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OPERAÇÕES UNITÁRIAS V

Universidade de São Paulo


Escola Politécnica
Departamento de Engenharia Química

Aula 11 –Processos de Condicionamento de ar


"Ar condicionado é um processo de tratamento de ar, que visa
controlar simultaneamente a temperatura, a umidade, a pureza e a
distribuição do ar (ventilação) para um determinado ambiente".

Thermodynamics an Engineering Approach. 5ta Edição. Autor:


Livro:
Yunus A. Çengel.
Processos Processos de Condicionamento Do Ar
1. Aquecimento
2. Resfriamento
3. Umidificação
4. Desumidificação
5. Resfriamento + Desumidificação (condensação)
6. Resfriamento + Umidificação (evaporativo)
7. Aquecimento + Umidificação.
8. Aquecimento + Desumidificação
(apenas desuimidificação química
Por substancia higroscópica)
Aquecimento/Resfriamento Sensível
A temperatura de bulbo seco (TBS) varia enquanto a umidade específica (w)
permanece constante.
Umidificação/Desumidificação
A umidade específica varia a TBS constante (processo latente)
Resfriamento com Desumidificação
Tanto TBS quanto w diminuem (serpentinas de resfriamento)
Resfriamento com Umidificação (Evaporativo)
Transferência de calor adiabática (sem adição de calor) na qual TBU permanece
constante enquanto TBS diminui e w aumenta.
Aquecimento com Umidificação
Tanto TBS quanto w aumentam.
Mistura Adiabática
Duas correntes de ar úmido em estados distintos são misturadas gerando um
novo estado.
Desumidificação Química
A umidade contida no ar é absorvia ou adsorvida por alguma substancia
higroscópica (em geral ocorre a temperatura constante).
Balanços Gerais de Massa e Energia
Balanço de massa:

Ar seco: 𝑚ሶ 𝑎 1 = 𝑚ሶ 𝑎 2 = 𝑚ሶ 𝑎

Vapor de água: 𝑚ሶ 𝑣1 + 𝑚ሶ 𝑓 = 𝑚ሶ 𝑣2

𝑚ሶ 𝑓 𝑚ሶ 𝑎 𝑤1 + 𝑚ሶ 𝑓 = 𝑚ሶ 𝑎 𝑤2

Balanço de energia: Trabalho, Ecinética, Epotencial= zero

𝑄ሶ + 𝑚ሶ 𝑎 ℎ𝑎1 + 𝑚ሶ 𝑣1 ℎ𝑣1 + 𝑚ሶ 𝑓 ℎ𝑓 = 𝑚ሶ 𝑎2 ℎ𝑎2 + 𝑚ሶ 𝑣2 ℎ𝑣2 Adição o


remoção de
𝑄ሶ + 𝑚ሶ 𝑎 ℎ𝑎1 + 𝑤1 ℎ𝑣1 + 𝑚ሶ 𝑎 𝑤2 − 𝑤1 ℎ𝑓 = 𝑚ሶ 𝑎 ℎ𝑎2 + 𝑤2 ℎ𝑣2 calor
𝑄ሶ ≠ 0
𝑄ሶ + 𝑚ሶ 𝑎 ℎ1 + 𝑚ሶ 𝑎 𝑤2 − 𝑤1 ℎ𝑓 = 𝑚ሶ 𝑎 ℎ2

𝑚ሶ 𝑎 ℎ1 + 𝑚ሶ 𝑎 𝑤2 − 𝑤1 ℎ𝑓 = 𝑚ሶ 𝑎 ℎ2
Adiabático 𝑄ሶ = 0
ℎ1 + 𝑤2 − 𝑤1 ℎ𝑓 = ℎ2
1) Aquecimento ou Resfriamento Simples (w=cte)
Processo em que se fornece (ou retira) energia para (do) o
ar. (calor sensível apenas sem condensação).

h1
h2

Q = m ar (h2 − h1 ) Aquecimento

Q = m ar (h1 − h2 ) Resfriamento h: kJ/kg de ar


𝑚ሶ a: kg de ar seco/s
2)Aquecimento com Umidificação

balanço de massa para umidificação:


Umidificação: w3  w1
Ar seco: m a1 = m a 2 = m a
vapor água: m a 2 w2 + m f = m a 3 w3
Exemplo 14 - 6 de Aquecimento com umidificação: Um sistema de ar
condicionado toma ar do exterior de uma sala a 10 °C e 30% umidade
relativa a uma taxa constante de 45 m3/min. O ar será acondicionado a
25 °C e 60% de umidade relativa. O ar é inicialmente aquecido a 22°C na
secção de aquecimento e, em seguida, umidificado pela injeção de vapor
saturado na seção de umidificação. Assumindo que todo o processo tem
lugar a uma pressão de 100 kPa, determinar:
(a) A taxa de calor fornecido na secção de aquecimento e
(b) A vazão mássica de vapor requerido na secção de umidificação.

Thermodynamics an Engineering Approach. 5ta Edição. Autor:


Livro:
Yunus A. Çengel.
Se fosse a 101,325 KPa
3) Resfriameto com Desumidificação (condensação)

Torvalho

Obs: Calor sendo retirado do sistema

balanço de massa:

m a w1 = m a w2 + m f Tsuperficial
m f = m a ( w1 − w2 )
Balanço de energia:

 m h = Q
entra
sai + m
h
sai
𝑚ሶ 𝑎 ℎ𝑎1 + 𝑤1 ℎ𝑣𝑠1 = 𝑄ሶ + 𝑚ሶ 𝑎2 ℎ𝑎2 + 𝑤2 ℎ𝑣𝑠2 + 𝑚ሶ 𝑓 ℎ𝑓

Q = m a (h1 − h2 ) − m f h f
Exemplo de Resfriameto com Desumidificação (14-7): Um equipamento de ar
condicionado toma ar exterior numa vazão volumétrica de 10 m3/min na
seguinte condição: 1 atm, 30 °C e 80 % de umidade relativa. Após o processo sai
como ar saturado a 14 °C. Parte da umidade do ar condensa-se durante o
processo e é removido a 14 °C. Determinar as taxas de remoção de calor e
umidade do ar.
4) Resfriameto e Umidificação (Evaporativo)
Tanto ar quanto a água se resfriam durante o processo.

Também chamado de Umidificação adiabática por Nebulização

B. massa: m a w1 + m f = m a w2

B. Energia: (h1 ) + (w2 − w1 )h f = (h2 )

Existe energia sendo adicionada junto com a água líquida. No entanto é muito
menor em magnitude que os outros termos associados. Assim, a entalpia do ar
úmido é considerada constante. Consequentemente, TBU também é constante.
Saturador Adiabático (Tsa)

Curva da
entalpia

Estado da água
de reposição

(To)

Premissas:
• a mistura é um gás perfeito;
• processo adiabático, Q = 0;
• Não há trabalho útil, W = 0;
• Existe um pequeno aumento da entalpia
por causa da agua adicionada.
• Então, a TBU pode ser utilizada no lugar
da Temp. adiabática
EXAMPLE 14–3 The Specific and Relative Humidity of
Air
The dry- and the wet-bulb temperatures of atmospheric air at 1 atm (101.325 kPa)
pressure are measured with a sling Psychrometer and determined to be 25 and
15°C, respectively. Determine (a) the specific humidity, (b) the relative humidity,
and (c) the enthalpy of the air.

Hipótese:
Para misturas de ar e vapor de água na faixa de pressões e temperaturas do ar atmosférico, a temperatura de saturação
adiabática é aproximadamente igual a TBU. Consequentemente, para se determinara a umidade para tais misturas a TBU
pode ser utilizada no lugar da temperatura de saturação adiabática.
4) Resfriameto e Umidificação (Evaporativo) idêntico à
Saturação Adiabática
Balanço de Energia Balanço de massa
𝑚ሶ 𝑎1 + 𝑚ሶ 𝑎2 = 𝑚ሶ 𝑎
h1 + ( w2 − w1 )h f 2 = h2 𝑚ሶ 𝑣1 + 𝑚ሶ 𝑓 = 𝑚ሶ 𝑣2

𝑚ሶ 𝑎 𝑤1 + 𝑚ሶ 𝑓 = 𝑚ሶ 𝑎 𝑤2
ℎ1 = ℎ𝑎𝑟1 + 𝑤1 ℎ𝑣𝑠1
Sabendo:
ℎ2 = ℎ𝑎𝑟2 + 𝑤2 ℎ𝑣𝑠2

cp ar (T2 − T1 ) + w2 (hvs 2 − h f 2 )
w1 =
hvs1 − h f 2
Pvs 2 No ponto (2) temos ar saturado
w2 = 0,622  então podemos encontrar
P2 − Pvs 2 diretamente sua umidade
5) Mistura adiabática de dois fluxos de ar úmido

Balanço de Massa:

m a1 + m a 2 = m a 3
m a1 w1 + m a 2 w2 = (m a1 + m a 2 ) w3
Balanço de Energia:
m a1 h2 − h3 w2 − w3
m a1 h1 + m a 2 h2 = (m a1 + m a 2 ) h3 = =
m a 2 h3 − h1 w3 − w1
Exemplo de Mistura adiabática: Ar saturado saindo da seção de resfriamento de um sistema
de ar-condicionado a 14 °C e vazão volumétrica de 50 m3/min é misturado adiabaticamente com o ar exterior a
32 °C, 60 % de umidade relativa e vazão volumétrica de 20 m3/min. Assumindo que o processo de mistura
ocorre a uma pressão de 1 atm, determinar o umidade específica, a umidade relativa, a temperatura de bulbo
seco, e a vazão volumétrica da mistura.
Fator de Calor Sensível (FCS) Processo (R-S) 𝑞𝑆 = 𝑚ሶ 𝑎𝑟 ℎ𝑅 − ℎ𝑆

É definido pela relação entre o calor sensível e o calor total. Processo (E-R) 𝑞𝐿 = 𝑚ሶ 𝑎𝑟 ℎ𝐸 − ℎ𝑅
Partindo-se do ponto de entrada (E) e seguindo por uma reta
que tenha a direção indicada pelo Fator e Calor Sensível tem- 𝑞𝐿 = 𝑚ሶ 𝑎𝑟 ℎ𝑓𝑔 𝑤𝐸 − 𝑤𝑅
se uma linha com todos os possíveis estados, ou condições,
para o ar de saída
Processo (E-S) 𝑞𝑇 = 𝑚ሶ 𝑎𝑟 ℎ𝑠 − ℎ𝐸

FCS
𝑞𝑇 = 𝑞𝐿 + 𝑞𝑆
ℎ𝑅
𝑞𝑠
𝐹𝐶𝑆 =
𝑞𝑇
𝑅

𝑞𝑇 = potência total [kW];


𝑞𝑆 = calor sensível retirado
do processo [kW];
Fator de Contato da Serpentina (FC)
É quantidade de ar que efetivamente troca calor com a serpentina ou a eficiência
da serpentina.

TBSS − TBSE
Fc =
TBSsat − TBSE
TBSE = temperatura de bulbo seco do ponto E [°C];
TBSS = temperatura de bulbo seco do ponto S [°C];
TBSSAT = temperatura de bulbo seco na saturação [°C].
Exercício:
Resfriamento e desumidificação:
TBS inicial = 25,6°C
TBS final = 12,8°C
TBU inicial = 18,3°C
TBU final = 10,0°C

Pede-se:
a) calor total extraído
b) calor latente e umidade extraída
c) calor sensível extraído
d) Fator de calor sensível
b) calor latente e umidade extraída
Fator de Passagem (by-pass) da Serpentina (FBP)
É a quantidade de ar que “não troca calor com a serpentina”

FBP = fator de passagem da serpentina (by-pass);


𝐹𝐵𝑃 = 1 −FC FC = fator de contato da serpentina (eficiência de saturação).

FBP = m BP / m total relação entre a massa de “ar de bypass” e a massa


total de ar que passa pelo trocador de calor
B. De massa:
w2 = FBP.w1 + (1 − FBP )wS
m BP

B. De energia:

h2 = FBP.h1 + (1 − FBP )hS

Entalpia do ar úmido no ponto 2 é igual a


somatória da entalpia do ar úmido no ponto 1
vezes o FBP e o FC vezes a entalpia do ar na
linha de saturação
Fatores de Passagem (by-pass) de serpentinas Aletadas de resfriamento
PROCESSOS COMBINADOS
Exercício:
Em um sistema de ar condicionado, ar seco a uma taxa de fluxo de 2 kg/s entra na
serpentina de resfriamento a 25°C e 50% umidade relativa e sai da serpentina de
resfriamento a 11°C e 90% umidade relativa.
A temperatura de saturação da serpentina de resfriamento do aparelho é de 7°C
(Temperatura de orvalho).
Suponha que a pressão barométrica seja de 1 atm e que a água condensada deixe o
processo na condição de hf = 29,26 kJ/kg (29.42 na tabela).
Encontre:
a) A capacidade de resfriamento necessária do trocador,
b) O fator de calor sensível para o processo,
c) Fator de by-pass (desvio) da serpentina de resfriamento.
Resfriameto com Desumidificação
Q = m a (h1 − h2 ) − m f h f

m f = m a ( w1 − w2 )

7°C 11°C 25°C


EXEMPLO 14–10
Resfriamento de uma usina de energia por uma torre de resfriamento.
A água de resfriamento sai do condensador de uma usina de energia e entra em uma
torre de resfriamento úmida a 35 ° C a uma taxa de 100 kg / s. A água é resfriada a 22 °
C na torre de resfriamento pelo ar que entra na torre a 1 atm, 20 ° C e 60 por cento de
umidade relativa e sai saturada a 30 ° C. Negligenciando a entrada de energia para o
ventilador, determine (a) a taxa de fluxo de volume de ar na torre de resfriamento e (b)
a taxa de fluxo de massa da água de reposição necessária.

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