Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESTRUTURA DA MATÉRIA
GUARULHOS – SP
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3
1
2 ESTRUTURA ATÔMICA E ORBITAIS MOLECULARES ......................................... 4
3.4 Íons...................................................................................................................... 10
6.2 Radioatividade..................................................................................................... 20
8 A dualidade onda-partícula..................................................................................... 27
2
10.2 Energia de Ionização ......................................................................................... 36
1 INTRODUÇÃO
3
comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos
ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
Ao longo dos séculos XIX e XX, grandes cientistas “desenharam” modelos para
o átomo. Esses modelos eram baseados, na maioria das vezes, em resultados
experimentais, o que possibilitava a realização de algumas previsões acerca da
estrutura atômica. À medida que algum detalhe era descoberto, “desenhava-se” um
novo modelo atômico com mais detalhes, mais complexo.
4
Antes de adentrar no estudo da estrutura atômica, é importante rever algumas
ideias gerais sobre átomos. Os átomos são constituídos por um núcleo denso,
positivamente carregado e rodeado por elétrons negativamente carregados,
dispostos a uma distância relativamente grande, conforme mostra a Figura 1. O
núcleo, por sua vez, é constituído por partículas subatômicas e eletricamente neutras,
denominadas nêutrons, e por prótons, que são positivamente carregados (WELLER,
2017). Apesar de o núcleo ser extremamente pequeno, com cerca de 10-14 a 10-15
metros em diâmetro, comporta essencialmente toda a massa do átomo. Já os elétrons
têm massa negligenciável e circundam o núcleo a uma distância de aproximadamente
10-10 metros. Para ter uma ideia do quão pequeno é o átomo, considere que o seu
diâmetro típico é cerca de 2 x 10-10 m ou 200 picômetros (pm), sendo que 1 pm é
igual a 10-12 m. A distância atômica pode, ainda, ser expressa pela unidade ângstron
(Å), onde 1 Å = 10-10 m = 100 pm.
5
Quadro 1. Características físicas das partículas subatômicas
2.1 Orbitais
7
Do mesmo modo que os orbitais moleculares ligante e não ligante σ resultam
da combinação de dois orbitais atômicos s, os orbitais moleculares ligante e não
ligante π resultam da combinação de dois orbitais atômicos p (WELLER, 2017).
Z = n° de prótons
8
A=p+n
Já que tanto o número de prótons (p) quanto o de nêutrons (n) são números
inteiros, o número de massa (A) sempre será um número inteiro também. Desse
modo, já que os elétrons são partículas com massa desprezível, não tendo influência
significativa na massa dos átomos, o que determina a massa de um átomo é, na
verdade, o número de massa (p + n) (WELLER, 2017). Veja os seguintes exemplos:
9
Figura 4. Representação esquemática do elemento químico carbono (C). Fonte: Oorka /
Shutterstock.com.
3.4 Íons
11
4 COMPOSIÇÃO DE MOLÉCULAS E SUA RELAÇÃO COM A QUÍMICA
INORGÂNICA
12
um composto iônico é formado por íons. De forma geral, compostos binários
formados por dois não metais são moleculares e os formados por um metal e um não
metal são iônicos. A água (H2O) é um exemplo de composto molecular binário,
enquanto o cloreto de sódio (NaCl) é um exemplo de composto iônico binário.
Exemplo:
• O nitrogênio (N) é um não metal; logo, espera-se que ele forme um ânion. Ele
pertence ao Grupo 15/V. Como 15-18 = -3, espera-se que ele forme o íon N-3. O
número de prótons, nêutrons e elétrons do N-3 será:
N° de prótons = 7
N° de elétrons = 7 + 3 = 10
N° de nêutrons = 14 - 7 = 7
• O cálcio (Ca) é um metal; logo, tende a formar cátions. Ele pertence ao Grupo
2 e forma o cátion Ca+2, o íon cálcio. O número de prótons, nêutrons e elétrons do
Ca+2 será:
N° de prótons= 20
N° de elétrons= 20 – 2 = 18
N° de nêutrons = 40 – 20 = 20
13
• Cálcio (Ca): composição de ossos e dentes, contração muscular e coagulação
sanguínea;
• Ferro (Fe): hemoglobina e mioglobina (transporte de oxigênio pelo sistema
circulatório);
• Magnésio (Mg): participa da composição da clorofila e da estrutura de
ribossomos e ossos;
• Fosfato (PO4-³): participa da composição óssea (fosfato de cálcio e magnésio)
e da molécula de ATP (adenosina trifosfato). Fosfolipídio: participa da estrutura da
membrana celular, do DNA e do RNA;
• Iodo (I): participa da estrutura dos homônios T3 (triodotironina) e T4
(tetraiodotironina) da glândula tireoide, que estimula o metabolismo basal (quantidade
total de energia gasta para a manutenção da atividade vital);
• Flúor (F): estimula a mineralização do esmalte dentário (flúor e fluoreto),
previne dilatação das veias, causa problemas na vesícula, além de paralisia.
14
Figura 5. Representação de algumas moléculas: (a) amônia; (b) ácido sulfúrico; (c) óxido
nitroso; (d) ácido nítrico; (e) nitrato de cobalto. Fonte: Orange Deer Studio/Shutterstock.com.
5 TEORIA ATÔMICA
15
2. Todos os átomos de dado elemento são idênticos, tendo o mesmo tamanho,
massa e propriedades químicas. Os átomos de um elemento são diferentes dos
átomos de todos os outros elementos.
3. Os compostos são constituídos por átomos de mais de um elemento. Em
qualquer composto, a razão entre os números de átomos de quaisquer elementos
presentes é um número inteiro ou uma fração simples.
4. Uma reação química envolve apenas a separação, combinação ou rearranjo
dos átomos: não resulta na sua criação ou destruição.
16
Figura 6. (a) De acordo com a teoria atômica de Dalton, os átomos do mesmo elemento são
idênticos, mas são diferentes daqueles de outros elementos. (b) Um composto formado por átomos
dos elementos X e Y. Nesse caso, a razão entre o número de átomos do elemento X e dos átomos do
elemento Y é 2:1. Fonte: Sagah.
A terceira hipótese de Dalton apóia outra lei importante, a lei das proporções
múltiplas. De acordo com essa lei, se dois elementos podem combinar-se para formar
mais de um composto, as massas de um elemento que se combinam com dada massa
do outro elemento estão na razão de números pequenos e inteiros. A teoria de Dalton
explica a lei das proporções múltiplas de forma muito simples: compostos diferentes
constituídos pelos mesmos elementos diferem no número de átomos de cada espécie
com que se combinam. Por exemplo, o carbono forma dois compostos estáveis com
o oxigênio, chamados de monóxido de carbono e dióxido de carbono (CHANG, 2007).
As técnicas de medição modernas indicam que um átomo de carbono se combina com
um átomo de oxigênio no monóxido de carbono e com dois átomos de oxigênio no
dióxido de carbono. Assim, a razão entre o oxigênio no monóxido de carbono e o
oxigênio no dióxido de carbono é 1:2.
Esse resultado é consistente com a lei das proporções múltiplas, porque a
massa de um elemento em um composto é proporcional ao número de átomos do
elemento presente (Figura 7). A quarta hipótese de Dalton é outra forma de exprimir
a lei da conservação da massa, que diz que a matéria não pode ser criada nem
destruída. Como a matéria é constituída por átomos que não são alterados em uma
reação química, então a massa também deve se conservar. A visão brilhante de
Dalton sobre a natureza da matéria foi o principal estímulo para o progresso rápido da
química no século XIX.
17
Figura 7. Ilustração da lei das proporções múltiplas. Fonte: Sagah.
6 ESTRUTURA DO ÁTOMO
6.1 Elétron
18
ligados, mas equilibrados anulando a influência um do outro, a radiação atinge o ponto
B. De acordo com a teoria eletromagnética, um corpo carregado em movimento
comporta-se como um ímã e pode interagir com os campos elétrico e magnético que
atravessa. Em virtude de os raios catódicos serem atraídos pela placa com carga
positiva e repelidos pela placa com carga negativa, devem ser constituídos por
partículas com carga negativa. Essas partículas com carga negativa são denominadas
elétrons.
Figura 8. Um tubo de raios catódicos com um campo elétrico perpendicular à direção dos
raios catódicos e um campo magnético externo. Os símbolos N e S representam os pólos norte e sul
do ímã. Os raios catódicos atingirão a extremidade do tubo em: A, na presença do campo magnético;
C, na presença de um campo elétrico, e B, quando não há campos externos ou quando os efeitos dos
campos elétrico e magnético se anulam. Fonte: Sagah.
19
que é uma massa extremamente pequena.
6.2 Radioatividade
20
Investigações posteriores mostraram que, na desintegração ou quebra de
substâncias radioativas, como o urânio, são produzidos três tipos de radiação, dois
dos quais desviados por placas metálicas com cargas opostas (Figura 10).
Figura 10. Três tipos de raios emitidos por elementos radioativos. Os raios consistem em
partículas com carga negativa (elétrons) e são, portanto, atraídos pela placa carregada positivamente.
O oposto é válido para os raios — eles têm carga positiva e são atraídos para a placa com carga
negativa. Como os raios γ não têm carga, o seu percurso não é afetado por um campo elétrico
exterior. Fonte: Sagah.
21
um bolo (Figura 11). Esse modelo chamado de “pudim de passas” foi a teoria aceita
durante muitos anos (CHANG, 2007).
Figura 11. O modelo de átomo de Thomson, às vezes descrito como o modelo do “pudim de
passas”, uma sobremesa tradicional inglesa. Os elétrons estão embutidos em uma esfera com carga
positiva distribuída uniformemente. Fonte: Sagah.
22
Figura 12. (a) O esquema da experiência de Rutherford para medir o espalhamento das
partículas por uma lâmina de ouro. Em sua maioria, as partículas atravessaram a lâmina de ouro
praticamente sem serem desviadas. Algumas foram desviadas de grandes ângulos. Ocasionalmente,
uma partícula era desviada em sentido contrário. (b) Uma visão ampliada de partículas que
atravessam e que são desviadas pelos núcleos. Fonte: Sagah.
23
Um raio atômico típico é cerca de 100 pm, enquanto o raio de um núcleo
atômico é apenas cerca de 5 x 10-³ pm. Podemos ter uma noção das dimensões
relativas de um átomo e de seu núcleo imaginando que se um átomo fosse do
tamanho do Astródomo de Houston, o volume de seu núcleo seria comparável a uma
bola de gude. Enquanto os prótons estão confinados ao núcleo do átomo, concebem-
se os elétrons como estando espalhados à volta do núcleo e a alguma distância deste
(CHANG, 2007).
6.4 O Nêutron
24
Figura 13. Os prótons e os nêutrons de um átomo estão contidos em um núcleo
extremamente pequeno. Os elétrons são apresentados como “nuvens” em torno do núcleo. Fonte:
Sagah.
7 QUANTIZAÇÃO DA ENERGIA
Sempre tentamos explicar o mundo a nossa volta. Através dessa busca pelo
conhecimento, construímos teorias que são utilizadas na criação de nossas
tecnologias. Algumas pessoas hoje acham que já foi descoberto tudo o que se tinha
para descobrir. Isso não é verdade. Nossa imaginação e curiosidade são infinitas e
sempre iremos perguntar mais e mais. A busca pelas respostas é ainda mais
interessante, pois às vezes queremos chegar a elas a qualquer preço e isso cria novas
teorias e hipóteses que por muitas vezes, a princípio, não são aceitas, nem pelo
próprio criador da hipótese. Um exemplo muito bom é o da criação da Mecânica
Quântica. Em 14 de dezembro de 1900, numa reunião da Sociedade Alemã de Física,
Max Planck apresentou seu artigo “Sobre a Teoria da Lei de Distribuição de Energia
do Espectro Normal”. (PLANCK, 1900a)
Neste artigo ele fez o detalhamento do comportamento dos elétrons nas
paredes do corpo negro e sua interação com a radiação eletromagnética dentro de
uma cavidade (corpo oco ligado ao exterior por um orifício onde a luz pode penetrar e
ser termalizada em suas paredes). Planck associou a energia a uma dada frequência
da radiação de corpo negro à energia de um elétron na parede oscilando
senoidalmente na mesma frequência. Neste primeiro artigo ele havia postulado que
apenas a energia da partícula oscilante é quantizada. Somente mais tarde (PLANCK,
1900a) Planck introduziu este conceito para as ondas eletromagnéticas.
25
O fato é que, Planck não estava tão certo da introdução da constante h em sua
teoria, conforme escreveu “... um ato de desespero...” “Eu sabia que o problema é de
fundamental significado para a física; eu sabia a fórmula que reproduz a distribuição
de energia no espectro normal; uma interpretação teórica tinha que ser encontrada a
qualquer custo, não interessando quão alto” (MEHRA e RECHENBERG, 1982-1987).
A Mecânica Clássica Newtoniana não é capaz de descrever o comportamento de
sistemas como átomos e moléculas. Precisamos buscar novas formas (teorias) de
explicar fenômenos que não são explicados através de teorias clássicas. Esta nova
teoria, denominada Mecânica Quântica, fornece a base para entendermos o
comportamento dos átomos e moléculas na matéria.
A Mecânica Clássica Newtoniana também não é capaz de descrever tão bem
o Universo como a Teoria da Relatividade de Einstein. Assim como a Teoria da
Relatividade estende o campo de aplicação das leis físicas para a região de altas
velocidades, que incluem as leis clássicas como casos especiais, a física Quântica
estende esse campo à região de pequenas dimensões. Assim como a velocidade da
luz c é uma constante de significado fundamental para a Relatividade, caracterizando-
a, a chamada constante de Planck h é uma constante universal que caracteriza a física
Quântica.
26
observando a coloração da luz por ele emitida. Os detalhes do espectro da radiação
térmica dependem da composição do material de que o corpo é constituído. No
entanto existe um corpo ideal que emite espectros térmicos de caráter universal.
Esses corpos são chamados de corpos negros, isto é, absorvem toda a radiação
térmica incidente sobre eles. O nome é apropriado, pois não refletem luz alguma e
são, portanto, negros. Corpos negros à mesma temperatura emitem radiação térmica
com o mesmo espectro. Isso não pode ser explicado através de argumentos clássicos,
pois a forma específica do espectro não pode ser obtida a partir da termodinâmica
clássica. No final do século XIX os físicos então começaram a procurar uma
explicação para as características específicas do espectro de corpo negro.
Estes modelos clássicos culminaram nos trabalhos de Rayleigh e Jeans
(RAYLEIGH, 1905; JEANS, 1905), no início do século passado (XX), onde fizeram o
cálculo da densidade de energia da radiação de corpo negro o qual mostrou uma séria
divergência entre física clássica e os resultados experimentais. O comportamento da
previsão da teoria clássica de Rayleigh e Jeans é tão ruim para altas frequências que
essa parte é conhecida como “catástrofe do ultravioleta” (KUHN, 1978; KLEIN, 1962;
MEHRA e RECHENBERG, 1982- 1987).
Planck propôs que a energia média das ondas estacionárias fosse uma função
da frequência. Isto contradiz a lei da equipartição da energia, que associa à energia
média um valor independente da frequência. Planck observou que a energia média
dava valores satisfatórios quando a frequência tendia a zero, porém, a discrepância
para altas frequências poderia ser eliminada se houvesse, por algum motivo, um corte.
Percebeu então que isso poderia ser feito se modificasse o cálculo. Tratou a
energia como se ela fosse uma variável discreta em vez de uma variável contínua,
pois esta deveria mudar em certa parte do processo. Observou, ainda, que deveria
utilizar valores pequenos para quando a frequência fosse baixa e valores grandes para
frequências altas. Portanto, uma energia que obedece a teoria de Planck é dita
quantizada.
8 A DUALIDADE ONDA-PARTÍCULA
27
propagação do som em termos de um modelo ondulatório e pressões dos gases em
termos de uma modelo corpuscular (teoria cinética). Porém, no início do século XX ao
se depararem com a descoberta de partículas elementares da matéria, tais como o
elétron e o próton, não podiam mais explicar classicamente os fenômenos observados
por estas partículas. Como por exemplo, o elétron: A razão entre carga massa do
elétron e o rastro de ionização que ele deixa na matéria sugerem um comportamento
corpuscular (ALEXANDER LANGSDORF, 1938), mas a difração de elétrons
(DAVISSON e GERMER, 1927) sugere um comportamento ondulatório. Niels Bohr
resume esta situação (DÜRR, NONN e REMPE, 1998) como o princípio da
complementaridade, ou seja, os modelos ondulatórios e corpusculares são
complementares.
Portanto radiação e matéria não são apenas ondas ou partículas. A escolha do
modelo é determinada pela natureza da medida. Louis de Broglie propôs em 1923 (DE
BROGLIE, 1923a) a existência de ondas de matéria. O pensamento é relativamente
simples; se um fóton tem associado a ele uma onda luminosa, uma partícula material,
por exemplo, o elétron, deverá ter associado a ela uma onda de matéria. De acordo
com de Broglie uma partícula tem um comprimento de onda (λ) associado a ela, pela
fórmula:
28
obteríamos sempre . Todas as partículas materiais teriam então um
comprimento de onda menor do que qualquer dimensão característica, e nunca
poderíamos observar efeitos de difração. Embora o valor de h absolutamente não seja
zero, ele é pequeno. E é exatamente pelo fato de ser pequeno que a existência de
ondas de matéria no mundo material fica disfarçada, pois deveríamos ter momentos
muito pequenos para que obtivéssemos comprimentos de onda mensuráveis.
29
forma do recipiente que o contém; já o estado gás é uma forma fluída da matéria que
ocupa todo o recipiente que o contém. Cabe ainda ressaltar que o termo vapor é usado
para indicar que uma substância, que normalmente é sólida ou líquida, está na forma
de gás.
A Figura 14 mostra como os estados da matéria podem ser distinguidos pelos
arranjos e movimento de seus átomos e moléculas. Em um sólido, como o gelo ou o
cobre, os átomos estão organizados de modo a ficarem muito perto uns dos outros,
dificultando que se movam facilmente, tornando o sólido uma estrutura rígida.
Contudo, os átomos de um sólido não ficam imóveis, eles oscilam em torno de sua
posição média. Esse movimento de oscilação fica mais intenso com a aumento da
temperatura. Já os átomos e as moléculas de um líquido apresentam uma organização
semelhante ao de um sólido, porém eles têm energia suficiente para se mover uns em
relação aos outros. Em um gás, como o ar (que é composto principalmente de
nitrogênio e oxigênio) e o vapor de água, por exemplo, as moléculas são quase
totalmente livres umas das outras, elas se movem pelo espaço em velocidades
próximas à do som, eventualmente colidindo e mudando de direção.
Figura 14. Representação molecular dos três estados da matéria. Fonte: Adaptada de Andrii
Symonenko/Shutterstock.com.
32
Figura 16. Tabela periódica, com nomes de algumas regiões e grupos. Fonte: Weller et al.
(2017, p. 863).
33
Fonte: Adaptado de Atkins, Jones e Laverman (2013).
34
10 PROPRIEDADES DOS ELEMENTOS DA TABELA PERIÓDICA
35
Generalizando:
• em uma mesma família: o raio atômico (tamanho do átomo) aumenta de cima
para baixo na tabela, em razão do aumento do número de níveis;
• em um mesmo período: o tamanho do átomo aumenta da direita para a
esquerda na tabela, em razão da diminuição do número de prótons nesse sentido, o
que diminui a força de atração sobre os elétrons.
Veja a Figura 17 a seguir.
36
Portanto, a segunda energia de ionização, I2, de um elemento é a energia
necessária para remover um elétron de um cátion com carga unitária na fase gás.
Para o cobre, por exemplo:
Quanto maior o raio atômico, menor será a atração exercida pelo núcleo sobre
o elétron mais afastado. Portanto, menor será a energia necessária para remover esse
elétron. Assim:
37
10.4 Eletronegatividade
10.5 Densidade
38
a) nas famílias IA e IIA, os elementos de maiores TF e TE estão situados na
parte superior da tabela. Na maioria das famílias, os elementos com maiores TF e TE
estão situados geralmente na parte inferior;
b) em um mesmo período, de maneira geral, a TF e a TE crescem das
extremidades para o centro da tabela.
Assim, entre os metais, o tungstênio (W) é o que apresenta maior TF: 3410°C.
O carbono (C), por formar estruturas com grande número de átomos, apresenta TF
(3550°C) e TE (4287°C) elevados.
39
mediante a transferência completa de um ou mais elétrons de um átomo para outro
ou pelo compartilhamento de elétrons dos níveis de valência. Uma ligação química
entre dois átomos é, então, formada se o arranjo resultante dos dois núcleos e seus
elétrons apresentam menos energia do que a energia total dos átomos separados.
Essa mudança de energia durante a formação de ligações ocorre quando os elétrons
de valência dos átomos, ou seja, os elétrons da camada mais externa, mudam de
posição (WELLER, 2017).
40
(Cl). Pode-se imaginar a formação do sólido em três etapas: os átomos de sódio
liberam elétrons, que se ligam aos átomos de cloro, e os íons resultantes agrupam-se
como um cristal. O átomo de sódio (Na) está no Grupo 1-IA da tabela periódica, logo,
apresenta um elétron na camada de valência. Assim, sua estabilidade eletrônica será
atingida pela perda de um elétron, originando o íon Na+, com oito elétrons da camada
de valência. A energia de ionização do sódio é de 494 kJ·mol-¹, então, é preciso
fornecer essa quantidade de energia para formar os cátions no processo. Observe:
O átomo de cloro (Cl) está no grupo 17-VIIA da tabela periódica, logo, apresenta
sete elétrons na camada de valência. A sua estabilidade eletrônica é então atingida
pelo ganho de um elétron, originando o íon Cl-. A afinidade eletrônica dos átomos de
cloro é de +349 kJ·mol-¹, logo, são liberados essa quantidade de energia quando
elétrons se ligam aos átomos de cloro para formar ânions. Observe:
Após a formação dos íons (Na+ e Cl-) eletronicamente estáveis, ocorre uma
interação eletrostática (cargas com sinal contrário se atraem), formando assim os
compostos iônicos. A interação entre os íons produz aglomerados com forma
geométrica definida, denominados retículos cristalinos, característicos dos sólidos.
Assim, quando os íons de sódio e cloro, por exemplo, se juntam para formar um sólido
cristalino, a atração mútua libera uma grande quantidade de energia.
Experimentalmente, obtém-se:
41
• São sólidos nas condições ambientes (temperatura de 25°C e pressão de 1
atm).
• Os compostos iônicos apresentam elevadas temperatura de fusão e
temperatura de ebulição.
• São duros e quebradiços, quando submetidos a impacto, produzindo faces
planas.
• Quando dissolvidos em água ou quando puros no estado líquido (fundidos),
apresentam condutibilidade elétrica, em razão da existência de íons com liberdade de
movimento, que podem ser atraídos pelos eletrodos, fechando o circuito elétrico.
• Seu melhor solvente é a água.
42
núcleos e nenhum dos átomos perde totalmente um elétron, portanto, nenhum átomo
precisa receber a totalidade de energia de ionização (WELLER, 2017).
A ligação covalente pode ser representada esquematicamente, como mostrado
no Quadro 6 a seguir.
43
(SiO2)n, grafita (C), diamante (C), celulose (C6H10O5)n, polietileno (C2H4)n, entre outros
(WELLER, 2017).
11.5 Eletronegatividade
O poder de atração dos elétrons exercido por um átomo que participa de uma
ligação é chamado de eletronegatividade. Assim, o átomo do elemento que
apresenta a maior eletronegatividade tem maior poder de atrair elétrons e tende a
afastá-los do átomo que apresenta a menor eletronegatividade. Em 1932, o químico
norte-americano Linus Pauling propôs, experimentalmente, uma medida quantitativa
da distribuição dos elétrons na ligação, conforme mostrado na Figura 18.
Lewis criou uma forma simples para demonstrar os elétrons de valência quando
os átomos formam ligações iônicas. Ele representou cada elétron de valência como
um ponto e distribuiu em torno do símbolo do elemento. Cada ponto representa um
único elétron em um orbital e um par de pontos representa dois elétrons emparelhados
partilhando o orbital.
Para deduzir a fórmula de um composto iônico usando os símbolos de Lewis,
representa-se primeiro o cátion pela remoção de elétrons (representados pelos pontos
do símbolo do átomo do metal). Após, representa-se o ânion transferindo esses pontos
(elétrons) para o símbolo do átomo do não metal, de modo a completar sua camada
de valência, ou seja, atingir a configuração de um gás nobre. Por fim, escreve-se
sobrescrito a carga de cada íon. Um exemplo simples seria a fórmula do cloreto de
cálcio (CaCl2), representado a seguir (ATKINS; JONES; LAVERMAN, 2013).
A mesma ideia descrita por Lewis para ligações iônicas pode ser estendida às
ligações covalentes. Contudo, quando uma ligação covalente é formada, os átomos
compartilham elétrons até atingir a configuração de um gás nobre. Lewis denominou
esse princípio de regra do octeto, em que os átomos de uma ligação covalente
tendem a completar seus octetos pelo compartilhamento de elétrons. O nitrogênio (N),
por exemplo, tem cinco elétrons na camada de valência e utiliza mais três para
completar o octeto. O cloro (Cl) tem sete elétrons na camada de valência e utiliza mais
45
um para completar o octeto. O argônio (Ar) já tem seus oito elétrons na camada de
valência, dessa forma, não compartilha elétrons. O hidrogênio (H), pelo fato de formar
apenas uma ligação, ou seja, ter valência igual a 1, usa apenas mais um elétron para
atingir ao dublete do hélio.
Pode-se utilizar também os símbolos de Lewis para descrever ligações
covalentes, como uma linha (-) para representar o par de elétrons compartilhado. A
molécula de hidrogênio, formada por dois átomos de hidrogênio, é representada pelo
símbolo H-H. O átomo de cloro tem sete elétrons na camada de valência, logo, o outro
elétron utilizado para completar o octeto vem do compartilhamento de um elétron
fornecido por outro átomo, como um outro átomo de cloro ou um átomo de hidrogênio,
conforme mostrado na Figura 19.
Figura 19. Representação das ligações covalentes por meio das estruturas de Lewis. Fonte:
Adaptada de magnetix/Shutterstock.com.
46
Figura 20. Representação de uma ligação iônica polar. Fonte: Adaptada de Orange Deer
studio/Shutterstock.com.
Figura 21. Representação de uma ligação covalente apolar. Fonte: Adaptada de Orange
Deer studio/Shutterstock.com.
47
Figura 22. Representação de uma ligação covalente polar. Fonte: Adaptada de Orange Deer
studio/Shutterstock.com.
Figura 23. Representação do momento dipolar do BF 3. Fonte: Fogaça (2018, documento on-
line).
Figura 25. Demonstração da ligação tripla por meio da sobreposição π no etino. Fonte:
Adaptada de magnetix/Shutterstock.com.
Dessa forma, para que ocorra uma ligação química, é necessário que haja
simetria adequada e energias próximas entre os orbitais.
Perceba que mais de um par de elétrons pode ser compartilhado, formando- -
se, então, ligações simples, duplas e triplas. Veja no Quadro 4 a relação entre a
posição dos átomos na tabela e a possibilidade de ligações (BENVENUTTI, 2006).
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
50
CHANG, R. Química Geral: Conceitos Essenciais. 4. ed. em Português. Porto
Alegre: McGraw Hill, 2007.
KLEIN, M. J. Max Planck and the beginnings of quantum theory. Archive for History
of Exact Sciences, n. 1, p. 459-479, 1962.
51