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(AFA 2013)

Dados:
O sistema mecânico consiste das polias 𝐴, 𝐵, 𝐶 e 𝐷, cujos pares concêntricos entre si são as polias 𝐴 e 𝐵 e
as polias 𝐶 e 𝐷, e de uma correia de transmissão;
Esses pares de polias operam sob transmissão por correia ideal (possui massa desprezível), inextensível
(comprimento invariável), e que não desliza sobre as polias 𝐵 e 𝐶;
Raio da polia 𝐴, 𝑅𝐴 = 1 m;
Raio da polia 𝐵, 𝑅𝐵 = 2 m;
Raio da polia 𝐶, 𝑅𝐶 = 10 m;
Raio da polia 𝐷, 𝑅𝐷 = 0,5 m;
A polia 𝐴 tem formato de um cilindro no qual está enrolado, em uma única camada, um fio ideal (possui
massa desprezível) e inextensível (comprimento invariável);
Comprimento do referido fio que enrola a polia 𝐴, 𝐿 = 10𝜋 m;
O sistema mecânico em questão está inicialmente em repouso (𝑣0𝐴 = 𝑣0𝐵 = 𝑣0𝐶 = 𝑣0𝐷 = 0) e começa o
movimento, quando o fio da polia 𝐴 é puxado por uma força constante 𝐹⃗ , até que o fio se solte completamente
dessa polia;
Módulo da aceleração linear constante imprimida pela força 𝐹⃗ na periferia da polia 𝐴, 𝑎𝐴 = 𝑎;
Número de voltas que a polia 𝐶 gira até parar (𝑣𝐶 = 0) a partir do instante em que o fio se solta
completamente da polia 𝐴, 𝑛𝐶 = 𝑛 (essa polia gira com aceleração angular constante 𝛼𝐶 ); e
A velocidade angular da polia 𝐷, 𝜔𝐷 , varia linearmente em função do tempo conforme representado
graficamente na Figura 3 do enunciado deste exercício.

Solução
O número total de voltas, 𝑛𝐴 , que a polia 𝐴 executa é dada pela composição das seguintes parcelas:
𝑛𝐴 = 𝑛1𝐴 + 𝑛2𝐴 (𝟒𝟐. 𝟏)

Em que 𝑛1𝐴 é o número de voltas que a polia 𝐴 realiza quando todo o comprimento, 𝐿, do fio é desenrolado
da referida polia, enquanto 𝑛2𝐴 é o número de voltas que polia 𝐴 executa durante as 𝑛 voltas que a polia 𝐶 realiza
até parar.
O comprimento, 𝐿, do fio enrolado na polia 𝐴 é dado pela seguinte relação:
𝐿 = 2𝜋𝑅𝐴 𝑛1𝐴 (𝟒𝟐. 𝟐)
De (𝟒𝟐. 𝟐) resulta:
𝐿
𝑛1𝐴 = (𝟒𝟐. 𝟑)
2𝜋𝑅𝐴
Solução (continuação)
1) Durante as 𝑛1𝐴 voltas executadas pela polia 𝐴 é necessária uma análise cinemática da transmissão de
movimento da polia 𝐴 à polia 𝐵 (polias concêntricas entre si), da transmissão de movimento por correia
ideal/inextensível da polia 𝐵 à polia 𝐶, e da transmissão de movimento da polia 𝐶 à polia 𝐷 (polias concêntricas
entre si).
1.1) Relação de transmissão de movimento da polia 𝐴 à polia 𝐵:
𝜔1𝐴 = 𝜔1𝐵 (𝟒𝟐. 𝟒)
Em que:
2𝜋𝑛1𝐴
𝜔1𝐴 = (𝟒𝟐. 𝟓)
Δ𝑡1
E
𝑣1𝐴 = 𝑅𝐴 𝜔1𝐴 (𝟒𝟐. 𝟔)
Substituindo (𝟒𝟐. 𝟓) em (𝟒𝟐. 𝟔), resulta:
2𝜋𝑅𝐴 𝑛1𝐴
𝑣1𝐴 = (𝟒𝟐. 𝟕)
Δ𝑡1
Substituindo (𝟒𝟐. 𝟐) em (𝟒𝟐. 𝟕), obtém-se:
𝐿
𝑣1𝐴 = (𝟒𝟐. 𝟖)
Δ𝑡1
De
2 2
𝑣1𝐴 = 𝑣0𝐴 + 2𝑎1𝐴 (𝑠1𝐴 − 𝑠0𝐴 ) (𝟒𝟐. 𝟗)
Obtém-se para 𝑣0𝐴 = 0:
2
1 𝑣1𝐴
𝑎1𝐴 = ( ) (𝟒𝟐. 𝟏𝟎)
2 𝑠1𝐴 − 𝑠0𝐴
Em que:
𝑠1𝐴 − 𝑠0𝐴 = 2𝜋𝑅𝐴 𝑛1𝐴 (𝟒𝟐. 𝟏𝟏)
Substituindo (𝟒𝟐. 𝟐) em (𝟒𝟐. 𝟏𝟏), obtém-se:
𝑠1𝐴 − 𝑠0𝐴 = 𝐿 (𝟒𝟐. 𝟏𝟐)
Substituindo 𝑎1𝐴 = 𝑎, (𝟒𝟐. 𝟖) e (𝟒𝟐. 𝟏𝟐) em (𝟒𝟐. 𝟏𝟎), resulta:
𝐿
𝑎= (𝟒𝟐. 𝟏𝟑)
2Δ𝑡12
De (𝟒𝟐. 𝟓), obtém-se:
2𝜋𝑛1𝐴
Δ𝑡1 = (𝟒𝟐. 𝟏𝟒)
𝜔1𝐴
Substituindo (𝟒𝟐. 𝟏𝟒) em (𝟒𝟐. 𝟏𝟑), resulta:
2
𝐿𝜔1𝐴
𝑎= 2 (𝟒𝟐. 𝟏𝟓)
8𝜋 2 𝑛1𝐴
Substituindo (𝟒𝟐. 𝟑) e (𝟒𝟐. 𝟒) em (𝟒𝟐. 𝟏𝟓), obtém-se:

𝑅𝐴2 2
𝑎= 𝜔 (𝟒𝟐. 𝟏𝟔)
2𝐿 1𝐵
1.2) Relação de transmissão de movimento da polia 𝐵 à polia 𝐶:
𝑣1𝐵 = 𝑣1𝐶 (𝟒𝟐. 𝟏𝟕)
Em que:
𝑣1𝐵 = 𝑅𝐵 𝜔1𝐵 (𝟒𝟐. 𝟏𝟖)
E
𝑣1𝐶 = 𝑅𝐶 𝜔1𝐶 (𝟒𝟐. 𝟏𝟗)
Solução (continuação)
Substituindo (𝟒𝟐. 𝟏𝟖) e (𝟒𝟐. 𝟏𝟗) em (𝟒𝟐. 𝟏𝟕), obtém-se:
𝑅𝐶
𝜔1𝐵 = 𝜔 (𝟒𝟐. 𝟐𝟎)
𝑅𝐵 1𝐶
1.3) Relação de transmissão de movimento da polia 𝐶 à polia 𝐷:
𝜔1𝐶 = 𝜔1𝐷 (𝟒𝟐. 𝟐𝟏)
Substituindo (𝟒𝟐. 𝟐𝟏) em (𝟒𝟐. 𝟐𝟎), resulta:
𝑅𝐶
𝜔1𝐵 = 𝜔 (𝟒𝟐. 𝟐𝟐)
𝑅𝐵 1𝐷
Substituindo (𝟒𝟐. 𝟐𝟐) em (𝟒𝟐. 𝟏𝟔), obtém-se:
𝑅𝐴2 𝑅𝐶2 2
𝑎= 𝜔 (𝟒𝟐. 𝟐𝟑)
2𝐿𝑅𝐵2 1𝐷
2) Após executar as suas 𝑛1𝐴 voltas, polia 𝐴 realiza 𝑛2𝐴 voltas, o que requer novamente uma análise
cinemática da transmissão de movimento da polia 𝐴 à polia 𝐵 (polias concêntricas entre si) e da transmissão de
movimento por correia ideal/inextensível da polia 𝐵 à polia 𝐶.
2.1) Relação de transmissão de movimento da polia 𝐴 à polia 𝐵:
𝜔2𝐴 = 𝜔2𝐵 (𝟒𝟐. 𝟐𝟒)
Onde:
2𝜋𝑛2𝐴
𝜔2𝐴 = (𝟒𝟐. 𝟐𝟓)
Δ𝑡2
E
2𝜋𝑛2𝐵
𝜔2𝐵 = (𝟒𝟐. 𝟐𝟔)
Δ𝑡2
Substituindo (𝟒𝟐. 𝟐𝟓) e (𝟒𝟐. 𝟐𝟔) em (𝟒𝟐. 𝟐𝟒), resulta:
𝑛2𝐴 = 𝑛2𝐵 (𝟒𝟐. 𝟐𝟕)
2.2) Relação de transmissão de movimento da polia 𝐵 à polia 𝐶:
𝑣2𝐵 = 𝑣2𝐶 (𝟒𝟐. 𝟐𝟖)
Em que:
𝑣2𝐵 = 𝑅𝐵 𝜔2𝐵 (𝟒𝟐. 𝟐𝟗)
E
𝑣2𝐶 = 𝑅𝐶 𝜔2𝐶 (𝟒𝟐. 𝟑𝟎)
Substituindo (𝟒𝟐. 𝟐𝟗) e (𝟒𝟐. 𝟑𝟎) em (𝟒𝟐. 𝟐𝟖), obtém-se:
𝑅𝐵 𝜔2𝐵 = 𝑅𝐶 𝜔2𝐶 (𝟒𝟐. 𝟑𝟏)
Onde:
2𝜋𝑛
𝜔2𝐶 = (𝟒𝟐. 𝟑𝟐)
Δ𝑡2
Substituindo (𝟒𝟐. 𝟐𝟔) e (𝟒𝟐. 𝟑𝟐) em (𝟒𝟐. 𝟑𝟏), resulta:
𝑅𝐶
𝑛2𝐵 = 𝑛 (𝟒𝟐. 𝟑𝟑)
𝑅𝐵
Substituindo (𝟒𝟐. 𝟑𝟑) em (𝟒𝟐. 𝟐𝟕), obtém-se:
𝑅𝐶
𝑛2𝐴 = 𝑛 (𝟒𝟐. 𝟑𝟒)
𝑅𝐵
Substituindo (𝟒𝟐. 𝟑) e (𝟒𝟐. 𝟑𝟒) em (𝟒𝟐. 𝟏), resulta:
𝐿 𝑅𝐶
𝑛𝐴 = + 𝑛 (𝟒𝟐. 𝟑𝟓)
2𝜋𝑅𝐴 𝑅𝐵
Solução (continuação)
Substituindo 𝐿 = 10𝜋 m, 𝑅𝐴 = 1 m, 𝑅𝐵 = 2 m e 𝑅𝐶 = 10 m em (𝟒𝟐. 𝟑𝟓), obtém-se o número total de
voltas, 𝑛𝐴 , dadas pela polia 𝐴 até parar:
(10𝜋 m) (10 m)
𝑛𝐴 = + 𝑛
2𝜋(1 m) (2 m)
𝑛𝐴 = 5 + 5𝑛
𝑛𝐴 = 5(1 + 𝑛) (𝟒𝟐. 𝟑𝟔)

Substituindo 𝐿 = 10𝜋 m, 𝑅𝐴 = 1 m, 𝑅𝐵 = 2 m, 𝑅𝐶 = 10 m e 𝜔1𝐷 = 2𝜋 rad/s (velocidade angular inicial


da polia 𝐷, obtida do gráfico da Figura 3 do enunciado no instante 𝑡 = 0) em (𝟒𝟐. 𝟐𝟑), obtém-se o módulo da
aceleração, 𝑎, da polia 𝐴:
(1)2 m2 ∙ (10)2 m2
𝑎= (2𝜋)2 s −2
2(10𝜋 m) ∙ (2)2 m2
𝑎 = 5𝜋 rad/s2 (𝟒𝟐. 𝟑𝟕)

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