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Índice

1.Introdução.......................................................................................................................1

1.1.Objectivo Geral........................................................................................................1

1.2. Objectivos específicos............................................................................................1

1.3.Metodologias...........................................................................................................1

2.Autarquias Locais...........................................................................................................2

2.1.Administração das autarquias locais........................................................................2

3.Autarcização...................................................................................................................3

4.Municipio.......................................................................................................................4

4.1.Assembleia Munincipal...........................................................................................5

5.Conclusão.......................................................................................................................8

6.Referências Bibliográfica...............................................................................................9
1.Introdução
A existência de interesses locais em determinada comunidades, diferentes dos interesses
gerais da colectividade nacional, justifica que ao lado do Estado – cuja organização
cobre
todo o território existam entidades especificamente locais, como é o caso das autarquias
locais, destinadas a tratar dos interesses locais. (Macandza, 2021)

Segundo Mazula (1998) não pode haver descentralização sem que haja transferência de
competências importantes a favor dos municípios devendo, por isso, o Estado abrir mão
de algumas receitas.

Neste trabalho procura-se abordar de certa forma a questão das autarquias locais de
moçambique é o seu enquandramento legal, sempre procurando ver quais os aspectos
mais relevantes deste tema, uma vez que torna-se uma assunto tão atual no seio da
população Moçambicana visto que com o galgar dos anos o nosso país precisa de
cidadão cada vez mais escaleridos e capazes de entender a dinamica da administração
publica.

O presente trabalho está organizado em três partes: a primeira parte é a introdução


onde se apresentam os objectivos do trabalho, as principais ideias do trabalho; a
segunda parte corresponde a revisão da literatura; a terceira parte apresenta a conclusão,
da pesquisa e as referências bibliográficas.

1.1.Objectivo Geral
 Analise do enquadramneto legal das autarquias locais de Moçambique.

1.2. Objectivos específicos


 Conhecer a historia das autarquias locais de Moçambique;
 Identificar as competência da assembleia munincipal;
 Conhecer a dinamica do funcionamento do conselho munincipal.

1.3.Metodologias
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica a respeito do tema estudado, com o intuito de
fornecer ao leitor dados já produzidos por vários autores, em relação ao assunto em
questão. A pesquisa se baseou em levantamento teórico das principais referências

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literárias a respeito das autarquias locais, com o principal enfoque para o seu
enquadramento legal.

2.Autarquias Locais
Segundo o número 2 do artigo 1º da lei nº 2/97, de 28 de maio estabelece que " as
autarquias locais são pessoas colectivas públicas dotadas de orgão representantivos
próprios que visam a prossecução das populações respectivas, sem prejuízos dos
interesses nacionais e da participação do Estado.

Sistac (2012) citando a Constituição da República de Moçambique (revista em 2004)


consagra, no seu TÍTULO XIV, a existência do “Poder local”. De acordo com o Artigo
271 da Lei fundamental: 1. O Poder Local tem como objectivos organizar a participação
dos cidadãos na solução dos problemas próprios da sua comunidade e promover o
desenvolvimento local, o aprofundamento e a consolidação da democracia, no quadro
da unidade do Estado Moçambicano.

As autarquias locais são os municípios e as povoações.

Segundo o número 1 do artigo 6º da lei nº 2/97, de 28 de maio estabelece que As


atribuições das autarquias locais respeitam os interesses próprios, comuns e específicos
das populações respectivas e, designadamente:

a) desenvolvimento económico e social local;


b) meio ambiente, saneamento básico e qualidade de vida;
c) abastecimento público;
d) saúde;
e) educação;
f) cultura, tempos livres e desporto;
g) Polícia da autarquia;
h) urbanização, construção e habitação

2.1.Administração das autarquias locais


A administração das autarquias locais é confiada à dois tipos de órgãos: um órgão
deliberante e representativo: a assembleia municipal ou de povoação; e órgãos
executivos: o conselho municipal ou de povoação e o presidente do conselho
municipal ou de povoação.

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Como é acompanhado por nós as autarquias locais segundo o enquadramento legal
Moçambicano, são os municipios e as povoações, no qual tem dois orgãos seja
deliberativo (assembleia) e executivo (conselho), onde primordialmente colocam-se os
interresses dos cidadão da referida autarquia. Assim também é possivel perceber que as
autarquias locais estão estritamente ligadas com os ensejos do Estado, ou seja, apesar de
cada autarquia ter "autonmia" ela não é absoluta pois sempre devem ser salvaguardados
acima de tudo os interresses do estado.

1. O exercício da tutela administrativa do Estado sobre as autarquias locais é efectuado


através de órgão próprio cuja acção se desenvolve no território nacional.

3.Autarcização
A Constituição de 1990 iniciou um processo de reforma do Estado e do sistema
político que incluía, entre outros aspectos fundamentais, o estabelecimento de órgãos
de representação democrática a nível provincial e local. De acordo com a Constituição,
os órgãos locais do Estado teriam como objectivo “organizar a participação
dos cidadãos na solução dos problemas próprios da sua comunidade e promover o
desenvolvimento local” (Brito, 2013)

A partir dos anos 90, debates públicos (seminários provinciais, workshops provinciais e
nacionais) viram o dia sobre o tema “da descentralização e da autonomia dos órgãos
locais do Estado”. Em Maio de 1992, o Governo aprovou o Programa de Reforma dos
Órgãos Locais (PROL) que tinha como objectivo reformar o sistema de administração
local do Estado vigente e a sua transformação em órgãos locais dotados de uma
personalidade jurídica própria distinta da do Estado dotada de uma autonomia
administrativa, financeira e patrimonial. (Sistac, 2012)

Um segundo passo na reforma do poder local foi dado com a aprovação da lei 3/94, que
criava os distritos municipais e definia as suas atribuições, poderes, organização e
funcionamento. De acordo com esta lei, o território municipal coincidiria com a área
dos distritos e a sua aplicação na cidade de Maputo e restantes capitais provinciais
estava prevista para Outubro de 1994 (art. 69-1), a data entretanto definida para
as primeiras eleições multipartidárias. Nos restantes distritos, a lei deveria ser
implementada em data a estabelecer pelo Conselho de Ministros (art. 69-2). Nascia

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assim o chamado “gradualismo” no processo de criação do poder municipal. (Sistac,
2012)

Em 2003, foram aprovados vários textos legislativos destinados a acelerar o processo de


consolidação dos municípios e, em 2007-2008, foram introduzidas alterações
signiicativas à lei 2/97, as quais procuram designar as autarquias como poder local, em
oposição ao poder central desconcentrado.

Como foi argumentado em Zavale (2011), a designação do Poder Local pelo legislador
resulta da reimportação de leis eurocêntricas que continuam a marcar o mapa da
administração pública do país. Na verdade, a lei 1/2008 introduziu algumas alterações,
mas manteve o princípio do gradualismo, que só permitia avançar para o
estabelecimento de novos municípios se as povoações obedecessem a determinados
critérios.

Para Zavale (2011), O princípio do gradualismo consiste num processo lento de criação
das autarquias locais em Moçambique, o que explica que, na sua primeira fase, tenham
sido implementados apenas 33 municípios, 23 nas cidades nas cidades e 10 nas 68 vilas
existentes no país.

Assim, o poder local foi inicialmente estendido a 10% do território, sendo que apenas
25% dos moçambicanos obtiveram o direito de eleger os seus representantes. Em abril
de 2008, foram implementados mais 10 municípios, e, finalmente, em 15 de maio de
2013, o Conselho de Ministros propôs ao parlamento a introdução de mais dez novos
municípios: Boane na (província de Maputo), Praia do Bilene (na província de Gaza),
Quissico (Zavala) (província de Inhambane), Nhamatanda, (província de Sofala),
Sussundenga (província de Manica), Nhamayábué (província de Tete), Maganja da
Costa (província de Zambézia), Malema (província de Nampula), Chiure (província de
Cabo Delgado) e Mandimba província de Niassa).

É bem possivel ver que Moçambique deu passos longos para chegar a um
esclarecimento e divisão concreta e as funções que cada um dos orgãos das autarquias
que a compõe.

4.Municipio
O Conselho Municipal é um órgão executivo, composto por vereadores designados pelo
Presidente para dirigir os vários pelouros da Câmara. O Presidente do Conselho

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Municipal e a “ssembleia Municipal são eleitos simultaneamente por sufrágio universal,
direto e secreto, ambos cumprindo mandatos de cinco anos. Em termos de
competências, embora estas formalmente sejam alargadas, as autarquias têm de atuar
como se fossem órgãos locais do Estado, porque estão sujeitas à sua tutela
administrativa e dependem financeiramente dele, já que as suas receitas são constituídas
quase globalmente por transferências do poder central. (Hanlon, 1997)

Nos municípios com mais de 100 000 eleitores, o número de 39 membros é aumentado
mais 1 para cada 20 000 eleitores. O número de membros a eleger por cada autarquia
local é divulgado pela Comissão Nacional de Eleições com antecedência mínima de
trinta dias da data do acto eleitoral.

O artigo 39 da lei nº 2/97, de 28 de Maio diz que - São órgãos do município: a


Assembleia Municipal; o Presidente do Conselho Municipal; o Conselho Municipal.

No que diz respeito ao seu funcionamento, é regulado, no seu princípio, pelo Decreto n.º
35/98, de 7 de Julho30 que estabelece os princípios fundamentais dos regulamentos das
assembleias municipais (princípio de legalidade, princípio de legitimidade democrática
do eleito local, princípio de especialidade, princípio de participação dos cidadãos
residentes e princípio de publicidade). Esses princípios devem ser introduzidos em cada
um dos regulamentos das assembleias municipais. (Sistac, 2012)

4.1.Assembleia Munincipal
A assembleia municipal é o órgão representativo da autarquia local
dotado de poderes deliberativos; é a expressão concreta do multipartidarismo e do
pluralismo ideológico ao nível da autarquia local. Por outras palavras, é o fórum das
correntes políticas e ideológicas existentes na autarquia local. (Canas, 1997)

O artigo 35 da lei nº 2/97, de 28 de Maio referencia que a assembleia municipal ou de


povoação é eleita por sufrágio universal, directo, igual, secreto, pessoal e periódico por
todos os cidadãos eleitores residentes na circunscrição territorial da autarquia local,
segundo o sistema de representação proporcional.

Ja no artigo 37 da lei nº 2/97, de 28 de Maio respectivo ao mandato da assembleia


munincipal diz que - O mandato dos membros da assembleia municipal ou povoação é
de 5 anos - .

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A lei no número 2 do artigo 45onde aborda sobre as competencias da assembleia
munincipal diz que : Compete à Assembleia Municipal, designadamente:

a) eleger, por voto secreto, a Mesa;


b) elaborar e aprovar o regimento;
c) verificar ou tomar conhecimento da morte, impossibilidade física
duradoura ou renúncia do mandato do Presidente do Conselho Municipal,
declarando o impedimento permanente e comunicando o facto à entidade
tutelar;
d) comunicar à entidade tutelar qualquer facto de que tome conhecimento que
entenda ser motivo de perda de mandato;
e) registar, mediante comunicação do Conselho Municipal, os períodos de
suspensão do mandato do Presidente do Conselho Municipal;
f) acompanhar e fiscalizar a actividade dos órgãos executivos municipais e
serviços dependentes;
g) apreciar, em cada sessão ordinária, uma informação escrita do Presidente
do Conselho Municipal acerca do estado do cumprimento do seu plano de
actividades;
h) solicitar a qualquer momento e receber, através da Mesa, informações sobre
os assuntos de interesse para municípios, e sobre a execução de
deliberações anteriores;
i) tomar posição perante os órgãos do Estado e outras entidades públicas
sobre os assuntos de interesse para o município devendo, para o efeito, se
por aqueles consultada;
j) ser ouvido, quando solicitado pelo Conselho de Ministros, sobre a
modificação de limites, criação e extinção de novas autarquias locais que
afectem a respectiva área de jurisdição;
k) pronunciar-se e deliberar sobre assuntos que digam respeito aos interesses
próprios da autarquia local; demitir o Presidente do Conselho Municipal,
nos termos da lei;

4.2.O conselho Munincipal


O artigo 50 nos números 1 e 2 da lei n.° 6/2018 de 3 de Agosto diz –

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1. O Conselho Municipal é o órgão executivo da autarquia local, dirigido por um
Presidente.

2. O Conselho Municipal integra vereadores escolhidos e nomeados pelo Presidente do


Conselho Municipal.

Quanto as competências do conselho Municipal no artigo 56 nos seu número 1 e alineas


subsequentes acompanhamos que:

1. Compete ao Conselho Municipal:

a) realizar tarefas e programas económicos, culturais e sociais de interesse local


definidos pela Assembleia Municipal, nos termos da lei;

b) coadjuvar o Presidente do Conselho Municipal na execução e cumprimento das


deliberações da Assembleia Municipal;

c) participar na execução do plano de actividades e do orçamento de acordo com os


princípios da estrita disciplina financeira;

d) apresentar à Assembleia Municipal propostas e pedidos de autorização e exercer as


competências autorizadas no âmbito das matérias previstas no número 3 do artigo 45 da
presente Lei;

e) fixar um valor a partir do qual a aquisição de bens móveis depende de uma


deliberação sua;

f) alienar ou onerar bens móveis próprios nos termos da alínea m) do número 3 do


artigo 45 da presente Lei;

g) aceitar doações, legados e heranças;

h) deliberar sobre as formas de apoio a organizações nãogovernamentais e outros


organismos que prossigam fins de interesse público no município;
i) propor à instância competente a declaração de utilidade pública, para efeitos de
expropriação;
j) exercer os poderes e faculdades estabelecidas na Lei de Terras e o seu regulamento;
k) conceder licenças para construção, reedificação ou conservação, bem como aprovar
os respectivos projectos, nos termos da lei;

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l) ordenar após vistoria, a demolição total ou parcial, ou beneficiação de construções
que ameacem ruína ou constituam perigo para a saúde e segurança das pessoas;
m) conceder licenças para estabelecimentos insalubres, incómodos, perigosos ou
tóxicos, nos termos da lei;
n) deliberar sobre a administração de águas públicas sob sua jurisdição;
o) deliberar sobre tudo o que interessa à segurança e fluidez da circulação, transito e
estacionamento nas ruas e demais lugares públicos e que não se insira na competência
de outros órgãos ou entidades;
p) estabelecer a numeração dos edifícios e propor a toponímia;
q) deliberar sobre a deambulação de animais vadios ou de espécies bravias e
mecanismos organizativos de enquadramento.

5.Conclusão
Considera-se que os objectivos forma respondidos, pois ao longo da elaboração do
trablho de pesquisa foi possivel ver que os mesmos estão patentes no trabalho.

Do confronto da teoria prismática com a análise do desenvolvimento administrativo em


Moçambique verifica-se que a cultura e a estrutura política tradicionais têm uma
importância central. Desse modo, a administração local não se esgota nas leis que
traduzem modelos importados, mas tem que ser lida nas práticas administrativas e no
comportamento dos habitantes. Porque muita das vezes coore-se o risco de importar
legislações que tão pouco contribuem para a nossa administração publica.

Ao longo dos anos o nosso pais veio procurando evoluir gradualmente as autarquias
locais e é possivel perceber que ainda temos varíos desafios neste quesito, primeiro em
garantir que o cidadão comum possa sentir-se parte desta dinâmica e o segundo olhar
que temos que garrantir que os interresses do Estado estejam salvaguardados sim nas
autarquias locais, mas que em certos aspectos valem os interres dos cidadãos locais, por
isso, considera-se um grande desafio ter que equilibrar ambos interesses.

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6.Referências Bibliográfica
Brito, L. d. (2013). Breve de reflexão sobre autarquias, Eleições e democratização .
Maputo .

Canas, V. (1997). O sistema de governo municipal em Moçambique.

Hanlon, J. (1997). Guião básico sobre as autarquias locais.

Macandza, J. F. (2021). Descentralização de competências do Estado para as Autarquias


locais.

Mazula, A. (1998). Quadro institucional dos distritos municipais. In: Mazula, Aguiar, et
al. Autarquias Locais em Moçambique: antecedentes e regime jurídico. LisboaMaputo:
ed. UEM, p. 57-71.

Sistac, G. (2012). Institucionalização, organização e problemas do poder local.

Zavale, G. J. (2011). Municipalismo e poder local em Moçambique.

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