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Elaborado por Cândida Domingos CURSO: ENGENHARIA INFORMÁTICA-EIF

ANO CURRICULAR: 1º

ISUPEKUIKUI 2 _ Huambo
DISCIPLINA/CÓDIGO : MATEMÁTICA I / 192

TEORIA DOS LIMITES E DA CONTINUIDADE DE FUNÇÕES

Aula nº 21,22,23,24,25,26,27 e 28
UNIDADE TEMATICA II – Teoria dos limites e da continuidade de funções.
Sumário: - Sucessões. Definições e conceitos.
-Operações com sucessões.
-Sucessões limitadas e não limitadas.
-Sucessões Monótonas.

Objectivos: -Compreender os conceitos de sucessões.


-Definir Sucessões limitados e não limitadas.
-Compreender e Calcular sucessões.
-Demonstrar que uma sucessão é monótona.
-Calcular limites de funções de forma algébrica aplicando
propriedades incluindo limites fundamentais algébricos para
facilidade do cálculo, desenvolvendo o pensamento lógico dos
estudantes

INTRODUÇÃO
Se trabalha o conceito de funções, se estuda este conceito mediante as
aproximações sucessivas ou a formalização do conceito infinitamente próximo
utilizando um limite.

As sucessões como casos particulares das funções: F: IN → IR.

O estudo das sucessões é o ensino preparatório de limites de funções.

O conceito de sucessão numérica se formulou pela primeira vez em uma obra


inédita do Matemático conceituado, Gauss que data de princípios do século XIX.
Definiu esse conceito como é hoje e que a seguir formulamos.

SUCESSÕES. DEFINIÇÕES E CONCEITOS

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TEORIA DOS LIMITES E DA CONTINUIDADE DE FUNÇÕES

Se a cada número natural n lhe faz corresponder um número real segundo certa
lei então ao sistema de números reais o chamamos sucessão numérica ou
simplesmente sucessão (Jimenez H. 2013).

Define-se sucessões como um conjunto de termos escritos, seguindo uma


determinada ordem ou lei de formação e representada por: U1 ; U2 ;U3 … Un…. , é
um conjunto considerado por um número infinito de termos. Sendo Un o termo
geral da sucessão ou termo gerador que a partir do qual se podem obter todos
os termos da sucessão dada (Gilbert, E. M. (2010), Jimenez H. 2013).

Podemos em alguns casos determinar os termos de uma sucessão dada,


quando conhecido o seu termo geral (lei de formação) e determinar o termo geral
conhecendo sua sucessão.

SUBSUCESSÃO: Seja uma sucessão (an ), logo (bn ) é subsucessão de an


se houver uma delimitação da sucessão an para bn .Portanto uma subsucessão
é sempre uma outra sucessão extraída da primeira.

Ex: Da sucessão dos números naturais se pode obter, as subsucessões,


sucessões dos números pares ou sucessões dos números ímpares.

SUCESSÕES LIMITADAS E NÃO LIMITADAS

Diz-se que uma sucessão está limitada se e só se existirem números reais M e


m tais que está limitada tanto superior como inferiormente.

Ex: an ≥ m e an ≤ M.

Sucessões limitadas

Uma sucessão (𝑈𝑛 ) diz-se limitada se o conjunto dos seus termos é limitado.

Proposição: toda sucessão convergente é limita, recordando-se que sendo N


subsucessão de R:

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A sucessão xn  está limitada superiormente se e só se existir um número


i)
real M tal que xn  M M  R  n  N

• Um número real b é majorante de N se qualquer elemento de N for


menor ou igual a b.

Exemplo:

𝑁 = ]5 7 9 11 13 15] , → 𝐴 𝑠𝑢𝑐𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑒𝑠𝑡á 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑙𝑜𝑔𝑜 é 𝑚𝑎𝑗𝑜𝑟𝑎𝑑𝑎


, , , , ,
O seu majorante é 15.

A sucessão xn  está limitada inferiormente se e só se existir um número


ii)
real m tal que xn  m m  R  n  N

• Um número real a é minorante de N se qualquer elemento de N for


maior ou igual a a.

Exemplo:

[ [,
5,7,9,11,13,15 → 𝐴 𝑠𝑢𝑐𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑒𝑠𝑡á 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑙𝑜𝑔𝑜 é 𝑚𝑖𝑛𝑜𝑟𝑎𝑑𝑎
O seu minorante é 5.

A sucessão xn  está limitada se e só se existirem números reais M e m


iii)
tais que m ≤ x n ≤ M, para tudo n ⋲ N; quer dizer, M  0 n  N , x n  M

 n 
Exemplo: A sucessão   está limitada superiormente por todo número
 n + 1
maior que 1, e inferiormente por todo número negativo.

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 (− 1)n 
Exemplo a sucessão   está limitada, pois se tomarmos A  1 se tem
 n 

(−1)n  A.
n

1
Exemplo: A sucessão { } está limitada.
n

Sucessões não limitadas.


Uma sucessão se diz não limitada se para cada número positivo A se encontra
ao menos um termo da sucessão que satisfaz a desigualdade x n  A . Exemplo
0

xn = n 2 + 1
a sucessão está limitada inferiormente, mas não o está
superiormente, logo é uma sucessão não limitada.

FORMAS DE DEFINIR UMA SUCESSÃO

Pelo termo geral: Uma sucessão de números reais fica definida se for dado o
seu termo geral, visto que pelo domínio é IN ⟶ e o conjunto de chegada é IR.

Por um processo de recorrência: Se os termos da sucessão se podem calcular


a partir dos termos anteriores conhecidos diz-se que a sucessão está definida
por um processo de recorrência.

an = 7n
Ex:{
an+1 = 7n + 1

SUCESSÇÕES MONÓTONAS . DEFINIÇÃO

Uma sucessão (Un ) diz-se monótona se é crescente ou decrescente (em


sentido lato ou estrito), ou seja se para cada n se cumpre que Un ≤ Un+1 ou
Un ≥ Un+1 .

Propriedades das sucessões

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SUCESSÕES MONÓTONAS

CRESCENTES DECRESCENTES

Sentido Lato 𝐔𝐧+𝟏 − 𝐔𝐧 ≥ 𝟎 𝐔𝐧+𝟏 − 𝐔𝐧 ≤ 𝟎

Sentido Estrito 𝐔𝐧+𝟏 −𝐔𝐧 > 0 𝐔𝐧+𝟏 −𝐔𝐧 < 0

Uma função constante é sempre crescente ou decrescente.


Exemplos: Prove a monotonia das seguintes sucessões.

n
a) A sucessão do termo geral UN = n+1

n
A sucessão UN = é monótona crescente, pois 𝐔𝐧+𝟏 − 𝐔𝐧 ≥ 𝟎
n+1

n+1 n+1 n
Prova: 𝐔𝐧+𝟏 = n+1+1 = n+2 e Un = n+1

n+1 n n –n +1 1
Assim 𝐔𝐧+𝟏 − 𝐔𝐧 ≥ 𝟎 ⟺ n+2 − n+1 ≥ 0 ⟺ (n+2)(n+1) ≥ 0 ⟺ (n+2)(n+1) ≥ 0

1
b) A sucessão do termo geral UN = (2)n é monótona decrescente, pois

𝐔𝐧+𝟏 − 𝐔𝐧 ≤ 𝟎

1 1
Prova: 𝐔𝐧+𝟏 = ( )n+1 e UN = ( )n
2 2

1 1 1 1 1 𝟏
Assim 𝐔𝐧+𝟏 − 𝐔𝐧 ≤ 𝟎 ⟺ (2)n+1 − (2)n ≤ 0 ⟺ (2)n . ( 2) − (2)n ≤ 0 ⟺ (𝟐) ≤
1
( )n 𝟏
2
1 ⟺ (𝟐) ≤ 1
( )n
2

Tarefa

Prove a monotonia das seguintes sucessões.

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3
a) A sucessão do termo geral UN = (2)n
2
b) A sucessão do termo geral UN = (3)n

OPERAÇÕES COM SUCESSÕES

Com as sucessões se pode operar termo a termo bem como se operam números
reais, dando origem a uma nova sucessão.

Chamamos soma de duas sucessões x n  e y n à sucessão xn + yn  de igual


forma se definem as sucessões diferença x n − y n  , produto x n . y n  e quociente

x 
de sucessões  n  , sempre que y n não seja uma sucessão nula ou zero.
 yn 

PROPRIEDADES OPERATÓRIAS PARA LIMITES DE SUCESSÕES

• 𝐥𝐢𝐦 (𝐱 𝐧 ± 𝐲𝐧 ) = 𝐥𝐢𝐦 𝐲𝐧 𝐱𝐧 ± 𝐥𝐢𝐦 𝐲𝐧 = 𝐱 ± 𝐲


𝐧→∞ 𝐧→∞ 𝐧→∞

• 𝐥𝐢𝐦 ( 𝐱 𝐧 × 𝐲𝐧 ) = 𝐥𝐢𝐦 𝐲𝐧 𝐱 𝐧 × 𝐥𝐢𝐦 𝐲𝐧 = 𝐱 × 𝐲


𝐧→∞ 𝐧→∞ 𝐧→∞

• 𝐥𝐢𝐦 (𝛌 × 𝐲𝐧 ) = 𝛌𝐥𝐢𝐦 𝐲𝐧 = 𝛌𝐲
𝐧→∞ 𝐧→∞

• 𝐥𝐢𝐦 /𝐲𝐧 /= /𝐥𝐢𝐦 𝐲𝐧 /= 𝐲


𝐧→∞ 𝐧→∞

𝐱 𝐥𝐢𝐦 𝐱𝐧 𝐱
• 𝐥𝐢𝐦 ( 𝐲𝐧 ) = 𝐧→∞ = 𝐲 (𝐨𝐧𝐝𝐞 𝐲 ≠ 𝐨)
𝐧→∞ 𝐧 𝐥𝐢𝐦 𝐲
𝐧→∞ 𝐧

𝟏 𝟏 𝟏
• 𝐥𝐢𝐦 ( ) = 𝐥𝐢𝐦 (𝐲𝐧 )−𝟏 =
𝐧→∞ 𝐲𝐧 𝐧→∞ 𝐥𝐢𝐦 𝐲𝐧 𝐲
𝐧→∞

• 𝐥𝐢𝐦 ( 𝐱 𝐧 𝐲𝐧 ) = (𝐥𝐢𝐦𝐱 𝐧 )𝐲𝐧 = 𝐱 𝐲 (a e b) não podem ser simultaneamente


𝐧→∞ 𝐧→∞

nulos.


𝐤
𝐥𝐢𝐦 𝐤√𝐱 𝐧 = 𝐤√ 𝐥𝐢𝐦 𝐱 𝐧 = √𝐱 (𝐬𝐞 𝐤 é 𝐩𝐚𝐫 𝐚 ≤ 𝟎 )
𝐧→∞ 𝐧→∞

Exemplos: (Ver Manual Mariano Hector J. Milian 2012 e Carlos Sanches


Fernandez 1982)

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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS.

  n2
  2 − 1 , n impar .
1 − 1 
 , n impar  n
 2
n

1.- Seja x n =  2 2  y n =  n2
 1 , 2 2 + 1
 n
n par.  n , n par.
 2 2  2
 2

Achar xn + y n , xn . y n .

Solução.

   2
n

 1  2 −1
1 − n  +  n , n impar .
  2 
x n + y n =  2  n 2 
2

 1 22 +1
 + , n par.
 n n
 2 2
2 2

  2
n


 1− 1  2 −1
 . n , n impar .
 n


x n . y n =  2 n 2
2 2

 1 22 +1
 . n , n par

n
 22 22

2.- Encontre o termo geral das sucessões seguintes.

a) 2,4,6,8,10.....

1 2 3 4
, , , ...
b) 2 3 4 5

Solução:

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a)
xn  = 2.n

xn  =  n 

b)  n + 1 .

 n 
3.- Demonstre que a Sucessão   é monótona crescente.
 n + 1

n n +1
Solução. Deve cumprir - se então que x n  x n +1 ,sendo xn = , xn +1 =
n +1 n+2
deve suceder que xn+1 − xn  0 . Mas:

n +1 n 1
− = e esta expressão é maior que zero, pois n é um
n + 2 n + 1 (n + 2)(
. n + 1)
número natural, logo a sucessão é crescente.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS.

1. Encontrar uma fórmula para o termo n-ésimo das sucessões seguintes.

a) ( 3,5,7, 9, 11, 13….)

b) (9,18,27,36, 45,…)

2.- Demonstre que toda sucessão monótona crescente está limitada


inferiormente.

3.- Discutir a monotonia e limitação das seguintes sucessões.

 n − 1
a)  
 n 

 n + 1
b)  n 
 2 

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 n 1
c) (− 1) . 
 n

d) ln n
4.- Ache o termo mínimo da sucessão xn  se :

a) x n = n 2 − 9.n − 100

100
b) xn = n +
n

5. Escreve os cinco primeiros termos das sucessões seguintes.

 .n
xn = 1 + n. sen
2 ,

xn =
(− 1)
n
+
1 + (− 1)
n

n 2

6. Determina todos os termos quando n for par e quando for ímpar da seguinte
sucessão:

n
X n = (−1) n + n cos
2

LIMITE DE UMA FUNÇÃO DE VARIÁVEL REAL

A primeira vez em que aparece na história, a ideia relacionada com limite, foi por
volta de 450 a.C., na discussão dos quatro paradoxos de Zeno. Por exemplo, no
primeiro paradoxo - a Dicotomia - Zeno discute o movimento de um objecto que
se move entre dois pontos fixos, A e B, situados a uma distância finita,
considerando uma sequência infinita de intervalos de tempo cada um deles
sendo o tempo gasto para percorrer a metade da distância percorrida no
movimento anterior.
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Analisando o problema, Zeno concluiu que dessa maneira o móvel nunca


chegaria em B.

Isaac Newton, em seu maior trabalho em Matemática como Ciência, foi o


primeiro a reconhecer, em certo sentido, a necessidade do limite, e tentou dar
uma formulação precisa para o conceito do limite, descoberto o papel preliminar
que o limite teria no cálculo, sendo essa a semente da definição moderna.

D'Alembert foi o único cientista da época que reconheceu explicitamente a


centralidade do limite no cálculo. Em sua famosa Encyclopédie, D'Alembert
afirmou que a definição apropriada ao conceito de derivada requer a
compreensão de limite primeiramente, e então deu a seguinte definição de limite.

Definição: Um valor é dito ser o limite de um outro valor quando o segundo


pode se aproximar do primeiro dentro de algum valor dado, de qualquer modo
pequeno, embora o segundo valor nunca possa exceder o valor ao qual se
aproxima. Em termos gerais, D'Alembert percebeu, que a teoria dos limites era
a "verdadeira metafísica do cálculo".

Foi então que Weierstrass, entre (1840 e 1850), iniciou esses estudos, os quais
foram concretizados por Dedekind (1831 – 1916) e Peano (1851 – 1932),
conhecidos hoje como “Axiomas de Peano” e “Cortes de Dedekind”. Heine
(1821-1881), aluno de Weierstrass, foi quem finalizou em (1872) a definição que
hoje é apresentada nos livros de cálculo e nas salas de aulas.

Definição de Limite: quando valores sucessivos atribuídos a uma variável se


aproximam indefinidamente de um valor fixo de modo a acabar diferindo dele,
tão pouco quanto se queira este último, chama-se o limite dos outros dados”
(Cauchy, 1829 e Boyer, 2010, p. 355).

Aproximar os valores da função (imagens de uma função f(x) ) a um valor


numérico L (um elemento do conjunto de chegada) significa que à medida que

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a variável (no domínio) aproxima-se de um número x , a diferença entre os


valores da função correspondentes f(x) e o valor numérico L sempre diminui.

Em matemática, um ponto limite é um ponto em um conjunto que pode ser


aproximado tão bem quanto se queira por infinitos outros pontos do conjunto.

FORMALIZAÇÃO DA DEFINIÇÃO DE LIMITE SEGUNDO CAUCHY

Sendo a e b números reais diz-se que uma função 𝑓(𝑥) → 𝑏, quando 𝑥 → 𝑎, se


dado um número positivo 𝛿(𝑡ã𝑜 𝑝𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑜 𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑜 𝑠𝑒 𝑞𝑢𝑖𝑧𝑒𝑟), se pode sempre
associar a um número 𝜀(𝑡𝑎𝑚𝑏𝑒𝑚 𝑡ã𝑜 𝑝𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑜 𝑠𝑒 𝑞𝑢𝑖𝑧𝑒𝑟), de modo que,
|𝑥 − 𝑎| < 𝜀 ⟹ |𝑓(𝑥) − 𝑏| < 𝛿, com 𝑥 ≠ 𝑎.

Traduz-se esta correspondência dizendo que: |𝑥 − 𝑎| < 𝜀, ⟹ |𝑓(𝑥) − 𝑏| < 𝛿,


com, 𝑥 ≠ 𝑎 sendo |𝑓(𝑥) − 𝑏|, é um infinitésimo simultâneo com |𝑥 − 𝑎|.

Simbolicamente temos:

∀𝛿 > 0 ∃ 𝜀 > 0: |𝑥 − 𝑎| < 𝜀 ∧ 𝑥 ≠ 𝑎 ⟹ |𝑓(𝑥) − 𝑏| < 𝛿.

EXERCÍCIOS

1. Aplicando a definição de limite segundo Cauchy mostra que: lim (2𝑥 + 3 =


𝑥⟶1

5)

Resolução: Pretende-se demonstrar que: |2𝑥 + 3 − 5| < 𝛿 , desde que, |𝑥 − 1| <


𝜀.

Por outras palavras pretende-se demonstrar que |2𝑥 + 3 − 5| é um infinitésimo


simultâneo com |𝑥 − 1|.

Por efeito temos que destacar uma expressão |2𝑥 + 3 − 5| é o factor de 𝑥 − 1.

De facto vem: |2𝑥 + 3 − 5| = |2𝑥 − 2| = |(𝑥 − 1) 2|.

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Sendo x-1 um infinitésimo, também 2|𝑥 − 1|é outro infinitésimo.

2. Prove que : lim (𝑥 2 − 7𝑥 + 12 = 2), segundo Cauchy.


𝑥⟶2

Resolução: Pretende-se provar que |𝑥 2 − 7𝑥 + 12 − 2| = |𝑥 2 − 7𝑥 + 10| < 𝛿,


com, |𝑥 − 2| < 𝜀.

Para que, 𝑥 2 − 7𝑥 + 10, seja um infinitésimo com 𝑥 − 2 é necessário que 𝑥 2 −


7𝑥 + 10 , admite o factor de 𝑥 − 2.

De facto |𝑥 2 − 7𝑥 + 10| = |(𝑥 − 2)(𝑥 − 5)| e assim fica provado o que se


pretendia.

3. Prove que : lim (𝑥 3 − 3𝑥 2 + 2𝑥 − 4) = 2, segundo Cauchy:


𝑥⟶3

Resolução: Pretende-se provar que: |𝑥 3 − 3𝑥 2 + 2𝑥 − 4 − 2| = |𝑥 3 − 3𝑥 2 +


2𝑥 − 6| < 𝛿 , com, |𝑥 − 3| < 𝜀.

Assim, 𝑥 3 − 3𝑥 2 + 2𝑥 − 6, tem que admitir o factor de (𝑥 − 3).

Aplicando a regra de Rufini vem:

1 -3 2 -6

3 3 0 6 De facto: 𝑥 3 − 3𝑥 2 + 2𝑥 − 6 = (𝑥 − 3)(𝑥 2 + 2)

1 0 2 0

LIMITES FUNDAMENTAIS ALGÉBRICOS: EXPONENCIAL,


TRIGONOMÉTRICOS E LOGARÍTMICO.

Limite fundamental exponencial

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x
 1
lim (1 + x ) x = e ou lim 1 +
1
 =e
x→0 x →0
 x

ex −1
lim =1
x →0 x
a x −1
lim = ln a
x →0 x

Limite fundamental trigonométrico


senx
lim =1
x →0 x
Limite fundamental logaritmico
ln(1 + x)
lim =1
x →0 x

x3 − 8
1. Calcular lim .
x →2 x−2

Solução:

=
(
x 3 − 8 (x − 2). x 2 + 2.x + 4 )
= x 2 + 2.x + 4 e a esta última expressão lhe podemos
x−2 ( x − 2)
aplicar o límite, Lim (x 2 + 2.x + 4) = Lim (4 + 4 + 4) = Lim 12 = 12 .
x→2 x →2 x →2

k+h − k
2. Calcular Lim
h →0 h

Solução: Em muitos casos em que aparecem raízes é conveniente multiplicar pelo


conjugado de uma das expressões que pode estar tanto no numerador como no
denominador.

Vejamos:

k+h − k
=
( k+h − k )( k+h + k )= ( k+h ) −( k) =
2 2
k +h−k
h ( k + h + k .h ) ( k + h + k ).h ( )
k + h + k .h

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1 1 1
Finalmente obtemos: Lim = Lim =
h →0
k+h + k h →0
k+ k 2. k

senx
3. Avaliar: Lim
x →0
tan x + cos x − cos x

Solução: Se resolve de maneira similar ao caso anterior.

Lim
(
sen x tanx + cos x ) = Lim
(
sen x tanx + cos x + cos x )
x →0
( tanx + cos x ) −(
2
cos x )
2 x →0 tanx

(
= Lim cos x tanx + cos x + cos x = lim 2 = 2 .
x→0
) x→0

4.
5
32 + x − 2
Calcular: Lim
x →0 x

solução: passamos para troca de variável: 5


32 + x = y , logo quando sucede que

x → 0; y → 2 , de donde x = y 5 − 32 . Substituindo temos:

y−2 y−2 1
= Lim = Lim 4
lim
y →2 y − 32
5 y → 2 4
(
( y − 2). y + 2. y + 4. y + 8. y + 16
3 2 y → 2 3
)
y + 2. y + 4. y 2 + 8. y + 16

1 1
= lim = .
y →2 80 80

3.x 3 − 2.x 2 + x − 1
a) Lim
x → + 2.x 2 − 6.x + 1
Solução:

 1 
Factorizando temos: Lim x 3  3 − + 2 − 3  = Lim x 3 (3 − 0 + 0 − 0) = +
2 1
x → +
 x x x  x→+

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ex −1
2

6- Lim
x →0
1 + sen x 2 − 1

Solução: Apresenta como o caso anterior uma indeterminação da forma

Utilizando equivalentes temos: e x − 1  x 2 , senx 2  x 2 , logo substituindo


2

ex −1
2
x2
temos: Lim = Lim . Multiplicando a expressão pelo
x →0
1 + sen x 2 − 1 x →0
1+ x2 −1
conjugado do denominador temos que:

(
Lim 1 + x 2 + 1 = 2
x →0
)
7. Calcula
tagx
lim
x → −2 ( x + 2)

senx
Solução: Resolvendo, analisamos o caso e vemos que tagx =
cos x

senx
tagx cos x = lim senx
Logo lim = xlim fazendo x + 2 = k  x = k − 2
x → −2 ( x + 2) → −2 ( x + 2) x → −2 ( x + 2) cos x

sen (k − 2) sen(k − 2 )
lim = lim para sen(k − 2 ) = senk temos
k →0 k cos  (k − 2) k → 0 ( x + 2) cos( k − 2 )

senk (k ) senk senk (k )


lim = lim = lim . lim
k →0 k cos( k − 2 ) x → −2 ( k )( k ) cos( k − 2 ) k →0 ( k ) k →0 k cos( k − 2 )

( ) 
lim = =
k →0 cos( k − 2 ) cos( −2 )
8. Calcula

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TEORIA DOS LIMITES E DA CONTINUIDADE DE FUNÇÕES

3− 5+ x
lim
x →4
1− 5 − x

Solução: É conveniente multiplicar pelo conjugado de uma das expressões pelo que
começamos com o do numerodor.

Vejamos:
3− 5+ x (3 − 5 + x ) (3 + 5 + x ) (4 − x)
lim = lim . = lim Agora
x→4
1 − 5 − x x → 4 (1 − 5 − x ) (3 + 5 + x ) x → 4 (1 − 5 − x )(3 + 5 + x )
multiplicamos novamente pelo conjugado do denominador e temos

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TEORIA DOS LIMITES E DA CONTINUIDADE DE FUNÇÕES

(4 − x) (4 − x) (1 + 5 − x )
lim = lim .
x→4
(1 − 5 − x )(3 + 5 + x ) x→4
(1 − 5 − x )(3 + 5 + x ) (1 + 5 − x )

(4 − x)(1 + 5 − x ) (4 − x)(1 + 5 − x ) (4 − x)(1 + 5 − x )


= lim = lim
( )
lim
(1 − 5 + x)(3 + 5 + x ) (−4 + x)(3 + 5 + x )
x→4 2 x→4 x→4
(1 − 5 − x )(3 + 5 + x )

(4 − x)(1 + 5 − x ) (1 + 5 − x ) 1+ 5 − 4 1+ 1 2 1
lim = lim = = = =−
x→4
− (4 − x)(3 + 5 + x ) x →4
− (3 + 5 + x ) − (3 + 5 + 4 ) − (3 + 9 ) −6 3

(
9. lim x x a − 1
x →
)
  1 
( )
1

Solução : Aplicamos a propriedade de que a = a x x


Logo temos lim x a − 1 = lim  x a x − 1
x
x → x →
  
1 1 1
. ln a
Então aplicamos outra propriedade sobre a que e x ln a x
=e x
, assim temos :
  1    1 . ln a 
x →
( )
lim x x a − 1 = lim  x a x − 1 = lim  x e x
x → x →
− 1. Passamos para a mudança de var iavel
     
1   1 . ln a
= t  t → 0, log o temos lim  x e x
 1 
(  e t . ln a − 1 
− 1 = lim  e t . ln a − 1  = lim  ) ( )

x x →
  
t →0 t
  t →0  t 

 
( )
 e t . ln a − 1  ( )
 ln a e t . ln a − 1   (
e t . ln a − 1  )
lim 
t →0
 = lim   = lim ln a  = ln a
 t  t →0  (ln a)t  t →0  (ln a)t 

 1 

10. Calcula
e ax − e bx
lim
x →0 x

Solução: Resolvendo, temos:

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e ax − e bx  e ax − e bx  e −bx  e ( a −b ) x − 1  1  e ( a − b ) x − 1  ( a − b)
lim = lim   −bx = lim   −bx = lim   −bx
x →0 x x →0
 x e x →0
 x e x →0
 ( a − b) x  e

 e ( a −b ) x − 1  ( a − b)
lim  . lim −bx
= ( a − b)
x →0
 ( a − b) x  x → 0 e

11. Calcula
2x − x2
lim
x →2 x − 2

Solução: Resolvendo, transformamos em:

2 x − x 2 2 x − 22 − (x 2 − 22 ) 2 x−2 − 1 x 2 − 4
= =4 −
x−2 x−2 x−2 x−2

2x − x2 4 (2 x − 2 − 1) x2 − 4
Logo temos lim = lim − lim
x →2 x − 2 x →2 x−2 x →2 x − 2

2 x−2 − 1
lim passamos para mudança de var iavel fazendo x − 2 = t , t→0
x→2 x − 2

Como lim 2 − 1 = ln 2 e lim x − 4 = 4 somando temos 4 ln 2 − 4


t 2

t →0 t x→2 x − 2

Trabalho independente

Calcula de forma algébrica os seguintes limites:

sen(19 x)
a) lim
x →0 x
2x −1
b) lim
x →0 x
sen(2x)
c) lim
x → 0 sen(x )

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 cos x + 2senx 
cot gx

d) lim  
x →0
 cos x 
cos nx − cos mx
e) lim
x →0 x2
sen( x + h) − senx
f) lim
h →0 h
cos( x + h) − cos x
g) lim
h→0 h
1− x +1
lim 3
h)
x →0
x +1 −1

−1
i) lim log( x 2 + 1) 2 x
x →0

Resolvendo aplicamos a propriedade do logaritmo:


2 log( x + 1)
2
x log( x 2 + 1)
lim log( x 2 + 1) = 2 lim multiplica ndo por x / x temos 2 lim = 2.0.1 = 0
x →0 x x →0 x x →0 x2
e x+h − e x
j) lim
h →0 h

1 − 2 cos x + cos 2 x
k) lim
x →0 x2
1
x2
l) lim (cos x) Calculamos utilizando a expressão
x →0

lim f ( x) g ( x ) = lim e ln f ( x ) = lim e g ( x ) ln f ( x )


g ( x)

x →0 x →0 x →0

Ao calcular os limites das funções da forma (x) = ( f ( x)) g ( x ) com frequência é preciso

resolver indeterminações da forma 0 0 ,  0 , 1 . Representando a função (x) na forma (x)


= e g ( x ) ln f ( x ) é possível reduzir o cálculo do limite da função g ( x ) ln f ( x ) a resolução da

indeterminação da forma 0•.

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ln cos x ln(1 + cos x − 1) cos x − 1


1 (ln cos x )
lim
lim (cos x) x = e x →0 =
2
x2
*
x →0 x2 cos x − 1 x2

ln(1 + cos x − 1) ln(1 + y )


como lim = lim =1
x →0 cos x − 1 y → 0 y

x x
− 2 sen 2 ( ) sen( )
cos x − 1 1
2 = − lim ( 2 )2 = − 1
lim = lim portanto
x →0 x2 x →0 x 2
2 x →0 x 2
2
1 1
ln cos x 1 −
lim 2
=− lim (cos x) x2
=e 2
x →0 x 2 x →0

Continuidade de uma função real.

Para falarmos de continuidade e descontinuidade temos que ter domínio sobre


Funções e Limites, para tal apresentamos:

Função real de variável real. Definição e Classificação

Função par e função impar

Função Injectiva, Sobrejectiva e Bijectiva

Função inversa.

Introdução
O uso de "função" como um termo matemático foi iniciado por Leibniz, em uma
carta de 1673, para designar uma quantidade relacionada a uma curva, tal como
a sua inclinação em um ponto específico.

A palavra função foi, posteriormente, usada por Euler em meados do século XVIII
para descrever uma expressão envolvendo vários argumentos. Com o tempo foi-
se ampliando a definição de funções

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Foi Dirichlet quem criou a definição "formal" de função moderna. Na definição de


Dirichlet, uma função é um caso especial de uma relação

Função. Definição
Sejam os conjuntos X e Y. Se a cada elemento x X lhe faz corresponder por
uma certa relação “f” um e somente um elemento y Y, então se diz que sobre
o conjunto X está definida a função F.
f : X → Y

Escreve-se: 
 x → y = f ( x)

Exemplo: A cada pessoa corresponde uma e só uma mãe.

Ao conjunto X se chama domínio de definição da função f e ao conjunto Y se


chama Imagem da função F.

Ao conjunto de todos os yY para os quais existe um x X imagem de f, quer


dizer;

Im ( f ) = y  Y :  x  X tal que y = f ( x)

Classificação de função
As funções de variável real classificam – se em: Elementares (Algébricas e não
algébricas) e não elementares

Função Algébrica: é toda a função em que cuja a expressão analítica figuram


somente operações elementares em números finitos isto é adição, subtracção,
multiplicação e divisão.

Exemplo:

Função linear y = ax + b onde a  0

Função quadrática y = ax 2 + bx + c

Função competência superior a dois (2)

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TEORIA DOS LIMITES E DA CONTINUIDADE DE FUNÇÕES

ax + b
Função Fraccionárias y =
cx + d

Função irracional y = n F ( x) n  

Funções Transcendentes São as chamadas (funções não algébricas)

Exemplo:

Função Exponencial y = a x

Função logarítmica y = log ax

Função trigonométrica F ( x) = senx , F ( x) = cos x

   • Funções Racionais (interas ou fraccionár ias )


  Algébricas 
   • Irracionai s
   • Trigonomét ricas
 Elementare s  
  Transcende ntes  • Trigonomét ricas inversas
  

Funções    • Exponencia is
  • Logarítmic as


  São as que se expresan :
  • Mediante várias fórmulas

 Não elementare s 
  • Mediante o paso de límite, séries ou produtos infinitos, integrais, etc.
  • Mediante equações diferencia is

Propriedades
1. Domínio ou campo de existência
2. Imagem ou contradomínio
3. Zero da função F ( x ) = 0
4. Monotonia se x1  x2 então f ( x1 )  f ( x2 ) logo a função é crescente

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se x1  x2 então f ( x1 )  f ( x2 ) logo a função é decrescente

Função par e função impar

Definição

Seja um conjunto com a seguinte propriedade de simetria em relação à


origem:

• Uma função é dita par se

A função é par, pois observamos em seu gráfico a simetria em relação ao eixo


vertical.

• Uma função é dita ímpar se

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A função é ímpar, pois observamos em seu gráfico a simetria em relação à


origem.

NOTA: A nomenclatura provém do fato que a função é impar se


é um número ímpar e par se é um número par.

Exemplos

• Funções quadráticas e cúbicas


• f(x) = sen(x) é uma função ímpar.
• f(x) = cos(x) é uma função par.

A função abaixo não possui paridade, pois a curva não é simétrica em relação
ao eixo dos y y e, não é simétrica em relação a origem.

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f(x)= ex não é par, nem ímpar.

Entretanto, usando a parte a) e b), podemos escrever


onde a primeira parcela é uma função par e a segunda é uma função ímpar.

Função Injectiva, Bijectiva e Sobrejectiva

A) função Injectiva
A função f : A → B é injectiva se a cada elemento do domínio lhe
corresponde um único elemento da imagem, é dizer, se existem dois
x1 e x 2  D f dist int os x1  x 2 cujas imagens distintas f ( x1 )  f ( x2 ) o
que equivale x1 e x2  D f : f ( x1 ) = f ( x2 )  x1 = x2 que é a forma mais
pratica de determinar se uma função é injectiva.

OBS: Em forma gráfica se pode determinar se a função é injectiva ou não, pois


para isto tracemos uma recta paralela ao eixo dos x x, se a recta cortar o gráfico
em duas partes ou mais a função não é injectiva, e se cortar em um só ponto
então a função f é injectiva.

Exemplo: Representar graficamente as funções f ( x) = x 2 g (x ) = x x

A função quadrática não é injectiva mas a função irracional é injectiva.

Exemplo.

2x + x+2
Determinar se a função é injectiva f ( x) = 3 1
3x + 2 x
2 2

Solução

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Tomamos o denominador e vemos que


3 1
3x 2 + 2 x 2 = 3 x 3 + 2 x
= 3x x + 2 x factorizandot temos
= x (3x + 2)

Vemos também que x = x por isso temos

2x + x+2 3x + 2 1 1 1
f ( x) = = = , tomando f ( x1 ) = e f ( x2 ) =
x (3x + 2)
3 1 4 4
x 4 x1 x
3x + 2 x2 2

1 1
=
4 x 4 x
temos: 1 2 logo a função é injectiva

x1 = x 2

B) Função sobrejectiva

Uma função f : A → B é sobrejectiva se e só se, y  B existe um x  A tal


que x  A isto é, y = f (x )

Isto quer dizer que todo elemento B é imagem pelo menos de um elemento
A, é Dizer que f : A → B é sobrejectiva se R f = B

Exemplo. A função f : 0; +   → 0; +   tal que é f ( x) = x é sobrejectiva


pois que R f = 0; +  
Exemplo: Determinar se a função f ( x ) = 3 x + 5 é sobrejectiva
solução
Como f : R → R

f ( x ) = 3 x + 5 fazendo f(x) = Y temos

y −5 y −5
y = 3 x + 5 isolando x temos x = logo y  R x =
3 3

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 y − 5  y − 5
Tal que f ( x) = f   = 3  + 5 = y Então f é sobrejectiva.
 3   3 

C) Função bijectivas
Seja a função f : A → B Diz-se que f é bijectiva se é a função é injectiva e sobrejectiva
simultaneamente

Exemplo: Determinar se a função f : 0; 2  →  − ; 0 tal que f ( x) =


x
é
x−2
sobrejectiva
Solução
I) Veremos se F é injectiva, por definição temos
f ( x1 ) = f ( x2 )  x1 = x2

x
f ( x) =
x−2
x1 x2
=  x1 ( x 2 − 2) = x 2 ( x1 − 2)
x1 − 2 x 2 − 2
x1 x 2 − 2 x1 = x 2 x1 − 2 x 2
x1 = x 2
Logo é injectiva.
II) Agora veremos se é sobrejectiva se o rango coincide com o ponto de
chegada.
x
y= Isolando sempre o x temos
x−2
y ( x − 2) = x
yx − 2 y = x
yx − x = 2 y  x( y − 1) = 2 y
2y
x=
y −1

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 2y 2y 2y
x  0; 2   0  2  0 e 2
 y −1 y −1 y −1
Como
0  2 y  0  y 2 y  2  y  1
 
1  y y −1  2  y  1

Logo a função é Bijectiva.


Exemplos.

1) A função f ( x) = x, x  R é Bijectiva de R sobre R.


2) A função f ( x) = x 2 , x  R não é Injectiva nem Sobrejectiva porque a
função esta definida de R em R, mas se se considera de R+ em R+,
então é Bijectiva.
3) A função f ( x) = x 3 , x  R é Bijectiva.

Função inversa.
Seja a função f: A → B Bijectiva.
A função inversa de f, denota – se “f –1” e se define de B sobre A, como a função
que faz corresponder a cada y  B um único valor x  A tal que x = f −1 ( y) .
denota-se: f –1: B → A

Nota: Nem todas as funções possuem inversa, faz falta que seja Injectiva e
sobrejectiva. Não obstante, em muitos casos se restringe a função a um
subconjunto de seu conjunto domínio de definição sobre o qual seja Injectiva.

Exemplo: Consideremos a função f(x) = x2 de R+ em R+, e é Bijectiva, logo


existe sua função inversa, esta é f -1 (x) = x.

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Nota: Os gráficos de f e de f –1 estão intimamente relacionados, é possível obter


o gráfico de f –1 a partir do gráfico do F. Basta observar que se (x, y)  f então
(y, x)  f –1. Os pontos (x, y) e (y, x) são simétricos em relação à bissetriz do
primeiro quadrante. Portanto, para obter o gráfico de f –1 se busca a simetria do
gráfico de f em relação a recta Y = X.

Observação: Há casos de expressões elevadas a (-1) não são inversas mais


sim recíprocas.

Exercícios
1 – Determina a inversa das seguintes funções
a) y = x + 1

b) y = 5 x + 1
3x − 1
c) y =
x+4

Resolução

a) y = x + 1 Passando x como a variável dependente de y temos y − 1 = x


−1
logo a função inversa de y = x + 1 será f ( x) = x − 1

b) y = 5 x + 1 Pelo mesmo procedimento, elevando ambos os membros da


−1
equação a quinta potencia temos f ( x) = y 5 − 1
3x − 1
c) y = Isolando a variável x temos y ( x + 4) = 3x − 1
x+4

yx + 4 y = 3 x − 1

yx − 3 x = −4 y − 1

Factorizando temos x( y − 3) = −4 y − 1

− 4y −1
x=
y−3

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TEORIA DOS LIMITES E DA CONTINUIDADE DE FUNÇÕES

3x − 1 − 4y −1
Logo a inversa de y = será f −1 ( x) =
x+4 y−3

2 – Determinar a inversa das seguintes funções

a) f ( x) = 2 x
b) f ( x ) = ln x
c) f ( x) = senx

Teorema: Se uma função f é crescente, então f é Injectiva (univalente).

Demonstração

Seja x1 e x 2  D f tal que x1  x 2 onde se tem x1  x 2 ou x 2  x1

Se x1  x2 então f ( x1 )  f ( x2 ) por ser Crescente

Se x2  x1 então f ( x2 )  f ( x1 ) por ser Crescente

Portanto em ambos os casos se tem f ( x1 )  f ( x2 ) logo a função é Injectiva

Teorema: Se uma função f é decrescente, então f é injectiva (univalente).

Demonstração

Seja x1 e x 2  D f tal que x1  x 2 onde se tem x1  x 2 ou x 2  x1

Se x1  x2 então f ( x1 )  f ( x2 ) por ser Decrescente

Se x2  x1 então f ( x2 )  f ( x1 ) por ser Decrescente

Portanto em ambos os casos se tem f ( x1 )  f ( x2 ) logo a função é injectiva

Sumário:

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TEORIA DOS LIMITES E DA CONTINUIDADE DE FUNÇÕES

- Continuidade de funções de uma variável real. Continuidade em um


ponto. Continuidade em um domínio. CONDIÇÃO DE CONTINUIDADE.
- Descontinuidades: Classificação.
- Teoremas sobre funções contínuas.

CONTINUIDADE DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL


Definição:
“Uma função f definida em um domínio D de números reais é contínua em um
ponto x0 desse domínio se e só se cumpre: lim f ( x) = f ( x0 )"
x→ x0

A condição anterior se denomina CONDIÇÃO DE CONTINUIDADE e pressupõe


três condições:
➢ A existência do limite, f ( x0 ) x  D f

➢ Que f esteja definida no ponto lim f ( x)


x→ x0

➢ Que ambos os resultados coincidam lim f ( x) = f ( x0 )


x → x0

Se uma destas condições não se cumpre dizemos que é DESCONTÍNUA no


ponto. As descontinuidades podem ser de diferentes tipos.

Definição:
Seja f uma função definida em um intervalo fechado [a, b]. Diz-se que é contínua
em dito intervalo se e só se:
a) f é contínua no aberto (a, b)
b) Limite lateral pela direita é igual a f(a), quer dizer: lim f ( x) = f (a)
x →a

c) Limite lateral pela esquerda de b é igual a f(b), quer dizer: lim f ( x) = f (b)
x→b −

CLASIFICAÇÃO DAS DESCONTINUIDADES:


Definição:

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TEORIA DOS LIMITES E DA CONTINUIDADE DE FUNÇÕES

“Seja f uma função descontínua em x = A. Então a descontinuidade é evitável se


e só se
I) existe lim f ( x)
x→a

 f ( x) se x  x0
x0  D f neste caso definimos a função f ( x) = 
 xlim f ( x) se x = x0 Em caso
→ x0

contrário se diz que a descontinuidade é NÃO EVITÁVEL. Em tal caso é possível


que existam os limites laterais podendo ser finitos ou infinitos.”
II) No caso das NÃO EVITÁVEIS se têm dois tipo:
a) PRIMEIRA ESPÉCIE: ambos os limites laterais existem mas são desiguais.
i) Ambos podem ser finitos, diz-se que em x = a há um ponto de salto,
cujo valor vem dado pela diferença entre ambos limites em valor
absoluto.
iI) Um ou os dois são infinitos.

b) SEGUNDA ESPÉCIE: quando ao menos um dos limites laterais não existe.


i) finito: f se mantém limitada.
iI) Infinito: f não se mantém limitada.

EXEMPLOS DE FUNÇÕES CONTÍNUAS:

a) As funções polinomiais são contínuas em todo R.


b) As funções racionais são contínuas em R excepto em seus pólos (ZEROS
DO DENOMINADOR)
c) As funções trigonométricas senos e cos são contínuas em R. As restantes
funções trigonométricas são contínuas em R excepto nos valores que
fazem zero os denominadores respectivos.

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TEORIA DOS LIMITES E DA CONTINUIDADE DE FUNÇÕES

d) As funções hiperbólicas seno, co-seno e tangente são contínuas em R,


as restantes são contínuas em todo R excepto nos valores que fazem zero
seus denominadores respectivos.
e) No caso das funções trigonométricas inversas: a tangente é contínua
em tudo R enquanto que, o seno e o co-seno inverso são contínuas
no intervalo [-1;1].

Exemplos de exercícios resolvidos.


1.- Analise a continuidade da função cujo gráfico se mostra nos pontos indicados:
x0 = −1, x1 = 0, x2 = 1, x2 = 2 . Classifique as descontinuidades.

y
2o

1 o

-1 1 2 3 x
Solução:
No ponto x0 = −1 a função é continua, pois Lim f ( x) = 0 e ve se que f (−1) = 0
x →−1

. Observe que a existência do limite implica a existência e igualdade dos limites


laterais de f(x).
1
Em x0 = 0 a função não é continua, pois Lim− f ( x) = 2 y Lim+ f ( x) = . Tem uma
x →0 x →0 2
discontinuidade finita e é de salto.
1
Em x0 = 1 não é continua pois não está definida neste ponto. Existe Lim f ( x) =
x →1 2
1
. És uma descontinuidade evitável pois basta definir f (1) = .
2
Em x0 = 2 não é continua. Tem una descontinuidade infinita já que

Lim f ( x) = +
x →2

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 x2 − 4

2.- Seja a função f ( x) =  x + 2 , x  −2 ¿ qual deve ser o valor de a para que
 3a − 8, x = −2

f(x) seja continua em x = - 2?

x2 − 4
Solução: Achamos Lim = Lim (x − 2) = −4 mas este resultado deve ser
x →−2 x + 2 x →−2

igual a f (−2) = 3a − 8 , pois estamos exigindo que seja continua neste ponto ,

8
logo temos 3a − 8 = 0 de donde se tem a = . Com esse valor de a garantimos
3
a continuidade de f.

3.- Ache os pontos de descontinuidade das seguintes funções:

a)
f ( x) = (x − 3)(6 − x )
(
b) f ( x) = ln x + 2 x + 1
2
)
c) f ( x) = x 2 ( x − 2 )

Solução:
a) Deve suceder que (x − 3)(6 − x)  0 e resolvendo esta inequação obtemos que
a função é continua no intervalo 3, 6

( )
b) f ( x) = ln x 2 + 2 x + 1 = Ln (x + 1) . A função está definida para todo valor real
2

de x, excepto para x = −1

c) f ( x) = x 2 (x − 2) Evidentemente que é continua para x  2 .

4.- Determine que tipo de descontinuidade apresenta a função

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1
f ( x) = arctan
x−4
Solução
Analisemos a existência dos limites laterais.
 
= Lim− (− ) = − . e Lim+ arctan(+ ) = , logo a função apresenta
1
Lim− a tan
x →4 x − 4 x →4 2 x →4 2
uma discontinuidade finita de salto.

 2x , x0
5.- Analise a continuidade da f ( x) =  e trace seu gráfico.
1 + x , x 0
Solução:
Analisemos os limites laterais no ponto
Lim− f ( x) = Lim− 2 x = 1 e
x →0 x →0

( )
Lim+ f ( x) = Lim+ 1 + x = 1
x→0 x→0

Logo se cumpre também que f (0) = 1 logo existem os limites laterais, são iguais,
e coincide com o valor da função neste ponto, portanto a função é continua em
0.
Vejamos seu gráfico. A a esquerda de zero se traça o gráfico de 2 x , e a direita

de zero o de 1 + x Assim como se mostra.

1
6.- ¿Em que ponto a função f ( x) = 1
não é continua. Classifique o ponto
1+ e x −1

de discontinuidade.

Solução: analisemos a existência dos limites laterais:

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1
A função não é continua em x0 = 1 , Lim− 1
, se observamos o gráfico de
x →1
1+ e x −1

1
1 1
nos damos conta que → −, quando x → 1− . Então e x −1 → 0 , logo
x −1 x −1
1
Lim− 1
= 1 . É dizer o limite lateral esquerdo vale 1. Vejamos para o limite
x →1
1+ e x −1

1 1
lateral direito. Lim+ . Quando x tende a 1 pela direita, então → + .
x →1
1
x −1
1+ e x −1

1
Logo Lim+ 1
= 0 . Como vemos os limites laterais esquerdo e direito existem
x →1
1+ e x −1

e são diferentes, logo a função apresenta um ponto de discontinuidade de salto.

Exercícios Propostos.
1.- Ache os pontos de discontinuidade das seguintes funções e classifique- os.
1
tan x.ar tan
f ( x) = x−3
a) x ( x − 5)
x +1
b) f ( x) =
x + 6 x 2 + 11x + 6
3

2 x−2
−1
c) f ( x) = 1

2 x−2
+1
d) f ( x) = ln x − 3
1
x−2
e
e) f ( x) =
x.sen3 1 − x

 1+ x −1
 , x0
2.- Diga se a função f ( x) =  x é continua em x0 = 0
 1
 , x=0
2

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 x + 1, x  −1
3
x = −1
3.- Analise a continuidade de f ( x) =  1 em 0
 −
e ( x +1) , x  −1
2

4.- Ache os valores de a e b de maneira que as funções sejam continuas em todo


seu domínio de definição.
 
 − 2.senx, si x  − 2
  
a) f ( x) = a.senx + b, si −  x
 2 2
 cos x, 
si x
 2

 1
 x.sen , x  0
b) f ( x) =  x
 a, x=0

( x − 1)3 , si x  0

a) f ( x) =  a.x + b, si 0 x1
 x, si x  1

 x, x 1
b) f ( x) =  2
 x + ax + b, x 1

 (x − 1)2
 2 si x 1
 x −1
c) f ( x ) =  a, si x = −1
 b, si x =1


x −x
5.- Analise o ponto de descontinuidade de f ( x) = . Classifique - o e trace
x2
o gráfico de f(x).

6.- Comprove graficamente que o ponto x0 = 0 é um ponto de descontinuidade

evitável da função f ( x) = (sen( x) )


2

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7.- ¿ De que género são os pontos de discontinuidade que apresenta a função


1
f ( x) = ?
log x
1
1− x

8.- ¿ Se pode melhorar a função f ( x) = 2 − 2 ?.

Bibliografía.

1. - J. Campos Ferreira, Introdução à Análise Matemática, Fundação Calouste


Gulbenkian, 8ª edição, 2005.
2. - Lobo, Orlando Graça e outros, Análise Matemática – Primitivas e Equações
Diferenciais, Editoral Presença, Lisboa, 1991.
3. Demidovtch, B. (1993). Problemas e Exercícios de Analise Matemática I.
Lisboa: Escolar Editora.
4. Ramos, E. E. (2002). Analisis matemático I, Lima: Perú
5. Simões, V. (2009). Analise Matemática I. Amadora: Edições Orion
6. Problemas y ejercicios de análisis Matemático. B. A. Kordenski.
7. Problemas y ejercicios de Análisis Matemático. B. Demidovich.
8. Calculus. Michaen Spivak.
9. Cálculo con Geometría Analítica, Tomo II. Earl W. Swokowski

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