GÁS DE FERMI
Papel dos elétrons nos sólidos: Os elétrons são responsáveis pela ligação de cristais. Eles são a "cola" que
mantém os núcleos juntos (ver figura 1).
Figura 1
Tipos de ligação:
Van der Waals - polarização eletrônica
Transferência iônica - elétron
Covalente - ligações electrónicas
Metálica: compartilhamento
Natureza de elétrons em um metal: Os elétrons podem se tornar "livres dos núcleos" e se movem entre os
núcleos, por isso observar-se a condutividade elétrica.
Figura 2
O modelo de gás de elétrons é anterior à mecânica quântica
• Elétrons foram descobertos em 1897
• Modelo Drude-Lorentz (1905) -
Elétrons - partículas clássicas livres para mover-se em uma caixa
• Modelo: todos os elétrons contribuem para a condutividade.
• Mas o mesmo modelo predisse que todos os elétrons contribuem para a capacidade de calor.
Quando usado para calcular a capacidade de calórica o valor é muito inferior ao previsto.
MECÂNICA QUÂNTICA:
• 1911: Modelo Bohr para H
• 1923: natureza ondulatória das partículas - Príncipe Louis de Broglie
• 1924-26: Desenvolvimento de Mecânica Quântica - equação de Schrodinger
• 1924: estatísticas de Bose-Einstein para Partículas idênticas (fônos, ...)
• 1925-26: Princípio de exclusão de Pauli, Estatísticas de Fermi-Dirac (elétrons, ...)
• 1925: Rotação do elétron (spin = 1/2) G. E. Uhlenbeck e S. Goudsmit
Gás de Fermi ou gás de elétrons livres é um conjunto de férmions não interativos, isto é, partículas que tem
spin semi-inteiro e obedece à estatística de Fermi-Dirac. Em decorrência do princípio de exclusão de Pauli,
dois férmions de spin 1/2 quaisquer não podem ter simultaneamente todos os números quânticos idênticos, aí
incluídos os valores das projeções 𝑚 𝑠 do spin.
1. Equação de Schrodinger
Elétron livre
4
𝜋𝑞𝐹 3
2× 3 = 𝑍𝑁
8𝜋 3
O termo 2 corresponde ao princípio de Pauli.
4
𝜋𝑞𝐹 3
2× 3 = 𝑍𝑁
8𝜋 3
1⁄
𝑞𝐹 = (3𝜋 2 𝑍𝑁) 3
Figura 3
Assim
ℏ2 𝑞𝐹 2
𝐸=
2𝑚
Níveis de energia em uma dimensão: Equação de Schrodinger – 1D
• supor que as partículas podem mover-se livremente em uma cadeia linear 0 < 𝑥 < 𝐿.
• Equação de Schrodinger em 1D com 𝑉 = 0
ℏ2 2
[− ∆ + 𝑉(𝑟)] 𝜓(𝑟) = 𝐸𝜓(r)
2𝑚
ℏ2 𝑑 2
− 𝜓(x) = 𝐸𝜓(x)
2𝑚 𝑑𝑥 2
• condições 𝜓(0) = 0 e 𝜓(𝐿) = 0 (figura 4).
Figura 4
Solução proposta:
2𝜋 1
𝜓(x) = 𝐴𝑠𝑒𝑛 ( 𝑥) , 𝑛𝜆 = 𝐿
𝜆𝑛 2 𝑛
𝑛𝜋
𝜓(x) = 𝐴𝑠𝑒𝑛 ( 𝑥)
𝐿
𝑑 2 𝜓 ( x) 𝑛𝜋 2 𝑛𝜋
= −𝐴 ( ) 𝑠𝑒𝑛 ( 𝑥)
𝑑𝑥 2 𝐿 𝐿
Usando a Equação de Schrodinger,
ℏ2 𝑛𝜋 2 𝑛𝜋 𝑛𝜋
+ 𝐴 ( ) 𝑠𝑒𝑛 ( 𝑥) = 𝐸𝐴𝑠𝑒𝑛 ( 𝑥)
2𝑚 𝐿 𝐿 𝐿
ℏ2 𝑛𝜋 2
𝐸= ( )
2𝑚 𝐿
Para determiner 𝐴
𝐿
∫ 𝑑𝑥 |𝜓(x)|2 = 1
0
𝐿 2 𝐿
𝑛𝜋 𝑛𝜋
∫ 𝑑𝑥 |𝐴𝑠𝑒𝑛 ( 𝑥)| = 𝐴2 ∫ 𝑠𝑒𝑛2 ( 𝑥) 𝑑𝑥 = 1
0 𝐿 0 𝐿
Onde
𝑛𝜋 𝑛𝜋 𝐿
𝑢= 𝑥 → 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥 → 𝑑𝑥 = 𝑑𝑢
𝐿 𝐿 𝑛𝜋
𝐿
𝑛𝜋 𝐿 𝐿
𝐴2 ∫ 𝑠𝑒𝑛2 ( 𝑥) 𝑑𝑥 = 𝐴2 ∫ 𝑠𝑒𝑛2 𝑢 𝑑𝑢 = 1
0 𝐿 𝑛𝜋 0
como
1 1
∫ 𝑠𝑒𝑛2 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑢 + 𝑠𝑒𝑛(2𝑢) + 𝐶
2 4
𝐿
𝐿 𝐿 1 𝑛𝜋 1 𝑛𝜋 𝐿
𝐴2 ∫ 𝑠𝑒𝑛2 𝑢 𝑑𝑢 = 𝐴2 ( 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 (2 𝑥)|
𝑛𝜋 0 𝑛𝜋 2 𝐿 4 𝐿 0
𝐿 1 1
= 𝐴2 [ 𝑛𝜋 + 𝑠𝑒𝑛(𝑛2𝜋)]
𝑛𝜋 2 4
2
𝐿
=𝐴 =1
2
2
→𝐴=√
𝐿
2 𝑛𝜋
𝜓(x) = √ 𝑠𝑒𝑛(𝑞𝑥 ), 𝑞 = , 𝑛 = 1,2, …
𝐿 𝐿
Mesma imagem que para vibrações de rede, exceto que aqui 𝜓(x) é uma onda contínua em vez de
representar deslocamentos de átomos.
𝑛 𝑚𝑠 Número de
elétrons
1 ↑ 1
1 ↓ 1
2 ↑ 1
2 ↓ 1
3 ↑ 1
3 ↓ 1
4 ↑ 0
4 ↓ 0
Assim, um orbital pode ter a mesma energia. O número de orbitais com a mesma energia é chamado de
degenerescência do orbital.
Seja 𝑛𝐹 o ultimo nível ocupado, preenchendo os níveis com elétrons a partir do nível de menor energia (𝑛 =
1) e até que 𝑁 elétrons sejam acomodados. (ver exemplo acima). É conveniente supor que 𝑁 é um número
par. A condição 2𝑛𝐹 = 𝑁, determina 𝑛𝐹 , que é o valor de 𝑛 para o nível ocupado de maior energia.
A energia de Fermi 𝜖𝐹 em uma dimensão é definida como a energia do nível mais alto ocupado no estado
fundamental de um sistema de 𝑁 elétrons, assim,
ℏ2 𝑛𝐹 𝜋 2 2𝑛𝐹 =𝑁 ℏ2 𝑁𝜋 2
𝜖𝐹 = ( ) → ( )
2𝑚 𝐿 2𝑚 2𝐿
𝐴 = 1,44𝑡1⁄2 𝑘𝐵 𝑇
Figura 5 𝐸𝐹 𝑛 𝜖
1
𝑓 (𝜖 ) =
exp[(𝜖 − 𝜇 )⁄𝑘𝐵 𝑇] + 1
Para 𝜖 < 𝜇
1
𝑓 (𝜖 ) = ≈1−x
x+1
1
𝑓 (𝜖 ) = ≈ 1 − exp[(𝜖 − 𝜇 )⁄𝑘𝐵 𝑇]
exp[(𝜖 − 𝜇 )⁄𝑘𝐵 𝑇] + 1
Supor que as partículas podem mover-se livremente em uma caixa de lados 𝐿 e usando a equação de
Schrodinger em 3D com 𝑉 = 0
ℏ 2
− ∆ 𝜓(r) = 𝐸𝜓(r)
2𝑚
Temos que:
ℏ2
𝐸 (𝑞) = ( ) (𝑞𝑥2 + 𝑞𝑦2 + 𝑞𝑧2 )
2𝑚
ℏ2 2
𝐸 (𝑞 ) = 𝑞 (figura 6)
2𝑚
Figura 6
Aproximação de continuo à medida que 𝐿 se torna grande.
Como
ℏ2 2
𝐸 (𝑞 ) = 𝑞
2𝑚
Podemos escrever:
𝜓 = 𝑒𝑥𝑝[𝑖𝑞⃗ ∙ 𝑟⃗]
2𝜋 4𝜋
𝑞𝑥 = 0, ± ,± , … . 𝑒 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑞𝑦 𝑒 𝑞𝑧
𝐿 𝐿
Todo componente na forma 𝑛2𝜋 ⁄𝐿. Temos
Sendo que
𝜓(x + L, y, z) = 𝜓(x + L, y, z)
Figura 7
Existe um conjunto de valores do números quânticos 𝑞𝑥 , 𝑞𝑦 e 𝑞𝑧 para cada elemento de volume (2𝜋⁄𝐿)3 do
espaço reciproco. Assim numa esfera de volume 4⁄3 𝜋𝑞𝑧 3 o numero total de orbitais é:
4⁄3 𝜋𝑞𝐹 3 𝑉
𝑁=2 = 𝑞 3
(2𝜋⁄𝐿)3 3𝜋 2 𝐹
O fator 2 aparece pois temos dois valores permitidos para cada 𝑞 (número quântico de spin)
1⁄
3𝜋 2 𝑁 3
𝑞𝐹 = ( )
𝑉
assim
2⁄
ℏ2 3𝜋 2 𝑁 3
𝜖𝐹 = ( ) ( )
2𝑚 𝑉
Sendo
𝑉
𝑁= 𝑞 3
3𝜋 2 𝐹
e
ℏ2
𝜖𝐹 = ( ) 𝑞𝐹2
2𝑚
Assim
3⁄
𝑉 2𝑚𝜖 2
𝑁 = 2( 2 )
3𝜋 ℏ
A densidade de estados é
3⁄
𝑑𝑁 𝑉 2𝑚 2
𝐷 (𝜖 ) = = 2( 2) √𝜖
𝑑𝜖 3𝜋 ℏ
3
𝑉 2𝑚 ⁄2
𝐷(𝜖 ) = 2 ( 2 ) √𝜖 (3𝐷)
3𝜋 ℏ
3⁄
𝑉 2𝑚𝜖 2
Como 𝑁 = 3𝜋2 ( )a densidade pode ser escrita como
ℏ2
3𝑁
𝐷 (𝜖 ) =
2𝜖
A densidade de estados por unidade de volume é
3⁄
𝐷 (𝜖 ) 1 2𝑚 2
𝐷′(𝜖 ) = = 2( 2) √𝜖 (3𝐷)
𝑉 3𝜋 ℏ
Duas dimensões
ℏ2 2 ℏ2
𝜖= 𝑞 → 𝑑𝜖 = 𝑞 𝑑𝑞
2𝑚 𝑚
Figura 8
Precisamos do número de estados por unidade de energia para encontrar a energia total e as propriedades
térmicas do gás de elétrons. 𝐷 (𝜖) 𝑑𝜖 é o número de estados na faixa de energia entre 𝜖 e 𝜖 + 𝑑𝜖. Estados
no intervalo (𝑞, 𝐸) para (𝑞 + Δ𝑞, 𝜖 + Δ𝜖), assim
Δ𝑁 = 𝑁 (𝑞) Δ𝑞 = 𝑁 (𝜖) Δ𝜖
Dado o perímetro 𝑙 = 2𝜋𝑞𝐹 e o elemento de área (2𝜋⁄𝐿)2
𝐿 2
𝑁2𝐷 (𝑞)𝑑𝑞 = 2 ( ) 𝑑𝑞𝑥 𝑑𝑞𝑦
2𝜋
𝐴
𝑁2𝐷 (𝑞)𝑑𝑞 = 2 𝑑𝑞 𝑑𝑞
(2𝜋)2 𝑥 𝑦
Portanto a densidade de estados por unidade de volume é dado por
𝐷2𝐷 (𝜖 )𝑑𝜖 = 𝑁2𝐷 (𝑞)2𝜋𝑞𝑑𝑞/𝐴
𝐴
𝐷2𝐷 (𝜖 )𝑑𝜖 = 2 2𝜋𝑞𝑑𝑞/𝐴
(2𝜋)2
1
𝐷2𝐷 (𝜖 )𝑑𝜖 = 𝑞𝑑𝑞
𝜋
Substituindo 𝑞 𝑑𝑞 = 𝑚⁄ℏ2 𝑑𝜖
𝑚
𝐷2𝐷 (𝜖 )𝑑𝜖 = 2 𝑑𝜖
ℏ 𝜋
O número de elétrons é por unidade de volume
∞
1
𝑛 = ∫ 𝑑𝜖𝐷(𝜖) ∙
𝑒 (𝜖−𝜇)⁄𝜏 + 1
0
onde 𝐷(𝜖) é a densidade de estado dos orbitais e 𝜏 = 𝑘𝐵 𝑇. Para duas dimensões temos,
∞
𝑚 1
𝑛 = 2 ∫ 𝑑𝜖 ∙ (𝜖−𝜇)⁄𝜏
ℏ 𝜋 𝑒 +1
0
Cuja solução é
𝑚 −𝜇⁄
𝑛= (𝜇 + 𝜏log (1 + 𝑒 𝜏 ))
ℏ2 𝜋
Existe um conjunto de valores do números quânticos 𝑞𝑥 e 𝑞𝑦 para cada elemento de área (2𝜋⁄𝐿)2 do espaço
reciproco. Assim numa circunferência de área 𝜋𝑞𝑧 2 o numero total de orbitais é:
𝜋𝑞𝐹 2 𝐴 2
𝑁=2 = 𝑞
(2𝜋⁄𝐿 )2 2𝜋 𝐹
O fator 2 aparece pois temos dois valores permitidos para cada 𝑞 (número quântico de spin)
1
2𝜋𝑁 ⁄2
𝑞𝐹 = ( )
𝐴
assim
ℏ2 2𝜋𝑁
𝜖𝐹 = ( ) ( )
2𝑚 𝐴
Sendo
𝐴 2
𝑁= 𝑞
2𝜋 𝐹
e
ℏ2 2𝑚𝜖
𝜖𝐹 = ( ) 𝑞𝐹2 → 𝑞𝐹2 = 2
2𝑚 ℏ
assim
𝐴𝑚𝜖
𝑁=
𝜋ℏ2
A densidade de estados
𝑑𝑁 𝐴𝑚
𝐷 (𝜖 ) = = 2𝐷
𝑑𝜖 𝜋ℏ2
A densidade de estados por unidade de área
𝐷 (𝜖 ) 𝑚
𝐷′(𝜖 ) = = 2 2𝐷
𝐴 𝜋ℏ
Gás de Fermi em 1 dimensão: Densidade de Estados 1D
Existe um conjunto de valores do números quânticos 𝑞 para cada elemento de comprimento 2𝜋⁄𝐿 do
espaço reciproco. Assim num comprimento 𝑞 o numero total de orbitais é:
𝑞𝐹 𝐿
𝑁=2 = 𝑞𝐹
2𝜋⁄𝐿 𝜋
O fator 2 aparece pois temos dois valores permitidos para cada 𝑞 (número quântico de spin), como
𝜋𝑁
𝑞𝐹 =
𝐿
assim
ℏ2 𝜋𝑁 2
𝜖𝐹 = ( ) ( )
2𝑚 𝐿
Sendo
𝐿
𝑁 = 𝑞𝐹
𝜋
e
ℏ2 2𝑚𝜖
𝜖𝐹 = ( ) 𝑞𝐹2 → 𝑞𝐹 = √ 2
2𝑚 ℏ
Assim
𝐿 2𝑚𝜖 𝐿
𝑁= √ 2 = √2𝑚𝜖
𝜋 ℏ 𝜋ℏ
A densidade de estados
𝑑𝑁 1 𝐿 2𝑚 𝑚𝐿
𝐷 (𝜖 ) = = =
𝑑𝜖 2 𝜋ℏ √2𝑚𝜖 𝜋ℏ√2𝑚𝜖
𝑚𝐿
𝐷 (𝜖 ) = 1𝐷
𝜋ℏ√2𝑚𝜖
A densidade de estados por unidade de comprimento
𝐷 (𝜖 ) 𝑚
𝐷′(𝜖 ) = = 1𝐷
𝐿 𝜋ℏ√2𝑚𝜖
Gás de Fermi em 0 dimensão: Densidade de Estados 0D
Quando se considera a densidade de estados para uma estrutura 0D (ou seja, ponto quântico), nenhum
movimento livre é possível. Como não há espaço q para ser preenchido com elétrons e todos os estados
disponíveis existem apenas em energias discretas, descrevemos a densidade de estado para 0D com a função
delta.
𝐷(𝜖) = 2𝛿(𝜖 − 𝜖𝑐 )
Figura 9
Gás de Fermi em 𝑻 = 𝟎𝑲
(pg 110 ibach)
A densidade de estados é dada por:
3⁄
𝑉 2𝑚 2
𝐷 (𝜖 ) = 2 ( 2 ) √𝜖
3𝜋 ℏ
𝝐 𝝐
𝑬𝑭 𝑬𝑭
𝒇(𝝐) 𝑫(𝝐)𝒇(𝝐)
∞
𝑛 = ∫ 𝐷(𝜖)𝑓(𝜖)𝑑𝜖
0
𝐷(𝜖 ) = densidade de estados
𝑓(𝜖) = probabilidade de ocupação dependente da temperatura
Dado
ħ2 2
𝜖 𝐹 (𝑞 ) = 𝑞
2𝑚 𝐹
A probabilidade de ocupação para elétrons em 𝑇 = 0𝐾 é
1 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜖 < 𝜖𝐹
𝑓 (𝜖 ) = {
0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜖 > 𝜖𝐹
A forma esférica da superfície de Fermi 𝜖𝐹 (𝑞) em 𝑇 = 0𝐾 leva imediatamente a uma simples relação entre a
densidade eletrônica 𝑛 e o raio de Fermi 𝑞𝐹 ou a energia de Fermi 𝜖𝐹 . Isto é, existe um conjunto de valores
dos números quânticos 𝑞𝑥 , 𝑞𝑦 e 𝑞𝑧 para cada elemento de volume (2𝜋⁄𝐿 )3 do espaço reciproco e numa
esfera de volume 4⁄3 𝜋𝑞𝑧 3 o número total de orbitais é:
4⁄3 𝜋𝑞𝐹 3 𝐿3 𝑞𝐹 3
𝑁=2 =
(2𝜋⁄𝐿)3 3𝜋 2
3
A densidade eletrônica é 𝑛 = 𝑁⁄𝑉 = 𝑁⁄𝐿
𝐿3 𝑞𝐹 3
𝑛𝐿3 =
3𝜋 2
𝑞𝐹 = 𝑛3𝜋 2
3
𝑈 = ∫ 𝑓 (𝜖, 𝑇)𝐷(𝜖 )𝜖 𝑑𝜖
0
𝑓 (𝜖, 𝑇) é a distribuição de Fermi e 𝐷(𝜖 ) é a densidade de estados.
∞ ∞
𝑛 = ∫ 𝑓 (𝜖, 𝑇)𝐷(𝜖 ) 𝑑𝜖
0
𝜕𝑈
Onde 𝑛 é o total de elétrons de condutividade. Como 𝑐𝑒𝑙 = 𝜕𝑇
∞
𝜕
𝑐𝑒𝑙 = ∫ 𝑓 (𝜖, 𝑇)𝐷(𝜖 )(𝜖 − 𝜖𝐹 ) 𝑑𝜖
𝜕𝑇
0
∞
𝜕 𝑓 (𝜖, 𝑇)
𝑐𝑒𝑙 = ∫ 𝐷(𝜖 )(𝜖 − 𝜖𝐹 ) 𝑑𝜖
𝜕𝑇
0
Uma boa aproximação é calcular a densidade de estados 𝐷 (𝜖 ) no ponto 𝜖𝐹 e passa-lo para fora da integral
∞
𝜕 𝑓 (𝜖, 𝑇)
𝑐𝑒𝑙 = 𝐷(𝜖𝐹 ) ∫ (𝜖 − 𝜖𝐹 ) 𝑑𝜖
𝜕𝑇
0
A derivada da distribuição de Fermi é
𝑓 (𝜖, 𝑇) 𝜖 − 𝜖𝐹 exp[(𝜖 − 𝜖𝐹 )⁄𝑘𝐵 𝑇]
=
𝜕𝑇 𝑘𝐵 (𝑇)2 [exp[(𝜖 − 𝜖𝐹 )⁄𝑘𝐵 𝑇] + 1]2
Assim escrevendo 𝜏 = 𝑘𝐵 𝑇 na
∞
𝜖 − 𝜖𝐹 exp[(𝜖 − 𝜖𝐹 )⁄𝜏]
𝑐𝑒𝑙 = 𝐷(𝜖𝐹 ) 𝑘𝐵 ∫ 2
(𝜖 − 𝜖𝐹 ) 𝑑𝜖
𝜏 [exp[(𝜖 − 𝜖𝐹 )⁄𝜏] + 1]2
0
Fazendo 𝑥 = (𝜖 − 𝜖𝐹 )/𝜏, 𝑑𝑥 = 𝑑𝜖/𝜏
∞
𝜏𝑥 exp[𝑥 ]
𝑐𝑒𝑙 = 𝐷(𝜖𝐹 ) ∫ (𝜏𝑥 ) 𝜏𝑑𝑥
𝜏 [exp[𝑥 ] + 1]2
2
−𝜖𝐹 /𝜏
∞
exp[𝑥 ]
𝑐𝑒𝑙 = 𝐷 (𝜖𝐹 ) 𝑘𝐵 2 𝑇 ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥
[exp(𝑥 ) + 1]2
−∞
∞
2
exp[𝑥 ] π2
∫𝑥 𝑑𝑥 =
[exp(𝑥 ) + 1]2 3
−∞
π2
𝑐𝑒𝑙 = 𝐷(𝜖𝐹 ) 𝑘𝐵 2 𝑇
3
Usando 𝐷 (𝜖𝐹 ) = 3𝑁 ⁄2𝜖𝐹 = 3𝑁/2𝑘𝐵 𝑇𝐹
π2 3𝑁
𝑐𝑒𝑙 = 𝑘𝐵 2 𝑇
3 2𝑘𝐵 𝑇𝐹
1 𝑇
𝑐𝑒𝑙 = π2 𝑁𝑘𝐵
2 𝑇𝐹
Que esta de acordo com nossa suposição que o calor especifico é proporcional a 𝑁𝑘𝐵 𝑇 e inversamente
proporcional a 𝑇𝐹 (equação 1). Capacidade térmica dos metais para temperaturas menores que a temperatura
de Debye 𝜃 e a temperatura de Fermi 𝑇𝐹 pode ser escrita como
𝑐 = 𝑐𝑒𝑙𝑒 + 𝑐𝑓𝑜𝑛𝑜𝑛𝑠 → 𝑐 = 𝛾𝑇 + 𝛽𝑇 3
𝛾 é chamada de parâmetro de Sommerfeld e 𝛽 é uma constante.
é conveniente fazer o representar de c em um gráfico 𝑐/𝑇 em função de 𝑇 2 , assim,
𝑐
= 𝛾 + 𝛽𝑇 2
𝑇
Heavy Fermions
1. Supondo que as partículas podem mover-se livremente em uma caixa de lados 𝐿 e usando a Equação de
Schrodinger em 3D com 𝑉 = 0, prove detalhadamente que a energia de Fermi é dada por:
ℏ2
𝜖𝐹 = ( ) 𝑞𝐹2
2𝑚
9. Dado as temperaturas de Debye e de Fermi do Ouro (𝜃𝐷 = 165𝐾 𝑒 𝑇𝐹 = 6,39 × 104 𝐾), determine o
parâmetro de Sommerfeld 𝛾 e 𝛽 da equação:
𝑐𝑉,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
= 𝛾 + 𝛽𝑇 2
𝑇