
melhorar os métodos de produção, o fomento agrícola e pecuário, a

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

255
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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

introdução de variedades de sementes e espécies de alta produtividade e


resistência à seca e doenças;
c) Instruir as populações sobre o uso da tracção animal na realização da
actividade agrícola e afins;
d) Colaborar na investigação sobre a história, cultura e tradições das
comunidades locais, incluindo a culinária, música, canto e dança e outras
formas culturais de recreação;
e) Educar as comunidades a participar condignamente nas cerimónias de
celebração de datas históricas e nas festas tradicionais;
f) Assegurar a preservação e desenvolvimento dos valores culturais das
comunidades;
g) Informar as comunidades sobre a previsão de ocorrências de calamidades
naturais, formas de prevenção e reparação de prejuízos bem como
comunicar às autoridades administrativas do Estado sobre os efeitos
provocados por essa calamidades;
h) Informar as autoridades administrativas sobre a existência de epidemias e de
sinais de perigo de ocorrência de seca, cheias, pragas de gafanhoto ou de
outros animais predadores;
i) Participar na educação das comunidades sobre formas de uso sustentável e
gestão dos recursos naturais, incluindo a prevenção de queimadas não
controladas, caça, corte de madeiras, lenha e carvão para fins comerciais
sem autorização;
j) Ajudar a identifica situações de falta de emprego e promover as formas de
auto-emprego, individual ou associativo;
k) Apoiar as iniciativas locais de formação profissional e de promoção de
emprego;
l) Educar os cidadãos a promover o registo dos seus casamentos tradicionais,
nascimentos e óbitos;
m) Mobilizar a população para a criação de animais de pequena espécie,
visando a melhoria da sua dieta alimentar e produção de rendimentos.

Capítulo III
Legitimação das autoridades comunitárias

Artigo 8
(Chefes tradicionais)
A legitimação dos chefes tradicionais é feita de acordo com as regras da respectiva
comunidade local.
Artigo 9
(Secretários de bairro ou aldeia e outros líderes)
Os secretários de bairro ou aldeia e outros líderes são escolhidos segundo critérios
da respectiva comunidade local ou grupo social.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

256
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Artigo 10
(Hierarquia ou precedência)
1. Quando em determinada comunidade seja legitimado o chefe tradicional e o
secretário do bairro ou aldeia, compete à mesma comunidade definir a
precedência entre eles.

2. A autoridade comunitária que tiver precedência representará a comunidade


junto dos órgãos das autarquias locais.

Capítulo IV
Reconhecimento das autoridades comunitárias

Artigo 11
(Reconhecimento)
1. O reconhecimento formal das autoridades comunitárias será feito pelo
competente representante da autarquia local mediante identificação, registo e
entrega de fardamento ou distintivo ao líder comunitário já legitimado.

2. A identificação do líder comunitário consiste em verificar o seu nome no


respectivo Bilhete de Identidade ou outro documento e transcrição em livro
adequado que fica à guarda do presidente do conselho municipal ou de
povoação.

Capítulo V
Disposições finais

Artigo 12
(Reconhecimento das autoridades já legitimadas)
As autoridades comunitárias em exercício serão imediatamente reconhecidas, desde
que devidamente legitimadas.

Artigo 13
(Conflitos ou diferendos)
Quaisquer conflitos ou diferendo que surjam no processo de legitimação das
autoridades comunitárias serão mediados pelo competente representante do
conselho municipal ou de povoação.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

257
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DECRETO Nº 51/2004, DE 1 DE DEZEMBRO, QUE APROVA O


REGULAMENTO DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS
SERVIÇOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS DOS MUNICÍPIOS

Boletim da República, Iª série, nº 48 suplemento,


de 1 de Dezembro de 2004

DECRETO Nº 51/2004,
de 1 de Dezembro

Mostrando-se necessário regulamentar a organização e funcionamento de serviços


técnicos e administrativos dos municípios, ao abrigo do disposto no nº 1 do artigo
152 da Constituição da República, o Conselho de Ministros decreta:

Artigo único
É aprovado o Regulamento de Organização e Funcionamento dos Serviços
Técnicos e Administrativos dos Municípios que faz parte integrante do presente
Decreto.

Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 12 de Outubro de 2004.

Publique-se.

A PRIMEIRA-MINISTRA, Luísa Dias Diogo

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

258
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REGULAMENTO DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS


SERVIÇOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS DOS MUNICÍPIOS

CAPÍTULO I
ÂMBITO DE APLICAÇÃO E PRINCÍPIOS

Artigo 1
Âmbito de aplicação
O presente regulamento aplica-se aos serviços técnicos e administrativos dos
municípios.

Artigo 2
Princípios de organização
1. A organização e funcionamento dos serviços técnicos e administrativos dos
municípios obedecem aos princípios da desconcentração e da
desburocratização administrativas, visando o descongestionamento do escalão
central e a aproximação dos serviços públicos às populações, de modo a garantir
a celeridade e a adequação das decisões às realidades locais.

2. No seu funcionamento, a par das normas de funcionamento dos serviços da


administração pública, aprovadas pelo Decreto nº 30/2001, de 15 de Outubro,
os municípios observam os princípios da boa administração, do respeito pelos
direitos e interesses legítimos dos munícipes, garantem a participação activa
dos cidadãos, incentivam a iniciativa local na solução dos problemas das
comunidades, aplicando, nomeadamente, os recursos ao seu alcance.

3. A estrutura e funcionamento dos serviços técnicos e administrativos municipais


devem adequar-se aos objectivos de carácter permanente do município, bem
como, com a necessária flexibilidade, aos objectivos postos pelo
desenvolvimento municipal e intermunicipal.

4. A organização dos serviços técnicos e administrativos municipais reflecte a


interligação funcional entre os órgãos da administração autárquica e da
administração central e local do Estado.

Artigo 3
Princípio da legalidade
1. No desempenho das respectivas funções os serviços técnicos e administrativos
municipais observam a Constituição da República e demais leis dentro dos
limites da sua competência.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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2. Os poderes dos serviços técnicos e administrativos municipais não podem ser


usados para a prossecução de fins diferentes dos atribuídos por lei.

3. Os serviços técnicos e administrativos municipais fazem respeitar as leis e


realizam o controlo administrativo na respectiva autarquia local.

Artigo 4
Princípio do relacionamento
1. Nas suas relações com os munícipes os serviços técnicos e administrativos
municipais observam os princípios de justiça, igualdade de tratamento dos
cidadãos perante a lei, imparcialidade, transparência e da proporcionalidade.

2. No estrito respeito pela Constituição e pela lei, os serviços técnicos e


administrativos municipais podem auscultar as opiniões das autoridades
comunitárias reconhecidas pelas comunidades que visem a satisfação das suas
necessidades específicas.

Artigo 5
Princípio de gestão dos serviços
A gestão dos serviços técnicos e administrativos municipais deve respeitar:

a) A articulação entre o plano de actividades e o orçamento do município, no


sentido da obtenção da maior eficácia e eficiência dos serviços;

b) O princípio da gestão por projectos, quando a realização de missões com


finalidade económico-social e carácter interdisciplinar integrado não possa
ser eficaz e eficientemente alcançado com recurso a estruturas verticais
permanentes.
Artigo 6
Superintendência
A superintendência da gestão das actividades enquadradas pelos níveis de direcção
e chefia, previstos nos artigos 16 a 20 do presente regulamento, é cometida ao
presidente do conselho municipal e aos vereadores.

CAPÍTULO II
SISTEMA ORGÂNICO
Secção I
Disposições gerais

Artigo 7
Áreas de actividade
1. Os serviços técnicos e administrativos dos municípios organizam-se nas
seguintes áreas de actividade:

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

260
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a) gestão municipal, legislação, regulamentos e posturas;


b) administração geral, finanças, património e fiscalização;
c) urbanismo, infra-estruturas, habitação, saneamento básico e ambiente;
d) educação, cultura, tempos livres e desporto;
e) documentação e arquivo;
f) saúde e acção social;
g) abastecimento de água e energia;
h) transportes e comunicações, estradas, pontes e trânsito rodoviário;
i) indústria, comércio, turismo, agricultura e pescas;
j) mercados, feiras, jardins e cemitérios.

2. Nos termos da alínea g) do nº3 do artigo 45 da Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro,


compete à Assembleia Municipal a criação e extinção de unidades da polícia
municipal e de corpos de bombeiros voluntários.

3. As áreas referidas no número 1 do presente artigo podem ser coordenadas por


um ou mais vereadores de acordo com a sua complexidade.

4. Do mesmo modo um vereador pode acumular a coordenação de mais duma


área.

Secção II
Estrutura administrativa

Artigo 8
Organização Geral
A estrutura administrativa do Município compreende:

a) os órgãos executivos;
b) os órgãos técnicos e administrativos.

Artigo 9
Órgãos executivos
Os órgãos executivos dos municípios compreendem:

a) O Presidente do Conselho Municipal;


b) O Conselho Municipal.

Artigo 10
Presidente do Conselho Municipal
1. O Presidente do Conselho Municipal é o órgão executivo singular do município
eleito por sufrágio universal, igual, directo, secreto e periódico dos cidadãos
eleitores recenseados na área do respectivo município.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

261
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2. As competências do Presidente do Conselho Municipal são as definidas no


artigo 62 da Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro.

Artigo 11
Conselho Municipal
1. O Conselho Municipal é o órgão executivo colegial do município.

2. O Conselho Municipal é convocado e presidido pelo Presidente do Conselho


Municipal e nele participam os vereadores por ele escolhidos e nomeados.

3. A periodicidade das reuniões e o processo de deliberação do Conselho


Municipal são definidos no regulamento interno.

4. As competências do Conselho Municipal são as definidas no artigo 56 da Lei nº


2/97, de 18 de Fevereiro.

Artigo 12
Órgãos técnicos e administrativos
Os órgãos técnicos e administrativos do município compreendem:

a) as unidades administrativas territoriais;


b) os serviços técnicos e administrativos;
c) os colectivos de consulta.

Artigo 13
Unidades administrativas territoriais
1. Compete aos órgãos executivos estabelecer as unidades administrativas ao
nível dos respectivos escalões territoriais, nos termos do artigo 33 da Lei nº
2/97, com base no plano de organização e estruturação dos municípios, a ser
aprovado pela Assembleia Municipal ao abrigo da alínea d) do nº3 do artigo 45
da referida Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro.

2. As unidades administrativas na cidade de nível A designam-se Distritos


Municipais e subdividem-se em bairros municipais.

3. Nos municípios de cidade de nível B e C podem ser criadas unidades


administrativas a serem designadas Postos Administrativos Municipais
subdivididos em bairros municipais.

4. Nos municípios de cidade de nível D e de vilas podem ser criadas unidades


administrativas a serem designadas Localidades Municipais subdivididas em
bairros municipais.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

262
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Secção III
Serviços técnicos e administrativos dos municípios

Artigo 14
Composição
1. Os serviços técnicos e administrativos dos municípios têm a seguinte
composição:

a) Gabinete do Presidente do Conselho Municipal;


b) Gabinete de Estudos e Assessoria;
c) Inspecção Municipal;
d) No município de cidade de nível A – Direcções de Serviços Municipais,
estruturadas em Departamentos Municipais;
e) Nos municípios de cidades de nível B e C – Departamentos Municipais,
estruturados em Serviços Municipais;
f) Nos municípios de cidades de nível D – Serviços Municipais, estruturados
em Secções Municipais;
g) Nos municípios de vila – Secções Municipais.

2. A distribuição das áreas de actividade pelas unidades orgânicas deverá ter em


conta, entre outros:
a) a complementaridade das acções;
b) o volume de recursos humanos e materiais.

3. Os Departamentos, Serviços e Secções Municipais só podem ser criados quando,


cumulativamente, se verifique a necessidade de coordenar, no mínimo, 5
funcionários com carácter de permanência e em regime de tempo inteiro e a
complexidade dos serviços o justifique.

CAPÍTULO III
DIRIGENTES DOS SERVIÇOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS DOS
MUNICÍPIOS

Artigo 15
Vereadores
1. Um vereador poderá ficar encarregue, por decisão do Presidente do Conselho
Municipal, de uma ou mais unidades orgânicas do município, sem prejuízo do
poder geral de coordenação e superintendência do Presidente.

2. Os vereadores são designados pelo Presidente do Conselho Municipal de entre


pessoas da sua confiança política e pessoal, no seio da Assembleia Municipal e
fora dela.
3. Pelo menos metade dos vereadores são escolhidos de entre os membros da
respectiva Assembleia.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

263
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4. Os vereadores cessam as suas funções na data da tomada de posse de um novo


Presidente do Conselho Municipal ou na data em que este os exonere.

5. A cessação da função de vereador pode ainda ter lugar em caso de morte ou


incapacidade permanente, por doença ou acidente, a ser comprovada pela junta
de saúde.

6. Os vereadores, de acordo com as competências delegadas, coordenam e


fiscalizam as actividades das áreas que lhes foram confiadas pelo Presidente do
Conselho Municipal, agindo em sua representação e do órgão colegial a que
pertencem, sempre com respeito e em defesa das estruturas legalmente
estabelecidas em cada instituição ou lugar, a fim de assegurar e optimizar o
funcionamento dos serviços, o cumprimento dos planos e programas aprovados
e buscar iniciativas para satisfazer as necessidades e preocupações dos
munícipes.

7. A acção dos vereadores não se deve circunscrever apenas a intervir em serviços


do Conselho Municipal ou outros de carácter público, mas também sobre toda a
sociedade municipal organizada nas suas diversas actividades económicas,
sociais e culturais.

Artigo 16
Chefe do Gabinete
1. O Chefe do Gabinete é nomeado pelo Presidente do Conselho Municipal,
ouvido o Conselho Municipal, subordina-se ao Presidente do Conselho
Municipal e dirige o Gabinete do Presidente do Conselho Municipal.

2. É função do Chefe do Gabinete do Presidente do Conselho Municipal garantir a


execução das tarefas de carácter organizativo, técnico e protocolar de apoio ao
Presidente do Conselho Municipal e assegurar o secretariado do Conselho
Consultivo.

Artigo 17
Directores de Serviço Municipal
1. Os directores de serviço municipal dirigem no Município de cidade de nível A o
Gabinete de Estudos e Assessoria, a Inspecção Municipal e as direcções de
serviço municipal e supervisionam as funções verticais e específicas do
respectivo sector.

2. No exercício das suas funções os directores de serviço municipal podem ser


coadjuvados por directores adjuntos.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

264
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3. Os directores de serviço são nomeados pelo Presidente do Conselho Municipal,


ouvido o Conselho Municipal, e subordinam-se ao Presidente do Conselho
Municipal sem prejuízo da coordenação com os vereadores responsáveis pelo
respectivo sector, ramo ou área de actividade.

Artigo 18
Directores de Departamento Municipal
1. Os directores de departamento municipal dirigem, nos municípios das cidades
de nível B e C, o Gabinete de Estudos e Assessoria, a Inspecção Municipal e os
departamentos municipais e supervisionam as funções verticais e específicas do
respectivo sector.

2. Os directores de departamento são nomeados pelo Presidente do Conselho


Municipal, ouvido o Conselho Municipal, e subordinam-se ao Presidente do
Conselho Municipal sem prejuízo da coordenação com os vereadores
responsáveis pelo respectivo sector, ramo ou área de actividade.

Artigo 19
Chefes de Departamento Municipal
1. Os chefes de departamento municipal chefiam as unidades orgânicas
subordinadas aos directores de serviço na cidade de nível A.

2. Os chefes de departamento são nomeados pelo Presidente do Conselho


Municipal, ouvido o Conselho Municipal, e subordinam-se ao Director de
Serviço respectivo.
Artigo 20
Chefes de Serviço Municipal
1. Os chefes de serviço municipal chefiam, nos municípios das cidades de nível D
o Gabinete de Estudos e Assessoria, Inspecção Municipal e os serviços
municipais e supervisionam as funções de carácter vertical.

2. Os chefes de serviço municipal são nomeados pelo Presidente do Conselho


Municipal, ouvido o Conselho Municipal, e subordinam-se ao Presidente do
Conselho Municipal sem prejuízo da coordenação com os vereadores
responsáveis pelo respectivo sector, ramo ou área de actividade.

3. Nas cidades de nível B e C, os chefes de serviço municipal subordinam-se ao


respectivo Director de Departamento quando integrados num departamento
municipal.
Artigo 21
Chefes de Secção Municipal
1. Os chefes de secção municipal chefiam, nos municípios de vila, o Gabinete de
Estudos e Assessoria, a Inspecção Municipal e as secções municipais.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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2. Os chefes de secção são nomeados pelo Presidente do Conselho Municipal,


ouvido o Conselho Municipal, e subordinam-se ao Presidente do Conselho
Municipal sem prejuízo da coordenação com os vereadores responsáveis pelo
respectivo sector, ramo ou área de actividade.

3. Os chefes de secção municipal nos municípios das cidades de nível D


subordinam-se ao respectivo Chefe de Serviços quanto integrados num serviço
municipal.

CAPÍTULO IV
COLECTIVOS

Artigo 22
Conselho consultivo
1. O Conselho Consultivo é convocado e dirigido pelo Presidente do Conselho
Municipal, através do qual coordena, planifica, organiza e controla as
actividades do município.

2. O Conselho Consultivo tem as seguintes funções:

a) Pronunciar-se sobre propostas de políticas, planos e programas de


actividades e avaliar os respectivos relatórios de execução;

b) Estudar e planificar a execução das decisões da Assembleia e Conselho


Municipal em relação aos objectivos principais do desenvolvimento
estratégico do município.

3. Participam no Conselho Consultivo:

a) No município de cidade de nível A os directores de serviços municipais


e os administradores de distrito municipal;

b) Nos municípios das cidades de nível B e C, os directores de


departamento municipal e chefes de posto administrativo municipal
onde houver;

c) Nos municípios das cidades de nível D, os chefes de serviços


municipais e chefes de localidade onde houver;

d) Nos municípios de vilas, os chefes de secção municipal e os chefes de


localidade onde houver.

4. Em função da agenda de trabalhos, podem ser convidados a participar nas

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

266
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sessões do Conselho Consultivo representantes das autoridades comunitárias e


da sociedade civil ou outras individualidades a serem indicadas pelo Presidente
do Conselho Municipal.

5. O Conselho Consultivo realiza sessões ordinárias e extraordinárias.

6. As sessões ordinárias realizam-se mensalmente e as extraordinárias sempre que


as necessidades do serviço o imponham.

Artigo 23
Outros colectivos
1. Nos demais escalões de direcção e chefia dos serviços técnicos e
administrativos municipais funcionam colectivos de direcção ou chefia, de
carácter consultivo, integrando o dirigente respectivo, chefes e colaboradores
mais directos.

2. O dirigente da unidade orgânica pode convidar outros técnicos para participar


nas sessões do colectivo.

3. A composição e funcionamento dos colectivos constam do regulamento interno


de cada unidade.

CAPÍTULO V
SERVIÇOS AUTÓNOMOS E EMPRESAS PÚBLICAS AUTÁRQUICAS

Artigo 24
Criação
1. Nos termos do artigo 35 da Lei nº 11/97, de 31 de Maio, compete à Assembleia
Municipal deliberar sobre a autonomização de serviços e a criação de empresas
públicas autárquicas mediante proposta fundamentada do competente órgão
executivo.

2. A proposta referida no número anterior deve ser acompanhada das necessárias


demonstrações de viabilidade nos aspectos económico, técnico e financeiro e
instruída com os pareceres que a lei tornar obrigatórios.

3. Os serviços autónomos a que se refere o presente artigo são geridos em termos


empresariais, por conta e risco das autarquias, gozando de autonomia
administrativa e financeira.

Artigo 25
Concessão da exploração de serviços públicos
1. A assembleia autárquica pode autorizar a concessão da exploração de serviços
públicos pelos órgãos executivos das autarquias locais desde que o interesse
Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

267
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público se mostre devidamente assegurado, de acordo com o disposto no artigo


36 da Lei nº 11/97.

2. A escolha do concessionário tem lugar mediante concurso público a realizar


com observância da legislação em vigor.

3. São nulas e de nenhum efeito as concessões ou qualquer outra forma de


autorização para a exploração de serviços públicos estabelecidos com
desrespeito do presente artigo.

CAPÍTULO VI
RELAÇÕES ENTRE OS ÓRGÃOS EXECUTIVOS MUNICIPAIS, A
ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO E A SOCIEDADE CIVIL

Artigo 26
Articulação e cooperação com os órgãos locais do Estado
As autarquias locais coordenam os seus planos, programas, projectos e acções
com os órgãos locais do Estado em cujo território estão implantadas, visando a
realização harmoniosa das suas atribuições e competências.

Artigo 27
Articulação e participação da sociedade civil
1. As autarquias locais desenvolvem formas de articulação e participação das
autoridades comunitárias, sector privado e outra forma de organização da
sociedade civil, na realização de actividades que visem a satisfação das
necessidades específicas das comunidades.

2. As autarquias locais devem criar condições para que os munícipes sejam


permanentemente informados sobre as grandes decisões municipais,
nomeadamente sobre os planos de expansão, a arrecadação e a aplicação de
recursos financeiros e a realização de programas de trabalho.

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 28
Estatutos orgânicos
1. O Conselho Municipal submete à aprovação da Assembleia Municipal o
Estatuto Orgânico dos serviços técnicos e administrativos.

2. O Estatuto Orgânico deve estabelecer as áreas de actividades e as unidades

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268
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orgânicas e suas atribuições e definir as competências dos respectivos


dirigentes.

3. Nos estatutos orgânicos devem ser indicadas as instituições subordinadas e


os serviços autónomos integrados no respectivo município e definido o
prazo para aprovação dos regulamentos internos pelo Conselho Municipal.

4. A estrutura dos serviços técnicos e administrativos das autarquias deve ter


em conta os limites orçamentais do município.

Artigo 29
Regulamentos internos
Os regulamentos internos dos serviços técnicos e administrativos são aprovados
pelo Conselho Municipal e devem estabelecer a estrutura e distribuição interna
das tarefas, a forma de articulação interna e com outras unidades orgânicas.

Maputo, 12 de Outubro de 2004.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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DECRETO Nº 33/2006, DE 30 DE AGOSTO, QUE REGULA OS


PROCEDIMENTOS PARA A TRANSFERÊNCIA DE FUNÇÕES E
COMPETÊNCIAS DOS ÓRGÂOS DO ESTADO PARA AS AUTARQUIAS
LOCAIS

Boletim da República, I série, nº 35


de 30 de Agosto de 2006

DECRETO Nº 33/2006,
de 30 de Agosto

Havendo necessidade de regular os procedimentos para a transferência de funções e


competências dos órgãos do Estado para as autarquias locais, ao abrigo do disposto
no nº 1 do artigo 203 da Constituição da República, o Conselho de Ministros decreta:

Capítulo I
Disposições gerais

Artigo 1
(Objecto)
O presente decreto estabelece o quadro de transferência de funções e competências
dos órgãos do Estado para as autarquias locais no âmbito das atribuições enumeradas
no artigo 6 da Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro, concretizando os princípios da
descentralização administrativa e da autonomia do poder local.

Artigo 2
(Princípios gerais)
1. A descentralização de poderes efectua-se mediante a transferência de funções e
competências para as autarquias locais, tendo por finalidade assegurar o reforço
dos objectivos nacionais e promover a eficiência e a eficácia da gestão pública
assegurando os direitos dos cidadãos.

2. A descentralização administrativa assegura a concretização do princípio da


subsidiariedade, devendo as funções e competências serem exercidas pelo órgão
da administração melhor colocado para as prosseguir com racionalidade,
eficácia e proximidade aos cidadãos.

3. Os órgãos do Estado e as autarquias locais devem coordenar a sua intervenção,


no exercício de competências próprias, designadamente através das formas de
parceria previstas no artigo 7 de modo a assegurar a unidade na prossecução de
políticas públicas e evitar a sobreposição de actuações.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

271
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Artigo 3
(Iniciativa)
A iniciativa de transferência de funções referida no artigo anterior compete aos
órgãos do Estado ou da autarquia local.

Artigo 4
(Transferência de funções e competências)
1. A autarquia local deve indicar as suas capacidades técnicas para assumir as
funções e competências a serem transferidas.

2. A transferência de funções efectua-se sem prejuízo da respectiva articulação


com a intervenção complementar dos órgãos centrais e locais do Estado.

Artigo 5
(Concretização da transferência)
1. A transferência de competências de órgãos do Estado para os órgãos autárquicos
é acompanhada pela correspondente transferência dos recursos financeiros e, se
necessário, humanos e patrimoniais.

2. A transferência de funções e competências dos órgãos do Estado para as


autarquias locais deve operar-se de forma gradual, de modo a permitir a criação
e consolidação dos necessários requisitos de capacitação técnica, humana e
financeira dos órgãos autárquicos.

3. O conjunto de funções e competências estabelecido no presente Decreto será


progressivamente transferido para os municípios nos 3 anos subsequentes à sua
entrada em vigor, passíveis de prorrogação por mais 2 anos.

Pelo Decreto nº 58/2009, de 8 de Outubro, publicado no BR nº 40/Suplemento/2009, foi prorrogado,


por mais dois anos a partir da data da sua publicação , o período de vigência referido no nº3 do
presente artigo,

Artigo 6
(Regras de financiamento da transferência)
1. O Orçamento do Estado, por contrapartida da dotação do correspondente órgão
central do Estado, deve prever a verba necessária para o exercício das funções a
transferir para as autarquias locais, a partir do ano em que tal transferência deva
operar-se, devendo o plano de distribuição da correspondente dotação constar
da Lei Orçamental.

2. As verbas previstas no número anterior são exclusivamente destinadas ao


exercício das funções ou competências transferidas para a autarquia local.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

272
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Artigo 7
(Intervenção em regime de parceria)
1. Os órgãos centrais e locais do Estado e as autarquias locais podem estabelecer
entre si, sem prejuízo de competências próprias, formas adequadas de parceria
para melhor prossecução do interesse público.

2. Os acordos relativos ao exercício de competências municipais em regime de


parceria estabelecem obrigatoriamente o modo de participação das partes na
elaboração dos programas e na gestão dos equipamentos ou dos serviços
públicos correspondentes bem como os recursos financeiros necessários.

3. A intervenção das autarquias locais no exercício de competências de outras


instituições públicas em regime de parceria deve ser objecto de contrato, a
estabelecer nos termos previamente acordados.

Capítulo II
Competência dos órgãos municipais

Artigo 8
(Equipamento rural e urbano)
É da competência dos órgãos municipais o planeamento, a gestão e a realização de
investimentos nos seguintes domínios:

a) espaços verdes, incluindo jardins e viveiros da autarquia;


b) rodovias, incluindo passeios;
c) habitação económica;
d) infra-estruturas de utilidade pública de gestão autárquica;
e) cemitérios públicos;
f) instalações dos serviços públicos da autarquia;
g) mercados e feiras;
h) bombeiros.
Artigo 9
(Transportes e comunicações)
1. É da competência dos órgãos municipais o planeamento, a gestão e a realização
de investimentos nos seguintes domínios:

a) rede viária, urbana e rural de âmbito municipal;


b) rede de transportes colectivos que se desenvolvam exclusivamente na
área da respectiva autarquia.

2. É ainda competência dos órgãos autárquicos a fixação dos contingentes e a


concessão de alvarás de veículos transporte colectivo e semi-colectivo de
passageiros e táxis, com observância dos requisitos de licenciamento em vigor a
nível nacional.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

273
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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

3. As autarquias são obrigatoriamente ouvidas na definição da rede rodoviária


nacional ou regional e sobre a utilização da via pública, que implique alteração
da sua normal utilização.

Artigo 10
(Estradas)
1. Nos termos do Decreto nº 20/2003, de 20 de Maio, são competências das
autarquias locais:

a) a gestão e manutenção das estradas que se encontrem sob sua jurisdição, nos
termos da lei, com excepção das estradas primárias, secundárias e terciárias
e vicinais;

b) a coordenação com a Administração Nacional de Estradas na gestão,


manutenção e desenvolvimento das estradas primárias, secundárias e
vicinais que atravessam a área municipal;

c) o financiamento do desenvolvimento, manutenção e gestão das estradas e


infra-estruturas conexas das estradas urbanas;

d) a implementação da legislação aplicável às estradas e a regulamentação da


sua implementação no domínio de suas competências;

e) a introdução de taxas de utilização das estradas e infra-estruturas conexas


sob sua jurisdição, nos termos da lei;

f) a concessão da exploração das estradas sob sua jurisdição, nos termos da lei.

2. À Administração Nacional de Estradas compete, em relação à administração de


estradas regionais, propor as regras a serem observadas pelas autarquias locais
no financiamento, desenvolvimento e manutenção das estradas urbanas.

3. Nos termos do artigo 6 do Decreto nº 56/2003, de 24 de Dezembro, conjugado


com o artigo 7 do Decreto nº 20/2003, de 20 de Maio, compete ao Fundo de
Estradas desembolsar 10% dos fundos provenientes da aplicação da taxa de
combustíveis, para o pagamento de serviços e trabalhos prestados à reabilitação
de estradas urbanas e infra-estruturas conexas.

Artigo 11
(Educação, Cultura e Acção Social)
1. São competências dos órgãos autárquicos na área da educação, cultura e acção
social:

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

274
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a) A criação, apetrechamento e administração das escolas do ensino primário e


centros internatos de acordo com as normas definidas pelo órgão que
superintende a área da educação;

b) A abertura de concursos para a construção de escolas do ensino primário


e centros-internatos;

c) A gestão do pessoal administrativo das escolas do ensino primário e


centros internatos;

d) A aquisição e gestão de transportes escolares;

e) A criação, apetrechamento e administração de centros de educação de


adultos;

f) A participação na definição do curriculum local;

g) A gestão do ensino privado no nível primário;

h) A realização de outras actividades complementares da acção educativa,


designadamente nos domínios da acção social escolar e da ocupação de
tempos livres;

i) A criação e administração de unidades sociais, como centros infantis e


instituições equiparáveis;

j) A criação, gestão e manutenção das casas de cultura, centros culturais,


salas de espectáculos, museus e bibliotecas autárquicas;

k) A realização de investimentos públicos nos domínios do património


cultural, paisagístico e urbanístico da autarquia local;

l) Elaboração de propostas de classificação dos bens do património


cultural e natural situados na área da jurisdição da autarquia local;

m) A manutenção, restauro e recuperação de bens culturais materiais do


âmbito da autarquia local;

n) A celebração de protocolos com entidades públicas, ou privadas, com a


sociedade civil ou pessoas singulares para a manutenção e recuperação
do património cultural e das áreas classificadas;

o) A organização e manutenção de inventário actualizado do património


cultural, urbanístico e paisagístico existente na área da autarquia local;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

275
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p) O incentivo e apoio a projectos e agentes culturais e mobilização dos produtores


para organizarem-se em associações;

q) A promoção da construção de infra-estruturas e equipamentos culturais;

r) A organização de concursos, festivais, exposições, conferências,


estágios, atribuição de prémios e outros estímulos que concorrem para a
massificação do movimento cultural e contribuem para a valorização da
produção artística a nível municipal.

Artigo 12
(Saúde)
1. Na área da Saúde, em conformidade com as disposições da Política Nacional de
Saúde e rigorosamente cumpridos os regulamentos, normas, especificações e
manuais técnicos, regras profissionais e padrões de qualidade definidos pelo
Ministério da Saúde, são competências dos órgãos municipais:

a) Mobilizar a população do município para a promoção e defesa da sua


própria Saúde e para a prevenção de doenças, através da sua participação
activa na higiene individual, das habitações e dos equipamentos colectivos,
nos programas de saneamento do meio e de higiene dos alimentos e dos
indivíduos e estabelecimentos que os manuseiam, controlo da qualidade da
água e nos restantes programas de Saúde;

b) Assegurar a gestão corrente das Unidades Sanitárias de nível primário –


Centros de Saúde garantindo que nelas sejam dispensados todos os
componentes dos Cuidados de Saúde Primários;

c) Dar parecer e fazer propostas para o desenvolvimento da rede primária de


atenção de Saúde na área geográfica do município;

d) Proceder à gestão corrente das estruturas dos Centros de Higiene e Exames


Médicos;

e) Participar, fazer propostas e dar parecer sobre as metas a atingir para cada
um dos programas de Saúde cujas competências foram transferidas;

f) Assegurar a manutenção preventiva e a manutenção de reabilitação das


Unidades Sanitárias de nível primário e dos Centros de Higiene e Exames
Médicos;

g) Assumir a gestão corrente dos cemitérios, crematórios, morgues e salas de


cerimónias fúnebres, com respeito pela legislação vigente;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

276
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h) Providenciar a gestão corrente, na área geográfica do município, dos sistemas


de transportes de doentes (ambulâncias) do domicílio até às Unidades Sanitárias
de nível primário e, eventualmente, destas para as Unidades de referência.

Artigo 13
(Ambiente e saneamento básico)
1. É da competência dos órgãos autárquicos o planeamento, a gestão de
equipamentos e a realização de investimentos nos seguintes domínios:

a) Sistemas autárquicos de drenagem e tratamento de águas residuais urbanas;


b) Sistemas autárquicos de limpeza pública e de recolha e tratamento de
resíduos sólidos urbanos.

2. Cabe ao Ministério da Saúde a responsabilidade de, no quadro da Política


Nacional de Saúde, propor legislação, exercer actividade regulamentar e
normativa, supervisar e fiscalizar a execução em matéria de controlo da
qualidade da água potável e em outros aspectos que possam pôr em causa a
Saúde Pública.

3. Nos casos em que, do incumprimento por parte das autarquias locais das
disposições da Política Nacional de Saúde, regulamentos, normas,
especificações e manuais técnicos, regras profissionais e padrões de qualidade
definidos pelo Ministério da Saúde, resultem perigos para a Saúde Pública cabe
ao Ministério da Saúde intervir em defesa da Saúde Pública e do interesse
colectivo.

Artigo 14
(Indústria e Comércio)
1. É competência dos órgãos autárquicos no âmbito da indústria o registo e
fiscalização de estabelecimentos industriais de micro dimensão, com
observância do preconizado no Decreto nº 39/2003, de 26 de Novembro.

2. No âmbito do comércio é competência das autarquias locais o licenciamento e


fiscalização das actividades comerciais exercidas em estabelecimentos
comerciais do tipo barracas, tendas, bancas, feiras e de vendedor ambulante, nos
termos do Decreto nº 49/2004, de 17 de Novembro.

Capítulo III
Disposições finais e transitórias

Artigo 15
(Processo de transferência)
1. A transferência de funções e competências é formalizada com base em acordo a
ser celebrado entre o Governo Provincial e a autarquia local que deve conter,

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

277
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nomeadamente:
a) A indicação das funções e competências objecto de transferências;

b) Os recursos humanos, materiais, financeiros e patrimoniais disponíveis


na autarquia local;

c) Os recursos humanos, materiais, financeiros e patrimoniais a


disponibilizar para a execução da transferência pretendida;

d) O cronograma de execução da transferência, incluindo a


responsabilidade.

2. O acordo de transferência é um acto voluntário, bilateral, de direito


administrativo, mediante o qual o Estado e a autarquia local envolvida regulam
a transferência de funções e competências e os recursos que a acompanham.

3. Na transferência por iniciativa da autarquia local, compete a esta elaborar a


proposta de funções que pretende assumir, indicando para o efeito as suas
capacidades e necessidades em recursos humanos, materiais, financeiros e
patrimoniais, bem como modos de as desenvolver ou de lhes fazer face.

4. No caso do número anterior, a autarquia local deve submeter a proposta referida


a apreciação pelo Governo Provincial respectivo que, por sua vez, deve
submetê-la ao Ministro que superintende o sector no qual as funções se
enquadram, no caso das mesmas não constarem de Decreto do Conselho de
Ministros.

5. As transferências de competências previstas nos artigos 8 e 10 estão isentas do


acordo referido no presente artigo.

6. Um extracto do Acordo de Transferência, cujo modelo consta em anexo ao


presente Decreto, deve ser acompanhado dum programa de recepção das
funções e seu exercício, incluindo os recursos para o efeito e a capacitação
institucional requerida e mandado publicar em Boletim da República pelo
Governador da Província.

Artigo 16
(Comissões de acompanhamento)
1. Decorridos 2 anos da entrada em vigor do presente decreto é feita uma primeira
avaliação formal do modo como está a decorrer a transferência das novas
funções e competências.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

278
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2. As questões que condicionem a concretização das transferências são


solucionadas em conformidade com as avaliações até ao final do período
previsto no nº3 do artigo 5.

3. As avaliações referidas nos números anteriores são efectuadas por uma


comissão provincial de acompanhamento composta por:

a) Um representante de cada uma das seguintes áreas: administração local


do Estado, Finanças e da área das competências transferidas, indicados
pelo respectivo Governador Provincial;
b) Um representante da respectiva autarquia.

4. A nível central funcionará uma comissão de acompanhamento que


acompanhará a implementação das transferências globais, com base nos
relatórios enviados pelas comissões provinciais, composta por:
a) Um representante do Ministério da Administração Estatal, que
coordena;
b) Um representante do Ministério das Finanças;
c) Um representante por cada Ministério da tutela das competências
transferidas;
d) Um representante da Associação dos Municípios.

Artigo 17
(Implementação do Decreto)
Compete ao Ministros que superintendem as áreas da Administração Local do
Estado e das Finanças aprovar instruções para implementação do presente Decreto.

Artigo 18
(Norma revogatória)
É revogado o Decreto nº 46/2003, de 17 de Dezembro.

Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 11 de Julho de 2006.

Publique-se

A PRIMEIRA-MINISTRA, Luísa Dias Diogo

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

279
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ANEXO

ACORDO DE TRANSFERÊNCIA DE FUNÇÕES E COMPETÊNCIAS DO


S E C T O R D E _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ PA R A A A U TA R Q U I A D E
____________________

Entre o Estado, representado neste acto pelo Governador da Província de


_____________________ ,

a autarquia de ______________ representada neste acto pelo Presidente do


Conselho Municipal, para o qual possui os poderes legalmente exigidos, é celebrado
o presente Acordo de Transferência de Funções e Competências, nos termos do
Decreto nº _____, de ___ de __________.

Cláusula 1
(Objecto e âmbito)
O presente Acordo regula o processo de transferência das funções e competência a
seguir mencionadas para a autarquia _____________:

a)
b)
c)
................

Cláusula 2
(Recursos)
1. Para a realização das funções e competências referidas na cláusula 1 do presente
acordo a autarquia disponibiliza os recursos constantes do anexo I.

2. O Governo garante a transferência dos recursos constantes do anexo II a partir do


ano de --------.

Cláusula 3
(Capacitação)
Tendo em vista promover o desenvolvimento da capacidade dos recursos humanos
para o desempenho das actividades no quadro das funções e competências
transferidas nos termos do presente acordo, as partes acordam na realização das
seguintes acções de formação:

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

280
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Tipo de formação: ...........

Nº de participantes........

Duração ...................

Início da acção .......................

Número e proveniência dos formadores .........................

Orçamento ..............................

Cláusula 4
(Aceitação)
A Autarquia de _____________ assume as funções e competências definidas no
presente Acordo nos seus precisos termos submetendo-se à legislação aplicável.

Cláusula 5
(Monitoria e avaliação)
1. A Comissão de Avaliação prevista no Decreto nº fará a monitoria do progresso
da implementação do presente Acordo .... (indicar datas ou períodos).

2. Os resultados da avaliação mencionada no número anterior serão apresentados


ao órgão do Governo responsável pela transferência e ao Conselho Municipal
respectivo que submeterá à apreciação da Assembleia Municipal.

Cláusula 6
(Entrada em vigor)
O presente Acordo entra em vigor a ___ de __________ de 20__ e termina com a
aprovação do respectivo relatório de avaliação pela Assembleia Municipal.

Assinado aos _____ de _________________ de 20___

___________________________ __________________________
Pel'O Governo Pel'Autarquia

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

281
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ANEXO 1

RECURSOS DISPONÍVEIS NA AUTARQUIA

1. Recursos Humanos:

Indicar o número de funcionários disponíveis, respectivas carreiras e experiência


profissional.
........................................................................
..................................................................................
.........................................................

2. Recursos Patrimoniais (mobiliários e imobiliários):

....................................................................
......................................................................

3. Recursos financeiros:

...............................................
.............................................

................., aos ..... de ......................................... de 20....

___________________________ _________________________
Pel'O Governo Pel'A Autarquia

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

282
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ANEXO 2

RECURSOS A TRANSFERIR DO ESTADO PARA A AUTARQUIA

1. Recursos Humanos:

Por destacamento: (número e o nome dos funcionários, por carreira indicando


a experiência profissional)

Por transferência: (número e o nome dos funcionários, por carreira indicando


a experiência profissional)

2. Recursos patrimoniais (mobiliários e imobiliários):

Nº Especificação Origem Data da transferência Acções Outros dados

2. Recursos financeiros:
Nº Valor Proveniência Data do desembolso Mecanismos e acções

................., aos ..... de ......................................... de 20....

___________________________ _________________________
Pel'O Governo Pel'A Autarquia

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

283
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DECRETO Nº 35/2006, DE 6 DE SETEMBRO, QUE APROVA O


REGULAMENTO DE CRIAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA POLÍCIA
MUNICIPAL

Boletim da República I série nº 36,


de 6 de Setembro

DECRETO Nº 35/2006,
de 6 de Setembro

De acordo com o disposto na alínea g) do nº3 do artigo 45 da Lei nº 2/97, de 18 de


Fevereiro, compete à Assembleia Municipal, criar e extinguir a unidade da polícia
municipal sob proposta do Conselho Municipal.

Havendo necessidade de estabelecer as regras para criação e funcionamento da


polícia municipal, ao abrigo do disposto no nº 1 do artigo 203 da Constituição, o
Conselho de Ministros decreta:

Único. É aprovado o Regulamento de Criação e Funcionamento da Polícia


Municipal em anexo que faz parte integrante do presente Decreto.

Aprovado pelo Conselho de Ministros em 25 de Julho de 2006.

Publique-se.

A PRIMEIRA-MINISTRA, Luísa Dias Diogo

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

284
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REGULAMENTO DE CRIAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA POLÍCIA


MUNICIPAL

Capítulo I
OBJECTO, NATUREZA, ÂMBITO E SUBORDINAÇÃO

Artigo 1
Objecto
O presente regulamento estabelece as regras a observar na criação e funcionamento
da polícia municipal.

Artigo 2
Natureza e âmbito
1. A polícia municipal é o serviço municipal especialmente vocacionado para o
exercício exclusivo de funções de polícia administrativa.

2. As competências, poderes de autoridade e inserção hierárquica da polícia


municipal são estabelecidas no presente Regulamento.

3. A polícia municipal actua no âmbito da jurisdição do respectivo município.

4. A polícia municipal não é susceptível de gestão associada ou privada.

Artigo 3
Subordinação
1. A polícia municipal subordina-se ao Conselho Municipal respectivo.

2. O Presidente do Conselho Municipal exerce as funções de chefe da polícia


municipal. Nesta qualidade, compete-lhe praticar os actos administrativos de
gestão de recursos humanos da polícia municipal.

Artigo 4
Coordenação
1. A coordenação entre a polícia municipal e a Polícia da República de
Moçambique (PRM) é exercida, na área do respectivo município, pelo
Presidente do Conselho Municipal e por quem for designado pelo Comandante
da Polícia da República de Moçambique no território do município.

2. A aplicação do presente regulamento não prejudica o exercício de quaisquer


competências das forças de defesa e segurança.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

285
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CAPÍTULO II
CRIAÇÃO E EXTINÇÃO

Artigo 5
Competência
A criação e extinção da polícia municipal compete à Assembleia Municipal, sob
proposta do Conselho Municipal, nos termos da alínea g) do nº 3 do artigo 45 da Lei
nº 2/97, de 18 de Fevereiro.

Artigo 6
Conteúdo da deliberação
A deliberação da Assembleia Municipal que cria a polícia municipal deve conter
obrigatoriamente o regulamento de organização e funcionamento do serviço, que
indicará, nomeadamente:
a) A enumeração das competências do serviço da polícia municipal;
b) A delimitação geográfica da área do exercício das respectivas competências;
c) A estrutura orgânica;
d) A determinação do efectivo;
e) A descrição dos distintivos a serem utilizados nos uniformes e viaturas.

CAPÍTULO III
ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS

Artigo 7
Atribuições
1. A polícia municipal exerce exclusivamente funções de polícia administrativa
nas respectivas autarquias nomeadamente em matéria de:

a) fiscalização do cumprimento das posturas;


b) fiscalização do cumprimento das normas de âmbito nacional cuja
competência de aplicação ou de fiscalização caiba aos municípios;
c) aplicação das decisões dos órgãos e das autoridades municipais.

2. A polícia municipal exerce, ainda, funções nos seguintes domínios:

a) vigilância de espaços públicos ou abertos ao público referentes ao


património do Conselho Municipal;
b) guarda de edifícios e equipamentos públicos do município;
c) fiscalização do cumprimento das normas de estacionamento de veículos
na área da jurisdição municipal.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

286
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Artigo 8
Competências
1. A polícia municipal no exercício das suas funções é competente em matéria de:

a) fiscalização do cumprimento dos regulamentos e da aplicação das


normas legais, designadamente nos domínios do urbanismo, da
construção, do comércio, da saúde, da defesa e protecção dos recursos
cinegéticos, do património cultural, da natureza e do ambiente;
b) acções de policiamento ambiental;
c) adopção de medidas com vista a atenuar a poluição sonora nos termos
das posturas municipais;
d) adopção das providências organizativas apropriadas aquando da
realização de eventos na via pública que impliquem restrições à
circulação, em coordenação com a PRM ;
e) vigilância nos transportes urbanos;
f) fiscalização do cumprimento das normas de estacionamento de veículos
e controlo do cumprimento das rotas rodoviárias no tocante ao
transporte semi-colectivo de passageiros, incluindo a participação de
acidentes de viação à polícia de trânsito da PRM e preservação do local;
g) execução coerciva, nos termos da lei, dos actos administrativos dos
órgãos e das autoridades municipais;
h) detenção e entrega imediata à PRM de suspeitos de crime punível com
pena de prisão, em caso de flagrante delito, nos termos da lei processual
penal;
i) denúncia dos crimes de que tiverem conhecimento no exercício das suas
funções, e por causa delas, e prática dos actos cautelares necessários e
urgentes para assegurar os meios de prova, nos termos da lei processual
penal, até à chegada do órgão da polícia competente;
j) elaboração dos autos de notícia e de transgressão por infracções às
normas contidas nas posturas municipais;
k) elaboração dos autos de notícia, com remessa à autoridade competente
por infracções cuja fiscalização não seja da competência do município,
nos casos em que a lei o imponha ou permita;
l) instrução de processos de transgressão da respectiva competência;
m) garantia do cumprimento das leis e regulamentos que envolvam
competências autárquicas de fiscalização;

2. A polícia municipal promove acções de sensibilização e divulgação de matérias


de interesse social, e participa na definição de medidas de prevenção rodoviária
e ambiental.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

287
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Artigo 9
Competência territorial
1. A competência territorial da polícia municipal coincide com a área dos
respectivos municípios.

2. Os agentes da Polícia Municipal não podem actuar fora dos limites do território
do município.

3. Em caso de alteração da ordem pública a Polícia Municipal subordinar-se-á, de


imediato com os seus meios à Polícia da República de Moçambique do
respectivo território.

CAPÍTULO IV
DESIGNAÇÃO E DISTINTIVOS

Artigo 10
Designação
A polícia municipal designa-se pela expressão “Polícia Municipal” seguida do
nome do município.

Artigo 11
Distintivos
Os distintivos da Polícia Municipal, a exibir nos uniformes e nos meios de
transporte, deve incluir o brasão do município de modo a permitir a fácil
identificação do município a que dizem respeito e distingui-los dos utilizados pelas
forças de defesa e segurança.

CAPÍTULO V
EQUIPAMENTO E ARMAMENTO

Artigo 12
Equipamento
1. O equipamento dos agentes da polícia municipal é composto por:

a) bastão curto e simples pala de suporte;


b) apito;
c) emissor/receptor portátil;
d) algemas.

2. Os agentes da Polícia Municipal poderão utilizar outros equipamentos

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

288
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coercivos que forem definidos por diplomas do Ministro que superintende a


área da Polícia, além dos previstos no número anterior.

Artigo 13
Meios de comunicação
1. No exercício das suas funções, os agentes da Polícia Municipal podem utilizar
equipamento de transmissão e de recepção para comunicação via rádio.

2. A capacidade do equipamento de transmissão e recepção é definida pelo


Ministro que superintende a área dos Transportes e Comunicações.

3. A rede de rádio da Polícia Municipal é obrigatoriamente conectada com as redes


de rádio locais da Polícia da República de Moçambique, bombeiros e protecção
civil.

CAPÍTULO VI
AGENTES DA POLÍCIA MUNICIPAL

SECÇÃO I
EFECTIVOS

Artigo 14
Fixação do número de efectivos
1. A fixação do número de efectivos de cada Polícia Municipal depende das
necessidades do serviço, da proporcionalidade entre o número de agentes e o
número de cidadãos eleitores inscritos na área da respectiva autarquia, nos
termos dos nºs 2 e 3 do presente artigo.

2. Na fixação do número de efectivos da Polícia Municipal, consideram-se,


cumulativamente, os seguintes factores:
a) a extensão geográfica do município;
b) a área do município sobre que incide o exercício de competências da
Polícia Municipal, definida na deliberação de criação da polícia;
c) concentração ou dispersão populacional;
d) as competências efectivamente exercidas, definidas na deliberação da
Assembleia Municipal;
e) o número de objectos públicos existentes na área do município sobre que
incide o exercício das competências da polícia;
f) a população em idade escolar na área da autarquia sobre que incide o
exercício das competências da Polícia Municipal;
g) o número de objectos e infra-estruturas administrativas próprias do
município;
h) a extensão da rede viária municipal;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

289
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i) a delimitação da área urbana do município;


j) a existência de disponibilidade orçamental.

3. A ponderação dos factores fixados no número anterior não pode exceder a razão
de quinze agentes por cada dez mil eleitores inscritos na área do respectivo
município.

SECÇÃO II
RECRUTAMENTO E SELECÇÃO

Artigo 15
Requisitos gerais de provimento
1. São requisitos gerais para provimento nas carreiras da Polícia Municipal:

a) possuir a nacionalidade moçambicana;


b) possuir a idade mínima de 21 anos e a máxima de 30 anos;
c) possuir como habilitações mínimas o 1º ciclo do nível secundário ou
equivalente;
d) possuir a altura mínima de 1,70 metros;
e) possuir capacidade física e sanidade mental compatível com a função, a
ser comprovada por atestado médico;
f) possuir o registo criminal e policial limpo;
g) ter cumprido o Serviço Militar Obrigatório;
h) não ter sido expulso da função pública, aposentado ou reformado.

2. São dispensados do limite máximo de 30 anos de idade os indivíduos que


ingressam para o quadro da Polícia Municipal, habilitados com o nível superior
de escolaridade.

Artigo 16
Formas de ingresso
O ingresso nas carreiras da Polícia Municipal faz-se através de curso de formação
seguido de estágio.

Artigo 17
Formação
1. A admissão para o curso de formação é feita mediante concurso devendo ser
utilizados como métodos de selecção a prova de conhecimentos, o exame
psicotécnico, o exame médico e a entrevista profissional, tendo os três primeiros
carácter eliminatório.

2. O curso de formação referido no artigo anterior decorre em território nacional e


contém obrigatoriamente módulos de natureza administrativa, cívica e
profissional específicas e terá a duração de seis meses.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 18
Estágio
1. Os candidatos aprovados no curso de formação referido no artigo anterior são
submetidos a um estágio.

2. A não obtenção de aproveitamento no estágio implica o regresso do candidato


ao lugar de origem e à dispensa sem direito a qualquer indemnização, consoante
se trate de indivíduos providos em cargos públicos ou não.

Artigo 19
Regulamentação
Compete aos Ministros que superintendem a área dos órgãos locais e a área da
polícia regulamentarem a organização e funcionamento do curso de formação e do
estágio, bem como dos deveres e direitos dos candidatos.

O Regulamento de Organização e Funcionamento do Curso de Formação e do Estágio da


Polícia Municipal foi aprovado pelo Diploma Ministerial nº 105/2008, de 14 de Novembro.

Artigo 20
Destacamento
1. Sempre que se mostre necessário, podem ser destacados para o desempenho de
funções nos serviços de polícia municipal membros da Polícia da República de
Moçambique.

2. O destacamento faz-se por solicitação, devidamente fundamentada, do


Presidente do Conselho Municipal ao Ministro que superintende a área da
polícia.

3. O destacamento tem a duração máxima de 5 anos, podendo ser prorrogado por


motivos devidamente justificados.

4. Os encargos com as remunerações devidas ao pessoal em destacamento são


suportados pelo orçamento do Conselho Municipal.

SECÇÃO III
CARREIRAS PROFISSIONAIS E REMUNERAÇÕES
Artigo 21
Carreiras profissionais
Nos serviços da Polícia Municipal são criadas as seguintes carreiras de regime
especial, de acordo com o anexo I ao presente regulamento:

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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a) carreira técnica superior N1 de polícia municipal;


b) carreira técnica superior N2 de polícia municipal;
c) carreira técnica de polícia municipal;
d) carreira de assistente da polícia municipal;
e) carreira de auxiliar da polícia municipal.

Artigo 22
Qualificadores profissionais
Os qualificadores profissionais das carreiras referidas no artigo anterior constam do
anexo II ao presente Regulamento.

Artigo 23
Criação, reestruturação e extinção de carreiras
Compete à Autoridade Nacional da Função Pública a criação, reestruturação e
extinção das carreiras profissionais da polícia municipal bem como a aprovação dos
respectivos qualificadores, sob proposta do órgão de tutela administrativa, ouvido o
Ministro que superintende a área da polícia.

Artigo 24
Funções de direcção e chefia
Nos serviços da polícia municipal vigorarão as funções de direcção e chefia
existentes nos serviços técnicos e administrativos do respectivo município a serem
exercidas em regime de comissão de serviço pelos respectivos agentes.

Artigo 25
Remunerações
1. O valor do índice 100 das carreiras da polícia municipal é de 1.540.000,00 MT.

2. Aos agentes da Polícia Municipal, para além do bónus especial, é atribuído um


subsídio de risco, até ao limite de 35% do vencimento base, a ser fixado pela
Assembleia Municipal, sob proposta do Conselho Municipal.

SECÇÃO IV
DEVERES E DIREITOS

Artigo 26
Princípio geral
Os agentes da polícia municipal gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres
consignados na Constituição da República, na legislação autárquica e no Estatuto

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Geral dos Funcionários do Estado, sem prejuízo do regime próprio previsto no


presente regulamento.

Artigo 27
Uso de uniforme
1. Os agentes da Polícia Municipal são obrigados ao uso de uniforme quando no
exercício das suas funções.

2. O modelo do uniforme da polícia municipal é único para todo o território


nacional e é aprovado por diploma conjunto dos ministros que superintendem a
área dos órgãos locais do Estado e da polícia.

3. Os agentes da Polícia Municipal ostentarão no respectivo uniforme os


distintivos da respectiva polícia municipal.

Pelo Diploma Ministerial conjunto dos Ministros da Administração Estatal e do


Interior nº 104/2008, de 14 de Novembro, foi aprovado o Regulamento de Uniformes
da Polícia Municipal.

Artigo 28
Cartão de identificação
Os agentes da Polícia Municipal, quando em missão de serviço, devem ser
portadores de cartão de identificação próprio, placa e número a ser aprovado pela
Assembleia Municipal, sob proposta do Conselho Municipal.

Artigo 29
Direito de acesso e livre trânsito
1. Os agentes da polícia municipal têm, no exercício das suas funções, o direito de
entrar livremente em todos os lugares onde se realizem reuniões públicas ou
onde o acesso público dependa do pagamento duma entrada ou da realização de
certa despesa, dos quais se encontram dispensados.

2. No exercício das suas funções de vigilância, os agentes da Polícia Municipal


podem circular livremente nos transportes públicos locais, na área da jurisdição
da polícia, desde que devidamente uniformizados e identificados.

3. A Assembleia Municipal define o número máximo de agentes que podem estar


nos transportes públicos nas condições do número anterior.

Artigo 30
Recurso a meios coercivos
Os agentes da Polícia Municipal podem fazer uso dos meios coercivos de que

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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dispõem, atentos aos condicionalismos legais, nos seguintes casos:

a) para repelir uma agressão ilícita actual ou iminente, de interesses ou


direitos juridicamente protegidos, em defesa própria ou de terceiros;

b) para vencer a resistência à execução de um serviço no exercício das suas


funções depois de ter feito aos resistentes intimação clara de obediência
e esgotados que tenham sido quaisquer outros meios para o conseguir.

Artigo 31
Poderes de autoridade
1. A resistência ou a falta de obediência à ordem ou mandato legítimos
regularmente comunicados e emanados do agente da polícia municipal são
punidos com a pena prevista para o crime de desobediência.

2. Quando necessário ao exercício das suas funções de fiscalização ou para a


elaboração de autos da sua competência, os agentes da polícia municipal podem
identificar os infractores, bem como solicitar a apresentação de documentos de
identificação necessários à acção de fiscalização, nos termos da lei.

SECÇÃO V
REGIME DE TRABALHO

Artigo 32
Horário de trabalho
1. A duração semanal de trabalho dos agentes da polícia municipal é de 40 horas.

2. São considerados dias normais de trabalho todos os dias da semana, incluindo


sábados, domingos e feriados.

Artigo 33
Descanso semanal e trabalho por turnos
Os dias de descanso semanal e o trabalho por turnos obedecem às regras previstas
nos artigos 32 e 34 das Normas de Funcionamento dos Serviços da Administração
Pública, aprovadas pelo Decreto nº 30/2001, de 15 de Outubro.

Artigo 34
Horas extraordinárias e trabalho nocturno
A realização de horas extraordinárias e trabalho nocturno está sujeita às disposições
do Estatuto Geral dos Funcionários do Estado.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

294
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CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS.

Artigo 35
Enquadramento nas carreiras profissionais
1. O enquadramento nas carreiras profissionais previstas no presente decreto dos
actuais agentes da polícia municipal faz-se com base nos critérios de
enquadramento constantes do anexo III e mediante declaração emitida pelo
Conselho Municipal donde conste a data do início de funções e o vencimento
actual.

2. São, ainda, abrangidos pelo disposto no número anterior os agentes da polícia


municipal, admitidos até à entrada em vigor do presente Regulamento e cuja
situação profissional não se encontra formalmente legalizada.

3. Quando por virtude do respectivo enquadramento se verifique que a


remuneração que vem sendo abonada a determinado agente é superior ao
vencimento do escalão onde fica enquadrado de acordo com os critérios
referidos no número anterior, o agente é enquadrado no escalão da classe a que
corresponda vencimento igual ou imediatamente superior ao que aufere.

4. Nos casos em que a remuneração auferida pelo agente da polícia municipal é


superior ao vencimento máximo da carreira onde fica enquadrado, é-lhe
abonado um complemento igual à diferença que é diminuída ou extinta, no
âmbito das alterações salariais de que o funcionário vier a beneficiar.

Artigo 36
Novos ingressos
Os novos ingressos nas carreiras da Polícia Municipal só poderão ser efectuados nas
carreiras de assistente da polícia municipal, técnica de polícia municipal e técnica
superior de polícia municipal.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

295
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ANEXO I

CARREIRAS PROFISSIONAIS DA POLÍCIA MUNICIPAL

Grupo Carreira Classe Escalões/Índices


salarial
1 2 3

26 Técnica superior da polícia A 580 620 650


municipal B 490 520 540
C 420 440 460
D 400

26 Técnica superior N 2 da polícia A 390 400 420


municipal B 360 370 380
C 330 340 350
D 320

27 Técnica da polícia municipal A 320 330 340


B 280 290 300
C 250 260 270
D 240

28 Assistente da polícia municipal A 240 250 260


B 210 220 230
C 180 190 200
D 170

29 Auxiliar da polícia municipal A 170 180 190


B 140 150 160
C 110 120 130
D 100

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

296
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TABELA DE VENCIMENTOS DAS CARREIRAS DA POLÍCIA


MUNICIPAL
Grupo
salarial Carreira Clas- Escalões/índices Escalões
ses
1 2 3 1 2 3

Valores dos índices

26 Técnica A 580 620 650 12.621,00 13.491,00 14.144,00


super ior N1 B 490 520 540 10.662,00 11.315,00 11.750,00
da polícia C 420 440 460 9.139,00 9.574,00 10.010,00
municipal D 400 8.704,00

26 Técnica A 390 400 420 8.486,00 8.704,00 9.139,00


super ior N2 B 360 370 380 7.834,00 8.051,00 8.269,00
da polícia C 330 340 350 7.181,00 7.398,00 7.616,00
municipal D 320 6.963,00

27 Técnico da A 320 330 340 6.963,00 7.181,00 7.398,00


polícia B 280 290 300 6.093,00 6.310,00 6.528,00
municipal C 250 260 270 5.440,00 5.658,00 5.875,00
D 240 5.222,00

28 Assistente A 240 250 260 5.222,00 5.440,00 5.658,00


da polícia B 210 220 230 4.570,00 4.787,00 5.005,00
municipal C 180 190 200 3.917,00 4.134,00 4.352,00
D 170 3,699,00

29 Auxiliar da A 170 180 190 3.699,00 3.917,00 4.134,00


polícia B 140 150 160 3.046,00 3.264,00 3.482,00
municipal C 110 120 130 2.394,00 2.611,00 2.829,00
D 100 2.176,00

Nota:Tabela em vigor em 2009.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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ANEXO II

QUALIFICADORES PROFISSIONAIS

Grupo Salarial – 26
Carreira de Técnico Superior N1 da Polícia Municipal

Conteúdo de trabalho
· Desempenho de funções de enquadramento técnico relativamente ao pessoal
das carreiras técnicas e de agentes municipais;

·Instrução de processos de transgressão da respectiva competência;

·Participação no serviço municipal de protecção civil;

·Realização de estudos, concepção e adaptação de métodos e processos


científico-técnicos, no âmbito das polícias municipais;

·Elaboração de propostas de alteração às normas regulamentares municipais;

·Colaboração na elaboração de regulamentos municipais;

·Participação em acções de sensibilização e divulgação de várias matérias,


designadamente de prevenção rodoviária e ambiental.

Requisitos

Para ingresso:
Licenciatura, de preferência na área da polícia e aprovação em curso de formação e
estágio.

Para promoção
Aprovação em concurso de provas de conhecimento ou curso de capacitação.

Grupo Salarial – 26
Carreira de Técnico Superior N2 da Polícia Municipal

Conteúdo de trabalho
· Desempenho de funções de enquadramento técnico relativamente ao pessoal
das carreiras técnicas e de agentes municipais;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

298
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·Instrução de processos de transgressão da respectiva competência;

·Participação no serviço municipal de protecção civil;

·Elaboração autos de notícia ou de transgressão por infracções às normas


regulamentares municipais e às normas da âmbito nacional cuja competência de
aplicação ou fiscalização pertença ao município;

·Garantia do cumprimento das leis e dos regulamentos que envolvam


competências municipais de fiscalização;

·Realização de estudos, concepção e adaptação de métodos e processos


científico-técnicos, no âmbito das polícias municipais;

·Elaboração de propostas de alteração às normas regulamentares municipais;

·Colaboração na elaboração de regulamentos municipais;

·Participação em acções de sensibilização e divulgação de várias matérias,


designadamente de prevenção rodoviária e ambiental.

Requisitos

Para ingresso:
Bacharelato, de preferência na área da polícia e aprovação em curso de formação e
estágio.

Para promoção
Aprovação em concurso de provas de conhecimento ou curso de capacitação.

Grupo Salarial – 27
Carreira de Técnico da Polícia Municipal

Conteúdo de trabalho:
· Fiscalização do cumprimento das normas de estacionamento de veículos e de
controlo do cumprimento das rotas no tocante ao transporte semi-colectivo,
incluindo a participação de acidentes de viação à polícia de trânsito e
preservação do local e regulação do trânsito rodoviário e pedestre na área de
jurisdição municipal;

·Execução coerciva, nos termos da lei, dos actos administrativos das autoridades
municipais;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

299
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·Detenção e entrega imediata à autoridade judicial ou entidade policial de


suspeitos de crime punível com pena de prisão em caso de flagrante delito, nos
termos da lei processual penal;

·Denúncia de crimes de que tiver conhecimento no exercício das suas funções e


por causa delas e prática de actos cautelares necessários e urgentes para
assegurar os meios de prova, nos termos da lei processual penal, até à chegada do
órgão de polícia da República de Moçambique;

·Elaboração autos de notícia ou de transgressão por infracções às normas


regulamentares municipais e às normas da âmbito nacional cuja competência de
aplicação ou fiscalização pertença ao município;

·Instrução de processos e de transgressão da respectiva competência;

·Exercício de funções de polícia ambiental;

·Fiscalização do cumprimento dos regulamentos municipais e da aplicação das


normas legais, designadamente nos domínios do urbanismo, da construção, da
defesa e protecção dos recursos cinegéticos, do património cultural, da natureza
e do ambiente;

·Garantia do cumprimento das leis e dos regulamentos que envolvam


competências municipais de fiscalização;

·Exercício de funções de sensibilização e divulgação de várias matérias,


designadamente de prevenção rodoviária e ambiental;

·Participação no serviço municipal de protecção civil.

Requisitos

Para ingresso:
Nível médio ou equivalente, de preferência na área da polícia, e aprovação em curso
de formação e estágio.

Para promoção
Aprovação em concurso de provas de conhecimento ou curso de capacitação.

Grupo Salarial – 28
Carreira de Assistente da Polícia Municipal

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

300
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Conteúdo de trabalho:
· Fiscalização do cumprimento das normas de estacionamento de veículos e de
controlo do cumprimento das rotas no tocante ao transporte semi-colectivo,
incluindo a participação de acidentes de viação à polícia de trânsito e
preservação do local e regulação do trânsito rodoviário e pedestre na área de
jurisdição municipal;

·Detenção e entrega imediata à autoridade judicial ou entidade policial de


suspeitos de crime punível com pena de prisão em caso de flagrante delito, nos
termos da lei processual penal;

·Denúncia de crimes de que tiver conhecimento no exercício das suas funções e


por causa delas e praticar os actos cautelares necessários e urgentes para
assegurar os meios de prova, nos termos da lei processual penal até à chegada do
órgão de polícia da República de Moçambique;

·Elaboração de autos de notícia ou de transgressão por infracções às normas


regulamentares municipais e às normas da âmbito nacional ou regional cuja
competência de aplicação ou fiscalização pertença ao município;

·Exercício de funções de polícia ambiental;

·Fiscalização do cumprimento dos regulamentos municipais e da aplicação das


normas legais, designadamente nos domínios do urbanismo, da construção, da
defesa e protecção dos recursos cinegéticos, do património cultural, da natureza
e do ambiente;

·Garantia do cumprimento das leis e dos regulamentos que envolvam


competências municipais de fiscalização;

·Exercício de funções de sensibilização e divulgação de várias matérias,


designadamente de prevenção rodoviária e ambiental;

·Participação no serviço municipal de protecção civil.

Requisitos
Para ingresso:
1º ciclo do nível secundário ou equivalente, e aprovação em curso de formação e
estágio.

Para promoção
Aprovação em concurso de provas de conhecimento ou curso de capacitação.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

301
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Grupo Salarial – 29
Carreira de Auxiliar da Polícia Municipal

Conteúdo de trabalho:
· Fiscalização do cumprimento das normas de estacionamento de veículos e de
circulação rodoviária, incluindo a participação de acidentes de viação e
regulação do trânsito rodoviário e pedestre na área de jurisdição municipal;

·Detenção e entrega imediata à autoridade judicial ou entidade policial de


suspeitos de crime punível com pena de prisão em caso de flagrante delito, nos
termos da lei processual penal;

·Denúncia de crimes de que tiver conhecimento no exercício das suas funções e


por causa delas e praticar os actos cautelares necessários e urgentes para
assegurar os meios de prova, nos termos da lei processual penal até à chegada do
órgão de polícia da República de Moçambique;

·Elaboração de autos de notícia por acidente de viação quando o facto não


constituir crime;

·Exercício de funções de polícia ambiental;

·Fiscalização do cumprimento dos regulamentos municipais e de aplicação das


normas legais, designadamente nos domínios do urbanismo, da construção, da
defesa e protecção dos recursos cinegéticos, do património cultural, da natureza
e do ambiente;

·Participação no serviço municipal de protecção civil.

Requisitos
Para ingresso:
2º grau do nível primário ou equivalente e aprovação em curso de formação e
estágio.

Para promoção
Aprovação em concurso de provas de conhecimento ou curso de capacitação.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

302
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ANEXO III

CRITÉRIOS DE ENQUADRAMENTO DOS FUNCIONÁRIOS DA


POLÍCIA
MUNICIPAL NAS CARREIRAS PROFISSIONAIS

Habilitações Tempo de Enquadramento


serviço
Carreira Classe Escalão

Até 9ª classe Até 2 anos Auxiliar da polícia D


Mais de 2 anos municipal C 1

10ª classe Até 2 anos Assistente da polícia D


Mais de 2 anos municipal C 1

12ª classe Até 2 anos Técnica de polícia D


Mais de 2 anos municipal C 1

Bacharelato Até 2 anos Técnica superior N2 D


Mais de 2 anos de polícia municipal C 1

Licenciatura Até 2 anos Técnica superior N1 D


Mais de 2 anos de polícia municipal C 1

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

303
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Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

304
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RESOLUÇÃO Nº 6/2004, 10 DE DEZEMBRO, DO CONSELHO


NACIONAL DA FUNÇÃO PÚBLICA QUE CRIA AS FUNÇÕES DE
DIRECÇÃO, CHEFIA E CONFIANÇA A VIGORAR NAS AUTARQUIAS
LOCAIS

Boletim da República I série, nº 48,


de 10 de Dezembro de 2004.

RESOLUÇÃO Nº 6 /2004
de 10 de Dezembro

Havendo necessidade de se criar as funções e ocupações específicas a vigorar nas


autarquias locais e aprovar os respectivos qualificadores profissionais, sob proposta
do Órgão Director Central do Sistema Nacional de Gestão de Recursos Humanos,
ao abrigo do disposto no artigo 8 do Decreto nº 64/98, de 3 de Dezembro, o
Conselho Nacional da Função Pública decide:

Artigo 1
São criadas as seguintes funções de direcção, chefia e confiança a vigorar nas
autarquias locais, incluídas nos grupos a seguir indicados, constantes ao anexo II do
Decreto nº 64/98, de 3 de Dezembro:

Assessor do Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo –


grupo 3;
Assessor do Presidente do Conselho Municipal das Cidades de nível B, C e
D – grupo 4
Director de Serviço Municipal – grupo 3;
Director de Serviço Municipal Adjunto – grupo 3.1;
Director de Departamento Municipal – grupo 4;
Chefe de Departamento Municipal – grupo 4;
Administrador de Distrito Municipal – grupo 4;
Chefe de Serviço Municipal – grupo 5.1;
Chefe de Posto Administrativo Municipal – grupo 6;
Chefe de Secção Municipal – grupo 8
Chefe do Gabinete do Presidente do Conselho Municipal da Cidade de
Maputo – grupo 6;
Chefe do Gabinete do Presidente do Conselho Municipal de Cidade de nível
B e C – grupo 6.1;
Chefe do Gabinete do Presidente do Conselho Municipal de Cidade de nível

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

305
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D – grupo 7;
Chefe de Gabinete do Presidente do Conselho Municipal de Vila – grupo 8;
Chefe de Localidade Municipal – grupo 8;
Chefe de unidade de trabalho – grupo 9.

Artigo 2
Os vencimentos dos presidentes de conselhos municipais de vila são fixados tendo
como limite o vencimento do grupo 4 do anexo II ao Decreto nº 64/98, de 3 de
Dezembro.

Artigo 3
São criadas as ocupações específicas dos municípios e integradas nas carreiras de
regime geral constantes do anexo I à presente Resolução.

Artigo 4
São aprovados os qualificadores profissionais das funções referidas no artigo 1 e
que constam do anexo II à presente Resolução.

Maputo, 28 de Outubro de 2004.

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DA FUNÇÃO PÚBLICA, José


António da Conceição Chichava, Ministro da Administração Estata.l

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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ANEXO I

Carreira Classes Grupo Ocupação


salarial

Assistente Técnico A 6 Agente sanitário


B Fiscal de mercado
C Cobrador de taxas
E Técnico de sinalização rodoviária
Técnico de transportes

Auxiliar administrativo Única 4 Auxiliar cobrador de taxas


Capataz

Operário Única 3 Tractorista

Agente de serviço Única 2 Servente de obras

Auxiliar Única 1 Coveiro


Servente de saneamento

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

307
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ANEXO II

QUALIFICADORES PROFISSIONAIS
Grupo 3
ASSESSOR DO PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DA CIDADE
DE MAPUTO

Grupo 4
ASSESSOR DO PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DAS
CIDADES DE NÍVEL B, C e D.

Conteúdo de trabalho:

·Assiste o Presidente do Conselho Municipal em todos os assuntos por ele


solicitados;

·Elabora, coordena, dirige estudos e emite pareceres sobre a planificação e


desenvolvimento do município;

·Prepara ou intervém na preparação dos actos do Presidente de Conselho


Municipal;

·Organiza e mantém actualizada a colectânea da legislação de interesse para o


Conselho Municipal;

·Analisa, dá parecer ou participa na preparação e conclusão de contratos com


entidades nacionais e estrangeiras que implicam compromisso para o Conselho
Municipal;

·Elabora ou assegura a elaboração de estudos da sua especialidade, necessários


ao desempenho das atribuições e competências do Presidente do Conselho
Municipal;

·Elabora pareceres sobre informações, exposições e petições dirigidas ao


Presidente do Conselho Municipal;

·Assiste o Presidente do Conselho Municipal nas suas relações com os órgãos de


comunicação social.

Requisitos:
Para Assessor do Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo

Possuir o nível de licenciatura e ter, pelo menos, 5 anos de serviço na administração

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

308
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pública com boas informações; ou

Estar enquadrado na classe B da carreira de técnico superior N2 de regime geral ou


específico ou em carreiras correspondentes de regime especial e ter, pelo menos, 5
anos de serviço na administração pública com boas informações.

Para Assessor do Presidente do Conselho Municipal das Cidades de nível B, C


e D:

Possuir o nível de bacharelato com, pelo menos, 5 anos de serviço na administração


pública com boas informações; ou

Estar enquadrado na classe B da carreira de técnico de regime geral ou específico ou


em carreiras correspondentes de regime especial e ter, pelo menos, 3 anos de serviço
na administração pública com boas informações.

Grupo 3
DIRECTOR DE SERVIÇO MUNICIPAL

Conteúdo de trabalho:

·Dirige uma Direcção de Serviços Municipal no Município da Cidade de


Maputo ;

·Gere as actividades da Direcção de Serviços Municipal na linha geral de


actuação definida no estatuto orgânico e regulamento interno respectivo;

·Dirige e coordena, de modo eficiente, a actividade das unidades orgânicas


integradas na respectiva direcção de serviços;

·Participa na elaboração das políticas municipais na parte correspondente ao


sector a seu cargo, criando e canalizando informações para a sua definição e
dirige, organiza e coordena de modo eficiente, os meios para a respectiva
execução;

·Submete à apreciação superior os planos anuais ou plurianuais de actividades,


bem como os respectivos relatórios de execução;

·Submete à apreciação superior a proposta de orçamento e controla a sua


execução;

·Controla os resultados sectoriais, responsabilizando-se pela sua produção de


forma adequada aos objectivos prosseguidos;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

309
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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

·Promove a execução das ordens e despachos do Presidente do Conselho


Municipal e dos vereadores com poderes para o efeito, nas matérias
compreendidas na esfera de competências da respectiva direcção municipal;

·Assessora o Presidente do Conselho Municipal e o Conselho Municipal na sua


área de actuação;

·Gere e administra os recursos humanos, materiais e financeiros da sua


Direcção.

Requisitos:
Possuir o nível de bacharelato com, pelo menos, 5 anos de serviço na administração
pública com boas informações; ou

Estar enquadrado na classe B da carreira de técnico de regime geral ou específico ou


em carreiras correspondentes de regime especial e ter, pelo menos, 3 anos de
experiência em funções de direcção e chefia com boas informações.

Grupo 3.1
DIRECTOR DE SERVIÇO MUNICIPAL ADJUNTO

Conteúdo de trabalho:

·Actua no exercício de actividades delegadas ou subdelegadas pelo Director de


Serviço ou de competência própria expressamente cometidas pelo estatuto
orgânico ou regulamento interno da respectiva unidade orgânica;

·Coordena actividades ou áreas de actividade da Direcção de Serviço,


responsabilizando-se a seu nível, pela obtenção de resultados conjuntos das
actividades coordenadas;

·Substitui o Director de Serviço nas suas ausências ou impedimentos.

Requisitos:
Possuir o nível de bacharelato com, pelo menos, 5 anos de serviço na administração
pública com boas informações; ou

Estar enquadrado na classe B da carreira de técnico de regime geral ou específico ou


em carreiras correspondentes de regime especial e ter, pelo menos, 3 anos de
experiência em funções de direcção e chefia com boas informações.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

310
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Grupo 4
DIRECTOR DE DEPARTAMENTO MUNICIPAL

Conteúdo de trabalho:

·Dirige um Departamento Municipal nos municípios das cidades de nível B e C;

·Exerce funções de organização, planificação, coordenação e controlo do seu


departamento;

·Responde perante o Presidente do Conselho Municipal e o vereador com


poderes sobre a sua área de actuação;

·Dirige as unidades orgânicas compreendidas no respectivo departamento,


definindo objectivos de actuação do mesmo tendo em conta os planos gerais
estabelecidos, as atribuições do Departamento definidos no estatuto orgânico e
regulamento interno;

·Participa na elaboração das políticas municipais na parte correspondente ao


sector a seu cargo, criando e canalizando informações para a sua definição e
dirige, organiza e coordena de modo eficiente, os meios para a respectiva
execução, no caso de ter a seu cargo Departamento autónomo;

·Submete à apreciação superior os planos anuais ou plurianuais de actividades,


bem como os respectivos relatórios de execução

·Administra os recursos materiais, humanos e financeiros do seu Departamento,


de acordo com as normas e procedimentos estabelecidos;

·Submete à apreciação superior a proposta de orçamento e controla a sua


execução;

·Controla o cumprimento dos planos de actividade e os resultados obtidos.

Requisitos:

Possuir o 2º ciclo do ensino secundário ou o nível médio técnico profissional, ou


equivalente e, pelo menos, 5 anos de serviço na administração pública, com boas
informações; ou

Estar enquadrado, pelo menos, na classe C da carreira de técnico de regime geral ou


específico ou em carreiras correspondentes de regime especial e ter, pelo menos, 5
anos de serviço na administração pública, com boas informações.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

311
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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

Grupo 4
CHEFE DE DEPARTAMENTO MUNICIPAL

Conteúdo de trabalho:

·Chefia um Departamento Municipal no município da Cidade de Maputo;

·Exerce funções de organização, planificação, coordenação e controlo do seu


departamento;

·Responde perante o Director de Serviços Municipal;

·Define os objectivos de actuação do seu departamento tendo em conta os planos


gerais estabelecidos, as atribuições do Departamento definidos no regulamento
interno;

·Participa na elaboração das políticas municipais na parte correspondente ao


sector a seu cargo, criando e canalizando informações para a sua definição e
dirige, organiza e coordena de modo eficiente, os meios para a respectiva
execução, no caso de ter a seu cargo Departamento autónomo;

·Administra os recursos materiais, humanos e financeiros do seu Departamento,


de acordo com as normas e procedimentos estabelecidos;

·Controla o cumprimento dos planos de actividade e os resultados obtidos.

Requisitos:

Possuir o 2º ciclo do ensino secundário ou o nível médio técnico profissional, ou


equivalente e, pelo menos, 5 anos de serviço na administração pública, com boas
informações; ou

Estar enquadrado, pelo menos, na classe C da carreira de técnico de regime geral ou


específico ou em carreiras correspondentes de regime especial e ter, pelo menos, 5
anos de serviço na administração pública, com boas informações.

Grupo 4
ADMINISTRADOR DE DISTRITO MUNICIPAL

Conteúdo de trabalho:
· Dirige a elaboração dos projectos do plano e orçamento do distrito municipal;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

312
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·Controla a execução do plano e programas do distrito municipal;

·Dirige os programas de desenvolvimento do Distrito Municipal, garantindo a


correcta gestão dos projectos e da aplicação dos princípios e orientações dadas
pelo Conselho e Assembleia Municipais;

·Mobiliza, organiza e orienta os munícipes, em articulação com as autoridades


comunitárias, para participação nas actividades municipais;

·Toma medidas necessárias para assegurar a higiene e salubridade pública e


preservação do meio ambiente na área do distrito municipal;

·Orienta reuniões públicas;

·Adopta medidas educativas para combater as calamidades naturais, a erosão e as


queimadas, organizando, se for o caso, a deslocação das pessoas para zonas
seguras;

·Zela pelo cumprimento das normas dentro do distrito municipal, mandando


levantar autos nos termos do código de postura em vigor;

·Propõe ao Conselho Municipal a concessão de licenças para o exercício do


comércio, indústria e caça e garante a fiscalização do uso dessas licenças e a
distribuição de terras;

·Garante o controlo do cumprimento das normas de urbanização na sua área de


jurisdição;

·Gere os recursos humanos, patrimoniais, materiais e financeiros a seu cargo e no


âmbito das suas competências;

·Exerce outras funções e competências que lhe forem determinadas pelo


Presidente do Conselho Municipal.

Requisitos:

Possuir o nível médio em administração pública e 5 anos de serviço na


administração pública, com boas informações, ou;

Estar enquadrado, pelo menos na classe B da carreira de técnico de regime geral ou


específica ou em carreira correspondente de regime especial, e ter, pelo menos 3
anos de experiência em cargos de direcção e chefia, com boas informações.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

313
ANAMM
Associação Nacional dos Municípios de Moçambique
COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

Grupo 6
CHEFE DE POSTO ADMINISTRATIVO MUNICIPAL

Conteúdo de trabalho:
· Promove as acções de desenvolvimento económico, social e cultural do posto
administrativo, de acordo com o plano do município;

·Mobiliza e organiza a participação da comunidade local na resolução dos


problemas sociais do posto administrativo;

·Dirige a integração da população, em articulação com as autoridades


comunitárias, na realização das tarefas do posto administrativo;

·Controla a cobrança de impostos na sua área de jurisdição;

·Garante o recenseamento da população na sua área de jurisdição;

·Toma medidas necessárias para assegurar a higiene e salubridade pública e


preservação do meio ambiente na área do posto administrativo;

·Adopta medidas educativas para combater as calamidades naturais, a erosão e as


queimadas, organizando, se for o caso, a deslocação das pessoas para zonas
seguras;

·Propõe ao Conselho Municipal a concessão de licenças para o exercício do


comércio, indústria e caça e garante a fiscalização do uso dessas licenças e a
distribuição de terras;

·Orienta reuniões públicas;

·Responde pelo desenvolvimento da localidade com base no plano aprovado


pelos órgãos superiores;

·Exerce outras funções e competências que lhe forem determinadas pelo


Presidente do Conselho Municipal.

Requisitos:

Possuir o 1º ciclo do ensino secundário ou o nível básico do ensino técnico


profissional ou equivalente e, pelo menos, 5 anos de serviço na administração
pública, com boas informações; ou

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

314
COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA ANAMM
Associação Nacional dos Municípios de Moçambique

Estar enquadrado na classe B da carreira de assistente técnico de regime geral ou


específico ou em carreiras correspondentes de regime especial e 5 anos de serviço
na administração pública, com boas informações.

Grupo 5.1
CHEFE DE SERVIÇO MUNICIPAL

Conteúdo de trabalho:

·Chefia um Serviço Municipal nos municípios de cidades;

·Exerce funções de organização, planificação, coordenação e controlo do serviço


a seu cargo;

·Responde perante o Director de Departamento Municipal ou não estando


integrado num departamento municipal, responde perante o Presidente do
Conselho Municipal e o vereador com poderes sobre a sua área de actuação;

·Define os objectivos de actuação do mesmo tendo em conta os planos gerais


estabelecidos, as atribuições do Departamento definidos no estatuto orgânico e
regulamento interno;

·Participa na elaboração das políticas municipais na parte correspondente ao


sector a seu cargo, criando e canalizando informações para a sua definição e
dirige, organiza e coordena de modo eficiente, os meios para a respectiva
execução, no caso de ter a seu cargo Serviço autónomo;

·Submete à apreciação superior os planos anuais ou plurianuais de actividades,


bem como os respectivos relatórios de execução

·Administra os recursos materiais, humanos e financeiros do seu serviço, de


acordo com as normas e procedimentos estabelecidos;

·Submete à apreciação superior a proposta de orçamento e controla a sua


execução;

·Controla o cumprimento dos planos de actividade e os resultados obtidos.

Requisitos:

Ter o 2º ciclo do ensino secundário ou o nível médio do ensino técnico profissional,

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

315
ANAMM
Associação Nacional dos Municípios de Moçambique
COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

ou equivalente, e, pelo menos, 5 anos de serviço na administração pública com boas


informações; ou

Estar enquadrado, pelo menos na classe C da carreira de técnico de regime geral ou


específica ou em carreira correspondente de regime especial com, pelo menos, 5
anos de serviço na administração pública, com boas informações.

Grupo 8
CHEFE DE SECÇÃO MUNICIPAL

Conteúdo de trabalho:

·Chefia uma Secção Municipal nos municípios de cidades de nível D e de vilas;

·Exerce funções de organização, planificação, coordenação e controlo do serviço


a seu cargo;

·Responde perante o Chefe de Serviço Municipal ou, não estando integrado num
serviço municipal, responde perante o Presidente do Conselho Municipal e o
vereador com poderes sobre a sua área de actuação;

·Define os objectivos de actuação do mesmo tendo em conta os planos gerais


estabelecidos, as atribuições definidas no estatuto orgânico e regulamento
interno;

·Participa na elaboração das políticas municipais na parte correspondente ao


sector a seu cargo, criando e canalizando informações para a sua definição e
dirige, organiza e coordena de modo eficiente, os meios para a respectiva
execução, no caso de ter a seu cargo secção autónoma;

·Submete à apreciação superior os planos anuais ou plurianuais de actividades,


bem como os respectivos relatórios de execução

·Administra os recursos materiais, humanos e financeiros da sua secção, de


acordo com as normas e procedimentos estabelecidos;

·Submete à apreciação superior a proposta de orçamento e controla a sua


execução;

·Controla o cumprimento dos planos de actividade e os resultados obtidos.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

316
COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA ANAMM
Associação Nacional dos Municípios de Moçambique

Requisitos:

Ter o 1º ciclo do ensino secundário ou o nível básico do ensino técnico profissional,


ou equivalente, e, pelo menos, 5 anos de serviço na administração pública com boas
informações; ou

Estar enquadrado, pelo menos na classe C da carreira de assistente técnico de


regime geral ou específica ou em carreira correspondente de regime especial com,
pelo menos, 5 anos de serviço na administração pública, com boas informações.

Grupo 6
CHEFE DO GABINETE DO PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL
DA CIDADE DE MAPUTO

Grupo 6.1
CHEFE DO GABINETE DO PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL
DE CIDADES DE NÍVEL B e C

Grupo 7
CHEFE DO GABINETE DO PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL
DE CIDADES DE NÍVEL D

Grupo 8
CHEFE DO GABINETE DO PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL
DE VILAS

Conteúdo de trabalho:

·Chefia, orienta e controla a actividade dos funcionários do gabinete do


Presidente do Conselho Municipal;

·Prepara a documentação para despacho, elabora a correspondência a ser


submetida ao Presidente do Conselho Municipal;

·Emite pareceres sobre assuntos de sua competência;

·Organiza a recepção, expedição, reprodução, circulação e arquivo dos


documentos do Gabinete do Presidente do Conselho Municipal;

·Transmite aos diferentes órgãos municipais orientações e instruções definidas


pelo Presidente do Conselho Municipal;

·Garante o apoio logístico e protocolar ao Presidente do Conselho Municipal;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

317
ANAMM
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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

· Elabora e controla a agenda e programação do Presidente do Conselho, sob a


sua orientação;

·Organiza os encontros do Presidente do Conselho Municipal;

·Coordena a marcação de audiências na base das orientações do Presidente do


Conselho Municipal;

·Controla a administração dos edifícios do Município;

·Exerce outras actividades que forem determinadas pelo Presidente do Conselho


Municipal.

Requisitos:

Para Chefe do Gabinete do Presidente do Conselho Municipal da Cidade de


Maputo:
Ter o 2º ciclo do ensino secundário ou o nível médio do ensino técnico profissional,
ou equivalente, e, pelo menos, 5 anos de serviço na administração pública com boas
informações; ou

Estar enquadrado, pelo menos na classe C da carreira de técnico de regime geral ou


específica ou em carreira correspondente de regime especial com, pelo menos, 5
anos de serviço na administração pública, com boas informações.

Para Chefe do Gabinete do Presidente do Conselho Municipal de Cidades de


nível B e C
Possuir o 1º ciclo do ensino secundário ou o nível básico do ensino técnico
profissional ou equivalente e, pelo menos, 5 anos de serviço na administração
pública; ou

Estar enquadrado na classe B da carreira de assistente técnico de regime geral ou


específico ou em carreiras correspondentes de regime especial e, pelo menos, 5 anos
de serviço na administração pública

Para Chefe do Gabinete do Presidente do Conselho Municipal de Cidades de


nível D
Possuir o 1º ciclo do ensino secundário ou o nível básico do ensino técnico
profissional ou equivalente e, pelo menos, 5 anos de serviço na administração
pública; ou

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

318
COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA ANAMM
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Estar enquadrado na classe B da carreira de assistente técnico de regime geral ou


específico ou em carreiras correspondentes de regime especial e, pelo menos, 5 anos
de serviço na administração pública.

Para Chefe do Gabinete do Presidente do Conselho Municipal de Vilas

Possuir o 1º ciclo do ensino secundário ou o nível básico do ensino técnico


profissional ou equivalente e, pelo menos, 5 anos de serviço na administração
pública; ou

Estar enquadrado na classe C da carreira de assistente técnico de regime geral ou


específico ou em carreiras correspondentes de regime especial e 5 anos de serviço
na administração pública.

Grupo 8
CHEFE DE LOCALIDADE MUNICIPAL
Conteúdo de trabalho:
· Mobiliza e organiza a participação da comunidade local na resolução dos
problemas sociais da localidade;

·Dirige a integração da população, em articulação com as autoridades


comunitárias, na realização das tarefas da localidade;

·Controla a cobrança de impostos na sua área de jurisdição;

·Garante o recenseamento da população na sua área de jurisdição;

·Toma medidas necessárias para assegurar a higiene e salubridade pública e


preservação do meio ambiente na área da localidade, de acordo com as normas
aprovadas;

·Adopta medidas educativas para combater as calamidades naturais, a erosão e as


queimadas, organizando, se for o caso, a deslocação das pessoas para zonas
seguras;

·Orienta reuniões públicas;

·Responde pelo desenvolvimento da localidade com base no plano aprovado


pelos órgãos superiores;

·Exerce outras funções e competências que lhe forem determinadas pelo

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

319
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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

Presidente do Conselho Municipal.

Requisitos:

Possuir o 1º ciclo do ensino secundário ou o nível básico do ensino técnico


profissional ou equivalente e, pelo menos, 5 anos de serviço na administração
pública; ou

Estar enquadrado na classe C da carreira de assistente técnico de regime geral ou


específico ou em carreiras correspondentes de regime especial e, pelo menos, 5 anos
de serviço na administração pública.

Grupo 9
CHEFE DE UNIDADE DE TRABALHO
Conteúdo de trabalho

·Organiza e controla o trabalho de, pelo menos, 20 trabalhadores sob sua


responsabilidade;

·Fiscaliza o trabalho da área à sua responsabilidade;

·Administra o equipamento e materiais atribuídos à sua área de trabalho;

·Responde pela organização, eficácia e disciplina da sua área de trabalho;

·Presta conta ao superior hierárquico.

·Realiza outras actividades de natureza e complexidade similares.

Requisitos:
Ter o 2º grau do nível primário do SNE ou equivalente e, pelo menos 5 ano de
experiência no respectivo sector com boas informações; ou

Estar enquadrado, pelo menos, no escalão 4 da carreira de auxiliar administrativo de


regime geral ou específico.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

320
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Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

321
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RESOLUÇÃO Nº 4/2006, DE 13 DE JULHO, DO CONSELHO NACIONAL


DA FUNÇÃO PÚBLICA QUE CRIA A FUNÇÃO DE PROVEDOR DO
MUNÍCIPE A VIGORAR NO CONSELHO MUNICIPAL DE MAPUTO

Boletim da República nº 28, I


série de 13 de Julho de
2006

Resolução nº 4/2006
de 13 de Julho

Havendo necessidade de se criar a função de provedor do munícipe no Município da


Cidade de Maputo;

Sob proposta do Conselho Municipal daquele Município, ouvido o Órgão Director


Central do Sistema Nacional de Gestão de Recursos Humanos, ao abrigo do
disposto no artigo 8 do Decreto nº 64/98, de 3 de Dezembro, o Conselho Nacional da
Função Pública decide:

Artigo 1
É criada a função de provedor do munícipe no Conselho Municipal de Maputo
incluída no grupo 3 do anexo II do Decreto nº 64/98, de 3 de Dezembro

Artigo 2
É aprovado o qualificador profissional da função referida no artigo anterior que
consta em anexo à presente resolução, da qual é parte integrante.

Maputo, 24 de Março de 2006 .

A VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DA FUNÇÃO PÚBLICA,


Maria Helena Taipo, Ministra do Trabalho

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

322
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ANEXO I

QUALIFICADORES PROFISSIONAIS
Grupo 3

PROVEDOR DO MUNÍCIPE

Conteúdo de trabalho:

·Proteger os munícipes e garantir que os seus direitos sejam respeitados nas suas
relações com a administração municipal;

·Fiscalizar as actividades da administração municipal nas relações com os


munícipes;

·Contribuir para a melhoria dos funcionamento da administração municipal,


tendo, para tanto que:

a) Ouvir as queixas dos munícipes;


b) Investigar qualquer serviço municipal;
c) Convocar responsáveis ou funcionários do município;
d) Propor ao Presidente do Conselho Municipal a modificação ou revogação de
medidas tomadas;
e) Indicar as irregularidades.

Requisitos:
Possuir licenciatura em direito ou administração pública e ter, pelo menos, 5 anos de
serviço na administração pública com boas informações; ou

Estar enquadrado na classe B da carreira de técnico superior N2 de regime geral ou


específico ou em carreiras correspondentes de regime especial com, pelo menos, 5
anos de serviço na administração pública com boas informações.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

323
ANAMM
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Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

324
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RESOLUÇÃO Nº 3/2007, DE 25 DE ABRIL, DA AUTORIDADE


NACIONAL DA FUNÇÃO PÚBLICA QUE CRIA FUNÇÕES A VIGORAR
NO CONSELHO MUNICIPAL DE MAPUTO

Boletim da República I série, nº 17,


de 25 de Abril de 2007.

RESOLUÇÃO Nº 3/2007
de 25 de Abril

Havendo necessidade de se proceder à criação de novas funções específicas para o


Conselho Municipal da Cidade de Maputo, sob proposta deste e ao abrigo do
disposto no artigo 8 do Decreto nº64/98, de 3 de Dezembro, conjugado com a alínea
c) do Decreto nº 40/2006, de 27 de Setembro, a Autoridade Nacional da Função
Pública determina:

Artigo 1. São criadas as seguintes funções a vigorar no Conselho Municipal da


Cidade de Maputo incluídas nos grupos a seguir indicados, constantes do Anexo II
do Decreto nº 64/98, de 3 de Dezembro:

-
Secretário Municipal – grupo 2;
-
Chefe de Repartição Municipal – grupo 6;
-
Chefe de Secretaria Municipal – grupo 8;
-
Chefe de Mercado Municipal – grupo 8.

Artigo 2. São aprovados os qualificadores profissionais das funções referidas no


artigo 1 que constam do anexo I à presente resolução.

Artigo 3. A presente Resolução entra em vigor na data da sua publicação.

Publique-se.

Aprovada pela Autoridade Nacional da Função Pública, aos 7 de Março de 2007.

A Presidente, Vitória Dias Diogo.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

325
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ANEXO

QUALIFICADORES PROFISSIONAIS

Grupo 2
Secretário Municipal

Conteúdo de trabalho:
· Apoiar o Presidente do Conselho Municipal na gestão administrativa da
instituição, exercendo as competências que, para o efeito lhe forem
delegadas;

·Assegurar, em representação do Presidente do Conselho Municipal, a


coordenação de algumas áreas de actividades, que pela sua natureza
especializada, mas de intervenção global, se situam na esfera de acção do
Presidente;

·Assegurar o levantamento e satisfação adequada das necessidades em


recursos materiais, infra-estruturas, equipamento, material de escritório,
meios de transporte para o funcionamento do Conselho Municipal e
Assembleia Municipal;

·Garantir as condições logísticas e administrativas necessárias ao bom


funcionamento dos vários órgãos do Conselho Municipal;

·Manter, viabilizar e optimizar a agenda conjunta do Presidente do Conselho


Municipal e das vereações.

Requisitos:
· Possuir o nível de licenciatura com, pelo menos, 5 anos de serviço na
administração pública com boas informações; ou

·Estar enquadrado na classe B da carreira de técnico superior N2 de regime


geral ou específico ou em carreiras correspondentes de regime especial e
ter, pelo menos, 3 anos de experiência em funções de direcção e chefia com
boas informações.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

326
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Grupo 6
Chefe de Repartição Municipal

Conteúdo de trabalho:
· Chefiar uma repartição municipal;

·Distribuir, orientar e controlar a execução dos trabalhos da Repartição;

·Organizar as actividades da Repartição de acordo com o plano definido e


procede à avaliação dos resultados;

·Elaborar pareceres e informações sobre os assuntos da competência da


Repartição a seu cargo;

·Administrar os recursos humanos, materiais e financeiros de acordo com as


normas e procedimentos estabelecidos;

Requisitos:
· Possuir o 2º ciclo do ensino secundário ou o nível médio do ensino técnico
profissional, ou equivalente e, pelo menos, 5 anos de serviço na
administração pública, com boas informações; ou

·Estar enquadrado, pelo menos na classe C, na carreira de técnico de regime


geral ou específico ou em carreiras correspondentes de regime especial.

Grupo 8
Chefe de Secretaria Municipal

Conteúdo de trabalho:
· Chefiar uma secretaria de município;

·Exercer funções de organização, planificação, coordenação e controlo na


sua unidade;

·Responder pelos resultados de organização, eficácia e disciplina na sua


unidade;

·Organizar e providenciar a recepção, expedição, circulação, reprodução,


registo e arquivo da documentação;

·Assegurar o funcionamento logístico do Conselho Municipal em termos de

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

327
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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

abastecimento de consumíveis de escritório e controlo de limpeza;

Requisitos:
· Possuir o 2º ciclo do ensino secundário ou o nível médio do ensino técnico
profissional, ou equivalente e, pelo menos 5 anos de serviço na
administração pública, com boas informações; ou

·Estar enquadrado, pelo menos, na classe E da carreira de técnico de regime


geral ou específico ou em carreiras correspondentes de regime especial.

Grupo 8
Chefe de Mercado Municipal

Conteúdo de trabalho:

·Manter rigorosamente actualizados os livros de contabilidade e de registos


existentes no mercado, fazendo as revisões periódicas previstas e propondo
as anulações de registo que em qualquer altura se mostrarem convenientes;

·Garantir a ordem e limpeza permanente no mercado;

·Atribuir bancas;

·Proceder directamente, sempre que se lhe deparem transgressões às


posturas sobre mercados e garantir que os respectivos autos sigam sem
demora para a respectiva Direcção Municipal;

·Elaborar o relatório mensal;

·Remeter à entidade competente todos os autos de notícia levantados por


ocorrências verificadas no mercado e cuja decisão esteja fora da sua
competência;

·Requisitar senhas para a cobrança de taxas;

·Controlar a arrecadação diária de receitas;

·Preencher o livro de liquidação diária e recibos

·Depositar a receita no Banco;

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

328
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· Controlar a efectividade dos funcionários afectos no mercado;

·Elaborar e controlar o cadastro dos vendedores;

·Coordenar com a polícia municipal acções de fiscalização e manutenção da


ordem no mercado;

·Promover a articulação com as comissões de vendedores instaladas no


mercado;

·Realizar outras actividades superiormente definidas.

Requisitos:
· Possuir o 2º ciclo do ensino secundário ou o nível médio do ensino técnico
profissional, ou equivalente e, ter exercido a ocupação de fiscal de mercado
durante, pelo menos, 3 anos com boas informações; ou

·Estar enquadrado, pelo menos na classe C, na carreira de técnico de regime


geral ou específico ou em carreiras correspondentes de regime geral.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

329
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Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

330
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DECRETO Nº 31/2008, DE 24 DE JULHO, QUE ESTABELECE OS


PARÂMETROS E LIMITES MÁXIMOS DA REMUNERAÇÃO DOS
TITULARES E MEMBROS DOS ÓRGÃOS DAS AUTARQUIAS LOCAIS

Boletim da República I série, nº 30 Supl ,


de 24 de Julho de 2008

DECRETO Nº31/2008

de 24 de Julho

Tornando-se necessário estabelecer os parâmetros e limites máximos da


remuneração dos titulares e membros dos órgãos das autarquias locais, ao abrigo do
disposto nos artigos 16, 17 e 18 da Lei nº. 9/97, de 31 de Maio, na redacção dada pela
Lei nº 21/ 2007, de 01 de Agosto, o Conselho de Ministros decreta:

Artigo 1
Parâmetros e Limites
São aprovados os parâmetros e limites máximos da remuneração do Presidente do
Conselho Municipal, dos vereadores, do Presidente e Vice-Presidente da
Assembleia Municipal, do respectivo Secretário de Mesa e dos Membros da
Assembleia Municipal das autarquia locais, com base na equiparação das funções
de Direcção e Chefia constantes da tabela em anexo ao presente Decreto.

Artigo 2
Subsídio de transporte
Será pago o subsídio de transporte ao Presidente da Assembleia Municipal,
correspondente a 10% do salário base do respectivo Presidente do Conselho
Municipal.

Artigo 3
Ajudas de Custo
O abono de ajudas de custo é efectuado nos termos definidos no artigo 171 do
Estatuto Geral dos Funcionários do Estado, dentro dos limites definidos pelo
Ministério das Finanças.

Artigo 4
Subsídio de representação
Será pago o subsídio de representação ao Presidente da Assembleia Municipal,
correspondente a 15% do salário base do respectivo Presidente do Conselho
Municipal.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

331
ANAMM
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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

Artigo 5
Limites de Remunerações
1. As remunerações previstas neste Decreto são definidas pela Assembleia
Municipal, de acordo com as capacidades financeiras da respectiva autarquia
local, obedecendo os parâmetros e limites estabelecidos neste Decreto.

2. É eliminado o pagamento de senhas de presença.

Artigo 6
Entrada em vigor
O presente decreto entra imediatamente em vigor.

Aprovado pelo Conselho de Ministros, em 1 de Julho de 2008

A PRIMEIRA MINISTRA, Luísa Dias Diogo

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

332
COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA ANAMM
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TABELA DE VENCIMENTOS

ÓRGÃOS DESIGNAÇÃO GRUPO DA FUNÇÃO


AUTÁRQUICOS

CIDADE DE NÍVEL B Até ao limite máximo de 70% do salário


base do respectivo Pres idente do
Conselho Municipal

Até o limite máximo de 70% do salário


CIDADE DE NÍVEL C e D base do respectivo Pres idente do
Conselho Municipal
PRESIDENTE
DA
ASSEMBLEIA Até ao limite máximo de 70% do salário
MUNICIPAL VILAS base do respectivo Pres idente do
Conselho Municipal

Até ao limite máximo de 70% do salário


POVOAÇÕES base do respectivo Pres idente do
Conselho Municipal

Até ao limite máximo de 65% do salário


CIDADE DE NÍVEL B base do respectivo Pres idente do
Conselho Municipal

Até ao limite máximo de 65% do salário


CIDADE DE NÍVEL C e D base do respectivo Pres idente do
Conselho Municipal
VICE-
PRESIDENTE Até ao limite máximo de 65% do salário
DA VILAS base do respectivo Pres idente do
ASSEMBLEIA Conselho Municipal
MUNICIPAL
Até ao limite máximo de 65% do salário
POVOAÇÕES base do respectivo Pres idente do
Conselho Municipal

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

333
ANAMM
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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

ÓRGÃOS DESIGNAÇÃO GRUPO DA FUNÇÃO


AUTÁRQUICOS
Até ao limite máximo de 45% do salário
base do respectivo Presidente do
CIDADE DE NÍVEL B Conselho M unicipal

Até ao limite máximo de 45% do salário


CIDADE DE NÍVEL C e D base do respectivo Presidente do
Conselho M unicipal
SECRETÁRIO
DA
ASSEMBLEIA Até ao limite máximo de 45% do salário
MUNICIPAL base do respectivo Presidente do
VILAS Conselho M unicipal

Até ao limite máximo de 45% do salário


base do respectivo Presidente do
POVOAÇÕES Conselho M unicipal

Até ao limite máximo de 40% do salário


base do respectivo Presidente do
CIDADE DE NÍVEL B Conselho M unicipal

Até ao limite máximo de 40% do salário


base do respectivo Presidente do
CIDADE DE NÍVEL C e D Conselho M unicipal
MEMBROS
DAS
ASSEMBLEIAS Até ao limite máximo de 40% do salário
MUNICIPAIS VILAS base do respectivo Presidente do
Conselho M unicipal

Até o limite máximo de 40% do salário


base do respectivo Presidente do
POVOAÇÕES Conselho Municipal.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

334
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Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

DECRETO Nº 32/2008, DE 24 DE JULHO , QUE ESTABELECE OS


PARÂMETROS E LIMITES MÁXIMOS DA REMUNERAÇÃO DOS
TITULARES E MEMBROS DOS ÓRGÃOS DA AUTARQUIA LOCAL DO
MUNICÍPIO DE MAPUTO

Boletim da República I série, nº 30 Supl ,


de 24 de Julho de 2008

DECRETO Nº 32/2008
de 24 de Julho

Tornando-se necessário estabelecer os parâmetros e limites máximos da


remuneração dos titulares e membros dos órgãos da autarquia local do Município de
Maputo, ao abrigo do disposto nas Leis nºs 8/97 e 9/97, ambos de 31 de Maio, na
redacção dada pelas Leis nº 21/2007, de 1 de Agosto e 16/2007, de 27 de Junho o
Conselho de Ministros decreta:

Artigo 1
Parâmetros e Limites
São aprovados os parâmetros e limites máximos da remuneração do Presidente do
Conselho Municipal, dos vereadores, do Presidente e Vice-Presidente da
Assembleia Municipal, do respectivo Secretário de Mesa e dos Membros da
Assembleia Municipal de Maputo, com base na equiparação das funções de
Direcção e Chefia constantes da tabela em anexo ao presente Decreto.

Artigo 2
Subsídio de transporte
Será pago o subsídio de transporte ao Presidente da Assembleia Municipal,
correspondente a 10% do salário base do respectivo Presidente do Conselho
Municipal.

Artigo 3
Ajudas de Custo
O abono de ajudas de custo é efectuado nos termos definidos no artigo 171 do
Estatuto Geral dos Funcionários do Estado, dentro dos limites definidos pelo
Ministério das Finanças.

Artigo 4
Subsídio de representação
Será pago subsídio de representação ao Presidente da Assembleia Municipal,
correspondente a 15% do salário do respectivo Presidente do Conselho Municipal.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

336
COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA ANAMM
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Artigo 5
Limites de Remunerações
1. As remunerações previstas neste Decreto são definidas pela Assembleia
Municipal, de acordo com as capacidades financeiras da respectiva autarquia,
obedecendo os parâmetros e limites estabelecidos neste Decreto.

2. É eliminado o pagamento de senhas de presença.

Artigo 6
Entrada em vigor
O presente decreto entra imediatamente em vigor.

Aprovado pelo Conselho de Ministros, em 1 de Julho de 2008

A PRIMEIRA MINISTRA, Luísa Dias Diogo

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

337
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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

TABELA DE VENCIMENTOS

ÓRGÃO DESIGNAÇÃO GRUPO DA FUNÇÃO


AUTÁRQUICO

Presidente do Conselho Até 3 vezes o valor do Grupo 1


Municipal

Vereadores A tempo inteiro Até ao limite máximo de


45% do salário do
Presidente do Conselho
CONSELHO Municipal

Vereadores A tempo parcial ..............

MUNICIPAL
Presidente da Assemb leia Até ao limite máximo de 70% do salário base
Municipal do Presidente do Conselho Municipal
DE

Vice-Pres idente da Até ao limite máximo de 65% do salário base


Assembleia Municip al do Presidente do Conselho Municipal
MAPUTO

Secretário da Assembleia Até ao limite máximo de 45% do salário base


Municipal do Presidente do Conselho Municipal

Membros da Assembleia Até ao limite máximo de 40% do salário base


Municipal do Presidente do Conselho Municipal

Esta tabela foi alterada pelo Decreto nº 71/2009, de 15 de Dezembro, publicada


no BR nº49/5ºSuplemento.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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RESOLUÇÃO Nº 32/2008, DE 20 DE AGOSTO , QUE DEFINE A


ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DE ALGUMAS VILAS

Boletim da República I série, nº 34,


de 20de Agosto de 2008

Resolução nº 32/2008
de 20 de Agosto
Havendo necessidade de se definir a organização territorial de algumas vilas, ao
abrigo da alínea a) do nº 2 do artigo 1 da Lei nº 6/86, de 25 de Julho, o Conselho de
Ministros determina:

Artigo 1
Organização Territorial
É aprovada a organização territorial das seguintes vilas:

Província de Cabo Delgado:


Vila de Mueda
A Vila de Mueda é composta por 9 bairros, designadamente:
1. Bairro Cimento;
2. Bairro Maimyo;
3. Bairro Ntandedi;
4. Bairro Maputo;
5. Bairro Rovuma;
6. Bairro Lilondo;
7. Bairro Nimo;
8. Bairro Nandimba;
9. Bairro Chude.

Província do Niassa:
Vila de Marrupa:
A Vila de Marrupa é composta por 12 bairros, designadamente:
1. Bairro Mepelia;
2. Bairro Cafezeiro;
3. Bairro Moagem;
4. Bairro Naiange;
5. Bairro Marracuene;
6. Bairro Manlia;
7. Bairro Nanjia;
8. Bairro 25 de Junho;
9. Bairro Chumula;
10. Bairro Namuera;
11. Bairro Catange;
12. Bairro Maputo.

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Província de Nampula:
Vila de Ribaué:
A Vila de Ribaué é composta por 18 bairros, designadamente:
1. Bairro Muatala;
2. Bairro Naxilapa;
3. Bairro Quithele;
4. Bairro 7 de Abril;
5. Bairro Namigonha;
6. Bairro Molipiha;
7. Bairro Novo;
8. Bairro Marrocane;
9. Bairro Muhiliale;
10. Bairro Namirrapuè;
11. Bairro Murrapania;
12. Bairro Junta;
13. Bairro Sawa-Sawa;
14. Bairro Mesa;
15. Bairro Methupa;
16. Bairro Murrauani;
17. Bairro Nanrepo;
18. Bairro Namihara.

Província da Zambézia:
Vila do Alto Molócuè:
A Vila do Alto-Molócuè é composta or 10 bairros, designadamente:
1. Bairro Central;
2. Bairro Preira;
3. Bairro 1º de Maio;
4. Bairro Mumahi;
5. Bairro Mucaca;
6. Bairro Mulutxasse;
7. Bairro C.F.M.;
8. Bairro Barragem;
9. Bairro Pista Nova;
10. Bairro 25 de Junho.

Província de Tete:
Vila de Ulónguè:
A Vila de Ulónguè é composta por 10 bairros, designadamente:
1. Bairro Filipe Samuel Magaia;
2. Bairro Francisco Manyanga;
3. Bairro Mateus Sansão Muthemba;
4. Bairro Emília Daússe;

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5. Bairro Undundu;
6. Bairro Matewere;
7. Bairro Nseula Nova;
8. Bairro Chindeque;
9. Bairro Nsendeza;
10. Bairro Nancholi.

Província de Sofala:
Vila de Gorongosa:
A Vila de Gondola é composta por 8 bairros, designadamente:
1. Bairro Madibe;
2. Bairro Aeródromo;
3. Bairro Matucudur;
4. Bairro Tsuassicana;
5. Bairro Mapómbwe;
6. Bairro Nhambondo;
7. Bairro Nhataca 2;
8. Bairro Mapombwe.

Província de Manica:
Vila de Gondola:
A Vila de Gondola é composta por 8 bairros, designadamente:
1. Bairro 3 de Fevereiro;
2. Bairro Eduardo Mondlane;
3. Bairro 25 de Junho;
4. Bairro Josina Machel;
5. Bairro 7 de Abril;
6. Bairro Mucessua;
7. Bairro Francisco Manyanga;
8. Bairro Mazicuera.

Província de Inhambane:
Vila de Massinga:
A Vila de Massinga é composta por 5 bairros, designadamente:
1. Bairro Cimento;
2. Bairro Matingane I;
3. Bairro Matingane II;
4. Bairro Matingane III;
5. Bairro Conze.

Província de Gaza:
Vila da Macia:
A Vila da Macia é composta por 7 bairros, designadamente:

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1. Bairro 1;
2. Bairro 2;
3. Bairro 3;
4. Bairro 4;
5. Bairro 5;
6. Bairro 6;
7. Bairro Chiguitine.

Província de Maputo:
Vila da Namaacha:
A Vila da Namaacha é composta por 13 bairros, designadamente:
1. Bairro Germantino;
2. Bairro 25 de Junho;
3. Bairro Macuácua;
4. Bairro Fronteira;
5. Bairro A;
6. Bairro B;
7. Bairro Cascata;
8. Bairro Chimuchuanine;
9. Bairro Matianine A;
10. Bairro Matianine B;
11. Bairro Matianine C;
12. Bairro Ndonguene;
13. Bairro Cocomela.

Artigo 2
Limites Geográficos e Cálculos das Superfícies
A descrição dos limites geográficos e o cálculo das respectivas superfícies gráficas
serão realizados por uma equipa composta por técnicos dos Ministérios da
Administração Estatal, para a Coordenação da Acção Ambiental e da Agricultura,
designados pelos respectivos Ministros.

Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 12 de Agosto de 2008.


Publique-se.

A PRIMEIRA-MINISTRA, Luísa Dias Diogo

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DIPLOMA MINISTERIAL Nº 100/2008, DE 24 DE OUTUBRO, QUE


APROVA O REGULAMENTO DO FARDAMENTO E DISTINTIVOS DAS
AUTORIDADES COMUNITÁRIAS

Boletim da República I série, nº 43, Suplemento,


de 24 de Outubro de 2008

DIPLOMA MINISTERIAL Nº 100/2008,


de 24 de Outubro

Tornando-se necessário definir o fardamento e os distintivos das autoridades


comunitárias, ao abrigo do que se dispõe na alínea d) do artigo 5 do Decreto nº
15/2000, de 20 de Junho, o Ministro da Administração Estatal determina:

Artigo 1 – É aprovado o presente Regulamento, que define o fardamento e os


distintivos das autoridades comunitárias bem como as suas formas de uso, que
consta em anexo, e é parte integrante do presente Diploma.

Artigo 2 – O fardamento aprovado aplica-se às autoridades comunitárias, em todo o


território nacional.

Maputo, 30 de Maio de 2008 – O Ministro da Administração Estatal, Lucas


Chomera Jeremias.

REGULAMENTO DO FARDAMENTO E DISTINTIVOS DAS


AUTORIDADES COMUNITÁRIAS

CAPÍTULO I
Diposições Gerais

Artigo 1
Classificação do Fardamento
O fardamento das autoridades comunitárias é diferenciado consoante o escalão,
sendo:
1) Para as autoridades comunitárias do 1º escalão:
a) Fardamento cerimonial;
b) Fardamento de serviço

2) Para as autoridades comunitárias do 2º escalão:


Fardamento de serviço.

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Artigo 2
Composição do Fardamento das Autoridades Comunitárias
1. O fardamento cerimonial das autoridades comunitárias do 1º escalão é
composto por:
a) Camisa para homem e senhora;
b) Casaco para homem e senhora;
c) Calças;
d) Saia:
e) Meias;
f) Gravata;
g) Boné;
h) Platinas;
i) Sapatos para homem e senhora;
j) Cinto.

2. O fardamento de serviço das autoridades comunitárias do 1º escalão é composto


por:
a) Camisa para homem e senhora;
b) Casaco para homem e senhora;
c) Calças;
d) Saia;
e) Meias;
f) Camisola;
g) Gravata;
h) Boina;
i) Pares de platina;
j) Sapato para homem e senhora;
k) Cinto.

3. O fardamento das autoridades comunitárias do 2º escalão é composto por:


a) Camisa para homem e senhora;
b) Casaco para homem e senhora;
c) Calças;
d) Saia;
e) Meias;
f) Boina;
g) Sapato para homem e senhora;
h) Cinto.

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CAPÍTULO II
Caracterização e Especificação Técnica do Fardamento das Autoridades
Comunitárias

Artigo 3
Caracterização do fardamento cerimonial
O fardamento cerimonial comporta as seguintes características:
1. Camisa:
a) Para homem: É de manga comprida, de popeline, cor creme, com colarinho
para gravata, bolso do lado esquerdo, com punhos e ombreiras com botão
para platina;
b) Para senhora: É de manga comprida, de popeline, cor creme, com colarinho
para gravata, bolso e botões do lado esquerdo, com punhos e ombreiras com
botão para platina;

2. Casaco:
a) Para homens: É de caqui, com quatro bolsos à frente, manga comprida e
ombreira para platinas; os botões são de metal com gravação do Emblema da
República de Moçambique dourado;
b) Para senhora: É de caqui, com quatro bolsos à frente, manga comprida e
ombreira para platinas; os botões são de metal com gravação do Emblema da
Repúbica de Moçambique dourado;

2.1.O casaco para os chefes tradicionais, de ambos os sexos, leva três fitas amarelas,
nos punhos das mangas;
2.2.O casaco para os secretários, de ambos os sexos, leva uma fita amarela e larga,
nos punhos das mangas.

3. Calças: São de caqui e levam uma fita amarela, colocada longitudinalmente, nas
partes laterais externas;

4. Saia: Comprida, de caqui;

5. Meias: São de algodão puro, cor castanho claro;

6. Gravata: É de cor castanho claro, com logo do Emblema da República;

7. Boné: De caqui, tipo motorista, pala de plástico duro, com cordões dourados e
Emblema da República de Moçambique dourado;

8. Platinas: São de caqui;

8.1. Para os chefes tradicionais, levam gravação de três estrelas, douradas;

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8.2. Para os secretários, levam um Emblema da República de Moçambique,


dourado:

9. Sapatos:
a) Para homem: Em cabedal liso, de 1,3 a 1,6mm de espessura, tipo social,
castanhos, com sola de borracha resistente a todas as temperaturas;
b) Para senhora: Em cabedal liso, de 1,2 a 1,5 mm de espessura, tipo social, com
salto de 1,5 a 3,5 cm de altura, castanhos, sola de borracha resistente a todas
as temperaturas;

10. Cinto: Em cabedal tipo crude, com 5 cm de largura, de 2,0 a 2,2 mm de


espessura, castanho, forrado com o próprio cabedal, fivela personalizada com o
Emblema da República de Moçambique.

Artigo 4
Especificações técnica
O fardamento cerimonial das autoridades comunitárias do 1º escalão possui as
seguintes especificações técnicas:
1. Camisa para homem e senhora: 65% Polyster + 35% Algodão;
2. Casaco para homem e senhora: 65% Polyster + 35% Algodão;
3. Calças: 65% Polyster + 35% Algodão;
4. Saia: 65% Polyster + 35% Algodão;
5. Meias: 80% Algodão + 20% Nylon;
6. Gravata: 100% Polyster;
7. Boné: 65% Polyster + 35% Algodão;
8. Platinas: 65% Polyster + 35% Algodão;
9. Sapatos:
a) Para homem: Em cabedal liso, de 1,3 a 1,6 mm de espessura, tipo social,
castanhos, com sola de borracha resistente a todas as temperaturas;
b) Para senhora: Em cabedal liso, de 1,2 a 1,5 mm de espessura, tipo social, com
salto de 1,5 a 3,5 c, de altura, castanhos, sola de borracha resistente a todas as
temperaturas;

10. Cinto: Em cabedal tipo crude, com 5 cm de largura, de 2,0 a 2,2 mm de


espessura, castanho, forrado com o próprio cabedal, fivela personalizada com o
Emblema da República de Moçambique.

Artigo 5
Caracterização do fardamento de serviço do 1º escalão
O fardamento de serviço das autoridades comunitárias do 1º escalão tem as
seguintes características:

1. Camisa:
a) Para homem: É de manga comprida, de popeline, cor creme, com colarinho
para gravata, bolso do lado esquerdo, com punhos e ombreiras com botão

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para platina;
b) Para senhora: É de manga comprida, de popeline, cor creme, com colarinho
para gravata, botões e bolso do lado esquerdo, com punhos e ombreiras com
botão para platina;

2. Casaco:
a) Para homem: Curto, de caqui, com quatro bolsos à frente, manga comprida e
ombreiras para platinas, botões de metal com gravação do Emblema da
República de Moçambique dourado;
b) Para senhora: Curto, de caqui, com quatro bolsos à frente, manga comprida e
ombreiras para platinas, botões de metal do lado esquerdo, com gravação do
Emblema da República de Moçambique dourado;

3. Calças: São de caqui;

4. Saia: É de caqui, comprida;

5. Meias: São de algodão puro, creme;

6. Camisola: É de lã pura, castanho, com decote em bico tipo plover;

7. Gravata: É de cor caqui, com logo do Emblema da República de Moçambique;

8. Boina: É castanho, com Emblema da República de Moçambique, dourado;

9. Pares de platina: São de caqui, com duas fitas douradas e Emblema da República
de Moçambique;

10. Sapatos:
a) Para homem: Meia bota, em cabedal gravado, de 2,0 a 2,2 mm de
espessura, biqueira reforçada com tela especial, castanhos, sola de
borracha resistente a todas as temperaturas;
b) Para senhora: Meia bota, em cabedal liso, de 1,2 a 1,5 mm de espessura,
castanhos, com sola de borracha resistente a todas as temperaturas;

11. Cinto: É de cabedal, de 5 cm de largura, de 2,0 a 2,2 mm de espessura, castanho,


forrado com o próprio cabedal, fivela personalizada com Emblema da
República de Moçambique.

Artigo 6
Especificações técnicas
O fardamento de serviço das autoridades comunitárias do 1º escalão tem as seguinte
especificações técnicas:
1. Camisa para homem e senhora: 65% Polyster + 35% Algodão;

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2. Casaco para homem e senhora: 65% Polyster + 35% Algodão;


3. Calças: 65% Polyster + 35% Algodão;
4. Saia: 65% Polyster + 35% Algodão;
5. Meias: 80% Algodão + 20 Nylon;
6. Camisola: 50% Lã + 50% Acrylalic;
7. Gravata: 100 Polyster;
8. Boina: 100% Algodão;
9. Pares de Platina: 65% Polyster + 35% Algodão;
10. Sapatos;
a) Para homens: Meia bota, em cabedal gravado, de 2,0 a 2,2 mm de espessura,
biqueira reforçada com tela especial, castanhos, sola de borracha resistente
a todas as temperaturas;
b) Para senhoras: Meia bota, em cabedal liso, 1,2 a 1,5 mm de espessura,
castanhos, sola de borracha resistente a todas as temperaturas;

11. Cinto: Em cabedal tipo crude, com 5 cm de largura, de 2,0 a 2,2 mm de


espessura, castanho, forrado com o próprio cabedal, fivela personalizada com o
Emblema da República de Moçambique.

Artigo 7
Caracterização do fardamento do 2º escalão
O fardamento das autoridades comunitárias do 2º escalão tem as seguintes
características:
1. Camisa:
a) Para homem: É de manga comprida, de popeline, cor castanha;
b) Para senhora: É de manga comprida, de popeline, cor castanha, botões do
lado esquerdo;

2. Casaco:
a) Para homem: Curto, de caqui, gola redonda, com quatro bolsos à frente,
manga comprida e ombreiras para platinas, botões de metal com gravação
do Emblema da República de Moçambique dourado;
b) Para senhora: Curto, de caqui, gola redonda, com quatro bolsos à frente,
manga comprida e ombreiras para platinas, botões de metal colocados do
lado esquerdo, com gravação do Emblema da República de Moçambique
dourado;

3. Calças: São de caqui;

4. Saia: É de caqui, comprida;

5. Boina: É castanho, com Emblema da República de Moçambique, dourado;

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6. Meias: De algodão puro, caqui;

7. Sapatos:
a) Para homem: Meia bota, em cabedal gravado, de 2,0 a 2,2 mm de espessura,
biqueira reforçada com tela especial, castanhos, sola de borracha resistente
a todas as temperaturas;
b) Para senhora: Meia bota, em cabedal liso, de 1,2 a 1,5 mm de espessura,
castanhos, sola de borracha resistente a todas as temperaturas;

8. Cinto: Em cabedal tipo crude, com 5 cm de largura, de 2,0 a 2,2 mm de


espessura, castanho, forrado com o próprio cabedal, fivela personalizada com o
Emblema da República de Moçambique.

Artigo 8
Especificações técnicas
O fardamento das autoridades comunitárias do 2º escalão tem as seguintes
especificações técnicas:
1. Camisa para homem e senhora: 65% Polyster + 35% Algodão;
2. Calças: 65% Polyster + 35% Algodão;
3. Saia: 65% Polyster + 35% Algodão;
4. Boina: 100% Algodão;
5. Meias: 80% Algodão + 20% Nylon;
6. Boina: 100% Algodão;
7. Sapatos:
a) Para homem: Meia bota, em cabedal gravado, de 2,0 a 2,2 mm de espessura,
biqueira reforçada com tela especial, castanhos, sola de borracha resistente
a todas as temperaturas;
b) Para senhora: Meia bota, em cabedal liso, de 1,2 a 1,5 mm de espessura,
castanhos, com sola em borracha resistente a todas as temperaturas;
8. Cinto: Em cabedal tipo crude, com 5 cm de largura, de 2,0 a 2,2 mm de
espessura, castanho, forrado com o próprio cabedal, fivela personalizada com o
Emblema da República de Moçambique.

CAPÍTULO III
Distintivos

Artigo 9
Composição
1. São distintivos das autoridades comunitárias em geral:
a) Emblema da República de Moçambique, em bronze;
b) Crachá, em bronze;
c) Faixa, com cores da Bandeira Nacional;
d) Bandeira Nacional.
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2. As especificações dos distintivos das autoridades comunitárias do 1º escalão


são as seguintes:
a) Emblema: Em bronze, com brilho, cunhado, de 1 mm de espessura, em
forma circular, de 56 mm de diâmetro e peso de 0,05 mgr.
b) Crachá: De 70 mm de comprimento e 2 mm de largura, em bronze, banhado
do líquido de resina, com inscrição “AUTORIDADE COMUNITÁRIA”.
c) Faixa: Tecido “Ultrashm” com 1,70 cm de comprimento e 20 cm de largura,
com as cores da Bandeira Nacional, bainhada aos lados com franje dourado
francês;
d) Bandeira Nacional: Tecido “polyster” transparente e resistente para os
grandes ventos do litoral, com tamanho de 1,35 x 90 cm (bandeira média).

3. As especificações dos distintivos das autoridades comunitárias do 2º escalão são


as seguintes:
a) Emblema: De 0,5 mm de espessura, em forma circular, de 47 mm de
diâmetro, banhado de líquido de resina para o brilho permanente e resistente.
b) Crachá: Em bronze, de 60 mm de comprimento e 1,5 cm de largura, banhado
do líquido de resina, com inscrição “AUTORIDADE COMUNITÁRIA”.
c) Faixa; Tecido “Ultrashm”, com 1,70 cm de comprimento e 11 cm de largura,
com as cores da Bandeira Nacional, bainhada aos lados com frange dourado
francês.

CAPÍTULO V
Formas de Uso e Cuidados a ter com o Fardamento e Distintivos

Artigo 10
Fardamento cerimonial
1. O fardamento cerimonial das autoridades comunitárias é usado em cerimónias
oficiais do Estado, nomeadamente, em todas as datas comemorativas, em
ocasiões oficiais e em cerimónias ou festas tradicionais.

2. Para que o fardamento das autoridades comunitárias se mantenha em condições


de dignificar, deve ser guardado e mantido em lugar seguro e limpo.

3. Para o fardamento cerimonial, o beneficiário é obrigado a conservá-lo pelo


período mínimo de cinco anos, contados a partir da data da recepção.

4. Se o fardamento for extraviado ou mal conservado, num período inferior a cinco


anos, fica o beneficiário responsabilizado a repô-lo, através do pagamento de
todos os custos inerentes à sua produção e transporte.

Artigo 11
Fardamento de serviço
1. O fardamento de serviço das autoridades comunitárias é usado em encontros de

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351
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serviço entre elas, em reuniões com as respectivas comunidades, ou na


realização de outras actividades junto das comunidades.

2. Para o fardamento de serviço, o beneficiário é obrigado a conservá-lo pelo


período mínimo de dois anos, contados a partir da data da sua recepção.

4. Se o fardamento for extraviado ou mal conservado, num período inferior a dois


anos, fica o beneficiário responsabilizado a repô-lo, através do pagamento de
todos os custos inerentes à sua produção e transporte.

No Regulamento publicado no Boletim da República, não consta, provavelmente


por erro, o nº 3 deste artigo.

Artigo 12
Uso de distintivos
1. Quando em serviço, as autoridades comunitárias, para além do fardamento
devem usar os seguintes distintivos.
a) Emblema da República de Moçambique, colocado do lado esquerdo;
b) Crachá de identificação;
c) Faixa com as cores da Bandeira Nacional.

2. Somente as autoridades comunitárias do 1º escalão devem içar, nas suas


residências, a Bandeira Nacional.

Artigo 13
Mortes
1. Em caso de morte, o fardamento deve ser recolhido pela Autoridade da
Administração do Estado do respectivo escalão territorial, devendo ser
enterrado nos casos em que a tradição local assim o exija.

2. Independentemente da tradição local, os distintivos ficam à guarda da autoridade


do respectivo escalão territorial.

Artigo 14
Autoridades comunitárias das autarquias locais
Os chefes tradicionais das autarquias locais reconhecidos, usam o fardamento
definido neste Regulamento.

Artigo 15
Dúvidas ou omissões
As dúvidas ou omissões suscitadas na aplicação do presente Diploma, serão
esclarecidas pelo Ministro da Administração Estatal.

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DIPLOMA MINISTERIAL Nº 104/2008, DE 14 DE NOVEMBRO , QUE


APROVA O REGULAMENTO DE UNIFORMES DA POLÍCIA
MUNICIPAL

Boletim da República I série, nº 46 2º Supl ,


de 14 de Novembro de 2008

DIPLOMA MINISTERIAL Nº 104/2008,


de 14 de Novembro

Havendo necessidade de dotar a Polícia Municipal de modelo único de uniforme em


toda a extensão territorial, no uso da competência atribuída pelo nº 2 do artigo 27 do
Decreto nº 35/2006, de 6 de Setembro, os Ministros que superintendem a área da
administração local do Estado e da Polícia da República de Moçambique
determinam:

Artigo 1 . É aprovado o Regulamento de Uniformes da Política Municipal que faz


parte integrante deste Diploma.

Artigo 2 . As figuras ilustrativas dos modelos de uniformes objectos deste


regulamento, bem como os respectivos acessórios, distintivos e insígnias constam
de anexos que fazem igualmente parte integrante do presente Diploma.

Artigo 3 . O presente Regulamento entra em vigor 30 dias após a sua publicação.

Maputo, 27 de Outubro de 2008. – O Ministro da Administração Estatal, Lucas


Chomera Jeremias. – O Ministro do Interior, José Condúgua António Pacheco.

REGULAMENTO DE UNIFORMES DA POLÍCIA MUNICIPAL

CAPÍTULO I
Classificação de uniformes

Artigo 1
Uniformes da Polícia Municipal
Os uniformes da Polícia Municipal, classificam-se em:
a) Uniforme de gala;
b) Uniforme de serviço;
c) Uniforme de campanha.

Artigo 2
Equipamento da Polícia Municipal
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Os agentes da Polícia Municipal quando em serviço, para além de uniforme, devem


usar o seguinte equipamento básico:
a) Bastão curto e simples pala de suporte;
b) Emissor/receptor portátil;
c) Apito;
d) Algemas.

Artigo 3
Outros equipamentos
É proibido o uso de outros equipamentos não referidos no artigo anterior, salvo em
situaçãoes especiais e com a devida autorização do Ministro que superintende a área
da Polícia da República.

Artigo 4
Proibição de uso de uniforme
Não é permitido o uso de uniforme, quando o membro da Polícia Municipal se
encontre de folga, em gozo de qualquer licença, em situação de prisão ou suspensão
de serviço.

Artigo 5
Incompatibilidades
O membro da Polícia Municipal devidamente uniformizado não deve:
a) Usar brincos ou pulseiras;
b) Usar óculos sem prescrição médica;
c) Andar carregado de trouxas ou quaisquer volumes que possam prejudicar o
seu aprumo;
d) Consumir bebidas alcoólicas.

CAPÍTULO II
Composição e uso de uniformes

Artigo 6
Composição de uniformes
O uniforme de gala é composto por:
a) Boné de pala com distintivos do respectivo Município;
b) Camisa branca, lisa de mangas compridas;
c) Gravata preta, com emblema do respectivo Município;
d) Casaco azul, aberto atrás, com quatro bolsos, abotoado a frente por quatro
botões;
e) Calças azuis;
f) Sapatos pretos;
g) Meias pretas lisas.

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Artigo 7
Uso de uniforme de gala
1. O uniforme de gala é normalmente usado em solenidades e datas
comemorativas.

2. O uniforme de gala poderá ser usado em outras solenidades, em conformidade


com a determinação do Presidente do Município e de acordo com as regras do
protocolo do Estado.

Artigo 8
Composição de uniforme de serviço
O uniforme de serviço é composto por:
a) Boné simples de cor verde igual a das calças;
b) Camisa de cor creme claro de meia manga;
c) Calças de cor verde;
d) Camisola de cor castanho;
e) Cinturão de cabedal de cor preta;
f) Sapatos ou botas de cor preta;
g) Meias de cor preta.

Artigo 9
Uso de uniforme de serviço
O uniforme de serviço é utilizado em actividade dentro e fora da unidade que não
exijam o uso de outro tipo de uniforme.

Artigo 10
Composição de uniforme de campanha
O uniforme de campanha é composto por:
a) Boné simples de cor verde oliva igual a das calças;
b) Camisa de meia manga de cor creme escura;
c) Calças de cor verde escura;
d) Cinturão de cabedal de cor preta;
e) Meias de cor preta.

Artigo 11
Periodicidade de distribuição de uniformes
A periodicidade de distribuição do uniforme da Polícia Municipal depende das
condições específicas de cada Autarquia, devendo obedecer os seguintes mínimos:
a) Um fato de uniforme de gala de 5 em 5 anos;
b) Dois fatos de uniforme de serviço de 2 em 2 anos;
c) Dois fatos de uniforme de campanha de 5 em 5 anos;
d) Um impermeável de 5 em 5 anos.

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CAPÍTULO III
Distintivos e acessórios do uniforme da Polícia Municipal

Artigo 12
Distintivos
O distintivo da Polícia Municipal deve vir sempre estampanho sobre a parte lateral
da manga esquerda da camisa do agente da Polícia Municipal.

Artigo 13
Acessórios
São os seguintes os acessórios da Polícia Municipal:
a) Impermeável;
b) Colete reflector;
c) Bracelete;
d) Insígnia da posição hierárquica do agente da polícia;
e) Nome e número de identificação colocado sobre a tampa do bolso esquerdo
da camisa do agente da Polícia Municipal.

CAPÍTULO IV
Acessórios

Artigo 14
Dúvidas
As dúvidas que se suscitarem da aplicação do presente regulamento serão resolvidas
por despacho conjunto dos Ministros da Administração Estatal e do Interior.

Contrariamente ao disposto no artigo 2 do Diploma Ministerial nº 104/2008, não constam


como anexo as figuras ilustrativas dos modelos de uniformes e os respectivos acessórios,
distintivos e insígnias

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DIPLOMA MINISTERIAL Nº 105/2008, DE 14 DE NOVEMBRO , QUE


APROVA O REGULAMENTO DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO
DO CURSO DE FORMAÇÃO E DO ESTÁGIO DA POLÍCIA MUNICIPAL

Boletim da República I série, nº 46 2º Supl ,


de 14 de Novembro de 2008

DIPLOMA MINISTERIAL Nº 105/2008,


de 14 de Novembro

Tornando-se necessário regulamentar a organização e funcionamento do curso de


formação, o estágio, bem como os direitos e deveres dos candidatos às carreiras da
Polícia Municipal, ao abrigo do artigo 19 do Decreto nº 35/2006, de 6 de Setembro,
os Ministros que superintendem as áreas de administração local do Estado e da
Polícia de República de Moçambique, determinam:

Único. É aprovado o Regulamento de organização e funcionamento do curso de


formação e do estágio dos candidatos às carreiras da Polícia Municipal, em anexo,
que faz parte integrante do presente Diploma Ministerial.

Maputo, 27 de Outubro de 2008. – O Minstro da Administração Estatal, Lucas


Chomera Jeremias. – O Ministro do Interior, José Condúgua António Pacheco.

REGULAMENTO DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO


CURSO DE FORMAÇÃO E DO ESTÁGIO DA POLÍCIA MUNICIPAL

CAPÍTULO I
Disposições gerais

Artigo 1
Objecto
O presente Regulamento tem por objecto estabelecer critérios de Organização e
Funcionamento dos Cursos de Formação e do Estágio dos candidatos às carreiras da
Polícia Municipal, bem como definir os direitos e deveres dos candidatos.

Artigo 2
Âmbito de aplicação
O presente Regulamento aplica-se aos candidatos às carreiras da Polícia Municipal,
bem como aos funcionários que já se encontram enquadrados nas referidoas
carreiras, nos termos do artigo 35 do Decreto nº 35/2006, de 6 de Setembro, e do seu
Anexo III, e que ainda não se beneficiaram de formação ou de estágio.

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Artigo 3
Ingresso
O ingresso nas carreiras da Polícia Municipal faz-se através de curso de formação
seguida de estágio.

Artigo 4
Admissão
A admissão para o curso de formação é feita mediante concurso, nos termos do
artigo 17 do Decreto nº 35/2006, de 6 de Setembro.

Artigo 5
Abertura de concurso
1. A abertura do concurso para o ingresso ao curso de formação da Polícia
Municipal é feita mediante autorização dos Ministros que superintendem as
áreas dos órgão locais e da Polícia da República de Moçambique, sob proposta
das autarquias locais do Estado.

2. O concurso para admissão às carreiras existentes da Polícia Municipal


estabelece os seguintes métodos de selecção:
a) Prova de conhecimentos;
b) Exame psicotécnico;
c) Exame médico;
d) Entrevista profissional.

Artigo 6
Documentos de candidatura
Os candidatos devem juntar, para além do requerimento de admissão ao concurso,
os seguintes documentos:
a) Fotocópia do bilhete de identidade autenticada;
b) Certidão do registo criminal actualizado;
c) Documento comprovativo de cumprimento do serviço militar obrigatório;
d) Certificado de habilitações literárias;
e) Três fotografias tipo passe.

Artigo 7
Métodos de selecção de candidatos
São métodos de selecção de candidatos ao curso de formação da Polícia Municipal:
a) A prova de conhecimentos;
b) O exame psicotécnico;
c) O exame médico;
d) A entrevista.

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360
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Artigo 8
Prova de conhecimentos e entrevista
1. Na prova de conhecimentos os candidatos são avaliados em matéria legal de
carácter geral e específico.

2. Na entrevista são considerados os requisitos gerais previstos no artigo 15 do


Decreto nº 35/2006, de 6 de Setembro, designadamente:
a) Possuir nacionalidade moçambicana;
b) Possuir idade mínima de 21 anos e máxima de 30 anos;
c) Possuir habilitações mínimas do 1º ciclo do nível secundário ou
equivalente;
d) Possuir altura mínima de 1,70 metros;
e) Possuir capacidade física e sanidade mental compatível com a função;
f) Possuir registo criminal limpo;
g) Ter cumprido o serviço militar obrigatório;
h) Não ter sido expulso da função pública, aposentado ou reformado.

Artigo 9
Exame psicotécnico
O exame psicotécnico visa avaliar as capacidades intelectuais e características de
personalidade dos candidatos afim de determinar a sua adequação à função de
agente ou técnico superior de um serviço da Polícia Municipal.

Artigo 10
Exames médicos
1. Os exames médicos de selecção visam avaliar as condições físicas e psíquicas
dos candidatos, tendo em vista determinar a sua aptidão para o exercício da
função da carreira da Polícia Municipal.

2. Os exames médicos devem obedecer o disposto na alínea e) do artigo 15 do


Decreto nº 35/2006, de 6 de Setembro.

CAPÍTULO II
Formação

Artigo 11
Cursos de formação
1. O curso tem a duração de seis meses, em território nacional, por zonas sob
direcção do Ministério que superintende a área da polícia, em coordenação do
Ministério que superintende a área de administração local do Estado e tem como
base um plano de formação básica por módulos de natureza técnico-
administrativa, cívia e profissional específicos.

2. Os módulos de natureza técnico-administrativa são:

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a) Posturas municipais;
b) Trânsito;
c) Protecção do meio ambiente;
d) Domínio público, privado e documentação pessoal;
e) Deontologia profissional;
f) Outros.

3. Os módulos de natureza profissional específicos decorrerão nos centros


paramilitares, num período de quatro semanas, e integram:
a) Educação física;
b) Defesa pessoal;
c) Tácticas de segurança pública;
d) Outras.

Artigo 12
Planos de formação
São criados planos de formação para as carreiras da Polícia Municipal, de acordo
com o Anexo I do Decreto nº 35/2006, de 6 de Setembro, que cria as carreiras da
Polícia Municipal.

Artigo 13
Avaliação
Os candidatos prestam provas de avaliação, devendo obter a classificação final
mínima, em cada módulo, de dez valores, na escala de zero a vinte valores.

Artigo 14
Apuramento
O apuramento dos candidatos para estágio é feito de acordo com as vagas
disponíveis para cada município, tendo preferência os que tiverem obtido médias
globais mais altas.

CAPÍTULO III
Direitos e deveres

Artigo 15
Direitos dos candidatos
Os candidatos admitidos ao curso de formação e ao estágio têm direito a um subsídio
a ser definido pela autarquia local.

Artigo 16
Deveres dos candidatos
São deveres dos candidatos:
a) Cumprir pontualmente as exigências de formação;
b) Não exercer qualquer tipo de actividade durante o período do curso;

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c) Aplicar-se para obter melhor aproveitamento;


d) Estar motivado para a necessidade de aprendizagem permanente;
e) Compreender os documento que regulam o trabalho da Polícia Municipal;
f) Saber elaborar relatórios das suas missões e tomar notas das ocorrências
para trabalhos posteriores;
g) Utilizar técnicas de comunicação adequadas no relacionamento com os
munícipes de forma a criar um ambiente são e livre de tensão.

CAPÍTULO IV
Estágio

Artigo 17
Estágio
Os candidatos apurados no curso de formação são submetidos a um estágio.

Artigo 18
Objectivos do estágio
São objectivos do estágio, os seguintes:
a) Garantir a formação e instrução dos candidatos/estagiários;
b) Preparar os candidatos /estagiários, mediante aplicação prática dos
princípios definidos na formação administrativa, cívica e profissional;
c) Assegurar aos candidatos/estagiários uma preparação técnica policial e
física adequada, dotando-os do rigor imprescindível ao exercício das
funções, que lhes permita exercer com civismo e eficiência a sua profissão;
d) Dotar os candidatos de qualificações e habilidade que lhes permitam o
exercício das funções de polícia administrativa.

Artigo 19
Local e tempo de duração
O estágio é feito no território dos municípios onde os candidatos submeteram as
suas candidaturas e decorre durante o período de seis semanas.

Artigo 20
Natureza
O estágio consiste na aplicação prática dos conhecimentos adquiridos na fase de
formação.

Artigo 21
Avaliação
1. Os estagiários são avaliados pelo chefe da Polícia Municipal respectivo, tendo
em conta o cumprimento dos princípios estabelecidos na fase de formação.

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363
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2. A falta de aproveitamento no estágio implica regresso do candidato ao lugar de


origem ou à dispensa, sem direito a qualquer indemnização, consoante se trate
de indivíduos providos em cargos públicos ou não.

Artigo 22
Integração
Os estagiários admitidos são integrados nas carreiras da Polícia Municipal com os
respectivos direitos e deveres em conformidade com o diposto no Decreteo nº
35/2006, de 6 de Setembro, conjugado com o Estatuto Geral dos Funcionários do
Estado, aprovado pelo Decrto nº 14/87, de 20 de Maio.

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DECRETO Nº 56/2008, DE 30 DE DEZEMBRO , QUE DEFINE AS


MODALIDADES DE EXERCÍCIO DA TUTELA ADMINISTRATIVA DOS
GOVERNADORES PROVINCIAIS E DOS GOVERNOS PROVINCIAIS
NAS AUTARQUIAS LOCAIS

Boletim da República I série, nº 52 8º Supl ,


de 20 de Dezembro de 2008

DECRETO Nº 56/2008,
de 30 de Dezembro

Havendo necessidade de definir as modalidades de exercício da tutela


administrativa dos Governadores Provinciais e dos Governos Provinciais nas
Autarquias Locais, ao abrigo do nº 2 do artigo 8 da Lei nº 6/2007, o Conselho de
Ministro decreta:

Artigo 1
Modalidade de tutela administrativa
1. O exercício da tutela administrativa dos Governadores Provinciais e dos
Governos Provinciais consiste na verificação da legalidade dos actos
administrativos praticados e dos contratos celebrados pelos órgãos e serviços
das Autarquias Locais, nos termos do presente Decreto.

2. A verificação da legalidade referida no número anterior segue o preceituado nos


artigos seguintes do presente Decreto.

Artigo 2
Fiscalização
1. A fiscalização é feita através da realização de inspecções, inquéritos,
sindicâncias ou auditorias aos actos administrativos praticados e aos contratos
celebrados pelos órgãos e serviços das Autarquias Locais.

2. A inspecção e a auditoria dos Municípios de níveis A, B e C são determinadas


pelos Ministros que superintendem na Administração Local e nas Finanças, no
âmbito das respectivas competências.

3. O Governador Provincial pode determinar a realização de inspecção nos


Municípios de cidade de nível D e nas Autarquias de Vilas e Povoações.

4. O Governador Provincial pode, ainda, solicitar informações e esclarecimentos


sobre decisões administrativas dos órgãos e serviços das Autarquias Locais.

5. A realização de inquérito e sindicância nos termos previstos na alínea a) do nº 1

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366
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do artigo 11 da Lei nº 7/97, de 31 de Maio, que estabelece o regime jurídico da


tutela administrativa do Estado a que estão sujeitas as Autarquias Locais,
compete aos Ministros que superintendem na Administração Local e nas
Finanças.

Artigo 3
Competências do Governador Provincial no âmbito da tutela administrativa
1. Compete ao Governador Provincial no âmbito da tutela administrativa nas
Autarquias Locais:
a) Acompanhar e verificar o cumprimento das decisões emanadas do Governo
Central e Governo Local;
b) Garantir a aplicação, na circunscrição territorial da Autarquia Local, das
Leis, Regulamentos e actos administrativos emandados dos órgãos do
Estado.

2. O Governo Provincial coordena os seus planos, programas, projectos e acções


com os órgãos das Autarquias Locais compreendidos no respectivo território,
visando a realização harmoniosa das suas atribuições e competências.

Artigo 4
Participação nas Sessões dos órgãos autárquicos
1. Nos termos do artigo 8A da Lei nº 6/2007, de 9 de Fevereiro, as entidades de
tutela podem participar nas sessões dos órgãos autárquicos, com direito a
palavra mas sem direito a voto.

2. Compete ao Governador Provincial designar representantes da tutela nos vários


escalões territoriais, para participarem nas sessões dos órgãos autárquicos, nos
termos previstos no número anterior do presente artigo.

3. Para os Municípios das Capitais Provinciais, o representante da tutela nas


sessões dos órgãos autárquicos é proposto pelo Secretário Permanente
Provincial.

4. Nos Municípios integrados em território de distrito ou nas Autarquias Locais de


Povoação, o representante de tutela nas sessões dos órgãos autárquicos é
proposto pelo Administrador Distrital.

Artigo 5
Disposições finais
1. Das decisões dos Governadores Provinciais e das deliberações dos Governos
Provinciais, no âmbito da tutela administrativa, cabe recurso ao Ministro que
superintende na Administração Local do Estado, na qualidade de órgão central
da tutela administrativa.

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

367
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2. Compete aos Ministros que superintendem na Administração Local do Estado e


nas Finanças ratificar os actos administrativos dos órgãos autárquicos previstos
no nº 2 do artigo 6 da Lei nº 7/97, de 31 de Maio.

Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 9 de Dezembro de 2008.

Publique-se

A PRIMEIRA MINISTRA, Luísa Dias Diogo

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS Nº 57/2009, DE 10 DE


SETEMBRO , QUE CRIA MODELOS DE COMPROMISSO DE HONRA
ESPECÍFICOS PARA OS PRESIDENTES DOS CONSELHOS
MUNICIPAIS DOS PRESIDENTES DOS CONSELHOS DE POVOAÇÃO E
DOS RESPECTIVOS VEREADORES

Boletim da República I série, nº 35 5º Supl ,


de 10 de Setembro de 2009

RESOLUÇÃO Nº 57/2009,
de 10 de Setembro
Havendo necessidade de criar modelos de compromisso de honra, com conteúdo
adequado aos objectivos das autarquias locais, ao abrigo da alínea c) do nº 2 do
artigo 204 da Constituição da República, o Conselho de Ministros determina:

Único – São criados os modelos de compromisso de honra específicos para os


Presidentes dos Conselhos Municipais, dos Presidentes dos Conselhos de Povoação
e dos respectivos Vereadores, que vão em anexo e fazem parte integrante da presente
Resolução.

Aprovada pelo Conselho de Ministros, 11 de Agosto de 2009.


Publique-se.

A PRIMEIRA-MINISTRA, Luisa Dias Diogo

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

370
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Anexo I
COMPROMISSO DE HONRA

“EU (Nome) ___________________________ JURO, POR MINHA HONRA,


SERVIR FIELMENTE O MUNICÍPIO DE ______________________,
DEDICAR TODAS AS MINHAS ENERGIAS AO SERVIÇO DOS MINÍCIPES E
RESPEITAR A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE E
DEMAIS LEIS, NO EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES DE PRESIDENTE DO
CONSELHO MUNICIPAL QUE ME SÃO CONFIADAS.”

Município de ________________, _____ de _____________ de _______

O Presidente do Conselho Municipal

___________________________________________

Anexo II
COMPROMISSO DE HONRA

“EU (Nome) ___________________________ JURO, POR MINHA HONRA,


SERVIR FIELMENTE A POVOAÇÃO DE ______________________,
DEDICAR TODAS AS MINHAS ENERGIAS AO SERVIÇO DOS SEUS
HABITANTES E RESPEITAR A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE
MOÇAMBIQUE E DEMAIS LEIS, NO EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES DE
PRESIDENTE DO CONSELHO DA POVOAÇÃO QUE ME SÃO
CONFIADAS.”

Povoação de ___________________, ______ de __________ de _______

O Presidente do Conselho da Povoação

______________________________________

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

371
ANAMM
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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

Anexo III
COMPROMISSO DE HONRA

“EU (Nome) ___________________________ JURO, POR MINHA HONRA,


SERVIR FIELMENTE O MUNICÍPIO DE ______________________,
DEDICAR TODAS AS MINHAS ENERGIAS AO SERVIÇO DOS MINÍCIPES E
RESPEITAR A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE E
DEMAIS LEIS, NO EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES DE VEREADOR QUE ME
SÃO CONFIADAS.”

Município de _________________, ______ de ____________ de _______

O Vereador

______________________________________

Anexo IV
COMPROMISSO DE HONRA

“EU (Nome) ___________________________ JURO, POR MINHA HONRA,


SERVIR FIELMENTE A POVOAÇÃO DE ______________________,
DEDICAR TODAS AS MINHAS ENERGIAS AO SERVIÇO DOS SEUS
HABITANTES E RESPEITAR A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE
MOÇAMBIQUE E DEMAIS LEIS, NO EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES QUE ME
SÃO CONFIADAS.”

Povoação de __________________, ______ de _____________ de _______

O Vereador
______________________________________

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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ÍNDICE

Nota prévia............................................................................................................3
Prefácio .............................................................................................................6
Normas Constitucionais - Título XIV - Poder Local ........................................7
Artigo 271 – Objectivos .........................................................................................7
Artigo 272 – Autarquias locais ...............................................................................7
Artigo 273 – Categorias das autarquias locais .........................................................7
Artigo 274 – Criação e extinção das autarquias locais .............................................7
Artigo 275 – Órgãos deliberativos e executivos ......... .............................................7
Artigo 271 – Objectivos ..........................................................................................7
Artigo 276 – Património e finanças locais ...............................................................8
Artigo 277 – Tutela administrativa ..........................................................................8
Artigo 278 – Poder regulamentar ...........................................................................9
Artigo 279 – Pessoal das autarquias locais .............................................................9
Artigo 280 – Organização .......................................................................................9
Artigo 281 – Mandato .............................................................................................9
Lei nº 18/2007, de 18 de Julho, que estabelece o quadro jurídico para realização
das eleições dos órgãos das autarquias locais ...................................................11
Título I – Disposições Gerais ...............................................................................11
Capítulo I – Princípios Fundamentais ..................................................................11
Artigo 1 – Âmbito da Lei ......................................................................................11
Artigo 2 – Eleição dos órgãos autárquicos ............................................................11
Artigo 3 – Direito de sufrágio ...............................................................................11
Capítulo II – Capacidade Eleitoral Activa ........................................................12
Artigo 4 – Cidadãos Eleitores ......................................................................... ......12
Artigo 5 – Incapacidade eleitoral activa ................................................................12
Capítulo –III – Capacidade Electiva Passiva .............................................12
Artigo 6 – Cidadãos elegíveis ...............................................................................12
Artigo 7 – Inelegibilidade ....................................................................................13
Artigo 8 –Direito a dispensa de funções .............................................................13
Artigo 9 – Imunidade ..........................................................................................13
Título II – Procedimento Eleitoral ....................................................................14
Capítulo I – Marcação Das Eleições ..................................................................14
Artigo 10 – Competências ....................................................................................14
Artigo 11 – Data ..........................................................................................14
Artigo 12 – Simultaneidade das eleições ............................................................14
Capítulo II – Candidaturas ..............................................................................14
Secção I – Apresentação das Candidaturas ....................................................14
Artigo 13 – Recepção e prazo ............................................................................14
Artigo 14 – Exclusividade das candidaturas ......................................................14
Artigo 15 – Requisitos formais da apresentação ...................................................15
Artigo 16 – Mandatários de candidaturas ............................................................15
Artigo 17 – Inscrição ...........................................................................................15
Secção II – Apreciação das Candidaturas .......................................................15

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373
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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

Artigo 18 – Verificação das candidaturas ............................................................15


Artigo 19 –Irregularidades formais ......................................................................16
Artigo 20 – Rejeição de candidatura .....................................................................16
Artigo 21 – Recurso para o Conselho Constitucional ...........................................16
Artigo 22 – Divulgação das listas definitivas .....................................................16
Artigo 23 – Sorteio das listas apresentadas ..........................................................17
Artigo 24 – Legitimidade .....................................................................................17
Artigo 25 – Interposição e subida de recurso .......................................................17
Artigo 26 – Deliberação .......................................................................................17
Capítulo III – Campanha e Propaganda Eleitoral ...........................................18
Artigo 27 – Campanha eleitoral ............................................................................18
Artigo 28 – Período ..............................................................................................18
Artigo 29 – Promoção e realização ........................................................................18
Artigo 30 – Âmbito ...............................................................................................18
Artigo 31 – Igualdade de oportunidades de candidaturas .......................................18
Artigo 32 – Liberdade de expressão e de informação ... .........................................18
Artigo 33 – Liberdade de reunião e de manifestação .............................................19
Artigo 34 – Proibição de divulgação de sondagens ................................................19
Artigo 35 – Publicações de carácter jornalístico ....................................................19
Artigo 36 – Salas de espectáculos .........................................................................19
Artigo 37 – Custo de utilização .............................................................................20
Artigo 38 – Utilização de lugares e de edifícios públicos ......................................20
Artigo 39 – Direito de antena ...............................................................................21
Artigo 40 – Propaganda sonora .............................................................................21
Artigo 41 – Propaganda gráfica .............................................................................21
Artigo 42 – Deveres dos órgãos de informação escrita do sector público ..........21
Artigo 43 – Utilização em comum ou troca............................................................22
Artigo 44 – Proibição de uso de bens públicos em campanha eleitoral ...................22
CAPÍTULO IV – ASSEMBLEIAS DE VOTO .....................................................22
Secção I – Organização das Assembleias de Voto ..............................................22
Artigo 45 – Formação .........................................................................................22
Artigo 46 – Locais de funcionamento....................................................................22
Artigo 47 –Anúncio do dia, hora e local ................................................................23
Artigo 48 – Relação de candidaturas .....................................................................23
Artigo 49 – Funcionamento das assembleias de voto.............................................23
Artigo 50 – Mesa da assembleia de voto ................................................................23
Artigo 51 - Recrutamento dos membros das mesas das assembleias de voto ........24
Artigo 52 - Constituição das mesas .......................................................................24
Artigo 53 - Inalterabilidade das mesas .................................................................25
Artigo 54 - Elementos de trabalho das mesas .....................................................25
Artigo 55 - Tipos de urnas ...................................................................................26
Secção II - Delegados de Candidatura .............................................................26
Artigo 56 - Designação dos delegados de candidatura ........................................26
Artigo 57 - Procedimento de designação .............................................................26

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

374
COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA ANAMM
Associação Nacional dos Municípios de Moçambique

Artigo 58 - Direitos e deveres do delegado de candidatura .................................26


Artigo 59 - Imunidade dos delegados de candidatura .........................................27
Secção III - Boletins de Voto ..............................................................................27
Artigo 60 - Características fundamentais .............................................................27
Artigo 61 - Elementos integrantes ........................................................................28
Artigo 62 - Cor e outras características ................................................................28
Artigo 63 - Exame tipográfico dos boletins de voto ............................................28
Artigo 64 - Produção dos boletins de voto ..........................................................28
Capítulo V – Eleição ..........................................................................................29
Secção I - Direito de Sufrágio ............................................................................29
Artigo 65 - Pessoalidade do voto ..........................................................................29
Artigo 66 - Presencialidade do voto.....................................................................29
Artigo 67 - Unicidade do voto ...............................................................................29
Artigo 68 - Direito de votar ...................................................................................29
Artigo 69 - Local de exercício de voto ..................................................................29
Artigo 70 - Liberdade e confidencialidade de voto ...............................................29
Artigo 71 - Requisitos de exercício do direito de voto ...........................................30
Secção II - Processo de Votação ........................................................................30
Artigo 72 - Abertura da assembleia de voto ...........................................................30
Artigo 73 - Impossibilidade de abertura da assembleia de voto .............................30
Artigo 74 - Irregularidades e seu suprimento ........................................................30
Artigo 75 - Continuidade das operações eleitorais ................................................31
Artigo 76 - Interrupção das operações eleitorais ...................................................31
Artigo 77 - Presença de não eleitores .....................................................................31
Artigo 78 - Ordem de votação ..............................................................................32
Artigo 79 - Votos dos eleitores não inscritos no local da assembleia de voto .........32
Secção III - Modo de Votação ..................................................................33
Artigo 81 - Modo de votação de cada eleitor .............................................33
Artigo 82 - Voto dos portadores de deficiência .........................................33
Artigo 83 - Voto de cidadãos que não saibam ler ou escrever ................34
Artigo 84 - Voto de eleitores com cartões extraviados ............................34
Secção IV - Garantias de Liberdade de Voto .......................................34
Artigo 85 - Dúvidas, reclamações e protestos ..........................................34
Artigo 86 - Manutenção da ordem e da disciplina ....................................34
Artigo 87 - Proibição de propaganda...............................................................35
Artigo 88 - Proibição da presença da força armada ..................................35
Artigo 89 - Deveres especiais dos profissionais de comunicação social..36
Capítulo VI – Apuramento................................................................................36
Secção I - Apuramento Parcial......................................................................36
Artigo 90 - Operação preliminar...........................................................................36
Artigo 91 - Contagem dos votantes e dos boletins de voto utilizados ...36
Artigo 92 - Suprimento de divergência na contagem.........................................36
Artigo 93 - Contagem dos votos.........................................................................37
Artigo 94 - Cópias da acta e do edital originais ......................................37

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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ANAMM
Associação Nacional dos Municípios de Moçambique
COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

Artigo 95 - Votos em branco ..................................................................................37


Artigo 96 - Votos nulos ........................................................................................38
Artigo 97 - Intervenção dos delegados das candidaturas.......................................38
Artigo 98 - Destino dos boletins de voto reclamados ou protestados.....................38
Artigo 99 - Destino dos restantes boletins de voto...............................................38
Artigo 100 - Acta e edital das operações eleitorais.................................................39
Artigo 101 - Publicação do apuramento parcial....................................................39
Artigo 102 - Comunicações para o efeito de contagem provisória de votos ...40
Artigo 103 - Cópias da acta e do edital originais ..............................................40
Secção II - Apuramento Autárquico Intermédio .........................................40
Artigo 104 – Competência ................................................................................40
Artigo 105 - Envio de material eleitoral à assembleia de apuramento intermédio..40
Artigo 106 - Apuramento intermédio..............................................................40
Artigo 107 - Conteúdo do apuramento intermédio .......................................41
Artigo 108 - Acta e edital do apuramento intermédio .................................41
Artigo 109 - Cópias do edital e da acta originais do apuramento intermédio ..41
Artigo 110 - Publicação dos resultados do apuramento intermédio .............42
Secção III - Apuramento Geral .................................................................42
Artigo 111 – Competência ............................................................................42
Artigo 112 - Elementos de apuramento geral ...............................................42
Artigo 113 - Apreciação de questões prévias ...............................................42
Artigo 114 - Operações de apuramento geral ...............................................42
Artigo 115 - Acta e edital do apuramento geral ...........................................43
Artigo 116 - Publicação da centralização nacional e do apuramento geral ..43
Artigo 117 - Cópias do edital e da acta de apuramento geral .......................43
Artigo 118 - Proclamação, validação e publicação dos resultados ..............43
Artigo 119 - Publicação dos resultados gerais das eleições ..........................44
Título III - Eleição do Presidente do Conselho Municipal ou de Povoação ...44
Capítulo I - Organização Eleitoral ..............................................................44
Artigo 120 – Mandato ....................................................................................44
Artigo 121 - Princípio electivo .......................................................................44
Artigo 122 - Lista uninominal .......................................................................44
Capítulo II – Candidaturas ........................................................................45
Artigo 123 - Poder de apresentação de candidaturas ....................................45
Artigo 124 - Desistência dos candidatos ........................................................45
Artigo 125 - Morte ou incapacidade dos candidatos .......................................45
Capítulo III - Regime de Eleição .................................................................46
Artigo 126 - Eleição à primeira volta .............................................................46
Artigo 127 - Necessidade de uma segunda volta ............................................46
Artigo 128 – Empate .......................................................................................46
Capítulo IV - Segunda Volta ..........................................................................46
Artigo 129 – Marcação ......................................................................................46
Artigo 130 – Data ...........................................................................................47
Artigo 131 - Morte ou incapacidade de um dos candidatos ........................47
Artigo 132 - Campanha eleitoral .....................................................................47
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Artigo 133 - Votação e apuramento ................................................................47


Título IV - Eleição dos Membros da Assembleia Municipal ou de Povo....47
Capítulo I - Organização Eleitoral ................................................................47
Artigo 134 – Mandato .......................................................................................47
Artigo 135 - Numero de membros a eleger .......................................................47
Capítulo II – Candidaturas .............................................................................47
Artigo 136 - Poder de apresentação de candidaturas ........................................47
Artigo 137 - Coligações de partidos políticos para fins eleitorais ...................48
Artigo 138 - Substituição de candidatos ............................................................48
Artigo 139 - Desistência de lista e de candidatos ..............................................48
Capítulo III - Organização das Listas ............................................................49
Artigo 140 - Listas plurinominais fechadas .......................................................49
Artigo 141 - Candidatos efectivos e suplentes .................................................49
Artigo 142 - Ordenação nas listas ......................................................................49
Artigo 143 - Distribuição de mandatos dentro das listas ..................................49
Artigo 144 - Incompatibilidade e morte ou impedimento ................................49
Capítulo IV - Regime da Eleição ..................................................................50
Artigo 145 - Princípio electivo .........................................................................50
Artigo 146 - Voto singular de lista ....................................................................50
Artigo 147 - Conversão dos votos em mandatos ..............................................50
Título V - Contencioso e Ilícito Eleitorais ......................................................51
Capítulo I - Contencioso Eleitoral .................................................................51
Artigo 148 - Reclamação para a Comissão Nacional de Eleições do processo
eleitoral....................................................................................................51
Artigo 149 - Recurso ao Conselho Constitucional ............................................51
Artigo 150 - Nulidade das eleições ..................................................................52
Capítulo II - Ilícito Eleitoral .........................................................................52
Secção I - Disposições Gerais .........................................................................52
Artigo 151 - Concorrência com crimes mais graves e responsabilidade disciplinar.
......................................................................................................... 52
Artigo 152 - Circunstâncias agravantes especiais ..............................................52
Artigo 153 - Não suspensão ou substituição das penas .....................................52
Artigo 154 - Suspensão de direitos políticos ..................................................52
Artigo 155 - Prescrição ....................................................................................53
Secção II - Infracções Relativas à Apresentação de Candidaturas ...........53
Artigo 156 - Candidatura de cidadão inelegível ...............................................53
Artigo 157 - Candidatura plúrima .....................................................................53
Secção III - Infracções Relativas a Campanha Eleitoral .............................53
Artigo 158 - Violação do dever de neutralidade e imparcialidade ...................53
Artigo 159 - Utilização indevida de denominação, sigla ou símbolo ..............53
Artigo 160 - Violação da liberdade de reunião eleitoral ....................................53
Artigo 161 - Desvio de material de propaganda eleitoral ..................................54
Artigo 162 - Propaganda depois de encerrada a campanha eleitoral ...............54
Artigo 163 - Revelação ou divulgação de resultados de sondagens .................54
Secção IV - Infracções Relativas A Capacidade Eleitoral Activa ................54
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Artigo 164 - Violação da capacidade eleitoral activa ........................................54


Artigo 165 - Admissão ou exclusão abusiva do voto ........................................54
Artigo 166 - Impedimento de sufrágio ..................................................................55
Artigo 167 - Voto plúrimo .....................................................................................55
Artigo 168 - Mandatário infiel ...............................................................................55
Artigo 169 - Violação do segredo de voto ..............................................................55
Artigo 170 - Coacção e artifício fraudulento sobre o eleitor ...................................55
Artigo 171 - Despedimento ou ameaça de despedimento .......................................56
Artigo 172 - Corrupção eleitoral ...........................................................................56
Artigo 173 - Não exibição da urna .........................................................................56
Artigo 174 - Introdução de boletins de voto na urna e desvio desta ou de boletins de
voto ...................................................................................................................... 57
Artigo 175 - Fraudes nos boletins de voto ..............................................................57
Artigo 176 - Oposição ao exercício dos direitos dos delegados das candidatura .....57
Artigo 177 - Recusa de receber reclamação, protestou e contra protestos ..............57
Artigo 178 - Perturbação das assembleia de voto ..................................................57
Artigo 179 - Obstrução dos candidatos, mandatários e representantes das
candidaturas ........................................................................................................58
Artigo 180 - Não cumprimento do dever de participação no processo eleitoral ..58
Artigo 181 - Falsificação dos documentos relativos à eleição ................................58
Artigo 182 - Reclamação e recurso de má-fé .....................................................58
Artigo 183 - Não comparência da força policial ....................................................58
Titulo VI - Disposições Finais e Transitórias ....................................................59
Artigo 184 - Observação das eleições ..................................................................59
Artigo 185 - Isenções na emissão de certidões ......................................................59
Artigo 186 - Conservação de documentação eleitoral ............................................59
Artigo 187 - Investidura dos órgãos eleitos ............................................................59
Artigo 188 - Revogação ........................................................................................60
Artigo 189 - Entrada em vigor ...............................................................................60
Lei Nº 2/97, de 18 de Julho, que Cria Quadro Jurídico-Legal para a
Implantação das Autarquias Locais .................................................................62
Capítulo I - Dos Princípios Gerais ..................................................................62
Artigo 1 - Autarquias Locais ................................................................................62
Artigo 2 - Categorias .............................................................................................62
Artigo 3 - Classificação ........................................................................................63
Artigo 4 - Estatuto da cidade capital ....................................................................63
Artigo 5 - Factores de decisão ................................................................................63
Artigo 6 - Atribuições ............................................................................................63
Artigo 7 - Autonomia ............................................................................................64
Artigo 8 - Representação do Estado e dos seus serviços .........................................64
Artigo 9 - Tutela ...................................................................................................65
Artigo 10 - Órgão de tutela ...................................................................................65
Artigo 11 - Poder regulamentar .............................................................................65
Artigo 12 - Dever de fundamentação ...................................................................65
Artigo 13 - Publicidade dos actos .........................................................................66
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Associação Nacional dos Municípios de Moçambique

Artigo 14 - Legalidade ..........................................................................................66


Artigo 15 - Especialidade ......................................................................................66
Artigo 16 - Órgãos .................................................................................................66
Artigo 17 - Mandato .............................................................................................66
Artigo 18 - Quadro de pessoal das autarquias locais ..............................................66
Artigo 19 - Finanças e património ........................................................................67
Artigo 20 - Regras orçamentais ...........................................................................67
Artigo 21 - Receitas ............................................................................................67
Artigo 22 - Despesas ............................................................................................67
Artigo 23 - Empréstimos .....................................................................................68
Artigo 24 - Controlo financeiro ...........................................................................68
Artigo 25 - Transferência de competências .........................................................68
Artigo 26 - Sectores do investimento público ......................................................68
Artigo 27 - Articulação e cooperação ...................................................................68
Artigo 28 - Enquadramento das autoridades tradicionais ......................................68
Artigo 29 - Responsabilidade civil ........................................................................69
Artigo 30 – Dissolução ..........................................................................................69
Capítulo II - Do Município ................................................................................70
Secção I - Das Disposições Gerais .....................................................................70
Artigo 31 - Designação .........................................................................................70
Artigo 32 - Órgãos ................................................................................................70
Artigo 33 - Unidades administrativas ..................................................................70
Secção II - Da Assembleia Municipal .................................................................70
Artigo 34 - Natureza .............................................................................................70
Artigo 35 - Constituição ........................................................................................70
Artigo 36 - Composição ........................................................................................70
Artigo 36 A - Participação nas sessões das assembleias autárquicas do representante
do órgão tutelar .....................................................................................................71
Artigo 37- Mandato ...............................................................................................71
Artigo 38 - Instalação .........................................................................................72
Artigo 39 - Mesa ....................................................................................................72
Artigo 40 - Alteração da composição da Assembleia Municipal ...........................73
Artigo 41 - Sessões ordinárias ...............................................................................73
Artigo 42 - Sessões extraordinárias .......................................................................74
Artigo 43 - Duração das sessões ............................................................................74
Artigo 44 - Publicidade das sessões .......................................................................74
Artigo 45 - Competência .......................................................................................74
Artigo 46 - Competências da Assembleia Municipal na gestão ambiental ..........77
Artigo 47 - Competências do Presidente da Assembleia ........................................77
Artigo 48 - Competência do Secretário .................................................................78
Secção III - Conselho Municipal ........................................................................78
Artigo 49 - Natureza .............................................................................................78
Artigo 50 - Composição .......................................................................................78
Artigo 51 - Designação e cessação de funções de vereador ....................................78
Artigo 52 - Incompatibilidades ..............................................................................79
Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

Artigo 53 - Mandato ..............................................................................................79


Artigo 54 - Instalação ............................................................................................79
Artigo 55 - Reuniões do Conselho Municipal ........................................................79
Artigo 56 - Competência .......................................................................................80
Secção IV - Presidente do Conselho Municipal .................................................81
Artigo 57 - Natureza .............................................................................................81
Artigo 58 - Eleição ................................................................................................81
Artigo 59 - Substituição ........................................................................................81
Artigo 60 - Impedimento permanente do Presidente do Conselho Municipal .......81
Artigo 61 - Posse ..................................................................................................82
Artigo 62 - Competência .......................................................................................82
Artigo 63 - Delegação de poderes nos vereadores ..............................................84
Capítulo III - Da Povoação .............................................................................84
Secção I - Disposições Gerais ............................................................................84
Artigo 64 – Designação .......................................................................................84
Artigo 65 – Órgãos ...............................................................................................84
Secção II - Assembleia Da Povoação .................................................................84
Artigo 66 - Natureza ..............................................................................................84
Artigo 67 - Constituição .......................................................................................85
Artigo 68 - Composição .......................................................................................85
Artigo 69 - Mandato .............................................................................................85
Artigo 70 - Instalação ...........................................................................................85
Artigo 71 - Mesa .................................................................................................86
Artigo 72 - Alteração da composição da Assembleia da Povoação ......................87
Artigo 73 - Sessões ordinárias .............................................................................87
Artigo 74 - Sessões extraordinárias .......................................................................87
Artigo 75 - Duração das sessões ............................................................................88
Artigo 76 - Publicidade das sessões .......................................................................88
Artigo 77 – Competência ......................................................................................88
Artigo 78 - Competências da Assembleia da Povoação na gestão ambiental ......90
Artigo 79 - Competências do Presidente da Assembleia ........................................91
Artigo 80 - Competência do Secretário ..................................................................91
Secção III - Conselho da Povoação .....................................................................91
Artigo 81 – Natureza .............................................................................................91
Artigo 82 – Composição .......................................................................................91
Artigo 83 - Designação e cessação de funções de vereador .................................91
Artigo 84 – Incompatibilidades ............................................................................92
Artigo 85 – Mandato ..........................................................................................92
Artigo 86 – Instalação ...........................................................................................92
Artigo 87 - Reuniões do Conselho de Povoação ...................................................92
Artigo 88 – Competência ......................................................................................93
Secção IV - Do Presidente do Conselho da Povoação .......................................93
Artigo 89 – Natureza ...........................................................................................93
Artigo 90 – Eleição ...............................................................................................94
Artigo 91 – Substituição ........................................................................................94
Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

380
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Associação Nacional dos Municípios de Moçambique

Artigo 92 - Impedimento permanente do Presidente do Conselho da Povoação ...94


Artigo 93 – Posse ..................................................................................................94
Artigo 94 – Competência .....................................................................................95
Artigo 95 - Delegação de poderes nos vereadores .................................................96
Capítulo IV - Das Disposições Comuns aos Órgãos das Autarquias Locais ...97
Secção I - Direitos e Deveres ...............................................................................97
Artigo 96 - Direitos, deveres e garantias dos órgãos autárquicos ...........................97
Artigo 97 - Responsabilidade civil e criminal ........................................................97
Secção II – Mandatos ..........................................................................................98
Artigo 98 - Fundamento da perda de mandato e dissolução dos órgãos .................98
Artigo 99 - Perda do mandato ............................................................................98
Artigo 100 - Renúncia ao mandato .......................................................................99
Artigo 101 - Suspensão do mandato ......................................................................99
Secção III - Deliberações e Decisões .................................................................100
Artigo 102 – Quórum ..........................................................................................100
Artigo 103 – Deliberações ..................................................................................100
Artigo 104 – Actas ..............................................................................................100
Artigo 105 - Executoriedade das deliberações ....................................................100
Artigo 106 - Deliberações nulas ..........................................................................101
Artigo 107 - Deliberações anuláveis ...................................................................101
Artigo 108 - Impugnabilidade dos actos administrativos autárquicos .................101
Artigo 109 - Patrocínio judiciário .......................................................................102
Artigo 110 - Participação dos moradores .............................................................102
Capítulo V - Disposições Finais e Transitórias ...............................................102
Artigo 111 – Regimento ......................................................................................102
Artigo 112 - Marcação da data para as primeiras eleições ....................................102
Artigo 113 - Primeira instalação das Assembleias Municipais e da Povoação .....102
Artigo 114 – Criação ..........................................................................................103
Artigo 115 - Gabinetes técnicos ..........................................................................103
Artigo 116 - Conversão de distritos municipais em municípios ..........................103
Artigo 117 - Revogação da lei anterior ................................................................103
Artigo 118 - Entrada em vigor .............................................................................103
Resolução do Conselho de Ministros Nº 7/87, de 25 de Abril, que Classifica as
Cidades em Quatro Níveis ................................................................................105
Lei Nº 7/97, de 31 de Maio, da Tutela Administrativa do Estado Sobre as
Autarquias Locais ............................................................................................109
Artigo 1 – Âmbito ..............................................................................................109
Artigo 2 - Tutela administrativa ..........................................................................109
Artigo 3 - Autonomia e tutela .............................................................................. 109
Artigo 4 – Modalidades .......................................................................................110
Artigo 5 – Fiscalização .......................................................................................110
Artigo 6 - Ratificação .......................................................................................111
Artigo 7 - Regime de ratificação tutelar ............................................................111
Artigo 8 - Órgãos de tutela .................................................................................112
Artigo 8 A - Participação nas sessões dos órgãos autárquicos ..........................112
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Artigo 9 – Sanções ..............................................................................................113


Artigo 10 - Perda de mandato ............................................................................113
Artigo 11 - Processo e competência para a decisão de perda de mandato ..........114
Artigo 12 - Impugnação contenciosa do Decreto de Perda de Mandato ..............115
Artigo 13 - Dissolução dos órgãos das autarquias locais ......................................115
Artigo 14 - Efeitos da dissolução e da perda de mandato ......................................116
Artigo 15 - Impugnação contenciosa do Decreto de Dissolução ........................117
Artigo 16 - Disposição final ................................................................................117
Artigo 17 - Entrada em vigor ............................................................................117
Lei Nº 8/97, de 31 de Maio, do Estatuto Especial do Município de Maputo 119
Capítulo I - Das Disposições Gerais ................................................................119
Artigo 1 – Objecto ...............................................................................................119
Artigo 2 - Remissão para a lei geral .....................................................................119
Artigo 3 - Atribuições ........................................................................................119
Artigo 4 - Tutela administrativa ........................................................................120
Artigo 5 - Composição da assembleia municipal ..............................................120
Artigo 6 - Mesa da assembleia municipal ...........................................................120
Artigo 7 - Constituição do conselho municipal ...................................................120
Artigo 8 - Unidades administrativas ...................................................................120
Capítulo II- Dos Direitos dos Titulares e Membros dos Órgãos Municipais ..121
Artigo 9 - Estatuto do Presidente do Conselho Municipal .................................121
Artigo 10 - Remuneração dos vereadores ............................................................121
Artigo 11 - Remuneração do Presidente e membros da Assembleia Municipal . .121
Artigo 12 - Ajudas de custo .................................................................................122
Artigo 13 – Competência ....................................................................................122
Artigo 14 - Entrada em vigor ..............................................................................122
Lei Nº 9/97, de 31 de Maio, que Define o Estatuto dos Titulares e dos Membros
dos Órgãos das Autarquias Locais ..................................................................124
Capítulo I - Disposições Gerais ........................................................................124
Artigo 1 – Objecto ..............................................................................................124
Artigo 2 - Titulares e membros dos órgãos .........................................................124
Artigo 3 - Regime de desempenho de funções dos vereadores ............................124
Artigo 4 - Dispensa de funções ...........................................................................125
Artigo 5 - Dever de colaboração .......................................................................125
Capítulo II - Incompatibilidades e Impedimentos .......................................125
Artigo 6 - Incompatibilidades ..........................................................................125
Artigo 7 - Incompatibilidades do presidente do conselho municipal ou de Povoação
e dos vereadores ................................................................................................. 125
Artigo 8 - Declaração .......................................................................................126
Artigo 9 – Impedimentos ....................................................................................126
Capitulo III - Deveres .......................................................................................127
Artigo 10 - Deveres dos titulares e dos membros dos órgãos das autarquias
locais...................................................................................................................127
Artigo 11 - Deveres em matéria de legalidade e direitos dos cidadãos ..........127
Artigo 12 - Deveres em matéria de prossecução do interesse público ................127
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Associação Nacional dos Municípios de Moçambique

Artigo 13 - Deveres em matéria de funcionamento dos órgãos de que sejam


membros.............................................................................................................128
Artigo 14 - Responsabilidade civil e criminal ....................................................128
Artigo 14 A - Dever específico ...........................................................................128
Capítulo IV - Direitos .......................................................................................128
Artigo 15 - Direitos dos titulares e membros dos órgãos das autarquias locais ....128
Artigo 16 - Remuneração dos presidentes de conselho municipal e de povoação..129
Artigo 17 - Remuneração dos vereadores .........................................................129
Artigo 18 - Remuneração dos membros das assembleias autárquicas ................130
Artigo 19 - Ajudas de custo e subsídio de transporte ...........................................130
Artigo 20 - Assistência médica e medicamentosa .............................................130
Artigo 21 – Férias ...............................................................................................130
Artigo 21 A - Sistema de Previdência Social ....................................................130
Capitulo V - Disposições Finais ........................................................................131
Artigo 22 - Garantias dos direitos adquiridos ................................................131
Artigo 23 - Comissões administrativas ...........................................................131
Artigo 24 - Encargos financeiros .......................................................................131
Artigo 25 – Revogação .......................................................................................131
Artigo 26 - Entrada em vigor ..............................................................................131
Lei Nº 10/97, de 31 de Maio, que Cria Municípios de Cidade e de Vila em
Algumas Circunscrições Territoriais .............................................................134
Lei Nº 3/2008, de 2 de Maio que Cria Novas Autarquias de Vila em Algunas
Cricunscrições Territoriais ..............................................................................138
Lei Nº 1/2008, de 16 de Janeiro, que Define o Regime Financeiro, Orçamental e
Patrimonial das Autarquias Locais e o Sistema Tributário Autárquico ...141
Capítulo I - Disposições Gerais .......................................................................141
Artigo 1 – Objecto ..............................................................................................141
Artigo 2 – Âmbito ...............................................................................................141
Artigo 3 - Autonomia financeira e patrimonial ...................................................141
Artigo 4 - Garantias gerais do sujeito passivo ..................................................142
Artigo 5 - Deveres do sujeito passivo ..............................................................142
Artigo 6 - Obrigações do sujeito passivo ......................................................143
Artigo 7 - Legalidade e competência tributária das autarquias locais ..........143
Artigo 8 - Colaboração interautárquica ...........................................................143
Capítulo II - Orçamento e Património ........................................................143
Secção I - Elaboração, Publicidade e Gestão do Orçamento .....................143
Artigo 9 - Princípios gerais ..............................................................................143
Artigo 10 - Consignação de receitas ..................................................................144
Artigo 11 - Consultas públicas ao orçamento aprovado ...................................144
Artigo 12 - Modelo orçamental a adoptar .........................................................144
Artigo 13 - Preparação, aprovação do orçamento e informação estatística ........144
Artigo 14 - Atrasos na aprovação do orçamento ................................................145
Artigo 15 - Reforço e transferências orçamentais ..............................................145
Artigo 16 - Regras de financiamento para transferências de funções ................145
Secção II - Das Receitas e Acesso a Empréstimos ..........................................146
Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 17 - Receitas próprias ...........................................................................146


Artigo 18 - Princípios sobre o regime de créditos ...........................................147
Artigo 19 - Empréstimos de curto prazo ........................................................147
Artigo 20 - Contracção de empréstimo plurianuais ............................................147
Secção III - Despesas e Investimento................................................................148
Subsecção I - Aspectos Gerais.........................................................................148
Artigo 21 - Classificação económica das despesas ..................................148
Artigo 22 - Princípio da legalidade das despesas ......................................148
Artigo 23 - Remuneração dos titulares e membros dos órgãos autárquicos ...148
Subsecção II – Investimento ...........................................................................149
Artigo 24 - Âmbito do investimento público nas autarquia locais ....................149
Artigo 25 - Regime de delimitação e coordenação de actuações ...............149
Artigo 26 - Atribuição de competências ..................................................149
Artigo 27 - Competências próprias das autarquias locais ................................150
Artigo 28 - Novas competências das autarquias em matéria de investimentos
públicos...............................................................................................................151
Artigo 29 - Competências exercidas em regime de colaboração ........................152
Artigo 30 - Urbanismo e política de solos ...........................................................152
Artigo 31 – Expropriação ...................................................................................153
Secção IV - Património das Autarquias Locais .................................154
Artigo 32 - Âmbito e administração do património autárquico .................154
Artigo 33 - Aquisição, alienação e abates de bens .......................................154
Artigo 34 - Cedência de direito de uso ............................................................154
Artigo 35 - Extravio ou dano de bens do património autárquico ...............155
Secção V - Obras e serviços públicos .........................................................155
Artigo 36 - Responsabilidade das autarquias locais ...................................155
Artigo 37 - Execução de obras públicas ............................................................155
Artigo 38 - Serviços autónomos e empresas públicas autárquicas ................156
Artigo 39 - Concessão da exploração de serviços públicos ..............................156
Artigo 40 - Regulamentação, fiscalização e tarifas .........................................156
Artigo 41 - Representação e participação dos utentes ................................157
Artigo 42 - Informações públicas obrigatórias ....................................................157
Capítulo III - Transferências Orçamentais ....................................................157
Secção I - Fundo de Compensação Autárquica ..............................................157
Artigo 43 - Dotação e fins ...................................................................................157
Artigo 44 - Regras de distribuição do Fundo de Compensação Autárquica ..........158
Artigo 45 - Formas das transferências do Fundo de Compensação Autárquica ...158
Secção II - Desenvolvimento Autárquico e Investimento Público .................159
Artigo 46 - Responsabilidade específica do Governo no desenvolvimento
autárquico.........................................................................................................159
Artigo 47 - Dotações específicas para projectos de investimentos nas autarquias
............................................................................................................................159
Artigo 48 - Investimentos de iniciativa local ......................................................159
Artigo 49 - Outros investimentos.........................................................................159

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Secção III - Transferências Extraordinárias ..................................................160


Artigo 50 - Transferências extraordinárias ..........................................................160
Capítulo IV - Sistema Tributário Autárquico ................................................160
Secção I - Impostos e Taxas Autárquicas ........................................................160
Subsecção I - Disposições Gerais ......................................................................160
Artigo 51 – Enumeração .....................................................................................160
Subsecção II - Imposto Pessoal Autárquico ....................................................161
Artigo 52 - Incidência .......................................................................................161
Artigo 53 – Isenções .........................................................................................161
Artigo 54 – Taxa ...............................................................................................162
Subsecção III - Imposto Predial Autárquico .................................................162
Artigo 55 - Incidência Objectiva .........................................................................162
Artigo 56 - Incidência Subjectiva ......................................................................163
Artigo 57 – Isenções ..........................................................................................163
Artigo 58 – Taxa ................................................................................................164
Subsecção IV - Imposto Autárquico da SISA ..................................................164
Artigo 59 - Incidência .......................................................................................164
Artigo 60 - Conceito de prédio urbano ................................................................166
Artigo 61 - Incidência subjectiva ........................................................................166
Artigo 62 – Isenções ...........................................................................................167
Artigo 63 - Base tributária ...................................................................................167
Subsecção V - Imposto Autárquico de Veículos ...........................................168
Artigo 64 – Taxas ...............................................................................................168
Artigo 65 - Incidência objectiva ..........................................................................168
Artigo 66 - Incidência objectiva ..........................................................................169
Artigo 67 – Isenções ..........................................................................................169
Artigo 68 – Taxas ................................................................................................170
Subsecção VI - Contribuição De Melhoria ......................................................173
Artigo 69 - Incidência .......................................................................................173
Artigo 70 - Incidência subjectiva ........................................................................173
Artigo 71 – Isenções ..........................................................................................173
Artigo 72 – Requisitos ........................................................................................174
Secção II - Outras Receitas Tributárias ..........................................................175
Artigo 73 - Taxas por licenças concedidas e por actividade económica ...............175
Artigo 74 - Tarifas e taxas pela prestação de serviços ...........................................176
Artigo 75 – Multas ..............................................................................................176
Artigo 76 - Liquidação e cobrança dos impostos autárquicos .............................176
Capítulo V - Contabilidade Autárquica, Prestação de Contas e Inspecções ..177
Artigo 77 - Contabilidade autárquica ...............................................................177
Artigo 78 - Gestão de tesouraria ..........................................................................177
Artigo 79 – Exactores .........................................................................................177
Artigo 80 - Tutela inspectiva ..............................................................................178
Artigo 81 - Apreciação e julgamento das contas ..................................................178

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 82 - Exame público e reclamações ...........................................................179


Artigo 83 - Relatório especial de termo do mandato ...........................................179
Capítulo VI - Das Disposições Finais ...............................................................180
Artigo 84 - Capacitação das autarquias ...............................................................180
Artigo 85 - Atribuição de competências ao Governo .......................................181
Artigo 86 – Revogação .......................................................................................181
Artigo 87 - Entrada em vigor ............................................................................181
Decreto Nº 63/2008, de 30 de Dezmebro, que Aprova o Código Tributário
Autárquico e Revoga o Decreto nº 52/2000, de 21 de Dezembro ....................183
Código Tributário Autárquico .........................................................................184
Capítulo I – Disposições gerais .........................................................................184
Artigo 1 – Âmbito de aplicação ...............................................................184
Artigo 2 – Impostos e taxas autárquicas ...................................................184
Capítulo II – Imposto Pessoal Autárquico ......................................................184
Secção I – Incidência ........................................................................................184
Artigo 3 – Sujeito passivo ..................................................................................184
Artigo 4 – Início da sujeição a impostos ..............................................................185
Secção II – Isenções ..........................................................................................185
Artigo 5 – Isenções ............................................................................................185
Artigo 6 – Isenções excepcionais ...................................................................186
Artigo 7 - Certificados de isenção ......................................................................186
Secção III – Taxas ........................................................................................186
Artigo 8 – Taxas..............................................................................................186
Artigo 9 – Taxas para pagamento em espécie .........................................187
Artigo 10 – Formas de publicação........................................................................187
Secção IV – Lançamento e cobrança ................................................................187
Artigo 11 – Responsabilidade pelo lançamento do imposto e cadastro dos
contribuintes........................................................................................................187
Artigo 12 – Prazos de pagamento e designação dos agentes e locais de cobrança
..............................................................................................................187
Artigo 13 – Criação de postos móveis de cobrança .............................................188
Artigo 14 – Formas de participação da comunidade ............................................188
Artigo 15 – Verbetes de lançamento .....................................................................188
Artigo 16 – Conhecimentos de cobrança ...........................................................189
Artigo 17 – Contribuintes remissos ....................................................................189
Artigo 18 – Exigência da prova de pagamento no ano anterior ...........................189
Secção V – Escrituração e entrega das receitas do imposto ...........................189
Artigo 19 – Designação de um responsável único ...............................................189
Artigo 20 – Contas de responsabilidade dos exactores ......................................190
Artigo 21 – Regras de escrituração ....................................................................190
Artigo 22 – Mudança de exactores ..... ................................................................191
Artigo 23 – Conhecimentos na posse dos exactores ...........................................191
Artigo 24 – Entrega das receitas arrecadadas .....................................................191
Artigo 25 – Entrega e destruição dos conhecimentos não utilizados .................191
Artigo 26 – Quitação pelos valores recebidos ....................................................192
Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Secção VI – Fiscalização ....................................................................................192


Artigo 27 – Exigência da prova de pagamento do imposto ................................192
Artigo 28 – Declarações comprovativas de desobrigação do imposto .............192
Secção VII - Reclamações e recursos .............................................................192
Artigo 29 – Restituição do imposto indevidamente pago ...................................192
Artigo 30 – Instrução e encaminhamento do pedido de restituição ....................193
Artigo 31 – Obrigatoriedade de participação dos pagamentos indevidos ............193
Secção VIII – Disposições diversas .............................................................194
Artigo 32 – Conhecimento de cobrança ..................................................194
Artigo 33 – Especial responsabilidade do presidente do Conselho Municipal ou de
Povoação ..........................................................................................................194
Artigo 34 – Afectação de receitas para remuneração .......................................194
Capítulo III – Imposto Predial Autárquico ..............................................195
Secção I – Incidência .....................................................................................195
Artigo 35 – Incidência objectiva ......................................................................195
Artigo 36 – Incidência subjectiva .................... ................................................195
Artigo 37 – Classificação dos prédios sujeitos a impostos ................................196
Artigo 38 – Início da sujeição ..........................................................................196
Artigo 39 – Data da conclusão dos prédios urbanos ........... ................................196
Secção II – Isenções .......................................................................................197
Artigo 40 – Isenções .......................................................................................197
Artigo 41 – Competência para reconhecimento ..............................................197
Artigo 42 – Cessação da isenção .................................................................198
Secção III – Determinação do valor colectável .....................................198
Artigo 43 – Valor tributável ............................................................................198
Secção IV – Taxas .............................................................................................198
Artigo 44 – Taxa ............................................................................................198
Secção V – Liquidação ................................................................................198
Artigo 45 – Competência para a liquidação .....................................................198
Artigo 46 – Transmissão de prédios em processo judicial .................................199
Artigo 47 – Prédios demolidos ou expropriados ...............................................199
Artigo 48 – Prédios novos .................................................................................199
Artigo 49 – Prédios omissos na matriz ............................................................199
Artigo 50 – Modificações e beneficiações .......................................................200
Artigo 51 – Revisão oficiosa da liquidação .....................................................200
Artigo 52 - Caducidade do direito à liquidação ..............................................200
Artigo 53 – Documentos de cobrança ..............................................................200
Secção VI – Cobrança ......................................................................................201
Artigo 54 – Entrega dos conhecimentos e expedição dos avisos de pagamento ..201
Artigo 55 – Datas de pagamento ......................................................................201
Artigo 56 – Transmissão de propriedade, demolições e expropriações ..........201
Artigo 57 – Prédios novos ou omissos, modificações e beneficiações .............201
Artigo 58 – Substituição legal .............................................................................201
Secção VII – Fiscalização ...............................................................................202
Artigo 59 – Poderes de fiscalização ...................................................................202
Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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Artigo 60 – Entidades públicas ............................................................................202


Artigo 61 – Entidades fornecedoras de água, energia e telecomunicações ........202
Secção VIII – Garantias dos contribuintes ................................................203
Artigo 62 – Reclamação das matrizes .............................................................203
Secção IX – Sanções .......................................................................................203
Artigo 63 -...........................................................................................................203
Capítulo IV – Imposto Autárquico de Veículos ................................................203
Secção I – Incidência ......................................................................................203
Artigo 64 – Veículos sujeitos a imposto ...........................................................203
Artigo 65 – Anualidade do Imposto ........................................................204
Artigo 66 – Incidência subjectiva ...............................................................204
Artigo 67 – Critérios para a determinação do imposto .................................204
Secção II – Isenções.........................................................................................205
Artigo 68 - Isenções .....................................................................................205
Artigo 69 – Formalidades a observar na concessão da isenção do imposto ......205
Secção III – Taxas.............................................................................................206
Artigo 70 – Taxas do imposto .........................................................................206
Secção IV - Cobrança.........................................................................................206
Artigo 71 – Prazos e condições de cobrança ................................................206
Artigo 72 – Prova de pagamento e residência ............................................207
Artigo 73 – Local de pagamento do Imposto .....................................................207
Secção V – Fiscalização -..............................................................................207
Artigo 74 – Competência para a fiscalização .................................................207
Artigo 75 – Local de afixação ou colocação dos dísticos modelos nºs 1 e 2 ......207
Artigo 76 - Documentos de que o condutor deve ser portador .....................208
Artigo 77 – Manutenção dos comprovativos do pagamento ou isenção ...208
Artigo 78 – Revalidação dos certificados de navegabilidade ............................208
Secção VI – Penalidades ............................................................................208
Artigo 79 – Gradução das penas .......................................................................208
Artigo 80 – Pagamento do imposto fora do prazo e utilização do veículo sem
pagamento...........................................................................................................208
Artigo 81 – Falta de aposição dos dísticos no local obrigatório ......................209
Artigo 82 – Aposição dos dísticos em veículo diferente daquele a que respeita ..209
Artigo 83 – Falsificação ou viciação de documentos comprovativos ..................209
Artigo 84 – Falta de apresentação dos documentos .........................................209
Artigo 85 – Outras infracções ............................................................................210
Artigo 86 – Inobservância do disposto no artigo 77 .............................................210
Artigo 87 – Apreensão do veículo e respectiva documentação ............................210
Artigo 88 – Arguido que não é proprietário do veículo .......................................211
Artigo 89 – Infracção cometida por pessoa colectiva .......... .............................211
Artigo 90 – Responsabilidade pelas infracções no caso de entidades isentas ..211
Artigo 91 – Extinção do procedimento para aplicação da multa...........................212
Artigo 92 – Condições em que a infracção não pode ser objecto de nova
autuação........................................................................................................212
Secção VIII – Disposições diversas ................................................................212
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Artigo 93 – Extravio, furto ou inutilização de títulos de isenção ou de guias de


pagamento..........................................................................................................212
Capítulo V – Imposto Autárquico da Sisa ......................................................213
Secção I – Incidência .....................................................................................213
Artigo 94 – Incidência real ...............................................................................213
Artigo 95 – Facto gerador ...............................................................................214
Artigo 96 – Incidência subjectiva .....................................................................214
Secção II – Isenções .......................................................................................215
Artigo 97 – Isenções ........................................................................................215
Artigo 98 – Reconhecimento das isenções ........................................................216
Secção III – Determinação da matéria colectável ........................................217
Artigo 99 - Exigência de comprovação da situação tributária ...........................217
Artigo 100 – Regras especiais ..........................................................................217
Artigo 101 – Valor representado em moeda estrangeira .....................................219
Secção IV - Taxas ...............................................................................................219
Artigo 102 - Taxa ................................................................................................219
Artigo 103 – Aplicação temporal das taxas .......................................................220
Secção V- Liquidação .......................................................................................220
Artigo 104 – Iniciativa da liquidação ..................................................................220
Artigo 105 – Conteúdo da declaração ...............................................................220
Artigo 106 – Competência para a liquidação ....................................................221
Artigo 107 – Momento da liquidação .................................................................221
Artigo 108 – Liquidações com base em documentos oficiais .............................222
Artigo 109 – Direito de preferência ...................................................................222
Artigo 110 – Contratos para pessoa a nomear .....................................................222
Artigo 111 – Alienações de quinhão hereditário ..................................................223
Artigo 112 – Transmissão de fracção de prédio ..................................................223
Artigo 113 – Mudança nos possuidores de prédios urbanos ...............................223
Artigo 114 – Liquidação adicional ......................................................................223
Artigo 115 – Limites mínimos ..........................................................................224
Secção VI – Pagamento ....................................................................................224
Artigo 116 – Prazos para pagamento ..................................................................224
Artigo 117 – Local de pagamento .....................................................................225
Artigo 118 – Consequências do não pagamento ................................................225
Artigo 119 – Juros compensatórios ...................................................................225
Secção VII – Fiscalização .................................................................................226
Artigo 120 – Entidades fiscalizadoras ................................................................226
Artigo 121 – Dever de cooperação dos tribunais ...............................................226
Artigo 122 – Dever de cooperação dos notários e de outras entidades ................226
Artigo 123 – Actos relativos a prédios urbanos sujeitos a registo .....................227
Artigo 124 – Dever de cooperação dos serviços do Ministério de Negócios
Estrangeiros........................................................................................................227
Artigo 125 – Não atendimento de documentos ou títulos respeitantes à
transmissão........................................................................................................228
Artigo 126 – Entregas de prédios urbanos por parte dos testamenteiros e cabeças-
Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

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de-casal............................................................................................................228
Secção VIII – Garantias dos contribuintes .................................................228
Artigo 127 – Lei aplicável ..................................................................................228
Artigo 128 – Revisão oficiosa da liquidação ............ ...........................................228
Artigo 129 – Legitimidade para reclamar ou impugnar ......................................229
Artigo 130 – Anulação por acto ou facto que não se realizou .............................229
Artigo 131 – Anulação proporcional ..............................................................229
Artigo 132 – Reembolso do imposto .............................................................230
Secção IX – Disposições diversas ..............................................................230
Artigo 133 – Direito de preferência de organismos públicos ............................230
Capítulo VI - Contribuição de Melhoria ........................................................231
Artigo 134 – Incidência ...............................................................................231
Artigo 135 – Factor gerador .............................................................................231
Artigo 136 – Incidência subjectiva ......................................................................231
Artigo 137 - Isenções ..........................................................................................232
Artigo 138 - Requisitos .......................................................................................232
Capítulo VII – Outras receitas tributárias .....................................................233
Artigo 139 – Taxas por licenças concedidas e por actividade económica ..........233
Artigo 140 – Tarifas e taxas pela prestação de serviços .......................................234
Decreto Nº 45/2003, de 17 de Dezembro, que Regula a Mobilidade dos
Funcionários entre a Administração do Estado e as Autarquias Locais .......238
Artigo 1 - Quadros de pessoal ..........................................................................239
Artigo 2 - Formas de mobilidade .......................................................................239
Artigo 3 - Pressupostos de mobilidade ..............................................................239
Artigo 4 - Transferência de competências ..........................................................239
Artigo 5 - Integração ...........................................................................................239
Resolução Nº 08/2003, de 24 de Dezembro, do Conselho Nacional da
FunçãoPública que aprova a Metodologia para Elaboração dos Quadros de
Pessoal das Autarquias Locais .........................................................................241
Metodologia para Elaboração dos Quadros de Pessoal das Autarquias
Locais.................................................................................................................242
Decreto nº 65/2003, de 31 de Dezembro, que designa o representante da
Administração do Estado nas circunscrições territoriais cuja área de
Jurisdição coincide total ou parcialmente com a da autarquia local ..............248
Diploma Ministerial Nº 80/2004, de 14 de Maio, que Regula a Articulação dos
Órgãos das Autarquias Locais com as Autoridades Comunitárias ..............252
Regulamento da Articulação dos Órgãos das Autarquias Locais com as
Autoridades Comunitárias .............................................................................252
Capítulo I - Disposições Gerais ........................................................................ 252
Artigo 1 - Definições ..........................................................................................252
Artigo 2 - Objecto ..............................................................................................253
Artigo 3 - Princípio da legalidade ........................................................................253
Capítulo II - Direito e Deveres das Autoridades Comunitárias......................253
Secção I - Direitos e Deveres em Geral .............................................................253
Artigo 4 - Direitos em geral ...............................................................................254
Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

390
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Secção II - Deveres das Autoridades Comunitárias ......................................254


Artigo 5 - Deveres em geral ................................................................................254
Secção III - Direitos e Deveres em Especial ..................................................255
Artigo 6 - Direitos dos chefes tradicionais e secretários de bairro ou aldeia ..255
Artigo 7 - Deveres dos chefes tradicionais e secretários de bairro ou aldeia....255
Capítulo III - Legitimação das Autoridades Comunitárias ............................256
Artigo 8 - Chefes tradicionais ...........................................................................256
Artigo 9 - Secretários de bairro ou aldeia e outros líderes .....................................256
Artigo 10 - Hierarquia ou precedência .............................................................257
Capítulo IV - Reconhecimento das Autoridades Comunitárias ..................257
Artigo 11 - Reconhecimento .............................................................................257
Capítulo V - Disposições Finais ......................................................................257
Artigo 12 - Reconhecimento das autoridades já legitimadas ...........................257
Artigo 13 - Conflitos ou diferendos .....................................................................257
Decreto Nº 51/2004, de 1 de Dezembro, que aprova o Regulamento de
Organização e Funcionamento dos Serviços Técnicos e Administrativos dos
Municípios ........................................................................................................258
Regulamento de Organização e Funcionamento dos Serviços Técnicos e
Administrativos dos Municípios .....................................................................259
Capítulo I - Âmbito de Aplicação d Princípios ...............................................259
Artigo 1 - Âmbito de aplicação ............................................................................259
Artigo 2 - Princípios de organização ...................................................................259
Artigo 3 - Princípio da legalidade ........................................................................259
Artigo 4 - Princípio do relacionamento ...............................................................260
Artigo 5 - Princípio de gestão dos serviços ..........................................................260
Artigo 6 – Superintendência ...............................................................................260
Capítulo II - Sistema Orgânico ........................................................................260
Secção I - Disposições Gerais ............................................................................260
Artigo 7 - Áreas de actividade ............................................................................ 260
Secção II - Estrutura Administrativa ..............................................................261
Artigo 8 - Organização Geral ...........................................................................261
Artigo 9 - Órgãos executivos .............................................................................261
Artigo 10 - Presidente do Conselho Municipal ..................................................261
Artigo 11 - Conselho Municipal .........................................................................262
Artigo 12 - Órgãos técnicos e administrativos ...................................................262
Artigo 13 - Unidades administrativas territoriais ...............................................262
Secção III - Serviços Técnicos e Administrativos dos Municípios ...............263
Artigo 14 - Composição ....................................................................................263
Capítulo III - Dirigentes dos Serviços Técnicos e Administrativos dos
Municípios ........................................................................................................263
Artigo 15 - Vereadores ........................................................................................263
Artigo 16 - Chefe do Gabinete ...........................................................................264
Artigo 17 - Directores de Serviço Municipal .....................................................264
Artigo 18 - Directores de Departamento Municipal ...........................................265
Artigo 19 - Chefes de Departamento Municipal .................................................265
Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

391
ANAMM
Associação Nacional dos Municípios de Moçambique
COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

Artigo 20 - Chefes de Serviço Municipal ...........................................................265


Artigo 21 - Chefes de Secção Municipal ...........................................................265
CAPÍTULO IV – COLECTIVOS .......................................................................265
Artigo 22 - Conselho consultivo .........................................................................267
Artigo 23 - Outros colectivos .............................................................................267
Capítulo V - Serviços Autónomos e Empresas Públicas Autárquicas.........267
Artigo 24 - Criação ............................................................................................267
Artigo 25 - Concessão da exploração de serviços públicos .................................267
Capítulo VI - Relações entre os Órgãos Executivos Municipais, a
Administração do Estado e a Sociedade Civil..................................................268
Artigo 26 - Articulação e cooperação com os órgãos locais do Estado ..............268
Artigo 27 - Articulação e participação da sociedade civil ...................................268
Capítulo VII - Disposições Finais .....................................................................268
Artigo 28 - Estatutos orgânicos ..........................................................................268
Artigo 29 - Regulamentos internos .....................................................................269
Decreto Nº 33/2006, de 30 de Agosto, que Regula os Procedimentos para a
transferência de Funções e Competências dos Órgãos do Estado para as
Autarquias Locais ............................................................................................271
Capítulo I - Disposições Gerais ........................................................................271
Artigo 1 - Objecto ..............................................................................................271
Artigo 2 - Princípios gerais .................................................................................271
Artigo 3 - Iniciativa .............................................................................................272
Artigo 4 - Transferência de funções e competências .......................................272
Artigo 5 - Concretização da transferência ..........................................................272
Artigo 6 - Regras de financiamento da transferência ...........................................272
Artigo 7 - Intervenção em regime de parceria ....................................................273
Capítulo II - Competência dos Órgãos Municipais .......................................273
Artigo 8 - Equipamento rural e urbano ..............................................................273
Artigo 9 - Transportes e comunicações .............................................................273
Artigo 10 - Estradas ............................................................................................274
Artigo 11 - Educação, Cultura e Acção Social ....................................................274
Artigo 12 – Saúde ...............................................................................................276
Artigo 13 - Ambiente e saneamento básico ........................................................277
Artigo 14 - Indústria e Comércio ........................................................................277
Capítulo III - Disposições Finais e Transitórias ............................................277
Artigo 15 - Processo de transferência .................................................................277
Artigo 16 - Comissões de acompanhamento .....................................................278
Artigo 17 - Implementação do Decreto ............................................................279
Artigo 18 - Norma revogatória .........................................................................279
Decreto Nº 35/2006, de 6 de Setembro, que Aprova o Regulamento de Criação
e Funcionamento da Polícia Municipal ...........................................................284
Regulamento de Criação e Funcionamento da Polícia Municipal ................285
Capítulo I - Objecto, Natureza, Âmbito e Subordinação ..............................285
Artigo 1 - Objecto ...............................................................................................285
Artigo 2 - Natureza e âmbito ...............................................................................285
Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

392
COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA ANAMM
Associação Nacional dos Municípios de Moçambique

Artigo 3 - Subordinação ......................................................................................285


Artigo 4 - Coordenação .......................................................................................285
Capítulo II - Criação e Extinção .....................................................................286
Artigo 5 - Competência ......................................................................................286
Artigo 6 - Conteúdo da deliberação ....................................................................286
Capítulo III - Atribuições e Competências .....................................................286
Artigo 7 - Atribuições ........................................................................................286
Artigo 8 – Competências ....................................................................................287
Artigo 9 - Competência territorial .......................................................................288
Capítulo IV - Designação e Distintivos ............................................................288
Artigo 10 - Designação .......................................................................................288
Artigo 11 - Distintivos .........................................................................................288
Capítulo V - Equipamento e Armamento ........................................................288
Artigo 12 - Equipamento .....................................................................................288
Artigo 13 - Meios de comunicação ......................................................................289
Capítulo VI - Agentes da Polícia Municipal .....................................................289
Secção I - Efectivos ............................................................................................289
Artigo 14 - Fixação do número de efectivos .......................................................289
Secção II - Recrutamento e Selecção ................................................................290
Artigo 15 - Requisitos gerais de provimento ....................................................290
Artigo 16 - Formas de ingresso ............................................................................290
Artigo 17 - Formação ..........................................................................................290
Artigo 18 -Estágio ...............................................................................................291
Artigo 19 - Regulamentação ...............................................................................291
Artigo 20 - Destacamento ...................................................................................291
Secção III - Carreiras Profissionais e Remunerações .....................................291
Artigo 21 - Carreiras profissionais ......................................................................291
Artigo 22 - Qualificadores profissionais ............................................................292
Artigo 23 - Criação, reestruturação e extinção de carreiras ..................................292
Artigo 24 - Funções de direcção e chefia .............................................................292
Artigo 25 - Remunerações ..................................................................................292
Secção IV - Deveres e Direitos .........................................................................292
Artigo 26 - Princípio geral ...................................................................................292
Artigo 27 - Uso de uniforme ................................................................................293
Artigo 28 -Cartão de identificação ......................................................................293
Artigo 29 - Direito de acesso e livre trânsito .......................................................293
Artigo 30 - Recurso a meios coercivos ................................................................293
Artigo 31 - Poderes de autoridade ........................................................................294
Secção V - Regime de Trabalho ........................................................................294
Artigo 32 - Horário de trabalho ............................................................................294
Artigo 33 - Descanso semanal e trabalho por turnos ........................................294
Artigo 34 - Horas extraordinárias e trabalho nocturno .........................................294
Capítulo VII - Disposições Finais e Transitórias ..........................................295
Artigo 35 - Enquadramento nas carreiras profissionais ......................................295
Artigo 36 - Novos ingressos ..............................................................................295
Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

393
ANAMM
Associação Nacional dos Municípios de Moçambique
COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO AUTÁRQUICA

Carreiras Profissionais da Polícia Municipal ..................................................296


Tabela de Vencimentos das Carreiras da Polícia Municipal .........................297
Qualificadores Profissionais ...........................................................................298
Critérios de Enquadramento dos Funcionários da Polícia Municipal nas
Carreiras Profissionais .................................................................................... 305
Resolução Nº 6/2004, 10 de Dezembro, do Conselho Nacional da Função
Pública que cria as Funções de Direcção, Chefia e Confiança a vigorar nas
Autarquias Locais ............................................................................................306
Qualificadores Profissionais ...........................................................................308
Resolução Nº 4/2006, de 13 de Julho, do Conselho Nacional da Função Pública
que cria a função de Provedor do Munícipe a vigorar no Conselho Municipal de
Maputo .......................................................................................................... 322
Resolução Nº 3/2007, de 25 de Abril, da Autoridade Nacional da Função
Pública que cria funções a vigorar no Conselho Municipal de Maputo ....... 325
Decreto Nº 31 /2008, de 24 de Julho, que estabelece os parâmetros e limites
máximos da remuneração dos titulares e membros dos órgãos das autarquias
locais ................................................................................................................ 331
Decreto Nº 32 /2008, de 24 de Julho que estabelece os parâmetros e limites
máximos da remuneração dos titulares e membros dos órgãos da autarquia
local do município de Maputo..........................................................................336
Resolução nº 32/2008, de 20 de Agosto, que define a organização territorial de
algumas vilas ................................................................................................... 339
Diploma Ministerial nº 104/2008, de 14 de Novembro , que aprova o
regulamento de uniformes da polícia municipal ............................................. 354
Diploma Ministerial nº 105/2008, de 14 de Novembro , que aprova o
regulamento de organização e funcionamento do curso de formação e do
estágio da polícia municipal............................................................................. 359
Decreto nº 56/2008, de 30 de Dezembro , que define as modalidades de
exercício da tutela administrativa dos governadores provinciais e dos governos
provinciais nas autarquias locais .................................................................... 366
Resolução do Conselho de Ministros Nº 57/2009, de 10 de Setembro , que cria
modelos de compromisso de honra específicos para os Presidentes dos
Conselhos Municipais, dos Presidentes dos Conselhos de Povoação e dos
respectivos Vereadores..................................................................................... 370

Armindo dos Santos Matos Maria Sílvia da Graça e Costa

394

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