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TÉCNICAS PROJETIVAS E EXPRESSIVAS DE AVALIAÇÃO

TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA


Histórico
• TAT foi desenvolvido pelos psicólogos americanos Henry A. Murray e
Christiana D. Morgan em Harvard na década de 1930 para explorar a dinâmica
da personalidade que subjaz aos comportamentos manifestos, como os
conflitos internos, impulsos dominantes, interesses e motivos.

• Após a II GM, o TAT foi amplamente adotado pelos psicanalistas e pelos


psicólogos clínicos para avaliar pacientes emocionalmente comprometidos.

Posteriormente, na década de 1970, o Movimento pelo


Potencial Humano encorajou os psicólogos a empregarem
o TAT para auxiliar seus clientes a obter uma melhor
compreensão de si mesmos de modo a estimular seu
crescimento pessoal.
• Atualmente, o TAT está entre os testes
projetivos verbais mais utilizados,
pesquisados e ensinados mundialmente.

• Seus partidários alegam que ele é capaz


de fornecer informações relevantes acerca
do inconsciente subjetivo, revelando
aspectos reprimidos da personalidade,
motivos e necessidades (como poder,
realização, intimidade) e capacidade de
solucionar situações-problema
(recrutamento e administração adequada
dos recursos internos).
• O TAT emprega uma série de 30 figuras padronizadas
provocativas e ainda assim ambíguas, sobre as quais o
examinando deve contar uma história contendo:

• O que levou a situação


retratada;

•O que está acontecendo no


momento;

•O que as personagens estão


pensando e sentindo, e

• Qual o desfecho da história.


• Para crianças e indivíduos com capacidade cognitiva
limitada é pedido que o sujeito conte uma história
que inclua:
• o que aconteceu antes e o que acontecerá depois da
cena representada
• E relate os sentimentos e pensamentos de cada
personagem ao longo da história, não deixando de
encorajá-lo a gerar um desfecho.

• As 30 lâminas (pranchas ou cartões) são usadas em


duas séries de 15 figuras, os estímulos da segunda
série são propositalmente mais dramáticos,
incomuns e bizarros.

• O tempo de administração sugerido é de uma hora


para cada série com um ou dois dias de intervalo.
• Várias lâminas foram criadas para
gerar identificação gênero e/ou
idade.

• Onze lâminas são consideradas


universais (incluindo a branca),
• Murray percebeu uma diferença significativa nas
histórias contadas por pessoas bem e má sucedidas na
vida (com recursos adaptativos mais ou menos
desenvolvidos e adequados a sua fase
desenvolvimental).

• Diante de um mesmo estímulo, os primeiros narravam


histórias otimistas, com metas estruturadas e objetivos
mais consistentes, enquanto os segundos duvidavam
de seus objetivos ou nem sequer os apresentavam,
além de se mostrarem pessimistas nos desfechos
propostos para suas histórias.
 Por exemplo, ao mostrar a prancha 1 para pessoas
mal sucedidas, elas normalmente contavam uma
história com os seguintes elementos:
 “Essa é a história de um garoto que está muito
chateado, ele está se esforçando para aprender
violino, mas não consegue. É muito difícil para ele.
Ele já está irritado e vai falar com a mãe e o pai
dele que não quer mais ter aulas de violino. Ele está
se sentindo frustrado porque tenta e não consegue.
Está muito desanimado com essa coisa toda.”
• Já a história contada pelos sujeitos bem sucedidos é:

“Essa é a história de um menino que quer tocar violino. É


um desafio e tanto dominar um instrumento como esse,
mas ele está determinado, nem que seja nota à nota. Ele
já se imagina tocando para uma platéia que o escuta com
atenção e admiração, fazendo concertos pelo mundo
inteiro, recebendo muitos aplausos.
• Pensamento e Comportamento

• Ao comparar as histórias, Murray percebeu uma ligação


entre o mundo interior e o exterior do sujeito.

• Foi o primeiro a postular uma ligação direta e observável


entre pensamento e comportamento: aquilo que pesnamos
tende a ser concretizado, assim trazemos nosso mundo
interior diretamente para o exterior.

• Desta pesquisa, incluindo a análise do conteúdo, Murray


(1938) desenvolveu uma lista de necessidades psicológicas
que levavam a certos traços de personalidade, relevantes ao
estudo da motivação e personalidade.

• Cada uma dessas necessidades resulta em uma tendência


para se comportar de um modo característico:
Realização - Uma pessoa que age a partir desta necessidade se
esforça para realizar algo difícil, fazer algo pela primeira vez, se
destacar dos demais. Tal uma pessoa tende a ser um
empresário ou trabalhar por conta própria. Ele ou ela gosta de
ser medido por seus resultados.

Afiliação - Esta pessoa busca desenvolver relações íntimas com


outros. Para essa pessoa é importante ser um amigo leal ou
empregado. Ele ou ela prefere trabalhar em um grupo e gosta de
formar relações íntimas com colegas de trabalho e se identifica
com o trabalho do grupo.

Agressão - A tendência para atacar, ferir, ou punir os outros -


superar a oposição vigorosamente - caracteriza uma pessoa com
esta necessidade. Este indivíduo busca oportunidades para vencer
competições e fazer com que os rivais pareçam ruins.
Autonomia - Agir independentemente e se livrar de impedimentos
é a meta das pessoas com uma necessidade alta de autonomia. Eles
querem estar no controle dos seus trabalhos ou de suas áreas de
responsabilidade, e querem ter total responsabilidade pelos
resultados.

Domínio - Pessoas com uma necessidade elevada de domínio


tentam controlar os ambientes humanos. Tentam influenciar outros
para aceitar sua forma de pensamento, freqüentemente através de
métodos fortes. Eles se oferecerão ou tentarão liderar eventos
grupais. Tais pessoas podem tentar manipular outros em vantagem
própria.

Exibição - A meta deste tipo de pessoa é deixar uma impressão nos


demais - ser notado, excitar, entreter, ou extrair uma reação dos
outros. Uma pessoa com esta necessidade fortalecida vai se dedicar
à auto-promoção. Se for emocionalmente imatura, se tornará o
"bobo da corte" ou a “vida da festa. "

Nutrimento - São pessoas que se satisfazem cuidando, ajudando,


apoiando os demais, principalmente aqueles que se mostram
necessitados e prejudicados. Literalmente se satisfazem com o
papel de cuidadores e superprotegem aqueles que acolhem.
Ordem - Uma pessoa com necessidade de ordem gosta
de organizar coisas cuidadosamente; de ordená-las e
classificá-las; mantém a limpeza a harmonia e a precisão.
Tal pessoa pode gostar de colecionar coisas e de
trabalhos que envolvam alguma forma de computação.
Pessoas com elevada necessidade de ordem acabam por
comprometer sua criatividade.

Poder - Pessoas com uma necessidade elevada de poder


tentam controlar as pessoas e os recursos. Costumam
desejar fama e reconhecimento e podem enfocar sua
vidas em atingir uma alta posição no seu campo de
atuação específico. Podem evidenciar essa necessidade
pelas roupas que vestem, objetos que possuem, tudo
que possa contribuir para sua imagem de "pode" (poder
no sentido de capacidade, competência, normalmente
aliado à ambição material).
Referência: Murray, H.A. (1938) Explorations in
Personality. New York: Oxford University Press
Análise do TAT - Murray
COMO APLICAR (MANUAL TAT)

• Antes de começar a interpretar um conjunto de histórias, o psicólogo deve ter conhecimento


dos seguintes dados básicos: idade e sexo do sujeito; se seus pais estão vivos ou separados;
idade e sexo dos irmãos; a profissão e o estado civil do sujeito. Sem esses conhecimentos de
fácil acesso (que não é propósito de o TAT identificar), o examinador pode ter dificuldades
cm se orientar na leitura das histórias.

• Para trabalhar com o conteúdo das histórias, o método que recomendamos é o de analisar
cada evento sucessivo com relação (1) à força ou às forças provenientes do herói; e (2) à
força ou às forças provenientes do meio. A força daí originária é designada pressão.

• Anotar tempo de latência (TL) e tempo total.

• IMPORTANTE: Dividir a sessão em duas (dar um espaço de tempo mínimo de 24 horas).


Análise Formal - Deve-se observar a realização dos seguintes tópicos:

1. Execução da tarefa;
Quando a pessoa produz uma estória com facilidade é porque a temática não é geradora de ansiedade, ou seja, não está
vinculada às dificuldades emocionais do sujeito. Entretanto, quando falta um segmento, ou não se sabe o início da estória ou
o final, ocorre o contrário: o impasse diante do desenvolvimento da temática é sempre de ordem emocional, especialmente
se houve facilidade no desenvolvimento das demais pranchas.

Descrições objetivas do tema indicam que a pessoa está se defendendo, evitando se envolver com a temática proposta.

O aplicador sabe se o aplicando está organizando adequadamente os pensamentos segundo sua formação, pois a aplicação
do teste sempre ocorre após entrevistas, que conferem ao aplicador informações sobre a história de vida do indivíduo e
permitem a avaliação de sua inteligência divergente (criatividade) e convergente (lógica), da sua capacidade de produzir
insights, etc.

O completamento da tarefa exige que a estória contada apresente início, meio e fim. Quando isso acontece, conclui-se que
aquele estímulo não provoca ansiedade desorganizadora.
2 . Adequação da estória à prancha.

Deve haver uma coerência entre estória e lâmina. O avaliando deve ter
uma percepção objetiva, enxergar o que de fato se mostra. Quando
isso não acontece é porque ocorre uma distorção da realidade; a
prancha evoca o envolvimento com os conteúdos internos. Devemos
sempre lembrar que a percepção é uma propriedade subjetiva.

Quando reproduz uma estória compatível, temos uma percepção


objetiva. Quando não consegue, temos uma distorção da realidade.
Uma “falta” de visão para o lado de fora e um envolvimento intenso
nas questões internas.
3. Estilo da narrativa.

O estilo fala não apenas da maneira como cada um de nós aborda as


situações, mas fala também de alguns interesses: romântico, rebuscado,
irônico, poético, etc.

Podemos observar o tipo de discurso: direto, objetivo, organizado. O estilo


nos aponta a maneira como cada sujeito aborda às situações.

Há discursos complexos, rebuscados. A maneira como a pessoa aborda o


assunto está relacionado com a sua personalidade.

Os epiléticos usam muito fogo, explosão e muita fragmentação; os


esquizóides (pessoas mais fechadas) usam frases curtas...
• 4. Organização do pensamento.

• É preciso haver coerência entre os diferentes momentos da estória. Podem


ocorrer mecanismos de fuga. O desfecho incoerente tem a ver com os recursos
que o sujeito se utiliza para resolver seus conflitos.

• Um dos dados de saúde é ter flexibilidade, pensamento organizado. É preciso ter


uma coerência entre os diferentes momentos da estória.

• Quando o desfecho ou uma parte não tem coerência com o restante da estória,
quando o final não tem nada a ver com o conflito (a figura trouxe uma
determinada situação da qual ele foge porque não consegue resolver – usa um
mecanismo de fuga. Podemos estar próximos de tocar em uma “ferida” da pessoa).
5. Acréscimo ou omissão de elementos.

A omissão ou o acréscimo são sempre determinados de maneira


inconsciente e estão ligados a elementos ansiogênicos.
2. Análise de Conteúdo :

Sempre que contamos uma estória, ela apresenta um elemento central, a principal figura da trama –
O Herói. O herói não é necessariamente bom. O narrador costuma atribuir ao herói suas
características pessoais.

1. Identificação do herói.

a. De modo geral, o herói é um dos personagens que aparece na figura.

b. De modo geral, o herói é um dos personagens do mesmo sexo do narrador, da mesma idade, com
características similares.

No caso de existirem conteúdos ansiogênicos estimulados por um determinado tema, é comum o


analisando situar o herói fora da prancha. A estória normalmente se desenrola em locais estranhos.

A estória é sempre contada do ponto de vista do herói.

Uma vez identificado o herói , é preciso conhecer o que ele sente, como se percebe, e que necessidades
ele tem.
2. Sentimentos e estados emocionais. Qual o estado emocional do herói?

• Depois de identificado o herói, precisamos verificar o que ele sente, como se percebe, que
necessidades ele tem. Ou seja, as necessidades e pressões que se manifestam na conduta do herói
(vide lista das necessidades e pressões de Murray).

• Ex: o menino que quer ser maestro = necessidade de autorrealização.

• Toda vez que o herói estiver mais próximo do sujeito, fica mais fácil reconhecer o material. Se o herói
for um objeto (violino) é sinal que a temática é muito significativa a ponto de não conseguir trazer os
conteúdos.
3. Nível de conduta do Herói (necessidades que se manifestam na conduta do
herói).

• Fantasia: o herói se imagina, deseja ou fantasia condutas;

• Pré-motor: o herói planeja programas de ação, porém os rejeita ou abandona antes da execução;

• Conduta inibida: o herói se propõe uma conduta, porém se abstém.

• Motor: o herói executa seus planos e suas reações para os outros que se acham em um nível
manifesto.
4.Pressão Ambiental - Normalmente o herói está interagindo com outros elementos da
cena. Esta ação do meio sobre o herói é conhecida como pressão ambiental.

• O ambiente favorece ou atrapalha o desenvolvimento do herói ?

• Este dado pode ser inferido das ações e emoções dos demais personagens da história.

• O herói normalmente não está sozinho, está em interação com o meio social. Os outros
elementos da cena exercem algum tipo de ação sobre o herói. Essa ação do meio sobre
ele é chamada de “pressão ambiental”.

• É comum que se estabeleça um conflito entre o herói e o meio. Temos que identificar a
maneira que o herói consegue resolver o conflito.
• Convém anotar:
• se as influências do meio são favoráveis ou desfavoráveis para o herói;
• provém-se de personagens do mesmo sexo ou de sexo diferente;
• figuras maternas ou paternas, etc.

• O comportamento do herói frente às pressões do meio, a sua atuação é que vai


determinar o desfecho da estória.
5. Desfecho da estória - É muito comum que entre o herói e o meio se estabeleça um conflito.

É preciso identificar como o herói se propõe a resolver o conflito; o


comportamento do herói frente ao conflito, frente às pressões ambientais. A sua
forma de proceder que determina o desfecho da estória.

O herói forte é aquele que através de sua ação faz com que a estória tenha um final
feliz, o que indica pessoas bem organizadas. O final é feliz quando as
necessidades do narrador são atendidas.

Os finais infelizes correspondem à fragilidade inerente ao estado emocional do


narrador. O final infeliz é aquele em que o herói não realiza o seu intento.

Podem ocorrer soluções mágicas, soluções de compromisso (condicionais), a


felicidade fica condicionada a abrir mão de outra necessidade.
Exercício com a prancha 3 – estória de uma adolescente:

“Era uma vez uma mulher desesperada. Durante muito tempo ele pensou em viver sozinha,
cuidando da própria vida. Entretanto, agora que saiu de casa e viu que o mundo não era tão
bom quanto esperava, voltou arrasada. Já não sabe o que fazer: se enfrenta a vida sozinha ou
se volta para casa e continua a viver com a fiscalização dos pais.”

Análise formal:

. Realização da tarefa – checa se houve descrição, alegoria ou narrativa. Verifica se a estória foi
completa – início, meio e fim. Houve realização da tarefa, de forma adequada, com início,
meio e sem fim.
. Estilo da narrativa – claro e objetivo. Pensamento organizado.
. Adequação do tema – diferentes ideias encadeadas em etapas compatíveis à narrativa adequada.
. Inclusão/exclusão de objetos – houve inclusão dos pais como objetos maus.
Análise de conteúdo:

. Herói – mulher desesperada


. Sentimentos e estados emocionais do herói – desesperada,
arrasada, sozinha, fiscalizada, indecisa.
. Necessidades do herói – independência e autonomia, proteção,
amparo, segurança.
. Pressão ambiental – hostilidade, agressividade exercida pelo
mundo. Dominação agressiva exercida pelos pais.
. Desfecho da estória – preservação do conflito.
. Atitude do herói para provocar o desfecho – impotência. Age
(volta) à passividade.
. Tema – Conflito entre autonomia e dependência.
2a Estória: Prancha 5 (de uso masculino e feminino): “Ela estava
sozinha no seu canto quando esta mulher abriu a porta para ver o
que ela fazia. Ela não gosta de ser interrompida quando está só,
refletindo sobre si mesma. Mas essa mulher a todo momento vem
atrás e a interrompe. Ela já falou com a mãe, mas de nada adiantou.
A empregada continua a vigiá-la. Só vai ter um jeito: ir embora.”

Análise Formal:
. Realização da tarefa: história completa.
. Estilo: pensamento organizado, claro e objetivo.
. Adequação do tema: adequado, sentimentos persecutórios.
. Inclusão/ exclusão de objetos: “ela”, e a mãe.
Análise de conteúdo:

. Herói: “Ela”.
. Sentimentos e estados emocionais: invasão, perseguição, abandono.
. Necessidades: reflexão, isolamento, privacidade, proteção. Necessidade de se isolar e se preservar.
. Pressões ambientais: fiscalização invasora, pressão agressiva.
. Desfecho: isolamento – ir embora. É um desfecho negativo porque envolve a desistência.
. Atitude para o desfecho: fuga.
. Catexia: Mãe – catexia ambivalente. Empregada – catexia negativa. Pode estar ocorrendo o deslocamento
da catexia negativa da figura da mãe para a da empregada.
. Tema: Conflito em vivenciar relações invasoras.

Para se minimizar as projeções pessoais, do analisador, procura-se ater a fala do analisando.

Catexia (significado): concentração de todas as energias mentais sobre uma representação bem
precisa, um conteúdo de memória, uma sequência de pensamentos ou encadeamento de atos;
catexe
• Após a análise das estórias, partimos para a 3a etapa: a interpretação dos resultados.

• Com certeza haverá algumas estórias tratando do mesmo tema. O TAT fala de relacionamentos – do sujeito com ele mesmo, com as
figuras parentais ou substitutos, com o grupo de iguais, com o grupo hetero-afetivo-sexual.

• Inicialmente são reunidas as estórias que tratam do mesmo tema. Elas serão interpretadas juntas.

• O herói e tudo aquilo que se refere ao herói serão reportados ao narrador – o que está falando sobre si mesmo. Por exemplo: se essas
duas estórias fossem do mesmo narrador, poderia se concluir que este herói está abatido, frustrado. Quanto mais diferenciado for o
herói da estória do narrador, mais significativo é o conteúdo, pois há a revelação de conteúdos reprimidos.

• As pressões ambientais representam o meio do narrador.

• Sempre devemos nos lembrar que a narrativa é a forma com que o narrador significa. O que caracteriza a saúde ou o transtorno não é a
presença de conflitos, mas os recursos mobilizados para solucioná-los. Para o ego mediar a solução dos conflitos é necessário que o
narrador participe de modo ativo e coordenado com a solução e o desfecho. Quando isso ocorre diz-se que o ego do narrador está bem
estruturado.
Quando o ego delega a terceiros a resolução das questões, percebe-se
que este ego não dispõe de recursos para fazer a mediação.
Quando o herói é destruído ou morre, o meio é agressivo. Nesse caso há
um grande componente destrutivo, desintegrativo.

Quando a tarefa é realizada temos um indicativo de que essa pessoa


consegue se organizar mesmo quando submetida a pressões. É uma
pessoa inteligente, bem coordenada.

A adequação ao tema nos indica a ligação com a realidade.


A inclusão e/ou exclusão de objetos é importante porque só os objetos
importantes a sua dinâmica pessoal são inseridos ou eliminados.
Exercício de interpretação do TAT – Adolescente do sexo masculino.

Prancha 1 : Ele tá pensando para que serve o violino. Ele achou numa lata de
lixo na rua. Ele tava jogando futebol e a bola caiu ali dentro. E ele viu isso. Ele
trouxe para a casa dele para ver para que servia. Ele não sabe tocar, mas vai Ter
um dia que ele vai aprender isso.

Prancha 3 : É um garoto que tava chorando porque os meninos da escola


implicaram com ele. Aí ele ficou triste e escondeu isso da mãe dele e começou a
chorar em cima do sofá. Ele vai avisar para a mãe dele e a mãe dele vai falar com
os professores e os garotos que fizerem isso com ele vão pedir desculpas.

Prancha 6 : Ele tava com a mãe dele no apartamento e ele tava pedindo desculpas
por Ter sumido por anos e ela fingia que nem escutava. No final a mãe dele
mandou ele sair daquele apartamento. Ela não tinha dinheiro para sustentar e
ele foi embora. Ela não o perdoou.
A. Análise Formal Prancha 1 Prancha 3 Prancha 6
1. Realização da Sim Sim Sim
Tarefa
Clara, simples, Clara, simples, Clara, simples,
2. Narrativa conclusiva, conclusiva, conclusiva,
pensamentos pensamentos pensamentos
organizados organizados organizados
3. Adequação do Tema trabalhado com Tema trabalhado com Tema trabalhado com
Tema adequação adequação adequação
4. Inclusão/Exclusão Bola, lata de lixo Meninos da escola, -
de objetos mãe, professores
B. Análise de
Conteúdo
1. Herói “Ele” “um garoto” “Ele”
Tristeza, rejeição, Despreza,
2. Sentimentos e Reflexivo, curioso, dependência da mãe, desamparo, culpa,
Estados Emocionais confiante, esperança de que ela abandono,
esperançoso resolva seus impotência.
problemas, incapaz
de confrontação
Proteção, amparo
Domínio, reconhecimento, Acolhimento, perdão,
3. Necessidades experimentação necessidade de redenção, ser ouvido,
mediação e independência.
interferência
4. Pressão ambiental - Implicância, medo da Desprezo e
mãe intransigência da
mãe.
Adequado. Final Final Feliz (-):
5. Desfecho da Feliz (+): Empenho dependência da Final Infeliz:
História atitude de terceiros abandono
(mãe)
Negativa/ exposição à
6. Atitude do Herói Positiva/empenho Negativa/dependênci humilhação e à
a confirmação do
desamparo
Violino – catexia Mãe : positiva Mãe: positiva
7. Catexias positiva Professor: Dinheiro: negativa
ambivalente
Meninos: negativa
8. Tema Domínio Dependência Humilhação
TAT – TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA
• Autor: MURRAY A. HENRY ( 1943 – 1ª. Ed. Em inglês)
• Material: aplicado em duas vezes. Cada uma 10 imagens
diferentes. Dezenove quadros e um em branco.
• Descrição das pranchas: apenas números sem restrições
R – rapazes – meninos;
M – meninas;
H – homens acima de quatorze anos;
F – mulheres acima de quatorze anos;
RH – meninos e homens em geral ;
MF – meninas e mulheres;
1-
2
3 - RH
3 - MF
4
5
6 RH
6 - MF
7 - RH
7 - MF
8 - MF
8 - RH
9 - RH
9 - MF
10
11
12 - F
12 - H
12 - RM
13 - R
13 - HF
13 - M
14
15
16 – PRANCHA EM BRANCO
17 - RH
17 - MF
18 - RH
18 - MF
19
20

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