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PARTE 1
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 6
utilização.
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CAPÍTULO 1 – DIODO SEMICONDUTOR
3Um cristal é uma estrutura onde seus elementos estão organizados num padrão tridimensional
que se repete periodicamente no espaço, dando-lhe uma definição geométrica especifica.
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(Ge), enquanto os de cristal composto são formados por dois ou mais materiais
diferentes, como por exemplo: arseneto de gálio (GaAs), sulfeto de cádmio
(CdS), dentre outros. Os materiais mais utilizados na fabricação de componentes
eletrônicos são: silício, germânio e arseneto de gálio. A figura 2 mostra a
distribuição eletrônica de um cristal singular e um composto.
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1.2 MATERIAIS INTRÍNSECOS
Vale ressaltar que não é possível eliminar totalmente átomos de impurezas dos
semicondutores. Isto faz com que algumas ligações covalentes sejam
quebradas, dando origem a portadores de carga dentro da estrutura cristalina.
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material extrínseco tipo N ou simplesmente material tipo N, pois o
portador principal de carga na estrutura é o elétron (portador
majoritário). A figura 3 mostra um exemplo de ligação feita entre uma
impureza pentavalente e um semicondutor.
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1.3.1 PORTADORES MINORITÁRIOS
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1.4.1 DIODO SEM POLARIZAÇÃO (𝑽𝑨𝑲 = 𝟎𝑽)
Quando o diodo não está polarizado5, ocorre uma difusão dos elétrons existentes
na região próxima à junção PN. Este fenômeno ocorre devido à fraca atração
que os elétrons do material N têm em relação aos seus átomos de origem
(impurezas pentavalentes). Esta movimentação de elétrons provoca a criação de
dois íons: um carregado positivamente (cátion) no lado N e outro carregado
negativamente (ânion) no lado P, provocando uma depleção (ausência) de
portadores na região da junção (ver figura 6).
À medida que os elétrons difundem a junção, a diferença de potencial entre os
átomos carregados aumenta até um ponto de equilíbrio, onde o fenômeno de
difusão cessa. Este ponto ocorre quando a tensão é de, aproximadamente, 0,7V
para o silício e 0,3V para o germânio. Na prática, esta situação corresponde ao
diodo não conectado ao circuito ou conectado e não recebendo alimentação da
fonte de tensão.
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estrutura. Esta polarização provoca um estreitamento da camada de depleção,
pois os portadores de carga de cada material são forçados a se recombinarem6.
Tal estreitamento é função do fluxo de portadores minoritários, que recombinam
com os íons existentes na região próxima da junção.
É importante observar que enquanto 𝑉𝐴𝐾 < 0,7𝑉, a corrente elétrica existente é
devida ao deslocamento dos portadores minoritários. Quando 𝑉𝐴𝐾 atinge o valor
de 0,7V, o diodo começa conduzir e partir deste ponto qualquer acréscimo no
valor de tensão, provoca um aumento intenso da corrente.
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de corrente de saturação reversa (𝑰𝑺 ). A figura 8 mostra um exemplo de
polarização reversa.
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Através da análise da curva é possível observar que, a partir da tensão limite
para a polarização reversa, o diodo passa conduzir uma corrente intensa em
sentido que não deveria existir. No lado da polarização direta, vemos que quando
o diodo atinge o valor de tensão de joelho, ele conduz intensamente
comportando-se como um curto.
1.4.5.1 MODELO 1
Neste modelo apenas analisamos o diodo como uma chave estática ideal, ou
seja, ele estará ligado (funcionando como um curto) ou desligado (funcionando
como um circuito aberto). É importante lembrar que uma chave ideal apresenta
as seguintes características:
Quando fechada: possui queda de tensão 0V e corrente tendendo ao
infinito;
Quando aberta: possui corrente 0A e tensão tendendo ao infinito.
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Figura 10: a) Modelo elétrico equivalente do diodo. b) Comparação entre a curva do modelo e a curva v-i
do componente.
Fonte: (CRUZ; JUNIOR; MARQUES, 1998).
1.4.5.2 MODELO 2
Neste modelo inserimos a queda de tensão 𝑉𝐴𝐾 = 0,7𝑉 em série com a chave
(figura 11). Este modelo equivalente diz que toda vez que o diodo estiver
conduzindo (chave fechada), haverá uma queda de tensão de,
aproximadamente, 0,7V entre seus terminais.
Figura 11: a) Modelo elétrico equivalente do diodo. b) Comparação entre a curva do modelo e a curva v-i
do componente.
Fonte: (CRUZ; JUNIOR; MARQUES, 1998).
1.4.5.3 MODELO 3
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Figura 12: a) Modelo elétrico equivalente do diodo. b) Comparação entre a curva do modelo e a curva v-i
do componente.
Fonte: (CRUZ; JUNIOR; MARQUES, 1998).
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1.6 APLICAÇÕES DO DIODO
Determinar todas as possíveis aplicações que um diodo pode ter é uma tarefa
praticamente impossível. Pois este componente pode ser utilizado desde
circuitos de proteção até em usinas geradoras de energia elétrica. A seguir, são
listados alguns exemplos de aplicações desde componente tão importante para
a eletrônica.
Circuito de proteção contra inversão de polaridade;
Circuitos retificadores (conversores de tensão alternada para contínua);
Sensores de temperatura;
Sensores ópticos;
Fibra óptica;
Limitadores de sinal;
Células fotovoltaicas;
Circuitos internos de circuitos integrados como: portas lógicas,
amplificadores operacionais, etc.
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1.6.1 CIRCUITO COM O DIODO COMO CHAVE
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Uma observação importante a respeito do cálculo de Rd. Como o resistor deve
dissipar o calor necessário no circuito, devemos escolher adequadamente o
resistor com uma capacidade de dissipação de potência correta. Para tal,
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utilizamos a fórmula de potência 𝑃𝑅𝐷 = 𝐼𝑅𝐷 ∗ 𝑅𝑑 .
Uma outra aplicação simples para o diodo é o uso como dispositivo de proteção
contra a ligação errada de um circuito. Para exemplificar, imagine a seguinte
situação:
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1.6.3.1 SINAIS SENOIDAIS
Figura 14: Forma de onda senoidal de uma tensão alternada representada no domínio do tempo.
Fonte: (ROBBINS; MILLER, 2003).
7 Este termo está associado à forma de onda de um sinal elétrico que obedece uma função seno.
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Onde:
𝒗(𝒕): Valor instantâneo do sinal para um determinado tempo em
segundos;
𝑽𝒑𝒊𝒄𝒐 : Valor máximo que pode ser obtido para um determinado sinal;
𝝎: Velocidade angular definida por 𝜔 = 2𝜋𝑓. Em que 𝑓 é a frequência em
Hz (Hertz);
𝒕: O instante em segundos que desejamos saber o valor do sinal.
1.6.3.2 TRANSFORMADOR
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isolamento e adequação de níveis de potência elétrica. Nesta seção
apresentaremos apenas o necessário a respeito desta máquina elétrica.
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Esta relação entre as grandezas é conhecida com relação de transformação
(𝜶).
Este é o tipo mais simples de circuito retificador. Consiste num diodo ligado em
série com uma carga 𝑅𝐿 (figura 16).
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No primeiro semiciclo da senóide o diodo D1 estará polarizado diretamente,
comportando-se como uma chave fechada. Com isso, haverá corrente
circulando no circuito e a tensão de pico do secundário do transformador estará
disponível nos terminais da carga RL. No segundo semiciclo, o diodo D1 ficará
polarizado reversamente e será uma chave aberta para o circuito. Neste caso,
toda a tensão do secundário estará entre seus terminais e não haverá tensão
disponível para a carga. Este comportamento é ilustrado na figura 17.
A tensão média (ou tensão CC) que será mostrada em um voltímetro é dada pela
expressão:
𝑉𝐷𝐶 = 0,318(𝑉𝑝 − 𝑉𝐷 ) eq. (7)
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Quando o diodo estiver polarizado reversamente deve suportar a
tensão de pico do secundário: 𝑉𝐵𝑅 ≥ 𝑉𝑃𝑆𝐸𝐶 .
Como pode ser observado na figura 17, que período e frequência da tensão
pulsante na carga serão os mesmos da tensão do secundário do transformador.
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Figura 19: Comportamento do retificador de onda completa.
Fonte: (BERTOLI, 2000).
A equação 8 pode ser utilizada neste circuito para definição do valor da corrente
média que circula na carga RL.
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1.6.3.5 RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE (ROCP)
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Para este circuito a frequência de saída será o dobro da frequência da tensão
do secundário. Consequentemente, o período de saída será a metade do
período de entrada.
A equação 8 pode ser utilizada neste circuito para definição do valor da corrente
média que circula na carga RL.
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positivas do sinal, ele é chamado de ceifador positivo. Caso as partes retiradas
sejam apenas as negativas, ele é chamado de ceifador negativo. A figura 22
mostra um exemplo de ceifador positivo.
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Figura 23: a) Ceifador positivo polarizado. b) Ceifador negativo polarizado.
Fonte: (MALVINO, 2007).
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Figura 25: Grampeador negativo.
Fonte: (MALVINO, 2007).
Estes circuitos são uteis quando desejamos criar tensões mais elevadas sem a
necessidade de um transformador. No entanto, a potência que podemos utilizar
é sempre pequena. A figura abaixo mostra um exemplo de circuito dobrador de
tensão.
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Exercícios
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4) Para o circuito abaixo, determine I, Va, Vr e Vo.
𝑁𝑃
5) Se = 4 e a tensão no primário é 120V. Qual a tensão no secundário?
𝑁𝑆
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9) Faça um esboço da forma de onda da tensão na carga RL e diga qual a
frequência de saída do circuito.
10) Se o circuito da questão anterior tiver a tensão rms variando entre 120V
e 130V. Qual será o valor máximo e mínimo de tensão CC na carga RL?
11) Esboce a forma de onda de saída do circuito abaixo e diga qual a tensão
positiva máxima e a negativa máxima.
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14) Mostre que o circuito abaixo pode funcionar como uma porta lógica AND.
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Capítulo 2 – DIODOS ESPECIAIS
Como o título da seção já diz, um LED é um diodo que emite luz visível ou
invisível (infravermelha) quando seus portadores de carga se recombinam. Na
fabricação dos LEDs, silício e germânio não são materiais indicados, pois são
opacos, isto é, geram quase que totalmente energia térmica quando os
portadores sofrem uma recombinação.
Nos LEDs o processo de recombinação dos portadores gera energia sob a forma
de fótons, proporcionando o efeito luminoso desejado. Na fabricação dos destes
dispositivos geralmente são utilizados gálio (Ga), arsênio (As) e fósforo (P) e
cada combinação de material produz uma cor característica. A tabela 2 mostra
os materiais mais empregados na fabricação de LEDs, assim como a queda de
tensão típica correspondente.
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Tabela 2: Tipos de materiais utilizados na fabricação de LEDs e as quedas de tensão típicas.
Queda de tensão
Cor Material
direta(V)
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2.1.1 EXEMPLO DE DATASHEET DE UM LED
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2.2 DIODO ZENER
O valor da tensão Zener (Vz) pode ser alterado através de níveis de dopagem
diferentes. No mercado são encontrados diodos comerciais com valores típicos
entre 1,8V e 200V, com capacidade de dissipação de potência desde 0,5W até
50W. A figura 29 mostra a simbologia do diodo Zener.
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Figura 29: Simbologia do diodo Zener.
Fonte: (BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013).
Uma das aplicações mais utilizadas para o diodo Zener é a regulação de tensão.
O circuito abaixo mostra uma configuração típica de um regulador.
𝑉𝑅𝐿 = 𝑉𝑍 eq.(11)
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ultrapasse seu valor máximo de dissipação de potência. A equação 15 pode ser
utilizada como referência para o cálculo de Rs.
𝑉𝑆𝑚𝑎𝑥 −𝑉𝑍 𝑉𝑆𝑚𝑖𝑛 −𝑉𝑍
≤ 𝑅𝑆 ≤ eq.(15)
𝐼𝑍𝑚𝑎𝑥 +𝐼𝑅𝐿𝑚𝑖𝑛 𝐼𝑍𝑚𝑖𝑛 +𝐼𝑅𝐿𝑚𝑎𝑥
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2.2.2 EXEMPLO DE UM DATASHEET DE UM DIODO ZENER
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EXERCÍCIOS
1) Um regulador Zener tem uma fonte Vs = 24V, Rs = 470 Ohms e Vz = 15V.
Qual o valor da corrente Iz?
2) Se o regulador da questão anterior tiver a tesão de entrada variando entre
24V e 35V. Quais serão os valores mínimo e máximo de Iz?
3) Se o diodo Zener do circuito abaixo for desconectado do circuito qual será
a tensão em RL?
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Utilizando a figura da questão 6, responda as questões 7 – 9.
7) Se a tensão de alimentação aumentar para 40V. Qual será o novo valor
de corrente?
8) Se o LED for ligado em polarização reversa. Qual será sua condição?
Explique por quê?
9) Sabendo que o LED em do circuito tem o datasheet informado na apostila.
Qual o valor mínimo de Rs para que o componente não seja danificado
por excesso de corrente?
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REFERÊNCIAS
BERTOLI, R. A. Eletrônica Básica, Unicamp, 2000.
ROBBINS, A.; MILLER, W. Circuit analysis: theory and practice. 3rd ed ed.
New York: Thomson/Delmar Learning, 2003.
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