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Egon Schaden
' Professor da Universidade de São Paulo
to não como figura is.alada, mas c·olaborando num sentido bem defi11ido
no movimento antropológico dêstes últimos cent -o e poucos anos. E' êste
um período em que a Antropologia, no afã de elaborar uma imagem cien-
tífica da natureza humana, teve de constituir as suas bases teóricas e os
s·eus métodos de inves itigação em oposição à imagem do homem que lhe
f ôra le·gada pelos pensado1·es setecentistas do idealismo filosófico e do
iluminismo imagem envolta num halo de misticismo pré-científico,
que não c;;atisfazia em absoluto à mentalidade naturalista inaugurada no
século dezenove .
Foi grande o número dos pensadores que, ora acertando, ora erran-
do, contribuiriam para o desmantelam .ento dessa imagem do homem, que
não era ne1n religiosa nem científica, a fim de substituí-la por uma con-
cepção diversa, apoiada em princípios de investigação metódica da rea-
lidade objetiva. Dessa coorte se destacam, porém, três espíritos vigoro-
sos, que, lançando teorias heterodoxas e uma curiosa combinação de idéias
certas com visões erradas, desenca ,d·earam não somente as mais vivas dis-
cus sões no plano das lides intelectuais, mas vieram constituir em grande
parte a imagem do mundo peculiar ao homem civilizado do século vinte.
Trata-se de Marx, Darwin e Freud. Não é preciso ser marxista, nem
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(1) \\ 7i111el111E . l\'Ii.ih l1n an1 1, Gesc lzicht e de1· A1itl11·opologie, U ni, ·e r·-
sitats-Verlng, Bo11n, 1948; fJágs. 178-1-80.
(2) Cf. A. Irving Hallowell, ''Psychology a11(i Ant l1ro p <)logy'', coI1-
tril)11ição ao volu111e J?or a Scie1zce of So•cial 1l1a1i, 01·ga11izaclo p()r J<1h11
Gillin, Nova York, 1954; pág. 207.
15() Ego11 Scl1:1<.lc11