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SIGLA /CURSO
Introdução1
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Conteúdos compilados por Anil Vila
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Extraído na obra de Fernando Santos (2007). Introdução ao pensamento contemporâneo: razões e
finalidade. Universidade Lusófona: Lisboa. Este serviu de base para os conteúdos selecionados no
presente material de apoio.
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Razão-Finalidade Luso-Lusófona
Ninguém desconhece que se está dando em volta de nós uma transformação política, e
todos pressentem que se agita, mais forte que nunca, a questão de saber como deve
regenerar-se a organização social. Todos as organizações ou partidos que lutam a nível
nacional e internacionalmente, como em cada um dos grupos que constituem a
sociedade de hoje, há uma ideia e um interesse, e a causa e o porquê dos movimentos?
Estas indagações, permitem-nos considerar os patriarcas das diversas áreas do saber
filosófico e científico.
Hoje não se pode viver e desenvolver-se isoladamente dos grandes intelectuais do seu
tempo; o que todos os dias a humanidade vai trabalhando, deve ser o assunto das nossas
constantes meditações. Abrir uma tribuna, onde tenham voz as ideias e os trabalhos que
caracterizam este momento do século, preocupando-nos sobretudo com a transformação
social, moral e política dos povos da lusofonia. 4 Este desiderato consubstancia-se nos
seguintes pontos:
1. A CPLP não pode ser, mas não está automaticamente excluído que seja ou se
torne, uma versão retardada ou camuflada dos colonialismos políticos
económicos e culturais de antanho5 (Portugal) ou de agora (Brasil).
2. Nesta perspectiva de crítica da razão-Lusófona, especificamente essencial é a
superação de todos os provincianismos, tanto os mais grosseiros como os mais
suteis, que afecta com maior ou menor consciência e virulência, os diversos
espaços do espaço Lusófono ou os diversos países e povos de Língua
Portuguesa.
3. A CPLP poderá e até deverá ser também uma comunidade dos países e Povos da
Língua Portuguesa, a qual uma vez findo os tempos do colonialismo deixou de
ser um instrumento de dominação para se tornar um instrumento de
comunicação e até de construção nacional. Assim encarada a Língua Portuguesa
poderá tornar-se uma das grandes (senão a maior das) riquezas de todos os
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Referimos a categorização de conhecimento existente (filosófico, científico, sensorial, teológico ou
popular).
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Neves, (2007).
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Refere-se à antiguidade.
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Razão-Finalidade Científico-Epistemológica
Esta razão, de importância central para não dizer total, remete obviamente para as
redescobertas ainda que não suficientemente aprofundadas, questões da pluri-inter-
trans-meta-pós disciplinaridade e poderia traduzir-se numa fórmula lapidar como a
seguinte: toda ciência que não seja pluri-inter-trans-meta-pós…, ciência não passará de
nula-pseudo-anti-ciência. Observaria apenas, mas com toda força que essa essência
pluri-inter-trans-meta-pós disciplinaridade só faz sentido, e só tem conteúdo real se
pressupuser e se basear na Ruptura Epistemológica Primordial (REP) que se situa ao
nível do próprio conceito de ciência e pode laconicamente definir-se como a passagem
de uma concepção monoparadigmática, reducionista e totalitária a uma concepção
pluriparadigmática, aberta e democrática da ciência.
As rupturas referidas, confundem-se com as revoluções científicas realizadas ao longo
dos tempos. Observe as seguintes figuras:
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Traduz-se: alcunhar, intitular, qualificar.
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Traduz-se palavreado
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Aristóteles
Piaget Copérnico
Revoluções
Gutenberg Newton
epistemológicas,
vastas e
profundas
Marconi Descartes
Freud Darwin
Marx Kant
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Objectivo
A cadeira de IPC é no fundo e em síntese, para além das razões e finalidades específicas
de Desprovincianização, Democratização e Desenvolvimento das Sociedades
Lusófonas, é também uma tentativa permanente de alargar as fronteiras do animal
racional e livre que é o homem e, por isso mesmo uma permanente luta contra todas as
formas de obscurantismos, fundamentalismos e totalitarismos, de que um certo pós-
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Refere-se a profunda realização da razão científico-epistemológica, ou seja, a razão epistemático-
paradigmático vem complementar a razão científico-epistemológico.
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Para uma abordagem mais exaustiva, recomendamos que leia as obras e artigos de Neves, F. S. (2007).
Razões e finalidades. Lisboa: Universidade Lusófona.
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Dialética é uma palavra de origem grega dialektiké e significa; a arte do diálogo, a arte
de debater, de persuadir ou raciocinar, a coerência do discurso. Dialéctica é um debate
onde há ideias diferentes, onde um posicionamento é defendido e contradito logo
depois. Para os gregos, dialéctica era separar factos, dividir as ideias para poder debatê-
las com mais clareza.
A dialética também é uma maneira de filosofar, e seu conceito foi debatido ao longo de
décadas por diversos filósofos, como Sócrates, Platão, Aristóteles, Hegel, Marx, e
outros. Dialética é o poder de argumentação, mas também pode ser utilizado num
sentido pejorativo, como um uso exagerado de sutilezas. Consiste em uma forma de
filosofar que pretende chegar à verdade através da contraposição e reconciliação de
contradições. A dialética propõe um método de pensamento que é baseado nas
contradições entre a unidade e multiplicidade, o singular e o universal e o movimento da
imobilidade.
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Referências utilizadas para compilação deste modulo: Neves, F. S. (1997). Introdução ao Pensamento
Contemporâneo, Razões e Finalidades. Revista de Humanidades e Tecnologias, 1 (62).
Neves, F. S. (2007). Razões e finalidades. Lisboa: Universidade Lusófona.
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Do realismo ao Idealismo
O realismo
Por realismo entendemos o ponto de vista epistemológico segundo o qual existem
coisas reais, independentes da consciência. Esse ponto de vista é suscetível de diversas
variações. A variante que tanto histórica quanto psicologicamente dá origem às outras é
o realismo ingênuo. Ele não é ainda determinado por nenhuma reflexão epistemológica
e o problema sujeito-objecto ainda não surgiu claramente. Ele não distingue a
percepção, que é um conteúdo de consciência aos objectos, acaba atribuindo aos
objectos todas as propriedades que estão presentes nos conteúdos. As coisas são, para
ele, exactamente como as percebemos. As cores que vemos nas coisas estão-lhes
afixadas como qualidades objectivas. O mesmo vale para seu gosto e seu odor, sua
dureza ou maciez, etc. Todas essas propriedades convêm às coisas objetivamente e
independentemente da consciência que as percebe. Diferente do realismo ingênuo é o
realismo natural.
Este já não é mais ingênuo, mas está condicionado por reflexões críticas e epistêmicas.
Isto se evidencia no facto de que ele não mais identifica conteúdo perceptivo e objecto.
Não obstante, sustenta que os objectos correspondem exatamente aos conteúdos
perceptivos. Para o defensor do realismo natural, exactamente como ocorria com o
realista ingênuo, é absurdo admitir que o sangue não seja vermelho, que o açúcar não
seja doce e que vermelho e doce devam existir apenas em minha consciência. Também
para ele, todas essas são apenas qualidades das coisas. Esta forma de ver, é o modo de
ver da consciência natural, por esta razão chamamos este realismo de "realismo
natural".
A terceira forma de realismo é o realismo crítico. Ele se chama crítico por apoiar-se em
reflexões crítico-epistêmicas. Segundo ele, nem todas as propriedades presentes nos
conteúdos perceptivos convêm às coisas. Muito pelo contrário, as propriedades ou
qualidades da coisa apreendidas por nós apenas por meio de um sentido, como cores,
odores, sabores, etc., existem apenas e tão-somente em nossa consciência. Elas surgem
na medida em que certos estímulos externos atuam sobre nossos órgãos sensíveis. Tais
propriedades representam formas de reação de nossa consciência, que são naturalmente
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condicionadas em seu modo de ser pela organização de nossa consciência. É claro que
certos elementos causais e objectivos devem ser pressupostos nas coisas para o
surgimento dessas qualidades. Se o sangue parece vermelho para mim, se o açúcar
parece doce, isso deve estar fundamentado nas características desses objetos. Essas três
formas de realismo são encontradas na filosofia antiga. No primeiro período do
pensamento grego, o realismo ingênuo é o ponto de vista adotado de maneira geral.
Demócrito, sustentou o realismo natural. Segundo ele, as propriedades percebidas
convêm também às coisas, independentemente da consciência que a percebe. Esse ponto
de vista foi predominante até a Idade Moderna.
O idealismo
A palavra idealismo é utilizada em muitos sentidos diferentes. Devemos distinguir
especialmente o idealismo no sentido metafísico do idealismo no sentido
epistemológico. Chamamos de idealismo metafísico a concepção de que a realidade está
baseada em forças espirituais, em poderes ideais. Aqui, naturalmente, trataremos apenas
do idealismo epistemológico. Equivale à concepção de que não há coisas reais,
independentes da consciência. Como, após a supressão das coisas reais, só restam dois
tipos de objectos, a saber, os existentes na consciência (representações, sentimentos) e
os ideais (objectos da lógica e da matemática), o idealismo deve necessariamente
considerar os pretensos objectos reais quer como objectos existentes na consciência,
quer como objectos ideais. Daí resultam os dois tipos de idealismo: o subjetivo ou
psicológico e o objetivo ou lógico.
Fixemo-nos primeiramente no idealismo subjetivo ou psicológico. Toda a realidade,
para ele, contém-se na consciência do sujeito. As coisas não passam de conteúdos da
consciência. Seu ser consiste em serem percebidas por mim, em serem conteúdos de
minha consciência. Tão logo deixam de ser percebidas por mim, deixam também de
existir. Não lhes cabe um ser independente de minha consciência. O que há de efectivo
é unicamente minha consciência e seus conteúdos. Daí o costume de se designar esse
ponto de vista como consciencialismo. O representante clássico desse ponto de vista é o
filosófico inglês Berkeley.
O idealismo objectivo ou lógico é essencialmente diverso do subjetivo ou psicológico.
Enquanto o idealismo subjetivo parte da consciência do sujeito individual, o idealismo
objectivo toma como ponto de partida a consciência objectiva da ciência, tal como se
expressa nas obras científicas. O conteúdo dessa consciência não é um complexo de
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Concluindo: O idealismo surge, portanto, sob duas formas principais: como idealismo
subjetivo ou psicológico e objectivo ou lógico. Existe entre os dois, como vimos, uma
diferença essencial. Essa diversidade, porém, move-se dentro de uma intuição
fundamental comum. Trata-se da tese idealista de que o objecto do conhecimento não é
algo real, mas ideal. O idealismo não se contenta em formular essa tese, mas também
procura prova-la. Argumenta que é contraditório pensar num objecto independente da
consciência, pois na medida em que penso num objecto, faço dele um conteúdo de
minha consciência. Se, ao mesmo tempo, afirmo que o objecto existe fora de minha
consciência, eu me contradigo. Consequentemente, não existem objectos reais fora da
consciência, mas, ao contrário, toda a realidade está encerrada na consciência.
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Introdução12
Percebe-se com naturalidade que o nosso modo de pensar está sendo cada vez mais
moldado pelo crescimento e desenvolvimento das TICs. As mudanças ocorridas nas
últimas décadas, sobretudo os avanços tecnológicos, têm relevância nos sectores
públicos e privado, bem como no contexto social, político e econômico.
As modificações ocasionadas nos processos de desenvolvimento e suas consequências
na democracia e cidadania, convergem para uma sociedade caracterizada pela
importância crescente dos recursos tecnológicos e pelo avanço das Tecnologias de
Informação e Comunicação (TICs) com impacto nas relações sociais, empresariais e nas
instituições. É a denominada Sociedade da Informação e do Conhecimento que cogita
uma capacidade constante de inovação.
Na administração pública, é notória a progressiva aplicação e abrangência das
Tecnologias de Informação e Comunicação, sobretudo com o uso da Internet nas
diferentes esferas do governo. Aqui, o emprego das TICs inicia-se com o correio
electrónico e a pesquisa eletrônica e continua com a chamada “governança electrônica”
ou “e-governança”.
A utilização das TICs na Administração Pública possui vários objetivos: o alcance e a
melhoria contínua da qualidade, o aumento da eficácia e da eficiência, a transparência
dos actos administrativos, a fiscalização das ações governamentais e a participação
popular no exercício da cidadania, por meio da facilidade de acesso a serviços públicos
ofertados na Internet.
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pouco antes dos últimos trinta anos do século XVIII e a segunda, cerca de cem anos
depois, cujo destaque é para o desenvolvimento da electricidade e do motor de
combustão interna.
Nesses dois momentos, fica claro um período de rápidas transformações tecnológicas e
sem precedentes. Um conjunto de macro invenções preparou o terreno para o
surgimento de microinvenções nos campos da agropecuária, indústria e tecnologia. Em
ambas as revoluções há características comuns, bem como diferenças marcantes. A
relevância do conhecimento científico, como base do desenvolvimento tecnológico após
1850, pode ser citada. Uma análise histórica comprova que, a longo prazo, os efeitos
positivos das novas tecnologias industriais no crescimento e desenvolvimento da
sociedade são irrefutáveis. Castells (1999) ressalta que uma das principais lições do
processo de industrialização e desenvolvimento tecnológico é que “a inovação
tecnológica não é uma ocorrência isolada”, reflete um determinado estágio de
conhecimento. Outra lição destacada por Castells (1999) e que gera controvérsias –
embora ambas tenham causado o surgimento de novas tecnologias – é que no cerne
dessas revoluções havia uma inovação fundamental na geração e distribuição de
energia: “Portanto, atuando no processo central de todos os processos – ou seja, a
energia necessária para produzir, distribuir e comunicar – as duas revoluções industriais
difundiram-se por todo o sistema econômico e permearam todo o tecido social”
(Castells, 1999, p. 75).
Após a década 60, durante a revolução tecnológica que se inicia no fim da Segunda
Guerra Mundial, configura-se a Sociedade da Informação, que modifica, em um curto
período, diversos aspectos da vida cotidiana.
Werthein (2000, p. 71) salienta que “a expressão ‘sociedade da informação’ passou a ser
utilizada, nos últimos anos deste século, como substituta para o conceito complexo de
‘sociedade pós industrial’ e como forma de transmitir o conteúdo específico do ‘novo
paradigma técnico econômico”. O conceito visa expressar as transformações técnicas,
organizacionais e administrativas, cujo ponto principal não são mais os insumos baratos
de energia, como na sociedade industrial, mas sim a informação – em consequência dos
avanços tecnológicos na microecletrônica e telecomunicações. Essas tecnologias
mudaram a quantidade, a qualidade e a velocidade das informações nos dias actuais.
As TICs compõem um factor preponderante para o desenvolvimento. São modelos
desse crescimento a Europa Ocidental, os EUA, o Japão e recentemente a China. As
TICs apresentam também influência na vida social. A sociedade estabelece contacto,
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Primeiros passos
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Pereira, D. M; & Silva, G. S. (2010). As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) como
aliadas para o desenvolvimento. Cadernos de Ciências Sociais Aplicadas, 10, 151-174
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A World Wide Web (rede de alcance mundial, também conhecida como Web e WWW) é um sistema
de documentos em hipermédia interligados e executados na Internet.
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Termo que remete a um texto em formato digital, ao qual se agregam outros conjuntos de informação
na forma de blocos de textos, palavras, imagens ou sons, cujo acesso se dá por meio de referências
específicas denominadas hiperlinks, ou, simplesmente, links.
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Conjunto de páginas web, isto é, de hipertextos acessíveis na Internet.
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Convenção ou padrão que controla e possibilita uma conexão, comunicação ou transferência de dados
entre dois sistemas computacionais.
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O papel do Estado
As ações do Estado, com vistas a promover o desenvolvimento local, principalmente em
regiões periféricas, onde a escassez de capital econômico, social e humano, além da
fragilidade das instituições públicas, é flagrante, estão centradas em corrigir
determinadas deficiências locais e regionais. Como enumera Santos (2003):
1. Capacitação e assistência técnica para o empreendedorismo econômico, cultural
e social;
2. Capacitação e cooperação técnica para o fortalecimento institucional; geração de
emprego, trabalho e renda;
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As TICs consolidaram-se como uma nova estratégia adotada pelas administrações locais
para a diversificação de suas economias, e principalmente, para a geração de novos
postos de emprego.
Encampar programas para a criação de polos tecnológicos;
Oferecer incentivos fiscais para atrair empresas interessadas;
E incentivar o empreendedorismo na área de TI.
Estas são algumas das fórmulas adotadas pelos governos municipais para a criação de
uma estrutura sólida formada de empresas de base tecnológica com condições de
realizar investimentos de maneira contínua, favorecendo o desenvolvimento de novas
tecnologias capazes de aquecer a economia e melhorar a competitividade local.
Para viabilizar a implementação dessas novas directrizes, várias acções têm sido
propostas. Vamos analisar as principais iniciativas adoptadas pelos governos nacional e
provincial, com vistas a viabilizar o desenvolvimento local por intermédio das TICs.
Os principais recursos utilizados pelos governos locais no intuito de garantir à
população de baixa renda o acesso às novas TICs, em especial à Internet, são:
Telecentros comunitários: são espaços multifuncionais que dispõem de acesso
público à Internet, promovem cursos de informática básica, de acesso à rede
mundial de computadores e correio electrônico. Utilizam Software livre;
Redes wi-fi (sem-fio): redes de banda larga disponíveis para acesso gratuito da
população à Internet. O cidadão necessita de equipamento próprio para
conseguir se conectar e utilizar os serviços;
Salas de informática em escolas e bibliotecas públicas : salas equipadas com
microcomputadores dotados de aplicativos básicos com ou sem acesso à
Internet;
Cibercafés (lan houses): são estabelecimentos comerciais com equipamentos de
TICs, conectados à Internet, cuja cobrança é feita de acordo com o tempo de uso
dos equipamentos. Parcerias com o poder público ou com Organizações Não
Governamentais (ONG) permitem a prática de preços inferiores aos de mercado,
viabilizando o uso da rede por pessoas de baixa renda;
Quiosques ou totens: semelhantes aos serviços de auto-atendimento bancário,
são comuns em projectos que oferecem acesso rápido a serviços, informações e
correio eletrônico.
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Retirado na enciclopédia electrónica: http://pt.encydia.com/es/Electronic_Frontier_Foundation
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Mitch Kapor, fundador da EFF. A Electronic Frontier Foundation foi fundada em julho de 1990 por
Mitch Kapor, John Gilmore e John Perry Barlow. Os fundadores conheceram-se através da comunidade
virtual The WELL.
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partida, desde que a EFF começou a defender as liberdades civis relacionadas com a
informática e Internet. O segundo caso importante da EFF foi o de Bernstein contra
Estados Unidos, levado por Cindy Cohn, no que o programador e professor Daniel
Bernstein demandou ao governo a permissão para publicar seu software de
criptografado-Snuffle, e o artigo que o descrevia. Em tempos recentes, a organização
tem estado envolvida na defesa de Edward Felten, Jon Johansen e Dmitry Sklyarov.
É importante lembrar igualmente os casos de Julian Assange e Edward Snowden
exilados no Reino Unido e Rússia respectivamente.
A privacidade
Nos últimos anos, a internet foi incorporada à vida de milhões de pessoas em todo o
mundo e com ela, inúmeros benefícios sobrevieram à sociedade, como a facilidade de
comunicação, o acesso e compartilhamento de informações. Mas, sem os cuidados
necessários, essa tecnologia também pode apresentar sérios riscos à segurança do
internauta. Nos dias actuais, as pessoas cada vez mais trocam dados por meio
electrônico. As novas tecnologias propiciam diferentes tipos de escândalo gerando
danos exponenciais. Estamos num momento de transição em que as relações humanas
se tornam cada vez mais interactivas através dos dispositivos móveis de comunicação,
porém, estamos nos tornando cada vez mais vulneráveis aos ataques a nossa esfera de
privacidade.
Se lançarmos um olhar sobre esta transição veremos que um dos grandes desafios será o
de preservar a reputação e a privacidade diante de um ambiente de interligação
provocado pela revolução tecnológica que cria uma esfera pública nova desafiando a
credibilidade por parte de pessoas físicas e jurídicas, neste novo ambiente social. A
reputação pessoal e das empresas é um patrimônio inestimável que deve ser encarado
como uma poupança, onde se procura acumular valores diante da percepção do público
que está sendo potencializada através da internet.
Todos nós de modo geral gostamos de tecnologia, alguns têm perfis essencialmente
exibicionista, o que contrasta com o seu pouco conhecimento sobre a vulnerabilidade do
excesso de exposição da sua privacidade no meio electrônico. Imagens captadas de
relacionamentos amorosos, duradouros ou não, tem sido reiteradas vezes utilizadas por
um companheiro que se sente fraco emocionalmente com o término de um
relacionamento e opta por extrapolar sua angústia para um público incalculável pela
internet, o que proporciona danos potencializados que vem sendo reparados com a
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Espada, J. C. (2000). A Invenção Democrática. Lisboa: Fundação Mário Soares.
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A questão da Negritude não é abordada com profundida nesta sessão. Porém procura dar uma luz ao
estudante sobre o assunto. Para mais explicações sobre a Negritude recomendamos a leitura do livro:
Elungu, P. E. A. (2014). O despertar filosófico em África. Lisboa: Edições Pedago. Pp. 77-91.
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Destaca o autor que a particularidade negra é que, entre todos os explorados, os negros
foram os mais explorados: o que o negro produz em seu trabalho, reproduz a sociedade
dos outros, mas não lhe é retribuído para viver plenamente sua dignidade. Foi o negro
quem fez a riqueza agrícola dos Estados Unidos e que submetido aos imperialismos
possibilitou a opulência escandalosa de tais impérios. Não há como tratar de nenhuma
particularidade negra fora desta particularidade histórica.
Sendo a história e a identidade do homem intrinsecamente vinculadas, a identidade
negra constrói-se historicamente e historicamente deve ser compreendida. Contudo os
negros devem tornar-se sujeitos históricos que mudem o curso da história vivida, em
que foram reduzidos a mero objeto em processos de exploração e opressão que
marcaram sua particularidade.
O reconhecimento da identidade negra passa necessariamente pela reapropriação prática
de sua essência de homem e, naturalmente, pela destruição do sistema que o tem negado
enquanto homem. A tomada de consciência do negro deve significar uma mudança do
curso das coisas, uma nova interpretação da cultura, uma orientação nova da existência:
uma revolta consciente.
Não mais se trata de reconhecer ao negro uma existência teórica, mas de o reencontrar
na afirmação contra sua dupla negação: a escravidão e a colonização. Adotevi não
pretende, portanto, que esta afirmação se realize ao nível teórico de uma ciência
antropológica, mas sim de maneira prática na história real dos povos negros. A África
dá ao negro a consciência do que ele é: um Negro. O Negro, em troca, deve lutar para,
tomar posse de si mesmo na intimidade colectiva de um sofrimento racial
imemorialmente negado.
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colonizado se amoldar aos valores culturais da metrópole, tanto mais se afastará da sua
própria cultura. Ele será tanto mais branco quanto mais tiver rejeitado sua negrura.
Existe um sentimento de inferioridade dos negros sobretudo os evoluídos, e que, sem
cessar, eles se esforçam por dominar a civilização ocidental. A maneira empregada para
tanto é frequentemente ingênua:
Vestir os trajes europeus ou as roupas da última moda, adotar as coisas que os europeus
fazem uso, suas formas exteriores de civilidade, florir a linguagem com expressões
europeias, usar frases pomposas em línguas europeias, falando ou escrevendo, tudo isso
é feito para tentar atingir um sentimento de igualdade com o Europeu e seu modo de
existência. Oprimido pelas instituições sociais e cindido de seu passado histórico, ao
colonizado que vai se conscientizando somente resta a alternativa da revolta aberta,
retomando seus valores tradicionais que, em razão do colonialismo, haviam sido
despojados de suas funções vitais.
É preciso que um programa e uma nova concepção social e políticas adaptadas à
realidade concreta sejam apropriadas pelo povo num processo de conscientização: Um
programa é necessário a um governo que pretende verdadeiramente libertar
politicamente e socialmente o povo. Programa econômico, mas também doutrina sobre
a repartição das riquezas e sobre as relações sociais.
O Governo nacional, se ele quer ser nacional, deve governar pelo povo e para o povo,
para os desfavorecidos e pelos desamparados. Nenhum líder, qualquer que seja seu
valor, pode substituir-se à vontade popular e o governo popular deve, antes de se
preocupar com o prestígio internacional, restituir dignidade a cada cidadão, encher os
olhos de coisas humanas, desenvolver um panorama humano porque habitado por
homens conscientes e soberanos.
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Referências utilizadas para o módulo V:
Mance, E. A. (2012). As Filosofias Africanas e a Temática de Libertação. (Em
http://www.unicruzeiro.org.br/1315/148943.html)
Elungu, P. E. A. (2014). O despertar filosófico em África. Lisboa: Edições Pedago.
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