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Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica – UFES

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Estudo Dirigido sobre aleta

Sobrepondo as equações (1.2), (1.3) e (1.5) na equação de conservação de


energia (1.1), obteremos

𝑑𝑇 𝑑𝑇 𝑑2𝑇 𝑑𝐴𝑐 𝑑𝑇
−𝑘 𝐴𝑐 = ℎ𝑑𝐴𝑠 (𝑇 − 𝑇∞ ) − 𝑘 𝐴𝑐 − 𝑘 ( 2 𝐴 𝑐 + ) 𝑑𝑥
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥

𝑑2𝑇 𝑑𝐴𝑐 𝑑𝑇
ℎ𝑑𝐴𝑠 (𝑇 − 𝑇∞ ) = 𝑘( 2
𝐴𝑐 + )𝑑𝑥
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥

Reorganizando e dividindo a última equação por dx, achamos

𝑑2𝑇 𝑑𝑇 𝑑𝐴𝑐 𝑑𝐴𝑠


𝑘 2
𝐴𝑐 + 𝑘 = ℎ(𝑇 − 𝑇∞ )
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥

Agora, dividimos o resultado pelo fator kAc, gerando, assim

𝑑2𝑇 1 𝑑𝐴𝑐 𝑑𝑇 ℎ 𝑑𝐴𝑠


+ ( ) = ( ) (𝑇 − 𝑇∞ )
𝑑𝑥 2 𝐴𝑐 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑘𝐴𝑐 𝑑𝑥

1 𝑑𝐴𝑐 ℎ 𝑑𝐴𝑠
Atentamos que 𝐴𝑐 𝑑𝑥
e 𝑘𝐴𝑐 𝑑𝑥
são parcelas que lidam, nessa ordem,
diretamente com a geometria da aleta e com as propriedades da matéria, como
o coeficiente convectivo e a condutividade térmica. Podemos, à vista disso,
supor um f(x) e g(x), respectivamente, para denotarmos essas parcelas.
Consequentemente

𝑑2𝑇 𝑑𝑇
+ 𝑓 (𝑥 ) − 𝑔(𝑥 )𝑇 = −𝑔(𝑥)𝑇∞ (1.6)
𝑑𝑥 2 𝑑𝑥

Adotando que 𝜃(𝑥) seja um excesso de temperatura na equação (1.6), teremos

𝜃(𝑥 ) = 𝑇(𝑥 ) − 𝑇∞ (1.7)

Substituindo a equação (1.7) na equação (1.6), sabendo que T∞ é uma


𝑑𝑇
constante, ou seja, 𝑑𝑥∞ = 0, obteremos, finalmente

𝜃 ′′ (𝑥 ) + 𝑓 (𝑥 )𝜃 ′ (𝑥 ) − 𝑔(𝑥 )𝜃(𝑥 ) = 0 (1.8)

Este resultado (1.8) nos fornece uma forma geral da equação da energia para
uma superfície estendida. Sua solução, sugeridas condições de contorno
apropriadas, fornecerá a distribuição de temperaturas, que aliada à equação
(1.2) calculará a taxa de condução em qualquer x.

Para resolvermos a equação (1.8), é necessário sermos mais específico em


relação à geometria da aleta.
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1.2 Aletas com área de seção transversal uniforme

Vamos supor o caso mais simples de aletas planas retangulares ou


puntiformes de seção transversal uniforme (figura 2).

Figura 1 - Aletas planas de seção transversal uniforme. Aletas retangular e aleta puntiforme,
respectivamente.

Dado que

1 𝑑𝐴𝑐 e ℎ 𝑑𝐴𝑠
𝑓 (𝑥 ) = 𝑔 (𝑥 ) =
𝐴𝑐 𝑑𝑥 𝑘𝐴𝑐 𝑑𝑥

𝑃ℎ
temos que f(x) = 0 (1.9) e, sendo As = Px, onde P é perímetro, g(x) = 𝑘𝐴 (1.10).
𝑐

Aplicando as igualdades (1.9) e (1.10) na equação (1.8), obteremos

𝑃ℎ
𝜃 ′′(𝑥 ) − ( )𝜃 = 0 (1.11)
𝑘𝐴𝑐

Supondo por conveniência

𝑃ℎ
( ) ≡ 𝑚2 (1.12)
𝑘𝐴𝑐

e aplicando essa igualdade (1.12) em (1.11), teremos

𝜃 ′′ − 𝑚2 𝜃 = 0 (1.13)

A equação (1.13) é uma equação diferencial de segunda ordem, linear e


homogênea, com coeficientes constantes. Sua solução geral tem a forma

𝜃 (𝑥 ) = 𝐶1 𝑒 𝑚𝑥 + 𝐶2 𝑒 −𝑚𝑥 (1.14)
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