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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Exame Normal

Quicênia Leonardo Nguenha – No 7082033338

Curso: Administração Pública

Disciplina: Sociologia Geral

Código: A0006

Docente: Machica

Ano de frequência: 1̊ ano

Maputo, Outubro 2020


ÍNDICE
I.INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................1
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................................................2
2.1 Administração Pública.......................................................................................................................2
2.1.1Características da Administração Pública em Moçambique.........................................................3
2.1.2 Princípios básicos da administração pública em Moçambique....................................................3
2.2 Organização Administrativa Em Moçambique..................................................................................5
2.2.1 Órgãos de Administração Moçambicana....................................................................................6
2.3 Administração Central Independente do Estado................................................................................9
2.4. Administração Periférica do Estado................................................................................................10
2.5. Administração Periférica Externa do Estado...................................................................................10
2.6. Administração (periférica) local do Estado.....................................................................................11
III. CONCLUSÃO...................................................................................................................................12
IV.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................13
Administração Pública Moçambicana, Organização e sua Administração (Entidades, Orgãos e
Exercícios de Poder)

I.INTRODUÇÃO
O presente trabalho de carácter investigativo-avaliativo, apresenta como tema: Administração
publica Moçambicana, organização e sua administração (entidades, órgãos e exercício de poder).
O mesmo tem como objectivos: descrever os elementos sustentadores do exercício do poder
público-admirativo; identificar e caracterizar as diferentes formas de organização da
administração pública moçambicana.
A administração pública no contexto Moçambicano está integralmente ligada ao exercício de
funções e de poderes de organização púbica do estado. Este, por sua vez é representado pelos
seus elementos considerados fundamentais: um povo, um território onde o povo vive e de que é
dono, e, dentro dos limites deste território, existe uma autoridade própria que exerce poderes
sobre as pessoas que nele fazem parte.
Em Moçambique, a administração pública é uma actividade que tem por objectivo a satisfação
das necessidades públicas, rege-se de seus princípios e competências com representação do
presidente da república;
Para a realização do trabalho recorreu-se à metodologia de revisão bibliográfica que consistiu no
levantamento de material (manuais e trabalhos científicos) para posterior leitura e extracção de
informações que satisfazem a pesquisa. Quanto a sua estrutura, apresenta uma introdução,
desenvolvimento, conclusão e as respectivas referências bibliográficas.

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Administração Pública Moçambicana, Organização e sua Administração (Entidades, Orgãos e
Exercícios de Poder)

II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Administração Pública


Administração Pública ou Gestão da Organização Pública é o conjunto de órgãos, serviços e
agentes do Estado, que asseguram a satisfação das necessidades da colectividade, sejam elas:
segurança, saúde, educação, em resumo, o bem-estar da população (Chiavenato, 2008).
Administração Pública possui a natureza de um múnus público para quem a exerce, ou seja, a de
uma obrigação, de um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e
interesses da colectividade” (Grotti, 2003). È, pois, um dever exercitado por quem de direito, em
prol de toda a sociedade.
Em sentido amplo, a Administração Pública, subjectivamente considerada, compreende tanto os
órgãos governamentais, supremos, constitucionais (Governo), aos quais incumbe traçar os planos
de acção, dirigir, comandar, como também os órgãos administrativos, subordinados, dependentes
(Administração Pública, em sentido estrito), aos quais incumbe executar os planos
governamentais; ainda em sentido amplo, porém objectivamente considerada, a administração
pública compreende a função política, que traça as directrizes governamentais e a função
administrativa, que as executa.

Em sentido estrito, a Administração Pública compreende, sob o aspecto subjectivo, apenas os


órgãos administrativos e, sob o aspecto objectivo, apenas a função administrativa, excluídos, no
primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função política (Marques, 2000).

Vieira (2005) estabelece um paralelo entre a administração particular e a administração pública e


explica que, enquanto na administração particular o administrador recebe do proprietário as
ordens e instruções de como administrar as coisas que lhe são confiadas, na administração
pública essas ordens e instruções estão concretizadas nas leis, regulamentos e actos especiais,
dentro da moral da instituição.

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Exercícios de Poder)

Daí o dever indeclinável de o administrador público agir segundo os preceitos do Direito e da


Moral administrativa, porque tais preceitos é que, efectivamente, expressam a vontade do titular
dos interesses administrativos – o povo – e condicionam os actos a serem praticados no
desempenho do múnus público que lhe é confiado. Actualmente, percebe-se na administração
pública a obrigação de prestar serviços com qualidade, responsabilidade não se esquecendo de
seus princípios fundamentais como: a legalidade. Impessoalidade, a moralidade publicidade e a
eficiência.

2.1.1Características da Administração Pública em Moçambique


Desde a independência a administração pública em Moçambique sofreu várias alterações tendo
apresentado as principais características:
 1975-87: Exercício do controle e autoridade das estruturas administrativas de nível
central e falta de autonomia e de poder de decisão dos governos locais (províncias e
distritos).
 1987-90-2001: Surgimento da administração indirecta do Estado, privatização e criação
de formas descentralizadas de gestão pública e estabelecimento de estruturas
administrativas autónomas.
 2001 até actualidade: Transformações do modelo de administração tradicional,
modernização e institucionalização primeiramente de princípios da Nova Gestão Pública
(NGP) e mais recentemente do Novo Serviço Público (NSP).

2.1.2 Princípios básicos da administração pública em Moçambique


Os princípios de direito administrativo são mandamentos gerais que se aplicam a toda e qualquer
situação, em maior ou menor medida. Eles orientam a expedição de actos administrativos, a
condução de processos e a celebração de contratos, bem como a edição de actos normativos. Os
princípios gerais primordiais estão previstos na Constituição da República.
De aordo com o Ministério da Administração Estatal e Função Pública (MAEFP), em
Moçambique, a gestão das organizações públicas é feita com base na aplicação de princípios da
administração ou gestão pública.

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2.1.2.1 Princípio da Legalidade


De acordo com o princípio da legalidade, as organizações públicas Moçambicanas devem seguir
e cumprir as regras definidas nos instrumentos legais relativos à sua constituição, à sua estrutura
e ao seu funcionamento, para que seja possível implementar um sistema de gestão que aplique
uma boa Governação.

2.1.2.2 Princípio da Equidade


Este princípio visa que todos os membros, trabalhadores, doadores e beneficiários das
intervenções de uma determinada associação devem ser tratados de forma justa e imparcial, o
que significa que não devem existir dentro da associação atitudes ou práticas de discriminação e
que a mesma deve obedecer e seguir práticas de gestão de recursos humanos que permitam tratar
a todos de forma igual.

2.1.2.3 Princípio da Ética


A ética compreende um conjunto de regras e princípios que procuram estimular e criar valores
comuns aos membros de um grupo. No caso de uma organização pública (ex. associação), a ética
representa a forma pela qual, as normas morais de cada um se aplicam às actividades e aos
objectivos da associação e reflecte as escolhas que os membros da mesma fazem no que diz
respeito às suas próprias actividades e às dos restantes elementos da associação.

Porque através dela se pode evitar a prática de qualquer forma de acções consideradas ilícitas,
tais como a corrupção, o suborno, e até mesmo as situações em que algum membro ou
funcionário da associação pretenda utilizar os recursos da associação para o seu benefício
próprio. É importante referir que, por um lado, a Boa Governação só é autêntica numa associação
que adopta e dissemina os princípios éticos, e, por outro, para que uma associação seja ética, ela
deverá seguir os caminhos da Boa Governação.

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2.1.2.4 Princípio da Transparência


A transparência é um mecanismo que implica que as decisões dentro de uma associação sejam
tomadas e colocadas em prática de acordo com as regras definidas e que a informação esteja
disponível e directamente acessível para aqueles que sejam directamente afectados por tais
decisões.

Lado a lado com a ética, é um pilar para a gestão da organização a todos os níveis de
funcionamento e de relações que existem dentro dela. Este princípio valoriza a uniformidade e a
transparência na divulgação de todas as informações internas e externas da associação, de modo
completo, preciso, oportuno e que seja compreensível para todos os seus membros e
trabalhadores.

Mais do que a obrigação de informar, a organização pública deve cultivar o desejo de informar,
pois é através da boa comunicação interna e externa, particularmente quando é espontânea,
franca e rápida, que nasce um bom clima de confiança, tanto internamente quanto nas relações da
associação com o Estado, com a comunidade, com os doadores, e com outras partes interessadas.
A transparência é muito importante, porque permite que os outros princípios de Boa Governação
ganhem mais força e peso (Botelho e Lauxen, 2015).

2.2 Organização Administrativa Em Moçambique


A organização administrativa é o modo de estruturação concreta que, em cada época, a lei dá à
administração pública de um dado país. Tal como é subjectivo, a administração pública
distingue-se por dois sentidos.
O Estado é uma pessoa jurídica pública, é uno, é originário (Artgs. 6,7,8,133 da Constituição da
República de Moçambique.) não se confundindo com os seus órgãos; O Estado está organizado
em Ministérios, Direcções, Departamentos, Repartições e secções; E lhe atribuída a soberania e
inalienável, as leis são valentes assim como os símbolos.

O Estado é susceptível de vontades, as quais satisfazem se através dos seus órgãos. São órgãos
do Estado, o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo, os Tribunais e o
conselho constitucional. O conselho de ministros é o órgão executivo que se responsabiliza pela
administração do país, garantia de integridade, ordem pública, segurança, bem-estar económico-
social, legalidade, e política externa. Artg. 203 da CRM.

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2.2.1 Órgãos de Administração Moçambicana


O Estado como pessoa colectiva não tem força de por si fazer funcionar os seus fins, mas através
dos seus órgãos, salvo conflito de atribuições e competências. (Nohara & Marrara, 2009).
“Para cumprir as suas atribuições que lhe são conferidas pela constituição e pelas leis, o Estado
carece de órgãos” (CRM, 154). Assim, são órgãos da Administração Central do Aparelho de
Estado, o Presidente da República, o Conselho de Ministros, a Presidência da República, os
Ministérios, as comissões nacionais com natureza interministerial (155) incluindo o Conselho de
Estado.

2.2.1.1 Orgãos de Administração Central


O Presidente da República é o chefe do Governo, zela por funcionamento correcto dos órgãos do
Estado e dispõe do conselho de Estado e do conselho Nacional de defesa e Segurança como seus
órgãos de consulta nas matérias definidas na Constituição da República (156).
No domínio do Governo, compete ao Presidente da República:
 Convocar e Presidir as sessões do Conselho de Ministros;
 Nomear, exonerar e demitir o Primeiro-ministro;
 Criar Ministérios e comissões de natureza Ministerial;
 Nomear, exonerar e demitir os Ministros e Vice-Ministros;
 Nomear, exonerar e demitir os Reitores e Vice-Reitores das universidades Estatais, sob
proposta dos respectivos colectivos de direcção;
 Nomear, exonerar e demitir o Governador e Vice-Governador do Banco de
Moçambique;
 Nomear, exonerar e demitir os Secretários de Estado na Província (157)

a. Presidência da República

No exercício das suas funções constitucionais, o Presidente da República é assistido pela


Presidência da República, que entre outras funções apoia directamente o Presidente da República
no exercício das suas funções na qualidade do chefe do Governo (159). São atribuições da
Presidência da República:

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Exercícios de Poder)

(a) Apoiar directamente o Presidente da República no exercício das suas funções de chefe do
Estado, chefe de Governo e Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança;
(b) Assistir o Presidente da República nas relações com os demais órgãos de soberania e
instituições do Estado, partidos políticos e sociedade Civil;
(c) Assistir o Presidente da República no domínio das relações internacionais (160).

b. Conselho de Estado
O Conselho de Estado, no contexto dos órgãos constitucionais, não sendo órgão de soberania,
desempenha o papel de órgão de consulta do Chefe de Estado. Com efeito, “o Conselho do
Estado é o órgão político de consulta do Presidente da República e tem uma natureza colegial”
(161). O Conselho de Estado comporta a seguinte composição:
 Presidente da República;
 Primeiro-Ministro;
 Presidente do Conselho Constitucional;
 Provedor de Justiça;
 Os antigos Presidentes da República não destituídos da função;
 Os antigos Presidentes da Assembleia da República;
 Sete personalidades de reconhecido mérito eleitas pela Assembleia da República pelo
período da legislatura, de harmonia com a representatividade parlamentar;

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 Quatro personalidades de reconhecido mérito, designadas pelo Presidente da República,


pelo período do seu mandato; e
 O segundo candidato mais votado nas eleições presidenciais

c. Governo

O Governo é um órgão de soberania “colegial de tipo governativo, que se ocupa da condução e


execução da política geral do país” (165). O Governo da República de Moçambique é o
Conselho de Ministros (166). O Conselho de Ministros é composto pelo Presidente da República
que a ele preside, pelo Primeiro-Ministro e pelos Ministros.

d. Ministérios

O Ministério é o órgão central do Aparelho do Estado, criado pelo Presidente da República, que
assegura a realização das atribuições do Governo decorrentes da Constituição da República. O
Ministério é dirigido por um Ministro que pode ser coadjuvado por um ou mais Vice-Ministros
(173). Os Ministérios organizam-se em inspecções sectoriais; direcções nacionais; direcções;
gabinetes; Gabinete do Ministro; e departamento central autónomo (174).

A organização dos Ministérios assenta na racionalização da estrutura e obedece, entre outros os


seguintes princípios específicos: adequação da estrutura à missão; desconcentração;
descentralização; especialização em funções; coordenação e articulação; eficiência
organizacional; simplificação de procedimentos e, modalidade de serviço público (175).

e. Comissões nacionais com natureza interministerial.

Dentre os órgãos da Administração Central do Aparelho de Estado, encontraram-se as comissões


nacionais com natureza interministerial (178). As comissões nacionais com natureza
interministerial, são criadas pelo Presidente da República, definindo as suas finalidades. Podem
existir várias comissões interministeriais.

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A título de exemplo, cite-se a Comissão Interministerial da Administração Pública, criada pelo


Decreto Presidencial n°3/2015 de 20 de Fevereiro. A Comissão Interministerial da
Administração Pública visa garantir a harmonização institucional nas matérias gerais relativas à
administração pública.

2.3 Administração Central Independente do Estado


Os órgãos da Administração directa central do Aparelho do Estado abrangem ainda os órgãos
independentes, desde logo: as comissões nacionais independentes (181), o Provedor de justiça,
os Conselhos superiores e outras entidades assim classificadas (182). Assim, a administração
central independente do Estado “consiste num conjunto de órgãos e Serviços que escapam a
hierarquia do Governo e exercem funções consultivas de controlo, de supervisão, administrativas
ou mistas” (183). Os órgãos centrais independentes, no desempenho das suas funções, observam
a Constituição e as leis e regem-se pelos princípios de independência, imparcialidade e
transparência (184).

a. Comissões nacionais Independentes

As comissões nacionais independentes gozam de autonomia administrativa e funcional em


relação aos demais órgãos da administração pública central e local (186). Aponta-se até ao
momento a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e a Comissão Nacional dos Direitos humanos
(CNDH) (187). A Comissão Nacional de Eleições é um órgão do Estado, independente e
imparcial, responsável pela supervisão dos recenseamentos e dos actos eleitorais (188).

Com efeito, quanto à natureza, a Comissão Nacional de eleições é um órgão independente de


todos os poderes públicos e privados e, no exercício das suas funções deve obediência apenas a
Constituição e às leis.

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b. provedor de Justiça

O Provedor de Justiça é um órgão que tem como função a garantia dos direitos dos cidadãos, a
defesa da legalidade e da justiça na actuação da administração pública (191). Trata-se de um
órgão independente e imparcial no exercício das suas funções, devendo observância apenas à
constituição e às leis (192).

c. Conselhos superiores

Os Conselhos Superiores são órgãos administrativos que podem dispor de competências de


gestão, disciplina ou consulta nas respectivas áreas de actuação (196). São exemplos de
Conselhos superiores: O Conselho superior de Comunicação Social; o Conselho Superior da
Magistratura Judicial o Conselho superior da Magistratura judicial administrativa; o Conselho
Superior da Magistratura do Ministério Público (197).

2.4. Administração Periférica do Estado


A administração periférica do Estado “é o conjunto dos órgãos e serviços de pessoas colectivas
públicas que dispõem de competência limitada a uma área territorial restrita, e funcionam sob a
direcção dos correspondentes órgãos centrais” (204). Assim, a Administração periférica do
Estado compreende (a) os órgãos e serviços locais do Estado e (b) os órgãos e serviços externos
do Estado.

2.5. Administração Periférica Externa do Estado


A administração periférica externa do Estado é aquela que abrange as representações do Estado-
Administração por órgãos e serviços sediados no estrangeiro (205). Desta forma, sãos órgãos da
administração periférica do Estado, designadamente, as missões diplomáticas e missões
consulares e especiais” (206).

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A representação do Estado ou dos seus interesses no estrangeiro abrange todas as suas


representações no exterior. São formas de representação do Estado moçambicano no exterior: (a)
missões diplomáticas, que podem ser embaixadas ou altos comissariados; representações
permanentes; delegações permanentes; e (b) as missões especiais e consulares podendo estes
últimos serem Consulados Gerais, Consulados e Agências Consulares.

As representações diplomáticas e Consulares do Estado moçambicano, subordinam-se ao


Ministério dos Negócios Estrangeiros e cooperação (207).

2.6. Administração (periférica) local do Estado


“A administração do Estado que aqui se refere tem a natureza de uma administração periférica,
organizada segundo o princípio da desconcentração administrativa” (208). Note-se que o
princípio da desconcentração consiste na determinação de transferência originária ou delegação
de poderes dos órgãos superiores da hierarquia da Administração Pública para os órgãos
inferiores do Estado ou para os funcionários ou agentes subordinados nos termos da lei (209). A
Administração local do Estado, assenta basicamente sobre três ordens de elementos: (a) a divisão
do território; (b) os órgãos locais do Estado; (c) os serviços locais do Estado (210).

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III. CONCLUSÃO
Perante a realização do presente trabalho pude perceber que a Administração Pública tem a tarefa
de implementar as leis em todo o país, da capital até ao nível das comunidades locais. Na sua
função, serve o interesse público e na sua actuação respeita os direitos e liberdades fundamentais
dos cidadãos. Consoante art. 249º da Constituição da República de Moçambique, os órgãos da
Administração Pública obedecem à constituição e à lei. Eles actuam com o respeito dos
princípios da igualdade, da imparcialidade, da ética e da justiça. Art. 250º da Constituição da
República de Moçambique exige que a Administração Pública estruture-se com base do princípio
da descentralização e desconcentração.

Ela deve promover a modernização e a eficiência dos seus serviços, sem prejuízo da unidade de
acção e dos poderes de direcção do Governo. Ela também promove a simplificação de
procedimentos administrativos e a aproximação dos serviços aos cidadãos.
Os cidadãos têm o direito de serem informados pelos serviços competentes da Administração
Pública sempre que requeiram sobre o andamento dos processos em que estejam directamente
interessados nos termos da lei (art. 253º da Constituição da República de Moçambique).

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IV.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 ARAÚJO, Edmir Netto de. O ilícito administrativo e seu processo. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 1994.
 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE (Revisão 2004). Maputo
 Grotti, D. (2003) O serviço público e a Constituição brasileira de 1988. São Paulo:
Malheiros.
 Marrara, T. (2007). Bens públicos, domínio urbano, infraestruturas. Belo Horizonte:
Fórum.
 Nohara, I. & Marrara T, (2009). Processo administrativo: Lei 9.784/1999 comentada. São
Paulo: Atlas.

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