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Universidade Estadual de Maringá

Centro de Ciências Exatas


Departamento de Física

Distribuição Espectral de um Corpo


Negro

Acadêmicos: Ana Carolina Ferreira RA: 100865


Felype Nathan Barbieri Martins RA: 107335
Luciane Ferreira Silva RA: 100868
Maicon Douglas Capitani de Macedo RA: 108792
Mateus Moreira Tarozo RA: 100856
Turma: 31
Professor: Anderson Reginaldo Sampaio

MARINGÁ, PARANÁ
06 de dezembro de 2021
Sumário
1 Resumo 1

2 Introdução 2

3 Objetivos 2

4 Fundamentação Teórica 3
4.1 Corpo Negro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
4.2 Lei de Stefan-boltzmann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
4.3 Lei de deslocamento de Wien . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
4.4 A equação de Rayleigh-Jeans . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
4.5 A Teoria de Planck . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
4.6 Determinando o comprimento de onda a partir do ângulo. . . 7

5 Materiais e Métodos 10
5.1 Materiais Utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5.2 Montagem Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5.3 Desenvolvimento Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

6 Discussão dos resultados 13


6.1 Dados Experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
6.2 Análises e discussões dos resultados . . . . . . . . . . . . . . . 13

7 Conclusão 19

Referências 20
1 Resumo
Corpos negros são idealizações de entidades que absorvam, e/ou emitam ra-
diação eletromagnética numa ampla faixa de frequências. A discussão acerca
de corpos negros contribuiu para o desenvolvimento da teoria quântica, de-
vido à falha da teoria clássico em explicá-los. Desta forma, o experimento
realizado teve como principal objetivo analisar o processo de radiação de um
corpo negro. Para efetuar a investigação foi utilizado um espectrofotômetro
capaz de permitir medir o padrão espectral emitido por uma fonte de luz.
Mediante análise deste espectro, obteve-se curvas de intensidade em função
do comprimento de onda, e estas foram relacionadas com a temperatura do
filamento. A curvas sugerem um comportamento inversamente proporcional,
ou seja, para comprimentos de onda menores as temperaturas sejam maiores.

1
2 Introdução
O fenômeno de radiação térmica desempenhou um papel de destaque
na história da Física. O fenômeno da radiação térmica é observado quando
ondas eletromagnéticas são emitidas a partir do aquecimento de um material.
Um corpo negro é um corpo que absorve toda a radiação incidente sobre ele,
ou seja, ele não é capaz de refletir a radiação incidente, sua primeira menção
deve-se a Gustav Kirchhoff em 1860, em seu estudo sobre a espectrografia
dos gases [1]. O espectro de emissão de um corpo negro é característico,
e depende apenas da temperatura. Em outras palavras, a intensidade da
radiação emitida em função do seu comprimento de onda, ou seja, o seu
espectro será função apenas da temperatura, não importando o material de
que um corpo negro específico seja feito [2]. Ao tentar conciliar o conceito
de corpo negro com a distribuição de energia prevista pela termodinâmica,
com os espectros obtidos experimentalmente, ainda que válidos para baixas
frequências, mostravam-se muito discrepantes da previsão teórica, explicitada
pela Lei de Rayleigh-Jeans para a radiação de corpo negro [3]. A Lei de Wien
é uma boa aproximação dos valores para o máximo de emissão para cada
temperatura, mas foi Max Planck que em 1901, ao introduzir a Constante
de Planck, como mero recurso matemático, determinou a quantização da
energia, o que mais tarde levou à teoria quântica que, por sua vez, rumou
para o estudo e surgimento da mecânica quântica [4].

3 Objetivos
Neste experimento, a distribuição espectral da radiação emitida a par-
tir do interior de uma câmara escura contendo um filamento de Tungstênio
aquecido será determinada, sistema esse que comportando-se, em uma apro-
ximação, como um Corpo Negro.

2
4 Fundamentação Teórica
4.1 Corpo Negro
Corpo negro ideal, é um objeto hipotético que absorve toda a radiação
eletromagnética que nele recaia. Um corpo com essa propriedade, a priori,
não poderia ser visto, daí o nome corpo negro. Apesar do nome, corpos
negros emitem radiação, o que permite determinar sua temperatura. Em
equilíbrio termodinâmico, um corpo negro ideal irradia energia na mesma
taxa que a absorve sendo essa uma das propriedades que o tornam uma fonte
ideal de radiação térmica [5].
Uma boa aproximação de um corpo negro ideal é uma cavidade ligada ao
exterior por uma pequena abertura. Qualquer luz que adentra pelo orifício
deve ser refletida várias vezes no interior do corpo antes de escapulir-se,
portanto a probabilidade de que um raio que entra na cavidade torne a sair
pelo furo antes de ser absorvido pelas paredes ressonantes é demasiadamente
pequena. A radiação absorvida pelo corpo eleva os níveis de oscilação das
partículas, ocasionando em um aumento de energia cinética dos átomos que
constituem as paredes ressonantes, engendrando radiação térmica.

4.2 Lei de Stefan-boltzmann


Em 1879, Josef Stefan, mostrou de forma empírica que:

R = σT 4 (4.1)
Onde R é a potência irradiada por unidade de área, T é a temperatura
absoluta e σ = 5, 6704×10−8 w/m2 K 4 que é a constante de Stefan [5]. Alguns
anos mais tarde Ludwig Boltzmann alcançou o mesmo resultado, todavia
partindo das leis da termodinâmica clássica.
Esta expressão mostra que a potência irradiada por unidade de área varia
apenas com a temperatura, ela não depende do material, nem da cor, nem de
nenhuma outra característica do corpo negro. O valor de R indica a rapidez
com a qual o corpo emite energia.

4.3 Lei de deslocamento de Wien


Em 1893 Wilhelm Wien já concebia uma demonstração, usando as leis
da termodinâmica, que a emissão de radiação do corpo negro apresenta uma
distribuição espectral que depende apenas da temperatura absoluta T , e que
o comprimento de onda para o qual a radiação emitida é máxima λm varia
inversamente com a temperatura:

3
1
λm ∝ (4.2)
T
A figura 4.1 mostra valores da distribuição espectral ou radiância espec-
tral em função do comprimento de onda para vários valores de T .

Fig. 4.1: Gráfico mostrando o deslocamento dos picos de emissão do corpo negro
[6].

Foi Wien quem pela primeira vez observou que o produto da temperatura
pelo comprimento de onda máximo se mantém constante com valor de:

λm T = constante = 2.898 × 10−3 mK (4.3)


Onde, λm é o comprimento de onda para o qual a emissão por unidade de
área é máxima e T é a temperatura do corpo negro [7].

4.4 A equação de Rayleigh-Jeans


John William Strutt Rayleigh e James Hopwood Jeans utilizaram a teo-
ria clássica para estudar a densidade de energia da radiação de cavidade, ou
de corpo negro, o que resultou em sérias inconsistências com dados experi-
mentais. Essas inconsistências são os fatos científicos mais importantes que
deram origem à teoria quântica moderna.
Classicamente, as ondas estacionárias de frequência f , são geradas por
oscilações de partículas carregadas que formam as paredes da cavidade, como

4
se fossem pequenos corpos presos à molas, mantidos em equilíbrio térmico
a uma temperatura T , portanto, temos que a energia média por modo de
oscilação é igual a kT , assim de acordo com a teoria clássica teremos que a
distribuição espectral da densidade de energia é: Onde k é a constante de
Boltzmann.

u(λ) = 8πkT λ−4 (4.4)


A equação 4.4 é a lei de Rayleigh-Jeans para a radiação de corpo negro.
entretanto a equação de Rayleigh-Jeans, tem grandes divergências com os
resultados experimentais para pequenos comprimentos de onda, a lei prevê
que u(λ) deveria crescer sem limites, tendendo para infinito quando λ → 0, à
medida que os resultados experimentais mostram que a função tende a zero
quando λ → 0. como é observado na figura 4.2:

Fig. 4.2: Resultado teórico de Rayleigh-Jeans para a radiação de um corpo negro


comparado com o resultado experimental [8].

4.5 A Teoria de Planck


Max Planck, em 1900 assumiu uma hipótese pouco ortodoxa, desenvol-
vendo uma perspectiva discreta para a teoria, assim com os níveis não contí-
nuos de energia, e com a introdução da constante h possibilitou uma quan-
tização. A teoria de Planck é considerada como o nascimento da Mecânica
Quântica exatamente por isso.
Planck inicialmente supôs que as paredes da cavidade eram constituídas
de “pequenos osciladores” que trocam energia com a radiação mantendo o

5
equilíbrio térmico, e também que esses osciladores poderiam assumir apenas
alguns valores específicos de energia. A hipótese de Planck impõe que os
pequenos osciladores que constituem as paredes da cavidade e estão em equi-
líbrio com a radiação, só podem assumir certos valores discretos de energia
[?]:

E = nhf (4.5)
Sua intenção era fazer com que δE → 0 para recuperar a distribuição con-
tínua de energia da física clássica. Porém, apenas mantendo essa quantização
de energia que Planck chega à expressão:

8πhcλ−5
u(λ) = hc (4.6)
e λkT − 1
Onde h = 6, 63×1034 Js. A figura 4.3 mostra como a equação 4.6 consegue
reproduzir os dados obtidos experimentalmente.

Fig. 4.3: Comparação entre a lei de Planck e a lei de Rayleigh-Jeans [9].

6
4.6 Determinando o comprimento de onda a partir do
ângulo.
Para o experimento utilizaremos o prisma de 60 graus montado de modo
que a face traseira seja perpendicular à luz entrante. Veja o esquema do
prisma e do caminho da luz na figura 4.4 [10]:

Fig. 4.4: Esquema de um prisma [10].

Sendo o ângulo do prisma 60◦ , podemos mostrar que:

θ2 + θ3 = 60◦ (4.7)

Utilizando a lei de Snell em cada face do prisma, teremos que:

sin 60◦ = n sin θ2 (4.8)

sin θ = n sin θ3 (4.9)


Combinando as equações 4.8 e 4.9 obtemos:

sin θ = n sin 60◦ + θ2 (4.10)


Assim podemos utilizar a relação do arco duplo para obtermos a seguinte
expressão:

sin θ = n[sin 60◦ cos θ2 − sin θ2 cos 60◦ ] (4.11)


Sabendo-se que:
cos θ2 2 + sin θ2 2 = 1 (4.12)

7
temos que: q
cos θ2 = 1 − sin θ2 2 (4.13)
substituindo em 4.11 temos que:
q
sin θ = n[sin 60 ◦
1 − sin θ2 2 − sin θ2 cos 60◦ ] (4.14)
q
sin θ = sin 60 ◦
n2 − n2 sin2 θ2 − n sin θ2 cos 60◦ (4.15)
Substituindo a equação 4.8 em 4.15, temos que:
q
sin θ = sin 60 ◦
n2 − sin2 60◦ − sin 60◦ cos 60◦ (4.16)
Isolando o n obtemos:
v
!2
sin θ
u" #
u
n= t
+ cos 60◦ + sin 60◦ 2
(4.17)
sin 60◦

Como sin 60◦ = 2
3
e cos 60◦ = 12 , temos que:
v
!2
2 1 3
u" #
u
n= t √ sin θ + + (4.18)
3 2 4
A equação de Cauchy nos da a relação entre o comprimento de onda e o
índice de refração:
A
+B
n(λ) = (4.19)
λ2
Onde A e B dependem do tipo de vidro. A tabela 4.1 mostra os valores
para o prisma utilizado nesta prática experimental.
A partir dos valores da tabela, obtemos os valores A=13900 e B= 1689.
Isolando o comprimento de onda na equação 4.19, temos que:
s
A
λ= (4.20)
n−B
Substituindo a equação 4.18 em 4.20, finamente obteremos a expressão:

13900
v
u
λ= (4.21)
u
u v" !2 #
uu
sin θ + + − 1.689
uu
t t √2 1 3
3 2 4

8
Tabela 4.1: Dados do comprimento de onda em função do índice de refração para
o prisma utilizado nesta prática experimental [10].

Coeficientes do Prisma, Dados


Comprimento de Onda (nm) Índice de Refração
404.700 1.776
435.800 1.762
480.000 1.748
486.100 1.746
546.100 1.734
587.600 1.728
643.800 1.722
656.300 1.721
706.500 1.717
852.100 1.709
1014.000 1.703

9
5 Materiais e Métodos
5.1 Materiais Utilizados
• Aparato experimental PASCO modelo OS-8539 [11];

• Fonte de luz do corpo negro – Lâmpada de Tungstênio (OS-8542) [10];

• Suporte do sensor de infravermelho;

• Suporte para o prisma;

• Prisma com filtro infravermelho (OS-8543) [12];

• Sensor infravermelho PASCO (CI-6628) [13];

• Fonte de alimentação de 0-10 V (SE-9720);

• Science Workshop Interface (Modelo 750 ou 700);

• Sistema de espectrofotômetro educacional (OS-8539) [11];

• Software PASCO Capstone;

• Disco de fendas;

• Lentes;

• Jogo de Fendas;

• Trilho ótico.

5.2 Montagem Experimental


Para trabalhar com esse sistema experimentalmente, foi utilizado o sis-
tema Pasco OS-8542 integrado a interface serial Universal Pasco 850. A
montagem experimental inicia-se com a montagem elétrica do equipamento.
Utilizando a interface da Pasco 850 (Fig. 5.1) tem-se uma série de saídas
digitais e uma saída analógica e algumas saídas de corrente variável.
A primeira coisa a ser ligada é o sensor de movimento rotatório nas portas
1 e 2, em seguida conectamos o cabo do sensor de infravermelho na porta
analógica A. Na sequência o filamento da lâmpada tem de ser alimentado
e pra isso foi usado alguns cabos, sendo um saindo do terminal positivo e
entrando no filamento da lâmpada (cabo vermelho) e o outro saindo do fila-
mento da lâmpada e ligado ao amperímetro (cabo vermelho), o terceiro cabo

10
Fig. 5.1: Interface universal Pasco 850.

sai do terminal negativo do amperímetro e é ligado ao terminal negativo da


fonte (cabo preto). Com isso, a fonte está ligada á lâmpada com o ampe-
rímetro em série. É preciso também acompanhar a tensão nos terminais da
lâmpada, então esta é ligada á um voltímetro de corrente contínua e com isso
os terminais elétricos estão todos conectados.

5.3 Desenvolvimento Experimental


Ligando a interface universal Pasco 850 o computador registra a conexão
e com isso executamos o programa Capstone da Pasco. Para a configuração
inicial do equipamento é necessário estabelecer quais são os sensores que
estão conectados. No terminal número 1 estabelecemos a conexão com um
sensor rotativo, na porta analógica A deve ser informado ao programa a
conexão com o sensor infravermelho, por meio dessa configuração inicial os
dados podem ser coletados e serão exibidos pela interface do programa. Ao
abrir uma tabela e um gráfico o sistema precisa ser calibrado e então o setup
será desmontado para que o sensor rotatório seja calibrado (servindo como
parâmetro para que o programa entenda que a volta dada tem 360◦ ).
Primeiramente a lente colimadora de foco é retirada e então o sensor de
infravermelho, o filtro e o disco de fendas também são retirados, e em seguida
o prisma é removido com muito cuidado para que o mesmo não caia, na
sequência o “braço” do espectrômetro é removido. A marca de referência do
disco rotatório deve estar alinhada a marcação 0°. Feito isso, voltando para a
configuração do programa, informamos ao mesmo o que vai ser determinado,
ou seja, “selecionar a medida” e estabelecendo-a como sendo a medida para
o ângulo (rad) e então é iniciado a coleta de dados relativos à calibração do
sensor de rotação no sentido anti-horário, enquanto que a tabela do programa
registra os dados para os valores de posição que resulta em uma reta (ângulo
x ângulo). Interrompendo a gravação dos dados para configurar o Capstone e
realizar a calibração, a calculadora do programa é aberta e uma nova equação
é definida, no caso a variável θ que equivale aos valores já obtidos. Utilizando
esses dados os mesmo são multiplicados por 360◦ e então dividido pela maior

11
medida que foi lida (356,693), a unidade é dada em grau, e agora o gráfico no
programa mostra a relação intensidade (%) x teta (graus) ou posição angular.
Os primeiros dados obtidos serão chamados de calibração, e a partir disso o
programa está apto a fazer a leitura e gravação de uma nova série de dados
demonstrando a posição do ângulo e o valor da intensidade.
Agora a lâmpada já pode ser ligada e iniciamos o processo com 5V (a
intensidade luminosa aumente com a voltagem). Nesse momento todos os
componentes que foram retirados são remontados na ordem inversa com de-
vido cuidado. O corpo negro, representado pelo filamento da lâmpada, deve
estar posicionado no inicio do trilho e as fendas colimadoras posicionadas o
mais próximo possível do mesmo e distante 10 cm da lente colimadora. Pró-
ximo ao corpo negro foi utilizado à fenda colimadora número 4 e próximo ao
senso r de infravermelho a fenda de abertura número 4.
Com os 5V ajustados o “braço” é movimentado para a posição inicial e a
gravação de uma nova série de dados é iniciada, o sinal é interrompido (com
a ajuda de uma folha de papel) e o “braço” é movimentado e os dados são
parados, novamente o “braço” volta a posição inicial e o valor da tensão (4,84)
e sua respectiva corrente são anotados. A voltagem é aumentada para 6V,
novos dados são gravados, o sinal é interrompido e o “braço” é movimentado,
dados pausados e o “braço” volta para a posição inicial e a Tensão (5,83) é
anotada como também o valor para a corrente. Os procedimentos citados
nesse parágrafo serão repetidos para 7V, 8V, 9V até que o valor da tensão
chegue a 10V, sendo que a cada mudança os valores para a tensão do filamento
são anotados na tabela o programa enquanto que as medidas são registrados
eletronicamente. Desta forma, os dados foram anotados na tabela 6.2.

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6 Discussão dos resultados
6.1 Dados Experimentais
Nessa seção anotamos os valores obtidos experimentalmente, em tabelas,
que irão auxiliar na manipulação dos dados na sequência.

Tabela 6.1: Valores de intensidade e ângulo para os quais os dados foram obtidos.

Intensidade (%) Ângulo (◦ )


484 484
583 583
680 680
779 779
877 877
976 976

Tabela 6.2: Valores para a corrente e a tensão real no filamento para a obtenção
da temperatura.

Intensidade (%) Tensão do Filamento (V) Corrente (A) Temperatura (K)


5 4,84 0,42 3126
6 5,83 0,48 3290
7 6,80 0,53 3472
8 7,79 0,58 3630
9 8,77 0,62 3819
10 9,76 0,66 3989

6.2 Análises e discussões dos resultados


Com os dados obtidos experimentalmente de forma eletrônica (as tabelas
para os dados da intensidade e do ângulo não serão anexadas ao trabalho,
visto que o número de medidas chega a 600 dados) iremos construir o gráfico
da intensidade versus a posição angular do detector para as diferentes tensões.
Para isso, utilizamos os dados referente à mediada 484 (Tabela 6.1) para a
confecção do gráfico com o intuito inicial de enxergar a captura dos dados
realizado pelo programa além de podermos extrair um dado importante a
ser explicado na sequência. O gráfico para as demais medidas também está
presente abaixo. No gráfico da relação intensidade (%) versus posição angular
(◦ ) o programa registra dois picos, o primeiro refere-se ao espectro do visível,

13
seguida de uma região de infravermelho, culminando no segundo pico menor
que corresponde ao branco.

Fig. 6.1: Registro dos picos referentes ao espectro visível e branco para a medida
Int484xTeta484.

Int583xTeta583 Int680xTeta680

14
Int779xTeta779 Int877xTeta877

Int976xTeta976
Fig. 6.2: Figuras referentes à variação da intensidade pela posição angular para
diferentes tensões.

Para continuar, um dado muito importante precisa ser anotado e está


especificado no primeiro gráfico, que refere-se a posição para o pico do branco,
que como indexada equivale ao valor positivo do ângulo máximo.

sin θ = 69, 98◦ (6.1)


Esse dado é bem importante uma vez que será utilizado na equação de
Cauchy, na sequência, correlacionando o índice de refração da luz com o
ângulo de espalhamento θ para determinar os comprimentos de onda do es-
pectro eletromagnético. Então, a partir da equação 4.21 de Cauchy o gráfico
da intensidade versus o comprimento de onda para diferentes tensões será
construído. Como a leitura dos nossos dados começam no zero e vão para
valores negativos, ao utilizar o valor positivo do máximo do branco todos os
pontos são trasladados para a direita do gráfico e então o branco vai para zero
(x=0 e y=0) e os ângulos passam a ter uma leitura positiva, ou seja, para

15
utilizar a equação de Cauchy é necessário estabelecer a soma entre o ponto
de máximo do branco e a posição angular do espectro visível, para que os
valores do gráfico fiquem positivos. Então a equação de Cauchy “modificada”
fica na forma:

13.900
v
u
λ(θ) = (6.2)
u
u r 2
1.1547 · sen (69.98) + P os.Angular + 1
+ − 1.689
3
t
2 4

Sendo o argumento da função seno dado em grau e a posição angular


também. Logo, ao utilizar a equação de Cauchy (Equação acima) os valores
que estão em ângulo são convertidos para comprimento de onda já adequando
o deslocamento do gráfico para os valores positivos, e então conseguimos
(dado que para cada posição angular nós temos um comprimento de onda)
obter em fim o gráfico que está ilustrado abaixo na escala logarítmica.

Fig. 6.3: Intensidade versus o comprimento de onda para as diferentes tensões.

Percebemos nesse gráfico que o resultado para 9,76 V não apresentou um


comportamento condizente com os demais valores que vão de encontro com a
teoria de deslocamento de Wien, então vamos refazer o gráfico e desconsiderar
esse valor para que as medidas fiquem de acordo com a literatura.

16
Fig. 6.4: Intensidade versus o comprimento de onda para as diferentes tensões.

Radiação do corpo negro em diferentes temperaturas


Para finalizar utilizaremos os dados da Tabela 6.2 para a corrente e a
tensão no filamento para calcular o valor da temperatura do filamento. A
temperatura no filamento da lâmpada é proporcional a voltagem e a corrente,
então a partir dos valores para a tensão (V) e da corrente elétrica (i) aplicadas
no filamento a temperatura será determinada utilizando a equação 6.3 para
os seis intervalos das medidas realizadas, estando os resultados desenvolvidos
abaixo e previamente anotados na Tabela 6.2.

−1 V
T (V, i) = 300K + 0.84i
(6.3)
4.5 × 10−3 K −1
Substituindo os valores para a tensão e para a corrente descrito na Tabela
6.2, individualmente os valores para a temperatura (K) foram calculados.
4,84
0.84∗0,42
−1
T (V, i)1 = 300 + = 3126K (6.4)
0, 0045
5,83
0.84∗0,48
−1
T (V, i)2 = 300 + = 3290K (6.5)
0, 0045
6,80
0.84∗0,53
−1
T (V, i)3 = 300 + = 3472K (6.6)
0, 0045

17
7,79
0.84∗0,58
−1
T (V, i)4 = 300 + = 3630K (6.7)
0, 0045
8,77
0.84∗0,62
−1
T (V, i)5 = 300 + = 3819K (6.8)
0, 0045
9,76
0.84∗0,66
−1
T (V, i)6 = 300 + = 3989K (6.9)
0, 0045
Apenas para anotação, esta última foi desconsiderada no gráfico mas
o valor da temperatura foi calculado da mesma forma e o valor de 0,84
na equação é referente à resistência do bulbo da lâmpada à temperatura
ambiente [10]. Com isso, está ilustrado no Gráfico 6.5 abaixo o resultado
experimental final da distribuição espectral do filamento de tungstênio que
se comporta como um corpo negro, com as medidas para a temperatura
indexadas.

Fig. 6.5: Distribuição espectral do filamento de tungstênio.

Nesse gráfico podemos perceber que a intensidade espectral no intervalo


de 4,84V até 8,77V aumenta com a temperatura e o pico de máximo se
desloca então para menores comprimentos de onda, contemplando a lei de
deslocamento de Wien (4.2).

18
7 Conclusão
Neste experimento estudamos o espectro de radiação do Corpo Negro ao
verificar a relação da distribuição espectral da luz e da temperatura do corpo
negro. Utilizando o filamento de uma lâmpada de tungstênio uma curva de
emissão pode ser observada graficamente resultando em um comportamento
semelhante à de um corpo negro, e foi possível concluir nas discussões des-
critas na seção anterior que quanto maior a intensidade da luz maior será a
temperatura do corpo, ou seja, aumentam proporcionalmente. Com os da-
dos obtidos, foi possível calcular também o comprimento de onda utilizando
a equação de Cauchy, que diminui perante a relação de crescimento da in-
tensidade e da temperatura variando inversamente. Em síntese, verificamos
experimentalmente um resultado proposto por Wilhelm Wien em 1893, re-
sultando na lei de deslocamento de Wien, de que o comprimento de onda
varia inversamente com a temperatura.

19
Referências
[1] “Radiação térmica - Teoria de Planck,” Disponível em: <https://www.
if.ufrgs.br/~betz/iq_XX_A/radTerm/aRadTermFrame.htm>. Acesso
em: 30 de Nov. de 2021.

[2] M. Bahiana, “Radiação térmica - Teoria de Planck,” Dis-


ponível em: <https://www.if.ufrgs.br/~betz/iq_XX_A/radTerm/
aRadTermFrame.htm>. Acesso em: 30 de Nov. de 2021.

[3] W. H. de Medeiros, “Primórdios da Física Quântica: Radiação de corpo


negro e efeito fotoelétrico,” Departamento de Física DEFIJI, UNIR,
2010.

[4] L. T. F. Eleno, “Fenômenos de Transporte: Radiação de Corpo Negro,”


2015.

[5] C. R. A.Lima, “Tópicos de laboratório a física moderna,” 2013.

[6] “Gráfico mostrando o deslocamento dos picos de emissão do corpo


negro,” Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Corpo_
negro#/media/Ficheiro:Wiens_law.svg>. Acesso em: 04 de Dez. de
2021.

[7] R. Eisberg and R. Resnick, “Física quântica - Átomos, moléculas, sóli-


dos, núcleos e partículas,” GEN LTC, Rio De Janeiro, vol. 1o edição,
1979.

[8] “Resultado teórico de Rayleigh-Jeans para a radiação de um


corpo negro comparado com o resultado experimental,” Disponí-
vel em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/
a1/Blackbody-lg.png>. Acesso em: 04 de Dez. de 2021.

[9] “Comparação entre a lei de Planck e a lei de Rayleigh-Jeans,” Disponível


em: <https://institutodepesquisascientificas.wordpress.com/
2016/04/17/>. Acesso em: 04 de Dez. de 2021.

[10] “Black Body Light Source For The Os-8539 Educational Spectropho-
tometer,” Instruction Manual and Experiment Guide for the PASCO
scientific Model OS-8542, 1987.

[11] “Educational Spectrophotometer Accessory Kit and System,” Instruc-


tion Manual with Experiment Guide and Teachers Notes OS-8537 and
OS-8539, 1989.

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[12] “Prism Mount (with prism included),” Instruction Sheet for the PASCO
Model OS-8543, 1999.

[13] “Infrared Sensor,” Instruction Sheet for the PASCO Model CI-6628,
1999.

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