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MD.

UnidadDidácticaGrupo(01)Pt

MÓDULO

FUNDAMENTOS DE ELETROTECNIA I

UNIDADE

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
UD009865_V(01)
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

ÍNDICE

OBJETIVOS ................................................................................................ 5
INTRODUÇÃO............................................................................................. 6
1. PREVENÇÃO DE ACIDENTES ELÉTRICOS .............................................. 7
1.1. GENERALIDADES ............................................................................................ 7
1.2. PREVENÇÃO DE ACIDENTES ......................................................................... 8
1.2.1. ANÁLISE DE RISCOS ................................................................................... 8
1.2.2. PRINCIPAIS TIPOS DE RISCOS ..................................................................... 8
1.2.3. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ..................................................... 9
1.2.4. OS DEVERES DO TRABALHADOR ................................................................ 10
1.3. CONTACTOS DIRETOS E INDIRETOS .......................................................... 11
1.3.1. EFEITOS FISIOLÓGICOS DA CORRENTE ....................................................... 12
1.4. PRIMEIROS SOCORROS A ELETROCUTADOS............................................. 13
2. APARELHOS DE MEDIDA ..................................................................... 15
2.1. MULTÍMETRO ................................................................................................ 18
2.2. AMPERÍMETRO ............................................................................................. 19
2.3. VOLTÍMETRO ................................................................................................. 19
2.4. OHMÍMETRO ................................................................................................. 20
2.5. WATTÍMETRO................................................................................................ 23
3. APARELHAGEM DE PROTEÇÃO ........................................................... 25
3.1. CONTRA SOBREINTENSIDADES .................................................................. 25
3.2. CONTRA CURTO-CIRCUITOS........................................................................ 26
3.3. CONTRA SOBRETENSÕES ............................................................................ 26
3.4. PROTEÇÃO CONTRA SOBREINTENSIDADES.............................................. 26
3.5. PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS .............................................. 27
3.5.1. APARELHO DIFERENCIAL .......................................................................... 28

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

4. APARELHAGEM DE COMANDO ............................................................ 29


4.1. INTERRUPTOR............................................................................................... 29
5. CIRCUITOS ELÉTRICOS ........................................................................ 32
5.1. CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO ....................................................................... 33
5.1.1. EXEMPLOS DE CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO................................................. 35
5.1.1.1. Derivação simples ..................................................................................... 35
5.1.1.2. Comutação de lustre ................................................................................. 39
5.1.1.3. Comutação de escada .............................................................................. 43
5.1.1.4. Comutação de escada duplo.................................................................... 47
5.1.1.5. Comutação de escada com inversor ....................................................... 51
5.1.1.6. Automático de escada .............................................................................. 55
5.1.1.7. TELERRUPTOR .......................................................................................... 57
5.1.2. CIRCUITOS DE TOMADAS .......................................................................... 61
5.1.3. ESQUEMA MULTIFILAR DE UM CIRCUITO DE TOMADAS ................................ 62
5.1.4. CIRCUITOS DE SINALIZAÇÃO ..................................................................... 63
5.1.5. CAMPAINHAS ......................................................................................... 63
5.2. QUADROS DE ENTRADA DA INSTALAÇÃO ................................................. 64
5.2.1. TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO ....................................................................... 64
5.2.2. CIRCUITOS FINAIS ................................................................................... 65
5.3. SECÇÕES MÍNIMAS E CORRENTE ADMISSÍVEIS DOS CONDUTORES
DOS CIRCUITOS EM LOCAIS DE HABITAÇÃO ............................................ 65
5.4. PROTEÇÃO .................................................................................................... 67
6. TIPOS DE APARELHAGEM ................................................................... 68
7. CONDUTORES E CABO ......................................................................... 74
7.1. QUAL A DIFERENÇA ENTRE FIO E CABO? .................................................. 74
7.2. ISOLAMENTO ................................................................................................ 75
7.3. SECÇÃO NOMINAL ....................................................................................... 75
7.4. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES .................................................. 76
7.5. ESCOLHA DO CONDUTOR ............................................................................ 76
8. INSTALAÇÃO COLETIVA DE ENERGIA ELÉTRICA ................................ 81
8.1. QUADRO DE COLUNAS (QC) ........................................................................ 81
8.2. COLUNAS....................................................................................................... 82
8.3. ENTRADAS .................................................................................................... 82
8.4. ESQUEMA DE UMA INSTALAÇÃO COLETIVA ............................................. 83
CONCLUSÃO ............................................................................................ 85
AUTOAVALIAÇÃO .................................................................................... 87
SOLUÇÕES ............................................................................................... 93

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO................................. 94


BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 95

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

OBJETIVOS

Com esta unidade didática, pretendemos que adquira conhecimentos e compe-


tências para:

 Conhecer os perigos inerentes à utilização da energia elétrica.

 Identificar as situações que envolvem maiores riscos.

 Atuar numa situação de emergência e prestar os primeiros socorros


em acidentes pessoais, produzidos por corrente elétrica.

 Interpretar projetos de instalações elétricas.

 Interpretar e respeitar a legislação aplicável à instalação de circuitos


elétricos.

 Conhecer e interpretar o funcionamento de uma instalação elétrica.

 Ler e interpretar esquemas elétricos.

 Identificar a simbologia relativa aos circuitos elétricos.

 Identificar e caracterizar os diferentes circuitos elétricos, os componen-


tes, os equipamentos, entre outros elementos.

 Caracterizar a função de cada um dos elementos de uma instalação


elétrica.

 Utilizar instrumentos de medição de grandezas elétricas.

 Interpretar leituras realizadas com instrumentos de medição de gran-


dezas elétricas.

 Instalar circuitos elétricos de iluminação, de sinalização e de tomadas.

 Instalar proteções nos diferentes tipos de circuitos.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

INTRODUÇÃO

As canalizações elétricas estão sujeitas às condições ambientais dos locais onde


vão ser instaladas. Estas podem ser colocadas à vista ou embebidas em pare-
des, lajes, vigas, pilares ou tetos falsos.

Ao longo do tempo as técnicas utilizadas para estes processos têm vindo a so-
frer algumas alterações e desenvolvimentos. Atualmente, na área da constru-
ção, os métodos utilizados evitam a passagem das instalações elétricas pelo
interior das paredes, criando assim o efeito ductos verticais (ou seja, canais ou
condutas) para facilitar a montagem e o futuro acesso às colunas.

A instalação das tubagens e caixas das canalizações elétricas requer especial


cuidado, dos técnicos ligados à área de eletricidade, e uma boa coordenação
com a área da construção civil. Os tubos e caixas a utilizar deverão ter elevada
resistência ao choque e a vibrações.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

1. PREVENÇÃO DE ACIDENTES ELÉTRICOS

1.1. GENERALIDADES

Como sabemos a utilização da energia elétrica pode trazer-nos riscos e possibi-


lidade de eventuais acidentes.

Estes riscos são transportados para:

 Pessoas;

 Instalações;

 Materiais.

Os riscos acontecem por vários fatores, mas principalmente por falhas humanas
na instalação dos equipamentos.

Alguns fatores causados por estas subtensões são os incêndios e as explosões.


Estes acontecem devido ao aquecimento dos circuitos ou dos equipamentos,
que surgem pelos curto-circuitos, sobrecargas e defeitos de isolamento.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

1.2. PREVENÇÃO DE ACIDENTES

A prevenção de acidentes é estabelecida por duas etapas:

 Na identificação dos riscos que cada atividade profissional comporta;

 Na eliminação ou criação de formas de prevenção desses riscos identi-


ficados.

Qualquer uma dessas fases apresenta sempre uma série de dificuldades, isto
porque um acidente não é consequência de uma causa de um risco, mas sim de
várias causas associadas a diferentes riscos.

1.2.1. ANÁLISE DE RISCOS

Numa análise de riscos pode recorrer a dois tipos de métodos de estudo:

 O método direto, através da identificação das causas possíveis, antes


da ocorrência dos acidentes;

 O método indireto através da análise dos acidentes ocorridos, identifi-


cando as suas causas ocorridas.

1.2.2. PRINCIPAIS TIPOS DE RISCOS


 Mecânicos;

 Iluminação;

 Ruído;

 Eletricidade;

 Temperaturas elevadas;

 Altas humidades;

 Vibrações;

 Poeiras;

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

 Fumos;

 Gases;

 Vapores;

 Radiações ionizantes;

 Vírus;

 Fungos e bactérias;

 Incêndios;

 Ansiedade;

 Stress;

 Razões psicossociológicas;

 Idade;

 Negligência;

 Imprudência;

 Preparação técnica insuficiente.

1.2.3. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

De forma a combater esta grande diversidade de riscos surgiram as seguintes


medidas de proteção individuais, com as respetivas funções:

 Proteção da cabeça, contra queda de objetos pesados, pancadas vio-


lentas, proteção de partículas, líquidos corrosivos ou poeiras;

 Proteção dos olhos e do rosto, contra ações mecânicas (poeiras, partí-


culas), químicas e térmicas;

 Proteção das vias respiratórias, contra os agentes químicos que conta-


minam a atmosfera dos locais de trabalho com gases, vapores, fibras,
poeiras;

 Fato de proteção, contra produtos químicos, fogo, líquidos ou de radiações;

 Proteção dos ouvidos, contra altos ruídos de níveis sonoros elevados;

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

 Proteção dos pés, contra a queda de materiais, perfurações da planta


do pé, trabalhos húmidos ou encharcados;

 Proteção das mãos, contra produtos químicos, fogo, líquidos, choques


elétricos.

1.2.4. OS DEVERES DO TRABALHADOR

Um trabalhador profissional com o objetivo de evitar acidentes, no seu dia a dia


profissional, ou de evitar colocar a sua saúde e dos outros em risco, deve:

 Conhecer os riscos do seu local de trabalho;

 Dar conhecimento à chefia de qualquer anomalia aferida;

 Cumprir as normas de segurança e higiene no seu local de trabalho;

 Respeitar as indicações da sinalização de segurança;

 Estimar o bom estado dos equipamentos de proteção individual;

 Zelar pela higiene, limpeza e arrumação do seu local de trabalho;

 Não remover, sem autorização da chefia hierárquica, qualquer disposi-


tivo de proteção de máquinas ou de outros equipamentos;

 Utilizar unicamente as ferramentas para a finalidade para que foi con-


cebida;

 Estudar as características das novas ferramentas, equipamentos e má-


quinas;

 Não colocar em funcionamento qualquer equipamento sem a autoriza-


ção do responsável da obra;

 Cuidar de qualquer ferimento por mais pequeno que seja;

 Efetuar regularmente um exame de saúde.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

1.3. CONTACTOS DIRETOS E INDIRETOS

Os acidentes mais frequentes resultam de contactos com partes das instalações


ou de equipamentos e podem ser os seguintes:

 Contactos diretos (dão-se quando há contacto direto com um elemento


ativo ou neutro da instalação elétrica sob tensão);

 Contactos indiretos (dão-se quando há contacto num elemento da ins-


talação que é, nesse momento, condutor por defeito, mas normalmen-
te se encontra isolado das partes condutoras da instalação, como, por
exemplo, a carcaça de um motor).

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

1.3.1. EFEITOS FISIOLÓGICOS DA CORRENTE

A passagem da corrente elétrica num corpo humano produz efeitos perigosos


que, de acordo com o seu nível de perigo, se podem classificar em:

 Tetanização;

 Paragem cardíaca;

 Fibrilação ventricular;

 Queimaduras.

As correntes mais perigosas são as geradas à frequência de 50-60 Hz.

O valor mínimo para o linear da perceção é aproximadamente de 1,1 mA. A


partir de valores deste calibre sente-se um ligeiro formigueiro.

Para valores superiores a 10 mA, os músculos contraem-se sob a ação de um


estímulo elétrico. A continuação desse estímulo elétrico faz com a contração
muscular aumente progressivamente. A este sintoma dá-se o nome de tetani-
zação.

Para valores superiores a 80 mA, a corrente elétrica sobrepõe-se ao ritmo do


músculo cardíaco, provocando um sincronismo das fibras que constituem os
ventrículos. Este efeito tem o nome de fibrilação ventricular.

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A fibrilação ventricular constitui a principal causa de morte por ação da corrente


elétrica. A prestação de primeiros socorros através da massagem cardíaca e
respiração boca a boca é imprescindível antes da aplicação do desfibrilador.

As queimaduras elétricas graves ocorrem particularmente em alta tensão. Po-


dem dar origem depois a lesões cerebrais, complicações renais, perturbações
nervosas, visuais ou auditivas.

1.4. PRIMEIROS SOCORROS A ELETROCUTADOS

Os primeiros socorros são essenciais para salvarmos e impedirmos que as víti-


mas de eletrocussão sofram danos gravosos para a sua saúde. Um dos primei-
ros passos que devemos aplicar é cortar a corrente elétrica, desligando o dis-
juntor ou o interruptor geral do quadro elétrico.

Não devemos tocar no eletrocutado sem previamente desligarmos a corrente.


Caso não seja possível, devemos utilizar objetos secos e bem isolados para afas-
tar a vítima da ação da corrente.

Primeiros socorros após um choque elétrico.

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Para prevenirmos a queda da vítima, em caso de ficar suspensa nos condutores,


devemos chamar a emergência médica 112, pois um socorro incorreto pode ser
muito grave para a saúde da vítima.

Se tivermos conhecimento de primeiros socorros, estes podem ser a salvação


do eletrocutado. Os primeiros socorros passam por:

 Arejar o local;

 Desapertar as peças de vestuário (cintos, casacos, colarinhos, etc.) que


apertem o pescoço, o peito ou o abdómen, do corpo da vítima;

 Retirar da boca qualquer objeto, como por exemplo placas dentárias;

 Desenrolar a língua da vítima caso necessário;

 Fazer respiração artificial.

Depois de recuperarmos a vítima, devemos mantê-la em repouso e agasalhada.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

2. APARELHOS DE MEDIDA
Os aparelhos de medida dividem-se essencialmente em dois tipos:

 Aparelhos analógicos;

 Aparelhos digitais.

Os aparelhos digitais, como é normal, são os mais utilizados. Estes aparelhos


convertem sinais analógicos em sinais digitais. A medida é observada, geralmen-
te, num LCD de cristais líquidos.

As principais vantagens dos aparelhos digitais são:

 Mais precisos;

 Mais robustos;

 Mais estáveis;

 Mais resistentes.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Exemplo de um aparelho de medida digital.

Os aparelhos analógicos são aparelhos constituídos por equipamentos móveis


sobre os quais atuam forças eletromagnéticas.

Exemplo de um aparelho de medida analógico.

O órgão móvel é desviado do instrumento até que a resistência oposta estabe-


leça o equilíbrio.

O desvio é dado pela agulha ou processo ótico do aparelho, sobre uma escala
graduada, indicando o valor da grandeza que estamos a medir.

Estes aparelhos tendem a ser menos utilizados porque são pouco precisos e
têm um desgaste mecânico muito grande.

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Bobina móvel.

Os principais aparelhos de medida de grandezas elétricas são:

 Multímetro;

 Amperímetro;

 Voltímetro;

 Ohmímetro;

 Wattímetro.

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2.1. MULTÍMETRO

O multímetro é um aparelho de medida que engloba diferentes aparelhos de


medição; este pode funcionar como amperímetro, voltímetro, ohmímetro, capa-
címetro ou frequencímetro. Este aparelho tem um seletor que nos permite se-
lecionar a grandeza que pretendemos medir.

Multímetro.

Na figura anterior, está representado um modelo típico de um multímetro. No


mercado existem inúmeros modelos; embora possam parecer diferentes, são
todos muito semelhantes, tendo características semelhantes entre todos eles.

Um fator importante na escolha de um multímetro será a sua impedância. A


impedância de um multímetro é a resistência interna que este possui. Quanto
maior for a impedância, maior precisão obteremos na realização de uma leitura.
Com uma impedância alta, portanto, a precisão da medição será maior do que
com um multímetro de baixa impedância.

Um multímetro analógico geralmente tem impedância de 20 kΩ e o digital, cerca


de 10 MΩ, portanto, um multímetro digital terá maior precisão do que um mul-
tímetro analógico.

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2.2. AMPERÍMETRO

O amperímetro é um aparelho que mede a intensidade de corrente elétrica de


um circuito e tem como principais características:

 Baixa impedância de entrada (resistência interna);

 Baixa queda de tensão interna;

 Deve ser sempre ligado em série com a parte do circuito que queremos
medir.

2.3. VOLTÍMETRO

O voltímetro é um aparelho que mede a tensão elétrica ou diferença de poten-


cial entre dois pontos de um circuito, a unidade de medida da tensão é o Volt (V)
e tem como principais características:

 Alta impedância de entrada;

 Baixa corrente de entrada;

 Ser ligado em paralelo com o componente que queremos medir.

Em suma, para medir tensões devemos ligar o multímetro em paralelo com o


circuito, ou seja, devemos colocar as ponteiras nas duas extremidades do com-
ponente a ser medido.

Recorde-se que a tensão é a diferença de potencial entre dois pontos. Antes de


realizar as ligações, deve colocar o seletor do multímetro na posição correta (de
acordo com o tipo de tensão a ser medida, em corrente contínua ou em corren-
te alternada).

Se desconhecer a gama de variação da grandeza que irá medir, deve sele-


cionar a escala mais ampla.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Há medidores de corrente e tensão que têm a forma de um alicate com garras


que abraça os condutores. As garras funcionam como o núcleo de um trans-
formador de corrente em que o primário é o condutor e o secundário é uma
bobina, onde está ligado o medidor. Tem uma chave onde é feita a seleção do
funcionamento ou como amperímetro ou como voltímetro. Este aparelho é co-
nhecido por pinça amperimétrica.

Medidor alicate com garra ou pinça amperimétrica.

2.4. OHMÍMETRO

O ohmímetro é um aparelho que mede a resistência elétrica por leitura direta, a


unidade de medida da resistência elétrica é o Ohm (Ω) e é também utilizado
para verificar continuidades. Para medir resistências, devemos ter em mente
que o elemento a ser verificado deve estar sem alimentação (tensão elétrica) e
isolado do circuito onde se encontra; caso contrário, mediremos a resistência
do circuito todo e não do componente que pretendemos.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Procedimento incorreto para medir o valor da resistência.

Procedimento correto na medição de uma resistência.

Para fins elétricos medir uma resistência é o mesmo que medir a continuidade
do nosso circuito, só que na medição da resistência procuramos o valor especí-
fico da mesma em ohms e, na medida da continuidade, procuramos um valor
específico para quando o circuito está aberto e um valor próximo de zero para
um circuito que não apresente nenhuma anomalia.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Teste de continuidade.

Como regra geral, quase todos os multímetros na posição de medições de con-


tinuidade têm um dispositivo de alerta acústico, que emite um sinal sonoro no
caso de existir continuidade.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

2.5. WATTÍMETRO

Os wattímetros são aparelhos que medem a potência elétrica em c.c e c.a, em


Watt (W). O seu método de funcionamento está associado ao amperímetro e ao
voltímetro.

XWM1

V I
R1 R2

25Ω 50Ω
V
40V

Esquema de funcionamento do wattímetro em corrente contínua.

XWM1

V I
R1 R2

25Ω 50Ω
V
50Vrms
50Hz

C1 L1
100mH
370µF

Esquema de funcionamento do wattímetro em corrente alternada.

Como pode verificar nos esquemas anteriores, o Wattímetro está inserido no


circuito elétrico, sendo ligado nas posições série e paralelo, de forma a medir
corretamente a corrente, a tensão e o fator potência, caso seja um circuito em
corrente alternada. Internamente o Wattímetro faz a conversão dos valores
medidos para a potência elétrica, em Watt.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Wattímetro.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

3. APARELHAGEM DE PROTEÇÃO
A aparelhagem de proteção é essencialmente utilizada para impedir ou limitar
os efeitos prejudiciais que a energia elétrica pode causar a pessoas, bens ou
instalações.

 Proteção de circuitos elétricos (contra sobreintensidades, sobretensões


e curto-circuitos);

 Proteção de pessoas (contra contactos diretos e indiretos).

3.1. CONTRA SOBREINTENSIDADES

As sobreintensidades aparecem quando a corrente elétrica de serviço nos con-


dutores (IB) ultrapassa o seu valor nominal (Iz). Isto acontece, normalmente,
quando temos demasiados aparelhos ligados em simultâneo no mesmo circui-
to, o que pode fazer com que a corrente no circuito seja superior à intensidade

nominal, ou seja, .

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

3.2. CONTRA CURTO-CIRCUITOS

Os curto-circuitos, no fundo, também são sobreintensidades. Mas, neste caso,


estamos perante uma situação em que dois pontos do circuito elétrico, com
potenciais diferentes, entram em contacto direto entre si. Esta sobreintensidade
faz com que a corrente de serviço do circuito seja muito superior à intensidade

nominal .

3.3. CONTRA SOBRETENSÕES

Trata-se de um aumento da tensão, cuja origem pode ser tanto externa, no caso
de descargas atmosféricas nas linhas de tensão, como interna, no caso de defei-
tos de isolamento nas linhas de tensão mais elevada. Neste caso, a tensão apli-
cada ao circuito irá ser superior à sua tensão nominal de serviço.

3.4. PROTEÇÃO CONTRA SOBREINTENSIDADES

De acordo com as regras técnicas, este tipo de proteção elétrica destina-se a


evitar que os equipamentos elétricos sejam percorridos por correntes que lhe
sejam prejudiciais ou prejudiquem o meio envolvente.

A proteção contra sobreintensidades neste tipo de instalações deve ser assegu-


rada por disjuntores.

Os calibres dos disjuntores utilizados variam consoante a natureza dos circuitos


e a secção mínima dos condutores utilizados. A seguinte tabela demonstra os
diferentes tipos de calibres utilizados.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Secção mínima dos Intensidade estipulada


Natureza dos circuitos
condutores [mm2] dos disjuntores [A]

Iluminação 1,5 10

Tomadas 2,5 16

Máquinas de lavar e/ou


2,5 20
secar

Termoacumuladores
2,5 20
elétricos

Fogões 4 32

Climatização ambiente 2,5 20

3.5. PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS

A proteção contra choques elétricos tem como objetivo proteger as pessoas


contra contatos diretos e contatos indiretos.

Medidas de proteção em contactos diretos:

 A principal medida passa pelo isolamento apropriado e afastamento


das partes ativas.

Medidas de proteção em contactos indiretos:

 A principal medida passa pela utilização de dispositivos de corte auto-


mático do tipo diferencial, chamados aparelhos diferenciais;

 Ligação das massas dos aparelhos e das instalações à terra.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

3.5.1. APARELHO DIFERENCIAL

É um aparelho de proteção sensível à corrente diferencial/residual que fará o


corte automático sempre que haja pequenas variações de correntes ou intensi-
dades de correntes residuais na nossa instalação elétrica.

Estes aparelhos atuam normalmente para valores de IΔN de 30, 300 ou 500 mA,
consoante a sensibilidade que se pretende, alta, média e pequena.

Aparelho diferencial.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

4. APARELHAGEM DE COMANDO
De uma maneira geral, as aparelhagens de baixa tensão (≤1000 V de tensão
eficaz entre fases) podem ser classificadas em três tipos, aparelhagem de co-
mando, aparelhagem de proteção e aparelhagem de seccionamento.

A aparelhagem de comando é destinada a modificar o regime de funciona-


mento de uma instalação ou de um aparelho de comando.

4.1. INTERRUPTOR

O interruptor é um aparelho mecânico que é capaz de estabelecer e interrom-


per correntes nas condições normais de funcionamento.

Símbolo do interruptor.

A norma que estabelece o enquadramento normativo dos interruptores de bai-


xa tensão usados em instalações fixas e domésticas é a norma NP EN 60669.
Também existem interruptores de uso industrial.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Interruptor EFAPEL SIRIUS – mecanismo e conjunto completo.

Os interruptores nas instalações elétricas fixas domésticas podem ser:

 Interruptores unipolares;

 Interruptores bipolares;

 Interruptores tripolares;

 Comutadores de lustre;

 Comutadores de escada;

 Comutadores de escada bipolares;

 Inversores de grupo.

Os interruptores nas instalações elétricas fixas domésticas podem também ser


classificados quanto ao grau de proteção. Existem alguns efeitos que podem ser
prejudiciais, tais como, penetração de água e penetração de corpos sólidos es-
tranhos.

Os interruptores nas instalações elétricas fixas e domésticas podem ser classifi-


cados em:

 Grau de proteção contra o acesso a partes perigosas e contra os efei-


tos prejudiciais devidos à penetração de corpos sólidos estranhos –
IP2X, IP4X, IP5X.

 Grau de proteção contra os efeitos prejudiciais devido à penetração de


água – IPX0, IPX4, IPX5.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Quanto ao tipo de montagem, os interruptores nas instalações elétricas fixas e


domésticas podem ser classificados em:

 Interruptores para montagem saliente;

 Interruptores para montagem embebida, semiembebida;

 Interruptores para montagem em painel.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5. CIRCUITOS ELÉTRICOS
De acordo com as regras técnicas o circuito elétrico é definido como o conjunto
dos equipamentos elétricos, de uma instalação, alimentados a partir da mesma
origem, e protegidos contra as sobreintensidades, pelos mesmos dispositivos
de proteção.

Um circuito inclui a canalização e a aparelhagem que


lhe está associada.

A instalação deve ser dividida em vários circuitos elétricos, cumprindo a regula-


mentação e de acordo com as necessidades:

 Evitar as situações de perigo e limitando as consequências de possíveis


defeitos;

 Possibilitar as verificações eficazes dos circuitos, os ensaios e a manu-


tenção;

 Individualizar circuitos, limitando os perigos que resultariam de um de-


feito se o circuito fosse único;

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

 Prever e limitar os perigos, que poderiam resultar de um defeito se a


instalação tivesse um único circuito, por exemplo de iluminação.

Os circuitos finais caracterizam-se pela função dos aparelhos que alimentam,


que são normalmente os seguintes:

 Circuitos de iluminação;

 Circuitos de tomadas.

5.1. CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO

Os circuitos de iluminação são constituídos essencialmente por lâmpadas. Estas


podem ser de incandescência e de descarga.

Exemplo de lâmpada incandescente.

As lâmpadas incandescentes possuem filamentos muito finos de tungsténio,


enrolado em espiral, dentro de uma ampola de vidro, onde há um gás inerte
(azoto, árgon e crípton) cuja função é evitar a contínua evaporação do filamento,
provocado pelas altas temperaturas. Estas têm um rendimento luminoso muito
baixo devido às elevadas perdas por calor, de referir que a produção deste tipo
de lâmpadas está proibida desde setembro de 2012 na União Europeia.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Existem também lâmpadas de incandescência especiais, como as de halogéneo


que são usadas nos faróis dos automóveis e as refletoras usadas na iluminação
decorativa (sobressair algum aspeto, lojas ou estátuas por exemplo).

As lâmpadas de descarga têm um rendimento melhor, devido a menos perdas


de calor. Estas também existem em diversos tipos, como as de tubos luminosos,
lâmpadas de vapor de sódio de baixa pressão e de alta pressão, lâmpadas de
vapor de mercúrio de alta pressão e de baixa pressão (fluorescentes) e lâmpa-
das mistas.

Certamente já ouviu falar de uma nova gama de lâmpadas de iluminação, desig-


nadas pelos termos ingleses “Light emitting diode”, ou simplesmente através
da sigla LED. Este tipo de lâmpadas funciona a partir do princípio da emissão de
luz, através da eletroluminescência, e obtém um rendimento bastante superior
ao das lâmpadas convencionais, uma vez que se obtém uma poupança na or-
dem dos 80%.

O tempo de vida médio de uma lâmpada LED pode ser a oito ou dez anos, en-
quanto uma lâmpada incandescente chega apenas em média a um ano.

Existem vários tipos de circuitos de iluminação. Os mais usuais são:

 Derivação simples;

 Comutação de lustre;

 Comutação de escada;

 Comutação de escada com inversor.

São representados normalmente por dois tipos de esquemas:

 Esquema multifilar é onde são representados todos os componentes


e todos os condutores, utilizados nas ligações de uma forma objetiva e
resumida. Associa-se também este tipo de esquema ao esquema utili-
zado na prática.

 Esquema unifilar é o esquema onde são representadas, através de


símbolos, todas as ligações elétricas, aparelhos de comando (comuta-
dores de lustre, interruptores simples, etc.), ou seja, todos os compo-
nentes que fazem parte desse circuito. Associa-se também este tipo de
esquema ao esquema representado em projetos e plantas.

34
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Segundo as Regras Técnicas de Instalações Elétricas


de Baixa Tensão, as secções mínimas dos condutores
neste tipo de circuitos é de 1,5 mm2.

5.1.1. EXEMPLOS DE CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO

5.1.1.1. Derivação simples

A derivação simples é utilizada para o controlo da iluminação, neste tipo de liga-


ção é utilizado um comutador simples/interruptor unipolar, o qual permite co-
mandar um ponto de luz, de um único lugar.

Comutador Simples – MEC 21 EFAPEL.

Características

 Mecanismo em termoplástico técnico (material resistente e não condu-


tor);

 Aparelho de comando 10 A – 250 V – ligação por ligadores rápidos;

 Em conformidade com a norma NP EN 60669.

35
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Este tipo de derivação é constituída por um ponto de luz e um interruptor uni-


polar. Este poderá ter duas posições possíveis, aberto ou fechado.

Para ligar mais do que uma lâmpada comandada a partir de um só local, faz-se
uma ligação em paralelo.

36
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Nas figuras seguintes representa-se o esquema de montagem de uma deriva-


ção simples, esquema unifilar e o esquema multifilar.

ESQUEMA UNIFILAR

37
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

ESQUEMA MULTIFILAR

EXEMPLO DE DESENHO EM PLANTA

38
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5.1.1.2. Comutação de lustre

A comutação de lustre permite o comando, a partir de um lugar, de dois pontos


de luz, funcionando estes separadamente.

Comutador de Lustre – MEC 21 EFAPEL.

Características

 Mecanismo em termoplástico técnico (material resistente e não condu-


tor);

 Aparelho de comando 10 A – 250 V – ligação por ligadores rápidos;

 Em conformidade com a norma NP EN 60669.

39
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

O comutador de lustre poderá ter quatro posições possíveis, pois é constituído


por quatro bornes:

Com este tipo de comutação podemos comandar a partir de um só local, dois


ou mais pontos de luz.

Nas figuras seguintes representa-se o esquema de montagem de uma comuta-


ção de lustre, esquema unifilar e esquema multifilar.

40
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

ESQUEMA UNIFILAR

ESQUEMA MULTIFILAR

41
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

EXEMPLO DE DESENHO EM PLANTA

42
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5.1.1.3. Comutação de escada

A comutação de escada permite o comando a partir de dois lugares diferentes,


um ponto de luz. As escadas, quartos, certos corredores e salas com duas en-
tradas são exemplos de locais onde, por funcionalidade e comodidade, as lâm-
padas devem ser comandadas a partir de dois lugares diferentes. Acende-se na
“entrada”, apaga-se na “saída” e vice-versa.

Comutador de Escada – MEC 21 EFAPEL.

Características

 Mecanismo em termoplástico técnico (material resistente e não condu-


tor);

 Aparelho de comando 10 A – 250 V – ligação por ligadores rápidos;

 Em conformidade com a norma NP EN 60669.

43
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

O comutador de escada poderá ter duas posições possíveis, pois é constituído


por três bornes:

Com este tipo de comutação podemos comandar a partir de dois locais diferen-
tes, um ou mais pontos de luz.

A figura seguinte representa o estado da lâmpada (acesa ou apagada) quando


os comutadores de escada são acionados.

44
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Nas figuras seguintes representa-se o esquema de montagem de uma comuta-


ção de escada, esquema unifilar e esquema multifilar.

ESQUEMA UNIFILAR

45
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

ESQUEMA MULTIFILAR

EXEMPLO DE DESENHO EM PLANTA

46
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5.1.1.4. Comutação de escada duplo

A comutação de escada duplo permite o comando a partir de dois lugares dife-


rentes, dois pontos de luz. Varandas e grandes corredores são exemplos de
locais onde, por funcionalidade e comodidade, as lâmpadas devem ser coman-
dadas a partir de dois lugares diferentes.

Comutador de Escada Duplo – MEC 21 EFAPEL.

Características

 Mecanismo em termoplástico técnico (material resistente e não condu-


tor);

 Aparelho de comando 10 A – 250 V – ligação por ligadores rápidos;

 Em conformidade com a norma NP EN 60669.

47
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

ESQUEMA UNIFILAR

48
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

ESQUEMA MULTIFILAR

49
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

EXEMPLO DE DESENHO EM PLANTA

50
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5.1.1.5. Comutação de escada com inversor

A comutação de escada com inversor (ou inversor de grupo) permite o coman-


do de um circuito de iluminação a partir de três ou mais lugares diferentes, em
função do número de inversores utilizados. Grandes corredores são exemplos
de locais onde, por funcionalidade e comodidade, as lâmpadas devem ser co-
mandadas a partir de três ou mais lugares diferentes.

Inversor de Grupo – MEC 21 EFAPEL.

Características

 Mecanismo em termoplástico técnico (material resistente e não condu-


tor);

 Aparelho de comando 10 A – 250 V – ligação por ligadores rápidos;

 Em conformidade com a norma NP EN 60669.

51
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

ESQUEMA UNIFILAR

52
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

ESQUEMA MULTIFILAR

53
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

EXEMPLO DE DESENHO EM PLANTA

54
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5.1.1.6. Automático de escada

O automático de escada é um dispositivo que se comporta como um “interrup-


tor com temporização”, isto é, é um dispositivo que permite que um determina-
do circuito funcione durante um determinado tempo.

Automático de escada

Internamente um automático de escada é constituído por uma bobina. Quando


a bobina é excitada pelos botões de pressão, o circuito de saída é alimentado.

Depois deste comando, a bobina mantém-se alimentada (mesmo que os botões


deixem de ser pressionados) durante um certo tempo. Após ter decorrido este
tempo ocorre um corte automático deste mecanismo, fazendo com que o cir-
cuito deixe de ser alimentado. Os automáticos de escada são geralmente utili-
zados para a iluminação de escadas e garagens e encontram-se dentro do
quadro elétrico.

55
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

ESQUEMA UNIFILAR

ESQUEMA MULTIFILAR

Esquema de ligação de um automático de escada.

56
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

EXEMPLO DE DESENHO EM PLANTA

5.1.1.7. TELERRUPTOR

O telerruptor é um interruptor que pode ser comandado à distancia. É muito


utilizado para comandar circuitos elétricos em habitações através de botões de
pressão.

Este dispositivo de comando permite a substituição dos comutadores e inverso-


res utilizados em circuitos de iluminação por botões de pressão.

Existem dois tipos de telerruptores, o telerruptor eletrónico (constituído por


vários componentes eletrónicos) e o telerruptor eletromagnético (constituído
por uma bobina comandada através de um circuito de comando).

57
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Podemos ter telerruptores modulares e telerruptores em caixa de aparelhagem.

Através do circuito de comando, utilizando numa tensão mais baixa (8/12/24 V


DC ou AC) podemos garantir a segurança dos utilizadores. Ao implementarmos
este tipo de sistema também nos permite reduzir a secção dos condutores utili-
zados no circuito de comando.

Telerruptor.

58
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

ESQUEMA UNIFILAR

59
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

ESQUEMA MULTIFILAR

60
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

EXEMPLO DE DESENHO EM PLANTA

5.1.2. CIRCUITOS DE TOMADAS

Os circuitos de tomadas são executados num circuito independente do de ilu-


minação:

 Para que um circuito não seja afetado pela falha do outro, permitindo
que, caso haja defeito num deles, não fique toda uma área afetada sem
alimentação elétrica;

 A separação de circuitos de tomadas e iluminação auxilia a implemen-


tação das medidas de proteção contra choques elétricos.

61
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Segundo as Regras Técnicas de Instalações Elétricas


de Baixa Tensão, as secções mínimas dos condutores
neste tipo de circuitos é de 2,5 mm2.

5.1.3. ESQUEMA MULTIFILAR DE UM CIRCUITO DE TOMADAS

N
P
F

62
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5.1.4. CIRCUITOS DE SINALIZAÇÃO

Os circuitos de sinalização têm o objetivo de sinalizar uma chamada, por campa-


inha, associada por vezes a quadro de alvos. Estes circuitos são utilizados em
vários locais, como:

 Habitações;

 Prédios;

 Hospitais;

 Fábricas.

5.1.5. CAMPAINHAS

As campainhas podem ser de corrente contínua ou alternada, alimentadas dire-


tamente da rede de 230 V ou intercalando um transformador abaixador de ten-
são, sendo 6 V,12 V, 24 V e 36 V, as tensões de saída mais usuais.

Para ligarmos um circuito com campainha devemos seguir algumas regras:

 Fase ou polo positivo da alimentação a um terminal do botão de pres-


são;

 Neutro ou polo negativo a um terminal da campainha;

 Interligar os outros terminais da campainha e botão de pressão.

Vamos ver, na figura seguinte, um esquema possível de ligação de uma campai-


nha que é acionada por um botão de pressão.

63
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5.2. QUADROS DE ENTRADA DA INSTALAÇÃO

A entrada de uma instalação de um apartamento cumpre normalmente as se-


guintes características:

 Tensão de alimentação;

 Circuitos finais.

5.2.1. TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO

As instalações de utilização, ligadas a uma rede de distribuição pública em baixa


tensão, são alimentadas em corrente alternada de 50 Hz às tensões nominais
de 230 V (rede monofásica) e 400 V (rede trifásica), sendo:

 Alimentadas a 230 V a 30 A sempre que a potência contratada não ex-


ceda os 6,9 kVA e não existam recetores trifásicos. Pode haver um au-
mento para 10,35 kVA caso haja acordo com o distribuidor. Nesta situ-
ação a corrente é de 45 A;

 Alimentadas a 400 V, sempre que a potência contratada exceda os 6,9


kVA ou quando existam recetores trifásicos. A utilização mais comum é
de 10,35 kVA trifásico a 400 V em 15 A.

64
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5.2.2. CIRCUITOS FINAIS

Nos circuitos finais, no art.º 801.5.3 das RTIEBT está estipulado que, para cada
circuito final monofásico, seja de iluminação ou de tomadas, não deverão existir
mais do que oito pontos de utilização.

Exemplo de um esquema unifilar de um quadro elétrico, composto por quatro


circuitos de iluminação.

5.3. SECÇÕES MÍNIMAS E CORRENTE ADMISSÍVEIS DOS


CONDUTORES DOS CIRCUITOS EM LOCAIS DE
HABITAÇÃO

Segundo as regras técnicas, as secções dos condutores dos circuitos das insta-
lações de locais de habitação devem ser determinadas em função das potências
previsíveis, com os valores mínimos indicados no quadro seguinte:

65
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Natureza dos circuitos Secção (mm2)

Iluminação 1,5

Tomadas 2,5

Termoacumuladores 2,5

Máquina de lavar, de secar ou lavar loiça 2,5

Fogões 4

Climatização ambiente 2,5

Segundo as R.T.I.E.B.T. estão definidos os valores de correntes admissíveis, em


amperes para condutores isolados a policloreto de vinilo (PVC):

Secção nominal dos condutores Intensidade da corrente admissível


(mm2) (A)

1,5 14,5

2,5 19,5

4 26

6 34

10 46

16 61

25 80

35 99

50 119

70 151

95 182

120 210

Nota: a corrente admissível é o valor máximo que o cabo suporta sem que, por
efeitos de aquecimento (efeito de Joule), possa pôr em causa o isolamento do
próprio cabo.

66
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5.4. PROTEÇÃO

Como sabemos, numa canalização podem ocorrer diferentes tipos de defeitos:

 Consequências de uma má utilização;

 Defeito de fabrico dos materiais;

 Má manutenção;

 Entre outros.

Os defeitos mais comuns são:

 Sobrecargas (quando estão ligados simultaneamente à canalização di-


versos recetores);

 Sobreintensidades (quando a corrente de serviço é superior à corrente


máxima permitida);

 Curto-circuitos (quando dois pontos, a potenciais diferentes, ficam em


contacto).

67
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

6. TIPOS DE APARELHAGEM

Ao conceber uma instalação elétrica, deve avaliar as


condições ambientais dos vários locais, para que a
seleção dos equipamentos e das canalizações seja a
mais adequada.

Segundo as regras técnicas, a classificação dos locais depende de fatores de


influências externas. Estes fatores identificam-se através de um código alfanu-
mérico, constituído por duas letras e um algarismo, cujo significado é apresen-
tado na tabela seguinte:

Codificação das influências externas

Elementos Categoria das influências


Significado de
constituintes Construção de
cada elemento Ambiente Utilização
do código edifícios

1.ª Letra do
Categoria Geral A B C
código

2.ª Letra do Natureza da A até S A até E AeB


Código influência (17 naturezas) (5 naturezas) (2 naturezas)

Número Classe 1a8 1a5 2e4

68
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Exemplo:

 AA4

 A - Categoria geral Ambiente;

 A – Natureza da influência Temperatura ambiente;

 4 – Classe Temperado (-5 C a +40 C).

A tabela seguinte apresenta um resumo dos fatores de influência externa.

1.ª Letra 2.ª Letra Algarismo X


Estrutura do Designação da
Categoria Natureza da Classe de I código Influência
Geral Influência Influência

Temperatura
A 1a8 AAx
ambiente

Condições
B 1a8 ABx
climáticas

C 1a2 ACx Altitude

Presença de
D 1a8 ADx
água

Presença de
E 1a6 AEx corpos sólidos
estranhos
A
Presença de
(ambientes) substâncias
F 1a4 AFx
corrosivas ou
poluentes

G 1a3 AGx Impactos

H 1a3 AHx Vibrações

Ações mecânicas
J 1 AJx
(outras)

K 1a2 AKx Presença de flora

Presença de
L 1a2 ALx
fauna

69
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

1.ª Letra 2.ª Letra Algarismo X


Estrutura do Designação da
Categoria Natureza da Classe de I código Influência
Geral Influência Influência

Influências
eletromagnéticas,
M 1a6 AMx
eletroestáticas
ou ionizantes

Radiações
N 1a3 ANx
solares
A
P 1a4 APx Efeitos sísmicos
(ambientes)
Descargas
Q 1a3 AQx
atmosféricas

Movimentos do
R 1a3 ARx
ar

S 1a3 ASx Vento

Competência das
A 1a5 BAx
pessoas

Resistência
B 1a3 BBX elétrica do corpo
humano

Contacto das
B C 1a4 BCx pessoas com o
potencial da terra
(utilizações)
Evacuação das
D 1a4 BDx pessoas em caso
de emergência

Natureza dos
produtos
E 1a4 BEx
tratados ou
armazenados

C Materiais de
A 1a2 CAx
construção
(construção
dos edifícios) Estrutura dos
B 1a4 CBx
edifícios

70
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Na escolha do equipamento a utilizar, deve ter em


atenção as características dos invólucros dos equi-
pamentos elétricos relativamente às influências ex-
ternas.

Estas características são definidas a partir de códigos:

 IPXX;

 IKXX.

O código IP é definido por dois dígitos:


 O primeiro indica o grau de proteção contra a
penetração de corpos sólidos – AE (variável de
0 a 6);
 O segundo indica o grau de proteção contra a
penetração de líquidos – AD (variável de 0 a 8).

Classe de influências Graus de proteção


Códigos
externas mínimos

AE1 Desprezável IP0X

Objetos pequenos ( 2,5


AE2 IP3X
mm)

Objetos muito pequenos


AE3 IP4X
( 1)

AE4 Poeiras ligeiras IP5X ou IP6X

AE5 Poeiras médias IP5X ou IP6X

AE6 Poeiras abundantes IP5X ou IP6X

AD1 Desprezável IPX0

AD2 Gotas de água IPX1

71
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Classe de influências Graus de proteção


Códigos
externas mínimos

AD3 Chuva IPX3

AD4 Projeção de água IPX4

AD5 Jatos de água IPX5

Jatos de água forte ou


AD6 IPX6
massas de água

AD7 Imersão temporária IPX7

AD8 Imersão prolongada IPX8

O código IK é definido por um dígito, indicando o


grau de proteção contra ações mecânicas (impactos)
– AG (variável de 1 a 3).

Classe de influências
Códigos Graus de proteção
externas

AG1 Fracos IK02

AG2 Médios IK07

AG3 Fortes IK08 a IK10

Exemplo:

 IP30 Grau de proteção contra a presença de corpos sólidos estranhos


pequenos 2,5 mm e o grau de proteção contra a presença de água é
desprezável.

 IK02 Grau de proteção contra impactos: fraco.

72
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Exemplos de aparelhagem

Interruptor simples

Comutador de lustre

Inversor de grupo

Comutador de escada

Botão de pressão com sinalização


luminosa

Tomada simples com terra do tipo Shucko

73
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

7. CONDUTORES E CABO
Um condutor elétrico é um corpo constituído por um material bom condutor e
que se destina à transmissão de corrente elétrica.

7.1. QUAL A DIFERENÇA ENTRE FIO E CABO?

Um fio condutor é constituído por um condutor sólido, maciço, de secção circu-


lar e pode ou não ter isolamento.

Um cabo consiste num conjunto de fios condutores,


isolados entre si.

74
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

7.2. ISOLAMENTO

O isolamento de um cabo ou fio consiste num revestimento feito com material


isolante, cujo objetivo é impedir fugas de corrente.

Poderá existir um segundo revestimento sobre o isolamento, a cobertura, que


tem como objetivo proteger o material isolante, mecanicamente.

Cabo unipolar e cabo multipolar:


 O cabo unipolar é formado por um único con-
dutor, com uma cobertura isolante protetora.
 O cabo multipolar é formado por dois ou mais
condutores, cada um isolado entre si e todo o
conjunto é protegido por uma camada prote-
tora de cobertura comum.

7.3. SECÇÃO NOMINAL

A secção nominal de um fio condutor ou cabo é a área da secção transversal do


fio ou da soma das secções dos fios que constituem um cabo.

A secção do condutor não inclui o isolamento e a co-


bertura e é especificada em mm2.

75
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

7.4. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES

O condutor deve ser capaz de permitir, sem um aquecimento excessivo e com


uma queda de tensão pré determinada, a passagem da corrente elétrica prevista.

Além disso, os condutores devem ser compatíveis com a capacidade dos dispo-
sitivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito.

7.5. ESCOLHA DO CONDUTOR

Na escolha do condutor há diversos fatores que deve considerar, nomeada-


mente:

 Tipo de isolamento e cobertura do condutor;

 Número de condutores percorridos pela corrente;

 Forma de instalação dos cabos;

 Proximidade com outros condutores e cabos;

 Temperatura ambiente.

76
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Descrição e utilização de alguns condutores e cabos mais utilizados.

Os condutores e cabos isolados são objeto de um conjunto significativo de


normas, que definem as suas características e ensaios.

77
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

O quadro que se segue representa a designação simbólica de condutores e


cabos isolados até 450/750 V.

Símbolo Exemplo(1)

Harmonizado H

Tipo nacional reconhecido A


Normalização H
Tipo nacional não PT-N
reconhecido

<100/100V 00

≥100/100V; <300/300V 01

Tensão 300/300V 03 05

300/500V 05

450/750V 07

Borracha de etileno- B
propileno

Etileno acetato de vinilo G

Isolamento Borracha R V
Borracha de silicone S

Policloreto de vinilo V

Constituintes Polietileno reticulado X

Bainha lisa de alumínio, A2


extrudida ou saldada

Revestimento Condutor concêntrico de A


metálico/ alumínio
armaduras Blindagem de alumínio A7

Armadura em fita de aço, Z4


galvanizado ou não

78
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Símbolo Exemplo(1)

Etileno acetato de vinilo G

Trança de fibra de vidro J

Policloropreno N
Constituintes Bainha V
Borracha R

Trança têxtil T

Policloreto V

Cabo circular sem letra

Cabo plano: H
Forma
Condutores separáveis H2
Condutores não separáveis

Cobre sem letra


Natureza
Alumínio -A

Condutor flexível da classe -F


5

Condutor flexível da classe -H


6
Construção
Condutor ou cabo flexível -K
para instalação fixa

Condutor rígido circular -R


Flexibilidade cablado -F
Condutor rígido sectorial -S
cablado

Condutor rígido maciço -U


circular

Condutor rígido maciço -W


sectorial

Condutor tinsel -Y

Número de condutores 3

Ausência de condutor
X
verde/amarelo
Composição G
Existência de condutor
G
verde/amarelo

Secção do condutor (mm2) 2,5

79
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Símbolo Exemplo(1)

Identificação por coloração sem letra


Composição
Identificação por algarismo N

(1) Cabo harmonizado, para a tensão de 300/500V, com isolamento em policloreto de


vinilo, com condutores de cobre flexíveis da classe 5, constituído por três condutores de
2,5mm2, sendo um deles o de proteção (H05VV-F3G2,5).
(2) Quando as secções dos condutores neutro e de proteção forem diferentes das
secções dos condutores de fase, a composição deve caracterizar essa alteração. Por
exemplo, para um cabo com condutores de fase a 35mm2 e condutores neutro e
proteção a 16 mm2, a composição deve ser representada por 3X35+2G16.

80
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

8. INSTALAÇÃO COLETIVA DE ENERGIA


ELÉTRICA

De acordo com as regras técnicas, as instalações coletivas são instalações elétri-


cas estabelecidas, nas zonas comuns, no interior dos edifícios tendo por objeti-
vo abastecer as diversas instalações de utilização existentes.

Estas instalações têm um troço comum com início numa ou mais portinholas,
ou no quadro de colunas, e terminam nas entradas. Além deste troço comum
são também constituídas por:

 Quadro de colunas;

 Colunas;

 Caixas de colunas;

 Entradas.

8.1. QUADRO DE COLUNAS (QC)

É um quadro alimentado diretamente por um ramal ou por intermédio de um


troço comum da instalação coletiva, destinado a alimentar as colunas montan-
tes e as entradas de características especiais.

81
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

8.2. COLUNAS

São as canalizações de uma instalação coletiva, que têm início no quadro de


colunas e terminam numa caixa de coluna.

8.3. ENTRADAS

São os troços das canalizações elétricas entre:

 Uma caixa de coluna e a origem de uma instalação de utilização;

 O quadro de colunas e a origem de uma instalação de utilização de ca-


racterísticas especiais (exemplo de instalações de potência significati-
vamente elevada ou suscetível de causar perturbações no sistema de
distribuição);

 Uma portinhola que sirva uma instalação elétrica e a sua origem.

82
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

8.4. ESQUEMA DE UMA INSTALAÇÃO COLETIVA

A seguinte figura representa um esquema tipo de uma instalação coletiva.

Exemplo de uma instalação coletiva.

83
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

CONCLUSÃO

Como acabámos de estudar, existem diversos fatores relacionados com as ins-


talações elétricas, a que devemos ter especial atenção.

Quando lidamos com materiais elétricos podemos estar sujeitos a alguns riscos,
como por exemplo a eletrocussão, e ter noções de primeiros socorros pode ser
essencial para conseguirmos salvar uma vida. Com estas noções também ga-
nhamos outra sensibilidade para estes casos e ficamos mais precavidos, até no
que toca à nossa própria saúde.

Os circuitos de instalações elétricas consistem basicamente em circuitos de ilu-


minação e circuitos de tomadas. Estes circuitos são separados para evitar que
qualquer problema elétrico impeça a utilização da eletricidade, em todo o sis-
tema.

Os circuitos, tanto de iluminação como de tomadas, são executados em canali-


zações que possuem diversas características. Uma delas é a classe de proteção,
onde as normas RTIEBT estabelecem determinados índices de proteção, con-
forme os locais onde vão ser instalados os componentes elétricos.

O quadro elétrico é o equipamento onde estão ligados todos os circuitos elétri-


cos, que constituem os circuitos das habitações ou dos sistemas e de onde
saem as alimentações de energia para os restantes dispositivos do circuito.

85
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Nestes equipamentos encontram-se os dispositivos de corte de todos os tipos


de circuito, como:

 Circuito de iluminação;

 Circuito de tomadas;

 Circuito de emergência.

86
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

AUTOAVALIAÇÃO

1. O amperímetro:

a) Possui uma resistência interna elevada.

b) Possui uma elevada queda de tensão interna.

c) É ligado em paralelo com o componente que queremos medir.

d) É um aparelho que mede uma grandeza elétrica em amperes.

2. Qual a corrente máxima admitida por um condutor de secção de


2,5 mm2, segundo a tabela do R.T.I.E.B.T. para condutores isolados a
policloreto de vinilo (PVC)?

a) 14,5 A.

b) 19,5 A.

c) 30 A.

d) 63 A.

87
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

3. Identifique o seguinte esquema unifilar:

F
N

a) É um circuito de iluminação, comutação de escada.

b) É um circuito de iluminação, derivação simples.

c) É um circuito de iluminação, comutação de lustre.

d) É um circuito multifilar, derivação simples.

4. O esquema que permite o controlo de um ponto de luz, utilizando um


inversor é:

a) Um circuito de iluminação, comutação de escada.

b) Um circuito de iluminação, derivação simples.

c) Um circuito de iluminação, comutação de lustre.

d) Um circuito de iluminação, comutação de escada com inversor.

88
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5. Identifique o seguinte:

N
P
F

a) É um circuito de iluminação, comutação de escada em esquema multifilar.

b) É um circuito de iluminação, comutação de escada em esquema unifilar.

c) É um circuito de tomadas, em esquema unifilar.

d) É um circuito de tomadas, em esquema multifilar.

6. Na proteção contra choques elétricos, contactos diretos, uma das me-


didas passa:

a) Pelo isolamento apropriado e afastamento das partes ativas do circuito


elétrico.

b) Pela ligação das massas dos aparelhos à terra.

c) Pela utilização de um disjuntor de proteção.

d) Pela utilização de interruptor geral.

89
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

7. Que tipo de circuito de iluminação utilizaria se pretendesse comandar


uma iluminação a partir de três pontos distintos:

a) Derivação simples.

b) Comutação de lustre.

c) Comutação de escada.

d) Inversor com comutação de escada.

8. Que tipo de circuito é representado na figura seguinte?

Campainha

N
F
Transformador
Botão de pressão

a) Uma derivação simples.

b) Um circuito de iluminação.

c) Um circuito de tomadas.

d) Um circuito de sinalização.

9. Os aparelhos de medida digitais, em relação aos aparelhos de medida


analógicos, são:

a) Mais resistentes.

b) Pouco estáveis.

c) Menos robustos.

d) Mais precisos.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

10. Identifique o seguinte símbolo:

a) Comutador de escada.

b) Comutador de lustre.

c) Inversor.

d) Tomada monofásica com terra.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

SOLUÇÕES

1. d 2. b 3. b 4. d 5. d

6. a 7. d 8. d 9. d 10. b

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

Para poder desenvolver os conhecimentos obtidos nesta unidade deixamos-lhe


alguns livros relacionados com os temas que acabámos de estudar:

 Regras Técnicas de Instalações Eléctricas de Baixa Tensão (RTIEBT).

 Meireles, V., Circuitos Eléctricos. Lisboa: LIDEL, 2001.

 Morais, S., Elementos de Electricidade. Porto: Porto Editora, 2011.

 Niemann, Gustav, Elementos de Máquinas. Volumes I, II e III. São Paulo:


Edgard Blucher, 1971.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

BIBLIOGRAFIA

 Sacristán, Francisco Rey (s.d.), Gestão Industrial - Manutenção Eléctrica e


Mecânica na Indústria e Oficinas. Lisboa: Edições CETOP.

 Sebenta de Instalações Eléctricas I, Instituto Superior de Engenharia de


Lisboa 2004.

 Martins, V. (s.d.), Práticas Oficinais - Instalações Eléctricas, Automatismos e


Electrónica Industrial. Lisboa: Plátano Editora.

 Regras Técnicas de Instalações Eléctricas de Baixa Tensão (RTIEBT).

 Regulamento de Segurança das Instalações Colectivas de Edifícios e Entra-


das (RSICEE).

 Regulamento de Segurança de Instalações de Energia Eléctrica e Telefones


(RSIEET).

 Regulamento de Segurança das Instalações de Utilização de Energia Eléctri-


ca em Baixa Tensão (RSIUEE).

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