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1. INTRODUÇÃO
Para o projeto e a operação dos equipamentos, é fundamental que o engenheiro
compreenda os fenômenos envolvidos no transporte de energia térmica e saiba como
determinar a sua taxa de transferência.
Existem três formas básicas de transferência de energia térmica: condução,
convecção e radiação. É importante ter-se em mente a confluência dos diversos
modos de transmissão de calor, porque, na prática, quando um dos mecanismos
domina quantitativamente, soluções aproximadas são obtidas considerando apenas o
mecanismo dominante.
A temperatura de um material, seja ele um sólido, um líquido ou um gás, está
diretamente ligada à energia térmica armazenada no movimento aleatório de suas
moléculas, átomos e elétrons. Quanto maior for a agitação destas partículas, mais alta
será a temperatura do material. Em qualquer material, a interação entre partículas
vizinhas provoca a dispersão da energia térmica, de forma que a energia
espontaneamente difunde da região de maior temperatura para a de menor
temperatura.
O transporte de energia térmica através da interação entre partículas vizinhas é
chamado de CONDUÇÃO. Em materiais sólidos, esta é a forma predominante de
transferência. Em termos gerais, pode-se definir condução como um processo pelo
qual o calor flui de uma região de temperatura mais alta para outra de temperatura
mais baixa dentro de um meio (sólido, líquido ou gasoso) ou entre meios diferentes
em contato físico direto. Por exemplo, se a extremidade de uma barra sólida for
aquecida, os átomos nesta extremidade vibram com maior energia do que os da
extremidade fria. A interação desses átomos mais energéticos com os seus vizinhos
provoca o deslocamento da energia ao longo da barra, até que o equilíbrio térmico
seja atingido.
Em materiais sólidos, a condução é a forma predominante de transferência de
calor. Se o material for um líquido ou um gás, o movimento de escoamento do fluido
também contribui para a dispersão da energia, pois promove a mistura. O transporte
de energia ocorrido pela combinação entre condução e escoamento (advecção) é
conhecido como CONVECÇÃO. A convecção pode ser forçada quando o
escoamento é provocado por um elemento externo (ventilador, bomba, vento) ou pode
ser natural quando ocorre exclusivamente devido a forças de empuxo originada por
variações de densidade dentro do material.
O terceiro tipo de transferência de calor é a RADIAÇÃO: os corpos em
temperaturas superiores ao zero absoluto emitem ondas eletromagnéticas cuja
intensidade depende da temperatura, quanto mais alta a temperatura, maior é a
quantidade de energia emitida. A luz visível é uma forma de radiação eletromagnética
como também o são o infravermelho, as ondas de radio, as micro-ondas, e os raios x.
Todas essas formas de radiação transferem energia de uma região para outra, sem a
necessidade de um meio físico para propagá-la.
A Figura 1 apresenta um esquema com as taxas de transferência de calor por
condução e por convecção (considerando-se a troca térmica por radiação desprezível)
em um sistema no qual um eixo cilíndrico de diâmetro D, comprimento L e
condutividade térmica k está em contato com um fluido adjacente a temperatura T∞;
sendo h o coeficiente de transferência de calor por convecção.
I) a difusão de calor nas direções “y” e “z” é muito rápida (material com
condutividade térmica razoável). Portanto, T = T(x);
II) o coeficiente de transferência de calor por convecção (h) e a condutividade
térmica (k) do material são constantes ao longo de todo eixo;
III) o fenômeno ocorre em estado estacionário.
.
q = −kA∇T (1)
.
. dT − kA
q x = −kA = ( T1 − T2 ) (2)
dx L
. x T(x )
q x ∫ dx = −kA ∫ dT (4)
0 T2
.
q
T ( x ) = T2 − x x (5)
kA
2. OBJETIVO
Analisar a variação da temperatura em função da posição, em eixo de seção
circular de diferentes diâmetros e materiais.
3. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
• equipamento didático “Determinação experimental da variação de
Legenda da Figura 3:
1 – Caldeira;
2 – Eixos de seção circular uniforme;
3 – Resistência elétrica;
4 – Reservatório de água da caldeira;
5 – Isolamento térmico e proteção mecânica;
6 – Sistema de fixação dos eixos;
7 – Suportes de apoio das extremidades dos eixos;
8 – Estrutura para o suporte do equipamento;
9 – Pés de suporte da unidade, com altura regulável;
10 – Controlador e medidor de temperatura;
11 – Termosensor para medidas de temperatura ao longo dos eixos;
12 – Orifícios para encaixe de termopares;
13 – Termosensor para controle da temperatura na caldeira;
14 – Tampa de vedação e acesso da caldeira.
O conjunto de eixos (2) é constituído por três barras de seções circulares
uniformes; uma de alumínio, de diâmetro 9,5 mm; e duas de aço inoxidável, de
diâmetros 9,5 mm e 16 mm. Os três eixos possuem comprimento total de
aproximadamente 60 cm cada, sendo que uma de suas extremidades encontra-se em
contato com a parte interna da caldeira.
O circuito de controle da temperatura no interior da caldeira é composto pela
resistência elétrica (3), termopar (13) e o controlador de temperatura (10), o qual
mostra no primeiro display a indicação da temperatura da caldeira. O circuito de
medidas de temperatura possui medidor de temperatura selecionável no próprio
controlador, com referência à temperatura ambiente. No segundo display do
controlador é indicada a temperatura de cada posição no eixo. O termosensor (11), a
ser utilizado nos eixos, permite um registro de variações rápidas de temperatura e o
manuseio do termosensor possibilita medidas independentes de temperatura em cada
orifício de cada um dos eixos.
4. METODOLOGIA
Para a realização de medidas de temperatura ao longo dos diferentes eixos
cilíndricos deve-se:
1) Abastecer o reservatório da caldeira com água limpa.
2) Ligar o controlador de temperatura/resistência. A temperatura no interior da
caldeira será mantida no valor previamente programado no controlador de
temperatura, display 1. A temperatura deve ser programada em 80°C, após se
atingir essa temperatura deve-se aguardar cerca de 20 min para assegurar a
estabilidade térmica. Para os processos de aquecimento e estabilização,
necessita-se de cerca de 1 h e 30 min.
3) Medir as distâncias referentes a cada orifício nas aletas e registrar os dados
na Tabela 1.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
1) Apresente as Tabelas 1 e 2 com os dados obtidos experimentalmente.
Considerando os valores de condutividade térmica para o alumínio e o aço
inox 202 W/m°C e 52 W/m°C, respectivamente, calcule por meio da
Equação de Fourier para taxa unidirecional (Equação 2), a taxa de calor
condutivo em cada eixo. Sabe-se que o comprimento dos eixos é de 60 cm.
Considere também a temperatura medida no primeiro orifício (próximo à
caldeira) como a temperatura da extremidade aquecida do eixo e a
temperatura medida no último orifício (na extremidade da aleta oposta à
caldeira) como a temperatura da extremidade fria.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENNETT, C. O.; MYERS, J. E. Fenômenos de transporte: quantidade de
movimento, calor e massa. São Paulo: McGraw-Hill, 1978. 812 p.