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Calculo fracionário e as suas aplicações

Jonathan Jordão Alves de Oliveira - 201318013-4

december/2021

1 Introdução
A função do cálculo fracional é poder generalizar o cálculo diferen-
cial e integral proposto por Newton e Leibniz, mas não é apenas
isso mas também como uma ferramenta bastante importante tanto
na parte téorica quanto nas aplicações seja matemática, física e
entre outras áreas da ciência.

O motivo que levou a este nome que é o signicado da derivada


e da integral de ordem semi-inteira, onde é denido a notação de
dn y
derivada como , onde n é a ordem da derivada, em que podemos
dxn
generalizar quando o n for uma fração, ou seja o que está denindo
essas ferramentas de ordem não-inteira quando o índice da derivada
for uma fração?

Então, em 1695 numa carta escrita por L'Hôpital que perguntou à


1
Leibniz: E se n for ? , isto é, se a ordem for um número fraci-
2
onário?, ou seja sobre está questão que foi o estopim de uma série
de estudos do cálculo fracional, em que nessa mesma carta Leib-
niz respondeu: Você pode ver por isso, Senhor, em que podemos
expressar estas séries innitas desta quantidade, por exemplo a
notação da derivada d1/2 xy ou também pode ser escrita como d1:2 xy
. Embora as séries innitas e a geometria seja bastante distantes
e relacionadas as séries innitas somente o uso dos expoentes que
são positivos e negativos inteiros, e ainda não conhece o uso dos ex-
poentes fracionários . Ainda nessa mesma carta ele diz que:  As-

sim, segue-se que a derivada d1/2 x será igual à x dx : x,entretanto
isso é um paradoxo aparente de onde um dia serão obtidos .

1
Outra questão que foi levantada não é só se o n for um inteiro no
caso da tradicional derivada de ordem n, mas também pode ser por
exemplo uma fração como foi a questão de L'Hôpital para Leibniz,
um número irracional, número complexo?

Dando continuidade nas suas correspondências, só que desta vez


foi com Johann Bernoulli,onde no mesmo ano Leibniz denomina
as derivadas de  ordem geral , que têm como função realizar da
forma tradicional da derivada utilizando qualquer que seja a ordem,
ou seja inteira,fracionária, complexa entre outros. Nessa mesma
carta de Leibniz com a participação de John Wallis, onde o foco da
1
discussão entre eles foi o produto innito de Wallis para o valor π,
2
ou seja Leibniz armou que o Cálculo diferencial pode ser utilizado
para chegar neste resultado, isto é utilizando a notação diferencial
1
da derivada fracionária de ordem como d1/2 y .
2

Desde daquela época que o Cálculo fracionário chamou à atenção de


muitos matemáticos, como por exemplo: Euler, Laplace, Fourier,
Abel, Liouville, Riemann e Laurent.

Um dos primeiros matemáticos que atraiu a atenção foi Euler, onde


ele disse que:  Quando n é um inteiro positivo, e se p deverá ser
dn p
uma função de x, isto é podemos escrever essa relação como
dxn
que podemos sempre ser expressado algebricamente de modo que se
n = 2 e p = x3 , então teremos que d2 x3 que será igual à 6x para 1.
Agora é respondido que tipo de relação pode então ser feito, se n
é uma fração. A diculdade neste caso pode facilmente ser encon-
trada por diferenciação continua. Como um caminho,entretanto
não é evidente da interpolação que eu já expliquei nesta disserta-
ção, pode ser para acelerar o assunto .

Já em 1849 Lagrange teve contribuição no Cálculo fracional de


forma indireta, porém em 1772 desenvolveu a lei dos expoentes
(índices) para operadores diferenciais de ordem inteira, sendo men
índices de ordens inteira, logo podemos expressar esses operadores
como:
dn y dm y dm dn
= ( )y (1)
dxn dxn dxm dxn

2
dn y dm y dm+n y
= (2)
dxn dxn dxm+n

Em 1812 Laplace deniu a derivada fracional graças a integral que


foi mencionada num trabalho  Traité du Calcul diérentiel et du
Calcul intégral (Tratamento do cálculo diferencial e integral) re-
alizado por Lacroix em 1819 sobre a derivada de ordem arbitrária
nas duas páginas das 700 páginas desse trabalho, onde ele desenvol-
veu num exercício generalizado para o caso de uma ordem inteira,
seja uma função Y = xm , onde m é um inteiro positivo, e portanto
desenvou-lhe a derivada de ordem n, derivando varias vezes temos:

y 0 = mxm−1 (3)

y 00 = m(m − 1)xm−2 (4)

y 000 = m(m − 1)(m − 2)xm−3 (5)

y (4) = m(m − 1)(m − 2)(m − 3)xm−4 (6)

y (5) = m(m − 1)(m − 2)(m − 3)(m − 4)xm−5 (7)

y (n) = m(m − 1)(m − 2)(m − 3)(m − 4)(m − 5) + ...(m − (n − 1))xm−n


(8)

Vamos observar essas derivadas, mais especicamente a e-nésima


derivada da função y = xn , e como resultado obteremos a função
fatorial representada pelo símbolo (!) que podemos escrever essa
função como:

m! = m(m−1)(m−2)(m−3)(m−4)(m−5)+...(m−(n−1))−(m−n)(m−n−1)...3.2.1
(9)

3
Observando todas as derivadas, podemos ver que existe um padrão
que é na parte diminuimos a unidade do n e permanece o valor
xo o m, isto é temos uma relação de recorrência para a derivada
da função y = xm , mas antes de escrevermos a relação geral iremos
expressar essa e-nésima derivada só que agora de (m−n)! que obser-
vando bem está expressado nos termos das n derivadas da função
teremos :
(m − n)! = (m − n).(m − n − 1)...3.2.1 (10)

Portanto, fazendo a razão entre a equação (9) e a equação (10) deste


trabalho, onde iremos dividir o n! pelo (m − n)!,ou seja analisando
os termos do numerador que é o n! e o denominador que é (m − n)!,
teremos termos iguais que poderão ser cancelados, logo:

m! m(m − 1)(m − 2)(m − 3)(m − 4)(m − 5) + ...(m − n + 1)) − (m − n)(m − n − 1)...3


=
(m − n)! (m − n).(m − n − 1)...3.2.1
(11)

m!
= m(m − 1)(m − 2)(m − 3)(m − 4)(m − 5) + ...(m − n + 1))
(m − n)!
(12)

Agora podemos escrevemos a expressão geral da derivada da função


y = xm , de acordo com as expressões anteriores temos que:

dn y m!
n
= xm−n (13)
dx (m − n)!

Onde esta relação é válida para m ≥ n.

Iremos agora utilizar o símbolo de Legendre para o fatorial genera-


lizado, isto é conhecida como a função Gamma, representada pelo
símbolo (Γ), que iremos deni-lá e as suas propriedades,logo temos
que: Z ∞
Γ(t) = xt−1 exp−x dt (14)
0

Γ(n + 1) = n! (15)

Γ(n) = (n − 1)! (16)

4
Logo a nossa expressão geral da e-nésima derivada de ordem n,
utilizando as propriedades de Γ, temos que:

dn y Γ(m − 1)
n
= xm−n (17)
dx Γ(m − n + 1)

Então, ele dá um exemplo de aplicação da função Gamma para


função y = x (Função do primeiro grau), e n = 1/2 , logo a expressão
anterior que indica a derivada de ordem fracionária como:
1 √
d2 y 2 x
1 = (18)
dx 2 π

É bem interessante observar que este resultado obtido por Lacroix


no formalismo clássico neste período foi o mesmo que gerou-se
nos resultados da denição de Riemann-Lioville nos dias presentes,
onde iremos discutir melhor no próximo capítulo deste trabalho
. Esse método de Lacroix dá como uma pista para uma possível
aplicação da derivada arbitrária.

O próximo téorico que contribuiu no cálculo fracional, foi o ma-


temático Fourier que mencionou as derivadas de ordem arbitrária,
onde ele deniu pelos operadores fracionários que foi obtido por
meio da representação integral de f(x) como:
Z ∞ Z ∞
1
f (x) = f (α)cos[p(x − α)]dαdx (19)
2π −∞ −∞
Z ∞ Z ∞
1
f (x) = f (α)dα cos[p(x − α)]dp (20)
2π −∞ −∞

Agora tomando a e-nésima derivada da função da expressão ante-


rior, especicamente a função cos[p(x − α)], será :

dn nπ
n
cos[p(x − α)] = pn cos[p(x − α) + ] (21)
dx 2

Onde n é um inteiro positivo. Fazendo uma substituição formal,


sendo que substituirmos n por u (sendo u uma ordem arbitrária ,
então teremos uma generalização da função cosseno do argumento
utilizando a denição da transformada de Fourier como:
∞ ∞
du
Z Z

f (x) = f (α)dα pu cos[p(x − α) + ]dp (22)
dxn −∞ ∞ 2

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Onde a variável u é chamado de estados de Fourier, onde  o número
u que aparece acima será considerada como qualquer que seja a
quantidade positiva ou negativa.

Sabemos que esses matemáticos que já falamos neste trabalho tive-


ram suas contribuições para o Cálculo fracionário mas temos mais
alguns que não podemos esqueçer de mencionar são: Abel, Rie-
mann e Lioville.

Iremos começar com o matemático Henrik Abel, onde em 1823 fez o


primeiro uso dos operadores fracionários, onde ele aplicou o cálculo
fracional em uma solução de uma equação integral que surge do
problema da Tautocrona que têm como uma forma a curva de modo
que o tempo de descida de uma massa, sem atrito que desliza para
baixo na curva sob a ação da gravidade seja independente do ponto
de partida (início). Se o tempo de deslizamento é uma constante
conhecida como a equação integral de Abel que será expressado
como: Z x
1
k= (x − t)− 2 f (t)dt (23)
0

Ele estudou mais (Pronfundamente) equações integrais com nú-


cleos ou também chamado de Kernels da forma (x − t)α , onde nesta
equação anterior é funcional mas exceto para o fator multiplicativo
1
que é um caso particular de uma integral denida que dene
Γ( 12 )
1
uma integral fracionária de ordem 2 .

Observando essa expressão anterior em que a função f (t) no inte-


grando é desconhecido porém é determinada, e dando continuidade
nessa observação em que Abel escreve o lado direito dessa equação
1
√ d− 2
como π[ 1 ]f (x), logo ele operou em ambos os lados da equação
1
dx− 2
d2
com 1 para obtermos:
dx 2
1
d2k √
1 = πf (x) (24)
dx 2

Uma propriedade presente nestes operadores fracionários, isto é


1 1
com as condições adequadas em f que é D 2 D− 2 f = D0 f = f . Assim

6
1
quando a derivada fracional de ordem 2 de uma constante k na
equação (24) é calculado f (x) é determinado.

Isso foi uma conquista notável de Abel no cálculo fracional, em que


podemos notar-se que a derivada fracionária de uma constante não
é sempre igual à zero.

Esse tópico do cálculo fracionário permaneceu dormente (sem ne-


nhum estudo e descobertas) por quase uma década até que retorna
com os trabalhos realizados por Liouville, e mais tarde P.Kelland
armou que: Nossa grande surpresa quando nós reetimos no seu
primeiro anúncio de Liouville . Mas em 1974 que o primeiro texto
dos autores Oldham e Spanier teve dedicação apenas para este tó-
pico publicado, e nesse mesmo ano que foi realizada a primeira
conferência em 1975 por Ross.

Os matemáticos descreveram a solução de Abel como  elegante


, e talvez tenha sido a fórmula integral de Fourier e a solução de
Abel que despertou a atenção de Liouville que realizou o primeiro
estudo do cálculo fracional.Em 1832,publicou três longas memórias
e muitas publicações, e também Liouville foi um sucesso em suas
aplicações em suas denições para problemas em teoria potencial.

Mas o ponto principal em seu desenvolvimento téorico que foi co-


nhecido o resultado para derivadas de ordem inteira que escrevemos
como:
Dm eax = am eax (25)

Onde m é um inteiro e a é uma constante .

Em que também foi estendido em um caminho natural para deri-


vadas de ordem arbitrária, como:

Dν eax = aν eax (26)

Onde ν é a ordem arbitrária (qualquer) .

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Ele assumiu que a derivada arbitrária de uma função f (x), em que
podemos expandir em uma série de potências que é escrita como:


X
f (x) = cn eax (27)
n=0

É válido para <(an ) > 0, isto é a parte real dos coecientes seja
maior do que zero , o próximo passo é utilizando a equação (26)
que é o operador diferencial de ordem arbitrária temos que:


X
ν
D f (x) = cn aνn eax (28)
n=0

Onde a equação anterior desse trabalho é conhecida como a fór-


mula para a derivada fracionária, onde podemos generalizar para
um caminho natural da derivada de ordem arbitrária (ν), onde ν
pode ser qualquer número: Racional,irracional ou complexo. En-
tretanto há uma desvantagem de ser aplicável somente para funções
da forma da equação (28) deste trabalho .

Talvez Liouville estava ciente destas restrições que tinha como ob-
jetivo desenvolver a segunda denição, onde ele começa a denir a
integral conectando a função gamma, logo temos :
Z ∞
I= ua−1 e−xu du (29)
0

Onde é válida para a>0 e x > 0. Dando continuidade nesse desen-


volvimento , vamos resolver esta integral, então o primeiro passo
dessa resolução é vamos realizar uma mudança de variáveis em que
t = xu, mas no caso queremos isolar u, porque ela é a variável que
iremos realizar a mudança e também e a variável diferencial do pro-
t
blema, logo isolando o u teremos u = x
, então derivando essa função
dt
teremos du = x
, então retornando a integral com essa mudança de
variável teremos : Z ∞
t dt
I= ( )a−1 e−t (30)
0 x x

ta−1 −t dt
Z
I= ( )e (31)
0 xa−1 x

8

ta−1 −t dt
Z
I= ( )e (32)
0 xa x−1 x

x1−a −t
Z
I= ta−1 ( )e dt (33)
0 x
Z ∞
−a
I=x ta−1 e−t dt (34)
0

Analisando este desenvolvimento na parte anterior que essa integral


é conhecida que é a denição da função Gamma , mas nesse caso é
Γ(a), logo reescrevendo a integral teremos:

I = x−a Γ(a) (35)

Também podemos a expressão anterior isolando x−a como:

1
x−a = I (36)
Γ(a)

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