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Teste de personalidade que pode ser usado na prática clínica com o objetivo de avaliar o
estado afetivo da criança e a estruturação da personalidade, permitindo perceber a sua
representação do contexto familiar.
Deve pedir-se para a criança desenhar uma família imaginária, para não condicionar a
criança.
O mais importante de tudo é que é uma prova de fácil acesso, a criança não recusa.
Algumas crianças não sabem o que é uma família então tem de se explicar. “uma família
podem ser pessoas, podem ser animas, podem ser várias coisas e normalmente são
aqueles que estão juntos e que cuidam uns dos outros”
Deve-se pedir à criança que desenhe uma família da sua imaginação, na qual ela irá
projectar-se muito mais.
Se o pedido fosse para desenhar a sua família, corre-se o risco de limitar a expressão
livre da criança, pois poderá sentir-se obrigada a fazê-lo de modo completamente
objectivo.
A criança irá desenhar a família não tal como ela é, mas como representa o seu
conteúdo.
Etapas:
Entrevista:
Ainda devem ser colocadas as seguintes questões e para cada uma delas o psicólogo
deverá requerer uma explicação: “Porquê?”
A maneira como o desenho é realizado é quase tão importante como o desenho final. É
necessário que o psicólogo esteja presente e atento, sem dar impressão de vigilância ou
avaliação.
Nível Gráfico:
Amplitude do traço
o A amplitude do traço verifica-se quando o traçado é maior ou mais
restrito
o Associa-se com expansão vital ou inibição
Força do traço
o Representa a força dos impulsos, com liberação ou inibição dos instintos
o Estes aspetos podem ser considerados em relação ao desenho total ou
podem enfatizar uma personagem
Por ex. Desenhar uma personagem bem maior que as outras
Ritmo do traço
o Subentende-se por ritmo a forma como a criança desenvolve a tarefa
De forma mais espontânea
Numa repetição simétrica de traços, pontos, etc
Alto grau de minuciosidade que pode chegar a ser compulsivo
Localização da página
o Parte superior: expressão da fantasia
o Parte inferior: ausência da fantasia, de energia. Zona de depressão
o Lado esquerdo: relaciona-se com o passado
o Lado direito: relaciona-se com o futuro
o Lugares que ficam vazios: significam zonas proibidas
o (Cuidado face a interpretações desenquadradas! Tem de ser tudo
contextualizado com a história da criança)
Movimento do traço
o O movimento do traçado da esquerda para a direita tem um sentido
progressivo
o O movimento do traçado da direita para a esquerda tem um sentido
regressivo
Nível do Conteúdo:
Instrumento aceitável como medida não-verbal, para sondagem breve das capacidades
intelectuais, particularmente em crianças com 3,5 a 13 anos de idade.
Material:
Superfície plana
Folhas brancas tamanho A4 (fornecer uma de cada vez/colocar a folha branca
com o lápis a meio)
Dois lápis nº2
Sujeito a avaliar: criança com idade compreendida entre 3,5 anos e 13 anos
1º Homem
“Vou-te pedir que faças alguns desenhos. Primeiro, quero que me desenhes um homem.
Faz o melhor desenho que conseguires. Demora o tempo que for preciso e trabalha com
muito cuidado. Eu digo-te quando deves parar. Lembra-te que deves desenhar o homem
todo. Podes começar.”
2º Mulher
“Desta vez, quero que desenhes uma mulher. Faz o melhor desenho que conseguires.
Demora o tempo que for preciso e trabalha com muito cuidado. Não te esqueças de que
deves desenhar a mulher toda. Podes começar”.
3º Próprio
“agora, quero que faças um desenho de ti mesmo. Faz o melhor desenho que
conseguires. Demora o tempo que for preciso e trabalha com muito cuidado. Eu digo-te
quando deves parar. Lembra-te que deves desenhar-te todo completo. Podes começar”
Dados a recolher:
Nome
Data de nascimento
Data da avaliação
Idade cronológica (3,5 a 13 anos)
Nível escolar
Escola que frequenta
Residência
Profissão da mãe e do pai
Habilitações da mãe e do pai
Como foi o parto
Observações (referir se a criança tem ou já teve: problemas escolares; estes
conduziram ou não a repetições; problemas de saúde; se sim de que tipo;
problemas emocionais; alguma vez foi seguido em consulta de
Psicologia/Psiquiatria?).
Cotação:
Classe A:
Nesta classe não é possível identificar o tema. A única cotação possível oscila
entre 0 e 1 (não está presente / está presente).
A nota será de 0, se o desenho consiste unicamente em rabiscos ao acaso e sem
controlo; e de 1, se os traços acusam um certo controlo e parecem corresponder
a uma certa orientação da criança.
Os desenhos deste tipo exibem muitas vezes a forma tosca de um quadrado, de
um triangulo ou de um círculo, executados de maneira muito rudimentar. Muitas
vezes, algumas dessas formas constituem um desenho simples. Se um desenho
desta classe contiver muitos detalhes convém pedir sempre explicações á
criança, pois pode acontecer que se enquadre melhor na classe B do que na
classe A.
Depois de elogiar o seu trabalho pode-se dizer: “agora fala-me do teu desenho; o
que é isto que tu fizeste aqui?” se não houver resposta, mostrar-se um dos itens,
dizendo em tom animador: “Que é isto?” se apesar de tudo não responder ou
chamar a tudo sucessivamente “um homem”, neste caso o desenho será
classificado como de classe A; pelo contrário, se denominar as diferentes partes
de uma maneira lógica, então o desenho será avaliado segundo as normas dadas
para a classe B.
Na classe A vemos apenas se as coisas estão presentes ou não mas não usamos
isso como medida de QI
Classe B:
A este grupo pertencem todos os desenhos que, por mais rudimentar que seja a
sua forma de expressão, tentam de algum modo representar a figura humana.
Cada detalhe particular tem um valor positivo que conta para a nota final. Nunca
se atribuem meios pontos.
Cotação:
EXEMPLO: