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Introdução

Os elementos teóricos aqui tratados versam sobre “O papel da administração pública na


Governação Moçambicana”, ministrado na disciplina de teoria geral de administração
pública, na Universidade Católica de Moçambique.

Importa referir que a abordagem da temática incidira o conceito administração pública,


governação assim como relacionar as duas áreas, buscando explicar o papel da administração
pública na governação Moçambicana. E, como Moçambique não constitui um caso particular
no panorama de administração pública, neste trabalho também irei abordar o tema expondo a
lei e decreto-lei que rege a administração pública Moçambicana (Constituição da República).

O tema administração pública e governação são atrelados, portanto, reflectir sobre esta
temática é um desafio, pois o seu entendimento é diversificado, contudo pode-se referir que
administração pública é a actividade que o Estado desenvolve por meio de actos concretos e
executórios, para a consecução, directa, ininterrupta e imediata dos interesses públicos.

Pretende-se com o presente trabalho trazer uma abordagem teórica, ou seja compreender
administração pública, o seu papel na governação Moçambicana, alicerçado em conceitos
sobre o mesmo para melhor entendimento.

Para o alcance dos objectivos preconizados acima, e para a elaboração do quadro teórico do
presente trabalho recorreu-se ao método bibliográfico, que segundo Lakatos e Marconi

(2003;134), consiste em fazer consultas ou leituras de obras já elaboradas de modo a buscar


informações necessárias para a compreensão do tema em estudo (várias obras literárias,
diversos manuais, artigos científicos encontrados na internet, alguns trabalhos de dissertação).

Nesta ordem de ideia, o presente trabalho encontra-se organizado em seguintes partes:


Primeiro: posterior a parte introdutória, temos seguidamente o desenvolvimento do trabalho,
onde abordamos sobre o tema, buscando explicar e compreender o papel da administração
pública na governação Moçambicana; segundo arrola-se a respectiva conclusão e segue-se a
bibliografia.
2.0. CONCEITUALIZAÇÃO DOS TERMOS: Administração Pública e governação

2.1. Estado

De acordo com a abordagem que se pretende neste trabalho, antes da compreensão do


conceito de administração pública e governação, é indispensável que se inicie com o conceito
de Estado, na medida em que toda acção da administração pública objectiva materializar os
fins e funções do Estado. Assim, para Azambuja (2008: 67), “Estado é a organização político
jurídico de uma sociedade para realizar o bem público, com governo próprio e território
determinado”. Desta definição podemos retirar três aspectos essências, que conjugados
constroem os elementos indispensáveis para a existência de um Estado. Os três elementos são:
território, povo e poder político.

2.2. Administração pública

Chiavenatto (2003) define administração pública: “Administração pública é todo o


aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando a satisfação das
necessidades colectivas. Administração Pública é a actividade que o Estado desenvolve por
meio de actos concretos e executórios, para a consecução, directa, ininterrupta e imediata dos
interesses públicos.

De acordo com o artigo 249 da Constituição da República de Moçambique CRM (2004),


refere que administração pública serve o interesse público e na sua actuação respeita os
direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.

Contudo, para o presente trabalho o conceito que melhor se enquadra é a do Fuel (2015:27)
pois o mesmo mostra-se abrangente na sua abordagem, explicando detalhadamente o conceito
nas suas perspectivas. Neste âmbito:

De acordo com Junquilho (2010: 27), Administração pública constitui o “conjunto de órgãos
habilitados por lei que incumbidos de atribuições e competências desenvolvem actividades
com vista à satisfação das necessidades colectivas de forma contínua, racional e cabal”.

Desta definição podemos considerar pelo menos quatro perspectivas do conceito da


administração pública. A primeira é a perspectiva formal que, de acordo com Meirelles
(1993), citado por Fuel (2015), é o conjunto de órgãos instituídos para a prossecução dos
objectivos de governo. De onde deriva o sentido orgânico ou subjectivo da administração
pública como “conjunto de órgãos do Estado e demais organizações públicas que asseguram,
em nome da colectividade, a satisfação disciplinada, regular e contínua das necessidades
colectivas de segurança, cultura e bem-estar” (Chiavenato, 2006: 33)

A segunda é a perspectiva material da administração como “conjunto das funções necessárias


aos serviços públicos em geral” (Junquilho, 2010: 28). Daqui deriva o sentido objectivo do
conceito administração pública que se identifica com a actividade administrativa, ou seja,
conjunto de acções e operações desenvolvidas pelos órgãos, serviços e agentes do Estado e
demais organizações públicas ocupadas em assegurar, em nome da colectividade, a satisfação
disciplinada, regular e contínua das necessidades colectivas de segurança, cultura e bem-estar

(Chiavenato, 2006: 33)

A terceira perspectiva da administração pública é no seu sentido lato que de acordo com
Carvalhedas e Cabrito (2000), citando Fuel (2015), constitui o conjunto de actividades
conduzidas pelo Estado e outros organismos públicos que visam o emprego dos meios
adequados à satisfação das necessidades colectivas.

A quarta e última perspectivada da administração pública é no seu sentido restrito que se


circunscreve como conjunto de actividades realizadas pelo Estado e pelas restantes entidades
públicas com o objectivo de satisfazer as necessidades colectivas de segurança e bem-estar.

Diante da exposição apresentada pelos autores acima, pode-se dizer que administração
pública é o conjunto de órgãos e de servidores, suportados através de recursos públicos, cujas
actividades são realizadas com base em regras impessoais e legais, responsáveis pela tomada
de decisões e implementação de políticas, assim como as normas e acções necessárias para
gestão da coisa pública para o alcance do bem-estar social.

2.3. Governação

Segundo NEPAD citada por AFRIMAP (2004) governação é um processo de tomada de


decisão e o processo pelo qual as decisões são implementadas.

Na óptica de Amaral (2006) a governação remete ao processo de participação, transparência e


responsabilização no exercício da autoridade política e administrativa, devendo ter a fim a
promoção do estado de direito.

Já para o Canhanha (2004) a definição geral de governação refere ser “o exercício da


autoridade, controle, administração, poder de governo”. Ou seja “é a maneira pela qual o
poder é exercido na administração dos recursos sociais e económicos de um país visando o
desenvolvimento”, implicando ainda “a capacidade dos governos de planear, formular e
implementar políticas e cumprir funções.

Portanto, nota-se que os autores acima citados são unânimes ao dizer que a governação é um
exercício planificado e administrativo que visa o desenvolvimento.

Governação é um processo político que envolve o controlo e gestão de todos os bens e


recursos de um Estado soberano

3.0. Administração pública moçambicana.

3.1. Estrutura e composição:

Segundo plasmado no artigo 250 da Constituição da República de Moçambique (2004) “a

Administração Pública Moçambicana estrutura-se com base no princípio de descentralização

e desconcentração, promovendo a modernização e a eficiência dos seus serviços sem prejuízo

da unidade de acção e dos poderes de direcção do governo”. É este princípio constitucional


estruturante da organização e funcionamento que dá

fundamento para uma da Administração Pública “directa”, composto por órgãos locais do

Estado: província, distrito, posto administrativo e localidade e, indirecta composto por poder

local: autarquias locais em Moçambique.

A Administração Pública Moçambicana é, actualmente, composta por três poderes:

Executivo, Legislativo e Judiciário, que funcionam em regime de coordenação.

3.2. Princípios que regem actuação da Administração Pública em Moçambique

Na sua actuação, nos termos do artigo 249 da Constituição da República de Moçambique

(2004) a Administração Pública em Moçambique serve o interesse público e respeita os

direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, pelo que os seus órgãos obedecem à

Constituição e à lei com respeito pelos princípios da igualdade, da imparcialidade, da ética e


da justiça.

De acordo com o capítulo II do Decreto nº 30/2001, de 15 de Outubro, os princípios da

actuação da Administração Pública em Moçambique, são:

1. Legalidade 7. Decisão

2. Prossecução do interesse público e

protecção dos direitos e interesses dos

Segundo Meirelles (2004: 67), salienta que a finalidade da Administração Pública passa pela

defesa e prossecução do interesse público (as aspirações ou vantagens licitamente almejadas

por toda a comunidade administrada, ou por uma parte expressiva de seus membro), através

da prestação de serviços aos cidadãos e/ou promoção o bem-estar da colectividade.

3.3. Características da administração pública moçambicana

Autores como Junquilho (2010), assim como a Constituição da república apontam algumas

características da administração pública:

 É executora: a Administração, pode ser directa ou indirectamente, centralizada ou

descentralizada, executa as actividades desejadas pelo Estado, tendo em vista o bemestar da


colectividade. A actividade da Administração pública é de execução: presta

serviços públicos e pratica actos administrativos através de seus órgãos e agentes. Ela

não pratica actos políticos nem actos de governo.

 É instrumental : a Administração pública não é um fim em si mesma, mas um

instrumento do Estado para a promoção do desenvolvimento do país e do bem comum

da sociedade. É o meio de que se valem o Estado e o Governo para realização de seus

fins.

 É hierarquizada: a estrutura da Administração pública obedece a uma hierarquia, em


que há subordinação dos órgãos inferiores aos superiores. Os agentes lotados nos

órgãos inferiores (ainda que chefes hierárquicos) também obedecem às instruções das

autoridades que comandam os órgãos superiores.

4.0. O papel da administração pública na governação moçambicana

4.1. Relação entre administração pública e a governação

Atrelando-se aos conceitos acima referenciados sobre administração pública, pode-se dizer
que sendo a mesma um sistema complexo composto de Instituições e órgãos do Estado,
normas, leis, recursos sociais, infra-estruturas, este com a função de exercer de forma
adequada a autoridade política e suas demais funções constitucionais, visando o bem
colectivo, portanto é notável que esta directamente relacionada com a governação visto que
esta ultima também tem relação com a boa execução das actividades incorridas ao Estado.
Resumidamente, a administração pública comporta as instituições, as leis, recursos humanos,
as infra-estruturas e tudo o que facilita o processo de governação que tem a ver com a prática.

Da relação referenciada acima entre administração pública com a governação, pode-se

constatar o papel que a administração pública desempenha no contexto da governação, por

isso passou de seguida falar do papel administração pública na governação de Moçambique.

4.2. O papel da administração pública na governação moçambicana:

4.2.1. Garante da democracia, universalidade e igualdade:

Sendo a administração pública guiada por normas e leis, segundo o artigo 3 da Constituição
da República (2004) (Estado de direito democrático) este tem o papel de garantir os direitos e
liberdades fundamentais do homem, o mesmo verifica-se no artigo 35, percebe-se que
administração pública fundamenta-se pela promoção de igualdade, a tolerância, a mobilização
dos recursos para o desenvolvimento dos pais. Promove uma governação participativa.

4.2.2. Protecção dos cidadãos e do património

Segundo o artigo 253 da Constituição da República, o Estado no âmbito da governação tem o


papel de garantir a lei e a ordem, a salvaguarda da segurança de pessoas e bens, a
tranquilidade pública, a observância dos direitos fundamentais dos cidadãos na actuação da
administração pública. E, esses órgãos da administração pública (policia) assumem o papel
importante no contexto da governação, pois visam defender a independência nacional,
preservar a soberania e integridade pública e garantir o funcionamento normal das instituições
e cidadãos.

4.2.3. Promoção da justiça e direito dos cidadãos

Segundo Canhanga (2004) no contexto da governação, a administração pública tem o papel de


intervir no sector da justiça e o Estado de direito (policias, prisões, sistemas tradicionais da
justiça), na participação política (transparência na legitimidade de um pequeno grupo a
representar outros cidadãos), na prestação de serviços públicos (promovendo o funcionamento
efectivo do sector público, reduzir as oportunidades de corrupção, seja de funcionários
públicos ou lideres políticos).

4.2.4. Promoção da transparência

Segundo Amaral (2006) a administração pública no contexto da governação para além da


democracia, tem o papel de zelar pelos direitos humanos, participação e Estado de direito,
surge deste modo a necessidade de maior transparência na cooperação para o
desenvolvimento, público e privado.

4.2.5. Garante dos direitos, deveres e liberdades fundamentais

Na óptica de Canhanga (2004) citando a Constituição da República (2004), refere que no


âmbito da governação, a administração pública tem o papel de garantir que os deveres, os
direitos assim como as liberdades fundamentais sejam cumpridos em pleno sem exclusão de
nenhum cidadão. Por exemplo, em Moçambique a educação constitui direito e dever de cada
cidadão que a administração pública garante no âmbito da governação.

5.0. Conclusão

Com a elaboração do presente trabalho com a temática “O papel da administração pública na

governação moçambicana”, conclui-se que administração pública desempenha papel

fundamental na governação de Moçambique, assim como de qualquer outro pais,


considerando que é o garante da justiça, transparência, igualdade dos direitos, garante dos
direitos fundamentais, respeito dos direitos dos cidadãos, assim como o cumprimento dos

direitos, deveres do cidadão em busca do bem-estar colectivo.

Conclui-se ainda a importância da administração pública no contexto da governação em

Moçambique preconizar o bem-estar da colectividade que por sua vez tem relação com a

busca pela igualdade de tratamento entre cidadãos na administração pública.

Ainda neste âmbito, percebe-se que administração pública refere-se ao conjunto de órgãos,

serviços e agentes do Estado que procuram satisfazer as necessidades do cidadão, como

cultura, educação, segurança, saúde, meio ambiente, alimentação (agricultura) entre áreas de

interesse, e a governação procura por em prática as actividades administrativas respeitando

normas, leis decretadas pela administração.

6.0. Bibliografia

AMARAL, Diogo Freitas. Curso de Direito Administrativo, 3.ª Edição, Vol. I, Lisboa, editora
Almedina, 2006;

AZAMBUJA, Darcy. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Editora Globo, 2008;

CANHANGA, Nobre. Jesus V. Boa governação: contexto, teoria, práticas e desafios para

implementação da monitoria da acção administrativa. Maputo: UEM, 2004;

CANHANGA, N. J.N. Participativa na Configuração de Agendas Políticas Locais:

Cidadania, Governação em Moçambique. Luís de Brito et al (Org.). IESE, 2011;

CARVELHEDA, Luis e Cabrito, Belmiro. Noções de administração pública. Texto editora,

Lisboa, 1992;

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. Ed. Campus, São

Paulo, 2006;
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Boletim da República, I Série, nº

51, de 22 de Dezembro de 2004;

JUNQUILHO, G. S. Teorias da administração pública. Departamento de Ciências da

Administração. UFSC; Brasília: CAPES: UAB. Florianópolis, 2010, p182.

LAKATOS, E. M; MARCONI, M. A. (2003). Fundamentos de metodologia científica,


5ªedição. São Paulo: Editora Atlas S.A;

MEIRELLES, H. L. Direito administrativo Brasileiro, 18ª edição, Malheiros ed. São Paulo,

1993;

PROJECTO DE MONITORIA E ADVOCACIA DA GOVERNAÇÃO EM ÁFRICA

(AFRIMAP). Open society institute, Maputo, 2004;

Administração

De acordo com Chiavenato (2006) a palavra administração vem do latim ad (direcção) e


minister (obediência), ou seja, o administrador dirige obedecendo à vontade de quem o
contratou. Assim, o administrador público vai conduzir o seu trabalho procurando atender a
necessidade da população que o elegeu (obediência ao seu objectivo).

Chiavenato (2006) vai mas além dizendo que, o conceito de administração representa uma
governabilidade, gestão de uma empresa ou organização de forma que as actividades sejam
administradas com planeamento, organização, direcção, e controle. O ato de administrar é
trabalhar com e por intermédio de outras pessoas, na busca de realizar objectivos da
organização, bem como de seus membros.

Administração Pública

Sublinhando as palavras de Segundo a Amaral (1987), administração pública: é o


planeamento, organização, direcção e controle dos serviços públicos, segundo as normas do
direito e da moral, visando ao bem comum. “Nada pode ser politicamente certo se for
moralmente errado.

Na óptica do AFRIMAP (2004), administração pública são as actividades, ou trabalhos que as


pessoas jurídicas de direito público desenvolvem por meio de seus representantes para a
aquisição, conservação, uso, gozo e reivindicação dos seus bens, direitos e interesses.

Bächtold (2012) diz que, primeiramente cabe ressaltar que a expressão Administração Pública
pode ser tomada em dois sentidos:

Administração Pública: como sendo o conjunto de órgãos públicos, autarquias, fundações,


enfim, toda a estrutura que forma o aparelho do Estado. É através da Administração Pública
que o Estado se manifesta frente aos seus súbditos, materializando-se mediante a acção destas
diversas organizações formais, com suas características e prerrogativas específicas.

Administração Pública: como sendo “o modo de gestão” do aparelho do Estado, ou seja, a


forma como são aplicados os processos de planeamento, organização, direcção e controle
pelas diversas entidades que formam o Estado. Aqui encontramos o campo de estudo da
disciplina denominada igualmente de Administração Pública.

De acordo com o Artigo 249 da Constituição da República de Moçambique, a Administração


Pública serve o interesse público e na sua actuação respeita os direitos e liberdades
fundamentais dos cidadãos.

Governação

De acordo com a NEPAD (Nova Parceria para o Desenvolvimento da África) citada pelo
AFRIMAP (2004), governação é um processo de tomada de decisão e o processo pelo qual as
decisões são implementadas.

Segundo a Amaral (1987), a governação traduz o processo de participação, transparência, e


responsabilização no exercício da autoridade política e administrativa, devendo ter a fim a
promoção do estado de direito. Para este organismo existem três elementos essenciais para
suportar o desenvolvimento humano: i) o Estado ao criar um ambiente político e legal
propício à observância das leis; ii) o sector privado ao gerar emprego e rendimentos; e iii) a
sociedade ao facilitar a interacção social.

Administração Pública moçambicana


Segundo o Artigo 249 da Constituição da República, os órgãos da Administração Pública
obedecem à Constituição e à lei e actuam com respeito pelos princípios da igualdade, da
imparcialidade, da ética e da justiça. Ademais, a Administração Pública moçambicana visa
promover a simplificação de procedimentos administrativos e a aproximação dos serviços aos
cidadãos.

Relação entre Administração Pública com a governação

Sendo que a Administração Pública um sistema complexo composto de instituições e órgãos


do estado, normas, recursos humanos, infra-estrutura, tecnologia, cultura, encarregado de
exercer de forma adequada a autoridade política e suas demais funções constitucionais,
visando o bem comum vê-se que ela esta directamente relacionada com a governação visto
que esta ultima também tem haver com a boa execução das actividades incorridas aos Estado.
Em suma, a administração publica comporta as instituições, as leis, as infra-estruturas e tudo o
que facilita o processo de governação que tem haver com a pratica.

Garante da democracia, universalidade e igualdade

De acordo com o artigo 3 da Constituição da República (Estado de Direito Democrático), a


República de Moçambique é um Estado de Direito, baseado no pluralismo de expressão, na
organização política democrática, no respeito e garantia dos direitos e liberdades
fundamentais do Homem.

Já no artigo 35 da Constituição da República lê-se:

“Todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos
mesmos deveres, independentemente da cor, raça, sexo, origem étnica, lugar de nascimento,
religião, grau de instrução, posição social, estado civil dos pais, profissão ou opção política”.

Da citação acima, pode se perceber que, a promoção da igualdade, a tolerância, a mobilização


dos recursos para o desenvolvimento do país são alguns dos atributos da democracia. Num
estado de boa governação, os sistemas governamentais são participativos, o que implica que
todos os membros das instituições governativas tem voz para a tomada de decisão, esta é o
fundamento da legitimidade do sistema democrático que a Administração moçambicana
garante no exercício das suas funções governativas.

Protecção dos cidadãos e do património


De acordo com o Artigo 253 da Constituição da República, a Polícia da República de
Moçambique, em colaboração com outras instituições do Estado no âmbito da governação,
tem como função garantir a lei e a ordem, a salvaguarda da segurança de pessoas e bens, a
tranquilidade pública, o respeito pelo Estado de Direito Democrático e a observância estrita
dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos na actuação da Administração Pública.

Os mesmos órgãos da administração pública (policia) assumem um papel preponderante no


âmbito da governação na medida em que visam defender a independência nacional, preservar
a soberania e integridade do país e garantir o funcionamento normal das instituições e a
segurança dos cidadãos contra qualquer agressão armada.

Promoção da Justiça e direito dos cidadãos

De acordo com Canhanga (2004) no âmbito da governação, a Administração Publica intervêm


no sector da justiça e o Estado de direito (incluindo a polícia, as prisões e os sistemas
tradicionais da justiça), participação política (transparência ao mecanismo pelo qual se
legitima a um pequeno grupo de indivíduos a tomar decisões em nome dos outros cidadãos) e
prestação de serviços públicos (promover o funcionamento efectivo do sector público, e
existência de mecanismos que reduzem as oportunidades de corrupção, quer pelos
funcionários públicos quer pelos líderes políticos).

Promoção da transparência

Segundo Amaral (1987), a Administração Publica no âmbito governativo para além da


democracia, preocupa-se com os direitos humanos, participação e Estado de Direito, surge
imediatamente a necessidade de uma maior transparência na Cooperação para o
Desenvolvimento, pública e privada, que permitam aos cidadãos.

Garante dos direitos, deveres e liberdades fundamentais

Canhanga (2004) diz que, no âmbito da governação, a Administração Publicita deve garantir
que os deveres, os direitos assim como as liberdades fundamentais em pleno sem exclusão de
nenhum cidadão. Na República de Moçambique a educação constitui direito e dever de cada
cidadão que a Administração publica garante no âmbito da governação.
De acordo com o Artigo 46 da Constituição da República, todo o cidadão tem o dever de
contribuir para a defesa do país. Ademais, todo o cidadão tem, ainda, o dever de cumprir as
obrigações previstas na lei e de obedecer às ordens emanadas das autoridades legítimas,
emitidas nos termos da Constituição e com respeito pelos seus direitos fundamentais.

Já o Artigo 48 da Constituição da República diz que, todos os cidadãos têm direito à liberdade
de expressão, à liberdade de imprensa, bem como o direito à informação. No âmbito do
exercício da liberdade de expressão que compreende nomeadamente, a faculdade de divulgar
o próprio pensamento por todos os meios legais, e o exercício do direito à informação, não
podem ser limitados por censura.

3- Considerações finais

A importância da Administração Pública é um tema de estudo especializado o que pode ser


feito a partir de várias perspectivas, tais como, a importância da administração pública como
instrumento de Governo, a sua importância como instrumento de desenvolvimento e
mudança, a sua importância no moderno Estado de bem-estar interno, por último, a sua
importância como moderador da governação.

Chegado ao fim da pesquisa percebeu-se que a administração pública tem um papel


preponderante na governação de qualquer país incluindo Moçambique visto que garante
igualdade, a transparência, a justiça, o respeito dos direitos assim como o comprimento dos
deveres dos cidadãos em busca do bem-estar do mesmo cidadão.

Outro aspecto de notável importância da administração pública no âmbito da governação em


Moçambique é a impessoalidade que por sua vez, tem relação com a busca pela igualdade de
tratamento entre as pessoas na esfera da administração pública, pois veta o privilégio a
determinados indivíduos e até mesmo a autopromoção do administrador público.

Referencias Bibliográficas

AFRIMAP, Projecto de Monitoria & Advocacia da Governação em África. Open Society


Institute Maputo, Agosto de 2004;

AMARAL, Diogo Freitas de. Curso de Direito Administrativo. Almedina. Coimbra, 1987;

BÄCHTOLD Ciro. Noções de Administração Pública, edditora e-Tec Brasil!, Curitiba, 2012.
CANHANGA, Nobre de Jesus V. Boa Governação: Contexto, Teoria, Prática e Desafios para
Implementação da Monitoria da Acção Administrativa. Maputo: UEM, 2004;

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Ed. Campus. São


Paulo, 2006;

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. Aprovada pela Assembleia da República, aos 16 de


Novembro de 2004.

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