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MARINGÁ, PARANÁ
06 de dezembro de 2021
Sumário
1 Resumo 1
2 Introdução 2
3 Objetivos 2
4 Fundamentação Teórica 3
4.1 Corpo Negro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
4.2 Lei de Stefan-boltzmann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
4.3 Lei de deslocamento de Wien . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
4.4 A equação de Rayleigh-Jeans . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
4.5 A Teoria de Planck . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
4.6 Determinando o comprimento de onda a partir do ângulo. . . 7
5 Materiais e Métodos 10
5.1 Materiais Utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5.2 Montagem Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5.3 Desenvolvimento Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7 Conclusão 19
Referências 20
1 Resumo
Corpos negros são idealizações de entidades que absorvam, e/ou emitam ra-
diação eletromagnética numa ampla faixa de frequências. A discussão acerca
de corpos negros contribuiu para o desenvolvimento da teoria quântica, de-
vido à falha da teoria clássico em explicá-los. Desta forma, o experimento
realizado teve como principal objetivo analisar o processo de radiação de um
corpo negro. Para efetuar a investigação foi utilizado um espectrofotômetro
capaz de permitir medir o padrão espectral emitido por uma fonte de luz.
Mediante análise deste espectro, obteve-se curvas de intensidade em função
do comprimento de onda, e estas foram relacionadas com a temperatura do
filamento. A curvas sugerem um comportamento inversamente proporcional,
ou seja, para comprimentos de onda menores as temperaturas sejam maiores.
1
2 Introdução
O fenômeno de radiação térmica desempenhou um papel de destaque
na história da Física. O fenômeno da radiação térmica é observado quando
ondas eletromagnéticas são emitidas a partir do aquecimento de um material.
Um corpo negro é um corpo que absorve toda a radiação incidente sobre ele,
ou seja, ele não é capaz de refletir a radiação incidente, sua primeira menção
deve-se a Gustav Kirchhoff em 1860, em seu estudo sobre a espectrografia
dos gases [1]. O espectro de emissão de um corpo negro é característico,
e depende apenas da temperatura. Em outras palavras, a intensidade da
radiação emitida em função do seu comprimento de onda, ou seja, o seu
espectro será função apenas da temperatura, não importando o material de
que um corpo negro específico seja feito [2]. Ao tentar conciliar o conceito
de corpo negro com a distribuição de energia prevista pela termodinâmica,
com os espectros obtidos experimentalmente, ainda que válidos para baixas
frequências, mostravam-se muito discrepantes da previsão teórica, explicitada
pela Lei de Rayleigh-Jeans para a radiação de corpo negro [3]. A Lei de Wien
é uma boa aproximação dos valores para o máximo de emissão para cada
temperatura, mas foi Max Planck que em 1901, ao introduzir a Constante
de Planck, como mero recurso matemático, determinou a quantização da
energia, o que mais tarde levou à teoria quântica que, por sua vez, rumou
para o estudo e surgimento da mecânica quântica [4].
3 Objetivos
Neste experimento, a distribuição espectral da radiação emitida a par-
tir do interior de uma câmara escura contendo um filamento de Tungstênio
aquecido será determinada, sistema esse que comportando-se, em uma apro-
ximação, como um Corpo Negro.
2
4 Fundamentação Teórica
4.1 Corpo Negro
Corpo negro ideal, é um objeto hipotético que absorve toda a radiação
eletromagnética que nele recaia. Um corpo com essa propriedade, a priori,
não poderia ser visto, daí o nome corpo negro. Apesar do nome, corpos
negros emitem radiação, o que permite determinar sua temperatura. Em
equilíbrio termodinâmico, um corpo negro ideal irradia energia na mesma
taxa que a absorve sendo essa uma das propriedades que o tornam uma fonte
ideal de radiação térmica [5].
Uma boa aproximação de um corpo negro ideal é uma cavidade ligada ao
exterior por uma pequena abertura. Qualquer luz que adentra pelo orifício
deve ser refletida várias vezes no interior do corpo antes de escapulir-se,
portanto a probabilidade de que um raio que entra na cavidade torne a sair
pelo furo antes de ser absorvido pelas paredes ressonantes é demasiadamente
pequena. A radiação absorvida pelo corpo eleva os níveis de oscilação das
partículas, ocasionando em um aumento de energia cinética dos átomos que
constituem as paredes ressonantes, engendrando radiação térmica.
R = σT 4 (4.1)
Onde R é a potência irradiada por unidade de área, T é a temperatura
absoluta e σ = 5, 6704×10−8 w/m2 K 4 que é a constante de Stefan [5]. Alguns
anos mais tarde Ludwig Boltzmann alcançou o mesmo resultado, todavia
partindo das leis da termodinâmica clássica.
Esta expressão mostra que a potência irradiada por unidade de área varia
apenas com a temperatura, ela não depende do material, nem da cor, nem de
nenhuma outra característica do corpo negro. O valor de R indica a rapidez
com a qual o corpo emite energia.
3
1
λm ∝ (4.2)
T
A figura 4.1 mostra valores da distribuição espectral ou radiância espec-
tral em função do comprimento de onda para vários valores de T .
Fig. 4.1: Gráfico mostrando o deslocamento dos picos de emissão do corpo negro
[6].
Foi Wien quem pela primeira vez observou que o produto da temperatura
pelo comprimento de onda máximo se mantém constante com valor de:
4
se fossem pequenos corpos presos à molas, mantidos em equilíbrio térmico
a uma temperatura T , portanto, temos que a energia média por modo de
oscilação é igual a kT , assim de acordo com a teoria clássica teremos que a
distribuição espectral da densidade de energia é: Onde k é a constante de
Boltzmann.
5
equilíbrio térmico, e também que esses osciladores poderiam assumir apenas
alguns valores específicos de energia. A hipótese de Planck impõe que os
pequenos osciladores que constituem as paredes da cavidade e estão em equi-
líbrio com a radiação, só podem assumir certos valores discretos de energia
[?]:
E = nhf (4.5)
Sua intenção era fazer com que δE → 0 para recuperar a distribuição con-
tínua de energia da física clássica. Porém, apenas mantendo essa quantização
de energia que Planck chega à expressão:
8πhcλ−5
u(λ) = hc (4.6)
e λkT − 1
Onde h = 6, 63×1034 Js. A figura 4.3 mostra como a equação 4.6 consegue
reproduzir os dados obtidos experimentalmente.
6
4.6 Determinando o comprimento de onda a partir do
ângulo.
Para o experimento utilizaremos o prisma de 60 graus montado de modo
que a face traseira seja perpendicular à luz entrante. Veja o esquema do
prisma e do caminho da luz na figura 4.4 [10]:
θ2 + θ3 = 60◦ (4.7)
7
temos que: q
cos θ2 = 1 − sin θ2 2 (4.13)
substituindo em 4.11 temos que:
q
sin θ = n[sin 60 ◦
1 − sin θ2 2 − sin θ2 cos 60◦ ] (4.14)
q
sin θ = sin 60 ◦
n2 − n2 sin2 θ2 − n sin θ2 cos 60◦ (4.15)
Substituindo a equação 4.8 em 4.15, temos que:
q
sin θ = sin 60 ◦
n2 − sin2 60◦ − sin 60◦ cos 60◦ (4.16)
Isolando o n obtemos:
v
!2
sin θ
u" #
u
n= t
+ cos 60◦ + sin 60◦ 2
(4.17)
sin 60◦
√
Como sin 60◦ = 2
3
e cos 60◦ = 12 , temos que:
v
!2
2 1 3
u" #
u
n= t √ sin θ + + (4.18)
3 2 4
A equação de Cauchy nos da a relação entre o comprimento de onda e o
índice de refração:
A
+B
n(λ) = (4.19)
λ2
Onde A e B dependem do tipo de vidro. A tabela 4.1 mostra os valores
para o prisma utilizado nesta prática experimental.
A partir dos valores da tabela, obtemos os valores A=13900 e B= 1689.
Isolando o comprimento de onda na equação 4.19, temos que:
s
A
λ= (4.20)
n−B
Substituindo a equação 4.18 em 4.20, finamente obteremos a expressão:
13900
v
u
λ= (4.21)
u
u v" !2 #
uu
sin θ + + − 1.689
uu
t t √2 1 3
3 2 4
8
Tabela 4.1: Dados do comprimento de onda em função do índice de refração para
o prisma utilizado nesta prática experimental [10].
9
5 Materiais e Métodos
5.1 Materiais Utilizados
• Aparato experimental PASCO modelo OS-8539 [11];
• Disco de fendas;
• Lentes;
• Jogo de Fendas;
• Trilho ótico.
10
Fig. 5.1: Interface universal Pasco 850.
11
medida que foi lida (356,693), a unidade é dada em grau, e agora o gráfico no
programa mostra a relação intensidade (%) x teta (graus) ou posição angular.
Os primeiros dados obtidos serão chamados de calibração, e a partir disso o
programa está apto a fazer a leitura e gravação de uma nova série de dados
demonstrando a posição do ângulo e o valor da intensidade.
Agora a lâmpada já pode ser ligada e iniciamos o processo com 5V (a
intensidade luminosa aumente com a voltagem). Nesse momento todos os
componentes que foram retirados são remontados na ordem inversa com de-
vido cuidado. O corpo negro, representado pelo filamento da lâmpada, deve
estar posicionado no inicio do trilho e as fendas colimadoras posicionadas o
mais próximo possível do mesmo e distante 10 cm da lente colimadora. Pró-
ximo ao corpo negro foi utilizado à fenda colimadora número 4 e próximo ao
senso r de infravermelho a fenda de abertura número 4.
Com os 5V ajustados o “braço” é movimentado para a posição inicial e a
gravação de uma nova série de dados é iniciada, o sinal é interrompido (com
a ajuda de uma folha de papel) e o “braço” é movimentado e os dados são
parados, novamente o “braço” volta a posição inicial e o valor da tensão (4,84)
e sua respectiva corrente são anotados. A voltagem é aumentada para 6V,
novos dados são gravados, o sinal é interrompido e o “braço” é movimentado,
dados pausados e o “braço” volta para a posição inicial e a Tensão (5,83) é
anotada como também o valor para a corrente. Os procedimentos citados
nesse parágrafo serão repetidos para 7V, 8V, 9V até que o valor da tensão
chegue a 10V, sendo que a cada mudança os valores para a tensão do filamento
são anotados na tabela o programa enquanto que as medidas são registrados
eletronicamente. Desta forma, os dados foram anotados na tabela 6.2.
12
6 Discussão dos resultados
6.1 Dados Experimentais
Nessa seção anotamos os valores obtidos experimentalmente, em tabelas,
que irão auxiliar na manipulação dos dados na sequência.
Tabela 6.1: Valores de intensidade e ângulo para os quais os dados foram obtidos.
Tabela 6.2: Valores para a corrente e a tensão real no filamento para a obtenção
da temperatura.
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seguida de uma região de infravermelho, culminando no segundo pico menor
que corresponde ao branco.
Fig. 6.1: Registro dos picos referentes ao espectro visível e branco para a medida
Int484xTeta484.
Int583xTeta583 Int680xTeta680
14
Int779xTeta779 Int877xTeta877
Int976xTeta976
Fig. 6.2: Figuras referentes à variação da intensidade pela posição angular para
diferentes tensões.
15
utilizar a equação de Cauchy é necessário estabelecer a soma entre o ponto
de máximo do branco e a posição angular do espectro visível, para que os
valores do gráfico fiquem positivos. Então a equação de Cauchy “modificada”
fica na forma:
13.900
v
u
λ(θ) = (6.2)
u
u r 2
1.1547 · sen (69.98) + P os.Angular + 1
+ − 1.689
3
t
2 4
16
Fig. 6.4: Intensidade versus o comprimento de onda para as diferentes tensões.
−1 V
T (V, i) = 300K + 0.84i
(6.3)
4.5 × 10−3 K −1
Substituindo os valores para a tensão e para a corrente descrito na Tabela
6.2, individualmente os valores para a temperatura (K) foram calculados.
4,84
0.84∗0,42
−1
T (V, i)1 = 300 + = 3126K (6.4)
0, 0045
5,83
0.84∗0,48
−1
T (V, i)2 = 300 + = 3290K (6.5)
0, 0045
6,80
0.84∗0,53
−1
T (V, i)3 = 300 + = 3472K (6.6)
0, 0045
17
7,79
0.84∗0,58
−1
T (V, i)4 = 300 + = 3630K (6.7)
0, 0045
8,77
0.84∗0,62
−1
T (V, i)5 = 300 + = 3819K (6.8)
0, 0045
9,76
0.84∗0,66
−1
T (V, i)6 = 300 + = 3989K (6.9)
0, 0045
Apenas para anotação, esta última foi desconsiderada no gráfico mas
o valor da temperatura foi calculado da mesma forma e o valor de 0,84
na equação é referente à resistência do bulbo da lâmpada à temperatura
ambiente [10]. Com isso, está ilustrado no Gráfico 6.5 abaixo o resultado
experimental final da distribuição espectral do filamento de tungstênio que
se comporta como um corpo negro, com as medidas para a temperatura
indexadas.
18
7 Conclusão
Neste experimento estudamos o espectro de radiação do Corpo Negro ao
verificar a relação da distribuição espectral da luz e da temperatura do corpo
negro. Utilizando o filamento de uma lâmpada de tungstênio uma curva de
emissão pode ser observada graficamente resultando em um comportamento
semelhante à de um corpo negro, e foi possível concluir nas discussões des-
critas na seção anterior que quanto maior a intensidade da luz maior será a
temperatura do corpo, ou seja, aumentam proporcionalmente. Com os da-
dos obtidos, foi possível calcular também o comprimento de onda utilizando
a equação de Cauchy, que diminui perante a relação de crescimento da in-
tensidade e da temperatura variando inversamente. Em síntese, verificamos
experimentalmente um resultado proposto por Wilhelm Wien em 1893, re-
sultando na lei de deslocamento de Wien, de que o comprimento de onda
varia inversamente com a temperatura.
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Referências
[1] “Radiação térmica - Teoria de Planck,” Disponível em: <https://www.
if.ufrgs.br/~betz/iq_XX_A/radTerm/aRadTermFrame.htm>. Acesso
em: 30 de Nov. de 2021.
[10] “Black Body Light Source For The Os-8539 Educational Spectropho-
tometer,” Instruction Manual and Experiment Guide for the PASCO
scientific Model OS-8542, 1987.
20
[12] “Prism Mount (with prism included),” Instruction Sheet for the PASCO
Model OS-8543, 1999.
[13] “Infrared Sensor,” Instruction Sheet for the PASCO Model CI-6628,
1999.
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