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Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica – UFES

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Estudo Dirigido sobre aleta

1. ANÁLISE GERAL DA CONDUÇÃO NA ALETA

O termo superfície estendida é comumente usado para descrever um caso


especial importante envolvendo a transferência de calor por condução no
interior de um sólido e a transferência de calor por convecção (e/ou radiação)
nas fronteiras do sólido. Tal superfície estendida é chamada de aleta, extensão
acrescentada a uma superfície para incrementar a área de transmissão de
calor, aumentando a quantidade total de calor transmitida.

Quando estendemos ou aumentamos a superfície original, aumentamos,


consequentemente, a área de contato da superfície que queremos trocar calor,
então, de acordo com a lei de esfriamento de Newton, se as mais variáveis não
forem alteradas, a taxa de transferência de calor por convecção também irá
aumentar.

Pela Lei de Fourier, se quisermos calcular a taxa de transferência de calor da


aleta, precisamos conhecer o seu gradiente de temperatura na base, ou seja,
qual o perfil de temperatura que se estabelece em seu interior. Para isso,
faremos um balanço de energia, figura 1, numa seção transversal infinitesimal
e suporemos que o calor no interior da aleta seja transportado de maneira
unidimensional, na direção axial por condução e que na superfície da aleta seja
transferido só por convecção. Esse balanço fica bastante simplificado se a
nossa aleta tiver uma área de seção transversal uniforme que vai ser o caso
que consideraremos para facilitar a solução da EDO que resulta do balanço de
energia.

Figura 1 - Balanço de energia em uma superfície estendida.


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Estudo Dirigido sobre aleta

Empregando a premissa de conservação de energia na seção transversal


infinitesimal da figura 1, temos

𝑞𝑥 = 𝑑𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 + 𝑞𝑥+𝑑𝑥 (1.1)

Uma vez determinado o balando de energia no elemento infinitesimal


selecionado, vamos modelar cada um de seus termos.

A taxa de calor que chega, qx, será modelada usando a Lei de condução de
calor de Fourier, onde o k será constante e Ac será a área da seção transversal
que pode variar com x

𝑑𝑇
𝑞𝑥 = −𝑘 𝐴 (𝑥) (1.2)
𝑑𝑥 𝑐

A quantidade de calor convectado, dqconv, pode ser modelada via equação da


Lei de Resfriamento de Newton, na qual dAs é a área superficial do elemento
diferencial

𝑑𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 = ℎ𝑑𝐴𝑠 (𝑇(𝑥 ) − 𝑇∞) (1.3)

É muito importante dissociar os dois termos de área que surgem nas equações
(2) e (3). Enquanto a primeira é uma área normal ao fluxo convectivo que entra
e sai, a segunda está associada somente ao fluxo que sai pela casca do
elemento selecionado.

É imprescindível, também, explicitar os termos que são dependentes da


variável x, pois todo esse desenvolvimento vai nos gerar uma equação
diferencial para prevermos temperatura em função de x.

A taxa de calor que sai em x, qx+dx, pode ser modelada usando a ideia da Série
de Taylor, usada em uma análise diferencial, que pode ser representada por

𝑑𝑞𝑥
𝑞𝑥+𝑑𝑥 = 𝑞𝑥 + 𝑑𝑥 (1.4)
𝑑𝑥

Substituindo a equação (1.2) na equação (1.4), encontramos

𝑑𝑇 𝑑 𝑑𝑇
𝑞𝑥+𝑑𝑥 = −𝑘 𝐴 𝑐 (𝑥 ) − 𝑘 ( 𝐴 ) 𝑑𝑥
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑐

Considerando a regra do produto na última equação gerada, temos

𝑑𝑇 𝑑2𝑇 𝑑𝐴𝑐 𝑑𝑇
𝑞𝑥+𝑑𝑥 = −𝑘 𝐴𝑐 (𝑥 ) − 𝐾( 2 𝐴𝑐 + ) 𝑑𝑥 (1.5)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥

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