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TÉCNICAS PROJETIVAS E EXPRESSIVAS DE AVALIAÇÃO

a) Atitude: aceitação ou rejeição (a recusa em desenhar pode expressar uma autocrítica


profunda);
b) Capacidade crítica e rasuras = conflito;
c) Comentários espontâneos: insegurança, tentativa de estruturar a situação; comentário
excessivo = preocupação (observar qual parte do desenho se refere);
d) Tempo: rapidez incomum = se livrar de uma tarefa desagradável; tempo excessivo =
relutância ou conflito;
e) Pausa: atentar se para a duração das pausas e a figura ou partes dela que estiver
sendo desenhada já que essa pode representar a origem de um conflito;
f) Latência inicial (intervalo de tempo entre o final das instruções e início do desenho):
maior de 30 segundos = conflito / psicopatia.
• A folha de papel é considerada com ambiente delimitado pelas bordas, que significa o
ambiente psicossocial.

• A maneira como maneja a folha terá significado próprio. Isto é, se ele foca virando a
folha e não sabe como começar, significa que não está bem posicionado com o meio
ambiente.

• Em geral, as crianças fazem todos os desenhos na horizontal e os adultos fazem a casa


na horizontal e os demais na vertical.

• A execução do desenho, de modo geral, representa o mundo exterior e, os desenhos,


seriam a forma pela qual nos expressamos no mundo.
Uso da margem da folha (desenhos cogente às margens)

• Está relacionado ao uso desviante de qualquer uma das margens, representando a


amputação de parte do desenho devido a relutância em desenhar, devido a
associações desagradáveis, ou medo de ações independentes e necessidade de apoio.

• Desenho cortado na base da página: repressão (para manter a integridade da


personalidade), forte potencial para ações explosivas.
• Desenho cortado na margem esquerda: fixação no passado e medo do futuro.
• Desenho cortado na margem direita: desejo de escapar para o futuro.
• Uso da margem superior: fixação no pensamento e na fantasia como fonte de
satisfação.
• Uso da margem inferior: depressão e tendência a comportar se de maneira a
concreta e desprovida de imaginação.
• Os detalhes em geral são divididos em essenciais, não essenciais, irrelevantes e
bizarros. Dentre os aspectos dos detalhes é importante se atentar para a dimensão,
sombreamento, sequência, ênfase e qualidade da linha. Os detalhes podem ser
considerados como um índice de reconhecimento, de interesse e de reação aos
elementos da vida diária.

• Detalhes Essenciais: mesmo a ausência de apenas um detalhe essencial deve ser vista
como séria. Quanto mais detalhes essenciais estiverem faltando e mais desenhos
estiverem envolvidos, maiores são as implicações patológicas.

• Na casa espera se uma parede, telhado, porta, janela.


• Na árvore espera se o tronco e um galho.
• Na pessoa, a cabeça, tronco, braços, pernas, traços faciais.
• Uso mínimo (ou abaixo da média): particularmente na casa e árvore retraimento e/ou
conflito na área representada ou simbolizada pelo detalhe/desenho associado. Comum
em indivíduos com lesão cerebral, indivíduos retraídos ou deprimidos.

• Uso excessivo: preocupação exagerada com o que pode ser representado ou simbolizado
pelo detalhe em questão.

• Detalhes Não Essenciais: na casa seria cortina, calhas, venezianas; na árvore poderia ser
casca, folhas soltas, frutas; na pessoa poderia ser detalhes da roupa.

• Uso limitado: bom contato com a realidade e uma interação sensível, provavelmente
bem equilibrada com o ambiente.

• Uso excessivo: preocupação exagerada com o ambiente ou com a área simbolizada ou


representada pelos detalhes usados ou por suas associações. Os obsessivo compulsivos
tendem a desenhar um maior número de detalhes deste tipo.
Detalhes irrelevantes

• Usados de forma limitada: insegurança básica moderada ou uma necessidade de


estruturação da situação de maneira mais segura. Arbustos desenhados próximo à
casa; pássaros em árvore ou no céu; animal de estimação com a pessoa.

• Usados excessivamente: ansiedade “flutuante livre” existente ou potencial na área


simbolizada pelo detalhe. Pode indicar forte necessidade de afastamento,
especialmente se tendem a suplantar o tema principal do desenho.

• Nuvens , por exemplo, representam uma ansiedade generalizada em relação ao


objeto desenhado.
Detalhes irrelevantes

• Pessoas em estado maníaco: geralmente desenham grande número de detalhes


irrelevantes e, frequentemente, incluem palavras, comentários e títulos. Quanto
melhor esses detalhes estiverem organizados e quanto mais próximos estiverem do
objeto do desenho, maior a probabilidade de que a ansiedade esteja bem canalizada
e bem controlada. Quanto mais exagerar o objeto do desenho, maior a indicação de
potencial para patologia.

• Sol: parece representar a figura de maior autoridade ou de maior “valência”


emocional dentro do ambiente do individuo, especialmente quando o sol for muito
grande.
• Detalhes bizarros: contato com a realidade gravemente comprometido e indícios de
psicopatologia. Exemplos: pernas sustentando uma casa ou traços faciais desenhados
no sol.

Sombreamento do detalhe

• Saudáveis: produzidos de forma rápida, leve e com poucos rabiscos casuais, envolvem
abstração e certa quantidade de sensibilidade ao ambiente. O individuo não volta a
sombrear ou a reforçar.

• Patologia: sombreado produzido lentamente com atenção e força excessivas ou sem


respeitar os contornos; indicam ansiedade e conflito.
• Sequência do detalhe: qualquer desvio em relação à sequência do desenho indica
patologia potencial. Espera se na casa que se inicie com o telhado ou com a linha de
solo, somente depois a parede, porta e janela. Na árvore seria o tronco, galho e copa
ou copa, galhos e tronco. Na pessoa, espera se que inicie com a cabeça e detalhes
faciais.

• Desvios: ordem de apresentação pouco comum, retorno compulsivo para algo que foi
previamente desenhado, apagar e redesenhar algo previamente desenhado ou
repetição de um detalhe.

• Regra: não se retorna aos detalhes que já foram completados. Se vários detalhes
parecidos forem desenhados como uma série de janelas eles serão finalizados antes
que outro tipo de detalhe seja introduzidos.
• Ênfase no detalhe: ansiedade ou conflito relacionados ao detalhe em questão, que
muitas vezes a pessoa expressa por meio de comentários ou por meio de omissões no
desenho.

• Comentários ou expressões emocionais claras, sequencias pouco comuns em volta


daquele detalhe, excesso de rasuras, lentidão ao desenhar o detalhe, combinações
bizarras e por lesões desenhadas (cicatrizes por exemplo).

• Omissão ou não completamento de um detalhe ou a recusa em comentar sobre ele


também pode ser interpretadas como ênfase naquele detalhe.
Desenho da casa
• Estimula uma mistura de associações conscientes e inconscientes referentes ao lar e
às relações interpessoais íntimas. Em crianças parece salientar o ajustamento aos
irmãos e aos pais, especialmente a mãe. Em adultos indica o ajustamento às situações
domésticas em geral e, mais especificamente ao cônjuge e aos filhos (se tiver)

• Dá uma indicação da capacidade do individuo para agir sob estresse e tensões nos
relacionamentos humanos íntimos e familiares e para analisar criticamente
problemas criados pela situação do lar. Evidencia a acessibilidade, nível de contato
com a realidade e grau de rigidez da pessoa no contexto da família.

• Vida familiar e doméstica como o sujeito se sente em seu meio.


• O desenho da casa dá uma indicação da capacidade do indivíduo para agir sobre
estresse e tensões nos relacionamentos humanos íntimos e para analisar criticamente
problemas criados pela situação no lar. As áreas de interpretação no desenho da casa
geralmente referem se à acessibilidade, nível de contato com a realidade e grau de
rigidez do indivíduo.

• Provoca associações referentes à vida doméstica no passado, presente ou como


gostaria que fosse no futuro ou, ainda, uma combinação desses estágios. A CASA
também pode simbolizar um autorretrato, fornecendo ao examinador ricas
informações sobre as relações do sujeito com a realidade e a fantasia, sobre os
contatos que faz com o meio e também sobre a maturidade e o ajustamento
psicossexual.
• Quando solicitadas a desenhar uma CASA, as crianças invariavelmente desenharão o
exterior. Se a casa é percebida como um lar, com todas as suas conotações de calor,
proteção, segurança e amor, poderão vitalizá-la com as pessoas significativas em suas
vidas, flores, árvores ou sol.

• Nos adultos, quando casados, o desenho da CASA também reflete a situação


doméstica em relação ao cônjuge.

• Simbolicamente a CASA pode, também, representar a imagem corporal. Pessoas com


problemas em áreas fálicas (preocupação a respeito de questões sexuais com
necessidade de demonstrar virilidade) frequentemente projetarão tais problemas
desenhando uma chaminé bem grande.
• Na interpretação do desenho da CASA, são considerados seus elementos essenciais o
telhado, as paredes, portas e janelas; e acessórios (chaminé, linha de solo,
perspectiva etc.). A ausência de qualquer dos elementos essenciais suscita a hipótese
de transtorno mais severo, exceto em crianças pequenas, devido a seu processo
cognitivo evolutivo.

• Quanto mais lógica e estruturada a representação da CASA, mais adequadas são as


condições de funcionamento do ego. Quanto mais aparecerem indícios ilógicos, mais
probabilidade de problemas psicopatológicos.

• As paredes estão relacionadas com a força do ego;

• O teto ou telhado se relaciona com a medida em que a fantasia distorce ou invade o


funcionamento mental;
• Portas e janelas representam canais de comunicação ou vias de acesso ao mundo
externo;

• Apesar de alguns manuais considerarem a chaminé como símbolo fálico, sua presença
está mais relacionada com questões socioculturais. Para alguns estudiosos é símbolo
de calor psicológico e esta hipótese deve ser confrontada com o tipo de fumaça que
venha a apresentar.

• A linha de solo dá indícios sobre o contato com a realidade, principalmente no que se


refere à qualidade e à firmeza do traço.
• Os caminhos devem ser examinados com cuidado. Em princípio, significam vias de
acesso e de comunicação, mas também podem ser usados como barreiras ou meios
de proteção, dificultando as interações.

• Os demais acessórios como cercas, arbustos, flores etc., sempre devem ser
considerados em termos de sua finalidade de facilitar o intercâmbio com o mundo
externo ou, pelo contrário, de estabelecer meios de defesa ou de proteção.

• Também devemos analisar a perspectiva da CASA, ou seja, se ela foi desenhada como
se fosse vista de cima, de baixo, distante do observador, de perfil absoluto (de lado)
ou vista por trás.
Detalhes não essenciais

• Venezianas, sombreamento e cortinas que não estiverem completamente fechadas:


interação com o ambiente conscientemente controlada, acompanhada por alguma
ansiedade. Se os três forem usados, indícios de uma pessoa muito defensiva.

• Se algumas janelas forem mostradas com sombras, cortinas ou vidraças e outras não,
procure investigar no inquérito qual o cômodo tipo e quem ocupa. As respostas
podem explicar o desvio.

• Muitas janelas sombreadas ou com cortinas: preocupação excessiva relativa à


interação com o ambiente.
Detalhes não essenciais

• Materiais no telhado: Desde contorno meticuloso de cada telha até rabiscos


dispersos sugerindo a presença do material.

• Materiais não compulsivamente desenhados: consciência moderada de


diferenciação da superfície e boa capacidade para interação equilibrada com o
ambiente.

• Detalhes meticulosos: tendências obsessivo compulsiva.

• Canos (para escoamento da água no telhado e calhas): atitude defensiva, e


normalmente suspeita, com esforço concomitante para canalizar estímulos
desagradáveis.
Detalhes irrelevantes

• Arbustos e caminhos: comuns para a casa.

• Arbustos desenhados perto da casa: necessidade de erguer barreiras defensivas ou


de estabelecer contato com os outros de maneira mais formal.

• Arbustos também podem representar pessoas próximas.


Detalhes irrelevantes

• Árvores: muitas vezes representam pessoas que possuem fortes valências


positivas/negativas para a pessoa.

• Uma árvore desenhada próximo à casa pode representar o indivíduo que rejeita os
pais e prefere ficar do lado de fora ou está necessitando de sua afeição/atenção.

• Perto da casa e na proximidade imediata dos arbustos (mais tarde identificados como
irmãos) pode expressar necessidade de aceitação por parte de seus irmãos/irmãs.
Detalhes irrelevantes

• Caminho: facilmente desenhado e bem proporcional, sugere uma pessoa que exerce
controle tato no seu contato com os outros. Por outro lado, um longo caminho indica
acessibilidade diminuída.

• Degraus , às vezes conduzindo a uma parede vazia: forte ambivalência em fazer


contato com pessoas muito próximas.

• Nuvens: ansiedade.

• Montanhas: atitude defensiva e necessidade de dependência.


Detalhes irrelevantes

• Chuva e neve: forte necessidade em expressar sentimentos de estar sendo submetido


a pressões ambientais fortes e opressivas.
• Casa como um todo adequado e substancial, na altura do observador — harmonia
nas relações familiares e adequação na imagem corporal.

• Casa desenhada como se fosse vista de cima — rejeição e distanciamento da


situação familiar e dos valores pertinentes, com sentimento compensatório de
superioridade (o sentimento de superioridade em relação ao ambiente familiar pode
tratar-se de uma atitude defensiva).

• Casa desenhada como se fosse vista de baixo — sensação de rejeição, perda de valor,
baixa autoestima e inferioridade na situação doméstica; a felicidade na situação
familiar é considerada como algo dificilmente atingível (comum em pacientes com
desajustamento familiar e deprimidos).
• Casa de longe como se estivesse distante do observador — isolamento afetivo,
retraimento, inacessibilidade, sensação de que as boas relações com os familiares são
inatingíveis ou incapacidade para enfrentar a situação doméstica (comum em
pacientes com dificuldades para lidar, com as situações referentes à família e
deprimidos).

• Desenho em que a porta ou a entrada não são visíveis — retraimento, isolamento,


inibição, dificuldade nos contatos sociais, tendência à fuga e oposição ou máscara
social (comum em pacientes com Transtorno de Personalidade Paranóide e sugere
também Fobia Social).
• Casa desenhada como vista pelos fundos ou por trás: retraimento, isolamento e
dificuldade nos contatos sociais, porém com sentido mais patológico (comum em
Esquizofrênicos, Transtorno de Personalidade Paranóide e sugere também Fobia
Social).

• Desenhos de fachada (isto é, só uma parede é mostrada e não oferece sugestão de


profundidade): tendência a usar uma máscara social (comum em pacientes com
comportamento rígido que escondem sentimentos de inadequação e insegurança).

• Casa desenhada de modo que uma das margens laterais do papel sirva como
parede: insegurança extrema (sugere Transtorno do Pânico).

• Uso da margem inferior da página como base ou linha do solo: sentimento de


inadequação e insegurança (comum em alguns casos de depressão).
• Tipos de Casa: Ao analisar a Casa como um todo, observa-se que, além de o sujeito
mostrar como se relaciona com o meio, pode por meio do desenho expor todos os
seus sonhos e fantasias de realização, assim como a precariedade de sua vida.

• Choupana — desejo de isolamento, de descansar em paz, de romper com o mundo


e/ou sentimento de perda amorosa, econômica ou social. Forma imatura de reagir
aos estímulos ambientais (sugere Transtorno Depressivo, Transtorno de Personalidade
de Esquiva e/ou Transtorno de Personalidade Esquizoide).

• Igreja- culpa sensação de não ser bom o bastante, pensamentos ruins ou sublimação
dos impulsos sexuais.

• Hospital — medo ou fixação de doença (comum em Hipocondríacos).


• Escola — dificuldades intelectuais, medo de não ser bom o bastante, problemas ou
fixação na escola ou ambição e supervalorização intelectual (sugere Transtorno de
Aprendizagem).

• Prisão — culpa necessidade de liberdade e conflitos (comum em pessoas que se


veem aprisionadas em uma situação doméstica).

• Casa de aparência irreal, como em contos de fada — dificuldade para encarar a


realidade com imersão na fantasia (sugere Transtorno de Personalidade
Esquizotípica).

• Castelos — imersão na fantasia e/ou sentimentos de inferioridade.


• Prédios — sensação de falta de espaço, prisão, necessidade de liberdade ou
acolhimento ou sensação de fazer parte de um todo.

• Casa de dois andares com apartamentos — cerceamento, aprisionamento ou desejo


de contato sexual (comum em Deprimidos).

• Casa de dois andares ou mansão — aspirações, vontade de ser reconhecido, notado


e necessidade de status social ou fortes sentimentos de inferioridade (sugere
Transtorno de Personalidade Narcisista).
• Chão: O chão simboliza o contato com a realidade. O solo pode ser firme, claro ou
tênue, adquirindo aspecto importante para o diagnóstico. Pacientes mais
comprometidos emocionalmente invariavelmente apresentam dificuldade em
desenhar a CASA com um contato firme com a realidade, geralmente não traçam a
linha representativa, fazendo com que o desenho flutue no ar, sem tocar qualquer
ponto.

• Linha firme e clara — bom contato com a realidade objetiva.


• Linha de base como o primeiro detalhe a ser desenhado, com ênfase por
reforçamento ou negrito —insegurança e necessidade de amarrar o desenho em
alguma coisa substancial na página (comum em Deprimidos).
• Linha do solo distante do desenho ou desenho que flutua no ar sem tocar em
qualquer ponto — suspeita de rompimento com a realidade objetiva e refúgio na
fantasia (sugere Transtorno de Personalidade Esquizotípica).
• Chão tipo arco, com a maior elevação no centro da página — suspeita de
sentimentos de dependência (sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
• Linha representada pela borda do papel — é comum em crianças, mas em adultos
sugere insegurança, ansiedade e fixação na infância.
• Paredes: As paredes simbolizam a capacidade de autossustentação, integração e
controle dos impulsos. Representam por hipótese o ego do sujeito indicando sua
força, fraqueza ou deterioração.

• O material das paredes é menos frequentemente desenhado em relação a outras


partes do desenho.

• Paredes com traços firmes e adequados — personalidade estável, bom ajustamento


e controle do ego.
• Paredes menores que o teto ou corpo da casa pequeno e teto grande — tendência a
buscar satisfação na fantasia e na atividade imaginativa.
• Paredes maiores que o teto ou corpo da casa grande e teto pequeno — menor
valorização da fantasia, tendência à objetividade, maior controle racional sobre a vida
instintiva, com comportamento mais prático e voltado para a realidade concreta.
• Paredes desconjuntadas ou que estão desabando — franca desintegração do ego
(comum em pacientes que estão empregando um esforço consciente, hipervigilante,
constante e intenso para manter o ego intacto).
• Reforço nos contornos da parede — esforço e vigilância para manter a integridade do
ego e aumento das defesas.
• Paredes frágeis, com traço fraco, tênue e/ou inadequado — sentimento de colapso,
de fraco controle do ego, de ruptura emocional iminente sem o emprego de defesas
compensatórias a sentimentos de inadequação, insegurança e necessidade de apoio
(comum em pacientes mais adaptados à própria patologia, que aceitaram derrota
como inevitável e pararam de lutar, ao contrário dos que reforçam as linhas da
parede, estes apresentam uma atitude mais passiva de submissão às forças
desintegradoras que os ameaçam e sugere Transtorno Depressivo).
• Paredes com apoios ou tijolos aparentes — desgaste emocional, ameaça de
destruição, com sofrimento do ego e sensação de desintegração (sugere Transtorno
stress Pós -Traumático).
• Paredes transparentes, permitindo a visão de objetos no interior da casa — no
adulto sugere violação das regras da realidade, imaturidade e diminuição da
percepção da realidade (comum em Transtorno de Aprendizagem e em
Esquizofrênicos). Em crianças pequenas, apenas indicam a sua imaturidade em
termos de capacidade conceitual, permitindo-se uma grande liberalidade quanto à
representação da realidade.
• Calhas para escoamento de água — atitude defensiva e de suspeita, com um esforço
concomitante de canalizar estímulos desagradáveis.
• Porta: A porta indica o local de passagem entre dois estados, entre dois mundos,
entre o conhecido e o desconhecido, entre o interior e o exterior e simboliza o
contato, o relacionamento a interação com o meio ambiente. Obs.: Após o desenho
da casa é interessante perguntar ao examinando se a porta está fechada ou aberta;
crianças muitas vezes desenham a porta fechada, mas a imaginam aberta.

• Porta aberta e um caminho à vista — pessoa equilibrada ou que procura novos


caminhos.
• Porta muito pequena em relação às janelas e à casa em geral — relutância em
estabelecer contato com o ambiente, afastamento das trocas interpessoais, timidez e
receio nas relações com os outros (sugere Transtorno de Personalidade de Esquiva
e/ou Transtorno de Personalidade Esquizoide).
• Porta excessivamente grande — excessiva dependência em relação ao meio ou às
pessoas em geral e necessidade de interação; quanto maior a porta, maior a
dependência do meio externo (sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
• Porta fechada — autodefesa e/ou defesa para com o mundo.
• Porta fechada com fechaduras, dobradiças ou olho mágico — medo hiper defensivo
do perigo externo, de contato, sensibilidade e defesa ou problema sexual e/ou desejo
de contato sexual (comum em Transtorno de Personalidade Paranoide e sugere
também Transtorno do Pânico).
• Ênfase na maçaneta — preocupação com o contato (função da porta).
• Porta aberta — necessidade interna de receber calor emocional do exterior e de
expressar acessibilidade (quando existem pessoas morando na casa). Quando a casa é
vazia (não existe ninguém morando), a porta aberta indica sentimento de extrema
vulnerabilidade, carência afetiva, necessidade de reforço emocional de fora e falta de
adequação das defesas do ego (sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
• Porta entreaberta — equilíbrio e/ou necessidade de contato.
• Porta bem acima da linha que representa o chão da casa, sem que apareçam
degraus — isolamento do meio e tentativa de se conservar inacessível nas relações
interpessoais; os contatos são unicamente segundo as próprias conveniências (sugere
Transtorno de Personalidade Esquizoide).
• Porta acima do solo e com degraus — tentativa de se manter inacessível, comum em
pessoas que só estabelecem contatos com os outros nos seus próprios termos.
• Janela: É o meio secundário de interação com o ambiente. Representa uma maneira
de comunicação menos direta e menos imediata com o mesmo. Enquanto abertura
para o ar e para a luz, a janela simboliza a receptividade.

• Janela no lugar normal, simples, aberta e sem ênfase — equilíbrio e calma no


contato social.
• Janela com florzinhas — otimismo, interesse pela aparência, preocupação com o
exterior, vaidade (sugere Transtorno de Personalidade Narcisista).
• Pessoa na janela — família bem equilibrada, harmonia e em alguns casos ansiedade.
• Janelas nuas, sem cortinas ou persianas— tendência a relacionamentos e contatos
sociais diretos, falta de tato ou oposição.
• Reforço no contorno das janelas (quando não aparece em outras partes do
desenho)—fixações orais, gula ou tendência ao tabagismo.
• Janela com grades, vidraças fechadas e/ou fechadas com trinco — medo defensivo
do perigo externo, desejo de proteção e/ou defesa contra os impulsos ou estímulos
externos, isolamento, barreiras nos contatos sociais, insegurança ou sentimento de
estar cercado (a), sensação de o lar ser uma prisão em vez de algo confortável
(comum em Transtorno de Personalidade Paranoide),
• Janelas decoradas com persianas ou cortinas — atitudes de interação controlada
com o meio, certa ansiedade nas relações interpessoais e ou dissimulação. Pode
também mostrar a visão da vida por meio das cortinas ou exibicionismo e narcisismo
(comum em pessoas com Transtorno de Somatização).
• Janelas fechadas com persianas ou cortinas — retraimento, cautela nas trocas
interpessoais e relutância em interagir com os outros (sugere Transtorno de
Personalidade de Esquiva).
• Cortinas ou persianas nas janelas abertas ou parcialmente abertas — interação
controlada com o ambiente ou a certa ansiedade nas relações interpessoais.
• Várias janelas sem persianas ou cortinas — tendência a se comportar de forma
abrupta e às vezes direta, sem necessidade de mascarar sentimentos.
• Várias janelas com persianas ou cortinas — preocupação a respeito da interação com
o ambiente.
• Distorção no tamanho das janelas — quando a janela da sala é maior que a do
banheiro, é normal; caso contrário, dá indícios de um possível treinamento severo nos
hábitos de higiene ou sentimentos de culpa por masturbação excessiva (comum em
Transtorno de Personalidade Obsessivo Compulsivo).
• Janelas da frente em altura diferente das janelas do lado — sugerindo que a altura
do chão não é a mesma - dificuldade de organização (comum em formas precoces de
Esquizofrenia).
• Janelas centrais maiores que as outras- desejo de contato
• Janela junto ao teto ou telhado- tendência a viver mais no mundo da fantasia do que
no da realidade ou necessidade de fuga (comum em pessoas com transtorno de
somatização e em adultos com dificuldade inter-relação ou de contato sexual).
• Janela no telhado ( sótão) – dificuldade de contorno direto, contato vivido mais na
base da fantasia e na imaginação,riqueza de vivencia interior e tato por meio de um
meio mais intelectualizado (sugere Transtorno de Personalidade Esquizoide).
• Janela junto ao canto da parede — necessidade de apoio, medo de ações
independentes e falta de autoconfiança (sugere Transtorno de Personalidade
Dependente).
• Janela fechada e porta aberta — dificuldade de se mostrar no contato interpessoal,
conflitos e medo de rejeição (sugere Fobia Social).
• Janela fechada e porta fechada — isolamento emocional e afastamento do contato
interpessoal (sugere Transtorno de Personalidade Esquizoide).
• Janela aberta e porta fechada ou pequena — timidez ou receio no contato afetivo e
interação mais controlada com os outros.
• Janela aberta e porta aberta — extroversão, necessidade de contato afetivo (sugere
Transtorno de Personalidade Dependente).
• Telhado: Simboliza a área ocupada pela fantasia e pensamentos, os impulsos e as
tentativas de controle. Os extremos no tamanho do telhado tendem a refletir o grau
em que o sujeito devota seu tempo à fantasia e em que medida ele se volta para esta
área a fim de obter satisfação.

• Telhado de tamanho adequado — equilíbrio entre a fantasia e a realidade, interação


equilibrada com o ambiente.
• Telhado exageradamente grande e o resto da casa pequeno — grande imersão com
ênfase exagerada na fantasia, afastamento dos contatos interpessoais (pouco contato
manifesto) e ambição maior que a capacidade de realização.
• Casa representada só por teto ou telhado — ego dominado pela fantasia (comum em
esquizofrênicos-geralmente eles desenham um telhado e depois colocam a porta e as
janelas de forma que a casa seja toda telhado.,São pessoas que vivem no mundo
predominantemente de fantasia).
• Lajes — bloqueios, repressão da vida de fantasia, da imaginação e orientação para o
concreto (comum em pessoas estéreis afetivamente).
• Ausência de telhado ou telhado representado por uma única linha — dificuldade em
fantasiar ou devanear, tendência para o pensamento mais concreto (comum em
personalidades reprimidas ou de pouca inteligência e sugere também Transtorno de
Aprendizagem).
• Telhado reforçado por uma linha forte e grossa (quando isso não ocorre nas outras
áreas do desenho da casa) — tentativa de defesa da ameaça de perda do controle
pela fantasia, temor que os impulsos atualmente expressos pela fantasia se
expandam para o comportamento manifesto ou distorçam a percepção da realidade,
receio de perder o controle sobre a vida imaginativa (comum em Transtorno de
Ansiedade Generalizada e sugere também Transtorno de Personalidade
Esquizotípica).
• Telhado ligeiramente afastado ou deslocado da parede, sombreado ou com
buraco— ansiedade, dificuldade de aprendizagem e idéias de fuga do ambiente
(comum em pessoas com Transtorno de Somatização e sugere também Transtorno de
Aprendizagem).
• Telhado muito elaborado (com telhas ou vários riscos) — capacidade de enfrentar
problemas e controle da fantasia ou minuciosidade, preocupação com detalhes,
(comum em Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo).
• Telhado terminado em pontas — simbolismo sexual (comum na puberdade e
adolescência).
• Telhado vazio sem telhas — senso prático, orientado para o essencial ou diminuição
da fantasia
• Chaminé: Em pessoas bem ajustadas, a chaminé via de regra representa apenas um
detalhe à representação da casa. Detalhe este que atualmente não é essencial no
nosso meio devido à propagação do aquecimento elétrico, ao clima tropical e de
poucas casas possuírem lareira.

• Chaminé proporcional à casa — calor no lar, bom ajustamento familiar e pessoal,


• Ausência de chaminé - atualmente não é considerada importante, mas pode
simbolizar falta de calor e afeto no lar ou, em alguns adultos, dificuldades de
ajustamento sexual.
• Dificuldade em desenhar a chaminé — em crianças - tensão interior e/ou na família.
Em adultos - indícios de mal ajustamento sexual, temores quanto à dificuldade para
lidar com protuberâncias que saem do próprio corpo e dúvidas sobre a capacidade
fálica.
• Chaminé: Em pessoas bem ajustadas, a chaminé via de regra representa apenas um
detalhe à representação da casa. Detalhe este que atualmente não é essencial no
nosso meio devido à propagação do aquecimento elétrico, ao clima tropical e de
poucas casas possuírem lareira.

• Chaminé proporcional à casa — calor no lar, bom ajustamento familiar e pessoal,


• Ausência de chaminé - atualmente não é considerada importante, mas pode
simbolizar falta de calor e afeto no lar ou, em alguns adultos, dificuldades de
ajustamento sexual.
• Dificuldade em desenhar a chaminé — em crianças - tensão interior e/ou na família.
Em adultos - indícios de mal ajustamento sexual, temores quanto à dificuldade para
lidar com protuberâncias que saem do próprio corpo e dúvidas sobre a capacidade
fálica.
• Chaminé exageradamente grande — em crianças - necessidade de chamar atenção e
de ser visto, notado. Em adultos - preocupação a respeito das questões sexuais com
necessidade de demonstrar virilidade, tendências exibicionistas e sentimentos
compensatórios para inadequação fálica (comum em Transtorno de Personalidade
Antissocial).
• Chaminé superenfatizada, completamente exposta, saindo da linha de base em
adolescentes e adultos — tendências exibicionistas no sentido da sexualidade.
• Chaminé quase completamente escondida — em crianças sugere relutância em lidar
com estímulos que provocam emoção. Em adultos pode simbolizar angústia em
relação às vivências fálicas ou à dificuldade de expressar a turbulência emocional e
repressão.
• Várias chaminés na mesma casa, chaminé tombando ou em formato fálico em
desenhos de adolescentes e adultos.— sentimento de inferioridade e compensação
por sentimentos de adequação fálica, sob uma capa de esforço viril (comum em
Impulso Sexual Excessivo e Transtorno de Personalidade Antissocial).
• Chaminé transparente ou visível por meio de uma parede transparente — negação
de aspectos sexuais, sensação de impotência, sentimento de fraqueza em relação ao
pênis ou medo de castração ou tendências exibicionistas ou expressão de que o
sujeito sente que a sua preocupação fálica deve ser óbvia para os outros. (comum em
Impulso Sexual Excessivo e Transtorno de Personalidade Antissocial).
• Chaminé perpendicular à inclinação do telhado — comum em crianças e adultos
sugere angústia em relação às vivências fálicas e/ou a dificuldade de expressar a
turbulência emocional.
• Antenas ou outros símbolos fálicos — indícios de fantasias sexuais ou necessidade de
comunicação com o mundo externo.
• Fumaça: Simboliza a respiração e, portanto a expressão da vida dentro da casa.

• Chaminé emitindo uma fumaça abundante — expressão de calor e afeto dentro da


casa (comum em desenho de crianças).
• Fumaça dirigida para um lado como sob efeito de forte vento -(a força da pressão do
vento é indicada pelo grau de desvio da fumaça, e o sentimento é revelado pela
quantidade de fumaça) — sentimento de forte pressão ambiental (comum em
crianças com dificuldade escolar e/ou pressionadas pelos pais e em adolescentes
constritos pela realização acadêmica).
• Fumaça em novelo — conflitos internos e externos ou esforço para extravasar energia
intelectual (comum em pessoas que veem o lar como um lugar de conflitos,
turbulência e inquietação).
• Fumaça em negrito, densa e/ou exagerada — grande tensão interna, conflitos e
turbulência no lar ou ambos (denota sintomas mais graves).

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