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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

CONVECÇÃO LIVRE E RADIAÇÃO

São João del Rei, 2018


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
TURNO: NOTURNO

Diego Nunes Viveiros Pimente: 180800022


Igor Ribeiro Machado: 150800041
Rafael Barini Gollin: 140800100
Yara Carla Ribeiro: 140800109

Relatório apresentado como requisito para


aprovação na disciplina de Transferência de
Calor I, do curso de Engenharia Mecânica, da
Universidade Federal de São João del Rei.
– Minas Gerais.

Prof. Dr. José Antônio da Silva

São João del Rei, 2018


Sumário
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 1
CONCEITOS SOBRE TRANSFERÊNCIA DE CALOR ......................................................................... 1
MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................................. 4
DESENVOLVIMENTO ..................................................................................................................... 6
CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 9
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................. 11
1

1.INTRODUÇÃO

A partir do momento que observarmos todos os corpos e suas diferentes


temperaturas, poderemos observar suas constantes trocas de calor. Conhecendo os
conceitos e, colocando em prática, conhecimentos adquiridos no curso de
Transferências de Calor tornou-se possível a análise de uma placa de alumínio.

Nesse estudo iremos calcular o fluxo de calor por convecção e radiação na placa,
comparando a razão entre eles e analisando a perda de calor por radiação em
relação ao aumento da potência em um aquecedor com resistência elétrica.

Objetivo
Introduzir os conceitos básicos de transferência de calor por radiação e
convecção através da análise das trocas térmicas do equipamento, utilizando a
média das temperaturas em uma placa de alumínio com calor interno e potência
conhecida. Vale ressaltar que o calor por condução é desprezível.

2.CONCEITOS SOBRE TRANSFERÊNCIA DE CALOR (Revisão Bibliográfica)


Inicialmente introduziremos alguns conceitos e aplicações usuais que
auxiliarão na compreensão do trabalho. Os termos aqui apresentados são: Calor,
Radiação e Convecção.

Calor:
Calor é uma forma de energia. A maneira com que esta energia altera as
propriedades de um sistema no estado de equilíbrio é escopo do estudo da
Termodinâmica Clássica, Já os efeitos que ocorrem durante o processo de
transmissão de energia em forma de calor é escopo da Transferência de Calor,
estudo o qual daremos ênfase neste trabalho.
Em resumo serão descritos os valores da variação temporal das taxas de calor
assim como a dependência do tipo de meio e da superfície de absorção/ emissão de
calor, neste caso estudaremos os aspectos anteriores em uma placa plana.
2

Transferência de Calor
alor por Radiação Térmica:
Térmica
Defini-se
se como radiação térmica, toda a energia radiante emitida
emitida na gama de
comprimentos de onda 0,1 a 100 μm do espectro electromagnético
electromagnético (Fig. 1).
Resultante da emissão e propagação de ondas electromagnéticas (ou fotões) por
alteração na configuração eletrônica de átomos e moléculas. Qualquer corpo com
uma temperatura
ratura superior a 0 K emite energia radiante.

Fig.1 – Espectro da radiação electromagnética.

A transferência de calor por radiação térmica ocorre através de sólidos,


líquidos e gases e no vácuo, exceto nos sólidos e líquidos opacos à radiação térmica
(que
ue são a maioria). Como, em geral, os gases são pouco absorventes, a
contribuição da radiação térmica para o calor total transferido não deve ser
descurada nos cálculos de Engenharia quando se têm superfícies separadas por
gases (como p.e. o ar). A energia radiante que um corpo emite é dada pela Lei de
Stefan-Boltzmann (Josef
Josef Stefan 1835-1893,
1835 1906) aplicada
Ludwig Boltzmann 1844-1906
a um corpo real,
(1)

sendo σ=5,67×10-8 W.m-2.K-4 a constante de Stefan-Boltzmann,


Boltzmann, ε, a emissividade da
superfície emissora (0<ε≤1),
ε≤1), A, a sua área e Ts a sua temperatura absoluta
soluta (K). Como
se vê na eq. 1,, a energia emitida é proporcional à quarta potência da temperatura
absoluta, pelo que a sua importância, relativamente aos outros mecanismos,
3

aumenta com esta. Um corpo ideal (negro) emite a radiação máxima possível já que
a sua emissividade é unitária.

O transporte de energia associado a este mecanismo é qualitativamente


diferente dos mecanismos de transferência por condução e convecção. Contudo,
uma vez que todas as superfícies emitem radiação térmica, e esta será tanto maior
quanto mais elevada for a temperatura, se um corpo emitir mais energia do que
aquela que recebe proveniente das superfícies envolventes, a temperatura desse
corpo diminuirá. Assim, para o cálculo da velocidade de perda ou ganho de energia,
o que interessa é conhecer o resultado global da troca de energia radiante entre
superfícies. Um exemplo, é a energia radiante trocada entre uma superfície de
área A de um corpo pequeno à temperatura Ts e outra superfície vizinha à
temperatura Tviz<TS que o envolve completamente, separadas por um fluido não
absorvente.

Transferência de calor por convecção:

A existência de um fluido em movimento (líquido ou gás) acelera o processo


de transferência de calor se um fluido mais frio (T∞), ficar em contato com uma
superfície mais quente (TS). Esta transferência dá-se em simultâneo com a
transferência de calor ao nível molecular (por condução) sendo, no entanto, mais
eficaz. A completa compreensão deste fenômeno requer o conhecimento da
dinâmica do escoamento de fluidos, especialmente quando em contacto com
superfícies. O movimento pode ser provocado por agentes externos, como por
exemplo pela atuação de uma ventoinha, de um agitador ou de uma bomba
centrífuga, ou por diferenças de densidade resultantes do próprio aquecimento do
fluido. No primeiro caso diz-se que a transferência de calor se processa por
convecção forçada, enquanto no segundo por convecção natural ou livre. Assim,
mesmo que um fluido se encontre em repouso (do ponto de vista macroscópico), a
diferença de temperaturas gera diferenças de densidade no seio do fluido que
poderão ser suficientes para induzir um movimento ascendente do fluido mais
quente (sob a ação da gravidade). Em geral, a convecção de calor é definida de uma
4

forma mais abrangente, associando-se o fenômeno da condução e o da


transferência de calor em presença de movimento macroscópico do fluido. Apesar
da complexidade matemática acrescida pelo movimento do fluido, especialmente
quando esse movimento é aleatório, foi desenvolvido um modelo simples descrito
pela equação para o cálculo da velocidade de transferência de calor que traduz o
resultado conjunto destes dois fenômenos. Quando a velocidade do fluido diminui e
tende para zero, a contribuição do movimento macroscópico do fluido perde
importância face ao processo da condução.

(2)

(3)

Sendo h o coeficiente de transferência de calor (W.m-2.K-1), A,


A a área de
transferência de calor perpendicular ao fluxo de calor e ΔT a driving-force
force, isto é, a
causa para ocorrer a transferência de calor (p.e. pode ser (TS-T∞) em que TS é a
temperatura de uma superfície e T∞ é a temperatura do fluido que a envolve,
estando este mais frio.

3.MATERIAIS E MÉTODOS

Dados coletados:

• Placa Plana pintada de preto emissividade 0,95;

• Temperatura Ambiente 26,8°c aproximadamente 27 °c

• Tempo aquecimento da chapa anterior a prática 10 min

• Chaveamento a 40w

• Fluxo de ar 25 %

• Tensão 129.2

• Corrente Total 720 mA


5

• Corrente potência 370 mA

• Temperatura do ar: Entrada 33°c, Saída 52°c

Materiais:

Para a prática foi necessário a utilização para obtenção dos dados necessários
para o desenvolvimento teórico do trabalho dentre eles: aquecedor com resistência
elétrica de potência variável (fig.2), termômetro, ventilador, placa de alumínio,
software da máquina termográfica Flor QuickReport1, voltímetro, amperímetro,
câmera termográfica.

Fig.2 - Aquecedor

Métodos:

Inicialmente o aquecedor foi ligado a fonte de 127 V, por 10 min, sendo


possível assim coletar as condições iniciais do experimento como temperatura
ambiente, tensão e corrente.

Um direcionador de ventor recobre a placa e o ventilador é ligado forçando o


veto a passar pela placa distribuindo calor de forma uniforme e não homogênea.

Após o procedimento foram medidas as temperaturas na entrada e saída com


o auxílio de um termômetro inserido por dois minutos nos respectivos locais.
6

Através da câmera termográfica obteve-se uma foto da qual pudemos mapear


a temperatura ao longo da placa com a utilização do software Flor QuickReport1.

O desenvolvimento teórico aqui descrito neste trabalho será realizado com a


média das temperaturas máxima e mínima obtida pelo software conforme
mostrado na figura 3.

4.DESENVOLVIMENTO
Primeiramente separamos os dados básicos e deduzimos outros dados a partir dos
básicos:

• Emissividade

߳ = 0,95
• Temperatura ambiente

ܶ∞ = 27 °C

• Temperatura média da placa

Fig.3 – Dados fornecidos pelo software Flor QuickReport1

75,2 + 95,7
ܶ௦ = = 85,45 °C
2
7

• Comprimento da placa

ߜ = 0,1016 ݉
• Altura da placa

0,2032 ݉
• Área da placa

‫ = ܣ‬0,02064512 ݉ଶ

• Tensão

ܷ = 129 ܸ
• Corrente potência

݅ = 0,370 ‫ܣ‬
• Potência

47,73 ܹ
• Chaveamento

40 ܹ

• Constante de Stefan-Boltzmann
ܹ
ߪ = 5,67 ∗ 10ି଼
݉ଷ ∗ ‫ ܭ‬ସ
• Gravidade
݉
݃ = 9,81
‫ݏ‬ଶ
• Coeficiente de expansão térmica
1
ߚ=
ܶ௠
ܶ௦ + ܶ∞ 358,6 ‫ ܭ‬+ 300,15 ‫ܭ‬
ܶ௠ = = = 329,375 ‫ = ܭ‬56,225 °C
2 2
1
ߚ=
329,375
• Número de Pandtl (ܾ݈ܶܽ݁ܽ 1)
ܲ‫ = ݎ‬0,7202
• Viscosidade cinemática (ܾ݈ܶܽ݁ܽ 1)
݉ଶ
‫ = ݒ‬1,896 ∗ 10ିହ
‫ݏ‬
• Condutividade térmica (ܾ݈ܶܽ݁ܽ 1)
ܹ
݇ = 0,02808
݉∗‫ܭ‬
• Número de Rayleigh
8

݃ ∗ ߚ ∗ ሺܶ௦ − ܶ∞ ሻ ∗ ߜ ଷ ∗ ܲ‫ݎ‬
ܴܽ =
‫ݒ‬ଶ
݉ 1
9,81 ଶ ∗ ∗ ሺ358,6 ‫ ܭ‬− 300,15 ‫ܭ‬ሻ ∗ ሺ0,1016 ݉ሻଷ ∗ 0,7202
‫ݏ‬ 329,375
ܴܽ =
݉ଶ
ሺ1,896 ∗ 10ିହ ‫ ݏ‬ሻଶ
ܴܽ = 3,658 ∗ 10଺

• Número de Nusselt

ܰ‫ = ݑ‬0,59 ∗ ܴܽଵ/ସ

ܰ‫ = ݑ‬25,8

• Coeficiente de convecção
ܰ‫݇ ∗ ݑ‬
ℎ=
ߜ
ܹ
25,8 ∗ 0,02808 ݉ ∗ ‫ܭ‬
ℎ=
0,1016 ݉
ܹ
ℎ = 7,1305 ଶ
݉ ∗‫ܭ‬

Agora verificamos a quantidade de calor trocado por radiação, cuja equação é:

ܳ௥௔ௗ = ߳ߪ‫ܣ‬ሺܶ௦ସ − ܶ∞ସ ሻ

Substituindo os valores, levando em consideração que os dois lados da placa trocam


calor e convertendo a temperatura para Kelvin:


ܳ௥௔ௗ = 0,95 ∗ 5,67 ∗ 10ି଼ ௠య ∗௄ర ∗ 2 ∗ 0,02064512 ݉ଶ ሺሾ358,6 ‫ܭ‬ሿସ − ሾ300,15 ‫ܭ‬ሿସ )

ܳ௥௔ௗ = 18,72 ܹ

Passando para quantidade de calor trocado por convecção e levando em conta que
os dois lados da placa trocam calor, temos:

ܳ௖௢௡௩ = ℎ ∗ ‫ܣ‬ሺܶ௦ − ܶ∞ ሻ
9

ܹ
ܳ௖௢௡௩ = 7,1305 ∗ 2 ∗ 0,02064512 ݉ଶ ∗ ሺ358,6 ‫ ܭ‬− 300,15 ‫ܭ‬ሻ
݉ଶ ∗‫ܭ‬

ܳ௖௢௡௩ = 17,209 ܹ

Então a potência dissipada total, será:

ܲ‫ݐ݋‬ê݊ܿ݅ܽ ݀݅‫ܳ = ܽ݀ܽ݌݅ݏݏ‬௥௔ௗ + ܳ௖௢௡௩

ܲ‫ݐ݋‬ê݊ܿ݅ܽ ݀݅‫ = ܽ݀ܽ݌݅ݏݏ‬18,72 ܹ + 17,209 ܹ

ܲ‫ݐ݋‬ê݊ܿ݅ܽ ݀݅‫ = ܽ݀ܽ݌݅ݏݏ‬35,929 ܹ

ܲ‫ݐ݋‬ê݊ܿ݅ܽ ݀݅‫ = ܽ݀ܽ݉݅ݔ݋ݎ݌ܽ ܽ݀ܽ݌݅ݏݏ‬36 ܹ

5.CONCLUSÃO

Entre o chaveamento configurado (40 W) e o resultado (36 W) existe uma


pequena diferença de 4 W. Essa diferença pode ser atribuída à diferença de dados,
uma vez que nossa ܶ௠ encontrada era de 56,225 °C e utilizamos uma tabela em
quais os dados eram a 60 °C. Além disso há uma certa incerteza nos equipamentos
de medição.

Estimasse que a máquina (ignorando o consumo do ventilador) consuma


47,73 W, gerando uma diferença de 11,73 W com a potência dissipada. Mas
levando em conta que a corrente total era de 720 mA há uma certa estranheza nos
números. Retirando os 47,73 W do total resultaria em 45,15 W, que não poderiam
ser utilizados unicamente pelo ventilador. Sendo assim concluímos que há certa
ineficiência da máquina ao transformar a energia em calor.

Quanto aos números vindos da radiação e da convecção notamos que estão


bem próximos apesar da radiação superar em pouco a convecção. Assim,
analisando as fórmulas, concluímos que a potência da resistência já está num valor
onde a radiação supera a convecção e caso ele fosse menor, a parcela da convecção
chegaria a ser maior que da radiação, enquanto se aumentássemos mais ainda o
valor da potencia da resistência, a diferença só aumentaria.
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Tabela 1 – Fonte:
https://www.engineersedge.com/physics/viscosity_of_air_dynamic_and_kinematic_14483.html
11

6.BIBLIOGRAFIA

Josef Stefan 1835-1893, Ludwig Boltzmann 1844-1906

Y.A. Çengel, “Heat Transfer: A practical approach” McGraw-Hill Inc., N.Y. , 2nd ed
2003.

J.P.Holman, “Heat Transfer” 9th ed. , McGraw-Hill Inc., N.Y. , 2002.

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