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1.

Introdução aos processos de transferência de calor

O balanço de energia em uma superfície

𝐸ሶ 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 − 𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 = 0 (1.13)

′′ ′′ ′′
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑 − 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 − 𝑞𝑟𝑎𝑑 = 0 (1.14)

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Exemplo 1.6
Humanos são capazes de controlar suas taxas de produção de calor e de perda de calor para manter aproximadamente
constante a sua temperatura corporal de Tc = 37°C, sob uma ampla faixa de condições ambientais. Este processo é chamado
de termorregulação. Com a perspectiva de calcular a transferência de calor entre um corpo humano e sua vizinhança,
focamos em uma camada de pele e gordura, com sua superfície externa exposta ao ambiente e sua superfície interna a uma
temperatura um pouco abaixo da temperatura corporal, Ti = 35°C = 308 K. Considere uma pessoa com uma camada de
pele/gordura com espessura L = 3 mm e com condutividade térmica efetiva k = 0,3 W/(m · K). A pessoa tem uma área
superficial de 1,8 m2 e está vestindo roupa de banho. A emissividade da pele é ε = 0,95.

1. Estando a pessoa no ar em repouso a T∞ = 297 K, qual é a temperatura superficial da pele e a taxa de perda de calor para
o ambiente? A transferência de calor por convecção para o ar é caracterizada por um coeficiente de convecção natural h
= 2 W/(m2 · K).
2. Estando a pessoa imersa em água a T∞ = 297 K, qual é a temperatura superficial da pele e a taxa de perda de calor? A
transferência de calor para a água é caracterizada por um coeficiente de convecção h = 200 W/(m2 · K).

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Exemplo 1.7
O revestimento de uma placa é curado através de sua exposição a uma lâmpada de infravermelho que fornece uma
irradiação uniforme de 2000 W/m2 . Ele absorve 80% da irradiação e possui uma emissividade de 0,50. A placa também
se encontra exposta a uma corrente de ar e a uma grande vizinhança, cujas temperaturas são de 20°C e 30°C,
respectivamente.

Se o coeficiente de transferência de calor por convecção entre a placa e o ar ambiente for de 15 W/(m2 · K), qual é a
temperatura de cura da placa? 2. As características finais do revestimento, incluindo uso e durabilidade, são sabidamente
dependentes da temperatura na qual é efetuada a cura. Um sistema de escoamento de ar é capaz de controlar a velocidade
do ar e, portanto, o coeficiente convectivo sobre a superfície curada. Entretanto, o engenheiro de processos precisa saber
como a temperatura depende deste coeficiente convectivo. Forneça a informação desejada calculando e representando
graficamente a temperatura superficial em função do valor de h para 2 ≤ h ≤ 200 W/(m2 · K). Que valor de h forneceria
uma temperatura de cura de 50°C?

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2. Introdução à condução

A equação da taxa da condução


Δ𝑇
𝑞𝑥 = 𝑘𝐴
Δ𝑥

𝑑𝑇
𝑞𝑥 = −𝑘𝐴 (2.1)
𝑑𝑥

𝑑𝑇
𝑞′′𝑥 = −𝑘 (2.2)
𝑑𝑥

Experimento de condução térmica em regime estacionário.

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2. Introdução à condução
A equação da taxa da condução
𝜕𝑇 𝜕𝑇 𝜕𝑇
𝑞 ′′= −𝑘 𝒊+ 𝒋+ 𝒌 (2.3)
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
′′ ′′
𝜕𝑇
𝒒 = 𝑞 ⋅ 𝒏 = −𝑘 ⋅𝒏
𝜕𝑛

O fluxo térmico q’’ é normal


a uma isoterma.

𝒒′′ = 𝑞′′𝑥 𝒊 + 𝑞′′𝑦 𝒋 + 𝑞′′𝑧 𝒌 (2.5)

𝜕𝑇 𝜕𝑇 𝜕𝑇
𝑞′′𝑥 = −𝑘 𝑞′′𝑦 = −𝑘 𝑞′′𝑧 = −𝑘 (2.6)
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
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2. Introdução à condução
A condutividade térmica

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2. Introdução à condução
A difusividade térmica

Condutividade térmica, W/m.K

Difusividade 𝑘 𝑊 ⋅ 𝑚−1 ⋅ 𝐾 −1 𝒎𝟐
térmica: 𝛼= = −3 −1 −1
=
𝜌𝐶𝑝 𝑘𝑔 ⋅ 𝑚 ⋅ 𝐽 ⋅ 𝑘𝑔 𝐾 𝒔

Calor específico, J/kg.K

Massa específica, kg/m3


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Exemplo 2.1

A difusividade térmica α é a propriedade de transporte que controla processos de transferência de calor por
condução em regime transiente. Usando valores apropriados de k, ρ e Cp, disponíveis no Apêndice A,
calcule α para os seguintes materiais nas temperaturas indicadas: alumínio puro, 300 e 700 K; carbeto de
silício, 1000 K; parafina, 300 K.

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2. Introdução à condução
A equação da difusão térmica
Como determinar a
distribuição de temperatura
em uma domínio, tal que 𝑇 =
𝑇 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡 ? Quando apenas
a transferência interna de
calor por condução está
presente ?

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2. Introdução à condução
A equação da difusão térmica

Imagine um volume de controle infinitesimal


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2. Introdução à condução
A equação da difusão térmica

𝜕𝑞𝑥 𝐸ሶ𝑔 = 𝑞𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧


ሶ (2.14)
𝑞𝑥+𝑑𝑥 = 𝑞𝑥 + 𝑑𝑥 (2.13𝑎)
𝜕𝑥
Geração/consumo de energia dentro do volume de
𝜕𝑞𝑦 controle
𝑞𝑦+𝑑𝑦 = 𝑞𝑦 + 𝑑𝑦 (2.13𝑏)
𝜕𝑦
𝜕𝑇
𝐸ሶ 𝑎𝑐 = 𝜌𝐶𝑝 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 (2.15)
𝜕𝑡
𝜕𝑞𝑧
𝑞𝑧+𝑑𝑧 = 𝑞𝑧 + 𝑑𝑧 (2.13𝑐)
𝜕𝑧 Energia acumulada dentro do volume de controle.

Termos de entrada/saída através


Das faces do volume de controle.
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2. Introdução à condução
A equação da difusão térmica

𝐸ሶ 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 − 𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 + 𝐸ሶ𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝐸ሶ 𝑎𝑐 (1.12c)

𝜕𝑇
𝑞𝑥 + 𝑞𝑦 + 𝑞𝑧 + 𝑞𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
ሶ − 𝑞𝑥+𝑑𝑥 − 𝑞𝑦+𝑑𝑦 − 𝑞𝑧+𝑑𝑧 = 𝜌𝐶𝑝 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 (2.16)
𝜕𝑡

𝜕𝑞𝑥
𝑞𝑥+𝑑𝑥 = 𝑞𝑥 + 𝑑𝑥 (2.13𝑎)
𝜕𝑥
𝜕𝑞𝑦 Substituindo na equação 2.16:
𝑞𝑦+𝑑𝑦 = 𝑞𝑦 + 𝑑𝑦 (2.13𝑏)
𝜕𝑦
𝜕𝑞𝑧
𝑞𝑧+𝑑𝑧 = 𝑞𝑧 + 𝑑𝑧 (2.13𝑐)
𝜕𝑧
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2. Introdução à condução
A equação da difusão térmica

𝜕𝑇 𝜕𝑞𝑥 𝜕𝑞𝑦 𝜕𝑞𝑧


𝜌𝐶𝑝 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = − 𝑑𝑥 − 𝑑𝑦 − 𝑑𝑧 + 𝑞𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
ሶ (2.17)
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

𝜕𝑇
𝑞𝑥 = −𝑘𝑑𝑦𝑑𝑧 (2.18𝑎)
𝜕𝑥
𝜕𝑇
𝑞𝑦 = −𝑘𝑑𝑥𝑑𝑧 (2.18𝑏)
𝜕𝑦

𝜕𝑇
𝑞𝑧 = −𝑘𝑑𝑥𝑑𝑦 (2.18𝑐)
𝜕𝑧

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2. Introdução à condução
A equação da difusão térmica

𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇
𝜌𝐶𝑝 = 𝑞ሶ + 𝑘 + 𝑘 + 𝑘 (2.19)
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧
Forma geral da equação do transporte de calor por difusão térmica devido à
condução (coordenadas retangulares) Se a condutividade térmica é constante com
a temperatura e com o meio (meio isotrópico e homogêneo):

1 𝜕𝑇 𝑞ሶ 𝜕 2 𝑇 𝜕 2 𝑇 𝜕 2 𝑇
= + 2+ 2+ 2 (2.21)
𝛼 𝜕𝑡 𝑘 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

𝑘
Ou ainda:
Onde 𝛼 =
𝜌𝐶𝑝 1 𝜕𝑇 𝑞ሶ ∇2 é o operador Laplaciano (divergente
= + ∇2 𝑇 do gradiente).
𝛼 𝜕𝑡 𝑘
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2. Introdução à condução
A equação da difusão térmica – coordenadas cilíndricas

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2. Introdução à condução
A equação da difusão térmica – coordenadas cilíndricas

′′
𝜕𝑇 1 𝜕𝑇 𝜕𝑇
𝒒 = −𝑘𝛁𝑇 = −𝑘 𝒊Ԧ + 𝒋Ԧ + 𝒌 (2.24)
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜙 𝜕𝑟
𝜕𝑇 𝑘 𝜕𝑇 𝜕𝑇
𝑞′′𝑟 = −𝑘 𝑞′′𝜙 = − 𝑞′′𝑧 = −𝑘 (2.25)
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜙 𝜕𝑧

𝜕𝑇 1 𝜕 𝜕𝑇 1 𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇
𝜌𝐶𝑝 = 𝑞ሶ + 𝑘𝑟 + 2 𝑘 + 𝑘 (2.26)
𝜕𝑡 𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜙 𝜕𝜙 𝜕𝑧 𝜕𝑧
Forma geral da equação do transporte de calor por difusão térmica devido à condução
(coordenadas cilíndricas).

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2. Introdução à condução
A equação da difusão térmica – coordenadas esféricas

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2. Introdução à condução
A equação da difusão térmica – coordenadas esféricas

′′
𝜕𝑇 1 𝜕𝑇 1 𝜕𝑇
𝒒 = −𝑘𝛁𝑇 = −𝑘 𝒊Ԧ + 𝒋Ԧ + 𝒌 (2.27)
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃 𝑟 sen 𝜃 𝜕𝜙

𝜕𝑇 𝑘 𝜕𝑇 𝑘 𝜕𝑇
𝑞′′𝑟 = −𝑘 𝑞′′𝜃 = − 𝑞′′𝜙 = − (2.28)
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃 𝑟 sen 𝜃 𝜕𝑧
𝜕𝑇 1 𝜕 2
𝜕𝑇 1 𝜕 𝜕𝑇 1 𝜕 𝜕𝑇
𝜌𝐶𝑝 = 𝑞ሶ + 2 𝑘𝑟 + 2 2 𝑘 + 2 𝑘 sen 𝜃 (2.26)
𝜕𝑡 𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝑟 𝑟 sin 𝜃 𝜕𝜙 𝜕𝜙 𝑟 sen 𝜃 𝜕𝜃 𝜕𝜃

Forma geral da equação do transporte de calor por difusão térmica devido à condução
(coordenadas esféricas).

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Exemplo 2.2

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Exemplo 2.2

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2. Introdução à condução
Condições de contorno e inicial

Lembre-se: uma equação diferencial de ordem “n” possui “n” constantes de integração, por
𝑑2 𝑦
exemplo: − 𝑦 = 0 , cuja solução geral é 𝑦 𝑥 = 𝐶1 𝑒 𝑥 + 𝐶2 𝑒 −𝑥 , possui as constantes de
𝑑𝑥 2
integração 𝐶1 e 𝐶2 . As condições 𝑦 𝑥 = 𝑎 = 𝑦𝑎 e 𝑦 𝑥 = 𝑏 = 𝑦𝑏 são chamadas de condições
de contorno (condições de fronteira, boundary conditions) pois são aplicadas na fronteira do
domínio de integração, em 𝑥 = 𝑎, 𝑥 = 𝑏, etc.

A condição inicial diz respeito a uma derivada no tempo:


𝑑𝑦
+ 𝑦 = 0, 𝑦 𝑡 = 𝐶𝑒 −𝑡 , e 𝑦 𝑡 = 0 = 𝑦0 é chamada de condição inicial (pois 𝑡 = 0), mas
𝑑𝑡
pode ser usada também qualquer condição diferente de 𝑡 = 0: condição final (𝑡 = 𝑇), etc.

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2. Introdução à condução
Condições de contorno e inicial
1. Temperatura constante na superfície (condição de
Dirichlet ou de primeira espécie):
𝑇 0, 𝑡 = 𝑇𝑠
2. Fluxo térmico constante na superfície:
(a) Fluxo térmico não-nulo (condição de Von
Newman ou de segunda espécie):
𝜕𝑇
−𝑘 ቤ = 𝑞𝑠′′
𝜕𝑥 𝑥=0
(b) Superfície adiabática ou isolada termicamente:
𝜕𝑇
−𝑘 ቤ =0
𝜕𝑥 𝑥=0

3. Condição de convecção na superfície (condição de


terceira espécie):
𝜕𝑇
−𝑘 ቤ = ℎ 𝑇∞ − 𝑇(0, 𝑡)
𝜕𝑥 𝑥=0
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Exercício 4.2-5 – Transport Processes and Unit Operations – Christie Geankoplis

Considere o esboço de uma esfera oca no desenho abaixo. Determine e perfil de temperaturas na casca
esférica correspondente assumindo que não há geração de calor interna.

𝑇2

𝑇1

60

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