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ROTEIRO PARA

PRÁTICA CLÍNICA

Disciplina: ORIENTAÇÃO PARA


PRÁTICA CLÍNICA

Prof. Daniele Garcia Freschi Amorim


daniele.garcia.amorim@gmail.com

Março - 2016
Turma 2015
Este roteiro foi elaborado pelas supervisoras de Prática Clínica do
curso Psicopedagogia Sistêmica e Neuropsicopedagogia, com o intuito de
orientar os alunos do curso na realização dos atendimentos exigidos como
complemento à formação.
Importante salientar que em um processo de avaliação
psicopedagógica outros instrumentos poderão ser utilizados, dependendo
da queixa trazida.
Sugerimos aqui algumas atividades que podem guiar esse primeiro
momento de trabalho.

“O sucesso de um diagnóstico não reside no grande número de


instrumentos utilizados, mas na competência e sensibilidade do terapeuta
em explorar a multiplicidade de aspectos revelados em cada situação”
(WEISS, Maria L. L., 2004.)

Apenas para facilitar, dividimos didaticamente as três áreas que irão


nortear o trabalho:

1. ÁREA AFETIVOSOCIAL
2. ÁREA COGNITIVA (linguagem e raciocínio lógico matemático)
3. ÁREA PSICOMOTORA

Porém, essas etapas se sobrepõem a todo momento nos encontros com o


grupo/paciente, pois a ideia é de que o psicopedagogo tenha um olhar
integrativo/sistêmico, não segmentando seu paciente em três aspectos.

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O que fazer no diagnóstico psicopedagógico?

- identificar o problema
- colher dados
- aplicar instrumentos avaliativos
- levantar hipóteses
- propor intervenções

Para isso seguiremos as etapas:

1 Queixa

2 Anamnese

3 Planejamento dos atendimentos

4 Instrumentos formais para avaliar:

Aspectos psicomotores
Aspectos afetivos
Linguagem
Área lógico matemática / nível (Provas piagentianas)
Habilidades acadêmicas ( leitura , escrita e matematica)

5 Levantamento com a escola / conversa com o professor

6 Análise do material escolar

7 Análise dos resultados e levantamento de hipóteses

8 Proposta de intervenção (neste módulo não trataremos detalhadamente sobre


intervenção)

9 Relatório Psicopedagógico

10 Devolutiva

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INICIANDO AS ATIVIDADES DIAGNÓSTICAS

ASPECTO AFETIVO SOCIAL

1- Provas projetivas

Tem como objetivo investigar os vínculos que a criança pode estabelecer entre
a escola, a família e consigo mesma.
Segundo Weiss (2004), é possível detectar obstáculos afetivos existentes no
processo de aprendizagem.
Para Sara Paín a interpretação de cada uma das provas depende do contexto da
criança / adolescente e devem ser feitas em função do total de informações coletadas.
Não significa que precisamos utilizar todas, mas sim selecionar as que fazem
mais sentido para cada caso.

 Desenho Livre

Verificar, por meio da análise do desenho, os aspectos afetivos, cognitivos, motores e


emocionais envolvidos.
Observar o desenho como um todo e conversar com a criança sobre o que desenhou.
Pedir que a criança fale sobre seu desenho e se necessário fazer questionamentos para
complementar sua análise, como por exemplo:
 O que você desenhou?
 Quem são essas pessoas? (se houve figuras representando seres humanos) O que
estão fazendo? Como estão se sentindo?
 Isso que você desenhou existe de verdade ou foi uma criação sua?

 Par Educativo (Relação ensinante aprendente) (1 folha)

Comanda: "Gostaria que você desenhasse duas pessoas, alguém que ensina e
alguém que aprende"
Após o desenho conversar com a criança/adolescente sobre:
 Como se chamam essas pessoas;
 Que idade possuem;
 O que está acontecendo/se passando no seu desenho;
 Que titulo você poderia dar ao seu desenho
 Pedir que escreva o título;
 Pedir que escreva algo sobre o desenho;

 Eu e meus companheiros (outra folha)

Comanda: “ Gostaria que você se desenhasse com seus companheiros de classe”.


Após o desenho conversar com a criança/adolescente:
 O que pode dizer sobre os colegas;
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 Falar sobre cada uma das pessoas do desenho;
 Pedir que mostre quem é ela no desenho;
 Nomes das pessoas do desenho e idade;
 Pedir que escreva uma história sobre o desenho;
 Solicitar que dê um título ao desenho;

 Minha sala de aula (Planta da sala de aula) (outra folha)


Comanda: “Gostaria que você desenhasse a planta da sua sala de aula, como se
você estivesse vendo-a de cima.”
Após o desenho conversar com a criança/adolescente sobre:
 Como é a sala de aula dele(a);
 Como são as aulas;
 Pedir que sinalize no desenho o lugar onde se senta;
 Questionar se foi ele mesmo quem escolheu este lugar ou a professora, ou o
grupo;
 Questionar se gostaria de se sentar em outro lugar e o por que;
 Perguntar sobre a professora;
 Questiona sobre as outras pessoas do desenho;

 Desenho da Família

Propor três desenhos :

1° Desenhe a sua família fazendo alguma coisa (Familia Educativa)


Comanda: “Gostaria que você desenhasse sua família, fazendo o que cada um
sabe fazer.”
Após o desenho elaborar perguntas sobre o desenho, por exemplo:
 Quem são as pessoas do desenho?
 Quais as idades delas?
 O que cada uma delas está fazendo?
 Como poderia ser o titulo do seu desenho?
 O que você poderia escrever sobre seu desenho?

2º Desenhe uma família qualquer


Pedir que desenhe uma família qualquer, podendo ser a sua, a de um colega
ou uma família imaginária.
Seguir com as perguntas que auxiliam na observação do desenho.
3º Desenhe a família que você gostaria de ter
Pedir que desenhe uma família que, na imaginação, poderia ter.

Seguir com as perguntas que auxiliam na observação do desenho.

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Procurar observar em todos os desenhos aplicados:
 o tamanho do desenho;
 o tamanho dos personagens;
 a localização na folha;
 a atividade que as pessoas do desenho estão realizando;
 os objetos desenhados;
 a participação da criança/adolescente na atividade desenhada. Se desenha a si
próprio na cena ou não;
 quem não aparece no desenho (por exemplo no desenho da família, se deixa de
desenhar pai ou mãe)
 o relato sobre o desenho;
 a adequação do que desenhou X o que foi solicitado;
 o distanciamento dos personagens (se estão separados por alguma barreira ou
presos em algo);
 se utiliza a borracha de forma exagerada ou se nunca usa;
 se deixa de desenhar partes do corpo humano;
 se atende prontamente ao pedido do examinador ou se recusa a desenhar;
 se escreve sobre o desenho ou se recusa;

IMPORTANTE: pode-se aproveitar esse momento de desenho e solicitar que a criança


escreva algo sobre o que desenhou, evitando atividades pedagógicas formais em que
evidencie a dificuldade da criança.

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2- Identificar o tipo psicológico através dos desenhos e da escrita
(Tipologia de Carl G. Jung)

Apresentar a imagem abaixo ampliada (preparar o material antecipadamente) e fazer as


observações necessárias para identificação da tipologia.

VIVÊNCIA: OBSERVANDO UMA IMAGEM

SENTIMENTO
1. QUAIS SENTIMENTOS LHE VÊM ESTANDO NESSE LUGAR?
2. SE VC. ESTIVESSE NESSE LUGAR, O QUE ESTARIA SENTINDO?
3. ESTANDO NESSE LUGAR, O QUE LHE DÁ PRAZER OU DESPRAZER?
4. ESTANDO NESSE LUGAR, ONDE VC. ESCOLHERIA ESTAR?
PENSAMENTO
1. DIANTE DESSA IMAGEM, O QUE VC. PENSA DE FORMA LÓGICA?
2. VC. É CAPAZ DE CONCEITUAR ESSA SITUAÇÃO?
3. QUAIS SUAS OBSERVAÇÕES SOBRE O PORQUÊ LÓGICO DESSA
IMAGEM?
4. QUAIS ARGUMENTOS, BASEADOS EM CAUSA E EFEITO, VC.
PODERIA LEVANTAR?
PERCEPÇÃO
1. DESCREVA O QUE VC. ESTÁ VENDO COM DETALHES OBJETIVOS.
2. PARA QUE SERVE ESTAR NESSE LUGAR?
3. QUAIS AS SENSAÇÕES FÍSICAS, SENSORIAIS, CORPORAIS, QUE ESSA
IMAGEM LHE TRAZ?
4. DESCREVA ESSA IMAGEM EM 2 FRASES SUCINTAS.

INTUIÇÃO
1. OBSERVANDO ESSA IMAGEM, É POSSÍVEL IMAGINAR SITUAÇÕES
ABSURDAS, PORÉM POSSÍVEIS NO MUNDO IMAGINÁRIO. O QUE VC.
IMAGINA, LIVRE DE JULGAMENTOS RACIONAIS OU LÓGICOS?
2. QUAIS AS POSSIBILIDADES NÃO VISTAS NESSA IMAGEM?
3. PENETRE NESTA IMAGEM E FAÇA ASSOCIAÇÕES LIVRES
EXPLORANDO AS POSSIBILIDADES QUE NÃO SÃO VISTAS DE
FORMA LÓGICA.

COMO FOI PARA VOCÊ RESPONDER ESSAS PERGUNTAS?

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QUAL FOI MAIS FÁCIL E QUAL FOI MAIS DIFÍCIL?

Perguntas que prevalecem em cada tipo:

O intuitivo pergunta "Quais as possibilidades?"


O pensamento pergunta "Por que isso (está acontecendo)?"
O perceptivo pergunta "Para que serve isso?"
O sentimento pergunta "Como eu me sinto com isso?"

Importante salientar que nem sempre é possível fazer as perguntas acima para as
crianças, portanto, deve-se adaptar, quando necessário, utilizando um vocabulário que a
criança / adolescente compreenda.
É possível também, que, mesmo adaptando a pergunta, a criança / adolescente
não consiga responder, o que pode indicar que essa pergunta não faça sentido pra ele /
ela, levando o examinador a refletir sobre os indicativos da tipologia dessa criança.

Obs: Em qualquer atividade que envolva desenho, o psicopedagogo deve conversar


sobre o desenho, compreender a história desse desenho, seus personagens, a relação
vincular que está implícita na atividade feita. Sempre pedir nome e idade dos
personagens.

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3 - Observação da Criança/Adolescente

Observar quem é a criança ou adolescente que está sendo atendido no que se refere às
suas características pessoais. Por exemplo, como se apresenta e sua postura:

ATITUDES

Egoísmo (Quer tudo para si? É ciumenta? É generosa? Sente-se prejudicada com a
vantagem ou desempenho dos outros? Sabe esperar sua vez? Preocupada com o
bem estar dos outros? É compreensiva?)

Decisão (Sabe resolver por si? Quando escolhe, fica satisfeita com o que escolheu? Tem
dificuldade para fazer escolhas e tomar decisões?)

Humor (Estável ou instável? Sempre alegre ou pouco satisfeita? Demonstra variações


constantes no humor? Descontrola-se nas dificuldades?)

Birras (para contrariar, para chamar atenção, aceita sem se aborrecer ou permanece
emburrada?)

Medo (do que sente medo? De machucar-se, de ambientes ou pessoas estranhas, de ficar
sozinho, de ser abandonado, de fracasso escolar...)

Ansiedade (não sabe o que quer, quer sempre mais, sofre, insegura contra os perigos,
preocupada consigo mesma ou com os outros, não consegue experimentar)

Choro (chora fácil, freqüente, por qualquer contrariedade? Para de repente? Choraminga
sem lágrimas?

Obediência (obedece sem discutir? Desculpa-se? Ignora? Submissa, cumpre por medo?
Contraria por prazer?)

Sexualidade (curiosidade natural de acordo com a idade? Ou acentuada?Recato


exagerado? Exibicionista? Masturba-se?)

Hábitos e manifestações (constantes ou só em situações de insegurança - suga o polegar,


rói unhas, ausência, dedo no nariz, range os dentes, tiques nervosos, amigos
imaginários, fala sozinha, morde o lábio ou língua)

RELACIONAMENTO SOCIAL

Comunicação (gosta ou não de conversar? Sabe ouvir? Isola-se? Agrupa-se bem?)

Liderança (Assume liderança ou prefere ser liderada? É líder em quais atividades?


Prepotente ou dominadora?)

Defesa (Tem espírito protetor? Se agredida, foge ou defende-se? Quer ser notada ou
admirada? Egocêntrica, precisa aparecer?)

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Agressividade (gratuita, por medo de ser agredida, para chamar atenção, quando
provocada, sabe se defender sem agredir)

Palavrão (não usa, usa naturalmente em situações difíceis, usa para ofender)

Responsabilidade (quando dada, não assume, sente prazer e assume. Quando pedida,
assume seus atos?)

TRABALHOS EM CLASSE : (registrar as observações passadas pelos pais, professores


ou observação feita pelo próprio examinador.)

Concentração (Consegue inibir distratores? Dispersa-se apesar do interesse? Consegue


concluir o que se propõe?)

Atenção (É observadora? Distraída, alheia ao ambiente? Desinteressada ou indiferente?)

Independência (escolhe por si seus trabalhos? Resolve suas dificuldades? Pede ajuda
para resolvê-las?Depende da sugestão dos outros?)

Organização (Preocupa-se com a organização? Percebe sua desorganização?


Cuidadosa?)

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2. ASPECTO COGNITIVO

Para avaliar os aspectos cognitivos utilizaremos os seguintes recursos nos atendimentos


às crianças / adolescentes:

 HORA DO JOGO
 TESTES E ATIVIDADES PARA VERIFICAÇÃO DA LINGUAGEM ORAL
E ESCRITA
 TESTES E ATIVIDADES PARA VERIFICAÇÃO DOS ASPECTOS
LÓGICO MATEMÁTICOS

Hora do Jogo

 Consultar texto “Hora do jogo” (Paín, 1985)

Apresentar para a criança uma caixa com tampa, materiais para desenhar,
recortar, pegar, costurar, olhar, ler, escrever, caixas de diferentes tamanhos, para
modelar e para juntar.
Colocar também diferentes materiais para o mesmo fim (cola, durex,
grampeador, furador).
Colocar papéis variados na forma, na cor e no tipo.
Colocar blocos de construção e folhas impressas prontas (para verificar a
liberdade ou submissão)
Colocar lápis de cor, lápis preto e borracha.

Comanda: “Aqui está uma caixa com muitas coisas e você pode brincar com tudo o que
quiser; enquanto isso eu vou anotar o que você vai fazendo”.

Observar e registrar:

 A interação da criança frente ao brinquedo


 O tipo de linguagem que utiliza
 Qual repertório cognitivo da criança
 Qual repertório social
 Qual repertório afetivo
 A conduta da criança
 Como usa o brinquedo / função real
 Se há interesse por brinquedos de interesses de crianças menores ou maiores
que a sua idade

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AVALIAÇÃO DA LINGUAGEM

FASES DE CONSTRUÇÃO DO LETRAMENTO INFANTIL E CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

SUGESTÃO DE LEITURA: Texto “As fases de construção do letramento infantil e o


desenvolvimento da Cosnciência Fonológica.” (ZORZI, 2003)

1- Avaliação da fase da construção do letramento infantil em que se encontra.

PRÉ SILÁBICA
•Não há correspondência entre os sons que compõem as palavras e os elementos
gráficos usados para escrevê-las;
•Percebe a diferença entre desenhar e escrever
•Acha que a mesma letra não pode repetir na palavra;
•Ainda não analisa os componentes sonoros das palavras;
•Ainda não apresenta um conhecimento silábico (se pensarmos em termos de
consciência fonológica)

SILÁBICA
•A palavra falada começa a ser decomposta em unidades silábicas que definem a
quantidade de letras a serem utilizadas;
•Em termos de conhecimentos metalinguisticos, esse progresso indica que a criança
está se tornando mais atenta às características sonoras das palavras (está avançando
na consciência fonológica)
•Já está conseguindo decompor as palavras em sílabas e de operar de forma
consciente utilizando-se das letras;
•Geralmente usa uma grafia para cada sílaba;

SILÁBICO – ALFABÉTICA:
•Percebe que cada grafia representa um som;
•Já percebe o fonema;
•Deixa de considerar a sílaba como uma unidade e compreende que a mesma pode ser
segmentada, ou analisada, em elementos menores, os fonemas;
•Algumas sílabas já são representadas por mais de uma letra, junto com outras sílabas
ainda grafadas com uma letra apenas (típico da hipótese silábica) Exemplo: sapt
(sapato)
•Começa aqui a analisar o interior das sílabas

ALFABÉTICA:
•Deixa de lado a hipótese silábica e permite a correspondência fonema e grafema
(podendo ocorrer erros ocasionais)
•Correspondência mais precisa entre letra e som
•Compreende que a escrita das sílabas que compõem as palavrasfaladas, nem sempre
podem ser representadas por uma só letra.

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•Já pode ser considerada alfabetizada porque compreendeu a natureza da escrita ou
de que teve início o processo de alfabetização, pois isso não garante o domínio das
regras convencionais da escrita.

2 - Avaliação da Consciência fonológica (aula da professora Alessandra – tópicos para


avaliação)
Essa atividade deve ser toda na forma oral. NÂO pode ser apresentado nada escrito para
a criança / adolescente.
SINTESE ASSOCIADA AO GRAFEMA: eu falo os sons das letras e voce me fala a palavra
f-o-i
m-a-l-a
b-o-n-e-c-a
p-a-p-e-l-a-r-i-a
v-e-l-a
t-a-b-u-a-d-a
s-a-p-a-t-e-i-r-o

ANALISE ASSOCIADA AO GRAFEMA: eu falo as palavras e VC me diz OS SONS das letras na ordem
Pipa
Salada
Sorvete
Computador
Elefante
Primavera

SÍNTESE SILÁBICA
PA / pel
Pro/Fe/sso/Ra
Lan / Che
Ca/NE/ta
PE/Dra
Bi/ci/cle/ta

RIMA: quais são as duas palavras que terminam com o mesmo som:
Bolo mala rolo
Baleia sereia canoa
Mão pão só
Queijo moça beijo
Peito rolha bolha
Até bola sopé

ALITERAÇÃO: qual das duas palavras começam com o mesmo som:


Fada face vila
Escola menino estrada
Boné rato raiz
Colar fada coelho
Inveja inchar união
Trabalho mesa trazer

SEGMENTAÇÃO SILÁBICA: separar silaba

/livro/
/Bexiga/
/bola/
/Lápis/
/Fazenda/

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/gelatina/

SEGMENTAÇÃO FONEMICA: separar pelos fonemas:


/nó/
/dia/
/Pé
/casa/
/Chave/

MANIPULAÇÃO SILÁBICA: adicionar e subtrair silabas de palavras dizendo a palavra formada


Adicionar /rrão/ ao fim de /maca/ :
Subtrair / sa/ do inicio de /sapato/ :
Adicionar / na/ ao fim de /per/:
Subtrair /BA/ de /bater/:
Adicionar /bo/ ao inicio de /neca/
Subtrair /da/ do fim de /salada/:

MANIPULAÇÃO FONEMICA: adicionar e subtrair fonemas de palavras, dizendo a palavra que é


formada:
Adicionar /r/ no fim de /come/
Subtrair /p/ do inicio de /punha/
Adicionar /r/ no fim de /pisca/
Subtrair /f/ do inicio de /falta/
Adicionar /l/ no inicio de /ouça/
Subtrair /o/ do fim de /solo/

TRANSPOSIÇÃO SILÁBICA: inverter as silabas dizendo a palavra formada:


Pata tapa
Dona nado
Boca cabo
Lobo bolo
Toma mato
Gola lago

TRANSPOSIÇÃO FONÊMICA:inverter os fonemas e dizer a palavra formada


És
Sai
Ema
Amor
Olé
Missa

Atividade elaborada a partir da Fonte: (CAPOVILLA &CAPOVILLA, 1998) E JARDINI, 2005

SUGESTÃO: aplicação do teste: PROVA DE CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA POR


PRODUÇÃO ORAL (Seabra & Capovilla, 2012)

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3 - Velocidade de leitura e compreensão:

Apresentar um texto de tamanho apropriado para a idade e nível da criança e


pedir que leia em silencio.
Observar se:

 Aponta com o dedo, marcando onde está lendo ou perde-se na leitura


 Apresenta leitura sub-vocal (move os lábios enquanto lê, emitindo som ou não)
 Atenção enquanto lê
 Compreensão oral e escrita do que lê (conversar com a criança / adolescente sobre o que
leu e também apresentar questões por escrito). Elaborar antecipadamente questões
dissertativas e também alternativas.
 Fazer a verificação da velocidade de leitura, registrando quantas palavras a criança /
adolescente consegue ler em 1 minuto e verificar na tabela abaixo o resultado
correspondente.

IDADE NÚMERO DE PALAVRS RESULTADO DA


LIDAS CRIANÇA
7 A 8 ANOS 50 a 60 palavras
8 A 9 ANOS 60 a 85 palavras
9 A 10 ANOS 85 a 110 palavras
10 A 11 110 a 125 palavras
ANOS
11 A 12 125 a 135 palavras
ANOS
12 A 13 135 a 145 palavras
ANOS
Fonte: Sampaio, 2009

4- Avaliação da leitura em voz alta:

Apresentar um texto adequado à escolaridade/ grau de dificuldade e solicitar que leia


em voz alta.

 Observar se pula palavras ou linhas enquanto lê


 Respeita a pontuação do texto
 Se troca letras
 Atenção enquando lê.
 compreensão oral e escrita (através de conversa verificar a compreensão do texto;
apresentar questionário ou solicitar que registre o que compreendeu)

IMPORTANTE:

 atenção ao tipo de letra que será utilizada nestas atividades. Talvez seja
necessário utilizar letra que a criança esteja familiarizada para não interferir nos
resultados.

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 pode ser que a criança / adolescente apresente recusa frente a atividades formais
de escrita e leitura, necessitando da sensibilidade do aplicador e possíveis
adaptções.

SUGESTÃO: aplicação do teste apresentado pela professora Alessandra (TESTE DE


COMPETÊNCIA DE LEITURA DE PALAVRAS E PSEUDOPALAVRAS). (Seabra
& Capovilla, 2012)

5- Avaliação da escrita (dirigida e espontânea):

Verificar se comete erros na escrita e classificá-los caso ocorram e dar exemplos


da própria criança/adolescente:

 Substituições (troca palavra por outra de igual ou diferente significado)


 Trocas Surdas x sonoras (PeB; TeD; CeG;FeV; /CH/e/J/)
 Trocas Visuais (letras parecidas)
 Trocas de letras Representadas pelo mesmo som (ou representações múltiplas)
 Aglutinações (alterações caracterizadas por junção de palavras);
 Segmentações (alterações caracterizadas por separação de palavras);
 Repetição de letra ou sílaba ou palavra
 Troca de posição de letra na sílaba
 Alterações ortográficas decorrentes de apoio na oralidade (exemplo: trabaliar,
qunti);
 Omissões de letras ou sílabas;
 Acréscimo de letras;
 Am / ão
 Transcrição da fala;
 Outras trocas.

5 - Prova Escrita sob Ditado (seguir o protocolo da professora Alessandra Seabra para
verificação da habilidade de escrita)

 Ditar as 36 palavras sugeridas (no anexo 2 consta sugestão de folha para


aplicação)

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 Corrigir as palavras: Para correção dos erros, computar 1 erro para cada um dos
seguintes casos:

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desrespeito às regras básicas de coorespondência empada / espada
grafema -fonema com a troca de grafemas palavra / palavra

desrespeito às regras de posição ( duas letras podem empada / enpada


ser usadas para um mesmo fonema, dependendo da pássaro/ pássaro
posição)*

desrespeito, no caso de palavras, à escrita correta texto / texto


determinada pela ortografia

acréscimo de grafema folhas / folhias

omissão de grafema duas / dua

erro de acentuação tônica vejam / vejão

nas pseudopalavras, diferentes escritas são ezal são consideradas acerto as escritas: ezal,
consideradas acerto, desde que a pronúncia esteja de esal, ezau, e esau
acordo com a forma fonológica ditada pelo aplicador
friença são consideradas acerto: friença, frienssa

quando escrever uma palavra totalmente diferente da carro escreveu ratto (NESTE CASO
palavra ditada COMPUTAR UM ERRO PARA CADA
LETRA DA PALAVRA ESCRITA NA
FORMA ERRADA)
* Os erros de desrespeito às regras de posição, são quando duas letras podem ser usadas para um mesmo
fonema, e a criança precisa saber quando usar uma ou outra , o que dependerá da posição. Por exemplo: s
tem o seu som e quando está entre vogais tem o som de z.
Outro exemplo: a nasalização de vogais normalmente é feita com a letra “n”, mas antes de p e b, tem que
ser “m”. Portanto é uma regra que depende da posição da letra na palavra, das letras que vem antes e
depois.

 Somar os erros e dividir por 36 (número de palavras ditadas)


 Olhar na tabela 6.2 ( pg 62, 63 e 64 de Avaliação Neuropsicológica
Cognitiva para verificar a frequência (ver anexo 2)
 Em seguida verificar na tabela a classificação para habilidade que a criança
apresentou:

menor que 70 - habilidade muito baixa para escrita


entre 70 e 84 - habilidade baixa para escrita
entre 85 e 114 - habilidade média para escrita
entre 115 e 129 - habilidade alta para escrita
maior ou igual a 130 - habilidade muito alta para escrita

Fonte: Seabra & Capovilla, 2013

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6 – Avaliar a elaboração de um texto dentro das possibilidades da criança.

Pedir que elabore um texto, podendo ser:


 Livre
 A partir de uma imagem
 A partir de um dos desenhos que já tenha realizado
 A partir de um jogo feito no encontro.

Isso dependerá do momento que você está vivenciando com a criança.

À partir desse texto, observar:

 Se consegue desenvolver um texto com começo, meio e fim;


 Se tem domínio gramatical;
 Se apresenta vocabulário simples ou mais sofisticado;
 Se há o emprego correto de pontuação;
 Se apresenta organização espacial do texto e se coloca os parágrafos uns abaixo
dos outros;
 Se comete alterações ortográficas ou relativas à acentuação e quais;
 Criatividade;
 Motivação para escrever textos;

7- Avaliação da Expressão oral –/ vocabulário

Observar e registrar se a criança fala corretamente e se possui repertório adequado ao


conversar com o examinador.
Se cometer trocas na fala registrar.

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Avaliação dos aspectos Lógicos Matemáticos

Elaborar atividades formais dependendo da idade e nível escolar de cada criança


a ser avaliada, levando em consideração as observações já feitas com relação às
dificuldades que a criança apresenta.

Avaliar:
1- Desempenho Livre: quais os conhecimentos que a criança revela livremente mediante
conversas, jogos e brincadeiras.

2- Elaborar previamente atividades que envolvam:


 noção de quantidade (contar conjuntos - verificar como realiza essa contagem
um a um)
 correspondência entre quantidade e numeral
 reconhecimento de números
 escrita por extenso de números
 ditado de números para que registre (observar se comete inversão na escrita)
 ordenação numeral (se é capaz de ordenar números apresentados)
 adição
 subtração
 multiplicação e divisão (dependendo da idade)
 identificação e escrita de números antecessores e sucessores
 comparação entre números maiores e menores
 problemas de enredo (observar se consegue ler sozinha e quais as estratégias que
a criança utiliza para resolver os problemas apresentados)
 ordem crescente e decrescente
 aplicação das Provas Operatórias

PROVAS OPERATÓRIAS

Provas criadas por Jean Piaget para determinar o grau de aquisição de algumas
noções importantes do desenvolvimento cognitivo, permitindo detectar o nível da
estrutura cognitiva com que o sujeito opera diante de uma situação.
Por meio da aplicação das provas operatórias, teremos condições de conhecer o
funcionamento e o desenvolvimento das funções lógicas do sujeito. É possível verificar
se há defasagem em relação à sua idade cronológica.
A criança com dificuldades de aprendizagem poderá ter uma idade cognitiva
diferente da idade cronológica, o que torna difícil para a criança entender um conteúdo
que está acima de sua capacidade cognitiva.
Importante que o psicopedagogo iniciante leve as instruções e as perguntas
digitadas para não cometer erros, evitando dessa forma alterações nos resultados.
Ao aplicar as provas, deve-se evitar aplicar várias provas de conservação em
uma mesma sessão, para que não haja uma possível contaminação das respostas do
sujeito. É interessante que se alterne entre provas de conservação, classificação e
seriação. (Sampaio, 2009)
As respostas podem ser divididas em três níveis:

 nível 1: Não há conservação ( a criança não atinge o nível operatório nesse


domínio)

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 nível 2: As respostas apresentam oscilações ou não são completas. As vezes
conservam, as vezes não ( nível também chamado de intermediário)
 nível 3: Não vacila nas respostas, demonstra aquisição da noção.

É possível que a criança não obtenha êxito em apenas uma prova e apresente
acerto nas demais, o que não significa que esteja em defasagem. Daí a importância de
analisar o resultado geral das provas.

Encontramos crianças, filhos de pais separados e com novos


casamentos dos pais, que só não obtinham êxito na prova de
intersecção de classes. podemos ainda citar crianças muito
dependentes dos adultos que ficam limitadas com a contra-
argumentação do terapeuta, e passam a concordar com o que
ele fala, deixando de lado a operação que já são capazes de
fazer. (WEISS, 2003)

QUAIS SÃO AS PROVAS OPERATÓRIAS:

Provas de conservação de :
 Pequenos conjuntos discretos de elementos
 Superfície
 Líquido
 Matéria
 Peso
 Volume
 Comprimento
Provas de classificação:
 Mudança de critério
 Quantificação da inclusão de classes
 Interseção de classes
Prova de seriação:
 Seriação de palitos
Provas de espaço:
 Espaço unidimensional
 Espaço bidimensional
 Espaço tridimensional
Provas de pensamento formal:
 Combinação de fichas
 Permutação de fichas
 Predição

Etapas da aplicação:

Estabelecimento de vínculo
Explicação de como acontecerá a atividade e material
Apresentação da prova / ordem
Pergunta propriamente dita
Resposta
Primeira transformação

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Pedido de argumentação
Respostas
Contra argumentação
Justificação : conserva ou não conserva
Segunda transformação ( seguir as etapas anteriores)

Argumentos que poderão ser utilizados:

Importante que a cada resposta dada, se pergunte à criança como sabe, pedir que
explique, para que se observe o pensamento da criança e que argumentos utiliza.
A criança poderá usar três tipos de argumentos:

 De identidade: “ Tem a mesma quantidade porque não tirou nem colocou nada”
- De reversibilidade: “Porque se voltar a fazer a bola, terá a mesma quantidade de
massa que esta outra bola.”
- De compensação: “Este vaso é mais alto, mas este é mais fino.” “Este é mais
alto, porém este é mais baixo.”

IMPORTANTE:
A criança poderá conservar, mas apresentar dificuldades nas argumentações por
não conseguir explicar seu raciocínio.
Lembrar que a seleção das provas que se vai aplicar a cada criança /
adolescente, fica a critério do examinador, que o resolverá levando em conta:
 a ordem de aquisição das noções
 a idade da criança / adolescente
 e / ou problemática particular apresentada
Quanto à idade, pode servir de guia o seguinte quadro sugerido em Donell
(1994)

* Para o nosso trabalho preencher a tabela que consta no anexo 3.

21
22
Analise do Material escolar

Através da observação do material escolar é possível identificar questões importantes


que auxiliam nessa fase do diagnóstico.
Observar :

 Relação professor-aluno através de comentários feitos no material;


 Verificar agenda (anotações da própria criança, professora e pais);
 Cadernos : letra, organização, cópias, atividades inacabadas, utilização de canetas
coloridas, desenhos nos cadernos, trocas, correções, grau de dificuldade das lições;
 Avaliações: respostas em branco, notas;
 Mochila: organização;
 Verificar estratégias de ensino, atividades priorizadas, recursos para reforço e correção.

Jogos de regra

No decorrer dos atendimentos, pode-se apresentar jogos para as crianças ou tê-los na


sala para verificar interesse, se compreendem as regras, se toleram perder ou até mesmo
se há recusa por jogos com regras.

Sugestões:

 Jogos de raciocínio (compreender qual o estágio de desenvolvimento) = Can-can, Hora


do Rush
 Jogos de regra (auxiliam na observação de como a criança opera) = Cara-cara, Ponto de
Equilíbrio
 Jogos de sorte sem regra = Trilhas no geral, Jogo da Vida
 Jogos que envolvem a relação = Detetive; Pega varetas

23
ASPECTOS PSICOMOTORES

À partir do material trabalhado em aula, elaborar atividades que avaliem:

Condutas motoras de base


 observar a respiração
 equilíbrio
 coordenação segmentar (visomotora, motora fina)
 coordenação da dinâmica global (andar, saltar, correr)

Condutas neuromotoras
 lateralidade
 dominância lateral
 conhecimento do esquema corporal
 controle de sincinesias
 relaxamento voluntário de partes do corpo

Condutas perceptomotoras
 organização temporal (ritmo, tempo social: horas, dias da semana ...)
 organização espacial (percepção, direção, posição, relação, distância e dimensão, área,
volume)
 percepção visual e auditiva (quando eu percebo o som)
 memória visual e auditiva
memoria sequencial visual e auditiva

IMPORTANTE AVALIAR TAMBÉM:

ATENÇÃO

Sugestão de leitura: texto “Algumas considerações a respeito dos processos de atenção e


de seus distúrbios” (ZORZI, 2003)

Registrar o que observou sobre a atenção da criança em todas as situações propostas,


principalmente:

 se mantem a atenção por tempo adequado em atividades propostas


 se distrai facilmente ou se engaja nas atividades que demandam maior atenção
 observar a atenção mantida auditiva ( se consegue manipular informações e
mante-las após ouvi-las)
 observar a atenção dividida (se consegue trabalhar com dois estímulos
simultaneamente)
 observar sua atenção seletiva ( se consegue manter a atenção em uma tarefa ou
estimulo mediante estímulos alheios e neste caso, se há lentificação de seu
desempenho)

24
MEMÓRIA

Segundo CONDEMARIN ( 1989), e seu livro intitulado Maturidade Escolar, a memória


constitui o processo mental ativo, mediante o qual a informação adquirida é armazenada
e passível de recuperação, envolvendo a atenção, a motivação, a história do aprendizado
do sujeito, seu mundo interno e sua estrutura genética. Tendo um papel importante na
forma como o conhecimento é armazenado e recuperado.

Propor atividades para verificar principalmente memória visual e memória auditiva


(sequencial ou não).

Abaixo segue alguns exemplos de atividades para verificação da memória. No texto


“Memória” (CONDEMARIM, 1989) encontrarão mais sugestões.

MEMORIA VISUAL: ver figuras e memorizar:


registrar aqui quantas figuras foram apresentadas e quantas figuras a criança foi capaz de memorizar.

MEMÓRIA AUDITIVA:

Sapato sapo água luz bolsa


Bola macaco blusa cadeira cansado avião
Mola bala carro luva
Pedra banana roupa dinheiro linha

Frases:
Fui a feira comprar feijão, batata, ovos e laranja.
Rafaela, Felipe e Andreia estão na escola, no período da tarde, desde março
 Insere palavras parecidas?
 Alterou a ordem dos elementos?
 Omitiu partes da frase?

DISCRIMINAÇÃO AUDITIVA: essas palavras são iguais ou diferentes?


VIM/FIM
MEIO/NEIO
TEU DEU
SILA/ZILA
VIA/VIA
XAU/JAU
TIA/TIA
BUA/PUA
BAN/BAN
JIM/JIM
AGUI/AQUI
COR/COR

25
RITMO

Essa atividade permite avaliar a realização, por parte da criança e do adolescente, de


estruturas rítmicas, assim como a compreensão do simbolismo das mesmas.

Dividida em três partes:


1- Tempo espontâneo.
2- Reprodução de estruturas rítmicas.
3- Compreensão do simbolismo e sua reprodução.

1-Tempo espontâneo
“Bater como quiser na mesa”
Pedir que apoie o cotovelo na mesa e que bata com um lápis sobre a mesa no ritmo dela,
livremente.

Observar:
-se segura o lápis verticalmente
-que cadência escolheu
-se bate com extremidade não apontada
-aceleração, retardamento, irregularidades, batidas bruscas, batidas fortes ou
dificilmente perceptíveis.

2-Reprodução de estruturas rítmicas


“Ouvir bem como bato e depois bater exatamente como eu.”
Ocultar a mão que segura o lápis para que a criança não veja.
Com crianças pequenas é recomendado que segure a mão dela até finalizar a
apresentação da estrutura rítmica.
Se a criança errar, fazer uma segunda tentativa e anotar se errou.
Suspender após 4 estruturas erradas.
Qual a qualidade da estrutura reproduzida.
Se distingue tempo curto de tempo longo.

Antes de iniciar, importante:


Pedir que bata em ritmo lento e depois acelerado
Fazer uma sequência de batidas simples e pedir que repita (colocando algo na frente do
lápis do examinador para que não visualize a sequência, apenas ouça)
Pedir que escute bem a sequência que será apresentada e em seguida reproduza
Não esquecer:
-fazer um ensaio antes, avisando que ela só poderá reproduzir a sequência a partir do
seu sinal;
-anotar ao lado se conseguiu realizar ou não

3- Compreensão do simbolismo das estruturas rítmicas


Mostrar a folha com as estruturas rítmicas e perguntar: “Como você acha que deve bater
isso? Quantas batidas? É a mesma coisa?
Observar:
-Se compreendeu o simbolismo.

26
“Consideramos o simbolismo compreendido sem explicação, quando a criança
bate corretamente, ou exprime oralmente de um modo exto como é
necessário bater.
O simbolismo é compreendido com explicação quando se obtêm os
mesmos resultados, mas após haver sido obrigado a explicar pelos
exemplos (no máximo duas vezes) a significação dos intervalos curtos e
longos.
O simbolismo não é compreendido quando, após haver explicado duas vezes
pelos mesmos exemplos, a criança não compreendeu.” (ZAZZO, 1981)

ESTRUTURAS RÍTMICAS A SEREM REPRODUZIDAS:

00 00

0 0 0

00 0 0

0000

000 0 000

0 0 000

0000 0 0

0 0 00

00 00 00 0

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Parâmetros segundo Zazzo (1981) que auxiliam na verificação das respostas das
crianças:

6 anos – aos seis anos, as crianças fracassam num grande número de estruturas, não
sendo bem realizadas senão as mais simples e as que não estão divididas em subgrupos.
Estruturação temporal pouco adquirida, não estruturam os subgrupos.

7/8 anos: aos sete/oito anos um grande número de estruturas é reproduzido


corretamente, e são erradas as que são longas e complexas, pois ultrapassam as
possibilidades de apreensão imediata. Começam a adquirir a possibilidade de
estruturação de conjuntos mais longos e mais complexos.

9/10 anos: pelos nove/dez anos, a prova é bem sucedida pela maioria das crianças.

Deduz-se do conjunto desses resultados que existe uma ligação estreita entre a
aquisição principalmente da linguagem e também da leitura, e as possibilidades de
estruturação temporal tal qual éavaliada com esta prova. (ZAZZO, 1981)

Atenção: os materiais para avaliação da área cognitiva (jogos + linguagem +


matemática) e da área da psicomotricidade deverão ser elaborados pela aluna apoiada
nas aulas dadas e na idade cronológica e ano que a criança frequenta na escola.

Bom trabalho!

28
INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE O TRABALHO FINAL :

PRÁTICA CLÍNICA – APRESENTAÇÃO DE CASO

Todos os alunos deverão organizar uma pasta que deverá ser entregue no dia da
apresentação (06/08/16)

A pasta deverá ser organizada da seguinte forma:

• CAPA :NOME DO ALUNO, TÍTULO DO TRABALHO, ANO

• ANAMNESE (UTILIZAR MODELO APRESENTADO EM AULA)

• FOLHA DE REGISTRO DE CADA ATENDIMENTO COM IMAGENS E


ATIVIDADES DESENVOLVIDAS (VER ANEXO 4)

• RELATÓRIO PSICOPEDAGÓGICO (CONFORME AULA DO DIA


18/06/16)

29
Bibliografia

Para auxiliá-las nesse processo de avaliação e diagnóstico, sugerimos alguns autores e


suas obras:

Bassedas, Eulàlia. Intervenção Educativa e diagnóstico psicopedagógico. Porto Alegre:


Artes Médicas, 1996.

Chamat, Leila Sara José. Técnicas de diagnóstico psicopedagógico: o diagnóstico


clínico na abordagem interacionista. São Paulo: Vetor, 2004.

Capovilla, Alessandra Gotuzo Seabra; Capovilla, Fernando. Problemas de leitura e


escrita: como identificar, prevenir e remediar numa abordagem fônica. São Paulo:
Memnon, 2004.

Campos, Dinah Martins de Souza. O teste do desenho como instrumento de diagnóstico


da personalidade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008

Condemarim, Mabel.; Chdwick, M.;Milicic, N. Maturidade escolar. Manual de


avaliação e desenvolvimento das funções básicas para o aprendizado escolar. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1989.

Donell, Juan Conte Mac. Manual - Provas de Diagnóstico Operatório. C.E.M: Buenos
Aires, 1979.

Jardini, Renata Savastano R. Método das boquinhas: alfabetização e reabilitação dos


distúrbios da leitura e escrita: fundamentação teórica, livro 1. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2003.

Moojen, Sonia Maria Pallaoro. A escrita ortográfica na escola e na clínica: teoria,


avaliação e tratamento. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.

Paín, Sara. Diagnósticos e tratamentos dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre:


Artes Médicas, 1992.

Seabra, Alessandra Gotuzo. Dias, Natalia Martins. Capovilla, Fernando Cesar.


Avaliação Neuropsicologica Cognitiva: leitura, escrita e aritmética, volume 3. São
Paulo: Memnon, 2013

Seabra, Alessandra Gotuzo. Dias, Natalia Martins. Capovilla, Fernando Cesar.


Avaliação Neuropsicologica Cognitiva: Linguagem oral, volume 2. São Paulo:
Memnon, 2013

Seabra, Alessandra Gotuzo. Dias, Natalia Martins. Capovilla, Fernando Cesar.


Avaliação Neuropsicologica Cognitiva: Atenção e funções executivas, volume 1. São
Paulo: Memnon, 2013

Sampaio, Simaia. Manual prático do diagnóstico psicopedagógico clínico. Rio de


Janeiro: Wak Editora, 2009

30
Weiss, Maria L. L. Psicopedagogia clinica: uma visão diagnostica dos problemas de
aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

Zorzi, Jaime Luiz. Aprendizagem e Distúrbios da Linguagem Escrita: questões clínicas


e educacionais. Porto Alegre: Artmed, 2003.

31
ANEXO 1 - MODELO DE FICHA DE CONTROLE

FICHA DE CONTROLE

Data: ______________

IDENTIFICAÇÃO

Nome da crianças: ____________________________________________***


Idade: _____ anos ____ meses Nascimento: _____________
Nacionalidade: _________________
Escolaridade: __________

DADOS DA ESCOLA

Escola: ____________________________________________
Nome da professora: _________________________________
Nome da coordenadora: ______________________________
Endereço da escola: ________________________________________
Fone: ______________________________________

FAMÍLIA

Mãe: _________________________________________ Idade: ________


Profissão: ________________ Escolaridade: ___________ Nacionalidade:________
Pai: _________________________________________ Idade: ________
Profissão: ________________ Escolaridade: ___________ Nacionalidade:________
Nome e idade dos irmãos: ____________________________________ Outras pessoas
que moram com a família: _________________________

Endereço (residência): _________________________________________


Bairro: __________________ CEP:___________________
Fone: Com__________________
Res __________________
Cel Pai:___________________
Cel Mãe: _________________
E mails: _________________________________________________
Tratamentos atuais: ____________________________________________________
Motivo:___________________________________________________
Quem fez o encaminhamento:____________________________________________

*** NÃO USAR O NOME VERDADEIRO EM LUGAR ALGUM DO TRABALHO.

Anexo 2
32
33
34
35
Anexo 3 (DONELL, 1979)

TABELA PARA AVALIAÇÃO DAS PROVAS OPERATÓRIAS

36
37
ANEXO 4 - MODELO DE FOLHA DE REGISTRO DE PRÁTICA CLÍNICA:

ATENDIMENTO N° _____ DATA:_________________

NOME DA CRIANÇA (FICTÍCIO) _____________________________IDADE ___

ATENDIMENTO REALIZADO DAS _______ HRS AS _______ HRS

PRINCIPAIS ATIVIDADES RELIZADAS


HOJE:_________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

OBSERVAÇÕES:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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