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Partícula em 3 dimensões
Neste Catítulo, estudamos a dinâmica de uma partícula numa situação mais
realistica, ou seja, o movimento no espaço tridimensional sob a força derivada
de um potencial V (~r). Supondo que a partícula não tem a estrutura interna,
seu estado deve ser especi…cado completamente pela medição de 3 coorde-
nadas espaciais, x, y e z da sua posição. Ou seja, as grandezas x, y e z devem
constituir os observáveis completos. A função de onda na representação de
posição é
h~rj (t)i = (x; y; z; t) :
A Equação de Schrödinger é como sempre,
@
i~ (x; y; z; t) = H (x; y; z; t) ; (1)
@t
onde H é o Hamiltoniano e tem a forma,
1 ~2
H= P + V (x; y; z) :
2m
1
1 Oscilador Harmônico 3 dimensional
Vamos considerar o caso de um oscilador harmônico tridimensional anisotrópico.
O potencial é dado por
m 2 2
V = !x x + !y2 y 2 + !z2 z 2 ;
2
onde !x , !y e !z representam as frequências clássicas deste oscilador nas
direções, x, y e z, respectivamente. A função de onda na base de coordenada
Cartesiana é
(x; y; z) hx; y; zj i:
A Equação de Schrödinger independente no tempo …ca
~2 2 m 2 2
r + !x x + !y2 y 2 + !z2 z 2 E (x; y; z) = E E (x; y; z) : (3)
2m 2
Neste problema, podemos utilizar o método de separação de variáveis como
se ver a seguinte. Vamos supor que E (x; y; z) é uma fução separável em
seus argumentos.
E (x; y; z) = X (x) Y (y) Z (z) :
Substituindo este ansatz na Eq.(3), e devidindo os dois lados por X (x) Y (y) Z (z),
temos
~2 1 d2 X m 2 2 ~2 1 d2 Y m ~2 1 d2 Z m 2 2
+ !x x + + !x2 y 2 + + !x z = E:
2m X dx2 2 2m Y dx 2 2 2m Z dx2 2
2
As tres equações acima são nada mais que osciladores harmônicos unidi-
mensionais,
~2 d2 m
2
+ !x2 x2 X (x) = Ex X (x) ; (8)
2m dx 2
2 2
~ d m
2
+ !x2 y 2 Y (y) = Ey Y (y) ; (9)
2m dy 2
2 2
~ d m
2
+ !z2 z 2 Z (z) = Ez Z (z) : (10)
2m dz 2
Já sabemos as soluções deste sistema. Os autovalores são
1
Ex;n = ~!x l + ;
2
1
Ey;n = ~!y m + ;
2
1
Ez;n = ~!z n+ ;
2
e as autofunções são dadas em termos de polinômios de Hermite.
Exercício: Explicite a autofunção.
Desta forma, vemos que um autoestado do oscilador harmônico é especi-
…cado em termos de 3 números inteiros, l; m e n. No espaço de Hilbert,
podemos escrever
j E i ! jl; m; ni;
onde jl; m; ni é autovetor do Hamiltoniano,
Hjl; m; ni = Elmn jl; m; ni;
com
1 1 1
Elmn = ~!x l + + ~!y m + + ~!z n + : (11)
2 2 2
Podemos observar o seguinte fato. Se as frequências !x ; !y e !z não são
comensuraveis, então para um dado autovalor de E, só existe um conjunto
l; m e n que corresponde este valor. Mas quando !x ; !y e !z são comensu-
ráveis, podem ter mais de um conjunto fl; m; ng que fornece o mesmo valor
de E. Por exemplo, no caso extremo, se
!x = !y = !z = !;
3
então, todos os fl; m; ng que ter mesmo valor N ,
N = l + m + n;
4
O exemplo acima de um oscilador harmônico isotrópico exibe uma relação
importante entre a simetria do sistema e a existência da degeneresência no
espectro da energia. Podemos provar o seguinte teorema.
Consideramos dois operadores unitários U1 e U2 : Se U1 e U2 não co-
mutam, mas o Hamiltoniano do sistema H comutam com ambos os
operadores,
[U1 ; U2 ] 6= 0;
[H; U1 ] = 0;
[H; U2 ] = 0:
Então, deve existir a degenerescência no espectro do H.
Exercício: Prove o teorema acima. (Dica: Provar pelo absurdo).
Note que em geral, um operador unitário corresponde uma transformação
no sistema. Por exemplo, no caso do oscilador harmônico tridimensional
isotrópico, podemos considerar U1 como operador correspondente a uma ro-
tação em torno do eixo x, e U2 como uma rotação em torno do eixo y.
Sabemos que as duas rotações sucessivas dão o resultado distinto quando
troca a ordem da rotação. Isto signi…ca para qualquer estado j i; em geral,
U1 U2 j i =
6 U2 U1 j i: (13)
Este é equivalente a dizer que
[U1 ; U2 ] 6= 0: (14)
Por outro lado, se o sistema é esfericamente simétrico, então, o Hamiltoniano
do sistema é invariante a rotação. Assim, temos
U1 HU1 1 = H; (15)
U2 HU2 1 = H: (16)
Equivalentemente, temos
[H; U1 ] = 0; (17)
[H; U2 ] = 0: (18)
As Eqs.(14,17,18), junto com o teorema acima, podemos saber que um os-
cilador harmônico isotrópico deve possuir a degeneresência no espectro da
energia. Como no caso na Mecânica Clássica, para ver melhor a simetria
esferica do sistema, as coordenadas esféricas são mais adequadas que as co-
ordenadas Cartesianas.
5
2 Serapração de Variáveis em Coordenadas
Esfêricas
Vamos considerar uma partícula com massa m sob a força central. O Hamil-
toniano do sistema é então
1 ~2
H= P + V (r)
2m
~2 2
= r + V (r) ;
2m
onde r é a coordenada radial. Introduzindo as coordenadas esfericas (r; ; )
de tal forma
x = r sin cos ;
y = r sin sin ;
z = r cos ;
^2 = 1 @ @ 1 @2
L ~2 sin + : (22)
sin @ @ sin2 @ 2
A Eq.(21) mostra que a única possibilidade que satisfaz esta equação é
1 ^ 2Y ( ; ) = ;
L (23)
Y( ; )
6
e
~2 1 d 2 dR 1
r + V (r) = E ; (24)
2m R dr dr 2m
onde é uma constante. A Equação de Schrödinger com o potencial de força
central …cou separada em a parte radial e a parte angular.
7
e, portanto, precisamos calcular a matriz Jacobiana,
0 1
@r=@x @ =@x @ =@x
J = @ @r=@y @ =@y @ =@y A :
@ =@z @ =@z @ =@z
Pode ser feito o cálculo diretamente utilizando
p
r = x2 + y 2 + z 2 ;
z
= cos 1 p ;
x2 + y 2 + z 2
y
= tan 1 ;
x
mas como queremos J em função de (r; ; ), talvez mais fácil primeira
0 1
@x=@r @y=@r @z=@r
1
J = @ @x=@ @y=@ @z=@ A ; (27)
@r=@ @y=@ @z=@
de tal forma que
0 10 1
@r=@x @ =@x @ =@x @x=@r @y=@r @z=@r
JJ = 1 @ @r=@y @ =@y @ =@y A @ @x=@ @y=@ @z=@ A
@ =@z @ =@z @ =@z @r=@ @y=@ @z=@
0 1
1 0 0
= @ 0 1 0 A:
0 0 1
8
e o operador r …ca
0 1
@=@x
r = @ @=@y A
@=@z
0 1 1 sin
10 1
sin cos r
cos cos r sin
@=@r
= @ sin sin 1
cos sin 1 cos A @ @=@ A :
r r sin
1
cos r
sin 0 @=@
Exercício: Veri…que as contas acima.
Agora temos
~ @ @
Lx = sin+ cos cot ; (29)
i @ @
~ @ @
Ly = cos cos cot ; (30)
i @ @
~ @
Lz = : (31)
i@
Com isto, podemos mostrar diretamente que
^ 2 = L2 + L2 + L2 :
L x y z
9
Exercício: Veri…que a Eq.(33).
10
Z 1
~ @ ~ df (r)
f; g = 4 r2 dr g(r);
i @r i 0 dr
e claramente as duas expressões não coincidem, mesmo efetuando a inte-
gração em parte. Isto é devido ao fator r2 que vem do elemento de volume
em coordenadas esfericas.
Não hermiticidade da expressão Eq.(37) pode ser vista diretamente da
Eq.(36) também, pois o produto de dois operadores hermitianos não é her-
mitiano. Isto é, para dois operadores hermitianos, A e B, de…nimos um novo
operador C por
C = AB:
Então
C y = B y Ay = BA 6= AB;
se A e B não comutam. Por outro lado, podemos formar um operador her-
mitiano pela simetrização,
1
C = (AB + BA) :
2
Exercício: Veri…que que C acima é um operador hermitiano.
Assim, podemos construir um operador hermitiano,
~1 ~r ~r
Pr = r+r : (39)
i2 r r
Podemos veri…car que este operador coincide com o da Eq.(35).
Exercício: Veri…que que a expressão acima reduz a Eq.(35).
Exercício: Veri…que a regra de comutação entre Pr e r.
Em resumo, podemos introduzir os operadores correspondentes aos mo-
mento angular e componente radial do momento, L ~ e Pr , tal que
1 ~2
P~ 2 = Pr2 + 2 L ;
r
onde
~ 1 @
Pr = r;
i r @r
~ ~
L ~r r;
i
~ 2 = L2x + L2y + L2z :
L
11
Exercício: Calcule os comutadores,
[r; Li ] ; [Pr ; Li ] ; i = x; y; z
1 @ @ 1 @2
sin + Y ( ; ) = Y ( ; ); (40)
sin @ @ sin2 @ 2
Y ( ; )= ( ) ( );
d2
( ) = A ( ); (41)
d 2
1 d d A
sin + ( )= ( ); (42)
sin d d sin2
( )= ( + 2 ):
12
Isto implica em p
2 A
e = 1:
A solução desta equação é p
A = i m; (44)
onde m é um inteiro (não confunda com a massa da partícula). Ou seja,
A= m2 ;
e A é um inteiro não positivo. Esta conclusão pode ser visto também pelo
fato que a derivada em é proporcional ao terceiro componente do momento
angular,
~ @
= Lz ; (45)
i@
e a Eq.(41) é escrita como
L2z = ~2 A
1 d d m2
sin ( )= ( ): (46)
sin d d sin2
13
Vamos introduzir a mudânça de variáveis1 ,
x = cos :
Já que
dx = sin d ;
temos
d d (x) m2
1 x2 (x) = (x) ;
dx dx 1 x2
ou
d2 d m2
1 x2 2x + = 0: (47)
dx2 dx 1 x2
Podemos utilizar o método em expansão em série, o procedimento análogo
para resolver a equação de oscilador harmonico. Mas aqui, devemos lembrar
que o domínio da variável x é
1 x 1;
pois
x = cos :
Outro ponto da equação (47) acima é a presença da singularidade
1
1 x2
na coe…ciente. Assim, se C não tiver algum valor especial, a solução terá em
geral a singularidade em x = 1. Vamos considerar em primeira lugar, a
equação com m = 0: Denotamos a solução deste caso por 0 (x). A equação
para 0 (x) é
d2 0 d 0
1 x2 2x + 0
= 0: (48)
dx2 dx
Vamos introduzir a representção em série de uma solução regular na origem,
x = 0 como
X1
0
= C n xn : (49)
n=0
1
Aqui, a variável x não deve ser confundido com a coordenada x no espaço.
14
Substituindo na Eq.(48) temos a fórmula de recorrência para Cl como
Cn = 1 Cn 2 : (50)
n (n + 1)
Cn ' Cn 2 = const:
15
As soluções acima são identi…cadas com os polinômios de Legendre, es-
colhendo C0 e C1 apropriadamente. Podemos então escolher
0
(x) = P` (x) :
m
1
jmj djmj
= P`m (x) 1 x2 2
P` (x) ;
dxjmj
satisfaz
d2 m d m m2
1 x2 2x + ` (` + 1) m
= 0; (57)
dx2 dx 1 x2
16
4.1 Algebra de Comutadores e Método Algebrico para
Problema de Autovalores
A dedução de função geratriz e demonstração de ortogonalidade é um pouco
trabalhoso comparado ao caso de função de Hermite embora o procedimento
é análogo. Aqui, para ver o signi…cado físico na forma mais transparente,
vamos adotar o método algebrico que também foi uttilizado no caso de os-
cilador harmônico. Ao mesmo tempo, introduzimos a notação de Dirac para
os estados de momento angular. Isto é, consideramos um vetor de estado de
tal forma que a representação de coordenadas esféricas é
( ; ) = h ; j i:
onde
~ 2 = L2x + L2y + L2z :
L
Vimos que os operadores de momento angular Lx ; Ly ; Lz satisfazem a seguinte
relação de comutadores entre si.
[Lx ; Ly ] = i~Lz ;
[Ly ; Lz ] = i~Lx ;
[Lz ; Lx ] = i~Ly ; (58)
ou na forma compacta,
~
L ~ = i~L:
L ~ (59)
Em outras palavras, os comutadores dos tres operadores, Lx ; Ly ; Lz fecham
um conjunto. Matematicamente falando, Lx ; Ly ; Lz constituem uma algebra,
com comutador como produto. Lembramos que L ~ 2 comuta com todos os L0 s
i
2
, h i
L~ 2; L
~ = 0: (60)
2
Um operador que comuta com todos os geradores de grupo é chamado operador de
Casimir.
17
Para simpli…car as contas, vamos introduzir um sistema de unidade em que ~
se torna 1. Isto é, medimos o momento angular em unidade de ~, L ~ ! L=~.
~
Neste caso, as regras de comutação …ca
[Lx ; Ly ] = iLz ;
[Ly ; Lz ] = iLx ;
[Lz ; Lx ] = iLy ; (61)
ou na forma compacta,
~
L ~ = iL:
L ~ (62)
É convenitente introduzir as seguitnes combinações lineares,
[L 1 ; L0 ] = L ; (65)
Como os L’s não comutam entre si, não podemos construir autovetor simul-
taneo para todo mundo, mas pelo menos para um deles. Vamos escolher, por
exemplo, L0 . Como L0 comuta com L ~ 2 , podemos considerar um autovetor
~2 e
simultâneo dos dois. Então, suponhamos que, j ; i é um autovetor de L
L0 com autovalor e , respectivamente;
~ 2 j ; i = j ; i;
L (66)
L0 j ; i = j ; i: (67)
h ; j ; i = 1: (68)
18
Assim, concluimos que
0;
e, para um dado 0, temos que ter
: (70)
L0 L 1 = L L0 L (71)
L0 L 1 j ; i = [L L0 L ] j ; i
= [L L ]j ; i
=( 1) L 1 j ; i: (72)
Por outro lado, da Eq.(70), para um dado , devem existir o valor máximo
max e o valor mínimo min de . Isto implica que para estes estados temos
que ter
L+1 j ; max i = 0; (73)
L 1j ; min i = 0; (74)
pois, se não acontesse a Eq.(73), pela Eq.(72),
j i L+ j ; max i 6 0
=
19
Exercício: Prove as Eqs.(75) e (76).
min = max ;
ou
max = min 1:
Já que por de…nição, max min , a segunda possibilidade é incompatível.
Concluimos então que
min = max (80)
Agora, a partír do estado
j ; max i;
max min = N;
2 max = N:
20
Consequentemente, max é um número inteiro ou semi-inteiro. Vamos denotar
max = N=2 = j que é um número inteiro ou semi-inteiro. Da Eq.(78), temos
= j (j + 1) : (82)
fj; j 1; j 2; :::; jg :
Podemos convencionar os fatores de fase dos vetores jj; m > tal que sempre
N seja real e positivo.
21
Os componentes Lx ; Ly ; Lz satisfazem a regra de comutação Eq.(58). Entre-
tanto, existem outras operadores que satisfazem a mesma algebra de comu-
tadores que não sejam os operadores de momento angular orbital. Este são
caso de spin (o grau de liberdade interno de uma partícula que distingue a
orientação). Discutiremos o spin na seção seguinte.
No caso de momento angular orbital, das Eqs.(29,30,31) a atuação destes
operadores na função de onda (~r) …cam
~ @ @
h~
rjLx j i = sin + cos cot (~
r); (89)
i @ @
~ @ @
hrjLx j i = cos cos cot (~
r); (90)
i @ @
~ @
hrjLx j i = (~
r); (91)
i@
e
1 @2 1 @ @
hrjL2 j i = 2 2
+ sin (~
r): (92)
sin @ sin @ @
Podemos decompondo a base de coordenada fjrig em parte radial e angular,
jri = jri j ~ i; onde jri é o autoestado de coordenada radial r, e j ~ i = j ; i
é o autoestado de coordenada angular, ~ = ( ; ). Aqui a base dos estados
angulares j > satisfaz as propriedades,
Z
d ~ j ~ ih ~ j = 1 (93)
n o
onde 1 representa a identidade no subespaço j ~ i e como usualmente
Z Z Z 2
d~ = sin d d : (94)
0 0
h ~ 0j ~ i = 2( ~ ~ 0 ) = (cos cos 0 ) ( 0
): (95)
j i = jRi jY i; (96)
22
podemos escrever a função de onda como
n o
r) = hrj h ~ j fjRi
(~ jY ig
= R (r) Y ( ; ) ; (97)
onde
R (r) = hrjRi;
e
Y ( ; ) = h ~ jY i:
O procedimento é nada mais que a separação das variáveis de coordenadas
radial e angular.
Na representação acima, podemos identi…car a parte angular da auto-
função de onda dos operadores de momento angular como
e deve satisfazer
@
i h ; jj; mi = mh ; jj; mi (99)
@
1 @2 1 @ @
2 2
+ sin h ; jj; mi = j(j + 1)h ; jj; mi (100)
sin @ sin @ @
Como mensionamos, para o estado de uma partícula sem spin, as coor-
denadas espaciais devem compor um conjunto completo de observáveis para
descrever o estado. Ou seja, para dado posição r, a função de onda deve ser
determinado univocamente. Neste sentido, temos que ter
Esta condição, junto com Eq.(99) implica que m seja número inteiro. Se
m é inteiro, como j = max(m), j também tem que ser inteiro. Em outras
palavras, os estados de momento angular orbital sempre corresponde com
o valor j inteiro. Para explicitar este fato, vamos utilizar ` no lugar de j.
Note que esta conclusão coincide com a da analise em termos de função de
Legendre. Eqs.(99,100) mostram que
23
onde Y`m ( ; ) são chamados de harmonicos esféricos. Note que para um
dado `, existem
g = 2` + 1 (103)
estados distintos em relação a Lz . Então, todos os 2` + 1 estados
fj`; mi; m = `; ` + 1; ;` 1; `g ;
~ 2.
são autoestados de L
Algumas propriedades dos harmonicos esféricos podem ser obtidas fá-
cilmente das propriedades dos estados j`; mi. Por exemplo, a condiçao de
ortogonalidade
h`0 ; m0 j`; mi = ``0 mm0 (104)
implica em Z
d ~ Y`0 m ( ~ )Y`m ( ~ ) = ``0 mm0 (105)
X̀
j`; mih`; mj = 1` (106)
m= `
X̀
0
Y`m ( )Y`m ( ) = (cos cos 0 ) ( 0
): (107)
m= `
e
L+1 j`; `i = 0: (109)
Vimos também que
1
j`; m 1i = p L 1 j`; mi: (110)
(` + m)(` m + 1)
24
Utilizando as representações Eqs.(89),(90) e (91), estas propriedades …cam
expressas na forma de equação diferenciais para Y`m ( ; ) :
1 @
Y`;m ( ; ) = mY`;m ( ; ); (111)
i@
@ @
i cot Y`;` ( ; ) = 0: (112)
@ @
1 i @ @
Y`;m 1 ( ; ) = p e + i cot Y`;m ( ; ):
(` + m)(` m + 1) @ @
(113)
Da Eq.(111), podemos escrever
m
Y`m ( ; ) = ` ( ) eim ; (114)
d
` cot Y`;` ( ; ) = 0: (115)
d
para calcular Z
sin2`+1 d :
0
25
O fator ( 1)` foi escolhido pela conveniência posterior. Por outro lado, da
Eq.(113) …ca
1 i @
Y`;m 1 ( ; ) = p e + m cot Y`;m ( ; ):
(` + m)(` m + 1) @
Note que
@ 1 @
+ m cot Y`;m ( ; ) = sinm Y`;m ( ; );
@ sinm @
temos
1 i 1 @
Y`;m 1 ( ; ) = p e sinm Y`;m ( ):
(` + m)(` m + 1) sinm @
Explicitamente,
r
1 2` + 1 p 1 1 d
Y`;` 1( ; ) = (2`)! p ei(` 1) sin2`
`
2 `! 4 2` sinl d
r
1 2` + 1 p 1 d
= ` (2` 1)!ei(` 1) l 1
sin2` ;
2 `! r 4 sin d cos
1 2` + 1 p 1 1 d
2
Y`;` 2( ; ) = ` (2` 1)!ei(` 2) p l 2
sin2` ;
2 `! 4 (2` 2)2 sin d cos
..
.
Em geral, para m 0, temos
s
` m
1 (2` + 1) (` + m)! im 1 d
Y`;m ( ; ) = `
e sin 2` : (116)
2 `! 4 (` m)! sin m d cos
Se utilizamos a variável,
x = cos ;
podemos expressar como
s
` m
1 (2` + 1) (` + m)! im 1 d
Y`;m (x; ) = ` e 1 x2 2`
:
2 `! 4 (` m)! (1 x2 )m=2 dx
Para m < 0, podemos de…nir
Y`;m ( ; ) = ( )jmj Y`;jmj ( ; ): (117)
26
5 Equação Radial
Vamos retornar a Equação de Schrödinger. Da Eq.(21), e a utilzando a
propriedade de harmonicos esfêricos, temos
~2 1 d 2 dR (r) ~2
r + V (r) = E ` (` + 1) ; (118)
2m R dr dr 2m
ou
~2 1 d2 ~2 ` (` + 1)
r+ + V (r) R (r) = ER (r) : (119)
2m r dr2 2m r2
Esta equação tem a forma,
~2 d2 (r)
+ Vef f (r) (r) = E (r) ; (120)
2m dr2
onde
~2 ` (` + 1)
Vef f (r) = V (r) + ; (121)
2m r2
(r) = rR (r) : (122)
27
Para um potencial que não possui singularidade na origem, a função de onda
(~r) deve ser regular na origem. Isto implica
(r)jr!0 = 0;
devido ao fator r. A presença deste fator também pode ser visto na forma de
produto escalar entre duas funções de ondas escrita nas coordenadas esfericas
quando há separação de variáveis em r; e .
Z
( ; ) = d3~r (~r) 0 (~r)
0
Z 1 Z
= r dr R (r) R ( r) d2 Y ( : ) Y 0 ( : )
2 0
Z0 1 Z
= dr [rR (r)] [rR ( r)] d2 Y ( : ) Y 0 ( : ) :
0
0
V = 0:
isto é, uma partícula livre. Nos sabemos esta solução nas coordenadas tridi-
mensional, mas podemos expressar o estado de uma partícula livre em termos
de coordenadas esfericas. A parte radial da Equação de Schödinger indepen-
dente no tempo …ca
~2 1 d2 ~2 ` (` + 1)
r + R (r) = ER (r) : (123)
2m r dr2 2m r2
Sabemos que E > 0, vamos introduzir a mudançca de variável
= kr;
r
2mE
k= ;
~2
28
temos
1 d2 ` (` + 1)
+ 1 R (r) = R (r) ;
d 2 2
ou
2 ` (` + 1)
R00 + R0 + 1 2
R = 0:
Exercício: Mostre que a série de funções fz` ; ` = 0; 1:::g que é de…nida pela
recorrência Eq.(130) satisfazem a Equação de Bessel esférica, desde que
z0 satisfaz. Idem para a Eq.(131).
29
O exercício acima mostra que se tivemos a solução para ` = 0, podemos
gerar soluções para todos os valores de `. Vamos considerar o caso ` = 0.
Neste caso, temos
2
z000 + z00 + z0 = 0;
ou
d2
= ; (132)
d 2
onde, novamente
= z0 .
Podemos considerar as seguintes soluções para a Eq.(132),
8
>
> sin ;
<
cos ;
=
>
> ei ;
:
e i;
e, portanto, podemos obter z0 por
1
z0 = :
(1) 1
h0 ( ) = ( i) ei ;
(0) 1 i
h0 ( ) = (i) e :
30
Vemos que a função de Bessel esférica j` não possui nenhuma singulari-
dade em todo espaço no entanto, existe a singularidade na função de Neu-
mann em r = 0. A expanção de Taylor em torno de origem …ca
X1
( 1)m (` + m)!
j` ( ) = (2 )` 2m
;
m=0
m! (2` + 2m + 1)!
1 X1
1 (2` 2m + 1) 2m
n` ( ) = `
:
(2 ) m=0
m! (` m + 1)
ou
(1) (2)
RE;`;m (r) = h` (kr) + h` (kr) :
A função de onda geral de uma partícula livre com a energia E, regular em
todo espaço, exceto a origem é dada por
X
1 X̀
31
A Eq.(134) forma uma base para funções de onda de uma partícula livre
em todo espaço. Por outro lado, nas coordenadas Cartesianas, a função de
onda de uma partícula livre é dada pela onda plana,
i~k ~
r
E (x; y; z) = e ;
e, portanto, devemos expressar a onda plana acima pela Eq.(134).
X
1 X̀
+i~k ~
r
e = `m j` (kr) Y`m ( ; ) : (135)
`=0 m= `
A equação acima é nada mais que a expansão da função eikr cos em termos
de Polinômios de Legendre. Utilizando a fórmula,
X
1
ikr cos
e = i` (2` + 1) j` (kr) P` (cos ) ;
`=0
e r
2` + 1
Y`0 ( ; ) = P` (cos ) ;
4
temos p
`m = 4 (2` + 1)i` m;0 :
32
7.1 Estado Ligado
Vamos estudar os estados ligados,
V0 < E < 0:
d2 R` 2 dR` ` (` + 1) 2m
+ R` + 2 (V0 + E) R` = 0; (136)
dr2 r dr r 2 ~
para 0 r<ae
d2 R` 2 dR` ` (` + 1) 2mE
+ R` + R` = 0; (137)
dr2 r dr r2 ~2
para r a. Já vimos que as ambas equações são de Bessel esférica. Para a
Eq.(136), já que contém a origem, a solução deve ser
onde r
2m
k= (V0 + E):
~2
Para r > a, temos que tomar cuidado, pois E < 0. Para explicitar este fato,
vamos introduzir a variável
r
2mE
=i :
~2
Com isto, a solução deve ser espressa como uma combinação linear das
funções de Bessel esférica com argumento imaginário,
(1) (2)
j` (i r) ; n` (i r) ; h` (i r) ; h` (i r) :
33
As duas partes devem ser ligadas suavemente. Esta condição é
(1)0
j`0 (kr) h (i r)
k = i `(1) :
j` (kr) h` (i r)
Esta equação é uma equação trancedental para E e determina os possíveis
valores da energia.
r ;
34
a equação característica para …ca
` (` + 1)
2 ( 1) + = 0:
2
cuja raízes são = 21 ` ou = 12 ` + 12 . Então, a solução regular na origem
tem que comportar como
' ; r ! 0;
onde
1 `
+ : =
2 2
Para r ! 1, a equação (140) se torna asintoticamente
d2 1
2
+ ' 0;
d 4
que mostra que o comportamento asintótico da solução como
=2
!e ;
A função h ( ) deve ser uma função não singular em todo espaço. Substi-
tuindo na Eq.(140), temos
d2 2` + 3 d " 2` + 3
+ + h ( ) = 0:
d 2 2 d 2 4
Esta equação é a equação da função hipergeométrica con‡uente e a solução
é dada por
3 + 2` " 3 + 2`
h( ) = F ; ; :
4 2 2
Esta função deverge como e2 , exceto quando
" 3 + 2`
= nr
2 4
35
for um inteiro não negativo. Neste caso, a função hipergeométrica con‡uente
se torna um polinômio de ordem nr . Temos então, para satisfazer a condição
de contorno para r ! 1,
E 1
"= = (3 + 2` + 4nr ) ; (141)
~! 2
onde
nr = 0; 1; 2; ::::
e
` = 0; 1; 2; :::
A Eq.(141) mostra que a energia de um oscilador harmônico esférico é car-
acterizada por dois números inteiros, nr e `. O primeiro inteiro é a ordem de
polinômio da função radial e, portanto, é o número de zeros (nós) da função
de onda radial. O segundo inteiro é o momento angular. Na lingagem espec-
troscópica, as vezes utilizamos simbolos S; P; D; ; F; G; H::: para expressar os
estados de momento angular.
9 Atomo de Hidrogênio
9.1 Separação de Movimento do Centro de Massa
Vamos estudar o potencial
e2
V (r) = ;
r
o que corresponde a força Coulombiana entre o elétron e o núcleo do hidrogênio
(proton). O Hamiltoniano do sistema é
~2 2 ~2 2
H= r r + V (r) ;
2M 1 2m 2
onde r21 é o Laplaciano em relação a coordenadas do proton ~r1 , r22 é o
Laplaciano em relação a coordenadas do elétron ~r2 e
r = j~r2 ~r1 j
36
é a coordenada radial relativo entre dois. A Equação de Schrödinger (inde-
pendente no tempo) para o sistema de proton-elétron …ca
~ CM = M m
R ~r1 + ~r2 ;
M +m M +m
~r = ~r2 ~r1 ;
e
E ! E
~ CM ; ~r :
R
Podemos mostrar facilmente que
~2 2 ~2 2 ~2 ~2 2
r r = r2 r;
2M 1 2m 2 2 (M + m) CM 2
onde
mM
=
M +m
é a massa reduzida e r2CM é o Laplaciano em relação a coordenadas do centro
de massa R~ CM , e r2 é o Laplaciano em relação a coordenadas relativas, ~r.
Assim, a Equação de Schrödinter em termos destas coordenadas …ca
~2 ~2 2 ~ CM ; ~r = E ~ CM ; ~r :
r2CM r + V (r) E R E R
2 (M + m) 2
~ CM e ~r como
Podemos separar variáveis R
~ CM ; ~r ! (CM ) ~ CM
E R ECM R Erel (~r) ;
onde
~2 (CM ) ~ CM = ECM (CM ) ~ CM ;
r2 R R (142)
2 (M + m) CM ECM ECM
37
~2 2
r + V (r) Erel (~r) = Erel Erel (~r) ; (143)
2
e
E = ECM + Erel : (144)
O resulado, Eqs.(142) e (143) mostram que, como na Mecânica Clássica,
o movimento do centro de massa do sistema comporta como partícula livre
com a massa a soma das duas partículas e o movimento relatívo se disvincula
completamente do movimento do centro de massa. Desta forma, para estudar
o espectro de energia de um sistema comosto como átomo de hidrogênio,
podemos desconsiderar o movimento do centro de massa e analisamos apenas
a parte de movimento relativo, a Eq.(143).
~2 2 e2
r E (~r) = E E (~r) ; (145)
2 r
onde abreviamos o subscript, rel para simpli…car a notação. A equação radial
para um dado momento angular ` …ca
~2 1 d2 ` (` + 1) ~2 e2
r + R` (r) = ER` (r) ; (146)
2 r dr2 2 r2 r
ou
d2 R` 2 dR` 2 e2 ` (` + 1) ~2
+ + E + R` = 0: (147)
dr2 r dr ~2 r 2
Para r ! 1, a equação se torna asintoticamente como
d2 R` 2 E
+ 2 R` ' 0;
dr2 ~
e portanto, o comportamento asintótico da solução radial é
q
2 E
i r
R` ! e ~2
para E > 0 e q
2 E
r
R` ! e ~2 (148)
38
para E < 0. Novamente E > 0 corresponde ao estado de espalhamento, e
E < 0 corresponde a estados ligados.
Vamos analizar estados ligados, E < 0. Da Eq.(148) é conveniente intro-
duzir a variável adimensional,
r
2 E
=2 r:
~2
A equação nesta variável é
d2 R` 2 dR` ` (` + 1) 1
+ R` + R` = 0; (149)
d 2 d 2 4
onde
1=2 1=2
e2 c2
= = ;
~ 2E 2E
onde = e2 =~c ' 1=137 é uma constante universal adimensional, chamado
de constante estrutura …na.
O comportamento asintótico …sicamente aceitável para ! 1 é
1
R` ! e 2 :
d2 L dL
+ (2` + 2 ) +( 1 `) L = 0: (150)
d 2 d
Esta é novamente a equação para Função hipergeométrica con‡uente. Para
não violar a condição de contorno para a função de onda em r ! 1, devemos
ter
( 1 `) = nr ;
39
onde nr deve ser um inteiro não negativo. Neste caso, L é um polinômio de
ordem n. Isto implica que é um inteiro positivo, tal que
n = nr + ` + 1;
onde
2
= r;
na0
com
~2
a0 =
e2
é o raio de Bohr. Os autovalores de energia podem ser expressos como
e2
En = :
2a0 n2
40
10 Spin e Interação Eletromagnética do Elétron
Na seção de Momento Angular, vimos como construimos a representação dos
operadores que satisfaz a regra de comutação,
j (j + 1) ;
onde
1 3
j = 0; ; 1; ;
2 2
Escrevendo os autovetores simultaneos de L~ 2 e Lz por jj; mi;
[ i; j] =i k: (153)
Prove a Eq.(153).
Quando o estado quântico da partícula é completamente especi…cada em
termos de amplitude de probabilidade na posição espacial, vimos que os val-
ores de j devem ser inteiros. Isto porque, a unicidade da função de onda
em relação as coordenadas espaciais é violada para os valores semi-inteiros
de j. Desta forma, excluimos os valores semi-inteiros do autovalores para o
momento angular orbital. Por outro lado, nem todas partículas podem ser
41
descritas em termos de uma única função de onda apenas. Por exemplo,
consideramos um fóton. Para especi…car o estado deste fóton, não apenas
a informação da sua localizaçao, precisamos também especi…car o estado de
polarização, pois o campo eletromagnético clássico tem os graus de liberdade
de polarização. Esse fato corresponde que o fóton tem spin j = 1: O experi-
mento de Stern-Gerlach mostra que o elétron tem 2 graus de liberdade, que
acopla com o campo magnético como um imã.
Discutiremos em detalhe sobre spin na MQII.
11 Complementação Matemática
11.1 Polinômios Ortogonais
Consideramos o espaço de funções de…nidas no domínio D, e suponhamos
que está de…nido o produto escalar entre duas funções f e g como
Z
(f; g) = dx (x) f (x) g (x) ;
D
onde
(x) 0; x 2 D
é chamada de métrica, satisfazendo a propriedade,
Z
dx (x) xn < 1; 8 n < 1:
D
Suponhamos que, para dado (x), encontramos uma função X (x) para
qual
1 dn
Fn (x) ( X (x)n ) (154)
(x) dxn
é um polinômio de ordem n em x para qualquer n inteiro não negativo. Ainda
supomos que esta função satisfaz a condição de contorno,
dk
( (x) X (x)n ) = 0; (155)
dxk x2S
42
para k < n, onde S representa a superfície de D (neste caso, os pontos
extremas de D). Então, podemos provar que
Fn (x) / hn (x) :
43
que é um operador diferencial de 2a ordem. Este operador também pode ser
escrita como
1 d d d2
O (x) X (x) + X (x) 2
(x) dx dx dx
2
d d
= F1 (x) + X (x) 2 ;
dx dx
onde utilizamos a de…nição Eq.(154) para n = 1. Agora, vamos supor que
X (x) é um polinômio de ordem inferior a 3. Suponhe que Fn (x) é um
polinômio de ordem n em x. Então,
Fe (x) = Fn (x) ;
ou seja
OFn (x) = Fn (x) : (157)
Comparando os coe…cientes dos termos de ordem n dos dois lados da equação
acima, podemos concluir que
dF1 n (n 1) d2 X
=n + : (158)
dx 2 dx2
Vamos considerar alguns exemplos.
D=[ 1 x 1]
44
e
(x) = 1:
Neste caso, se escolhemos
X (x) = x2 1:
então, facilmente podemos ver que
dn n
Fn (x) n
x2 1
dx
é polinômio em x para qualquer n. Escolhendo o fator de normalização de
tal forma que o valor da função seja 1 e chamamos de polinômio de Legendre,
1 dn n
Pn (x) = n n
x2 1 :
2 n! dx
A Eq.(157) …ca
d d
1 x2 + n (n + 1) Pn (x) = 0
dx dx
que é a equação diferencial de Legendre.
45
e portanto, a Eq.(157) …ca
d2 d
+ (1 x) + n Ln (x) = 0:
dx2 dx
Esta é a equação diferencial de Laguerre.
12 Função Hipergeométrica
12.1 Função Hipergeométrica Generalizada de Pochham-
mer
De…nimos um simbôlo ( ; n) por
( + n)
( ; n)
( )
= ( + 1) ( +n 1) :
Podemos de…nir a seguinte série que converge para jzj < 1 por
X1
1
p Fq ([ 1; 2; : : : ; p] ; [ 1; 2; : : : ; q ] ; z) = Cn z n ;
n=0
n!
46
onde
( 1 ; n) ( 1 ; n) ( p ; n)
Cn = :
( 1 ; n) ( 1 ; n) ( p ; n)
Esta família de funções analíticas é chamada função hipergeométrica gener-
alizada.
( ) X 1 ( + n) ( + n) n
1
2 F1 ([ ; ] ; [ ] ; z) = z
( ) ( ) n=0 n! ( + n)
1 F1 ( ; ; z) = z (159)
( ) n=0 n! ( + n)
é chamada de Função hipergeométrica con‡uente e denotada por
F ( ; ; z) :
p Fq ([ 1; 2; : : : ; p] ; [ 1; 2; : : : ; q ] ; z) = p Fq i1 ; i2 ; : : : ; ip ; j1 ; j2 ; : : : ; jq ;z ;
[ 1; 2; : : : ; p] ! i1 ; i2 ; : : : ; ip ;
[ 1; 2; : : : ; q] ! j1 ; j2 ; : : : ; jq :
47
Podemos provar as seguintes relações de recorrência,
p+1 Fq+1 ([ 1; 2; : : : ; p; ] ; [ 1; 2; : : : ; q;
] ; z) = p Fq ([ 1; 2; : : : ; p] ; [ 1; 2; : : : ; q ] ; z) ;
z
lim p+1 Fq [ 1; 2; : : : ; p; ] ; [ 1; 2; : : : ; q ] ; = p Fq ([ 1; 2; : : : ; p] ; [ 1; 2; : : : ; q ] ; z) ;
!1
lim p Fq+1 ([ 1; 2; : : : ; p] ; [ 1; 2; : : : ; q; ] ; z) = p Fq ([ 1; 2; : : : ; p] ; [ 1; 2; : : : ; q ] ; z) :
!1
z
F ( ; ; z) = lim F ; ; ; :
!1
(1 z) = 1 F0 ( ; z) = F ( ; ; ; z) ;
ex = 0 F0 (z) = F ( ; ; z) ;
3 z2
sinh z = z 0 F1 ; ;
2 2
1 z2
cosh z = 0 F1 ; ;
2 2
3 z2
sin z = z 0 F1 ; ;
2 2
1 z2
cosh z = 0 F1 ; ;
2 2
1 1 3 2
sin 1 z = zF ; ; ;z ;
2 2 2
1 1 3
tan 1 z = zF ; ; ; z2 ;
2 2 2
1 3
Erf (z) = zF ; ;z ;
2 2
etc.
48
12.6 Equação Diferencial
A Função Hipergeométrica de Gauss satisfaz a seguinte equação diferencial,
d2 w dw
z (1 z) 2 + [ ( + + 1) z] w = 0;
dz dz
e a Função Hipergeométrica con‡uente satisfaz a seguitne equação diferencial,
d2 w dw
z +[ z] w = 0: (160)
dz 2 dz
As duas soluções linearmente independentes, expressas na forma de série em
torno de z = 0 são dadas por
w1 = F ( ; ; z) ;
w2 = z 1 F ( + 1; 2 ; z) :
w1 ! 1
em torno da orgem, z = 0.
Para z ! 1, a Eq.(160) comporta como
d2 w dw
' 0;
dz 2 dz
e suas soluções devem ser
w ! const;
! ez
para z ! 1.
1 ( ) ( + n) 1
~ ; n ! 1;
n! ( ) ( + n) n!
49
portanto,
w1 (z) ! ez :
Mas, se for um inteiro negativo ou 0, a série Eq.(159) será truncada em
n= . Assim, para satisfazer as duas condições de contorno,
w (z) ! const;
= N;
onde
N = 0; 1; 2; :::
A função hipergeométrica
F ( N; ; z)
é polinômio de ordem N . Podemos veri…car que fF ( N; ; z) ; N = 0; 1; 2; :::g
constitui um conjunto de polinômio ortogonal, com
D = [0 z < 1] ;
(z) = e z z 1 ;
X (z) = z:
u ! x ; x ! 0;
e
u ! e x ; x ! 1:
50
Os constantes e podem ser determinados da Eq.(161). Utilizando os
valores destes constantes assim determinados, de…nimos
u (x) = x e x f (x) ;
51