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Abordagem familiar

visita domicilar
Luci Kuromoto de Castro
Estágios do Ciclo de Vida
Ciclo de vida

• Não é necessário que cada família passe pelo ciclo completo e em


sequência.
• Ultrapassar fases é, em graus variáveis, traumático e requer respostas
adaptativas de todos os membros a cada nova situação.
• A resposta adequada a esses problemas vai resultar no bem-estar
individual e familiar.
O que é família?
Definição

• Artigo 226 Constituição Brasileira: “família como a base da sociedade,


reconhece a união estável, entende que a entidade familiar pode ser
formada por qualquer um dos pais e seus descendentes e estabelece
que os direitos e deveres são igualmente exercidos pelo homem e
pela mulher”.

(BRASIL, 1988)
Família como um sistema

• Conjunto (grupo) composto por


membros do grupo familiar que se
encontram em uma ação particular e
dinâmica, de modo que o que ocorre
a uma pessoa afeta toda a família e,
por sua vez, a família como sistema
influencia a pessoa e a sociedade e
vice-versa.
E mais...

• A família é também um grupo de pessoas que convivem, têm traços


intensos de proximidade e compartilham o sentimento de identidade
e pertencimento, que influenciarão, de alguma forma suas vidas.
• Sem necessidade de vínculo consanguíneo.
Funções específicas da família

• Proteger bio-psico-socialmente (moradia, alimento, higiene, segurança física, etc);


• Educar e estimular o aprendizado, a iniciativa e a criatividade;
• Transmitir valores socioculturais;
• Desenvolver as qualidades humanas de seus membros;
• Promover o desenvolvimento da sexualidade de uma forma saudável;
• Formar seres humanos maduros e estáveis;
• Criar indivíduos independentes e autônomos;
• Garantir a sobrevivência da espécie e proporcionar novos membros à sociedade.
Tipos de família
Família nuclear

• Caracteriza-se por uma só união


entre adultos e um só nível de
descendência, isto é, pais/filhos.
Família extensa

• Família ampliada ou extensa se


caracteriza pela presença de várias
gerações: com frequência a família
nuclear, o(s) avó(s) e, por vezes,
linhas colaterais, como tios e
primos.
Família monoparental

• É formada por um dos pais


biológicos e o(s) filho(s),
independente das relações
externas ao núcleo.
• São diversas as causas : viuvez,
nascimentos fora do casamento,
separação, divórcio.
Família reconstruída (ou reconstituída)

• É quando pelo menos um


dos dois cônjuges provém de
casamento anterior.
Família unitária

• É constituída por uma única pessoa,


vivendo só.
• Entre as pessoas sós, os idosos
representam uma parte substancial
destes núcleos familiares, sobretudo
as idosas viúvas.
Outras tipologias familiares

• Famílias constituídas por avós e netos ou tios e sobrinhos;

• Instituição como família (orfanatos, irmandades religiosas): função de


criar e desenvolver afetivamente a criança e o adolescente.
Outras tipologias familiares

• Adoção
Outras tipologias familiares

• Famílias homossexuais:
união de pessoas do
mesmo sexo, que
constituem um casal.
Classificação Funcional
da Família
Classificação Funcional

• Família Funcional (Saudável)


• Família Moderadamente Disfuncional
• Família Cronicamente Disfuncional
• Família Caótica ou Gravemente Disfuncional
Família Funcional (Saudável)
• São capazes de criar filhos saudáveis, autônomos e
com desenvolvimento afetivo adequado;
• O casal amadurece e se desenvolve, divide o poder;
decisões negociadas ou consensuais;
• Relação íntima e afetuosa, comunicação aberta e
clara; casal com boa satisfação sexual;
• Sentimentos e opiniões dos filhos são respeitados;
• Reconhecem e enfrentam problemas precocemente;
• Vivenciam crises sem estruturar respostas
patológicas.
Família Moderadamente Disfuncional

• Problema primordial é a natureza da relação do casal;


• Relação do casal cheia de desapontamentos, culpas, pouco íntima, relação
sexual pouco satisfatória;
• Entretanto, a família é de grande valor para eles;
• São capazes de criar filhos saudáveis, autônomos , mas com disfunção afetiva;
• Vivenciam crises podendo estruturar respostas disfuncionais.
Família Cronicamente Disfuncional

• 1) Família com padrão dominante e controlador


• Relação do casal sem intimidade;
• Estrutura rígida, sem flexibilidade;
• Poder concentrado, decisões não compartilhadas;
• Estruturam resposta patológica;
• Filhos com comprometimento da autonomia, da afetividade, dependentes do
membro dominador;
• Produzem crianças rebeldes, problemáticas e adultos frágeis, com tendência à
depressão.
Família Cronicamente Disfuncional

• 2) Família com padrão de conflito permanente


• Casal é incapaz de dividir o poder;
• Relação do casal é sem intimidade; coalisões internas e externas são frequentes,
assim como relações extraconjugais;
• Crianças são puxadas de um lado a outro;
• Filhos com comprometimento grave da afetividade e da intimidade;
• “Produzem” pacientes psiquiátricos, crianças com distúrbio de conduta e adultos
deprimidos.
Família caótica ou gravemente disfuncional

• Não cumprem tarefas básicas


• Perda da individualidade;
• Comunicação gravemente comprometida;
• Doenças mentais severas, desvalorizadas pela família.
Crises familiares
Crises familiares

• Crise é todo evento traumático, pessoal ou interpessoal dentro ou fora da família, que
conduz a um estado de alteração e que requer uma resposta adaptativa da mesma,
capaz de manter a continuidade da família e permitir o crescimento de seus membros.
• Uma crise familiar é um evento da vida, presente e passado, que ocasiona mudanças na
funcionalidade dos membros da família.
Crises familiares
• Crises evolutivas.
• Crises não evolutivas.
Crises familiares

• Crises evolutivas:
• São aquelas já esperadas e que a maioria das pessoas passam;
• Há necessidade de um tempo de adaptação para enfrentar novos desafios, que
fazem parte do desenvolvimento da vida normal.
Crises não evolutivas

• Fatores ambientais: infidelidade, conflitos conjugais, separação do casal.


• Doenças: aborto, complicações durante gestação, doenças graves, alcoolismo,
drogadicção, suicídio, invalidez, morte.
• Fatores econômicos: mudança brusca da condição econômica.
• Fatores profissionais/empregatícios: desemprego, aposentadoria, mudança de
posto ou horário de trabalho.
• Outros: migração, atividade criminal, prisão.
Atenção Domiciliar
Atenção Domiciliar

• SUS: “modalidade de atenção à saúde substitutiva ou complementar as já


existentes, caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde,
prevenção, tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com
garantia de continuidade de cuidados e integrada às Redes de Atenção à Saúde”.

(BRASIL,2012).
Modalidades de AD

• AD1: responsabilidade das equipes de atenção primária à saúde. Nesta modalidade, estão os
usuários que possuem problemas de saúde controlados/compensados com algum grau de
dependência para as atividades da vida diária. Necessitem de cuidados de menor complexidade.
• AD2: responsabilidade do serviço de atenção domiciliar (SAD), representados pela equipe
multiprofissional de atenção domiciliar (EMAD) e da equipe multiprofissional de apoio (EMAP).
Demandam por procedimentos de maior complexidade, que podem ser realizados no domicílio,
tais como: curativos complexos e drenagem de abscesso, entre outros; uso de aspirador de vias
aéreas, necessidade de cuidados paliativos, medicação EV, IM ou SC.
• DOM unimed
Composição das equipes

• EMAD: • EMAP:
• Médico; Enfermeiro; • Assistente social;
• Fisioterapeuta; • Fisioterapeuta;
• Assistente social; • Fonoaudiólogo;
• Auxiliares/ Técnico de enfermagem • Nutricionista;
• Odontólogo;
• Psicólogo;
• Farmacêutico.
Modalidades de AD

• AD3: usuário com qualquer das situações listadas na modalidade AD2, quando
necessitar de cuidado multiprofissional mais frequente, uso de equipamentos ou
agregação de procedimentos de maior complexidade (ventilação mecânica,
paracentese de repetição, nutrição parenteral e transfusão sanguínea),
usualmente demandando períodos maiores de acompanhamento domiciliar.
Visita domiciliar

• O domicílio é um local íntimo e privado onde as pessoas vivem e constituem suas


relações interpessoais. Cada casa e família tem sua forma de viver, cultura, hábitos,
crenças e valores, que necessitam ser compreendidos e respeitados. (BRASIL, 2020)
• Quem faz a visita domiciliar tem a oportunidade de entender o verdadeiro
contexto de vida das pessoas.
• É um privilégio para o profissional de saúde fazer a VD, pois pode adequar e
coordenar os cuidados de acordo com as possibilidades reais das pessoas, seus
cuidadores e familiares.
Guia prático de visita
domiciliar na APS para
profissionais de nível
superior. Rib. Preto 2021.

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