Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Filosofia e Ciências Humanas

PIBID FILOSOFIA
O USO DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO FILOSÓFICA

Autoras:
Maria Clara Pompílio Guimarães
Ruanne Sonely de Lima Farias

Recife, 2019
 Agradecimentos: Índice:

Às nossas professoras e professores de filosofia e educação, Introdução ........ 2

cujas aulas nos capacitaram para o compartilhamento de
cada novo conteúdo na escola Sylvio Rabello;
Às(os) discentes que iniciaram os trabalhos na Sylvio Rabello Os Jogos: manual de instruções
conosco, a saber, Ágape Andrade (UFPE-DEPFIL); João I) Devemos confiar nos nossos sentidos? ........ 2
Bosco dos Santos (UFPE-DEPFIL); Kaique Miranda (UFPE-
DEPFIL); Melyssa Pires (UFPE-DEPFIL); Paloma Xavier II) Polis dorme ........ 3
(UFPE-DEPFIL) e Victória Paiva (UFPE-DEPFIL) cujo
engajamento e a motivação iniciais foram fundamentais para III) Quiz ........ 3
que chegássemos até o fim deste projeto. Em especial, ao IV) Imersão em outra realidade ........ 4
discente David Carreiro (UFPE-DEPFIL), que esteve conosco
durante quase todo o Programa. Precisou encerrar o vínculo V) Batata quente – falácias ........ 4
com o PIBID por motivos maiores, mas não teríamos montado
o PIBID SHOW sem as suas fundamentais contribuições que, VI) Bingo – exercício de revisão ........ 5
sem dúvida, são parte desta obra.
Aos nossos alunos e alunas da IEP Sylvio Rabello, que toda
semana foram a nossa principal inspiração para a preparação
de novas aulas e deste projeto final.

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 Introdução:
Compilamos neste livreto algumas das intervenções
realizadas pelo grupo de Pibidianos do IEP Sylvio Rabello
durante o período de 2019. Essas intervenções procuram
fazer a interação entre a prática do ensino da filosofia e o uso
dos jogos para facilitar e reforçar o ensino e os conceitos
trabalhados pela filosofia no ensino médio.
Todos os esses jogos foram aplicados em cenários reais de
sala de aula e obtivemos ótimos resultados com os
estudantes, que, além de terem uma aula dinâmica, diferente
da realidade comum da escola, puderam aprender e revisar
conceitos que são cobrados em testes e provas.
Acreditamos que esse material pode servir de referência para
Pibidianos que ainda virão, e, também, para professores que
estiverem dispostos a trazerem novas práticas à sala de aula.
Vale ressaltar que as atividades propostas aqui podem e
devem ser adaptadas para outras matérias, outros conteúdos
e realizadas de outras maneiras que melhor se adaptem à
realidade do(a) docente.
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Os Jogos:
I) Devemos confiar nos nossos sentidos?
Para ilustrar o questionamento do filósofo francês, René
Descartes, e outros filósofos, adaptamos dois tipos de jogos
comuns em programas de auditório; o que tem na caixa? e
afunda ou não afunda?.
Primeiramente, dividimos a turma em dois ou três grupos.
Para o jogo
O que tem na caixa?
você vai precisar de:
- Uma caixa de sapato/papelão
- Vendas
- Um quadro branco; funciona como auxílio para serem
anotados os palpites dos grupos e a pontuação
- Objetos e materiais diversos que sejam ambíguos ao toque
Instruções: Você deve colocar o objeto dentro da caixa sem
que os alunos vejam, depois chamar um voluntário de cada
grupo. O voluntário irá ter um tempo para sentir o objeto e
depois o do outro grupo terá seu tempo. Os palpites devem
ser ditos pelos voluntários ao mesmo tempo, o que acertar ou
chegar mais próximo do que realmente é ganha um ponto.
 Para o jogo
afunda ou não afunda?
você vai precisar de:
- Um aquário, ou um recipiente transparente e grande (um
bande, por exemplo)
- Objetos e materiais diversos que causem dúvida; pareça
que vai afundar e na verdade boiar, e vice-versa
Instruções: Você deve mostrar o objeto aos alunos, cada
grupo deve dar um palpite (‘afunda’; ‘não afunda’), esse
palpite é anotado no quadro branco. Em seguida, coloca-se o
objeto na água e será observado se ele irá ou não afundar. O
grupo que acertar marca um ponto.
Despois de realizar ambas as atividades, se deve fazer uma
breve exposição sobre como os filósofos questionaram a
certeza que colocamos nos sentidos, e perguntar se, depois
desses experimentos, eles ainda acreditam em seus sentidos
sem duvidá-los.
II) Polis dorme
Esse jogo trata da teoria política de Platão e tem a proposta
de reforçar os conceitos propostos por Platão sobre os
moradores da Polis imaginada por ele em “A República”;
Produtores, Guardiães e Governantes.
Você vai precisar de:
- Vendas
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Instruções: Com os estudantes sentados em círculo,
entregue a cada um deles uma venda. Eles devem colocar as
vendas, depois, o professor passa e toca a cabeça de um ou
dois alunos, dependendo do tamanho da turma, esses serão
os assassinos, que causarão o distúrbio na Polis. Depois,
ainda com os alunos vendados, o professor deve tocar um
aluno que será o guardião. O professor, na primeira rodada
tem o papel de Governante. O jogo deve ocorrer tal qual o
“cidade dorme” original, onde ocorre um assassinado
enquanto a Polis dorme. Depois, o guardião irá salvar alguém,
e por último, os produtores fazem uma assembleia e
condenam quem eles acham que é o assassino.
Deve ser reforçado, ao longo do jogo, o papel que cada um
está cumprindo, de produtor, que participa da assembleia e é
a maioria da sociedade, de guardião, que deve usar de sua
razão e sensibilidade para proteger a população, e o
governante, que, com razão plena, tem a possibilidade de
fazer as decisões sobre a sociedade.
III) Quiz
Você vai precisar de:
- Uma cartolina (para a confecção de um tabuleiro)
- Pequenos objetos que possam representar os pinos do
tabuleiro
- Dados
- Texto impresso com o tema que se pretende abordar
- Perguntas anteriormente elaboradas, a partir do texto em
questão.
- Bandeiras (estas foram confeccionadas com arame e tnt de
cores diferentes)
Instruções: A turma deve ser dividida em grupos de 5-6
pessoas, para que façam a leitura de um pequeno texto sobre
o tema. Você pode escrever as perguntas no quadro, ou
entregar para a turma, para que tenham acesso a elas
previamente. Em seguida a um tempo determinado para a
leitura do texto (15 min), uma/um representante de cada
grupo deve ser chamada(o) à frente para que tenham a
chance de responder a uma das perguntas. Após serem
sinalizados, as pessoas chamadas à frente levantam a
bandeira, e a que levantar primeiro, tem a chance de
responder. Tendo sido feita a pergunta, a(o) estudante pode
respondê-la sem consultar as produções do grupo, ou
consultando-as. No primeiro caso, quatro dados seriam
lançados para fazer a contagem de casas que andariam; no
segundo, apenas dois dados. O grupo vencedor pode ser
premiado de alguma maneira (caixa de chocolate, etc.)
O objetivo do quiz é fazer com que as(os) alunas(os) tenham
uma introdução acerca da teoria política, na atividade
realizada, a aristotélica.
IV) Imersão em outra realidade
Esse formato pode ser facilmente adaptado para diversos
temas, principalmente temas de política e sociedade. Nossa
proposta foi de propor que os alunos fossem parte de uma
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sociedade problemática, em que as pessoas não se
respeitam, mentem, e são violentas. Na primeira parte do
exercício, eles deveriam escrever características que um líder
dessa sociedade deve e não deve ter. Na segunda parte, ele
irá fingir que é candidato para uma eleição dessa sociedade.
Para a eleição:
Imagina-se que a sala de aula é essa sociedade proposta, os
alunos se dividem em grupos de até 5 pessoas. Cada grupo
será um partido e deve ter um candidato. O objetivo é que os
alunos exercitem sua capacidade de persuasão, falamos para
eles que é possível usar de qualquer estratégia que eles
queiram, pode mentir, fazer propostas inviáveis. Depois se
realiza a eleição e se elege um dos candidatos.
Depois da candidatura, o professor pode pedir para os alunos
fazerem uma análise das estratégias usadas pelos
candidatos; quais funcionaram, quais não funcionaram e
porquê.
Com essa análise feita pelos estudantes, pode-se apresentar
a teoria política de Maquiavel, por exemplo. Questionar o
papel dos líderes políticos, e de como escolhemos um(a)
líder.
V) Batata quente – falácias
Você vai precisar de:
- Uma bola de tamanho pequeno ou médio (pode ser de meia,
ou envolta em uma)
- Uma caixinha de som (ou pessoa cantando/tocando)
- Alunas e alunos dispostos em círculo
- Piloto para escrever no quadro
Instruções: Ao som da música, as (os) estudantes devem
passar a bola. Sem ver, você deve pausar a música, e a (o)
estudante que estiver com a “batata” na mão, deverá
responder qual tipo de falácia (dos cinco tipos apresentados)
é a que está no quadro. A frase é escrita à medida que a bola
estiver sendo passada.
alguns termos (de 6 a 9 conceitos) para produzirem as suas
cartelas, em uma folha do próprio caderno. Após um tempo
estabelecido de preenchimento da cartela, você deverá ler
apenas a descrição dos conceitos diante da turma. Assim,
identificando a qual conceito a descrição se refere, as (os)
estudantes podem marcar o conceito que foi descrito. A aluna
ou o aluno que primeiro preencher a sua cartela poderá ser
premiado de alguma forma (chocolate, etc.).
O bingo pode ser facilmente adaptado para diversas matérias
e assuntos, sendo um exercício de revisão bastante efetivo.

O jogo da batata quente se propõe a realizar uma revisão dos

conceitos anteriormente dados, no caso em questão, o
conteúdo das falácias. A aula anterior foi essencialmente
expositiva. Assim, é importante que se faça uma breve
retomada da aula, para o que vai ser trabalhado com o jogo.
VI) Bingo – exercício de revisão
Você vai precisar de:
- Descrição de conceitos previamente definidos (a serem lidos
apenas pelas(os) professoras(es))
- Piloto para escrever no quadro
- Conceitos escritos (exemplos: democracia; falácia; líder,
etc.)
Instruções: Para a realização do bingo, será necessário que
você leve alguns conceitos (palavras) impressos, para que
PIBID SHOW 2019
as(os) estudantes mesmo escolham aqueles conceitos que
preencheram a sua cartela do bingo. Elas e eles irão escolher