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A Administração Pública

Refere-se ao conjunto de actividades e órgãos responsáveis pela gestão dos recursos e interesses
públicos em uma determinada área geográfica ou jurisdicional. Isso inclui a elaboração e
execução de políticas públicas, prestação de serviços públicos, regulação de actividades
económicas, entre outras funções relacionadas ao bem-estar e interesse colectivo.

Os estágios da administração pública

Podem variar dependendo do contexto específico, mas geralmente incluem:

1) Administração Patrimonialista: Nesse estágio, os recursos públicos são tratados como


propriedade privada dos governantes. Há uma ênfase na centralização do poder e na
busca de benefícios pessoais, em detrimento do interesse público.

2) Administração Burocrática: Caracterizada pela introdução de princípios de


racionalidade e impessoalidade na gestão pública. Surge a burocracia como forma de
organizar e regular as actividades do Estado, buscando eficiência e neutralidade.

3) Administração Gerencial ou Neoliberal: Este estágio enfatiza a eficiência, a


produtividade e a busca por resultados na gestão pública. Há uma ênfase na adoção de
práticas de gestão do sector privado, como a avaliação de desempenho e a
descentralização administrativa.

4) Administração Pós-Burocrática ou Participativa: Caracterizada pela busca pela


participação dos cidadãos na gestão pública, bem como pela flexibilização das estruturas
organizacionais e processos decisórios. Há uma ênfase na transparência, na accountability
e na colaboração entre governo e sociedade civil.

Estágios da administração pública em Moçambique

Em Moçambique, a administração pública passou por diferentes estágios ao longo do tempo.


Alguns dos estágios mais significativos incluem:
1. Colonialismo: Durante o período colonial, Moçambique era administrado por Portugal, com
uma estrutura de administração pública voltada para os interesses coloniais e centralizada no
poder colonial.

2. Independência e Socialismo: Após a independência em 1975, Moçambique adoptou um


modelo socialista de administração pública, com uma forte ênfase na planificação centralizada e
na propriedade estatal dos meios de produção.

3. Reformas pós-socialistas: A partir do final da década de 1980 e início da década de 1990,


Moçambique implementou reformas económicas e políticas, incluindo a transição para uma
economia de mercado e a descentralização do poder político e administrativo.

4. Descentralização: Nas últimas décadas, houve um movimento em direcção à descentralização


da administração pública em Moçambique, com a transferência de autoridade e responsabilidade
para os níveis subnacionalismo de governo, como províncias e distritos.

5. Modernização e desenvolvimento: Actualmente, Moçambique está trabalhando na


modernização e no fortalecimento da administração pública, incluindo a melhoria da eficiência,
transparência e prestação de serviços públicos, além do combate à corrupção e à burocracia.

A função administrativa no quadro das funções do estado

No quadro das funções do Estado, a função administrativa desempenha um papel fundamental na


implementação das políticas públicas e na prestação de serviços à população. Ela se destaca ao
lado das outras funções do Estado, que são:

a) Função Legislativa: Responsável pela elaboração e aprovação de leis que regulam a


sociedade e as relações entre os cidadãos e o Estado.

b) Função Executiva ou Administrativa: Encarregada de colocar em prática as leis e


políticas aprovadas pelo poder legislativo, garantindo sua implementação efectiva e o
funcionamento adequado das instituições estatais.

c) Função Judiciária: Responsável pela interpretação das leis e pela resolução de conflitos
através da aplicação do direito em casos concretos, garantindo a justiça e a protecção dos
direitos individuais e colectivos.
Assim, a função administrativa trabalha em conjunto com as outras funções do Estado para
garantir o funcionamento adequado da máquina estatal e para promover o bem-estar da
sociedade como um todo. Isso inclui desde a gestão de recursos e pessoal até a prestação de
serviços essenciais, como saúde, educação, segurança pública, entre outros.

Estrutura do Estado moçambicano

Em Moçambique, a organização e estrutura do Estado reflectem as características de um sistema


político democrático e unitário, com um forte componente presidencialista e uma divisão de
poderes entre o Executivo, Legislativo e Judiciário. Aqui estão alguns aspectos importantes da
organização do Estado em Moçambique:

 Poder Executivo: O Presidente da República é o chefe de Estado e de governo,


exercendo o poder executivo com o apoio do Conselho de Ministros, liderado pelo
Primeiro-Ministro. O Presidente é eleito por voto popular para mandatos de cinco anos e
possui considerável autoridade na administração do país.

 Poder Legislativo: O órgão legislativo de Moçambique é a Assembleia da República,


composta por deputados eleitos pelo povo por meio de eleições directas. A Assembleia é
responsável por elaborar leis, aprovar o orçamento nacional e fiscalizar as acções do
governo.

 Poder Judiciário: O sistema judiciário de Moçambique é composto por tribunais


comuns e administrativos. O Tribunal Supremo é o mais alto órgão judiciário do país,
responsável por garantir a aplicação da Constituição e a protecção dos direitos
fundamentais dos cidadãos.

 Divisão Administrativa: Moçambique é dividido em províncias, distritos e municípios,


cada um com suas próprias estruturas administrativas. As províncias são lideradas por
governadores nomeados pelo Presidente da República, enquanto os distritos e municípios
têm seus próprios órgãos de governo local.

 Autonomia Regional: Além da divisão administrativa, Moçambique possui um sistema


de descentralização que visa conceder maior autonomia política e administrativa às
províncias e municípios, permitindo-lhes tomar decisões e gerir recursos de forma mais
independente.

Esses são apenas alguns aspectos da organização e estrutura do Estado em Moçambique, que são
delineados pela Constituição e outras leis do país. Como em qualquer contexto político, a
organização do Estado em Moçambique está sujeita a mudanças e evoluções ao longo do tempo,
reflectindo as necessidades e aspirações do povo moçambicano.

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