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Metodologia projetiva 1

BUCK, John N. H-T-P:casa-árvore-pessoa, técnica projetiva de desenho: manual e guia de interpretação. São Paulo: VETOR, 2003, pp.4765.

Inquérito Posterior ao Desenho


As questões listadas nesta seção para cada desenho estão numeradas de acordo com o
Protocolo de Interpretação do H-T-P.

Inquérito Posterior ao Desenho - CASA

1. Quantos andares têm este casa?

Esta é uma pergunta que testa a realidade. Também mede a atenção, já que indivíduos
altamente perturbados ou retraídos respondem sem olhar para os desenhos.

2. De que esta casa é feita?

É uma boa prática determinar o que o material da casa significa para o sujeito. Tijolos, por
exemplo, podem representar estabilidade para um indivíduo e economia de manutenção para
outro.

3. Esta casa é a sua própria casa? De quem é ela?

Muito freqüentemente, os indivíduos costumam desenhar suas próprias casas, mas eles
raramente as reproduzem corretamente - por diversas razões, além do fato que a maioria das
pessoas não desenha com a exatidão de um arquiteto. Uma razão pode ser porque a casa é um
auto-retrato do indivíduo, quando ele age numa situação que envolve os aspectos mais íntimos
de suas relações interpessoais. Uma outra pode ser porque os indivíduos tendem a enfatizar os
aspectos da casa que tenham significados mais agradáveis ou desagradáveis para eles. Essa
ênfase pode incluir exagero ou diminuição de um detalhe e/ou distorção da proporção e da
perspectiva. Uma terceira razão pode ser o fato de que a casa em parte, às vezes, representa
várias habitações do passado, do presente e do futuro. Se a casa pertencer a uma outra pessoa,
determinar se é vista como um lugar positivo ou negativo.

4. Em que casa você estava pensando enquanto estava desenhando?

Esta pergunta procura obter informações que levem a uma identificação mais precisa. A casa
desenhada, bem como a árvore e a pessoa, podem ter diversas identidades.
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5. Você gostaria que esta casa fosse sua? Por quê?

A resposta do indivíduo a esta pergunta pode revelar atitudes em relação a seu lar e às pessoas
com quem ele partilha o lar. Pode mostrar que tipo de casa o indivíduo gostaria de ter, a força do
desejo de possuí-la e a probabilidade de que este objetivo produzirá frustração. Se o indivíduo preferir
esta casa à sua, por ser maior, é provável que exista uma superlotação real ou um sentimento de
frustração. Se a casa é rejeitada por ser grande de mais, o indivíduo pode se sentir inseguro em
sua casa atual.

6. Se esta casa fosse sua e você pudesse fazer nela o que quisesse, qual quarto você escolheria
para você? Por quê?

O desejo expresso de indivíduos retraídos de procurarem refúgio em um quarto dos fundos do


andar de cima pode ser surpreendente. Um quarto de um andar superior pode ser escolhido, pois
assim o indivíduo pode olhar para fora mais facilmente. Indivíduos desconfiados tendem a
escolher quartos que lhes permitam a observação total dos arredores das portas. Ocasionalmente,
as razões para a escolha de um quarto no andar de baixo revelarão sentimentos de insegurança e a
necessidade de se estar mais próximo da realidade. Qualquer outra escolha que não seja a de um
quarto pode ser vista como significativa e pode ser interpretada em termos da significação do
cômodo particular escolhido. A posição do cômodo escolhido em relação aos outros quartos pode
indicar o grau de proximidade sentido em relação a cada membro da família.

7. Quem você gostaria que morasse nesta casa com você? Por que?

Crianças desajustadas podem revelar forte necessidade de afeto e aprovação paterna dizendo que
querem os pais morando com elas, mas não os seus irmãos. Indivíduos fortemente paranóicos
geralmente preferem morar sozinhos ou com outra pessoa que eles possam dominar. Os
pacientes rapidamente detectam o significado desta pergunta e evitam respostas diretas; a tentativa
de evasão pode ser mais reveladora do que uma resposta franca.

8. Quando você olha para esta casa, ela parece estar perto ou longe?

Esta é uma outra pergunta que testa a realidade e respostas diretas, contradizendo a realidade, são
significativas. Normalmente a proximidade parece significar capacidade de realização ou sentimentos
de calor e acolhimento, ou ambos. A distância sugere luta ou sentimentos de rejeição, ou ambos.
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9. Quando você olha para esta casa, você tem a impressão que ela está acima, abaixo ou no
mesmo nível do que você?

As respostas a esta pergunta parecem se referir a relações pessoais, com ênfase no lar e na família.

10. Em que esta casa faz você pensar ou lembrar?

A qualidade da associação é importante, bem como sua valência para o indivíduo.

11. Em que mais?

É importante dar ao indivíduo a oportunidade de expandir suas associações em cada


desenho. Aqui, mais uma vez, a qualidade das relações entre as idéias é tão interessante
como o seu tom positivo ou negativo para o cliente.

12. É um tipo de casa feliz, amigável?

O tom emocional que acompanha uma resposta negativa pode dizer muito sobre o ponto de
vista do indivíduo em relação ao lar e aos que o habitam. Respostas altamente evasivas
podem indicar valências fortemente negativas.

13. O que nela lhe dá essa impressão?

Ocasionalmente um indivíduo tentará justificar uma resposta descrevendo detalhes físicos


superficiais da casa, descrevendo-a como uma casa feliz porque ela tem cortinas, fumaça
saindo da chaminé, etc. Respostas a esta questão serão uma expressão direta dos
sentimentos do indivíduo referentes às pessoas que ocupam a casa desenhada e sua opinião
ou seus sentimentos em relação a eles.

14. A maioria das casas é assim? Por que você acha isso?

Esta pergunta tenta determinar em que extensão têm sido generalizados os sentimentos
hostis ou amigáveis do indivíduo em relação à casa e a seus ocupantes.

15. Como está o tempo neste desenho? (período do ano e do dia, céu, temperatura).

16. De que tipo de tempo você gosta?


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Esta pergunta mostra o nível de estresse ou calor humano no lar.

17. De quem esta casa faz você lembrar? Por que?

Muitas vezes a pessoa nomea da é um membro íntimo da família do indivíduo.

18. Do que esta casa mais precisa? Por que?

Respostas definidas expressam, normalmente, a necessidade do indivíduo de afeto, abrigo,


segurança e boa saúde.

19. Se "isto" fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeto desenhado separado da casa),
quem seria?

Freqüentemente objetos aparentemente irrelevantes desenha dos ao redor da casa


representam membros da família ou pessoas com as quais o indivíduo está intimamente
associado. A distância deles em relação à casa na folha do desenho pode caracterizar estas
relações pessoais.

20. A que parte da casa esta chaminé está ligada?

Se a chaminé desenhada sugerir patologia, esta pergunta pode ajudar a identificar relações
familiares relevantes ou aspectos da vida no lar.

21. Inquérito da planta dos andares. (Desenhe uma planta dos andares com os nomes, ex.,
Que cômodo é representado por cada janela? Quem geralmente está lá?)

A planta da casa pode expressar através de distorções de proporção, dificuldade


de apresentação ou omissão de um ou mais quartos, a presença de conflitos entre os
ocupantes da casa ou a função costumeira de um ou mais cômodos.

Inquérito Posterior ao Desenho - arvore

22. Que tipo de árvore é esta?

Os indivíduos normalmente desenham as árvores mais comuns da vizinhança de suas casas.

23. Onde esta árvore realmente está localizada?


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Muito freqüentemente, os indivíduos desenham a árvore perto de uma casa do passado ou


da atual, ou de um lugar associado a uma experiência de alta valência negativa ou positiva.
Se a árvore está em uma floresta, a definição do indivíduo de uma floresta pode ser
reveladora. Para alguns, é um lugar de paz, tranqüilo e de solidão; para outros, um lugar de
medo e ameaçador. A resposta "em um grupo de árvores" sugere que o indivíduo precisa e
gosta de companhia.

24. Mais ou menos qual a idade desta árvore?

Muito freqüentemente, a idade é a idade cronológica ou idade sentida pelo indivíduo. Às


vezes, é o número de anos que o indivíduo viveu após a puberdade, o número de anos que o
ambiente tem sido sentido como insatisfatório ou a idade da pessoa representada pela árvore.

25. Esta árvore está viva?

Nenhum indivíduo bem ajustado já respondeu "não". Uma resposta negativa usualmente
indica que o indivíduo sente-se fisiologicamente inferior ou psicologicamente inadequado,
culpado, profundamente deprimido ou alguma combinação desses sentimentos.
Ocasionalmente, perguntas adicionais revelarão que o indivíduo vê a árvore mais adormecida
do que morta, o que é um sinal de esperança.

26. O que nela lhe dá a impressão de que ela está viva?

A resposta a esta questão pode ser a primeira indicação de que o indivíduo vê a árvore em
movimento, variando desde um pequeno tremor das folhas, até um clara oscilação do tronco.
Outras respostas indicam que tais qualidades como força, vigor, etc., criam a impressão de
vida na árvore. A resposta mais óbvia é a de que a árvore deve estar viva porque tem
folhagem.

27. O que provocou a sua morte? (se não estiver viva)

Quando vermes, insetos, parasitas, ferrugem, relâmpago, vento ou, ocasionalmente, ações
malignamente agressivas de crianças ou adultos são apontados como a causa da morte, o
indivíduo expressa a convicção de que alguma coisa extrapessoal é a culpada. Se, entretanto,
for dito que a causa é o apodrecimento de alguma parte ou da árvore inteira, um sentimento
de que alguma coisa dentro do "self" é culpada é indicado.

28. Ela voltará a viver?


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Às vezes, o indivíduo dirá que a árvore está morta, quando quer realmente dizer que ela
perdeu suas folhas no inverno. Perguntar se a árvore viverá outra vez, pode ajudar a
determinar se é este o caso.

29. Alguma parte da árvore está morta? Qual parte? O que você acha que causou a sua morte?
Há quanto tempo ela está morta?

Folhas mortas podem indicar incapacidade de fazer ajustamentos mais controlados e delicados
como ambiente. Muito comumente, os galhos ou as raízes são vistas como mortas ou partes mortas.
Galhos mortos parecem expressar a crença do indivíduo de que muita frustração foi produzida
apenas por fatores extrapessoais do ambiente. Às vezes, um galho morto representa um trauma
físico ou psicológico, e a localização do galho ao longo do tronco pode indicar a idade relativa em
que o trauma ocorreu. Raízes mortas implicam desequilíbrio ou desintegração intrapessoal com o
início de uma séria perda de contato com a realidade. Um indivíduo que desenha a árvore com um
tronco morto revela uma severa perda de controle do ego.

A pergunta sobre há quanto tempo a árvore está morta permite determinar a impressão do indivíduo
da duração de seu desajustamento, o que geralmente não coincide com a data fornecida na história
do paciente. Quando o indivíduo especifica uma data deve-se determinar o evento que fixou a data
tão firmemente em sua memória. Como na questão 28, às vezes o indivíduo irá dizer que uma
parte da árvore está morta por ter perdido suas folhas no inverno. Perguntar se a parte que esta
morta voltará a viver um dia pode ajudar a determinar se é este o caso.

30. Para você esta árvore parece mais um homem ou uma mulher?

Em geral, pinheiros ou abetos são vistos como masculinas; bordos e árvores frutíferas como
femininas. Para crianças, esta questão traz a identificação da árvore com o pai, a mãe ou outra
pessoa com quem a criança se identifica.

31. O que nela lhe dá esta impressão?

O sexo atribuído à árvore parece ser nor malmente determinado por características, tais como
a forma, a força, a aspereza, a graciosidade, a fragilidade, etc. Algumas vezes, entretanto,
certos aspectos da árvore são vistos como partes correspondentes específicas da figura
humana. Os longos galhos de uma sempre-viva lembraram a um indivíduo o cabelo de sua
mãe. Uma pequena garota desajustada afirmou explosivamente que ela viu o punho de seu pai
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no meio da estrutura dos galhos de uma árvore de bordo, "Exatamente como ele costumava
levantá-lo para bater em minha mãe!"

32. Se ela fosse uma pessoa ao invés de uma árvore para onde ela estaria virada?

Como a árvore não tem frente, lado e nem costas, exceto como vista pelo observador, a
resposta do indivíduo a esta pergunta é uma projeção de sua relação com o ambiente. A
resposta pode também revelar a atitude de pessoa representada pela árvore em relação ao
indivíduo.

33. Essa árvore está sozinha ou em um grupo de árvores?

Respostas a essa questão não são muito significantes, a não ser que tenham forte carga
emocional. Sentimentos de isolamento e/ou uma necessidade de associação com outros são
freqüentemente estimulados aqui.

34. Quando você olha para esta árvore, você tem a impressão de que ela está acima, abaixo
ou no mesmo nível do que você?

Para alguns indivíduos, uma árvore desenhada crescendo no topo de uma colina simboliza
esforço tenso em relação a um objetivo distante e talvez inatingível. Para outros, reflete
necessidade de autonomia e domínio. Para muitos, uma árvore desenhada parcialmente
protegida por um montanha indica uma necessidade de proteção e auxílio. Uma árvore
desenhada claramente abaixo do observador quase invariavelmente conota depressão de hu-
mor, bem como um sentimento de inferioridade.

35. Como está o tempo neste desenho? (Período do dia e ano; céu; temperatura)

Supõe-se que a árvore expressa um sentimento consciente ou subconsciente do self do


indivíduo em relação ao ambiente. Uma vez que as forças externas que
afetam uma árvore viva são amplamente metereológicas, não é surpreendente que
muitos indivíduos sejam capazes de expressar simbolicamente seus sentimentos de que seu
ambiente é protetor e amigável ou opressor e hostil. Os indivíduos podem descrever condições
de tempo desagradáveis em detalhe, apesar da ausência de qualquer representação de tais
condições no desenho. A significação que o tempo descrito tem para o indivíduo deve ser
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explorada. Obviamente, o significado de um tempo frio, por exemplo, não será o mesmo para
alguém que o prefira, em relação a outro que não o faça. Crianças pequenas geralmente
preferem a neve porque gostam de brincar nela.

36. Há algum vento soprando? Mostre-me em que direção ele está soprando. Que tipo de vento
é este?

O vento simboliza sentimentos de pressão de forças ambientais, pessoais ou situacionais. Um


jovem adulto com uma neurose severa respondeu: "É a calma antes da tempestade." Para a
pergunta do examinador: "A tempestade irá danificar a árvore?" foi obtida a resposta, "Não, eu
acho que não. É a tranqüilidade antes da guerra atômica. Não irá destruir a árvore; apenas o
cachorro." O indivíduo reiterou várias vezes que a sua árvore, obviamente um auto-retrato,
representava a "Beleza" e o cachorro, que estava farejando o tronco da árvore, significava o
"Homem".

Normalmente o vento é descrito como soprando horizontalmente da esquerda para a direita.


Isso revela, na ausência de intensidade incomum, a tendência do campo psicológico de
locomoção do passado (esquerda) para o futuro (direita). Ventos que têm intensidade acima da
média e que desviam da direção convencional parecem ser significativos; um indivíduo muito
perturbado, por exemplo, afirmou que o vento estava soprando em todas as direções
simultaneamente. Ventos descritos como soprando do chão para o alto da árvore, cruzando a
página diagonalmente para cima, simbolizam um forte desejo de escapar da realidade. O
inverso se aplica a ventos ditos como soprando diagonalmente de um canto superior para o
inferior oposto (e a conotação temporal, esquerda para passado, direita para futuro, parece se
manter). O vento descrito como soprando da direita para esquerda pode indicar uma tendência
a regredir sob pressões ambientais ou intrapessoais. Indivíduos narcisistas podem descrever o
vento como soprando "em minha direção".

A descrição do indivíduo da velocidade, umidade e temperatura do vento pode ser reveladoras.


Um vento descrito como soprando com grande força, muito úmido, muito seco, muito quente,
muito frio ou alguma combinação desse tipo, sugere que o indivíduo sofre pressões dolorosas
de uma ou mais fontes ambientais. O grau da pressão sentida presumivelmente corresponde
ao grau de variação em relação a um estado de tempo calmo. Isto pressupõe, é claro, que a
resposta não seja apenas uma descrição do tempo na hora do exame.

37. O que esta árvore faz você lembrar?


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38. O que mais?

Assim como para os outros desenhos, a qualidade destas associações deve ser observada de
acordo com o seu tom positivo ou negativo.

39. Esta árvore é saudável?

O que nela lhe dá essa impressão? Os indivíduos têm expressado imagem corporal,
sentimentos de inadequação, isolamento, pressões ambientais, etc., mais facilmente nos
comentários sobre a árvore do que nos relativos à pessoa, aparentemente, porque a árvore
não desperta fortes sentimentos de identificação ou nem muitas associações conscientes ou
tão próximas do nível da consciência como a pessoa. Logicamente, uma resposta negativa
pode apenas indicar uma preocupação do indivíduo acerca de sua saúde ou da saúde da
pessoa que a árvore representa.

40. Esta árvore é forte? O que nela lhe dá essa impressão?

Saúde e força são duas qualidades diferentes para muitas pessoas. A presença de saúde não
implica, necessariamente, presença concomitante de força ou vice-versa. A resposta indica a
estimativa do indivíduo da sua própria força do ego.

Quando a estrutura da raiz da árvore não for desenhada, o examinador deve pedir ao indivíduo
para desenhar, já que ela pode representar sua visão da força e da qualidade dos aspectos da
personalidade teorizados como estando abaixo do nível consciente.

41. De quem esta árvore faz você lembrar?

Muitas vezes, estes são indivíduos com quem o cliente se identifica fortemente.

42. Do que esta árvore mais precisa? Por que?

Respostas claras comumente expressam simbolicamente as necessidades do indivíduo de


afeto, proteção, segurança e boa saúde. Respostas como "luz do sol" ou "água" são freqüentes
e devem ser consideradas como particularmente significativas.

43. Alguém já machucou esta árvore? Como?


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Essas respostas costumam indicar o grau em que o indivíduo sente-se agredido pelo ambiente.
A localização do ferimento pode ser informativo. Ferimento na raiz implica uma ameaça à
capacidade fundamental do indivíduo de se manter em contato com a realidade; ferimentos nos
galhos podem indicar obstáculos à obtenção de satisfação bem sucedida por um indivíduo
cujos processos de pensamento estão basicamente intactos.

44. Se "isto" fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeto desenhado separado
da árvore), quem ele poderia ser?

Da mesma forma que nos outros desenhos, o examinador deve observar a qualidade destas
associações, bem como seus significados positivos ou negativos para o cliente.

Inquérito Posterior ao Desenho - pessoa

45. Esta pessoa é um homem ou uma mulher (menino ou menina)?

Um indivíduo que afirma que uma figura obviamente feminina em roupas masculinas é um
homem, ou que uma figura obviamente masculina de vestido é uma mulher, confirmará
verbalmente a impressão já criada pelo desenho, isto é, de que o indivíduo manifestam
confusão e indecisão no papel sexual que pode ser patológica. Indivíduos muito fechados ou
altamente perturbados freqüentemente dizem que a pessoa é do sexo oposto do que foi
representado. Este tipo de falha no teste da realidade é sempre patológica.

46. Quantos anos ele (a) tem?

O objetivo principal desta pergunta é descobrir o quanto a idade aparente da pessoa


desenhada se aproxima da idade atribuída pelo indivíduo. Ocasionalmente, a idade
estabelecida representa a idade sentida pelo indivíduo em vez da idade cronológica.

47. Quem é ele (a)?

Essa tentativa brusca para determinar a identidade da pessoa desenhada é respondida muitas
vezes com: "Eu não sei". Freqüentemente o indivíduo irá mais tarde identificar a pessoa
durante o questionamento direto. Muitas vezes a pessoa será identificada posteriormente como
alguém diferente e o desenho pode, na verdade, representar uma combinação de pessoas
diferentes.

48. Ele (ela) é um parente, um amigo ou o que?


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Esta pergunta pode ajudar a estabelecer a valência positiva ou negativa que a pessoa
identificada apresenta para o indivíduo.

49. Em quem você estava pensando enquanto estava desenhando?

Em alguns casos, o indivíduo nomeado aqui não é aquele que foi dito representar a figura. A
resposta "Ninguém" não é necessariamente evasão ou falsificação, uma vez que o indivíduo
pode não ter pensado conscientemente em alguém durante a produção do desenho.

50. O que ele (a) está fazendo? Onde ele (a) está fazendo isso?

Esta pergunta tenta determinar o quanto a ação aparente da pessoa desenhada se aproxima
da descrição verbal do indivíduo. A questão pode, também, estimular sentimentos de pressão
ou compulsão. As ações descritas pelo indivíduo, bem como a força e o grau em que elas
estão de acordo com a representação gráfica, podem ser altamente significativas. A ausência
de movimento não indica necessariamente patologia; a menos que ela seja rígida,
excessivamente controlada e essencialmente defeituosa.

51. O que ele (a) está pensando?

Esta pergunta pode estimular evidências de pensamentos obsessivos e/ou alucinatórios do


indivíduo. Se o indivíduo vê a pessoa desenhada como um auto-retrato, ele revelará muitas
vezes neste ponto sentimentos bem desenvolvidos de culpa, raiva, confusão ou ressentimento.
Se o indivíduo vê a pessoa desenhada como alguém mais, os pensamentos expressos podem
representar o que esta pessoa pensa dele.

52. Como ele se sente? Porque?

A resposta a esta pergunta normalmente parece expressar os sentimentos do indivíduo em


relação à situação que envolve a pessoa desenhada. A pergunta pode, também, fornecer
estímulo suficiente para produzir comentários diretos referentes aos sentimentos do indivíduo
em relação às condições do presente ou a assuntos que ele ainda não foi capaz de discutir. Às
vezes, a resposta "feliz" é, simplesmente, uma evasão.

53. Em que esta pessoa faz você pensar ou lembrar?

54. Em que mais? Essas perguntas provocam associações sobre a pessoa desenhada e sobre
relacionamentos interpessoais em geral.
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55. Esta pessoa está bem?

Para indivíduos que usam doenças como formas de fuga, esta pergunta costuma estimular
descrições detalhadas de queixas somáticas. Indivíduos com problemas psicossomáticos
dificilmente responderão afirmativamente a esta questão; enquanto que aqueles que fingem
ser doentes responderão que sim. Em alguns casos, a questão libera hostilidade anteriormente
reprimida contra a pessoa representada no desenho.

56. O que nele (a) lhe dá essa impressão?

Indivíduos com capacidade intelectual limitada costumam dizer que a figura parece bem
porque ela não parece doente.

57. Esta pessoa está feliz?

Esta questão muitas vezes precipita expressões de queixas, medos e ansiedades que tenham
sido parcial ou totalmente reprimidos. Às vezes ela gera comentários hostis sobre a pessoa
representada no desenho. Uma resposta afirmativa pode ser uma evasão.

58. O que nele (a) lhe dá essa impressão?

Muitos indivíduos são compelidos a valer-se de seus sentimentos sobre si mesmos para responder a
essa questão satisfatoriamente.

59. A maioria das pessoas é assim? Por que?

Esta pergunta tenta estabelecer se os sentimentos do indivíduo em relação à pessoa,


particularmente se eles forem desagradáveis ou hostis, são generalizados nas relações
interpessoais. A pergunta seguinte "Por que" pode trazer muita informação referente à simpatia e
empatia do indivíduo.

60. Você acha que gostaria desta pessoa?

61. Por que?

Um indivíduo que se sente maltratado pode lançar-se veementemente em defesa dessa pessoa. É
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improvável que os narcisistas respondam negativamente a esta questão.

62. Como está o tempo neste desenho? (período do dia e ano; céu; temperatura)

Raramente o indivíduo desenhará detalhes que indicam o tempo, tais como pingos de chuva ou
flocos de neve no desenho da pessoa. Portanto a representação gráfica do tempo exige cuidado no
inquérito posterior ao desenho, e presume-se que seja altamente significativa. A projeção do tempo
na figura descreve a visão do indivíduo sobre as relações ambientais e interpessoais.

63. De quem esta pessoa o faz lembrar? Porque?

Esta pergunta pode trazer a primeira identificação franca da pessoa. Por outro lado, o indivíduo
nomeado aqui pode ser a quinta pessoa nomeada pelo sujeito como representada pelo desenho. Em
quanto tal multiplicidade de identificação é rara, não é incomum que a figura da pessoa represente,
no mínimo, duas pessoas - o indivíduo e alguém mais de significado particular para ele. A
explicação do porquê a pessoa desenhada o faz lembrar de alguém além do primeiro nome dito é,
geralmente, reveladora.

64. Do que esta pessoa mais precisa? Por que?

Freqüentemente, o indivíduo usa o pronome na primeira pessoa do singular para responder a esta
pergunta. As questões de "necessidades" estão entre as mais produtivas do inquérito posterior ao
desenho. As necessidades podem ser expressas direta, simbolicamente, ou ambas e podem
abranger desde as totalmente físicas às psicológicas mais abstratas.

65. Alguém já machucou essa pessoa? Como?

Experiências traumáticas em relacionamentos com os outros geralmente são reveladas na resposta a


esta pergunta.

66. Se "isto" fosse uma pessoa ao invés de (qualquer coisa desenhada separada da pessoa principal),
quem seria?

Para todos os desenhos, as respostas a esta questão são importantes tanto pelo seu tom negativo ou
positivo como pela qualidade das associações produzidas.
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67. Que tipo de roupa esta pessoa está vestindo?

Quanto maior a discrepância entre aparência objetiva do desenho e a descrição da roupa usada pela
pessoa, menor é a compreensão da realidade pelo indivíduo. O tipo de roupa pode fornecer
insigth sobre as necessidades do indivíduo. Por exemplo, o uniforme de um general sugeriria
necessidades de status e poder. A completa falta de roupa pode indicar um sentimento de
desamparo e exposição, ou fortes tendências narcisistas e exibicionistas. Isso pode, também,
expressar um desejo de degradar alguma outra pessoa ou de colocá-la em uma posição
embaraçosa.

68. (Peça para o cliente desenhar um sol e uma linha de solo em cada desenho) Suponha que o sol seja uma
pessoa que você conhece - quem seria?

A. resposta a esta pergunta em cada desenho pode identificar as fontes de calor humano para o indivíduo.
Entretanto, se o sol desenhado for muito grande, então as pessoas aqui identificadas poderão ser aquelas que
são percebidas pelo indivíduo como dominadoras. Se ninguém for identificado, o indivíduo pode apresentar
extrema dificuldade de identificação com os outros.

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