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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA

INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS -ISGT

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELÉCTRICA

PROJECTO DE INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS

TEMA:

Elaboração de projecto de uma subestação eléctrica

Discente Docente:

Eusélio Alberto Meque MSc. Engº. Fernando Chachaia

MAPUTO

2023
Índice

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

1.1. Contexto ........................................................................................................................... 1

1.2. Objectivos......................................................................................................................... 1

1.3. Estrutura do trabalho ........................................................................................................ 2

CAPÍTULO 2: MEMÓRIA DESCRITIVA.................................................................................... 3

2.1. Descrição do projecto da subestação ................................................................................ 3

2.2. Subestações eléctricas ...................................................................................................... 5

2.2.1. Funções de uma subestação ...................................................................................... 5

2.2.2. Tipos de subestações ................................................................................................. 5

2.3. Elementos de uma subestação .......................................................................................... 6

2.3.1. Barramentos .............................................................................................................. 6

2.3.2. Disjuntor ................................................................................................................... 7

2.3.3. Baipasse .................................................................................................................... 8

2.3.4. Disjuntor de transferência ......................................................................................... 9

2.3.5. Reactor trifásico de aterramento ............................................................................... 9

2.3.6. Chave seccionadora ................................................................................................ 10

2.3.7. Para-raios ................................................................................................................ 10

2.3.8. Transformador de potência (TR) ............................................................................ 11

2.3.9. Transformador de corrente (TC ou CT) .................................................................. 12

2.3.10. Transformadores de tensão (TP ou VT).................................................................. 13

2.3.11. Instrumentos de medição ........................................................................................ 14

2.3.12. Sistema de aterramento ........................................................................................... 15

CAPÍTULO 3: DIAGRAMA ESQUEMÁTICO E VISTAS DA SUBESTAÇÃO...................... 16


CAPÍTULO 4: DIMENSIONAMENTO DOS TRANSFORMADORES DE CORRENTE ....... 20

4.1. Dimensionamento dos TC’s das zonas A e B do lado HV 220kV ..................................... 20

4.2. Dimensionamento dos TC’s das zonas A e B do lado LV 66kV – antes do barramento de
66kV .......................................................................................................................................... 21

4.3. Dimensionamento dos TC’s dos 3 circuitos alimentadores iguais das zonas A e B do lado
LV 66kV.................................................................................................................................... 22

4.4. Dimensionamento dos TC’s da zona C do lado HV 66kV ................................................ 23

4.5. Dimensionamento dos TC’s da zona C do lado HV 33kV ................................................ 24

4.6. Dimensionamento dos TC’s da zona C, parte B ................................................................ 25

4.7. Dimensionamento dos TC’s dos 4 circuitos alimentadores iguais da zona C, parte A ...... 26

CAPÍTULO 5: DIMENSIONAMENTO DOS BARRAMENTOS .............................................. 27

5.1. Dimensionamento do barramento de 220kV .................................................................. 27

5.2. Dimensionamento do barramento de 66kV .................................................................... 35

5.3. Dimensionamento do barramento de 33kV .................................................................... 41

CAPÍTULO 6: DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE ATERRAMENTO ........................ 47

6.1. Factores que influenciam na resistividade do solo ............................................................. 47

6.1.1. Influência da humidade ............................................................................................... 47

6.1.2. Influência da temperatura ............................................................................................ 47

6.1.3. Influência da concentração de sais .............................................................................. 48

6.1.4. Influência da Compacidade ......................................................................................... 48

6.2. Medição da resistividade do solo pelo método de wenner ................................................. 49

6.3. Dimensionamento da malha de terra .................................................................................. 51

6.3.1. Determinação da resistividade aparente vista pela malha (𝜌𝑎) .................................. 51

6.3.2. Cálculo da bitola mínima dos condutores que formam a malha de terra .................... 52

6.3.3. Bitola do cabo de ligação............................................................................................. 52


6.3.4. Valores de potenciais máximos admissíveis ............................................................... 53

6.3.5. Projecto inicial para o espaçamento ............................................................................ 54

6.3.6. Cálculo da resistência da malha................................................................................... 54

CAPÍTULO 7: ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS EQUIPAMENTOS ............................... 56

6.1. Especificações técnicas dos disjuntores da subestação ...................................................... 56

6.2. Especificações técnicas dos transformadores de corrente .................................................. 58

6.3. Especificações técnicas dos transformadores de potencial ................................................ 60

6.4. Especificações técnicas dos pára-raios ............................................................................... 62

6.5. Especificações técnicas dos seccionadores ........................................................................ 63

CAPÍTULO 8: CONCLUSÃO ..................................................................................................... 64

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 65

ANEXOS ...................................................................................................................................... 66

APÊNDICES................................................................................................................................. 67
1

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1.Contexto

O presente trabalho surge no âmbito das aulas de Projecto de Instalações Eléctricas no curso de
engenharia eléctrica, 4º ano, 8º semestre na Universidade Politécnica. O projecto surge como
forma de consolidar os conhecimentos aprendidos durante as aulas, de forma prática.

Como resultado de aprendizagem espera-se que no final da cadeira o estudante esteja capacitado
para projectar, dimensionar e interpretar os conceitos de uma subestação eléctrica.

A energia elétrica para ser encaminhada desde a geração até a distribuição, tem que ter meios de
dirigi-la adequadamente através de conexões, para que permitam manobrar as linhas de
transmissão e os alimentadores da forma mais confiável possível. Além das manobras, temos que
ter meios de modificar a tensão e regular seus níveis visando melhor atender as necessidades dos
vários consumidores. Essa variação e regulação dos níveis de tensão são obtidas através das
subestações, que possibilitam enviar adequadamente esses blocos de energia de um ponto a outro.
Pode-se desta forma perceber que as subestações constituem um papel muito importante nos
circuitos eléctricos de potência.

Este é um projecto relativamento complexo para elabora-lo foram basicamente usadas as pesquisas
bibliográficas e documental.

1.2.Objectivos
Objectivo geral

• Elaborar o projecto de uma subestação eléctrica;

Objectivos específicos

• Descrever os principais elementos de uma subestação;

• Projectar o diagrama esquemátio unifilar de uma subestação;


2

• Representar as vistas de cima e lateral da subestação;

• Dimensionar os transformadores de corrente da subestação;

• Dimensionar os barramentos da subestação;

• Dimensionar o sistema de aterramento da subestação.

1.3.Estrutura do trabalho

Capítulo 1: Introdução – Neste capítulo apresenta-se a contextualização do trabalho e seus


objectivos, bem como a estrutura do trabalho.

Capítulo 2: Memória descritiva - Apresenta a descrição do projecto a ser elaborado e a revisão


teórica de suma SE e seus principais constituintes.

Capítulo 3: Diagrama esquemático e vistas da subestação - neste capítulo será apresentado o


diagrama unifilar da subestação e o sistema de medição e controle. Também estão apresentadas as
vistas de cima e lateral da SE.

Capítulo 4: Dimensionamento dos transformadores de corrente – Neste capítulo são apresentados


os cálculos de comprovação do dimensionamento de todos os TC’s que compõem a subestação,
para cada nível de tensão ou zona em que estão instalados.

Capítulo 5: Dimensionamento dos barramentos – Neste capítulo são calculados todos os esforços
que se verificam nos barramentos de 220, 66 e 33kV da SE.

Capítulo 6: Dimensionamento do sistema de aterramento – São apresentados os dados de


resistividade do solo e os cálculos de dimensionamento da malha de terra.

Capítulo 7: Especificações técnicas do equipamento – Neste capítulo estão apresentadas todas as


características eléctricas e mecânica dos dispositivos aplicados na subestação.

Capítulo 8: Conclusão – São apresentadas as conclusões, aprendizagens e dificuldades na


realização deste projecto.
3

CAPÍTULO 2: MEMÓRIA DESCRITIVA

2.1.Descrição do projecto da subestação

A SE possuirá duas entradas distintas, a saber:


A1ª Entrada vem da central (220 kV), contendo: 3 pára-raios, “carrier” de comunicação, 3 TC's
300-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's 1200-5 A, disjuntor, “Bypass” e barramentos principal e de
transferência.
A 2ª Entrada é igual a 1ª e no BP (barramento principal) de 220 kV instalar uma chave seccionadora
que vai separar a 1ª. Entrada da 2ª. Entrada em duas partes (parte A e parte B).

Na parte A do BP de 220 kV temos:

Disjuntor de transferência, 3 TP's com 3 enrolamentos 220000/110 V para medição/sincronismo e


protecção ligados em estrela – estrela - estrela, e no 1°. Circuito alimentador da parte A desse BP
tem: disjuntor, “Bypass”, 3 TC's 300-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's 1200-5 A, 3 pára-raios,
transformador trifásico com 3 enrolamentos de 160 MVA, ligados em estrela – triangulo - estrela,
tensão superior TS = 220 kV, tensão media - TM = 66 kV e tensão inferior - TI = 33 kV. Após o
transformador haverá 3 TC's de bucha 2000-5 A, 3 pára-raios, 3 TC's 400-5 A, 3 TC's 800-5 A, 3
TC's 1600-5 A, disjuntor e “Bypass” ligados a um BP de 66 kV (parte A).

Na parte B do BP de 220 kV temos:


3 TP's com 3 enrolamentos 220000/110 V, ligados em estrela/estrela/estrela para
medição/sincronismo e protecção.
O 1°. Circuito alimentador desse BP da parte B é igual ao 1°. Circuito da parte A, também ligado
ao BP de 66 kV (parte B). No BP de 66 kV encontra-se uma chave seccionadora para separar parte
A da parte B.
Na parte A do barramento de 66 kV temos 3 TP's com 3 enrolamentos 66000/110 V, ligação
estrela/estrela/estrela, para medição/sincronismo e protecção e saindo dessa parte encontram-se 3
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circuitos iguais com destino alimentar uma zona, contendo disjuntor, “bypass”, chave de
aterramento, 3 TC's 300-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's 1200-5 A, carrier, 3 pára-raios.
Na parte B desse BP de 66 kV, temos ligado 3 TP's com 3 enrolamentos 66000-110 V, estrela-
estrela-estrela, usado para medição/sincronismo e protecção. Saem desta parte do BP com destino
para alimentar, três circuitos iguais aos circuitos da parte A.
No BP de 66 kV encontra-se um seccionador que separa a parte B de uma parte C, que contem 3
circuitos alimentadores iguais aos circuitos da parte A e B, com um três destino desconhecidos.
Na parte C encontramos também um disjuntor de transferência e 3 TP's com 3 enrolamentos
66000/110 V, ligação estrela/estrela/estrela para medição/sincronismo e protecção, e voltado para
dentro da SE encontramos 2 circuitos iguais saindo do BP de 66 kV que vão ligar um BP de 33 kV
e que possuem disjuntor, “Bypass”, 3 TC's 1200-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's 300-5 A, 3 pára-
raios, um transformador de 2 enrolamentos 66/33 kV, ligação estrela/triangulo de 50 MVA,
instalados nas buchas do secundário desse transformador encontramos 3 TC's 2000-5 A, 3 pára-
raios, disjuntor e “Bypass” ligados no BP de 33 kV. Esses 2 circuitos se dividem no BP de 33 kV
em parte A e parte B, através de um seccionador instalado entre esses 2 circuitos.
Instalados no BP de 66 kV em sua parte B encontramos um disjuntor de transferência, um reactor
trifásico de aterramento de 1500 kVA e ligado ao BP temos dois TP's de 33000/110 V para
medição, ainda nesse lado do BP sai um circuito alimentador para uma zona, com disjuntor,
“Bypass”, 2 TC's 50/100/200/400-5 A e 3 pára-raios. Na parte A desse BP encontramos 4 circuitos
iguais ao circuito que sai da parte B e vão para uma outra zona. Na parte B ainda encontramos um
transformador de 2 enrolamentos de 125 kVA, triangulo/estrela, 33000/220 V, protegidos por
chave fusível e que vai para os serviços auxiliares da SE. Também nessa parte encontramos um
reactor trifásico de aterramento de 1500 kVA e 2 TP's 33000/110 V usado para medição.
5

2.2.Subestações eléctricas

As subestações são partes componentes do "Sistema de Transmissão" (sistema elétrico sem a


geração, distribuição e consumidores) e podem ser definidas como sendo um conjunto de
equipamentos destinados a transformar e regular as tensões geradas ou transportadas, permitir a
operação segura das partes componentes do sistema, eliminar ou reduzir as faltas e permitir o
estabelecimento de alternativas para o suprimento (o mais continuo possível) da energia elétrica.

2.2.1. Funções de uma subestação

Segundo Prazeres (2012, p.6) basicamente temos as seguintes funções:

Transformação: alteração dos níveis da tensão de modo a adequá-lo às conveniências de


transmissão, distribuição e consumo.

Regulação: regular os níveis de tensão de modo a mantê-los nos limites aceitáveis e admissíveis.

Chaveamento: conexão e desconexão de componentes do sistema de transmissão ou distribuição,


para orientar o fluxo de energia e isolar partes com defeitos, mantendo a continuidade no
suprimento de energia elétrica.

Algumas subestações, além das funções acima, possuem uma quarta que é a de modificar as
características originais da energia elétrica. Estas subestações são denominadas de conversoras e
destinam-se a modificar a freqüência ou a corrente alternada para continua e vice-versa.

2.2.2. Tipos de subestações

Considerando que as subestações podem interligar sistemas elétricos (duas ou mais fontes),
distribuir energia na tensão de transmissão para outros centros consumidores, ou para distribuição
local em tensões de subtransmissão e distribuição, podemos considerar os seguintes tipos de
subestações:
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SE Elevadora: recebe energia na tensão de geração e a eleva para tensões de subtransmissão ou


de transmissão. Embora raras, podem receber energia em tensão de subtransmissão e elevar para
a tensão de transmissão.

SE Abaixadora: recebe tensão de transmissão ou subtransmissão, reduzindo para tensão de


subtransmissão e/ou distribuição.

SE Interligadora: recebe energia de duas ou mais fontes objetivando o transporte para grandes
centros consumidores.

SE de Transmissão: com características semelhantes a anterior, recebe grandes blocos de energia


e transmite esta energia a outros centros consumidores nas tensões de transmissão e/ou
subtransmissão.

SE de Distribuição: destinada a abaixar a tensão ao nível de distribuição e/ou subtransmissão de


modo adequado para utilização direta de consumidores.

SE Industrial: recebe energia nas tensões de transmissão ou subtransmissão e transforma para a


tensão ou tensões de distribuição adequada para a utilização direta na indústria. Também os
sistemas de controle e proteção dos alimentadores são adequados à indústria.

Estação de chaves: como o próprio nome indica, sua função única é de chaveamento de vários
circuitos, estabelecendo alternativas de suprimento.

2.3.Elementos de uma subestação

2.3.1. Barramentos

É um dispositivo elétrico cuja finalidade é receber energia eléctrica de uma ou mais fontes na
mesma tensão, e distribuir para uma ou mais cargas na mesma tensão. É através do barramento
que são feitas as conexões entre as linhas de transmissão ou distribuição. Podem ser de tubos,
barras metálicas ou cabos de alumínio ou cobre (Prazeres, 2012, p.23).
7

Em geral existem barramentos de cobre e de alumínio, e os de cobre são naturalmente mais carros
que os de alumínio. Mas existem também outras características que diferem os barramentos,
existem barramentos rígidos, flexíveis, tubulares, em barra, em perfil U, em varão, etc.

(a) (b)
Figura 1.1: (a) barramento rígido de tubo de alumínio e (b) barramento flexível de cabo de alumínio.

Normalmente em uma subestação existe o barramento principal (BP) e um barramento de


transferência (BT) usado para casos de manutenção.

Figura 1.2: representação esquemática de um barramento.


2.3.2. Disjuntor

De acordo com prazeres (2012, p.24) o disjuntor é um dispositivo eléctrico capaz de interromper
a passagem corrente eléctrica, em inclusive condições de curto-circuito, sem sofrer os danos
ocasionados pelo arco voltaico e quando acoplado a reles, proporciona um perfeito sistema de
proteção aos circuitos a ele ligados.
8

Nas subestações existem basicamente dois tipos de disjuntores: disjuntores a óleo que
normalmente são de maior volume e o isolamento no seu interior é a base de óleo, e os disjuntores
a gás SF6 que tem menor volume e são os mais usados actualmente devido a sua eficácia.

(a) (b)

Figura 1.3: (a) disjuntores a óleo e (b) disjuntores a gás SF6.

Em esquemas de subestações os disjuntores são representados da seguinte forma:

Figura 1.4: representação esquemática de um disjuntor.

2.3.3. Baipasse

De acordo com prazeres (2012, p.25) baipasse ou passagem ao lado, em subestação é uma ponte
feita sobre um disjuntor. Utiliza-se o baipasse somente em casos de emergência e por curto espaço
de tempo. Sua principal finalidade e isolar um disjuntor sem interromper o fornecimento de
energia. O baipasse é feito de chaves seccionadoras para que o disjuntor fique isolado em caso de
manutenção.
9

Figura 1.5: representação esquemática de um baipasse.

2.3.4. Disjuntor de transferência

Em geral nas subestações de grande porte, cujo fornecimento de energia eléctrica não deve ser
interrompido, mesmo em caso de avaria no disjuntor, justifica-se a utilização de disjuntores de
transferência.

Figura 1.6: representação esquemática de um baipasse.

Tendo somente um disjuntor de transferência no barramento, ele deve ser utilizado somente no
período de manutenção de um outro disjuntor do barramento, devendo estar sempre disponível
para o uso (Prazeres, 2012, p.27).

2.3.5. Reactor trifásico de aterramento

Tem a função de conseguir um neutro artificial, para detectar quando o cabo vier a encostar no
solo, fazendo atuar os dispositivos de proteção. Ele é constituído de apenas um enrolamento ligado
em zigue-zague com o neutro aterrado. Ele é conectado ao terciário do transformador quando este
é ligado em triângulo (Prazeres, 2012, p.28)
10

(a) b)
Figura 1.7: (a) imagem real reactor trifásico de aterramento de neutro e (b) representação esquemática de
um reactor trifásico de aterramento.

2.3.6. Chave seccionadora

De acordo com Prazeres (2012, p.30) a chave seccionadora é um dispositivo eléctrico destinado a
isolar um circuito ou trecho de circuito ou um equipamento. Normalmente esta é intertravada com
um disjuntor, porque só pode ser aberta ou fechada quando esse disjuntor estiver também aberto,
ou seja, jamais pode ser operada com carga.

(a) (b)
Figura 1.8: (a) imagem real de chaves seccionadoras fechadas e (b) representação esquemática de uma
chave seccionadora aberta.

2.3.7. Para-raios

É um dispositivo destinado a proteger os circuitos e os equipamentos a eles ligados de descargas


atmosféricas, as quais ocasionam sobretensão na linha podendo danificar os equipamentos, caso
não estejam protegidos. Devido a estas características, os para-raios são colocados as entradas e
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saídas de linhas de transmissão e redes de distribuição que chegam ou saem das subestações, como
também na entrada e saída dos transformadores de força (Prazeres, 2012, p.31).

(a) (b)
Figura 1.8: (a) três para-raios instalados em uma subestação e (b) representação esquemática de para-
raios (quantidade: 3).

2.3.8. Transformador de potência (TR)

Transformadores de Potência (força) são dispositivos destinados à transformação de tensão e


corrente sem que se altere a potência. É um dos principais dispositivos elétricos existentes em uma
subestação, responsável pela transformação e distribuição de energia em diversos níveis de tensão
e corrente (Prazeres, 2012, p.16).

Figura 1.9: transformador de potência trifásico instalado em uma subestação.


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Os transformadores usados nas subestações são a óleo (ONAN) em podem ter 2 grupos de
enrolamentos (primário e secundário) ou 3 grupos de enrolamentos (primário, secundário e
terciário), como se pode representar.

(a) (b)
Figura 1.10: (a) transformador trifásico de potência de dois enrolamentos, ligado em
estrela/triangulo e (b) transformador trifásico de potência de três enrolamentos( primário, secundário e
terciário) ligado em estrela/triangulo/estrela.

2.3.9. Transformador de corrente (TC ou CT)

Os transformadores para instrumentos são usados para medição de grandezas básicas, como:
tensão, corrente, frequência, fator de potência, potência ativa e reativa, etc. Estas medidas são
feitas através da redução dos valores primários das correntes e tensões. Quanto a ligação, os TC`s
são sempre monofásicos e dispõem, em geral, de dois terminais primários ligados ao circuito cuja
corrente desejamos utilizar. O TC é instalado em série com a linha, ligando-se cada um dos seus
terminais primários a uma das extremidades do trecho seccionado (Prazeres, 2012, p.38).
Existem basicamente 3 tipos de TC’s que são: TC tipo janela, TC tipo barra e TC tipo bucha.

(a) (b) (c)


Figura 1.11: (a) TC tipo janela, (b) TC tipo barra e TC tipo bucha.
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Os TC’s tipo janela e tipo barra são normalmente usados em túneis onde passam os cabos e nas
celas de força e comando, são normalmente para uso interno. Os TC’s de bucha são de uso externo
e encotram-se no tereno das subestações.
Os TC’s são desta forma representados:

Figura 1.12: representação geral de um TC.

2.3.10. Transformadores de tensão (TP ou VT)

Segundo Prazeres (2012, p.39) o TP é um transformador para instrumento onde o enrolamento


primário é ligado em derivação com o circuito elétrico e o enrolamento secundário se destina a
alimentar bobinas de equipamentos de controle, medição e proteção.

Figura 1.13: TP instalado em uma subestação.

Os TP`s são projetados para terem tensão secundária nominal padronizada em 115V, sendo a
tensão primária nominal estabelecida de acordo com a tensão entre fases em que o TP será ligado.
Eles são empregues para alimentar instrumentos de alta impedância (voltímetros, bobinas de
potencial de watímetros, bobinas de potencial de medidores de energia, relés de tensão, etc.), a
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corrente secundária I2 é muito pequena e por isso se diz que são transformadores de potência que
funcionam quase a vazio. Pode também ter três enrolamentos, com se representa abaixo.

(a) (b)
Figura 1.14: (a) transformador de Potencial cuja relação de transformação é 230000 V para 115 V, (b)
transformador de potencial com três enrolamentos com uma saída para sincronismo/medição.

2.3.11. Instrumentos de medição

É um conjunto de instrumentos são responsáveis por colher, registar e mostrar dados de grandezas
ou fenómenos que pretendemos medir durante o funcionamento da subestação. Eles podem ser
registadores, indicativos ou totalizadores.

Instrumentos gráficos ou Registradores: são instrumentos que nos dão as leituras graficamente
através de fita ou disco de papel obedecendo um determinado período que pode ser hora, dia,
semana, etc. Desta maneira, tem-se um registro das variações da grandeza num determinado
espaço de tempo. Esse registro é também feito por computador.

Instrumentos totalizadores: Fornecem o valor total da grandeza ao longo de um período


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Instrumentos indicativos: são instrumentos que fornecem o valor da grandeza no instante da


leitura. Podem ser analógicos ou digitais.

2.3.12. Sistema de aterramento

Segundo Kinderman e Campagnolo (1995, p.3) para que um sistema de energia eléctrica opere
correctamente, com uma adequada continuidade de serviço, com um desempenho seguro do
sistema de proteção e mais ainda para garantir os limites de segurança pessoal, é fundamentar que
o quesito aterramento mereça um cuidado especial. Os objectivos principais do aterramento são:

• Obter uma resistência de aterramento mais baixa possível, para correntes de fuga á terra;
• Manter os potenciais produzidos pelas correntes de falta dentro dos limites de segurança
de modo a não causar fibrilação no coração humano;
• Fazer com que os equipamentos de proteção sejam mais sensibilizados e isolem
rapidamente as falhas à terra;
• Proporcionar um caminho de escoamento para a terra em caso de descargas atmosféricas;
• Escoar cargas estáticas geradas nas carcaças dos equipamentos.
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CAPÍTULO 3: DIAGRAMA ESQUEMÁTICO E VISTAS DA SUBESTAÇÃO


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CAPÍTULO 4: DIMENSIONAMENTO DOS TRANSFORMADORES DE


CORRENTE

Nesta parte do projecto será feita a comprovação dos TC’s apresentados no enunciado da projecto.

Uma vez que a corrente de curto-circuito 𝐼𝑐𝑐 será necessária para a condição de saturação de falta
máxima, teremos que determinar a impedância percentual 𝑍% de todos os transformadores uma
vez que não foi dada, consideremos 4% para todos os transformadores da subestação. Esta
impedância percentual irá ajudar nos cálculos da corrente de curto-circuito. Para a condição normal
de operação usaremos o factor de carga 𝑘 de 20%.

Como conclusão iremos recorrer a tabela abaixo para a seleção do TC ideal.

Tabela 1: tabela das correntes nominais dos transformadores de corrente.

Fonte: Farias (2012, p.2)

4.1. Dimensionamento dos TC’s das zonas A e B do lado HV 220kV

Estes são todos os TC’s que pertencem ao lado HV 220 kV dos dois transformadores de 160MVA
das zonas A e B antes e depois dos barramentos de 220kV, ou seja, no primário do transformador.
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A corrente primária do transformador será:

𝑆 160 × 106
𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚) = = = 420𝐴
√3 ∙ 𝑉𝐻𝑉 √3 × 220 × 103

A corrente de curto-circuito (falta máxima) será:

𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚) 420
𝐼𝑓(𝑚𝑎𝑥) = = = 10500𝐴
𝑍% 0.04

Condição 1: O TC deve funcionar adequadamente em condição normal de operação (corrente de


longa duração).

𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ 𝑘 × 𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚) ≥ 1.2 × 420 ≥ 504𝐴

Condição 2: O TC não deve saturar sob condições de falta máxima (curto-circuito).

𝐼𝑓(𝑚𝑎𝑥) 10500
𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ ≥ = 525𝐴
20 20

Recorrendo a tabela de corrente nominais do TC’s escolheremos a RTC 600/5.

Concluão: os TC’s de 300/5 do projecto não são aplicáveis pois não respeitam as duas condições
de funcionamento apresentadas.

4.2. Dimensionamento dos TC’s das zonas A e B do lado LV 66kV – antes do barramento
de 66kV

Estes são todos os TC’s que pertencem ao lado LV 66 kV dos 2 transformadores de 160MVA das
partes A e B antes dos barramentos de 66kV, ou seja, no secundário do transformador.

A corrente secundária do transformador será:

𝑆 160 × 106
𝐼𝑠(𝑛𝑜𝑚) = = = 1399.6𝐴
√3 ∙ 𝑉𝐿𝑉 √3 × 66 × 103

A corrente de curto-circuito (falta máxima) será:


22

𝐼𝑠(𝑛𝑜𝑚) 1399.6
𝐼𝑓(𝑚𝑎𝑥) = = = 34990𝐴
𝑍% 0.04

Condição 1: O TC deve funcionar adequadamente em condição normal de operação (corrente de


longa duração).

𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ 𝑘 × 𝐼𝑠(𝑛𝑜𝑚) ≥ 1.2 × 1399.6 ≥ 1679.5𝐴

Condição 2: O TC não deve saturar sob condições de falta máxima (curto-circuito).

𝐼𝑓(𝑚𝑎𝑥) 34990
𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ ≥ = 1749.5𝐴
20 20

Recorrendo a tabela de corrente nominais do TC’s escolheremos a RTC 2000/5.

Concluão: os TC’s de 400/5, 800/5 e 1600/5 do projecto não são aplicáveis pois não respeitam as
duas condições de funcionamento apresentadas.

4.3. Dimensionamento dos TC’s dos 3 circuitos alimentadores iguais das zonas A e B do
lado LV 66kV

Estes são todos os TC’s que pertencem ao grupo dos 3 circuitos alimentadores iguais que saem da
subestação do lado LV 66 kV das partes A e B, depois do barramento de 66kV

Para esta parte é preciso considerar que o transformador de 160MVA tem a sua potência dividida
em 3 circuitos iguais e consequentemente a sua corrente do secundário também será dividida por
3 e a sua corrente de curto-circuito também será dividida por 3. Desta forma teremos.

A corrente de linha de cada circuito será:

𝐼𝑠(𝑛𝑜𝑚) 1399.6
𝐼𝑙 = = = 466.5𝐴
3 3

A corrente de curto-circuito (falta máxima) será:

𝐼𝑓(𝑚𝑎𝑥) 34990
𝐼𝑓 = = = 11663.3𝐴
3 3
23

Condição 1: O TC deve funcionar adequadamente em condição normal de operação (corrente de


longa duração).

𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ 𝑘 × 𝐼𝑙 ≥ 1.2 × 466.5 ≥ 559.8𝐴

Condição 2: O TC não deve saturar sob condições de falta.

𝐼𝑓 11663.3
𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ ≥ = 583.2𝐴
20 20

Recorrendo a tabela de corrente nominais do TC’s escolheremos o RTC 600/5.

Concluão: os TC’s de 300/5 do projecto não são aplicáveis pois não respeitam as duas condições
de funcionamento apresentadas.

4.4. Dimensionamento dos TC’s da zona C do lado HV 66kV

Estes são todos os TC’s que pertencem ao lado HV 66 kV dos 2 transformadores de 50MVA da
parte C, ou seja, no primário do transformador.

A corrente primária do transformador será:

𝑆 50 × 106
𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚) = = = 437.4𝐴
√3 ∙ 𝑉𝐻𝑉 √3 × 66 × 103

A corrente de curto-circuito (falta máxima) será:

𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚) 437.4
𝐼𝑓(𝑚𝑎𝑥) = = = 10935𝐴
𝑍% 0.04

Condição 1: O TC deve funcionar adequadamente em condição normal de operação (corrente de


longa duração).

𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ 𝑘 × 𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚) ≥ 1.2 × 437.4 ≥ 524.9𝐴

Condição 2: O TC não deve saturar sob condições de falta.

𝐼𝑓(𝑚𝑎𝑥) 10935
𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ ≥ = 546.8𝐴
20 20
24

Recorrendo a tabela de corrente nominais do TC’s escolheremos o RTC 600/5.

Concluão: os TC’s de 300/5 do projecto não são aplicáveis pois não respeitam as duas condições
de funcionamento apresentadas.

4.5. Dimensionamento dos TC’s da zona C do lado HV 33kV

Estes são todos os TC’s que pertencem ao lado LV 33 kV dos 2 transformadores de 50MVA da
zona C, antes do barramento de 33kV, ou seja, no secundário do transformador antes do
barramento de 33kV.

A corrente secundária do transformador será:

𝑆 50 × 106
𝐼𝑠(𝑛𝑜𝑚) = = = 874.8𝐴
√3 ∙ 𝑉𝐿𝑉 √3 × 33 × 103

A corrente de curto-circuito (falta máxima) será:

𝐼𝑠(𝑛𝑜𝑚) 874.8
𝐼𝑓(𝑚𝑎𝑥) = = = 21870𝐴
𝑍% 0.04

Condição 1: O TC deve funcionar adequadamente em condição normal de operação (corrente de


longa duração).

𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ 𝑘 × 𝐼𝑠(𝑛𝑜𝑚) ≥ 1.2 × 874.8 ≥ 1049.8𝐴

Condição 2: O TC não deve saturar sob condições de falta.

𝐼𝑓(𝑚𝑎𝑥) 34990
𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ ≥ = 1093.5𝐴
20 20

Recorrendo a tabela de corrente nominais do TC’s escolheremos o RTC 1200/5.

Concluão: os TC’s de 2000/5 do projecto também podem ser aplicados pois respeitam as duas
condições, porém, é melhor escolher o de 1200/5 que é imediatamente a seguir aos valores
calculados.
25

4.6. Dimensionamento dos TC’s da zona C, parte B

Estes são todos os TC’s que pertencem a zona C, parte do circuito alimentar destinado a alimentar
uma certa zona.

Uma vez que existem nesta área apenas dois circuitos para o transformador de 50MVA e num
deles está montado um transformador de potência de 125kV, significa que sobram 49.875MVA
para o outro circuito, portanto, é com base nesta potência que faremos os cálculos de corrente e
dos TC’s.

A corrente nesse circuito será:

𝑆 49.875 × 106
𝐼𝑙(𝑛𝑜𝑚) = = = 872.6𝐴
√3 ∙ 𝑉𝐿𝑉 √3 × 33 × 103

A corrente de curto-circuito (falta máxima) será:

𝐼𝑙(𝑛𝑜𝑚) 872.6
𝐼𝑓(𝑚𝑎𝑥) = = = 21815𝐴
𝑍% 0.04

Condição 1: O TC deve funcionar adequadamente em condição normal de operação (corrente de


longa duração).

𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ 𝑘 × 𝐼𝑙(𝑛𝑜𝑚) ≥ 1.2 × 872.6 ≥ 1047.1𝐴

Condição 2: O TC não deve saturar sob condições de falta.

𝐼𝑓(𝑚𝑎𝑥) 34990
𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ ≥ = 1090.8𝐴
20 20

Recorrendo a tabela de corrente nominais do TC’s escolheremos o RTC 1200/5.

Concluão: os TC’s de 50/100/200/400-5 do projecto não são aplicáveis nessa zona, pois não
obedecem as condições de funcionamento.
26

4.7. Dimensionamento dos TC’s dos 4 circuitos alimentadores iguais da zona C, parte A

Estes são todos os TC’s que pertencem ao grupo dos 4 circuitos alimentadores iguais que saem do
transformador de 50MV com destino a uma certa zona.

Para esta parte é preciso considerar que o transformador de 50MVA tem a sua potência dividida
em 4 circuitos iguais e consequentemente a sua corrente do secundário também será dividida por
4 e a sua corrente de curto-circuito também será dividida por 4. Desta forma teremos.

A corrente de linha de cada circuito será:

𝐼𝑠(𝑛𝑜𝑚) 874.8
𝐼𝑙 = = = 218.7𝐴
4 4

A corrente de curto-circuito (falta máxima) será:

𝐼𝑓(𝑚𝑎𝑥) 21870
𝐼𝑓 = = = 5467.5𝐴
4 4

Condição 1: O TC deve funcionar adequadamente em condição normal de operação (corrente de


longa duração).

𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ 𝑘 × 𝐼𝑙 ≥ 1.2 × 218.7 ≥ 262.4𝐴

Condição 2: O TC não deve saturar sob condições de falta.

𝐼𝑓 5467.5
𝐼𝑝(𝑛𝑜𝑚𝑇𝐶) ≥ ≥ = 273.4𝐴
20 20

Recorrendo a tabela de corrente nominais do TC’s escolheremos o RTC 300/5.

Concluão: os TC’s de 50/100/200-5 do projecto não são aplicáveis nessa zona, pois não obedecem
as condições de funcionamento. Apenas o de 400/5 obedece as condições.
27

CAPÍTULO 5: DIMENSIONAMENTO DOS BARRAMENTOS

Neste capítulo estão apresentados os resultados dos cálculos de dimensionamento dos


barramentos. Para tal é necessário introduzir alguns coneitos.

Corrente de serviço: é a máxima corrente que o barramento terá que transportar em regime
permanente.

Corrente de curto-circuito: trata-se do valor eficaz da corrente que o barramento terá que suportar
em caso de curto-circuito. Este valor é calculado tendo em vista as impedâncias de curto-circuito
tanto da rede como da subestação.

Frequência: é a frequência eléctrica da instalação/rede. Normalmente 50Hz.

Factor χ : é um parâmetro da rede eléctrica. Um factor que traduz o decréscimo da componente


contínua da corrente de curto-circuito.

5.1.Dimensionamento do barramento de 220kV

A este barramento estarão ligados 2 transformadores de 160MVA, 220/66/33kV, portanto, o


barramento deve ter a capacidade de suportar os 2 transformadores.

5.1.1. Cálculo das tensões do barramento

𝑈𝑚𝑎𝑥 = 𝑈𝑛 + 2 × 𝑓↑𝑈 = 220 + 2 × 2.5% = 231𝑘𝑉

𝑈𝑚𝑖𝑛 = 𝑈𝑛 − 2 × 𝑓↓𝑈 = 220 − 2 × 2.5% = 209𝑘𝑉

5.1.2. Cálculo das correntes do barramento

2 × 𝑆𝑛 2 × 160 × 106
𝐼𝑛 = = = 839.8𝐴
√3 × 𝑈𝑛 √3 × 220 × 103
28

2 × 𝑆𝑛 2 × 160 × 106
𝐼𝑛𝑚𝑎𝑥 = = = 884𝐴
√3 × 𝑈𝑚𝑖𝑛 √3 × 209 × 103

5.1.3. Corrente de curto-circuito do barramento

Uma vez que já adotamos 𝑍% = 4% então:

𝐼𝑛𝑚𝑎𝑥 884
𝐼𝑘 = = = 22100𝐴
𝑍% 0.04

5.1.4. Resistência mecânica ao curto-circuito

Segundo Faria (2009, p.13), procede-se à verificação de que o barramento escolhido consegue
suportar os esforços electrodinâmicos a que poderá ser sujeito em caso de curto-circuito. Para isso
começa-se por calcular a corrente de choque – Ich, que é a máxima corrente que o barramento terá
que suportar em caso de curto-circuito. É, portanto, o valor máximo instantâneo da corrente de
curto-circuito, e que ocorre na sua fase inicial. É aquando da ocorrência deste pico de corrente que
o barramento será sujeito a um maior esforço electrodinâmico.

Considerando o factor de assimetria 𝜒 = 1.8 e 𝐼𝑘 = 𝐼′′𝑘 teremos:

𝐼𝑐ℎ = 𝜒 × √2 × 𝐼′′𝑘 = 1.8 × √2 × 22100 = 56.2574𝑘𝐴

Onde:

𝐼𝑐ℎ − 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐ℎ𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑚 𝑘𝐴;

𝜒 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑑𝑢𝑧 𝑜 𝑑𝑒𝑐𝑟é𝑠𝑐𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡í𝑛𝑢𝑎 𝑑𝑎

𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 − 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜;

𝐼 ′′ 𝑘 − 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 − 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙.


29

A seguir calculamos a força electromagnética exercida sobre os perfis percorridos pela corrente
de choque aquando da ocorrência de um curto-circuito e é dada pela expressão:

2
𝑙
𝐹𝑒 = 0.2 × 𝐼𝑐ℎ ×
𝑎

Onde:

𝐹𝑒 − 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑜𝑚𝑎𝑔𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝑁);

𝐼𝑐ℎ − 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐ℎ𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑚 𝑘𝐴;

𝑙 − 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 2 𝑎𝑝𝑖𝑜𝑠 (𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠) 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑐𝑢𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠;

𝑎 − 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑓𝑎𝑠𝑒𝑠 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠.

Para definirmos a distância entre as fases adjacentes iremos recorrer a tabela abaixo, de
correspondência entre o nível de tensão e a distância entre as fases.

Tabela 4.1: tabela distância entre as fases em função da tensão de linha.

Fonte: Leão (2013, p.39)

De igual de forma podemos verificar a partir do gráfico abaixo e traçando lindas.


30

Figura 4.1: Gráfico de espaçamento entre as fases em função da tensão de linha.

Fonte: Leão (2013, p.39).

Desta forma teremos 𝑙 = 10.2𝑚 𝑒 𝑎 = 8𝑚 (𝑣𝑒𝑟 𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑏𝑒𝑠𝑡𝑎çã𝑜.

Assim calculamos

2
𝑙 10.2
𝐹𝑒 = 0.2 × 𝐼𝑐ℎ × = 0.2 × (56.2574)2 × = 14.3𝑁
𝑎 8

Assim resulta um momento flector dado por:

𝐹𝑒 × 𝑙 (14.3 × 0.102) × 1020


𝑚𝑓 = = = 93𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚
16 16

𝑚𝑓 − 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑓𝑙𝑒𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑒𝑚 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚;

𝐹𝑒 − 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑜𝑚𝑎𝑔𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑚 𝑘𝑔𝑓;

𝑙 − 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 2 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑐𝑢𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑚.

5.1.5. Esforços térmicos devido ao curto-circuito

Em caso de curto-circuito no barramento há um sobreaquecimento que ocorre de forma muito


rápida devido ao aumento da corrente, não possibilitando a troca de calor com o ambiente. Desta
forma os condutores do barramento são muito solicitados e estes deve ter a capacidade de suportar
esse aquecimento durante o curto espaço de tempo.

Então vamos determinar a corrente média de curto-circuito que é dada por:

𝐼𝑘𝑚 = 𝐼′′𝑘 × √𝑚 + 𝑛

Onde:

𝐼𝑘𝑚 − 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑏𝑡𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖𝑡ó𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 − 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜;

𝑚 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑙𝑒𝑣𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡í𝑛𝑢𝑎;

𝑛 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑙𝑒𝑣𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑑𝑎.


31

O factor 𝑚 é encontrado no gráfico abaixo considerando o seguinte:

𝑥 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎(𝑖𝑚𝑝𝑢𝑙𝑠𝑜), 𝑥 = 1.8


𝑚{ }
𝑡 − 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑒𝑥ã𝑜, 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑚𝑒𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑡 = 0.6𝑠

O factor 𝑛 é encontrado no gráfico abaixo considerando o seguinte:

𝐼′′𝑘
= 1, 𝑠𝑒 𝐼′′𝑘 = 𝐼𝑘
𝑚{ 𝐼𝑘 }
𝑡 − 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑒𝑥ã𝑜, 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑚𝑒𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑡 = 0.6𝑠
32

Desta forma já podemos calcular a corrente transitória média de curto-circuito.

𝐼𝑘𝑚 = 𝐼′′𝑘 × √𝑚 + 𝑛 = 22100 × √0.8 + 1 = 29659.3𝐴

A secção do cavo do barramento será dada por:

𝐼𝑘𝑚
𝑆𝑚𝑖𝑛 = √𝑡
𝑘

𝑆𝑚𝑖𝑛 − 𝑠𝑒𝑐çã𝑜 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟 (𝑒𝑚 𝑚𝑚2 )

𝑘 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑒𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟.

K é um factor adimensional que quantifica a rapidez com que o condutor entra em fadiga térmica,
e cujos valores utilizados se encontram na tabela abaixo.

Tabela 2: tabela do factor k em cada material


33

Fonte: Faria (2009, p.16)

A escola do condutor para o barramento neste projecto, será um condutor rígido de alumínio pelo
facto de acarretar menos custos e tem vantagens em relação aos condutores nus flexíveis pois estes
são maleáveis e estão sujeitos a esforços eléctrodinámicos emesmo a oscilações por ventos e
chuvas.

Assim a secção mínima será:

𝐼𝑘𝑚 29659.3
𝑆𝑚𝑖𝑛 = √𝑡 = √0.6 = 220.9𝑚𝑚2
𝑘 104

Podemos considerar a seguinte o seguinte tubo com as dimensões:

Diâmetro exterior - 𝐷 = 60𝑚𝑚

Diâmetro interior - 𝑑 = 56𝑚𝑚

Expessura - 𝑒𝑥𝑝 = 4𝑚𝑚

Assim a secção será:

𝐷 2 𝑑 2 60 2 56 2
𝑆 = 𝜋 × ( ) − 𝜋 × ( ) = 𝜋 × ( ) − 𝜋 × ( ) = 364.4𝑚𝑚2
2 2 2 2

Se recorrermos a tabela de secção x corrente veremos que essa secção é suficiente para suportar a
corrente nominal máxima 𝐼𝑛𝑚𝑎𝑥 = 884𝐴 e também obedece a regra de secção mínima.

5.1.6. Condição de ressonância

Neste passo procura-se garantir que, aquando da ocorrência de um curto-circuito, a frequência de


ressonância própria do barramento, não se encontra perigosamente próxima da frequência eléctrica
da instalação. Um condutor rígido, quando apoiado em dois pontos relativamente afastados, está
sempre sujeito a oscilações e vibrações, causadas por vários factores, um dos quais, os esforços
electrodinâmicos. Enquanto em regime permanente, estes esforços electrodinâmicos são de
grandeza desprezável, porém, aquando da ocorrência de um curto-circuito, os esforços aumentam
34

consideravelmente. No caso de a frequência própria de ressonância do barramento estar próxima


da frequência eléctrica da instalação ou dos seus múltiplos, as oscilações poderão aumentar
perigosamente. Convém portanto garantir que tal não acontece. Para tal, começa-se por consultar
três parâmetros inerentes ao barramento escolhido, até ao momento ainda não definidos: Módulo
de Elasticidade - E; Momento de Inércia - J; Peso linear - p.

O módulo de elasticidade, ou Módulo de Young, representado pelo símbolo E, quantifica a rigidez


de um material sólido. É, como é óbvio, dependente do material utilizado no barramento, e assume
os valores presentes na tabela abaixo.

Tabela 2: tabela do factor k em cada material.

O momento de inércia é a grandeza que mede a distribuição da massa de um corpo em torno do


seu eixo de rotação, bem como a tendência do mesmo para manter o movimento (ou ausência dele)
que possui. Depende apenas da forma e dimensões do perfil escolhido.

O peso linear é o peso do perfil por unidade de comprimento e depende tanto da forma e dimensões
do perfil escolhido como do material pelo qual é constituído, mais concretamente, da sua densidade

Desta forma o momento de inércia será:

𝐷4 − 𝑑4 64 − 5.64
𝐽=𝜋× =𝜋× = 15.3𝑐𝑚2
64 64

O peso linear será:

𝑝 = 𝑆 × 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑖𝑜

𝑝 = 3.644𝑐𝑚2 × 2.7𝑔/𝑐𝑚3

𝑝 = 9.8𝑔/𝑐𝑚
35

𝑝 = 0.0098𝑘𝑔/𝑐𝑚

Assim já podemos calcular a frequência da ressonância do tubo

𝐸×𝐽 65000 × 15.3


𝑓0 = 112 × √ 4
= 112 × √ = 1.08𝐻𝑧
𝑝×𝑙 0.0098 × 10204

Assim podemos verificar que a frequência de ressonância não se encontra próxima da frequência
da instalação e nem do seu dobro.

[𝑓 − 0.1𝑓; 𝑓 + 0.1𝑓] ∪ [2𝑓 − 0.1 × 2𝑓; 2𝑓 + 0.1 × 2𝑓] = [45; 50][90; 110]

Logo este barramento não irá oscilar entrando em ressonância.

5.2.Dimensionamento do barramento de 66kV

A este barramento estarão ligados 2 transformadores de 160MVA, 220/66/33kV e mais 2 de


50MVA, 66/33kV, portanto, o barramento deve ter a capacidade de suportar os 4 transformadores.

5.2.1. Cálculo das tensões do barramento

𝑈𝑚𝑎𝑥 = 𝑈𝑛 + 4 × 𝑓↑𝑈 = 66 + 4 × 2.5% = 72.6𝑘𝑉

𝑈𝑚𝑖𝑛 = 𝑈𝑛 − 4 × 𝑓↓𝑈 = 66 − 4 × 2.5% = 59.4𝑘𝑉

5.2.2. Cálculo das correntes do barramento

(2 × 𝑆𝑛12 ) + (2 × 𝑆𝑛34 ) (2 × 160 × 106 ) + (2 × 50 × 106 )


𝐼𝑛 = = = 3674 𝐴
√3 × 𝑈𝑛 √3 × 66 × 103
36

(2 × 𝑆𝑛12 ) + (2 × 𝑆𝑛34 ) (2 × 160 × 106 ) + (2 × 50 × 106 )


𝐼𝑛𝑚𝑎𝑥 = = = 4082.3𝐴
√3 × 𝑈𝑚𝑖𝑛 √3 × 59.4 × 103

5.2.3. Corrente de curto-circuito do barramento

Uma vez que já adotamos 𝑍% = 4% então:

𝐼𝑛𝑚𝑎𝑥 4082.3
𝐼𝑘 = = = 102057.5𝐴
𝑍% 0.04

5.2.4. Resistência mecânica ao curto-circuito

Considerando o factor de assimetria 𝜒 = 1.8 e 𝐼𝑘 = 𝐼′′𝑘 teremos:

𝐼𝑐ℎ = 𝜒 × √2 × 𝐼′′𝑘 = 1.8 × √2 × 102057.5 = 259.796𝑘𝐴

Onde:

𝐼𝑐ℎ − 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐ℎ𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑚 𝑘𝐴;

𝜒 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑑𝑢𝑧 𝑜 𝑑𝑒𝑐𝑟é𝑠𝑐𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡í𝑛𝑢𝑎 𝑑𝑎

𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 − 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜;

𝐼 ′′ 𝑘 − 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 − 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙.

A seguir calculamos a força electromagnética exercida sobre os perfis percorridos pela corrente de
choque aquando da ocorrência de um curto-circuito e é dada pela expressão:

2
𝑙
𝐹𝑒 = 0.2 × 𝐼𝑐ℎ ×
𝑎

Onde:

𝐹𝑒 − 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑜𝑚𝑎𝑔𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝑁);


37

𝐼𝑐ℎ − 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐ℎ𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑚 𝑘𝐴;

𝑙 − 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 2 𝑎𝑝𝑖𝑜𝑠 (𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠) 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑐𝑢𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠;

𝑎 − 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑓𝑎𝑠𝑒𝑠 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠.

Para definirmos a distância entre as fases adjacentes iremos recorrer a tabela já apresentada no
dimensionamento do barramento de 220kV, de correspondência entre o nível de tensão e a
distância entre as fases.

Desta forma teremos 𝑙 = 2.6𝑚 𝑒 𝑎 = 8𝑚 (𝑣𝑒𝑟 𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑏𝑒𝑠𝑡𝑎çã𝑜).

Assim calculamos

2
𝑙 2.6
𝐹𝑒 = 0.2 × 𝐼𝑐ℎ × = 0.2 × (259.796)2 × = 4387 𝑁
𝑎 8

Assim resulta um momento flector dado por:

𝐹𝑒 × 𝑙 (4387 × 0.102) × 260


𝑚𝑓 = = = 7271.5𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚
16 16

𝑚𝑓 − 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑓𝑙𝑒𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑒𝑚 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚;

𝐹𝑒 − 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑜𝑚𝑎𝑔𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑚 𝑘𝑔𝑓;

𝑙 − 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 2 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑐𝑢𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑚.

5.2.5. Esforços térmicos devido ao curto-circuito

Então vamos determinar a corrente média de curto-circuito que é dada por:

𝐼𝑘𝑚 = 𝐼′′𝑘 × √𝑚 + 𝑛

Onde:

𝐼𝑘𝑚 − 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑏𝑡𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖𝑡ó𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 − 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜;

𝑚 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑙𝑒𝑣𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡í𝑛𝑢𝑎;


38

𝑛 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑙𝑒𝑣𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑑𝑎.

O factor 𝑚 é encontrado no gráfico abaixo considerando o seguinte:

𝑥 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎(𝑖𝑚𝑝𝑢𝑙𝑠𝑜), 𝑥 = 1.8


𝑚{ }
𝑡 − 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑒𝑥ã𝑜, 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑚𝑒𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑡 = 0.6𝑠

O factor 𝑛 é encontrado no gráfico abaixo considerando o seguinte:

𝐼′′𝑘
= 1, 𝑠𝑒 𝐼′′𝑘 = 𝐼𝑘
𝑚{ 𝐼𝑘 }
𝑡 − 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑒𝑥ã𝑜, 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑚𝑒𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑡 = 0.6𝑠
39

Desta forma já podemos calcular a corrente transitória média de curto-circuito.

𝐼𝑘𝑚 = 𝐼′′𝑘 × √𝑚 + 𝑛 = 102057.5 × √0.8 + 1 = 136924.5𝐴

A secção do cavo do barramento será dada por:

𝐼𝑘𝑚
𝑆𝑚𝑖𝑛 = √𝑡
𝑘

𝑆𝑚𝑖𝑛 − 𝑠𝑒𝑐çã𝑜 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟 (𝑒𝑚 𝑚𝑚2 )

𝑘 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑒𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟.

O factor k será visto na tabela já apresentada no dimensionamento do barramento de 220kV.

A escola do condutor para o barramento neste barramento também será o tubo de alumínio.

Assim a secção mínima será:

𝐼𝑘𝑚 136924.5
𝑆𝑚𝑖𝑛 = √𝑡 = √0.6 = 1019.8𝑚𝑚2
𝑘 104
40

Podemos considerar a seguinte o seguinte tubo com as dimensões:

Diâmetro exterior - 𝐷 = 60𝑚𝑚

Diâmetro interior - 𝑑 = 46𝑚𝑚

Expessura - 𝑒𝑥𝑝 = 14𝑚𝑚

Assim a secção será:

𝐷 2 𝑑 2 60 2 46 2
𝑆 = 𝜋 × ( ) − 𝜋 × ( ) = 𝜋 × ( ) − 𝜋 × ( ) = 1165.53𝑚𝑚2
2 2 2 2

A secção escolhida respeita a condição de secção mínima.

5.2.6. Condição de ressonância

Desta forma o momento de inércia será:

𝐷4 − 𝑑4 64 − 4.64
𝐽=𝜋× =𝜋× = 41.6𝑐𝑚2
64 64

O peso linear será:

𝑝 = 𝑆 × 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑖𝑜

𝑝 = 11.655𝑐𝑚2 × 2.7𝑔/𝑐𝑚3

𝑝 = 31.5𝑔/𝑐𝑚

𝑝 = 0.0315𝑘𝑔/𝑐𝑚

Assim já podemos calcular a frequência da ressonância do tubo

𝐸×𝐽 65000 × 41.6


𝑓0 = 112 × √ 4
= 112 × √ = 15.4𝐻𝑧
𝑝×𝑙 0.0315 × 2604
41

Assim podemos verificar que a frequência de ressonância não se encontra próxima da frequência
da instalação e nem do seu dobro.

[𝑓 − 0.1𝑓; 𝑓 + 0.1𝑓] ∪ [2𝑓 − 0.1 × 2𝑓; 2𝑓 + 0.1 × 2𝑓] = [45; 50][90; 110]

Logo este barramento não irá oscilar entrando em ressonância.

5.3.Dimensionamento do barramento de 33kV

A este barramento estarão ligados 2 transformadores de 50MVA, 220/66/33kV, portanto, o


barramento deve ter a capacidade de suportar os 2 transformadores.

5.3.1. Cálculo das tensões do barramento

𝑈𝑚𝑎𝑥 = 𝑈𝑛 + 2 × 𝑓↑𝑈 = 33 + 2 × 2.5% = 34.7 𝑘𝑉

𝑈𝑚𝑖𝑛 = 𝑈𝑛 − 2 × 𝑓↓𝑈 = 33 − 2 × 2.5% = 31.3 𝑘𝑉

5.3.2. Cálculo das correntes do barramento

(2 × 𝑆𝑛12 ) (2 × 50 × 106 )
𝐼𝑛 = = = 1749.5 𝐴
√3 × 𝑈𝑛 √3 × 33 × 103

(2 × 𝑆𝑛12 ) (2 × 50 × 106 )
𝐼𝑛𝑚𝑎𝑥 = = = 1844.6𝐴
√3 × 𝑈𝑚𝑖𝑛 √3 × 31.3 × 103

5.3.3. Corrente de curto-circuito do barramento

Uma vez que já adotamos 𝑍% = 4% então:

𝐼𝑛𝑚𝑎𝑥 1844.6
𝐼𝑘 = = = 46115 𝐴
𝑍% 0.04
42

5.3.4. Resistência mecânica ao curto-circuito

Considerando o factor de assimetria 𝜒 = 1.8 e 𝐼𝑘 = 𝐼′′𝑘 teremos:

𝐼𝑐ℎ = 𝜒 × √2 × 𝐼′′𝑘 = 1.8 × √2 × 46115 = 117.390𝑘𝐴

Onde:

𝐼𝑐ℎ − 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐ℎ𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑚 𝑘𝐴;

𝜒 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑑𝑢𝑧 𝑜 𝑑𝑒𝑐𝑟é𝑠𝑐𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡í𝑛𝑢𝑎 𝑑𝑎

𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 − 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜;

𝐼 ′′ 𝑘 − 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 − 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙.

A seguir calculamos a força electromagnética exercida sobre os perfis percorridos pela corrente
de choque aquando da ocorrência de um curto-circuito e é dada pela expressão:

2
𝑙
𝐹𝑒 = 0.2 × 𝐼𝑐ℎ ×
𝑎

Onde:

𝐹𝑒 − 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑜𝑚𝑎𝑔𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝑁);

𝐼𝑐ℎ − 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐ℎ𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑚 𝑘𝐴;

𝑙 − 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 2 𝑎𝑝𝑖𝑜𝑠 (𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠) 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑐𝑢𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠;

𝑎 − 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑓𝑎𝑠𝑒𝑠 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠.

Para definirmos a distância entre as fases adjacentes iremos recorrer a tabela já apresentada no
dimensionamento do barramento de 220kV, de correspondência entre o nível de tensão e a
distância entre as fases.

Desta forma teremos 𝑙 = 1.3𝑚 𝑒 𝑎 = 8𝑚 (𝑣𝑒𝑟 𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑏𝑒𝑠𝑡𝑎çã𝑜).


43

Assim calculamos

2
𝑙 1.3
𝐹𝑒 = 0.2 × 𝐼𝑐ℎ × = 0.2 × (117.390)2 × = 447.9𝑁
𝑎 8

Assim resulta um momento flector dado por:

𝐹𝑒 × 𝑙 (447.9 × 0.102) × 130


𝑚𝑓 = = = 371.2𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚
16 16

𝑚𝑓 − 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑓𝑙𝑒𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑒𝑚 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚;

𝐹𝑒 − 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑜𝑚𝑎𝑔𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑚 𝑘𝑔𝑓;

𝑙 − 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 2 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑐𝑢𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑚.

5.3.5. Esforços térmicos devido ao curto-circuito

Então vamos determinar a corrente média de curto-circuito que é dada por:

𝐼𝑘𝑚 = 𝐼′′𝑘 × √𝑚 + 𝑛

Onde:

𝐼𝑘𝑚 − 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑏𝑡𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖𝑡ó𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 − 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜;

𝑚 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑙𝑒𝑣𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡í𝑛𝑢𝑎;

𝑛 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑙𝑒𝑣𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑑𝑎.

O factor 𝑚 é encontrado no gráfico abaixo considerando o seguinte:

𝑥 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎(𝑖𝑚𝑝𝑢𝑙𝑠𝑜), 𝑥 = 1.8


𝑚{ }
𝑡 − 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑒𝑥ã𝑜, 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑚𝑒𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑡 = 0.6𝑠
44

O factor 𝑛 é encontrado no gráfico abaixo considerando o seguinte:

𝐼′′𝑘
= 1, 𝑠𝑒 𝐼′′𝑘 = 𝐼𝑘
𝑚{ 𝐼𝑘 }
𝑡 − 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑒𝑥ã𝑜, 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑚𝑒𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑡 = 0.6𝑠

Desta forma já podemos calcular a corrente transitória média de curto-circuito.

𝐼𝑘𝑚 = 𝐼′′𝑘 × √𝑚 + 𝑛 = 46115 × √0.8 + 1 = 61869.8𝐴


45

A secção do cavo do barramento será dada por:

𝐼𝑘𝑚
𝑆𝑚𝑖𝑛 = √𝑡
𝑘

𝑆𝑚𝑖𝑛 − 𝑠𝑒𝑐çã𝑜 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟 (𝑒𝑚 𝑚𝑚2 )

𝑘 − 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑒𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟.

O factor k é escolhido na tabela já apresentada no dimensionamento do barramento de 220kV

A escola do condutor para o barramento neste barramento também será o tubo de alumínio.

Assim a secção mínima será:

𝐼𝑘𝑚 61869.8
𝑆𝑚𝑖𝑛 = √𝑡 = √0.6 = 461 𝑚𝑚2
𝑘 104

Podemos considerar a seguinte o seguinte tubo com as dimensões:

Diâmetro exterior - 𝐷 = 60𝑚𝑚

Diâmetro interior - 𝑑 = 54𝑚𝑚

Expessura - 𝑒𝑥𝑝 = 6𝑚𝑚

Assim a secção será:

𝐷 2 𝑑 2 60 2 54 2
𝑆 = 𝜋 × ( ) − 𝜋 × ( ) = 𝜋 × ( ) − 𝜋 × ( ) = 537.2𝑚𝑚2
2 2 2 2

A secção escolhida respeita a condição de secção mínima.


46

5.3.6. Condição de ressonância

Desta forma o momento de inércia será:

𝐷4 − 𝑑4 64 − 5.44
𝐽=𝜋× =𝜋× = 21.9𝑐𝑚2
64 64

O peso linear será:

𝑝 = 𝑆 × 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑖𝑜

𝑝 = 5.372𝑐𝑚2 × 2.7𝑔/𝑐𝑚3

𝑝 = 14.5𝑔/𝑐𝑚

𝑝 = 0.0145𝑘𝑔/𝑐𝑚

Assim já podemos calcular a frequência da ressonância do tubo

𝐸×𝐽 65000 × 21.9


𝑓0 = 112 × √ = 112 × √ = 16.4𝐻𝑧
𝑝 × 𝑙4 0.0145 × 2604

Assim podemos verificar que a frequência de ressonância não se encontra próxima da frequência
da instalação e nem do seu dobro.

[𝑓 − 0.1𝑓; 𝑓 + 0.1𝑓] ∪ [2𝑓 − 0.1 × 2𝑓; 2𝑓 + 0.1 × 2𝑓] = [45; 50][90; 110]

Logo este barramento não irá oscilar entrando em ressonância.


47

CAPÍTULO 6: DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE ATERRAMENTO

6.1. Factores que influenciam na resistividade do solo

O entendimento do solo e sua composição onde a malha de aterramento será inserida são de
fundamental importância, pois são inúmeros fatores que podem alterar a sua resistividade, dentre
eles, podemos considerar: o tipo de solo, podendo ser composto por diversas camadas de solo
estratificadas ou não, umidade, temperatura, concentração de sais e compacidade.

6.1.1. Influência da humidade

A variação na umidade relativa do solo faz com que a resistividade do mesmo se altere. Essa
variação ocorre devido ao fato da condução de cargas elétricas no solo ser predominante iônica e
um aumento na umidade faz com que os sais no solo se dissolvam, formando um meio eletrolítico
favorável à passagem de corrente. A Tabela abaixo deixa clara a relação entre umidade e
resistividade elétrica, onde o aumento de umidade faz com que o solo se torne um meio físico mais
condutor.
Tabela 4.1: Relação da umidade e relatividade

6.1.2. Influência da temperatura

Os efeitos da temperatura que influenciam a resistividade do solo devem ser abordados de duas
maneiras distintas.
48

• Uma temperatura elevada no local de instalação da malha de aterramento leva a um


aumento na evaporação da água, diminuindo a umidade do solo, fazendo com que a
resistividade aumente.
• A resistividade do solo é diretamente proporcional a quantidade de água que nele está
contida. Sabe-se que a água possui coeficiente negativo de temperatura, ocasionando no
aumento da resistividade do solo quando ocorre um resfriamento do solo.

Tabela 4.1: Relação da umidade e relatividade

6.1.3. Influência da concentração de sais

A resistividade do solo depende diretamente da quantidade de água nele retida. Sabe-se que a
condução elétrica no solo é possível tendo em vista que existem sais dissolvidos no meio, condução
eletrolítica. Pode-se afirmar que a resistividade também dependerá do tipo e quantidade de sais
dissolvidos na água retida no solo.
Os sais dissolvidos no solo com a prevalência de componentes como cloreto de sódio, sulfato de
cobre e carbonato de sódio, conseguem providenciar para que seja possível a condução da corrente
elétrica de falta.

6.1.4. Influência da Compacidade

Após um solo ser compactado, pode-se dizer que ele apresentará uma maior continuidade física,
proporcionando assim uma melhora na sua condutividade elétrica. Um aumento da pressão sobre
um solo ocasiona uma maior compacidade, fazendo assim, que sua resistividade se reduza.
49

6.2. Medição da resistividade do solo pelo método de wenner

Usando o método de Wenner de 4 pontos alinhados a espaços iguais e a mesma profundidade


temos o seguinte:

Figura 4.1: Configuração das hastes no sistema de aterramento Wenner.

Para o cálculo da resistividade usa-se a seguinte expressão de Palmer:

4𝜋𝑎𝑅
𝜌= [Ω. 𝑚]
2𝑎 2𝑎
1+ −
2
√𝑎 + (2𝑝) 2 √(2𝑎) + (2𝑝)2
2

Para afastamento entre as hastes relativamente grande, isto é, 𝑎 > 20𝑝 a fórmula de Palmer reduz-
se para 𝜌 = 4𝜋𝑎𝑅 [Ω. 𝑚].
Para este projecto específico, as medidas da resistividade do solo serão feitas em seis direções de
30º entre si.
50

Desta forma teremos a tabela preenchida desta forma com os espaçamentos recomendados.

Espaçamento Resistividade Eléctrica [Ω. 𝑚].


A (m) 1 2 3 4 5 6
2 196 186 170 190 193 194
4 203 198 201 200 204 210
6 230 220 237 235 243 248
8 301 288 279 286 289 299
16 307 310 304 299 302 311
32 287 283 289 298 283 297

Para cada espaçamento adotado deve-se calcular a média aritmética e posteriormente os desvivo
para cada medida em relação ao valor médio. Deve se desprezar todos os valores de resistividade
que tenham um desvio maior que 50% e esse desvio é dado pela seguinte expressão:
|𝜌𝑖 (𝑎𝑗 ) − 𝜌𝑀 (𝑎𝑗 )| 𝑖=1,𝑛
∙ 100 ≥ 50% 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑗=1,𝑝
𝜌𝑀 (𝑎𝑗 )

Colocando a fórmula no Microsoft EXCEL facilmente preenchemos a tabela abaixo:

Espaçamento Desvios relativos [Ω. 𝑚] Resistividade


A (m) média [Ω. 𝑚]
1 2 3 4 5 6
2 4.16 1.5 9.6 0,97 2.57 310 188.17
4 0.16 2.3 0.82 1.32 0.66 3.62 202.67
6 2.34 6.58 0.64 0.21 3.18 5.31 235.5
8 3.7 0.80 3.9 1.49 0.46 2.99 290.33
16 0.49 1.47 0.49 2.13 1.15 1.80 305.5
32 0.86 2.25 0.17 2.94 2.25 2.59 289.5
51

6.3. Dimensionamento da malha de terra

Vamos agora dimensionar a malha de terra para os seguintes dados.


𝐼𝑐𝑐−𝑚𝑎𝑥𝑖𝑚𝑜 = 102057.5𝐴 𝐼𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = 3674𝐴
O tempo de abertura de proteção contra corrente de defeito é 𝑡𝑑𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 = 0.6𝑠.
A resistividade medida na superfície da brita que tem espessura de 20𝑐𝑚 é:
𝜌𝑠 = 𝜌𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎 = 1300Ω. 𝑚

A área da malha de terra é representada abaixo:

E a estratificação do solo será:

6.3.1. Determinação da resistividade aparente vista pela malha (𝝆𝒂)

𝐴 100 × 80
𝑟= = = 62.47𝑚
𝐷 √802 + 1002
𝑟 62.47
𝛼= = = 5.18
𝑑𝑒𝑞 12
𝜌𝑛+1 80
𝛽= = = 0.14
𝜌𝑒𝑞 580
𝑁 = 2 × (𝛼 × 𝛽) = 2 × (5.18 × 0.14) = 1.45
𝜌𝑎 = 𝑁 × 𝜌𝑒𝑞 = 1.45 × 580 = 841Ω. 𝑚
52

6.3.2. Cálculo da bitola mínima dos condutores que formam a malha de terra

A corrente de defeito no condutor da malha será:

𝐼𝑑𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 = 60% × 𝐼𝑐𝑐∅−𝑇 = 0.6 × 102057.5 = 61234.5𝐴

1 𝜃𝑚 − 𝜃𝑎
𝐼 = 226.53𝑆𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 √ ln ( + 1)
𝑡𝑑𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 234 + 𝜃𝑎

Onde:
𝜃𝑎 = 30°𝐶
𝜃𝑚 = 450°𝐶 → 𝑠𝑜𝑙𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
Assim teremos:

1 450 − 30
61234.5 = 226.53𝑆𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 √ ln ( + 1)
0.6 234 + 30

𝑆𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 = 214.6𝑚𝑚2

6.3.3. Bitola do cabo de ligação

Neste caso a corrente de defeito é total e a conexão é por aperto .


𝐼𝑑𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 = 𝐼𝑐𝑐−𝑚𝑎𝑥𝑖𝑚𝑜 = 102057.5𝐴
𝜃𝑚 = 250°𝐶 → 𝑎𝑝𝑒𝑟𝑡𝑜 𝑡𝑖𝑝𝑜 𝑗𝑢𝑛𝑡𝑎 𝑐𝑎𝑣𝑖𝑙ℎ𝑎
Então teremos:

1 250 − 30
102057.5 = 226.53𝑆𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 √ ln ( + 1)
0.6 234 + 30

𝑆𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 = 448.2𝑚𝑚2

Essa será a secção do cabo de ligação por aperto.


53

6.3.4. Valores de potenciais máximos admissíveis


1 𝐾𝑛
𝐶𝑠 (ℎ𝑠 , 𝐾) = 1+2∑
0.96 2
𝑛=1 √1 + (2𝑛 ℎ𝑠 )
[ 0.08 ]

O ℎ𝑠 = 20𝑐𝑚 já foi dado.

O factor 𝐾 será dado por:


𝜌𝑎 − 𝜌𝑠 841 − 1300
𝐾= = = −0.214
𝜌𝑎 + 𝜌𝑠 841 + 1300

Assim o valor de potencial máximo será:

1 −0.214 (−0.214)2 (−0.214)3


𝐶𝑠 (ℎ𝑠 , 𝐾) = 1+2 + + = 0.984
0.96 0.2 2
0.2 2
0.2 2
√ √1 + (2 ∙ 2 √1 + (2 ∙ 3
{ [ 1 + (2 0.08) 0.08) 0.08) ]}

0.116
𝑉𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 = [1000 + 1.5𝐶𝑠 (ℎ𝑠 , 𝐾)𝜌𝑠]
√𝑡
0.116
𝑉𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 = [1000 + 1.5 × 0.984 × 1300]
√0.6
𝑉𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 = 437.1𝑉

0.116
𝑉𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 = [1000 + 6𝐶𝑠 (ℎ𝑠 , 𝐾)𝜌𝑠]
√𝑡
0.116
𝑉𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 = [1000 + 6 × 0.984 × 1300]
√0.6
𝑉𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 = 1299.16𝑉
54

6.3.5. Projecto inicial para o espaçamento

Já sabemos que o cumprimento da malha é 𝑎 = 100𝑚 e a largura é 𝑏 = 80𝑚 então iremos


estimar a distância entre os condutores:
𝑒𝑎 = 𝑒𝑏 = 3𝑚

Então o número de condutores ao longo dos lados será:


𝑎 100 𝑏 80
𝑁𝑎 = +1= + 1 = 34.33 ≈ 34 𝑒 𝑁𝑏 = +1= + 1 = 27.67 ≈ 28
𝑒𝑎 3 𝑒𝑏 3

Como os números devem ser inteiros, arredondamos o número de condutores e recalculamos as


distâncias entre os condutores.
𝑎 100 𝑏 80
𝑒𝑎 = = = 3.03 𝑒 𝑒𝑏 = = = 2.96
𝑁𝑎 − 1 34 − 1 𝑁𝑏 − 1 28 − 1

O cumprimento total dos cabos que formam a malha será:


𝐿𝑐𝑎𝑏𝑜 = 𝑎𝑁𝑏 + 𝑏𝑁𝑎
𝐿𝑐𝑎𝑏𝑜 = 34 × 80 + 28 × 100 = 5520𝑚

6.3.6. Cálculo da resistência da malha

A resistência da malha é calculada mediante a seguinte expressão:

1 1 1
𝑅𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = 𝜌𝑎 + 1+
𝐿𝑐𝑎𝑏𝑜 √20𝐴𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 20
1 + ℎ√𝐴
[ ( 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 )]

1 1 1
𝑅𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = 841 + 1+
5520 √20 × 100 × 80 20
[ ( 1 + 0.6√100 × 80)]

𝑅𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = 4.296 Ω
55

Vamos verificar o potencial máximo da instalação


𝑉𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = 𝑅𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 × 𝐼𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = 4.296 × 3674 = 15783.5 𝑉

Para se considerar uma boa segurança na malha de aterramento é necessário que ela obedeça a
seguinte condição.
𝑅𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 × 𝐼𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 > 𝑉𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜
15783.5 > 437.1
Condição satisfatória.
56

CAPÍTULO 7: ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS EQUIPAMENTOS

6.1. Especificações técnicas dos disjuntores da subestação

Descrição Unidade 220 kV 66 kV 33 kV


Marca - ABB
Tensão Nominal kV 220 66 33
Frequência Nominal Hz 50
Corrente Nominal A 600 2000 1200
Corrente de curto-
Corrente de curto- kA 15 35 25
circuito
circuito de corte
Componete DC - 40% 40% 35%
Duração da corrente de curto-circuito S 4 4 4
Corrente de curto-circuito em 4s kA 15 35 25
Corrente de pico de curto-circuito kA 60 100 80
Para a terra kV 440 132 70
Pico de tensão em 1
Ruptura de
minuto kV 465 160 85
isolamento
Tensão por descarga Para a terra kV 800 320 150
de raios Ruptura de
kV 6300 2600 1300
isolamento
Tensão sobre a
Para a terra, ruptura
pressão do ar em 5 kV 190 57 26
de isolamento
min
Corrente de falta de fase kA Ie*25%
Corrente de ruptura por falha próxima kV Ie*90%, Ie*75%
Corrente de ruptura por linha carregada A 50
Sequência nominal de operação - O-0.3S-CO-180S-CO
Constante de primeira abertura - 1.5
57

Tempo de fecho ms ≤145


Tempo de abertura ms ≤60
Tempo de ruptura ms ≤60
Tempo de fecho-abertura ms 60
Simetria do tempo de fecho ms 4
Simetria do tempo de abertura ms 5
Pressão nominal do gás SF6 (20ºC) Mpa 0.8 0.4 0.3
Fuga anual do gás SF6 - ≤0.5%
Presença de água Ppm(v/v) ≤100 ≤150 ≤200
Potencial de interferências de rádio sem fio μV ≤2500
Vida mecânica vezes 5000 6000 6800
Massa de cada secção de corte kg 1800 1100 700
Massa do gás SF6 em cada secção kg 12 5 3.5
Resistência em cada polo μΩ 80 76 71
58

6.2. Especificações técnicas dos transformadores de corrente

Descrição Unidade 220 kV 66 kV 33 kV


Marca - HYEE
Tensão nominal kV 220 66 33
Maior tensão para o equipamento kV 245 72.5 38
Frequência nominal Hz 50
Tensão suportável de frequência de
kV 460 140 85
potência nominal
Tensão de impulso de raio avaliado kV 1050 325 170
Distância de flashover mm 2100 700 400
Carga mecânica N 4000 3000 2600
Corrente primária nominal A 600 2000 1200
Corrente secundária nominal A 5
Classe de precisão - 01 – TPY
Saída nominal VA 50
Factor de segurança do equipamento FS - 10
Tempo de corrente térmica máxima s 3 3 5
Corrente térmica de curta duração em kA 35 50 45
59

Figura 7.1: Especificações mecânicas do transformador de corrente.


60

6.3. Especificações técnicas dos transformadores de potencial

Descrição Unidade 220 kV 66 kV 33 kV


Marca - HYEE
Tensão nominal primária kV 220 66 33
Tensão nominal secundária V 110 110 110
Maior tensão para o equipamento kV 245 72.5 38
Frequência nominal Hz 50
Tensão suportável de frequência de
kV 460 140 85
potência nominal
Tensão de impulso de raio avaliado kV 1050 320 160
Distância de flashover Mm 2000 700 400
Carga mecânica N 1200 1050 800
Classe de precisão - 3P
Factor de tensão nominal 1.2
Saída nominal VA 3500
61

Figura 7.2: Especificações mecânicas do transformador de potencial.


62

6.4. Especificações técnicas dos pára-raios

Descrição Unidade 220 kV 66 kV 33 kV


Marca - ABB
Tensão nominal do sistema kV 220 66 33
Tensão nominal kV 216 62 29
Tensão contínua de operação kV 168.5 52 25
Tensão de impulso residencial kV 630 210 90
Tensão de impulso residencial do raio kV 562 190.5 82
Referência de tensão a 1mA DC - 314 266 155
Impulso de corrente de longa duração A 800 2600 1750
Massa total Kg 85 67 51.3

Figura 7.3: Especificações mecânicas dos para-raios de 220kV.


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6.5. Especificações técnicas dos seccionadores

Descrição Unidade 220 kV 66 kV 33 kV


Marca - ABB
Orientação - Vertical
Tensão nominal do sistema kV 252 73 36.7
Frequência nominal Hz 50
Corrente nominal em regime contínuo A 600 2000 1200
Corrente de curto-circuito em 5s kA 15 35 25
Tensão suportável de frequência de potência
kV 460 140 85
nominal
Tensão de impulso de raio avaliado kV 1050 320 160
Vida mecânica Vezes 3000 3400 3400

Figura 7.3: Especificações mecânicas dos seccionadores de 220kV.


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CAPÍTULO 8: CONCLUSÃO

As subestações de energia são peças fundamentais do sistema elétrico, desempenhando um papel


crucial na distribuição e transmissão de eletricidade. Com seus transformadores, disjuntores e
sistemas de controle, essas instalações garantem um fornecimento seguro, confiável eeficiente de
energia elétrica. A segurança e a manutenção adequada das subestações são essenciais para
garantir a integridade do sistema e minimizar interrupções no fornecimento de energia. Ao
compreender a importância e o funcionamento das subestações de energia, podemos valorizar
ainda mais o papel que desempenham na infraestrutura elétrica e em nosso dia a dia.

Após a realização deste projecto fica muito mais fácil entender o quanto as subestações são
importantes para todo o sistema elétrico. Além de todos os tipos mencionados e cada uma de suas
funções, é nas subestações que estão a maioria dos equipamentos de proteção da rede elétrica. Nos
casos das subestações de distribuição, por exemplo (as que vemos comumente nas cidades), a
proteção é feita através de disjuntores, relés, chaves seccionadoras, religadores, dentre outros, de
forma a garantir que a rede elétrica opere de forma segura e contínua.

Com a realização deste projecto foi possível ganhar maior familiaridade com os elementos de uma
subestação. O trabalho foi de tal importância na melhoria de destrezas no uso de ferramentas como
o caso do AutoCAD no desenho dos diagramas e vistas da subestação.

Foi possível também trabalhar profundamente no dimensionamento dos equipamentos de sistemas


eléctricos como o caso dos transformadores de corrente e também no dimensionamento de outros
elementos da subestação como barramentos e sistemas de aterramento.

De certeza que este trabalho irá ajudar bastante, aliás, já está a ajudar na interação de equipamentos
de média tensão ou equipamentos que compõem uma subestação, como se pode ver nos apêndices
deste projecto.
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Faria, H. J. D. (2009). Cálculo de barramentos em subestações. Faculdade de Engenharia da


Universidade do Porto.

Kindermann, G. & Campagnolo, J.M. (1995). Aterramento eléctrico. 3ᵃ Edição. Sagra-DC


Luzzatto. Porto Alegre.

Kindermann, G. (s/d). Proteção de sistemas eléctricos de potência. Volume 2. UGSC.

Prazeres, R. A. (2012). Subestações. São Paulo. Brasil.


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ANEXOS

Anexo 1: Tabela de condução de corrente por condutor.

Fonte: https://www.robertdicastecnologia.com.br/2014/03/tabelas-de-condutores-eletricos/tabela-seis/
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APÊNDICES

Apêndice 1: Instalação de um transformador de potência de 16MVA, 110/33kV na subestação de


Cuamba – Niassa.

Apêndice 2: Chapa de características e esquema de ligação de um transformador de corrente tipo bucha


de 110kV, 125/5A.
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Apêndice 3: Instalação de transformadores de corrente tipo janela 33kV, 500/5A.

Apêndice 4: Medição da resistência da malha de terra na subestação de Cuamba - Niassa.


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Apêndice 5: Ensaio de um transformador de potencial trifásico de 3 enrolamento 15000/110/110V.

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