O HTP (House-Tree-Person) é uma técnica projetiva de desenho, que visa penetrar na personalidade do indivíduo. Uma técnica projetiva é um instrumento que é considerado especialmente sensível a aspectos inconscientes ou velados do comportamento, que permite ou encoraja uma ampla variedade de respostas no sujeito. O HTP é uma técnica de desenhos basicamente não- verbal, que pode ser aplicada tanto em crianças, adolescentes e adultos como também em deficientes mentais/intelectuais, pessoas sem escolaridade, estrangeiros que não dominam plenamente o idioma, mudos, tímidos (retraídos) e nos que são bloqueados emocionalmente na área verbal. O HTP investiga o fluxo da personalidade à medida que ela invade a área da criatividade artística (Hammer, 1981). A linguagem do inconsciente é fundamentalmente imaginativa e simbólica e, emerge com bastante facilidade por meio dos desenhos. Tanto a linguagem simbólica quanto o desenho alcançam níveis primitivos da personalidade, permitindo o acesso ao mundo interno. No HTP, os desenhos representam um reflexo da personalidade de seu autor e mostram mais sobre o artista do que sobre o objeto retratado. O princípio básico da interpretação dos mesmos é que a folha de papel representa o ambiente e o desenho, o próprio sujeito, e é a partir dessa interação simbolizada que são realizadas as interpretações. A página em branco sobre a qual o desenho é executado serve como um fundo no qual o paciente nos oferece um vislumbre de seu mundo interno, de seus traços e atitudes, de suas características comportamentais, das fraquezas e forças de sua personalidade, incluindo o grau em que pode mobilizar seus recursos internos para lidar com seus conflitos psicodinâmicos, tanto interpessoais quanto intrapsíquicos. DOS DESENHOS A linha feita pode ser firme ou tímida, incerta, hesitante ou audaciosa, ou ainda, pode consistir em um ataque selvagem ao papel. Além disso, a percepção consciente e inconsciente do sujeito em relação a si mesmo e ás pessoas significativas do seu ambiente determina o conteúdo de seu desenho. Partindo dessa ideia básica, o trabalho com desenhos segue uma sequência de avaliação, em que vários traços gráficos são identificados em sua forma específica, segundo critérios próprios. Após a primeira visão global dos desenhos, encaminha-se para a avaliação das partes individuais. NORMAS PARA APLICAÇÃO Os desenhos devem ser executados na seguinte ordem: CASA, ÁRVORE, FIGURA HUMANA, FIGURA HUMANA DO SEXO OPOSTO AO DA PRIMEIRA DESENHADA. Segundo E. Hammer, a manutenção dessa ordem proporciona uma gradual introdução do examinando na tarefa de desenhar, levando- o gradativamente aos temas mais difíceis. O paciente é levado a iniciar por desenho de maneira mais neutra (CASA) até chegar ao de maior implicação afetiva, que é o desenho da FIGURA HUMANA. Caso a figura humana seja do sexo oposto ao do examinando, podemos solicitar outro desenho de figura humana ressaltando que deve ser oposto ao do primeiro. Embora se possa manter outras ordens ( sobre tudo em pessoas que demonstram facilidade em expor suas emoções) a sequencia casa, árvore e figuras humanas aproxima mais o sujeito do inconsciente. Não existe um tempo específico mas se deve anotar o tempo gasto e o tempo até o inicio do desenhar de fato. Para cada desenho oferecer, ao avaliando, uma folha branca, tamanho ofício, alguns tipos de lápis de escrever e borracha. Caso ele execute o desenho incompleto (como, por exemplo no desenho da FIGURA HUMANA, faça somente o rosto), deve recolher-se esse primeiro, oferecer-lhe outra folha e instruí-lo para fazer o desenho de uma pessoa completa. Caso o examinando peça permissão para usar qualquer auxílio mecânico (ex. régua), é necessário instruí-lo que o desenho deve ser feito à mão livre. Depois que a bateria acromática estiver pronta, faz-se o inquérito. Instruções Agora vamos iniciar: Você deve fazer seus desenhos a mão livre e sem preocupação de certo ou errado. O examinador deve falar ao sujeito: “por favor, desenhe uma casa, da melhor maneira que puder. Pode levar o tempo que quiser e apagar quando precisar, que não conta contra você. O importante é fazer o melhor que conseguir. Outras versões.... “Eu quero que vocês desenhem uma casa. vocês podem desenhar o tipo de casa que quiserem. façam o melhor que puderem. vocês podem apagar o quanto quiserem e podem levar o tempo que precisarem. apenas façam o melhor possível”. Caso o examinando apresenta-se tímido ou incapaz de uma boa execução, o examinador deve estimulá-lo e ao mesmo tempo deixar claro que o importante não são os dotes artísticos e sim a compreensão do que foi pedido. Procede-se da mesma forma em todos os desenhos. Para o desenho da CASA, o papel deve ser apresentado com o eixo maior na horizontal, e, para os desenhos da FIGURA HUMANA e da ÁRVORE, o eixo maior deve ser na vertical. Para qualquer dúvida do examinando, como, por exemplo: “Que tipo de casa devo desenhar?” ou “Não sei desenhar muito bem”, etc. , o examinador deve calmamente responder: “Como você quiser”, “Como você achar melhor” ou “Como você gostar”. O examinador deve observar e anotar todos os movimentos e verbalizações do examinando, estimulando-o sempre de forma tranquila e despretensiosa. Qualquer emoção manifestada pelo sujeito enquanto está desenhando ou sendo questionado a respeito de seus desenhos representa uma reação emocional à situação, que, de certa forma, está direta ou simbolicamente representada ou sugerida nos desenhos. É importante observar como ele se entrega à tarefa, de forma confiante e confortável, ou se expressa dúvidas a respeito de suas habilidades. Logo após os desenhos feitos se dá o inquérito sobre cada desenho. Isso leva um tempo maior. (portanto pode ser possível necessitar de um tempo a mais na sessão) Alguns profissionais repetem o teste de forma cromática para estimular outras formas de construção inconsciente e corroborar as informações coletadas.
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