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Instruções Gerais

❖ Entregar somente a folha do desenho da casa na horizontal,


enquanto as folhas da árvore e da pessoa deverá ser na vertical.

❖ Você deve ter uma clara visão da página enquanto o desenho é


feito, para que possa anotar a ordem que o desenho foi construído
e eventos incomuns na sequência dos desenhos.

❖ Comece a cronometrar assim que tiver terminado de dar as


instruções e considerar que o indivíduo entendeu bem a tarefa.

1. Enquanto o desenho estiver sendo completado anote:


2. Latência inicial (intervalo entre o fim das instruções e inicio do
desenho);
3. Ordem dos detalhes desenhados;
4. Duração das pausas e detalhes desenhados durante elas;
5. Demonstração de emoção ou verbalizações espontâneas e onde
ocorrem;
6. Tempo total para concluir o desenho.

Caso o sujeito demonstre preocupação em relação a capacidade


de desenhar, enfatize que o HTP não é um teste de habilidades
artísticas e que o desenho deve ser apenas, fruto do seu esforço.

Primeira fase: não verbal e acromática

Desenho da casa
* Instruções:
• "Eu quero que você desenhe uma casa. Você pode desenhar o tipo de
casa que quiser. Faça o melhor que puder. Você pode apagar quando
quiser e pode levar o tempo que precisar. Apenas faça o melhor
possível.”

Desenho da árvore
• Folha deve ser colocada na vertical e deve-se repetir de modo
semelhante os procedimentos do desenho da casa;

Desenho da pessoa
• A folha relativa à pessoa deve ser apresentada na vertical. Repetir de
modo semelhante os procedimentos do desenho da casa

Segunda fase: inquérito

✓ Uma vez que o desenho acromático esteja completo é essencial dar


ao individuo uma oportunidade de definir, descrever e interpretar
cada desenho e para expressar pensamentos, ideias, sentimentos
ou memórias associados.

✓ O principal objetivo, entretanto, é compreender o cliente extraindo


o maior número de informações sobre o conteúdo e o contexto de
cada desenho.

✓ O examinador deve, portanto, seguir qualquer linha de


investigação que parecer proveitosa e que o tempo e o rapport com
o indivíduo permitam.

✓ Todas as posições, detalhes ou relações incomuns devem ser


anotados e investigados, bem como qualquer detalhe implícito,
como componentes básicos escondidos atrás da figura ou que
estendem para além da margem da página, devem ser investigados,
bem como qualquer aspecto do desenho que não estiver claro.
✓ Detalhes que forem adicionados durante o inquérito também
devem ser identificados

✓ OBSERVAÇÃO: No manual há um questionário padronizado


com várias perguntas, mas o examinador poderá iniciar o inquérito
com uma pergunta menos diretiva, alterar a ordem de algumas
perguntas e incluir outras mais pertinentes aos temas evocados
pelos desenhos.

Protocolo de Interpretação

•Inclui a parte do inquérito posterior ao desenho para cada


desenho, que sugere perguntas e fornece espaço para anotar as
respostas do cliente e quaisquer observações significativas de
comportamento.

Depois, fornece uma lista de conceitos interpretativos que fornece


uma referência imediata dos conceitos interpretativos comuns para
cada desenho.

Sugestões de perguntas para iniciar o inquérito da


CASA

• Vamos imaginar que esta casa exista, que está em algum lugar,
que foi construída em um determinado tempo, como seria?

• Conte-me a história dessa casa...

Você gostaria que essa casa fosse sua? (Peça ao indivíduo para
descrever as diferenças entre a casa desenhada e a casa em que ele
mora realmente e pergunte qual a possibilidade de ele um dia ter
uma casa semelhante à desenhada.
Sugestões de perguntas para iniciar o inquérito da
ÁRVORE

• Onde essa árvore realmente está localizada? Se a resposta for "na


selva" ou "na floresta", pergunte sobre o significado da selva ou
floresta para o indivíduo.

• Como está o tempo neste desenho? Se a resposta coincidir


exatamente com as condições do tempo atual, determine se esta é
a única influência na resposta ou se há outros fatores.

• Esta árvore é saudável? É forte? Se o indivíduo não conseguir


responder, peça-lhe para desenhar a estrutura da raiz da árvore,
caso ele ainda não tenha desenhado, anote.

Sugestões de perguntas para iniciar o inquérito da


PESSOA

O que ele(a) está fazendo? Onde está fazendo isso? Se a resposta for "está
apenas ali", pergunte o que possivelmente a pessoa estava fazendo ou irá
fazer. Caso a resposta seja "andando ou outro movimento, pergunte
aonde está indo e o que irá fazer ao chegar.

Se a resposta for "não sei" ou "isto é só um desenho", ajude o indivíduo


a se envolver na projeção sugerindo-lhe que conte uma história sobre a
pessoa do desenho ou pergunte o que ela parece estar fazendo.

IMPORTANTE

• No final da segunda fase (Inquérito posterior ao desenho) é pedido


ao sujeito para desenhar um sol e uma linha de solo nos desenhos
que não possuem esse detalhe.
• Parece representar a figura de maior autoridade ou maior valência
emocional dentro do ambiente do indivíduo, especialmente
quando é muito grande.
• Desse modo, ao acrescentar o sol em cada desenho pergunte:
"Suponha que o SOL fosse uma pessoa que você conhece, quem
seria?"

Terceira fase: os desenhos cromáticos

• Uma vez que a sessão de desenhos e o inquérito tiverem


terminado, e os critérios tiverem sido corretamente analisados,
chega a hora de decidir se a aplicação dos desenhos coloridos será
realizada.

• Em caso positivo, é pedido que o indivíduo faça os desenhos


acromáticos com os gizes de cera. E novamente é requerido uma
casa, uma árvore e uma pessoa.

• Peça primeiro ao indivíduo para nomear as cores dos crayons


disponíveis.

• Anote qualquer indicação de daltonismo no Protocolo e considere


o encaminhamento para um teste mais formal. Depois marque no
local indicativo de "cores" na primeira página do protocolo de
interpretação.

• Solicite os desenhos da casa, árvore e a pessoa da mesma maneira


e com as mesmas instruções dadas para os desenhos acromáticos.
Quarta fase: inquérito

• O inquérito é feito como na parte acromática, no entanto, pode-se


optar apenas pelas perguntas marcadas com um asterisco para que
se torne menos cansativo.

• O desempenho do examinador deverá ser semelhante ao da


segunda fase.

• O tempo e as observações de comportamento devem ser anotados.

• Como nos desenhos acromáticos, o principal objetivo é obter o


maior número possível de informações esclarecedoras sobre o
conteúdo e o contexto de cada desenho.

• Pergunte para o examinando sobre as diferenças significativas


entre os desenhos acromáticos e cromáticos e sobre o significado
no tratamento de detalhes incomuns ou bizarros ou de suas
omissões.

• Os desenhos coloridos evocam um nível mais profundo de


experiência do que os desenhos acromáticos.

• Uma sessão adicional de uso de cores específicas do desenho pode


estar associada a psicopatologia.

Interpretação

O material obtido durante a sessão dos desenhos não pode ser avaliado
pelo senso comum;
O protocolo de interpretação direciona a correção e compreensão das
informações;
Hipóteses levantadas na correção devem ser combinadas com a história
clínica completa e outros instrumentos de avaliação para compreensão
global do indivíduo.

Avaliação do Desenho

▪ Examinar o desenho em relação a localização, ao tamanho, a


orientação e à qualidade geral, bem como os desvios nas áreas
gerais apresentadas na lista de características do desenho que
tenham algum possível significado clínico;

▪ A atitude do indivíduo para com o HTP fornece uma medida sobre


sua disposição global para rejeitar uma tarefa nova e, talvez, difícil.

▪ A atitude comum é de uma aceitação razoável.

▪ Os desvios podem variar entre dois extremos: aceitação total ou


desconsideração total da orientação do aplicador ou ainda do
derrotismo e abandono à rejeição aberta;

▪ A atitude em relação a cada desenho será influenciada pelas


associações despertadas pelo objeto do desenho. Normalmente o
desenho mais rejeitado é o da pessoa.

▪ Dificuldades nas relações interpessoais, parece despertar mais


associações ao nível consciente, consciência corporal deixa
indivíduos menos ajustados, pouco à vontade.

▪ O tempo despendido para completar o desenho pode fornecer


informações valiosas acerca dos significados dos objetos
desenhados e de suas partes respectivas para o indivíduo.
▪ Geralmente, o número de detalhes e seu método de apresentação
devem justificar o tempo gasto para a produção dos desenhos; os
três desenhos levam, normalmente, entre 2 e 30 minutos para
serem completados.

▪ Rapidez incomum: tentativa de se livrar da tarefa indesejável;

▪ Tempo excessivo: relutância em produzir algo ou por causa do


significado emocional intenso do símbolo envolvido, ou ambos.

▪ Se um indivíduo não começar a desenhar dentro de 30 segundos


após a instrução, o potencial para psicopatologia pode estar
presente ou forte conflito, que poderá ser investigado no inquérito;

▪ Pausas de mais que 5 segundos em cada desenho, sugere conflito,


deve-se observar a área que está sendo desenhada, para
investigação no inquérito.
Casa-Arvore- Pessoa-
Técnica Projetiva de Desenho (HTP) Informações
Satepsi

• Autor: Renato Cury Tardivo


• Editora: Vetor
• Construto: Personalidade
• Público Alvo: A partir de 8 anos
• Aplicação: Individual/ Não informatizado
Correção: Não informatizado
• Data de aprovação: 16/01/2004
Prazo dos estudos de validade: 16/01/2024
• Os escores desses instrumentos são interpretados com referências em
critérios teóricos (não com referência a norma).

Avaliação do Desenho

▪ Capacidade para ver o trabalho de alguém de forma objetiva, para


criticá-lo e para aprender com a crítica é uma das primeiras funções
intelectuais a serem afetadas na presença de forte emotividade e ou
processos de adoecimento orgânico.

▪ Comentários comuns: "nunca aprendi a desenhar" ou " isto está


fora de proporção são comuns;

▪ Quando os comentários são excessivos, pode ser indicativo de


patologias, principalmente, quando não há tentativas para corrigir
as falhas identificadas verbalmente.
▪ Comportamentos indicativos de autocrítica:

-Abandono de um objeto não completado, recomeçando o outro desenho


em outra parte da página, mas sem apagar o anterior; -Apagar sem tentar
redesenhar, normalmente sugerem áreas de grande conflito;

-Apagar e redesenhar. Se o novo desenho resultar em melhora, é um sinal


favorável. Pode ser indicativo de patologias quando a tentativa de
correção denotar meticulosidade exagerada, ou se a rasura for seguida
de uma deterioração da forma.

▪ Comentários escritos feitos por um indivíduo, durante a fase do


desenho, geralmente incluem nomes de pessoas, ruas, árvores.
Também podem ser figuras geométricas e rabiscos.

▪ Podem indicar necessidade compulsiva para estruturar a situação,


o mais completamente possível (indicativo de insegurança) ou
uma necessidade compulsiva de compensar uma ideia ou
sentimento obsessivo despertado por algo no desenho.

▪ Verbalizações durante a fase do desenho frequentemente incluem


conteúdos que foram reprimidos.

▪ Expressões emocionais persistentes durante a fase do desenho


podem indicar desequilíbrio da personalidade, desajustamento ou
problemas orgânicos.

Características Gerais do Desenho

A proporção, a perspectiva e os detalhes de um desenho sol


características gerais que podem fornecer informações sobre o
funcionamento de um indivíduo no contexto de seu nível de
funcionamento esperado.

O uso adequado e apropriado dos detalhes é a primeira característica que


se estabiliza no desenvolvimento, a próxima é a capacidade de
representar as proporções realistas e a terceira a capacidade de
reconhecer e representar a necessidade de perspectiva.

Proporção

▪ As relações de proporção nos desenhos frequentemente revelam os


valores atribuídos pelo indivíduo aos objetos, situações e pessoas.

▪ Relações proporcionais nos desenhos também fornecem um Indice


da capacidade do indivíduo para atribuir valores objetivos aos
elementos da realidade e realizar julgamentos com facilidade e
flexibilidade.

▪ Entre a figura desenhada e a folha do desenho.

-Os desenhos normalmente ocupam, em média, de um a dois terços da


área padrão de desenho.

-Desenhos pequenos: Indicam sentimento de inadequação, tendência a


se afastar do ambiente e rejeição do tema (mobilizado pela casa, árvore
ou pessoa).

-Desenhos grandes: Indicam hostilidade, irritabilidade e tensão, baixa


capacidade de lidar com frustrações, sentimento de inadequação em um
ambiente restrito/limitado e necessidade de expandir, como também
pode estar relacionado com auto centrismo, visão egocêntrica de suas
necessidades e supervalorização do eu.
Proporção

Detalhes da figura desenhada

- Um detalhe de tamanho maior do que a média (comparado a outros


detalhes desenhados pelo indivíduo) geralmente implica em
preocupação com que o item simboliza para o indivíduo;

-Um detalhe de tamanho menor do que a média normalmente implica


em rejeição ou desejo de rejeitar o que o item pode simbolizar para o
indivíduo.

Perspectiva

•Um planejamento das relações espaciais no desenho da casa, árvore e


pessoa indica a capacidade do indivíduo para compreender e reagir com
sucesso a aspectos mais complexos, mais abstratos e mais exigentes da
vida;

Pode ser vista como medida de compreensão do indivíduo;

Perspectiva Horizontal

LADO ESQUERDO DA - Tendência à impulsividade;


PÁGINA -Busca de satisfação
imediata de suas - Comportamento mais
necessidades; controlado e estável;
- Satisfação em aspectos - Preocupação melhor com o
futuro e com as pessoas que
-Preocupação com o
estão ao seu lado;
passado; intelectuais;
- Quanto mais para a direita
- Interesse em si mesmo
maior a propensão para adiar
suas satisfações e controlar
rigidamente o
comportamento.
LADO DIREITO DA
PÁGINA

Respectiva Vertical

METADE INFERIOR - Orientação para o concreto,


preso à realidade;
- Quanto mais em baixo -Tendencia a buscar
maior a insegurança e o satisfação na fantasia ou na
sentimento de busca por intelectualização;
objetivos inadequação; - Buscam por objetivos
- Humor deprimido; possivelmente inatingíveis;
- Desenhos que ultrapassam - Tendência a manter-se
a margem Inferior da folha distante e inacessível;
tendem a se sentir
- Desenhos que ultrapassam
esmagadoramente
a distante e inacessível;
oprimidos, angustiados.
- Buscam administrar as
METADE SUPERIOR frustrações com a fantasia.

Perspectiva
Uso dos quadrantes

CANTO SUPERIOR - Comum em pacientes psicóticos


ESQUERDO ou com comprometimento
orgânico.
- Regressão;
CANTO INFERIOR DIREITO
- Falta de maturidade;
- Desenhos quase nunca são
colocados inteiro dentro dele;
- Quadrante incomum.

Perspectiva

LOCALIZAÇÃO CENTRAL
- Se o desenho é muito centralizado há uma tendencia às rigidezes
inflexibilidade para comparar suas ansiedades e inseguranças.

ROTAÇÃO DA POSIÇÃO DA PÁGINA


- Indica tendências agressivas e/ou negativistas, comportamento mais
comum em pessoas oposicionistas, predispostas a guardar ressentimento
em relação ás pessoas e tornar-se hostil.

USO DA MANGEM DA FOLHA


-Está relacionado ao uso desviante de qualquer das margens,
representando a amputação de parte do desenho devido à relutância em
desenhar devido a associações desagrade, ou medo de ações
independentes e necessidade de apoio.

DESENHO CORTADO NA BASE DA PÁGINA


-Repressão (para manter a integridade da personalidade);
-Forte potencial para ações explosivas.

DESENHO CORTADO NA MARGEM ESQUERDA


-Fixação no passado e medo do futuro.

DESENHO CORTADO NA MARGEM DIRETA


-Desejo de escapar para o futuro.

DESENHO NA BORDA DO PAPEL


-Uso da margem superior: fixação no pensamento e na fantasia como
fonte de satisfação;
-Uso da margem inferior: depressão e tendência a comportar-se de
maneira concreta e desprovida de imaginação.

POSIÇÃO
-Normalmente estão de frente para o observador.
-Ausência de sugestão de profundidade pode sugerir um estilo rígido e
intransigente que compensa sentimentos de inadequação e insegurança.
-Perfil completo sem sugestão de ter outro lado - tendências
oposicionistas e de afastamento. Mais frequentes em estados paranoicos.
-Linha de solo normalmente oferece um ponto de referência para objeto
desenhado. Quando desenhada como colina, pode indicar sentimentos
de isolamento e exposição, dependência materna ou exibicionismo.
Quando inclinada para baixo e para a direita - futuro incerto e talvez
perigoso.

Transparência
Indica falha grave na função crítica, com tendência a realizar
interpretações equivocadas da realidade, com percepções erróneas de si
mesmo e das ações dos outros. Significado patológico avaliado por seu
número e gravidade.

Consistência
-Qualidade geral do desenho seja semelhante (desenhos completos,
detalhes essenciais feitos). Variações devem ser investigadas.
-Deterioração progressiva da casa para a árvore- cansaço ou negativismo
crescente. Ao contrário, pode indicar dificuldade de adaptação inicial.
-Árvore mais saudável que a pessoa, desenhos coloridos com melhor
nível que os acromáticos - bom prognóstico.

Movimento
Observar a intensidade e violência no movimento, prazer ou desprazer e
se é voluntário.

DETALHES

-Tipo e número de detalhes, método de apresentação e a ênfase colocada


sobre eles podem ser considerados como um índice de reconhecimento,
de interesse e de reação aos elementos da vida diária.

DETALHES ESSENCIAIS

-Falta deve ser considerada grave. Implicações mais patológicas são


maiores quando detalhes essenciais estiverem faltando e mais desenhos
estiverem envolvidos.
-Uso mínimo ou abaixo da média de detalhes essenciais, particularmente
nos desenhos da casa e da árvore sugere retraimento e ou conflito na área
representada pela parte do desenho.

DETALHES NÃO ESSENCIAIS


Uso limitado de detalhes não essenciais (cortinas nas janelas, folhas nas
árvores, roupas nas pessoas) indicam bom contato com a realidade e uma
interação sensível, provavelmente bem equilibrada com o ambiente.
Uso excessivo de detalhes sugere preocupação exagerada com o
ambiente ou com a área representada pelo desenho.

DETALHES IRRELEVANTES
Uso de forma limitada (arbustos próximos a casa, pássaros na árvore ou
no céu, animal de estimação com a pessoa) podem indicar insegurança
moderada ou necessidade de estruturação da situação de maneira mais
segura.
Uso excessivo sugerem ansiedade relativa à área simbolizada pelo
detalhe.
Detalhes mais organizados no desenho (ansiedade controlada e bem
canalizada)
Quando os detalhes sobrepujam o desenho principal - maior potencial
patológico.

Detalhes bizarros: falta de contato com a realidade, presença de


psicopatologia. Costuma ser raros. Ex: rosto humano no sol, pernas
humanas sustentando uma casa, etc.

Sombreamento do detalhe: são saudáveis quando leves e com poucos


rabiscos casuais. Indicam abstração e certa sensibilidade ao ambiente.
Indicam patologia na forma de ansiedade e conflito quando com força
excessiva e sem respeitar os contornos.

Ênfase no detalhe: comentários ou expressões emocionais claras


excessos de rasuras, lentidão para desenhar o detalhe, combinações
bizarras, cicatrizes. Omissão ou recusa de comentar sobre ele também
são consideradas ênfase. Ansiedade e conflito associados ao detalhe.

Qualidade da linha: normalmente as pessoas apresentam pouca


dificuldade em desenhar linhas relativamente retas. Os Ângulos
geralmente são bem definidos e as linhas curvas fluem livremente e de
modo controlado.
Falhas na coordenação motora podem ser indicativos de desajuste da
personalidade ou desordem do Sistema Nervoso Central Traçados fortes,
com linhas pretas fortes sugerem tensão - se em todo o desenho (indicam
problemas orgânicos); se em detalhes específicos (fixação no objeto
desenhado; hostilidade reprimida ou manifesta contra o detalhe ou o que
ele simboliza).
Contornos fortes, com traços internos claros luta para manter a
integridade do ego, estando desconfortavelmente consciente do fato.

Linhas de solo ou linhas mais altas mais escuras - contato com


realidade e tentativa de reprimir a tendência a obter satisfação na
fantasia.

Linha de solo muito forte: sentimentos de ansiedade relacionamentos;


-Traçados muito leves em todo o desenho inadequação, indecisão, medo
ou derrota

Linhas que se tornam mais fracas à medida que a sessão progride:


ansiedade e depressão;

Linhas fracas apenas em alguns detalhes: relutância quanto a


representatividade do detalhe;
Traçado interrompido: indecisão Linhas multo continuas: rigidez
interna

Linhas interrompidas e nunca unidas: falha incipiente funcionamento


do ego.

COR

-O principal objetivo de aplicar o HTP colorido é fornecer uma


estimativa da estabilidade da resposta do indivíduo nas tarefas do teste,
através do tempo e das condições.
-Pode fornecer dados diagnósticos e prognóstico;
-As cores devem ser consideradas quando: não obedecerem a convenção
ou a realidade, elas dominarem a forma do detalhe no qual foi usada ou
quando forem usadas espalhadas, de forma não usual;
-Quando os desenhos coloridos estão melhor organizados que os
acromáticos - melhor prognóstico. Em crianças isso especialmente
verdade pois é um bom indicativo de resposta positiva ao calor humano.

Escolha: quanto mais lento e mais indeciso o indivíduo for para escolher
a cor de um detalhe ou desenho, é um indicativo que o item a ser
produzido tenha para ele significação maior do que a média;
•Aplicação
-Uso apenas de crayon preto ou marrom como lápis, sugere tendência
a evitar emoções;
- Uso de muitas cores remetem a indivíduos muito emotivos;
- Crianças usam mais cores que adultos - respostas emocionais
precedem as respostas intelectuais no processo do desenvolvimento;
- Indivíduos regredidos usam mais cores;
- Uso de cores em mais de três quartos da área do desenho é um
indicativo de falta de controle adequado na expressão emocional;
- Cores ultrapassam as linhas periféricas: tendência a resposta
impulsiva a estímulos adicionais;
- Sombreamento é mais usado em desenhos coloridos;
- Cores são mais usadas no desenho da pessoa, do que na casa e na
árvore;

Adequação: os contornos são normalmente preto ou marrom.


Observar demais cores para partes do desenho (exemplo: sol amarelo,
céu azul, etc.)

DESENHOS DE ADULTOS E CRIANÇAS: ALGUMAS


QUESTÕES E COMPARAÇÕES
• Necessidade de saber a idade cronológica da pessoa avaliada;
• Aumento da complexidade e sofisticação nos desenhos ocorre com o
decorrer da idade; • Desenhos infantis - cinco estágios de acordo com
Thomas e Silk (1990);
✓ 18 meses a 2 anos - garatujas

✓ 2-3 anos - desenhos rudimentares

✓ 3-4 anos - esquema mais primitivo


✓ 4-7 anos - desenhos que vão se tornando mais coerentes com a
realidade
✓ A partir dos 8 anos - desenhos visivelmente mais realistas

DESENHOS DE ADULTOS E CRIANÇAS: ALGUMAS


QUESTÕES E COMPARAÇÕES

•Em geral, considera-se que à medida que a pessoa se desenvolve, as


hipóteses interpretativas relacionadas ao desenho tornam-se mais
específicas;
•Características vistas como normais em desenhos infantis, podem
sinalizar problemas quando aparecem em adultos ou idosos (exemplo
tamanhos muito grandes ou muito pequenos, detalhes bizarros, etc.).
• Observar informações nas tabelas 1, 2, 3 e 4.

DESENHOS do H-T-P de crianças abusadas

Blain, Bergner, Lewis e Goldstein (1981) - pesquisa com 109 crianças


entre 5 e 12 anos.
•Três grupos: 32 crianças em tratamento com alto grau de certeza que
haviam sofrido abuso físico; 32 crianças em tratamento com alto grau de
certeza que não haviam sofrido abuso físico; 45 crianças bem ajustadas,
de escola primária, proveniente de lares com baixa probabilidade de
abuso físico.
• Um quarto das crianças que sofreram abuso físico incluíram em seus
desenhos quatro ou mais das seguintes características;

Fumaça na chaminé da casa


Ausência de janela no andar térreo da casa
Cabeça da pessoa maior do que da altura total
Pessoas com pés omitidos
Desenho da pessoa feito em formas geométricas
Membros da pessoa muito assimétricos.

DESENHOS do H-T-P de crianças abusadas Sexualmente

•Dificuldades de identificar casos em crianças muito pequenas por não


possuírem capacidade de verbalizar suas experiências, assim como
dificuldade em detectar sinais ou traumas no corpo;
•Sequelas emocionais indicadas na literatura - disfunções sexuais
(Finkelhor, 1984; Browne & Finkelhor, 1986) tem o funcionamento
pessoal e emocional prejudicados (Steele & Alexander, 1981), tal como
sintomas de ansiedade e depressão (Briere, 1990; Briere & Runtz, 1988;
Peters, 1985; Sedney e Brooks, 1984) e autoestima baixa (Courtois, 1979;
Herman, 1981).
• Hibbard e Hartman (1990) - estudo com 65 crianças que afirmaram
terem sofrido abuso sexual e 64 crianças supostamente não abusadas,
entre 5 e 8 anos de idade, sendo 94 do sexo feminino e 35 masculinos.
• As vítimas de abuso desenhavam mais frequentemente - pernas
pressionadas uma à outra, mãos grandes e genitais.
• Maior frequência de indícios de ansiedade: sombreamento da face, do
corpo, membros, pescoço, presença de nuvens e omissão de olhos.

Características do HTP associadas a abuso sexual de acordo com


dados da literatura
Nuvens em qualquer desenho
Genitais desenhados na pessoa
Mãos muito grandes
Olhos enfatizados ou muito grandes no desenho da pessoa
Olhos da pessoa pequenos ou omitidos
Pernas juntas ou pressionadas
Árvores fálicas
Sombreamento da face, corpo, membros ou pescoço
Formas triangulares enfatizadas no desenho da pessoa
Ênfase vertical no desenho da casa.

A CASA

• Estimula uma mistura de associações conscientes e inconscientes


referentes ao lar e às relações interpessoais intimas;
• Para a criança, a casa parece salientar o ajustamento aos irmãos e aos
pais, e em especial com a mãe;
• Para os adultos, representa a situação doméstica em geral (com o
cônjuge e filhos se houver);
• Dá uma indicação sobre a capacidade do indivíduo de agir sobre
estresse e tensões nos relacionamentos humanos Íntimos e para analisar
criticamente os problemas criados pela situação do lar;
• Às áreas de interpretação geralmente referem-se à acessibilidade, nível
de contato com a realidade e rigidez.

PROPORÇÃO

• Telhado muito maior que o restante: obtenção de satisfação na fantasia.


• Dimensão horizontal da parede super enfatizada em relação dimensão
vertical: vulnerabilidade as pressões ambientais, foco maior no passado
ou futuro.
• Dimensão vertical da parede super enfatizada em relação a dimensão
horizontal: evitação da realidade, satisfação na fantasia.
• Portas pequenas: inadequação e relutância em fazer contato.
• Portas grandes: Super dependência dos outros.
• Janelas normalmente são desproporcionais.
• Janela da sala menor que as demais: rejeição as relações sociais.
• Janela do banheiro maior que as outras: conflitos referentes a questão
sexual ou excretora.
• Chaminé grande: preocupação sexual e exibicionismo.
• Chaminé muito pequena: falta de calor no lar. Em homens, dúvidas a
respeito da masculinidade.
• Caminho estreito na junção com a casa, mas largo no lado oposto:
tentativa de ocultar um desejo de se manter distante, mas com uma
amabilidade aparente, mas superficial.
• Casa em que os quatro lados aparecem simultaneamente: preocupação
com o que os outros pensam, exposição debilitante as pressões
ambientais;
• Desenho apenas do esquema ou planta da casa: conflitos severos na
situação do lar, tentativa de estruturar toda a situação;
•Perspectiva dupla (parede principal com paredes dos dois lados):
comum em casos de deficiência mental e em crianças pequenas.
Margens da página
• Telhado cortado pela margem superior: necessidade patológica de.
busca de satisfação na fantasia;
• Uso dos lados da página como linhas da parede lateral: insegurança
generalizada;

Relação com o observador


•Visão de minhoca: sentimento de rejeição em relação a casa, esforço
para obter uma situação inatingível no lar, desejo de se afastar.

Distância aparente do observador

• Mais provável que seja desenhada distante do observador do que a


árvore ou a pessoa. A distância junto com obstáculos para chegar a casa
pode indicar desejo de se manter afastado;

Posição
• Perfil parcial (parede lateral e uma parede principal): sensibilidade e
flexibilidade.
• Perfil completo: forte retraimento e desejos oposicionistas.

Transparências - característico de forte perturbação ou pessoas com


retardo;

Movimento
• A casa normalmente é desenhada vertical e intacta.
• Qualquer representação de movimento (telhado caindo, paredes
desmoronando) pode ser patológica e expressiva de um colapso do ego
sob o ataque das pressões extra ou intrapessoais, ou ambas.
• Fumaça: pressões ambientais - desviada da chaminé para o céu para
um os lados pelo vento, comumente da esquerda para a direita;

desviada da direita para a esquerda: visão do futuro com pessimismo.

Detalhes Essenciais

• No mínimo uma porta, uma janela, uma parede e um telhado. Uma


chaminé ou outro meio para sair fumaça.
• Paredes e telhados: limites periféricos da personalidade (ego) ênfase
significa esforço para manter controle. Unhas fracas indicam controle
fraco do ego ou colapso iminente;
• Ênfase no beiral do telhado (reforço ou extensão para além paredes):
desconfiança usual excessivamente defensiva.
• Portas e janelas geralmente representam a acessibilidade.
• Portas dos fundos ou laterais: evasão;

• Ênfase no revestimento, fechadura ou dobradiça da porta: sensibilidade


defensiva.
• Janelas sem vidraças ou grades: tendências negativistas;
• Janelas com grades: indicativo de prisão;
• Fechaduras nas janelas: atitude manifestadamente defensiva. Grande
número de janelas sem cobertura: tendência a se comportar de modo
áspero e direto.
• Chaminé normalmente é desenhada com facilidade e sem distorções ou
ênfases - maturidade e equilíbrio sexual satisfatório;
• Omissão não representa desajuste - fator cultural;
• Desajustes sexuais: chaminé torna-se um símbolo fálico;
• Abundância de fumaça: tensão interna, provavelmente por relações
insatisfatórias com quem vive.
• Crianças pequenas e indivíduos regredidos: desenha a casa de modo
que lembre uma pessoa.

Detalhes Irrelevantes

• Arbustos e caminhos: são detalhes irrelevantes e comuns para a casa.


•Arbustos desenhados perto da casa: necessidade de barreiras defensivas
do ego ou de estabelecer contatos mais formalmente;
• Arvores próximas a casa: pessoas que tem valência positiva ou negativa
para quem desenha;
• Caminho desenhado facilmente e proporcional: controle e tato no
contato com os outros.
• Longo caminho: acessibilidade diminuída;
• Falta de linha de solo, ou desenho distante da linha: contato com a
realidade pode ser tênue.
• Nuvens: ansiedade generalizada.

• Montanhas ao fundo: atitude defensiva e necessidade de dependência;


• Chuva e neve: Forte necessidade de o indivíduo desenhar seus
sentimentos de estar sendo submetido as pressões ambientais fortes e
opressivas. Raramente são desenhadas. Neve é mais patológica que a
chuva.

Sombreamento

• Normal na casa: material da parede e linha cruzando a janela indicando


vidro.
• Sombras antes que o sol seja desenhado: situação de conflito em. que a
ansiedade é vivida em nível consciente;
Sequência do detalhe

• Ordem comum: telhado, parede, porta e janela ou linha de solo,


paredes e um telhado.
• Desenhos simétricos (duas chaminés, duas janelas, duas portas, etc.):
insegurança.

Adequação da cor

• A casa pode ser produzida em qualquer cor, sem violar a realidade do


ponto de vista cromático.
• Telhado: preto, verde, vermelho ou marrom
• Chaminé: vermelha, preta ou marrom • Paredes: Pretas, marrons,
verdes, vermelhas, amarelas ou azuis;
• Portas, venezianas e molduras das janelas: Pretas, marrons, verdes,
vermelhas ou azuis;
Inquérito CASA

1. Quantos andares tem essa casa? Testa a realidade e mede a atenção.


2. De que essa casa é feita? O que o material da casa representa para o
sujeito.
3. Essa casa é a sua própria casa? Frequentemente desenho é da própria
casa, mas normalmente não é representada corretamente. Autorretrato
do indivíduo nas relações interpessoais. Significados agradáveis
desagradáveis.

4. Em que casa estava pensando enquanto desenhava? Informação para


identificação mais precisa.
5. Você gostaria que essa casa fosse sua? Por quê? Atitudes da pessoa em
relação ao seu lar e as pessoas que convive com ele.
8. Quando você olha para esta casa ela parece estar perto ou longe? Testa
a realidade. Proximidade parece significar capacidade de realização ou
sentimentos de calor e acolhimento, ou ambos.
9. Quando você olha para essa casa você tem a impressão que ela está
acima, abaixo ou no mesmo nível que você? Refletem relações pessoais,
com ênfase no lar e na família.
10. Em que essa casa faz você pensar ou lembrar? Em que mais? A
qualidade da associação é importante, bem como sua valência para o
indivíduo.
11. É um tipo de casa feliz, amigável? Ponto de vista do sujeito em
relação ao lar e a família. Respostas evasivas podem indicar valências
negativas.
14. Como está o tempo neste desenho? Período do ano, céu, temperatura.
15. De que tipo de tempo você gosta? Estresse ou calor humano no lar.
16. De quem essa casa faz você lembrar? Por que? Normalmente
membros íntimos da família do indivíduo.

17. Do que essa casa mais precisa? Por que? Necessidades de afeto,
abrigo, segurança e boa saúde.

18. Se isso fosse uma pessoa (objetos desenhados perto da casa), quem
seria? Representação de membros da família ou pessoas com os quais o
Indivíduo está intimamente ligado.

19. A que parte da casa essa chaminé está ligada?


20. Inquérito da planta dos andares (desenhe uma planta dos andares
com nomes) - presença de conflitos entre ocupantes.

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