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Universidade Federal do Amazonas - (UFAM)

Instituto de Ciências Exatas - (ICE)


Laboratório de Física Moderna I - (IEF822)
Professor. Dr. Haroldo de Almeida Guerreiro

Descoberta do elétron e sua razão carga-massa

Aluno: Edson Darlan M. Ferreira - 21950129

Manaus, 26 de março de 2022


Sumário
1 Introdução 5

2 Fundamentação Teórica 5
2.1 Raios catódicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Hipótese do elétron . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3 Os cálculos do experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

3 Objetivo 7

4 Parte Experimental 7
4.1 Material Necessário: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
4.2 Procedimento Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

5 Resultados e Discussões 10

6 Conclusão 12

Referências 12
Lista de Figuras
1 Tubo de raios catódicos utilizado por Thomson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 Visão esquemática do aparelho de Thomson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3 Montagem experimental para determinação da relação ϵ/m. . . . . . . . . . . . . . . 8
4 Gaussímetro e sonda axial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5 Montagem do experimento semelhante a que tem no laboratório da UFAM. . . . . . 9
Lista de Tabelas
1 Medidas experimentais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2 Medidas experimentais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3 Medidas experimentais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1 Introdução
Neste relatório, discutiremos a descoberta do elétron e como surgiu o valor da razão
carga-massa a partir do experimento feito por Thomson, que descobriu o elétron em 1897. Na
fundamentação teórica será abordado a importância dos raios catódicos, a hipótese do elétron e
os cálculos do experimento, que servirá como base para este relatório. Em seguida, será descrito a
parte experimental onde será mostrado os materiais que foram utilizados e o procedimento feito
para coleta das medidas do experimento feito em laboratório. E por fim, um breve conclusão
acerca da experiência feita, onde veremos se a razão carga-massa está consoante ao valor próximo
mais aceitável proposta pelo roteiro.

2 Fundamentação Teórica
2.1 Raios catódicos
Joseph John Thomson diz que, temos nos raios catódicos matéria em um novo estado,
um estado no qual a subdivisão da matéria é levada muito além do que no estado gasoso ordinário,
um estado no qual toda matéria, isto é, matéria derivada de diferentes fontes, como hidrogênio,
oxigênio etc. - é uma e do mesmo tipo; essa matéria é a substância do qual todos os elementos
químicos são feitos[1]. Descargas elétricas em tubos de vidro contendo um gás a baixa pressão
(figura (1)) eram estudadas desde 1709. Nessas descargas, o interior do tubo fica iluminado e a
cor da luz depende do gás; sabe-se, hoje, que as luzes são emitidas na ionização das moléculas do
gás, quando colidem com elétrons provenientes do catodo. Se o vácuo for muito bom, ocorrem
menos colisões, o que resulta em um feixe bem colimado dos elétrons do catodo. Na época de
Thomson, a natureza da eletricidade não era conhecida e descargas em tubos de vidro eram um
instrumento de investigação da natureza da eletricidade; o que distinguiu a pesquisa de Thomson
foi que, diferentemente de outros pesquisadores, ele conseguiu obter um bom vácuo e um “bom
feixe”, o que lhe permitiu observar desvios do feixe por forças elétricas e magnéticas.

Figura 1: Tubo de raios catódicos utilizado por Thomson


http://www.scielo.br/pdf/rbef/v33n1/23.pdf

O raio (feixe de partículas) que sai do catodo passa através de uma região (região de
deflexão), onde está sujeito a forças elétricas ou magnéticas, aplicadas perpendicularmente à di-
reção original do raio. Em seguida, o raio passa por uma região mais extensa, livre de forças (região
de arrasto), onde se move com movimento retilíneo uniforme, até alcançar o fim do tubo. Uma

5
mancha luminosa aparece onde o raio (as partículas do raio) bate na parede do vidro no final do
tubo. O experimento de Thomson consistiu em medir o deslocamento produzido pelas forças no
raio; o deslocamento é dado pela distância entre a posição da mancha e a direção original do raio
(quando não há forças).
No experimento, as forças exercidas nas partículas são perpendiculares ao eixo do
tubo, que é a direção inicial de movimento (das partículas) do raio; com referência à figura (2),
as forças elétricas são aplicadas ao longo da vertical e as magnéticas, entrando ou saindo do pa-
pel. Isto é, são perpendiculares à direção inicial do raio. Assim, quando uma partícula emerge da
região de deflexão, ela possui uma componente de velocidade perpendicular ao movimento ori-
ginal, igual ao produto da aceleração pelo tempo que a partícula gasta na região de deflexão (as
forças são constantes). Na região de arrasto, não há forças atuando e uma partícula mantém a di-
reção e módulo da velocidade com que emerge da região anterior; assim, o deslocamento do feixe
para baixo, é igual à componente, perpendicular da velocidade ao emergir da região de deflexão
multiplicada pelo tempo que a partícula permanece na região de arrasto.

Figura 2: Visão esquemática do aparelho de Thomson


http://www.scielo.br/pdf/rbef/v33n1/23.pdf

2.2 Hipótese do elétron


Thomson mediu a razão carga-massa das partículas que formam os raios catódicos.
Então, ele fez a hipótese, segundo a qual as partículas dos raios catódicos são constituintes fun-
damentais de toda matéria ordinária Thomson baseia sua conclusão na universalidade do valor
da razão carga-massa das partículas dos raios catódicos, pois o valor parece não depender do gás
no tubo e do material do catodo (o que afeta a velocidade das partículas). Mas muitos historiado-
res, hoje, são cautelosos em atribuir a Thomson a descoberta do elétron; a principal razão e que
as medidas de Thomson apresentam grande dispersão. Mas ele foi o primeiro a fazer a hipótese
do o elétron como parte da constituição da matéria, uma conclusão que ultrapassa o resultado
de seus experimentos. O próprio Thomson admitiu que “inicialmente houve muito poucos que
acreditaram na existência destes corpos menores que os átomos”. Para substanciar a conclusão,
Thomson também menciona um resultado obtido por Pieter Zeeman (1865-1943). Zeeman ob-
teve uma estimativa da razão carga-massa do que quer que seja que transporta a corrente elétrica
nos átomos e é responsável pela emissão e absorção da luz. Esses valores são similares aos obtidos
por Thomson para os constituintes dos raios catódicos.
A universalidade desta partícula foi logo verificada. A razão carga-massa dos chama-
dos raios beta emitidos por substâncias radioativas foi encontrada por métodos similares ao de
Thomson e seu valor é o mesmo do das partículas dos raios catódicos. Thomson mostrou, em
1899, que as partículas carregadas negativamente emitidas no efeito fotoelétrico ou emitida por
uma superfície metálica incandescente possuem a mesma razão carga-massa dos raios catódicos.

6
A partícula dos raios catódicos recebeu o nome de elétron; esse nome havia sido pro-
posto muito antes por George Stoney, para a unidade de eletricidade ganha ou perdida quando
os átomos se tornam íons eletricamente carregados. Na década após o experimento de Thomson
essa partícula fundamental tornou-se aceita e foi chamada de elétron.

2.3 Os cálculos do experimento


Quando um elétron de massa m 0 e carga ϵ entra em uma região onde existe um campo
elétrico, ele é acelerado pelo potencial elétrico U , adquirindo energia cinética de mesmo valor de
sua energia potencial

m0 v 2
ϵU =
. (1)
2
Em um campo magnético de intensidade B , a força magnética F m sobre um elétron
com velocidade v é

F m = ϵvB sen θ (2)


onde θ é o ângulo formado pelo vetor velocidade v e o vetor campo magnético, B . Se o
campo magnético for uniforme, o elétron descreve uma trajetória em hélice ao longo das linhas de
força magnética; a trajetória torna-se um círculo de raio r , se v for ortogonal ao campo B (θ = 90◦ ).
No experimento, elétrons são acelerados por um campo elétrico e penetram em uma
região com campo magnético perpendicular à direção de movimento e ao campo elétrico. Como
a força centrípeta gerada é igual à força magnética

m0 v 2 ϵBr
= ϵvB → v = (3)
r m0
Substituindo a equação (3) na (1), obtemos

ϵ 2U
= 2 2 (4)
m0 B r
Para o arranjo de Helmholtz de duas bobinas com número de espiras n, o campo B no
centro entre as bobinas é dado por

µ ¶3
4 2 i
B= µ0 n (5)
5 R
onde, µ0 = 1, 257×10−6V s/Am é a permissividade elétrica do meio, no caso o vácuo, R é o raio das
bobinas e n é o número de espiras.

3 Objetivo
Determinar o valor da razão carga-massa ϵ/m.

4 Parte Experimental
4.1 Material Necessário:

7
• Tubo de feixe estreito • Sonda Hall, axial

• Par de bobina de Helmholtz • Gaussímetro, digital

• Multímetro digital • Fonte de alimentação, 0...600 VDC

• Fonte de alimentação • Cabos de conexão

4.2 Procedimento Experimental


As duas bobinas foram posicionadas face a face conforme a montagem de Helmholtz.
Foi usado corrente sendo a mesma em ambas as bobinas, a conexão em série foi preferível à para-
lela. A corrente contínua máxima que foi utilizado não deve excedeu o valor de 5 A.
A polaridade do campo magnético for correta, uma trajetória curva luminosa foi visível
em uma sala escurecida. Variamos o campo magnético (corrente) e a velocidade dos elétrons
(potencial de foco e acelerador) pôde-se ajustar o raio da órbita de modo a fazê-lo coincidir com
os raios pré-definidos da escala de hastes metálicas. Quando o feixe eletrônico coincide com uma
das hastes da escala, somente metade do círculo foi observada. Os valores pré-definidos na escala
são 3, 4, e 5 cm. Vimos uma trajetória helicoidal do feixe, isto é, indicação de que os elétrons não
estão sendo projetados perpendicularmente ao campo magnético. Isto foi corrigido, rodando-se
o tubo em torno de seu eixo longitudinal.
As medidas de intensidade do campo magnético foram feitas com o gaussímetro e a
sonda axial, inclusos no conjunto, e comparadas com as obtidas teoricamente.

Figura 3: Montagem experimental para determinação da relação ϵ/m.


http://plnciencia.com.br/roteiros/1303.PDF

Figura 4: Gaussímetro e sonda axial.


http://plnciencia.com.br/roteiros/1303.PDF

8
Figura 5: Montagem do experimento semelhante a que tem no laboratório da UFAM.
http://plnciencia.com.br/roteiros/1303.PDF

Com os equipamentos montados, iniciamos as medições da corrente i e da tensão U ,


logo, obtivemos como segue as tabelas (1), (2), (3), para os raios 3cm, 4cm, 5cm, respectivamente.

Tensão (V) Corrente (A) Raio (cm)


200 2,30 3
250 2,60 3
300 2,80 3

Tabela 1: Medidas experimentais.

Tensão (V) Corrente (A) Raio (cm)


200 1,70 4
250 1,90 4
300 2,10 4

Tabela 2: Medidas experimentais.

Tensão (V) Corrente (A) Raio (cm)


200 1,40 5
250 1,60 5
300 1,70 5

Tabela 3: Medidas experimentais.

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5 Resultados e Discussões
Com os dados experimentais obtidos (1), (2), (3), podemos usar a equação (5) para
calcular o campo magnético e em seguida usar a equação (4) para determinar a razão carga-massa,
logo, teremos
• para r = 3cm

µ ¶3
4 2 µ0 N i
B=
5 R

µ ¶3
4 2 1, 257 × 10−6 × 154 × 2, 30
B= = 1592, 90 × 10−6 T
5 0, 2

µ ¶3
4 2 1, 257 × 10−6 × 154 × 2, 60
B= = 1800, 67 × 10−6 T
5 0, 2

µ ¶3
4 2 1, 257 × 10−6 × 154 × 2, 80
B= = 1939, 18 × 10−6 T
5 0, 2

ϵ 2U
= 2 2
m0 B r

ϵ 2 × 200
= = 1, 751 × 1011 A.s/K g
m 0 (1592, 90 × 10−6 )2 (0, 03)2

ϵ 2 × 250
= = 1, 713 × 1011 A.s/K g
m 0 (1800, 67 × 10−6 )2 (0, 03)2

ϵ 2 × 300
= = 1, 772 × 1011 A.s/K g
m 0 (1939, 18 × 10−6 )2 (0, 03)2
média da razão carga-massa,
1, 745 × 1011 A.s/K g

• para r = 4cm

µ ¶3
4 2 µ0 N i
B=
5 R

µ ¶3
4 2 1, 257 × 10−6 × 154 × 1, 70
B= = 1177, 36 × 10−6 T
5 0, 2

µ ¶3
4 2 1, 257 × 10−6 × 154 × 1, 90
B= = 1315, 87 × 10−6 T
5 0, 2

10
µ ¶3
4 2 1, 257 × 10−6 × 154 × 2, 10
B= = 1454, 38 × 10−6 T
5 0, 2

ϵ 2U
= 2 2
m0 B r

ϵ 2 × 200
= = 1, 803 × 1011 A.s/K g
m 0 (117, 36 × 10−6 )2 (0, 03)2

ϵ 2 × 250
= −6 2 2
= 1, 804 × 1011 A.s/K g
m 0 (1315, 87 × 10 ) (0, 03)

ϵ 2 × 300
= = 1, 772 × 1011 A.s/K g
m 0 (1454, 38 × 10−6 )2 (0, 03)2
média da razão carga-massa,
1, 793 × 1011 A.s/K g

• para r = 5cm

µ ¶3
4 2 µ0 N i
B=
5 R

µ ¶3
4 2 1, 257 × 10−6 × 154 × 1, 40
B= = 969, 59 × 10−6 T
5 0, 2

µ ¶3
4 2 1, 257 × 10−6 × 154 × 1, 60
B= = 1108, 10 × 10−6 T
5 0, 2

µ ¶3
4 2 1, 257 × 10−6 × 154 × 1, 7
B= = 1177, 36 × 10−6 T
5 0, 2

ϵ 2U
= 2 2
m0 B r

ϵ 2 × 200
= = 1, 701 × 1011 A.s/K g
m 0 (969, 59 × 10−6 )2 (0, 03)2

ϵ 2 × 250
= −6 2 2
= 1, 628 × 1011 A.s/K g
m 0 (1108, 10 × 10 ) (0, 03)

ϵ 2 × 300
= = 1, 731 × 1011 A.s/K g
m 0 (1177, 36 × 10−6 )2 (0, 03)2

média da razão carga-massa,


1, 686 × 1011 A.s/K g

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6 Conclusão
Para obter o valor do campo magnético foi feito três medidas da corrente, em seguida,
foi utilizado a equação da razão carga-massa para encontrar o valor, onde, neste caso, foi subs-
tituído o valor do campo magnético encontrado e variando a tensão. Encontrado a razão carga-
massa, foi tirado a média e verificou-se que, os resultados estão de acordo com o valor tabelado da
literatura. Portanto, foi possível, classicamente, chegar ao valor da razão carga-massa do elétron.
Referências
[1] Francisco Caruso and Vitor Oguri. Física Moderna: origens clássicas e fundamentos quânticos.
Elsevier, 2006.

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