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A Era das Escolas e o Legado da Psicanálise

Freudiana

Conteudista: Prof. Dr. Thales de Medeiros Ribeiro


Revisão Textual: Esp. Laís Otero Fugaitti

Objetivos da Unidade:

Apresentar a cronologia da psicanálise, com foco na obra de Sigmund Freud e na


formação das escolas pós-freudianas;

Revisar os conceitos fundamentais da psicanálise de Freud.

📄 Material Teórico
📄 Material Complementar
📄 Referências
📄 Material Teórico
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Introdução
Você conhece ou se lembra das sete escolas de psicanálise criadas na Europa e nos Estados
Unidos após a Segunda Guerra Mundial? David Zimerman (2007) divide a produção psicanalítica
na Europa e nos Estados Unidos em sete grandes escolas: (1) a escola freudiana; (2) a psicologia

do Ego; (3) a psicologia do Self; (4) a escola das relações de objeto; (5) a escola francesa; (6) a
escola de Winnicott; e (7) a escola de Bion.

Leia os parágrafos da Introdução ao Dicionário crítico de psicanálise, de Charles Rycroft.


Observe como o autor distribui as escolas (alterarmos o título das obras mencionadas na
citação, preferindo, sempre que possível, a sua versão em português):

“[…] Embora as dissenções internas e divergências teóricas possam ser

consideradas como sinais de vitalidade e prova de que a psicanálise não sucumbiu


ao dogmatismo de que é tão frequentemente acusada, elas também tornam difícil

para o não-iniciado saber quais os livros sobre psicanálise que são definitivos,
autorizados e corretos, e quais os que são controversos, inortodoxos e mal
informados, dificuldade realçado pelo fato de que a psicanálise possui suas

fímbrias lunáticas e charlatãs, e de que muitos autores inescrupulosos se


mostraram prontos a tirar vantagem financeira da voga da psicanálise e da
ubiquidade do sofrimento neurótico. […] As notas que seguem também podem ser

úteis como guia para as diversas escolas psicanalíticas.

1. A psicanálise clássica foi resumida por Freud em seu último trabalho [Esboço de

psicanálise, 1940] […].

2. A psicologia do ego recebeu sem impulso inicial em [O Ego e o ID, 1923], de

Freud e, desde então, foi elaborada por Anna Freud em [O Ego e os mecanismos de
defesa] (1937) e por Heinz Hartmann em [Psicologia do Ego e o problema de

adaptação] (1937).

3. Psicanálise kleiniana: os próprios trabalhos de Melanie Klein não são para os


não-iniciados, mas seus conceitos foram competentemente resumidos por Hanna

Segal em Introdução à obra de Melanie Klein (1975).

4. Teoria dos objetos (teoria das relações de objeto): até recentemente, esta foi

uma escola de pensamento inteiramente britânica. Os Estudos psicanalíticos da


personalidade (1952), de W.R.D. Fairbairn, fornecem a exposição mais lúcida, e

Personality Structure and Human Interaction (1961, de H. Guntrip), a mais


entusiástica. Da pediatria à psicanálise (1958), de D.W. Winnicott, e Trends in

Psycho-Analysis (1951), de Marjorie Brierley, constituem também leitura essencial


para todo aquele que deseje compreender a teoria dos objetos e suas vinculações
com a psicanálise clássica e a psicologia do ego.

5. Psicanálise existencial: A psicologia e o dilema humano (1967), de Rollo May,


fornece os temas que separam a psicanálise freudiana e a existencial, mas os

trabalhos de R.D. Laing constituem leitura mais vivaz.

6. Psicanálise junguiana (psicologia analítica): […] o ponto de vista de Jung foi

claramente resumido por E.A. Bennet em seu O que Jung realmente disse (1966).”

- RYCROFT, 1975, p. 21-22, grifo nosso


Psicanálise clássica; psicologia do Ego; psicanálise kleiniana; teoria das relações de objeto;
psicanálise existencial; psicologia analítica.

Você notou que a psicanálise existencial e a psicologia analítica não estão entre as sete escolas

propostas por Zimerman (2007)? Você percebeu que a obra de Anna Freud aparece na
“psicologia do Ego” (não na “escola freudiana”) e a de Melanie Klein é descrita como uma linha
independente da teoria das relações de objeto?

Podemos continuar a nossa atividade olhando para aquilo que não foi dito.

Por que os autores da escola francesa (e até a própria escola) não foram mencionados? Talvez
porque esse material seja voltado à psicanálise praticada nos países de língua inglesa, talvez
porque ele foi escrito e publicado por um psicanalista da Associação Psicanalítica Internacional
(IPA, do inglês International Psychoanalytical Association). Jacques Lacan, representante da

escola francesa, era contrário às doutrinas e políticas da IPA, tendo sido expulso (ou
“excomungado”, como ele diz) dessa instituição. Sem mencionar o nome de Lacan, o dicionário
apenas faz uma insinuação a essa circunstância em suas notas introdutórias: “Em alguns outros
países, a ausência de uma índole nativa para a transigência conduziu à divisão completa,

geralmente com um dos fragmentos resultantes retirando-se da Associação Psicanalítica


Internacional ou dela sendo expulso” (RYCROFT, 1975, p. 19).
Glossário
Transigência: significa saber tolerar ou ser flexível diante de um
conflito.

Em outras palavras, ele considera que a divisão das escolas e dos psicanalistas resulta de uma
incapacidade natural, em países fora da Grã-Bretanha, de conviver com linhas de pensamento

divergentes em uma mesma instituição de psicanálise. Esse argumento é realmente verificável


ou, como parece, é baseado na ideologia de que determinada nação ou cultura é mais
desenvolvida ou civilizada do que as outras?

Você conhece algum autor ou escola de psicanálise (inclusive as não europeias) que o dicionário
não menciona?

Trocando Ideias...
Essa atividade mostra que as formas de classificar e nomear as escolas

de psicanálise nunca são neutras. Há outras formas de apresentar as


principais delas. Para alguns historiadores, Heinz Hartmann, Melanie
Klein e Jacques Lacan representariam as três grandes vertentes que
mudaram, ao menos em parte, os fundamentos da teoria e da clínica
(BLEICHMAR; BLEICHMAR, 1992). Élisabeth Roudinesco e Michel Plon
(1998) preferem não classificar as tradições a partir do nome de seus

protagonistas ou de termos-chave como Ego ou Self, mas da cidade ou


país em que tais tradições se desenvolveram, como “escola inglesa
(vienense, húngara, americana, nova-iorquina etc.) de psicanálise”.

Quando estudamos a história da psicanálise, também devemos


considerar os fatores externos ao desenvolvimento da teoria, como
questões culturais e políticas.

Nesta disciplina, você descobrirá o que ocorreu com a psicanálise depois da morte de Freud, no
período conhecido como a era das escolas. Revisaremos, de forma breve, o pensamento do
fundador da psicanálise e apresentaremos os expoentes de três tradições europeias: a inglesa, a
húngara e a francesa. Você conhecerá elementos da psicanálise não europeia, como a dos
Estados Unidos ou da América Latina. Ao fim, verá a influência das escolas no Brasil, da ditadura

civil-militar aos dias atuais.

A Era das Escolas

“Todo estudante de psicanálise, num momento ou noutro de sua trajetória, vem a

experimentar uma curiosa sensação de vertigem. Tendo deixado para trás aquele

momento feliz no qual […] acreditava ser possível formar sem muita dificuldade
um quadro coerente da teoria psicanalítica, defronta‑se um belo dia com a

constatação escandalosa: os psicanalistas não falam a mesma língua!”

- MEZAN, 2019, n.p.

Em O tronco e os ramos, Renato Mezan (2019) esboça uma cronologia da história da psicanálise,

dividindo-a em quatro períodos bem definidos.

Figura 1 – Sigmund Freud e seus discípulos em 1922. Da


esquerda para a direita: em pé, Otto Rank, Karl Abraham,
Max Eitingon e Ernest Jones; sentados, Sigmund Freud,
Sándor Ferenczi e Hanns Sachs
Fonte: Wikimedia Commons

#ParaTodosVerem: fotografia em preto e branco. Sete homens brancos


aparecem vestidos formalmente. Freud está sentado com um charuto na mão.
Dois discípulos olham para a câmera com as mãos cruzadas sobre o joelho. No
fundo, quatro homens estão em pé na frente de uma cortina escura. Fim da
descrição.

Saiba Mais
Você conhece algum dos autores da primeira geração de psicanalistas

ligados a Sigmund Freud? Segundo Roudinesco e Plon (1998, p. 293),


os analistas que se reuniam em torno da Sociedade das Quartas-Feiras
e os discípulos não vienenses formaram a primeira geração

internacional de psicanalistas. Entre os nomes, estão: “Alfred Adler,


Wilhelm Stekel, Sándor Ferenczi, Otto Rank, Paul Federn, Siegfried
Bernfeld, Hermann Nunberg, Hanns Sachs e Theodor Reik […] Max

Eitingon, Karl Abraham, Ernest Jones e Carl Gustav Jung”.

Sugestão de atividade: escolha um dos discípulos. Faça uma busca de


informações biobibliográficas, destacando as suas contribuições para

a história da psicanálise.

Primeiro Período (1895-1918)


O primeiro período (1895-1918) se confunde com o pensamento de Sigmund Freud. Atento à

produção científica e filosófica de sua época, ele se dedicou à construção das bases da
psicanálise. Arquitetou uma teorização sobre o aparelho psíquico em que o inconsciente e o
princípio do prazer estariam na base da formação da consciência e da realidade. Ao investigar os
mecanismos e os processos inconscientes, Freud tirou do ser humano a certeza de que este é

senhor de sua própria morada. Isto é, o ser humano perdeu a ilusão de que poderia dominar e
controlar todos dizeres, atos e pensamentos.

Freud propôs uma teoria e uma clínica voltadas à escuta e à interpretação das manifestações do
inconsciente e estabeleceu uma compreensão das neuroses que rejeita a classificação que

separa os indivíduos entre o normal e o patológico. As obras que marcam o nascimento da


psicanálise são: Estudos sobre a histeria (1985), Interpretação do sonho (1900) e de Três
ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905), além de dois livros voltados a ampliar o método de
interpretação dos sintomas e dos sonhos a outros materiais: Psicopatologia da vida cotidiana

(1901) e O chiste em sua relação com o inconsciente (1905).

Além da teoria que compreende os conceitos fundamentais e uma concepção inédita da


sexualidade humana, Freud também se preocupou com questões práticas sobre a experiência
clínica, escrevendo uma série de textos com orientações sobre o uso da técnica (transferência,

análise de ensaio, acordo sobre o pagamento etc.), além de fazer uma apresentação extensa e
aprofundada de casos clínicos.

Saiba Mais
Você já ouviu falar dos cinco casos clínicos de Freud? Cada um deles se

volta à descrição de um quadro clínico, respectivamente, a histeria, a


fobia, a neurose obsessiva, a paranoia e um caso que desafia a
psicopatologia psicanalítica:

Fragmento de uma análise de um caso de histeria (caso Dora, 1905);


Analise da fobia de um garoto de 5 anos (caso Pequeno Hans, 1909);

Observações sobre um caso de neurose obsessiva (caso Homem dos Ratos);

Observações psicanalíticas sobre um caso de paranoia (dementia paranoides)


descrito com base em dados autobiográficos (caso Schreber, 1911/1912);

História de uma neurose infantil (caso Homem dos Lobos,1918).

Livro
Histórias Clínicas

Cinco casos paradigmáticos da clínica psicanalítica das Obras


incompletas de Sigmund Freud, projeto editorial coordenado por
Gilson Iannini e Pedro Heliodoro Tavares.
FREUD, S. Histórias clínicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
Freud e alguns discípulos visitam a Universidade de Clark,
nos Estados Unidos (1909)
Fonte: Wikimedia Commons

#ParaTodosVerem: fotografia em preto e branco. Estudantes e professores de


Medicina estão enfileirados lado a lado na frente da porta da universidade.
Todos estão vestidos formalmente, de terno e gravata. Alguns seguram um
chapéu na mão. No centro, está um homem idoso. Ao lado dele, Freud segura um
chapéu. São todos homens, de pele branca, com barba ou bigode. Muitos são
calvos e aparentam ter mais de 40 anos. Fim da descrição.

O segundo período (1918-1939) é marcado pelo surgimento de novas questões teóricas, clínicas

e institucionais, além das divergências e, em alguns casos, das rupturas com alguns de seus
discípulos, como Carl Jung e Alfred Adler.

Freud nunca esteve sozinho com as suas ideias, até mesmo em 1907, momento em que se dizia
“isolado” em Viena, quando a Suíça era então o país sede das instituições psicanalíticas. Na

Alemanha nazista e em regiões por ela dominadas, quase todos os psicanalistas, inclusive Freud,
tiveram de fugir do país. O destino comum era a Grã-Bretanha ou os Estados Unidos.
Saiba Mais
Ernst Simmel era judeu e psicanalista do círculo freudiano. Ele foi

preso pela Gestapo em 1933, mas conseguiu exílio nos Estados Unidos,
onde se naturalizou e viveu até a sua morte em 1947. Na vida e na
teoria, Simmel lutava contra o nazismo e os preconceitos étnico-
raciais. Para ele, o antissemitismo era uma espécie de psicopatologia
das massas ligada mais ao desencadeamento psicótico (paranoico) do
que à neurose, diferentemente do que Freud defendia em seus textos

sociais. Simmel desejava criar uma clínica pública gratuita e acessível


para todos, projeto que, segundo Gabriel Saito (2022), estaria
diretamente relacionado à sua posição socialista. Ao todo, foram três

tentativas: a Policlínica de Berlim, a clínica pública do Palácio Tegel e


uma clínica pública na Califórnia, não finalizada devido à falta de
financiamento.

Em Além do princípio do prazer (1920), Freud revê o conceito de pulsão e a teoria dos sonhos –
e formaliza um novo modelo para explicar a estrutura e o funcionamento do aparelho psíquico
em O Eu e o Id (1923).

Essa divisão do aparelho psíquico em três instâncias Eu, Isso [Id] e Supereu, produz diversas
consequências, modificando a sua teoria da sexualidade (com a invenção do complexo de Édipo,
modelo explicativo para a diferença sexual e para a escolha objetal homossexual e
heterossexual), os quadros clínicos da neurose e da psicose. Respondendo, de forma inaugural,
ao crescimento do fascismo na Europa, Freud produziu um conjunto de textos em que discutia e
interpretava problemáticas sociais e culturais, sendo os mais conhecidos Psicologia das massas
e análise do eu (1921) e O mal-estar na civilização (1930).

Com o crescimento do nazismo, Freud foi forçado a sair às pressas de seu país e se exilar em
Londres, contando com o auxílio de Ernest Jones e Marie Bonaparte. Essa fase termina com a

Segunda Guerra Mundial e a sua morte, no ano de 1939.

Você Sabia?
Sabia que em 10 de maio de 1933 houve uma grande queima de livros?

Esse ato de violência contra a arte e a cultura judaicas aconteceu, no


mesmo dia, em várias cidades da Alemanha. Os livros de Freud foram
queimados, assim como os de Thomas Mann, Albert Einstein, Franz
Kafka, Stefan Zweig e muitos outros intelectuais vistos pelos nazistas
como “degenerados”.
Figura 3 – A grande queima de livros em 10 de maio de 1933
Fonte: Wikimedia Commons

#ParaTodosVerem: foto em preto e branco. À direita, há uma montanha de


livros em chamas. No céu, percebe-se uma fumaça sobre o fundo preto. Ao
fundo, quatro militares prestam continência. Uma multidão de civis faz a
saudação nazista, “Heil Hitler”. Fim da descrição.

Durante a guerra, a Inglaterra e os Estados Unidos acolheram os perseguidos pela política de


extermínio. Devido à destruição da psicanálise na Alemanha e na Áustria, a “língua oficial” da
psicanálise, em pouco tempo, já não seria mais o alemão, mas o inglês com acentos britânicos
ou norte-americanos.
Não por acaso, a publicação Obras psicológicas completas de Freud, financiada por Ernest Jones
– a edição Standard –, foi a fonte primária para as traduções em muitas outras línguas,
traduções que deixaram de lado a consulta aos originais. Esse problema ocorreu no Brasil, com o

predomínio da versão lançada pela Imago. Foi há poucos anos que tivemos a primeira tradução
das Obras completas feita diretamente do texto em alemão, publicada pela editora Companhia
das Letras.

Terceiro Período (1940-1975/1980)


O terceiro período (1940-1975/1980) se refere à era das escolas, ou seja, à ramificação da
psicanálise em grupos mais ou menos fechados, como a psicologia do Ego, a psicanálise das
relações objetais e o lacanismo.

Saiba Mais
Ao mesmo tempo que a psicanálise se consolidava na França e em
outros países europeus, ela também atravessava o Atlântico e o

Pacífico e se instalava em outros horizontes. Ainda que Freud tivesse


visitado os Estados Unidos e o trânsito entre diferentes países fosse
algo comum desde o início da psicanálise (basta pensarmos nos

discípulos estrangeiros de Freud), agora ela tinha chegado para ficar,


assumindo novas questões pela tensão com a cultura e com a história
de cada um desses lugares, já distantes dos grandes centros europeus.
Cada um desses “núcleos” reinventou, a seu modo, o método freudiano, mantendo alguns
conceitos comuns. Alguns historiadores da psicanálise atribuem a existência desses pontos
comuns aos próprios fundamentos conceituais e técnicos do método, que sobrevivem às
divergências teóricas e institucionais.

“O annafreudismo e o kleinismo fazem parte, tal como o lacanismo e diversas

outras correntes […] do chamado freudismo, na medida em que todos se

reconhecem, afora suas divergências, na doutrina fundada por Freud, e em que se

distinguem claramente das outras escolas de psicoterapia pela adesão à

psicanálise, isto é, ao tratamento pela fala, como único ponto de referência do

tratamento psíquico, e aos conceitos freudianos fundamentais: o inconsciente, a

sexualidade [a sexualidade infantil e o complexo de Édipo], a transferência, o

recalque e a pulsão.”

- ROUDINESCO; PLON, 1998, p. 25, grifo nosso

Os conceitos fundamentais da psicanálise são: o inconsciente, a transferência, o recalque, a


pulsão e a teoria da sexualidade.

Norberto Bleichmar e Célia Bleichmar (1992) indicam que alguns fundamentos técnicos ou
clínicos, e não somente conceituais, são igualmente comuns às escolas: a regra da associação
livre e o lugar da interpretação como base para a direção do tratamento.

Ainda que todas reivindicassem o legado de Freud, as escolas e os seus protagonistas, salvo
exceções, parecem ter pouco diálogo entre si, desenvolvendo termos e pesquisas de forma
independente ou paralela. Em A psicanálise depois de Freud: teoria e clínica, Bleichmar e
Bleichmar (1992) afirmam que a variedade de perspectivas e abordagens pós-freudianas
comporta uma série de consequências.

É impossível unificar o conhecimento produzido pelas escolas; o caos terminológico é, assim,

comparável a uma Torre de Babel (conforme a expressão de Bion), isto é, elas “não falam a
mesma língua”. Quem estuda ou pratica a psicanálise acaba escolhendo, por diversos motivos,
apenas uma das correntes. Isso não é um problema! Mas nós devemos ter muito cuidado,
evitando duas armadilhas: o dogmatismo e o ecletismo.

O dogmatismo se refere à crença de que há uma única psicanálise verdadeira,


enquanto as outras escolas e tradições são tratadas com desprezo, quando não
simplesmente ignoradas. Um caminho para não cair nessa armadilha é rever a
história da psicanálise, interrogando os fatores internos ao seu desenvolvimento
teórico, e não apenas os fatores externos, como as cisões e divergências entre
autores (MEZAN, 2019);

O ecletismo, por sua vez, se refere à ignorância da existência de pontos


incompatíveis entre as escolas, reduzindo o conceito a um “mínimo denominador
comum”. Com tal procedimento, a tendência eclética acaba construindo uma ideia
empobrecida e confusa da teoria, pois separa os termos do seu contexto e da sua
rede conceitual. Isso quando não leva a soluções inúteis do ponto de vista clínico,
uma vez que cada tradição tem uma forma particular de pensar o setting analítico e a
condução do tratamento. O ecletismo falha ao deparar com dois problemas
aparentemente opostos: alguns termos de Freud são reconhecidos em diferentes
tradições (como “o complexo de castração”), mas significam coisas diferentes para
cada linha; ou, ao contrário, o estudante depara com termos que são utilizados por
apenas um autor (o passe e o cartel da escola de Lacan, por exemplo).
Importante!
Estudantes de psicanálise devem ter o cuidado de entender as
diferenças entre os autores e não acatar acriticamente as ideias da
escola de sua preferência.

A partir de meados da década de 1970, a morte dos protagonistas das escolas e as novas

contribuições para além das sociedades e associações inglesas, americanas e francesas é um


marco, ainda que lento e discreto, do início de um período que se estende até os dias atuais.

A expansão da psicanálise para além de Freud não é um problema. Muito pelo contrário, essa
ramificação é sinal de sua vitalidade e das descobertas feitas por cada escola. Ela indica como os
textos de Freud e o método psicanalítico têm bases sólidas, mas estão sempre abertos à
reinterpretação, em função das diferenças geográficas, culturais, políticas, institucionais etc. O
legado deixado pelo psicanalista austríaco foi ora recusado, ora reelaborado, restando certos
“núcleos fortes” teóricos e clínicos.

Quarto Período (1975 até Hoje)


O quarto período, de 1975 até hoje, não é fácil de qualificar, mas podemos reconhecer nele duas
tendências em constante tensão.

Mezan (2019) propõe um movimento para cada fase da sua cronologia, exemplificando o duplo

percurso que ocorre hoje, após a morte dos autores representantes de cada escola:
“A um período de desbravamento inicial do terreno pelo explorador quase solitário,

segue-se uma época fértil em discussões localizadas; vem em seguida um tempo

de sedimentação a partir das rupturas produzidas por tais controvérsias, e por fim
um momento – o nosso – em que as tendências centrífugas parecem ser

contrabalançadas por uma circulação mais desimpedida entre os diversos

quadrantes do universo psicanalítico.”

- MEZAN, 2019, p. 55, grifo nosso

A era das escolas ainda tem um peso na atualidade e muitos psicanalistas e estudantes buscam a
confirmação da doutrina. Essa primeira vertente tenderia a produzir textos bastante repetitivos,
como o mero comentário do pensamento dos seus representantes (Klein, Winnicott, Lacan
etc.). Há uma tendência oposta formada por autores que circularam por diversas escolas ou
mesmo de forma independente a elas. As obras de Wilfred Bion ou André Green, para ficarmos
com apenas dois exemplos, não respondem ao conjunto de problemas da psicanálise e, por isso,
dificilmente podem ser considerados como uma escola (MEZAN, 2019).

Em Síntese
Vamos rever resumidamente os acontecimentos e os termos-chave da
cronologia.
Primeira fase: começa em 1985/1900. Teorização de Freud sobre a histeria e o
aparelho psíquico (primeira tópica: consciente/inconsciente/pré-consciente).
Criação dos fundamentos da clínica (associação livre e transferência). Escrita dos
casos clínicos. Tentativa de sistematização dos conceitos fundamentais
(metapsicologia). Termina com o fim da Primeira Guerra;

Segunda fase: começa com a revisão dos conceitos de pulsão e sonhos e do aparelho
psíquico (segunda tópica: Eu, Isso e Supereu). Divergências ou rupturas com
discípulos. Revisão da teoria da sexualidade (complexo de Édipo) e das estruturas
clínicas (neurose e psicose). Publicação de textos sociais/culturais. Segunda Guerra
Mundial e exílio de Freud e outros psicanalistas para os países de língua inglesa.
Termina com a morte de Freud;

Terceira fase: começa com a criação de vertentes ou escolas independentes.


Psicologia do Ego, psicanálise das relações objetais, lacanismo. Recusa ou
reelaboração do pensamento freudiano (permanência dos “núcleos fortes” da
teoria e da clínica). Difusão da psicanálise na Europa e nos Estados Unidos. Termina
com a morte dos protagonistas das escolas de psicanálise;

Quarta fase: ramificação e preservação do pensamento das escolas ou circulação


entre os diversos quadrantes do universo psicanalítico. Momento atual.

O Legado de Sigmund Freud


Freud e outros psicanalistas (Stanley Hall, Carl Jung,
Abraham Brill, Ernest Jones e Sándor Ferenczi) na
Universidade de Clark, em Worcester,Massachusetts
Fonte: Wikimedia Commons

#ParaTodosVerem:fotografia em preto e branco. Seis homens olham para a


câmera. Todos estão vestidos formalmente. Freud está sentado, de barba curta e
cabelo grisalho. Ele segura uma bengala. Ao centro, sentado, um homem idoso
segura um chapéu com a mão esquerda. À direita, Jung usa um bigode e segura
uma bengala. No fundo, outros discípulos de Freud estão em pé. Eles estão na
frente de uma parede de tijolos da universidade. Fim de descrição.

A diversidade das escolas é determinada por um conjunto de diferenças doutrinais, geográficas


e institucionais (MEZAN, 2019).
“Doutrinais” diz respeito aos princípios, concepções e procedimentos adotados por uma escola,
em aliança ou oposição com outras vertentes pós-freudianas.

“Geográficas” aponta para as regiões e países em que ela se enraizou. A psicologia do Ego não
apresenta as mesmas controvérsias na Sociedade Britânica de Psicanálise e nas sociedades
estadunidenses. Psicanalistas lacanianos escrevem sobre assuntos distintos na França e no
Brasil, ainda que sejam membros de uma mesma instituição, a exemplo da Internacional dos
Fóruns (IF) da Escola de Psicanálise do Campo Lacaniano.

“Institucionais” se refere a vários campos, associações, grupos etc. Em torno deles, os


membros de uma escola se reúnem e organizam os seus dispositivos de formação, como a
escolha de temas de estudo, a supervisão e as sessões clínicas, entre outras atividades. A
Associação Mundial de Psicanálise (AMP) e a IF não têm leituras iguais sobre diversos aspectos
da clínica lacaniana.

Sites

Associação Mundial de Psicanálise (AMP)


Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Escola de Psicanalise dos Fóruns do Campo Lacaniano – Internacional dos Fóruns (IF)
Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE
Reflita
Quais seriam os passos necessários, em cada escola, para que alguém
possa atuar como psicanalista? A análise didática é necessária?
Haveria alguma regra predeterminada sobre a duração e a quantidade
das sessões semanais? Quais são as direções possíveis para o
tratamento de crianças e de adultos, de neuróticos e de psicóticos?
Como os quadros clínicos são abordados? O que determinaria o fim de
uma análise? Os psicanalistas da escola defendem dispositivos de
escuta menos convencionais do que o atendimento em consultório
particular, a exemplo da clínica pública ou da terapia de grupos? A
escola aceita ou enfrenta as circunstâncias políticas antidemocráticas,
como o nazismo e as ditaduras latino-americanas?

A diversidade das escolas também se deve aos fatores internos, ao desenvolvimento da teoria e
da experiência clínica. Tendo isso em vista, como podemos reconhecer uma escola de
psicanálise? Com base em Mezan (2019), uma escola deve contemplar as quatro dimensões
estabelecidas desde a tradição freudiana:

Os conceitos fundamentais (ou a metapsicologia);

A teoria da sexualidade ou do desenvolvimento psíquico;


Os fundamentos da clínica e do processo analítico;

A compreensão das estruturas clínicas (uma psicopatologia).

Metapsicologia; teoria da sexualidade; fundamentos da clínica; psicopatologia.

Importante!
De acordo com Élisabeth Roudinesco e Michel Plon (1998),
“metapsicologia” é um neologismo inventado por Freud (metafísica +
psicologia) para designar o conjunto das especulações filosóficas e
científicas da teoria psicanalítica, em oposição à psicologia da
consciência. As questões metapsicológicas pretendiam descrever

concepções abstratas do quadro teórico, e não da observação clínica ou


de experiências práticas.

Em uma das cartas endereçadas a Wilhelm Fliess no final do século XIX, Freud conta que a
mudança da neurologia para a “psicologia das neuroses” estava relacionada ao seu desejo de se
dedicar aos estudos filosóficos, considerando que a atividade terapêutica era apenas uma
consequência inesperada dessa mudança de área. Para ele, a medicina e a psicologia clássica não
podiam embasar “um quadro teórico e uma forma de cientificidade que, pautando-se no
encaminhamento filosófico, levassem a pensar a articulação dos processos psíquicos com os
fundamentos biológicos” (ROUDINESCO; PLON, 1998, p. 551).

Dois anos depois, Freud se refere novamente ao termo metapsicologia para se corrigir, ainda
que não o utilize de forma sistemática antes dos ensaios escritos durante a Primeira Guerra
Mundial. Em carta de março de 1898 endereçada a Fliess, ele relata que a sua descoberta sobre o
sonho, enquanto realização do desejo inconsciente, oferecia uma explicação metapsicologica (e

não mais biológica) do aparelho psíquico.

Só conhecemos cinco dos doze ensaios que seriam dedicados à construção da sua
metapsicologia. Os outros sete supostamente foram destruídos pelo próprio Freud. Desde essa
época, os processos psíquicos seriam definidos a partir de três pontos de vista: topológico,

dinâmico e econômico. Freud aborda os conceitos de pulsão, recalque e inconsciente, além de


complementar a sua teoria dos sonhos e de repensar, com base nas novas considerações sobre
o narcisismo, a relação entre o eu e o objeto, a partir de uma reflexão sobre a perda de um objeto
no luto e no quadro patológico da melancolia.

Importante!
O termo metapsicologia se refere tanto à série de ensaios que foram
publicados entre 1915 e 1917 com a finalidade de sistematizar a teoria
psicanalítica quanto (e em um sentido mais amplo) aos textos voltados
à elaboração do quadro teórico da psicanálise. Nesse sentido,
compreenderíamos os textos publicados antes e depois desses ensaios,
como o Projeto por uma psicologia científica, o capítulo VII de
Interpretação dos sonhos e o texto Introdução ao narcisismo (1914).
Depois deles, teríamos justamente os textos dedicados à revisão da sua
teoria, especialmente Além do princípio do prazer e O Eu e o Id.

Em A interpretação dos sonhos, Sigmund Freud ([1900] 2019, p. 157) explica como a livre
associação de pensamentos (isto é, sem críticas ou julgamentos) permitiu a invenção de um
método que pode escutar as manifestações do inconsciente, aplicando a ele “o método de
interpretação [anteriormente] utilizado para os sintomas”.

Em Estudos sobre a histeria, redigido em colaboração com Josef Breuer, Freud distingue a
neurose traumática da histeria, já que esta apresentaria um mecanismo específico de produção
dos sintomas como substituições do esquecimento de um trauma. A histeria manifesta o
sintoma no lugar de um trauma esquecido (recalque/retorno do recalcado), diferentemente da

neurose traumática, que preserva a memória do acontecimento traumático.

Freud apresentou a sua hipótese sobre a causa psíquica dos sintomas na histeria, origem de uma
teoria do inconsciente. A rápida transformação dos sintomas vivenciados, como dor ou paralisia
(incluindo as perdas da linguagem e o esquecimento da língua materna), é assim pensada como
substituta de um trauma, de uma ferida sem representação possível na consciência e que, por

isso mesmo, permanecia esquecida.

O conceito de inconsciente, então, chega como uma hipótese que só foi possível a partir da
criação de uma técnica de interpretação que prestava atenção aos pontos em que havia falhas e
lacunas na consciência: o mecanismo de (trans)formação dos sintomas em pacientes

histéricos, a censura e os mecanismos de deformação do conteúdo dos sonhos, os


esquecimentos de nomes próprios, lapsos, escritas e atos falhos que emergiam do discurso
racional, o jogo linguageiro com as proibições no chiste. Essas manifestações sinalizavam a
existência de um desejo inconsciente que vinha à luz na clínica e na vida cotidiana, mantendo,

ainda assim, as marcas de uma censura (do esquecimento).


O aparecimento de uma manifestação do inconsciente indica a existência de um desejo sexual
proibido e sem representação possível no campo da consciência. Esse conflito dramático entre o
desejo e a sua negação produz sofrimento psíquico e a demanda de uma escuta. Ao recusar
(cor)responder à demanda de amor da histeria e ao recusar a sugestão comum às psicoterapias,
nasce um método de interpretação que dirige a fala do sujeito a associar livremente as suas
ideias, em um processo laborioso de investigação, rememoração e elaboração do que
permaneceu esquecido.

Em Estudos sobre a histeria, Freud conta que Emmy von N. pediu para que ele ficasse quieto em
uma “estereotipia” verbal (uma fórmula protetora) que a hipnose, até então, tentava descobrir a
causa, bem como a natureza dos elementos associados: “ […] abruptamente se interrompe,
contorce o rosto numa expressão de pavor e asco, estende a mão com os dedos abertos e

crispados em minha direção e, com voz alterada, repleta de angústia, grita as palavras: ‘Fique
quieto – não diga nada – não me toque!’” (FREUD; BREUER, [1895] 2016, p. 51).

Foi a histeria que inventou a psicanálise, ao se rebelar contra a hipnose e a sugestão. A


resistência da histeria à eliminação dos sintomas deu lugar à “cura pela fala” e, depois, a uma

outra forma de investigação da causa do sofrimento psíquico: a associação livre e o manejo do


laço afetivo que se forma entre analista e analisante. São esses os dois principais motores do
tratamento, que possibilitam, a partir da repetição, um trabalho de elaboração sobre essas
resistências.

Reflita
A psicanálise não foi inventada por Freud! Ela foi inventada por aquilo
que pôde ser escutado no discurso das histéricas, consideradas como
“doentes” pela medicina e excluídas da sociedade nos hospitais
psiquiátricos. Quando recusou o lugar de autoridade médica, Freud deu
espaço para que a “histérica” se colocasse na posição de sujeito que
produz o saber (psicanalítico), e não de objeto submetido à
experimentação e observação das ciências positivas.

A partir dessa escuta, Freud não apenas pôde formular os principais conceitos e técnicas do seu
método, mas também tomou o quadro particular da neurose (histeria) e o universalizou para
pensar a nossa relação com o inconsciente e com a linguagem, o que poderia ser resumido na

seguinte frase: “Somos todos neuróticos!”.

Leia o seguinte trecho do artigo “Clínica psicanalítica: aproximações histórico-conceituais e


contemporâneas e perspectivas futuras”, de Luiz Augusto Celes (2010). Segundo o autor, quais
seriam as consequências causadas pela mudança do método catártico para o tratamento

psicanalítico?

“À descoberta e afirmação do psiquismo inconsciente se associa a clínica

psicanalítica da interpretação. A interpretação se constitui no método de acesso ao

inconsciente recalcado, meio pelo qual o neurótico se desembaraça do sintoma.

Tendo Freud muito cedo se desvencilhado do objetivo de superação dos sintomas

dos neuróticos, rapidamente, já em 1905, estabelece que a cura dos sintomas

constitui um ganho secundário do tratamento psicanalítico […]. Significa com isso

uma mudança profunda no método que Freud desenvolvia no fim do séc. XIX, qual

seja, o método catártico, associado à análise da memória recalcada, método este

que havia sido estabelecido por Breuer […] e fartamente utilizado por Freud. Não

mais se trata a neurose, mas o próprio sujeito que não se deslindará do


inconsciente. Sobre o inconsciente se busca um conhecimento profundo, para que

o indivíduo possa apoderar-se de si, ainda que não de modo absoluto, de suas

decisões, e assumir para si a responsabilidade de seus desejos (por seu

inconsciente, embora dele, ele escape). […] Embora esteja no próprio fundamento

do psiquismo inconsciente a ideia da impossibilidade de dissolução do

inconsciente, o tratamento tem como horizonte teórico tal alcance, mas um

horizonte, ao qual […] não se chega. A mudança técnica ocorrida foi

profundamente coerente com o entendimento que se alcançou na Interpretação

dos sonhos […], que estabeleceu a não exclusividade neurótica do inconsciente.

Somos todos inconscientes em nossos desejos mais profundos e significativos,

somente uma parte de nossos pensamentos é consciente e deles pouco temos

conhecimento; portanto, somos todos neuróticos no sentido mais geral do termo.”

- CELES, 2010, p. 68

Com a escrita das histórias clínicas, Freud destacava o ponto de encontro entre a teoria e a
prática, abrindo uma via para a construção de uma psicopatologia fundada na distinção entre os
quadros da neurose, da psicose e da perversão (estrutura muito controversa, associada às
“parafilias” e à homossexualidade).

A clínica freudiana era, sem sombra de dúvida, mais voltada à escuta das neuroses de
transferência (histeria, neurose obsessiva e fobia) do que das psicoses e das neuroses
narcísicas, apesar de ele ter feito um importante estudo sobre a paranoia a partir da
autobiografia do presidente Schreber, além de escrever sobre o narcisismo e a melancolia.

Veremos na continuidade de nossos estudos alguns desses conceitos mais de perto, justamente

porque eles são constantemente retomados e reformulados pelas diversas tradições e escolas.
Futuramente, veremos como a geração de analistas representada por Melanie Klein, Donald
Winnicott, Wilfred Bion e André Green se caracterizou por ampliar o horizonte da psicanálise
para além da neurose.
📄 Material Complementar
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Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros

Os Pacientes de Freud: Destinos


BORCH-JACOBSEN, M. Os Pacientes de Freud: destinos. Lisboa: Texto & Grafia, 2012.

A Correspondência Completa de Sigmund Freud para


Wilhelm Fliess (1887-1904)
MOUSSAIAEFF, M. J. A Correspondência Completa de Sigmund Freud Para Wilhelm Fliess. Rio
de Janeiro: Imago, 1986.

Freud e o Inconsciente
GARCIA-ROZA, L. A. Freud e o inconsciente. Zahar: Rio de Janeiro, 2009.
Vídeos

Textos Fundamentais da Psicanálise

TEXTOS FUNDAMENTAIS DA PSICANÁLISE


📄 Referências
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BLEICHMAR, N. M; BLEICHMAR, C. L. A psicanálise depois de Freud: teoria e clínica. Artmed; 1.


ed. 1992.

CELES, L. A. M. Clínica Psicanalítica: aproximações histórico-conceituais e contemporâneas e


perspectivas futuras. Psicologia: Teoria e Pesquisa. v. 26, p. 65-80, 2010.

FREUD, S. Obras completas volume 2: Estudos sobre a histeria (1893-1895). São Paulo:

Companhia das Letras. 2016.

MEZAN, R. O tronco e os Ramos. estudos da história da psicanálise. 2. ed. São Paulo: Blucher.
2019.

ROUDINESCO, É.; PLON, M. Dicionário de Psicanálise. Tradução Vera Ribeiro, Lucy Magalhães.

Rio de Janeiro: Zahar, 1998.

RYCROFT, C. Dicionário Crítico de Psicanálise. Imago, 1980.

SIMMEL, E. A autoconservação e a pulsão de morte. Artes & Ecos, 1943.

ZIMERMAN, D. E. Fundamentos Psicanalíticos: Teoria, técnica e clínica – Uma abordagem

didática. Artmed, 1. ed., 1999.

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