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SÉRIE: MANUAIS DE PRÓTESE ODONTOLÓGICA

MOZAR MARTINS DE SOUZA


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

MANUAL DE LIGAS FUNDIÇÃO E


SOLDAGEM

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MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

ÍNDICE

Manual técnico de ligas dentais


O padrão
Fabricação da estrutura, usando ligas para coroas e pontes:
Fabricação da estrutura, usando ligas para metalo-cerâmica:
Considerações sobre a estrutura
Configuração dos sprues
Inclusão
Inclusão e préaquecimento
Métodos de fusão
Tipos de fusões
Métodos de fundição
Desinclusão
Acabamento
Oxidação
Revestimento estético
Revestimento estético com compósitos:
Revestimento estético com material cerâmico:
Técnica de soldagem
Pré-soldagem (antes da aplicação da cerâmica):
Pós-soldagem no forno (após a aplicação da cerâmica):
Soldagem a laser:
Soldagens em ortodôntia:
Composição das soldas:
Soldagem a gás
Soldagens de attachments:
Endurecimento / remoção da camada de óxido / polimento
Endurecimento:
Remoção da camada de óxido:
Polimento:
Ligas

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Causas de corrosão da liga


Corrosão

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MANUAL TÉCNICO DE LIGAS DENTAIS

A confecção de restaurações de longa duração, de alta qualidade e


que promovam o bem estar dos pacientes, é o desafio diário do laboratório
dental. Esta tarefa exige produtos de alta performance e técnicas
profissionais de processamento. Este manual apresenta informações úteis
para o emprego correto das ligas dentais, permitindo que você possa
conseguir resultados perfeitos e, assim, alcançar o sucesso.

O Padrão
Fabricação da estrutura, usando ligas para coroas e pontes:
A estrutura deve ser a reprodução reduzida da forma e do contorno
do dente. Após o acabamento, a espessura da estrutura deve ser, no
mínimo de 0,3 mm para coroas e de 0,5 mm para pilares de pontes, com o
objetivo de assegurar a adequada estabilidade de forma. Dependendo do
sistema de ligação utilizado, retenções auxiliares podem ser providenciadas.

As superfícies linguais e/ou oclusal são


reproduzidas em metal ou preparadas para
receber o revestimento estético, de acordo com

as instruções do fabricante do material de


revestimento estético. A transição entre a
estrutura metálica e o revestimento estético não
pode ser localizada em áreas oclusais que estão
sujeitas a tensões. De um modo funcional, as
forças mastigatórias devem ser suportadas pelas áreas oclusal e incisal.

Fabricação da estrutura, usando ligas para metalo-cerâmica:

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A estrutura deve ser a reprodução reduzida da forma e do contorno


do dente. Em seguida, a cerâmica deve ser aplicada, em forma de uma
camada plana e uniforme.
Após o acabamento, a espessura da estrutura deve ser, no mínimo de
0,3 mm para coroas e de 0,5 mm para pilares de pontes. Estas espessuras
mínimas, são pré-requisitos para assegurar a resistência da estrutura
metálica e a longa duração da ligação metalo-cerâmica.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESTRUTURA

Funções e dimensões devem ser consideradas na elaboração do padrão de


cera para pontes:

I – Padrão de cera do dente.


II – Redução para aplicação do revestimento estético.
III – Conformação dos pontos de contacto e das conexões.
IV – Inspeção das áreas oclusais e proximais.

A espessura e o diâmetro dos conectores


internos devem ser conformados de acordo
com a liga a ser empregada.

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A estrutura metálica deve ser configurada para permitir adequado


suporte para a cerâmica (espessura máxima da cerâmica: 2,0 mm).

Conexão com largura simples = resistência padrão.

Conexão com largura duplic ada = resistência duplicada.

Conexão com alt ura duplica e largura simples = resis tência octuplicada.

CONFIGURAÇÃO DOS SPRUES

Os sprues devem ser configurados para


permitir Irrestrito escoamento da liga fundida e
para possibilitar o controle do processo de
esfriamento. O tamanho adequado dos sprues
é um fator essencial.
Os sprues devem ser posicionados na
parte mais grossa do padrão e devem ter de
2,5 a 3,5 mm de comprimento. A união deve
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ser configurada em forma de boca de sino


A distância entre o padrão e a câmara de compensação possibilita a
solidificação da liga metálica, de modo rápido e uniforme. Em áreas muito
volumosas (espaços interdentais, pônticos ou coroas grandes), podem ser
aplicadas aletas (1 mm de esfriamento).
A quantidade de liga necessária para a fundição pode ser calculada,
após a pesagem do padrão de cera e dos sprues:

Peso do padrão e dos sprues, em gramas


X
densidade da liga metálica
=
quantidade necessária da liga metálica, em gramas.

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INCLUSÃO

A câmara de compensação deve ser sempre posicionada na parte


mais quente do anel e o padrão de cera deve ser posicionado na parte mais
fria do anel.
Quando os sprues são corretamente
configurados e o padrão de cera está
posicionado de modo adequado no anel, a
fundição da liga é conduzida rapidamente e o
processo de solidificação pode ser controlado.
Empregar sprues de máximo diâmetro possível para fundir ligas de paládio e
ligas de metais básicos.
É aconselhável usar um forro (liner) no interior do anel, para permitir a
expansão do revestimento.
Na seleção do anel de fundições, é preciso verificar se vai haver
espaço suficiente para ser ocupado pelo revestimento, nos lados e no topo
do anel.

INCLUSÃO E PRÉAQUECIMENTO

Os melhores resultados de fundição são


conseguidos quando o excesso do redutor de
tensão superficial da cera é totalmente removido e
quando o tempo de presa do revestimento é
observado.
É essencial que a cera seja completamente
eliminada, durante o processo de preaquecimento.

Revestimentos fosfatados ou revestimentos de


gesso são adequados para o processo de inclusão.
Os revestimentos fosfatados são apropriados para
aquecimento convencional ou aquecimento rápido.

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Os revestimentos de gesso somente podem ser usados quando a


temperatura de preaquecimento não for superior a 750 o C.
O revestimento é aquecido de acordo com as instruções do respectivo
fabricante. A temperatura final prescrita está indicada na Tabela de
propriedades das ligas e nas instruções de Uso das diferentes ligas
metálicas.

MÉTODOS DE FUSÃO

As ligas metálicas podem ser fundidas à custa de forno de resistência


elétrica, maçarico para propano-oxigênio ou equipamento de fundição de
alta frequência.
Para a fundição podem ser utilizados cadinhos de cerâmica ou de
grafite (ver Tabela de propriedades das ligas). Usar sempre um cadinho
separado, para cada tipo de liga.

INTERVALO DE FUSÃO

O intervalo de fusão de uma liga metálica informa os pontos de


“liquidus” e “solidus”. Pode ser visto na parte do diagrama de equilíbrio
binário cobre-níquel, genérico, mostrado na figura abaixo. O ponto de
“liquidus” (b) é o valor mais alto do intervalo de fusão, e o ponto de “solidus”
(d) , o valor mais baixo. Quando a temperatura da fundição encontra-se
acima do ponto de “liquidus”, toda liga metálica está líquida (a). Quando no
resfriamento, a temperatura atinge o ponto de “liquidus” (b), inicia a
solidificação de uma fração da liga. Entre os pontos de “liquidus” e “solidus”,
o processo de solidificação intensifica-se, e uma maior parte da liga é
solidificada (ponto c). Quando temperatura alcança o ponto de “solidus” (d),
uma pequena quantidade da liga ainda encontra-se líquida. Logo abaixo do
ponto de “solidus” (ponto e), obviamente, toda liga está sólida.
Portanto, a interpretação do intervalo de fusão, quando na fundição
de uma liga metálica dental, por centrifugação, é que se deve ultrapassar o
maior valor do intervalo indicado, ou seja, acima do ponto de “liquidus”.
Desse modo, pode-se dizer que entre o intervalo de fusão, toda liga metálica
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apresenta duas fases distintas, sendo uma fase sólida e outra líquida,
simultaneamente.

Chama para fusão:

1 – Zona rica em carbono.


2 – Zona redutora.
3 – Zona oxidante.

1 – Zona rica em carbono.

As ligas são fundidas com a zona


redutora. Para o maçarico, usar a chama com 0m35 bar para o propano e
0,7 bar para o oxigênio.

2 - Chama rica em oxigênio.

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MÉTODOS DE FUSÃO

MÉTODOS DE FUNDIÇÃO

Fundição com vácuo

1 – gás inerte (argônio);


2 – processo de vácuo;
3 – processo de ar comprimido.

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Fundição com máquina de centrifugação:

1 – contrapeso;
2 – par termelétrico;
3 - anel de fundição.

Para reutilização de ligas preciosas ou de ligas com reduzido teor de


ouro, a proporção, entre o material novo e o material usado, deve ser de 1:1.
As ligas de metais básicos não devem se reutilizadas.
Antes da reutilização, sprues e botões devem ser jateados
cuidadosamente. Evitar a contaminação com abrasivos.

DESINCLUSÃO

Após a fundição, deixar o anel de fundição esfriar normalmente até a


temperatura ambiente. A seguir, embeber o revestimento com água.

Em seguida, de modo cuidadoso, desincluir


a peça fundida, usando tesouras de gesso.
Se possível, utilizar instrumentos
adequados para remover o revestimento do
interior da peça fundida.

Para evitar a danificação da estrutura metálica, não usar o martelo


para eliminar o revestimento.
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Quando se emprega um dispositivo para


jateamento abrasivo, é recomendável usar óxido de
alumínio puro (al2O2), com granulação de 50-100
micrômetros, e empregar pressão entre 2 -4 bar /
30-60 psi (ver instruções de Uso).

ACABAMENTO

Instrumentos rotatórios de carboneto de tungstênio ou pontas


montadas de cerâmica devem ser usados para efetuar o acabamento de
ligas para coroas e pontes.
O polimento deve ser realizado à custa de polidores de borracha, com
granulações progressivamente menores de escovas de polimento e de
pastas de polimento.
Antes da aplicação do material de
revestimento estético, a estrutura deve estar total
e completamente polida (ver item sobre
polimento). Jatear as superfícies de contato,
usando apenas óxido de alumínio puro, com a
granulação indicada nas instruções do fabricante
do material de revestimento estético.
Brocas de carboneto de tungstênio, usadas para efetuar o
acabamento inicial e mais grosseiro, e pontas montadas de cerâmica,
utilizadas para refinar o acabamento, são os instrumentos indicados para o
acabamento de ligas para metalo-cerâmica.
Usar sempre brocas diferentes para cada liga, com o objetivo de
evitar a contaminação. Para as ligas mais moles, empregar leve pressão e
baixa velocidade.
Trabalhar somente em uma direção na superfície metálica, para evitar
imbricação e formação de cavidades. Não usar instrumentos de diamante.
Partículas de diamante podem permanecer retidas na liga e promover a
formação de bolhas na cerâmica, durante a queima.

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Ângulo correto para jatear a superfície da liga metálica.

De modo cuidadoso, a estrutura deve ser jateada com óxido de


alumínio de granulação de 50-100 micrômetros e com pressão entre 2-4 bar.
O jateamento incrementa as ligações mecânicas, que é promovida nesta
superfície asperizada, com rugosidades, e, assim, aumentada de modo
considerável.
Para evitar a inclusão de resíduos do sistema de jateamento na
cerâmica, recomenda-se jatear as ligas metálicas com a indicada pressão e
mantendo o bocal de emissão do jato em relação de ângulo plano com a
superfície metálica. A superfície metálica contaminada pode causar a
formação de bolhas, durante a queima da cerâmica.
Antes de qualquer outro procedimento (por exemplo: aplicação de
material cerâmico ou de compósito para a confecção do revestimento
estético), a estrutura metálica deve ser escovada, sob a ação de água
corrente, e, a seguir deve ser limpa com vapor ou no banho de ultra -som.
Usar apenas Al2O2 puro e descartável, para jatear as superfícies das
ligas metálicas.

OXIDAÇÃO

Após o processo de limpeza, é muito importante


secar bem. Oxidar a estrutura metálica de
acordo com os estipulados tempos e
temperatura (ver tabela de propriedade das
ligas).
Colocar a estrutura na bandeja de queima, providenciando o adequado
suporte.
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Após a oxidação, checar a existência de porosidades e


irregularidades na camada de oxidação. Se necessário, refazer o
acabamento.

Alguns tipos de ligas exigem


decapagem ou jateamento da camada de
oxidação, após a queima de oxidação
(consultar as respectivas instruções de Uso).
Após esta decapagem, a estrutura
deve ser completamente limpa com vapor ou no banho de ultra-som.
A queima de oxidação estabelece uma ótima superfície para a ligação
da cerâmica. A oxidação pode ser considerada como uma queima de
limpeza e também pode ser utilizada para checar a qualidade da superfície
da estrutura.
A precisa temperatura do forno cerâmico é importante para todas as
queimas. Assim, a temperatura do forno deve ser calibrada de modo reg ular
e periódico.
Para prevenir o excesso da temperatura final de oxidação, a taxa
ideal de acréscimo de temperatura é de 60 o C por minuto.

REVESTIMENTO ESTÉTICO

Revestimento estético com compósitos:

Antes de revestir esteticamente a superfície metálica, aplicar a


camada de opaco, conforme as orientações do fabricante. A confecção do
revestimento estético deve ser conduzida de acordo com as recomendações
do respectivo fabricante.
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Revestimento estético com material cerâmico:

Devem ser observadas todas as instruções para processar o material


cerâmico. Quando aplicado em duas camadas, o opaco recobre, de modo
correto, a estrutura metálica.

A aplicação inicial deve ser uma fina


camada, enquanto que a segunda camada
deve recobrir completamente a estrutura
metálica.

Para efetivar uma forte Liga é necessário que os coeficientes de


expansão térmica (CET) da cerâmica e da liga metálica sejam compatíveis.
O CET das ligas é fornecido na Tabela de propriedades das ligas e
nas Instruções de Uso das diferentes ligas metálicas.

TÉCNICA DE SOLDAGEM

As sugeridas combinações liga-solda estão indicadas nas tabelas de


propriedades das ligas. Para selecionar a solda, a diferença entre a
temperatura de soldagem e a temperatura do solidus da liga metálica, assim
como, a temperatura de queima da cerâmica, deve ser levada em conta.
Dependendo da temperatura de fusão da solda, um adequado fluxo deve ser
usado. A superfície de soldagem deve estar limpa e com dimensões corretas
para todas as juntas de soldagem.
As superfícies de soldagem devem ser maiores para as áreas
interdentais. O espaço ideal para a soldagem deve medir entre 0,05 e 0,2
mm.

1 – Liga metálica;
2 – Camada de difusão;
3 – Solda.

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Pré-soldagem (antes da aplicação da cerâmica):

O bloco de revestimento para soldagem deve ser tão pequeno quanto


possível. Este bloco de revestimento deve ser pré-aquecido no forno até
600o C, no máximo (até 400 o C para ligas de metais básicos).
A área de soldagem deve estar em situação de fácil acesso, para
assegurar a uniforme distribuição da temperatura. O fluxo pode ser colocado
neste estágio.
Quando usar a chama propano-oxigênio, fixar a pressão do oxigênio
em 0,35 bar/5 psi e a do gás natural em 0,15 bar/2 psi. Utilizar a zona
redutora da chama. Aquecer a tira de solda e imergir no fluxo para solda.
Aplicar o fluxo na área de soldagem. Aquecer a peça, a ser soldada,
com a zona neutra da chama. Aplicar a solda a partir do lado oposto ao de
incidência da chama.
A solda sempre escoará para a área mais quente. Quando a junta
(espaço de solda) estiver completamente cheia, remover a chama e deixar a
peça esfriar.

Pós-soldagem no forno (após a aplicação da cerâmica):

Recobrir as superfícies da cerâmica com cera e incluir, conforme já foi


descrito. Remover a cera com água fervente.
Aplicar o fluxo para solda na área de soldagem, evitando o contato
entre o fluxo e a cerâmica.
A seguir, preparar a tira de solda, fundindo sua extremidade, para
conformar uma bola. Esta bola é utilizada como câmara de compensação,
para o preenchimento da junta de soldagem.
Cortar 4 mm da tira de solda, a partir da bola, e imergir no fluxo.
Posicionar a solda preparada na junta de soldagem, assegurando o perfeito
contato da solda com as duas superfícies a serem soldadas.
Introduzir lentamente o objeto no forno de cerâmica, na temperatura
de 400o C.

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Aumentar a temperatura (60 o C por minuto), até o ponto de


escoamento da solda. Quando a solda escoar, remover a peça e deixar
esfriar.

Soldagem a laser:

Na técnica de soldagem a laser, uma


liga metálica, que possui composição similar
àquela que foi usada para a confecção das
coroas e pontes, é empregada para a
soldagem.
As soldas adequadas, para esta
técnica estão indicadas na tabela de propriedades das ligas.

Durante os procedimentos de soldagem a laser, favor observar os


parâmetros estipulados pelos fabricantes dos diferentes equipamentos.

Soldagens em Ortodontia:

A soldagem ortodôntica, como todo tipo de soldagem deve ser feito


sem que se alterem apreciavelmente as qualidades dos metais que se
unem.
Para soldagens de fios de aço inoxidável se utiliza a solda de
prata, que é de maior resistência que a de ouro. É encontrada
normalmente em forma de barras ou fios de diversos calibres.

Composição das Soldas:

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A maioria das soldas tem aproximadamente a seguinte composição


(em peso):
Prata 40
Cobre 19
Zinco 21
Cádmio 20
A temperatura de trabalho é de 610 o graus.

Soldagem a Gás:

A soldagem a gás é utilizada para soldar fios e complementos.


Emprega-se um bico de gás-ar, cuja chama deve ter de 1 a 1e 1/2
polegada de altura com uma ponta bem definida, onde se vêem três
cones concêntricos.

1 – Cone externo, oxidante de cor azul escura.


2 – Cone central, redutor de cor azul clara.
3 – Cone interno, incolor de gás não queimado.

Para se obter uma soldagem ótima, quer dizer, firme e forte deve-
se proceder como se segue:
1 – A chama deverá apresentar as características acima.
2 – As partes a unir deverão estar completamente limpas.
3 – Aplicar fundente em ambas as superfícies a soldar.
4 – Colocar pasta, revestimento ou gesso nas partes que não
devem ser expostas ao calor.
5 – Operar com firmeza manual ao soldar, aplicando o calor do
cone central à parte mais grossa a soldar, até que a solda flua e se una à
parte mais fina.

Soldagens de Attachments:

Efetuar a soldagem de um attachment continua sendo um desafio,


uma aventura carregada de expectativas, algumas vitórias e muitas outras
derrotas. Infelizmente esta situação é inaceitável posto que o técnico em
prótese dental precisa ser produtivo, ou seja, não há lugar para operações

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problemáticas, sujeitas a materiais temperamentais, que impliquem em uma


ocorrência de falhas constantes.
Não se pode assumir que é difícil e entrar no jogo admitindo 90% de
favoritismo para uma ocorrência desagradável. Ela fatalmente aparecerá.
Em primeiro lugar vamos falar um pouco de solda independentemente
de attachment ou qualquer outra circunstância. O procedimento de soldagem
clássica dá conta de união de duas ou mais superfícies metálicas,
empregando uma liga metálica, diferente da que constitui as superfícies a
serem unidas,
Por ação de calor de chama aberta (em atmosfera normal) ocorre a
fusão do agente de união, que é portanto a solda, e este agente de união
aderem-se às superfícies efetivando a soldagem.
Assim sendo, a solda deverá apresentar ponto de fusão inferior ao
ponto de fusão das superfícies a serem soldadas. Até aqui, sem novidades.
Daí em diante é que precisamos atenção.
Existem dois mecanismos pelo qual uma solda adere sobre uma
superfície. O primeiro mecanismo é o simples embricamento mecânico.
Neste caso, temos apenas junção pela micro-rugosidade superficial. É
simples de entender, imagine que você coloque um pedaço de tecido sobre
a água. Se você congelar a água você vai notar que o tecido “grudou” na
água, mas ninguém colocou cola!.
Na verdade a água se infiltrou por capilaridade no tecido e ao
congelar estabeleceu um vínculo rígido entre o bloco de gelo e a superfície
de tecido. De modo semelhante ocorre quando se solda uma s uperfície de
níquel cromo utilizando uma solda a base de prata. Neste caso não há
interface entre a liga de níquel cromo e a liga de solda.
Outro tipo de ligação ocorre quando se pode observar a formação de
uma interface entre os dois materiais.

Vamos a outro exemplo bem rudimentar para facilitar a compreensão:

Suponhamos que você tenha um pote de gelatina vermelha, já


gelificada, e sobre ela você envase uma porção de gelatina verde logo após
o preparo, sem gelificar.
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Após gelificar a gelatina verde, cortando transversalmente, vai notar


uma região de transição que é de cor mais escura, nem vermelha, nem
verde. Isto estará indicando que naquela região temos misturado partículas
das duas superfícies.
No nosso caso o mesmo ocorre. Quando a solda apresenta a mesma
natureza que a superfície a ser soldada, esta solda, quando bem aquecida,
funde a superfície da estrutura e forma uma interface de soldagem. É certo
que o segundo tipo de soldagem é de fato a soldagem mais apropriada e
mais segura. Na verdade é a soldagem de fato.
Note que falamos em chama do maçarico, falamos em calor, falamos
em atmosfera e, portanto cabe falar em oxidação.
A maioria das ligas oxida ao serem aquecidas, isto é, a temperatura
favorece a possibilidade de ligação do oxigênio do ar com os íons da
superfície do metal o que propicia a formação de uma camada de óxido.
Este óxido, na prática, é como se fosse um isolante. Este óxido
impede que a liga da solda possa penetrar nas micro-porosidades da
superfície a ser soldada, como também impede que ocorra a interface de
soldagem que é nosso objetivo maior.
Nosso problema é então evitar que o óxido possa ser formado. Evitar
é muito mais fácil do que remediar, mesmo porque, alguns óxidos são
insolúveis e uma vez criados não há como reverter o processo a não ser que
seja feita uma remoção abrasiva.
Nesse ponto entram em cena os fundentes, tradicionalmente tratados
por “fluxos”, que tem a função de evitar a formação dos óxidos que
bloqueiam a formação da interface de soldagem.

Observe com cuidado:

Se o objetivo é evitar o óxido, o fluxo precisa ser aplicado sobre a


superfície limpa e sem óxido. Após o óxido ter se formado o fluxo poderá
não ter efeito algum.

Estes conceitos acima são importantes para embasar o procedimento


que a seguir descrevemos para a soldagem de attachments.
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Dois casos são apresentados para que possamos refinar o processo


com todo cuidado:
O primeiro processo ilustra a soldagem de uma estrutura de níquel
cromo à qual serão soldados os machos de attachments extra-coronários,
semí-rígidos, SR 3.0/CNG.
O macho de attachment é posicionado tendo como referência a crista
do rebordo.
É importante verificar que o macho não pode comprimir a mucosa para
evitar hiperplasia do tecido. A ligação é estabelecida diretamente com uso
de resina de rápida ação. Não há necessidade de pré-soldagem porque
ambas as superfícies são fabricadas em ligas tipo cromo níquel e solda
aplicada, e serão simultaneamente compatíveis tanto ao macho do
attachment como a superfície da fixa.
A etapa seguinte é da maior importância. Trata-se de criar um
bloqueio com cera de modo a permitir que a chama possa circundar toda a
região de soldagem.
Nunca torne a região de soldagem inacessível. O grande prejudicado
será você mesmo. Construa uma muralha de cera ao redor da junção de
soldagem e coloque por baixo desta região um fio de cera que irá criar uma
passagem para a chama, garantindo a passagem do calor e também irá
suportar a estrutura até a presa do revestimento de soldagem.
O revestimento para soldagem é feito para isso mesmo. É um
revestimento especial com expansão modificada e de alta resistência para
permitir operar em circunstâncias críticas sem alterar sem fraturar.
A manipulação do revestimento, neste caso, deve ser feita utilizando
somente a água destilada.
Este cuidado é importante para evitar contaminação devido aos
agentes utilizados para decantar a água que bebemos.
A água pode ser potável e cristalina mas pode estar saturada de
minerais que alteram o funcionamento do revestimento causando prejuízo ao
processo.
Observe que a consistência do revestimento é muito importante.

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A quantidade de água utilizada deve ser mínima para se obter uma


consistência rígida. Note que é muito diferente daquela que você usa
regularmente para incluir um padrão de fundição.
Aplique o revestimento cuidadosamente sobre o macho para evitar
bolhas que possam tornar frágil à ligação e portanto favorecer a ruptura do
revestimento.
Insira revestimento dentro dos copings para evitar danos nas
estruturas mais finas cuidando para que não ocorram bolhas por ar inserido.
Isto feito prepare a pastilha de soldagem que receberá a estrutura a
ser soldada.
Será preciso complementar esta pastilha de soldagem adicionando
revestimento na região sobre os machos com objetivo de criar um volume
bastante para resistir aos esforços mecânicos durante a soldagem.
Não recubra a estrutura toda; lembre-se de que nosso agente de
energia é o calor da chama e a estrutura deve ficar exposta para que possa
receber esta energia.
É freqüente que ocorram excessos indesejáveis durante a aplicação
mas não há problema. Estes excessos serão removidos na etapa seguinte a
desidratação da pastilha de soldagem.

Aqui tem outra observação importante:

Nunca coloque no forno para queimar Duralay (Reliance / Polidental).


Este procedimento é incorreto e é fácil perceber. Se a temperatura exceder a
250o C a liga inicia o processo de oxidação e este óxido poderá ser o grande
vilão do processo.
Já falamos sobre isto no começo deste trabalho. lembre -se que o
fluxo só funciona se for aplicado antes da ocorrência da oxidação.
Para driblar este problema é muito simples: Coloque a pastilha de
soldagem em estufa ou mesmo sobre uma placa metálica sobre o fogareiro.
devido às perdas térmicas a temperatura final não será maior do que 1oo a
150o C. Em pouco tempo o Duraley estará macio e borrachóide e poderá ser
removido por inteiro bastando uma pinça e um bisturi.

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É simples, mas dá trabalho, entretanto, pode acreditar que vale a


pena. Muitas vezes surge a pergunta:
Deixe a pastilha de soldagem esfriar e utilizando uma fresa tipo ponta,
remova todo revestimento indesejável que restringe o acesso à região de
soldagem.
Fique atento! Não usine a estrutura porque a vibração induzida pode
trincar o revestimento.
Um bom jato de ar fará a limpeza necessária para permitir a aplicação
do fluxo (fundente) sobre a região de soldagem antes da ocorrência de
qualquer oxidação.
Isto feito, só resta soldar como se solda qualquer estrutura, sempre
considerando que a solda não conseguirá a ligação desejada com as
superfícies a serem soldadas se estas superfícies não apresentarem franco
aquecimento. Comece sempre pela estrutura, de ambos os lados.
Quando perceber que tudo adquiriu uma coloração vermelha
alaranjado é hora de aplicar a solda.
Se preferir, corte um pedaço de solda, banhe no fluxo e coloque sobre
a região de soldagem. Mesmo assim, nunca comece dirigindo a chama para
a solda. Aqueça todas as regiões e quando você notar alguma deformação
na porção de solda aí então concentre sua atenção na junção.

Lembre-se; “A solda não toma decisões” quero dizer o seguinte: você


tem que guiar a solda e isto é feito com o fornecimento do calor.

Não adianta aquecer a solda. A solda vai continuar sem saber para
onde ir. Se você oferecer uma superfície com energia suficiente, a solda
imediatamente será drenada para esta região.
Feita a soldagem resta a limpeza da estrutura e verificação da
soldagem. Mesmo depois de aplicado o jato de óxido de alumínio, você deve
usinar a região de soldagem verificando se não existem porosidades logo
abaixo da superfície. Estas porosidades podem não implicar em problemas
mecânicos tipo ruptura, mas certamente vão aborrecê-lo quando da
aplicação da porcelana.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 25


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

É muito mais seguro uma porosidade usinada e cheia de porcelana


do que um pequeno orifício que pode ter por traz de si uma enorme cratera.
Sua próxima soldagem será vitoriosa e eficaz com toda certeza, mas
para prevenir vamos comentar um pouco o que fazer quando o macho de
um SR 3.0, fabricado em cromo níquel, necessitar ser soldado a uma
estrutura elaborada em ouro.
Já foi comentado que a soldagem perfeita exige níveis de energia das
superfícies a serem soldadas para que a solda possa fundir superficialmente
esta superfície ou permitir embricamento.
Se a estrutura é de ouro e o attachment de cromo, não há
compatibilidade imediata. Teremos que soldar com solda a base de ouro e o
nível de temperatura que o cromo necessita para aceitar a solda de ouro
poria em risco toda estrutura. Só nos resta compatibilizar esta soldagem
aplicando uma pré-soldagem no macho, empregando a mesma solda de
ouro que será usada na junção.
Nesta etapa, nada de posicionar o macho do attachment, isto fica
para depois.
Em primeiro lugar, aplique um desgaste leve na superfície do macho
a ser soldado. Estaremos produzindo um recartilhado que aumenta a
superfície de contato e favorece a resistência do embricamento.
Coloque o macho em uma pequena porção de revestimento para
soldagem, deixando exposta somente à superfície que se deseja recobrir
com solda. Com isso você evita que a solda corra para a região do trilho o
que causaria um grande aborrecimento.
Aplicamos fluxo sobre a região e a seguir solda recobrindo toda a
superfície desejada.
Segue-se a limpeza do macho e preparação. Note que a solda
aplicada produzirá um aumento na espessura desta superfície. Isto
implicaria que ao posicionar o attachment, este macho, ficaria posicionado
muito afastado da coroa.
Nestas condições, torne a usinar a região de soldagem tomando o
cuidado de manter uma camada de solda sobre a superfície original do
cromo.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 26


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Teremos, portanto condições de posicionar o macho do attachment


de modo normal. Para os efeitos práticos do nosso trabalho, não estaremos
soldando cromo com ouro.
Já estamos soldando ouro com ouro e não poderíamos pensar em
situação mais confortável.
Daqui em diante a história se repete somente que a solda será a
solda de ouro e o fluxo fundente será simplesmente o Borato de Sódio, ou
seja, o nosso velho e conhecido Bórax.
Não muda nada em termos dos cuidados necessários a serem
tomados quando a criação de espaços para passagem de calor e de solda.
Cabe ainda um comentário oportuno sobre o processo de limpeza
desta estrutura que envolve liga de ouro e liga de cromo níquel.
Em condições normais qualquer liga de ouro pode ser submetida a
decapagem ácida, por ácido sulfúrico ou ácido muriático (também conhecido
por muriático), entretanto isto não é mais possível visto que os ácidos
produzirão severo ataque sobre o macho de cromo níquel destruindo toda
sua geometria de acoplamento.
Assim sendo, se você deseja remover o borato de sódio fundido sobre
a soldagem deixe a estrutura somente dentro de um pote com água morna,
O bórax, irá dissolver lentamente evitando jateamento excessivo.

Algumas marcas de soldas existentes no mercado:

Solda Fusível 730:

Soldas para ligas amarelas de Ouro, ligas brancas de Ouro, ligas à


base de paládio ou ligas não preciosas desde que apresentem fusão
superior 800 ºC. Recomenda-se o uso de fluxo apropriado para o metal que
se deseja soldar, mantendo as superfícies de soldagem livres de óxido no
instante da aplicação. Alta fluidez e resistência mecânica.

Dados Operacionais:

Fusão: 730o C..


SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 27
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Fluxo: À base de borato de Sódio.


Resfriamento: 15 minutos após a soldagem.

Solda Fraca 630:

Solda para ligas amarelas de Ouro, quando estas ligas não


apresentarem fusão suficiente para suportar soldagens com solda fusível.
Indicada para soldagens de attachments quando se necessita uma solda de
alta fusibilidade e capaz de ligar-se a metais nobres e não nobres, tais como
níquel cromo ou aço inoxidável.

Dados Operacionais:

Fusão: 630o C..


Fluxo: À base de borato de Sódio ou Fluoretado.
Resfriamento: 15 minutos após a soldagem.

Solda Ceramic 1095:

Solda nobre Alta Fusão para soldagens de ligas para cerâmica sejam
elas nobres ou não nobres. Indicada para soldagens de estruturas
elaboradas em ligas com fusão superiores a 1150 ºC. Toda estrutura
soldada, quando submetida à queima de porcelana deve estar totalmente
apoiada para evitar empenamento.

Dados Operacionais:

Fusão: 1,095o C..


Fluxo: À base de borato de Sódio ou Fluoretado.
Resfriamento: 15 minutos após a soldagem.

Solda Palifix:

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 28


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Solda Branca para uso em ligas à base de paládio quando o ponto de


fusão da liga a ser soldada não for inferior a 850 ºC. Apresenta alta fluidez e
resistência mecânica podendo ser aplicada com auxilio do mesmo fundente
empregado para ouro. Não é recomendada para soldar dois metais
diferentes.

Dados Operacionais:

Fusão: 750o C..


Fluxo: À base de borato de Sódio.
Resfriamento: 15 minutos após a soldagem.

Solda Yellow:

Solda Amarela para uso exclusivamente em ligas à base de Cobre, ou


seja, cobre-aluminio, cobre-zinco ou cobre-níquel. Recomenda-se o uso de
fluxo apropriado. Esta solda em determinados ambientes bucais pode
apresentar alteração de coloração ou até mesmo corrosão. Certifique-se que
a soldagem está isenta de poros.

Dados Operacionais:

Fusão: 630o C..


Fluxo: À base de Ácido Bórico.
Resfriamento: 15 minutos após a soldagem.

Solda Universal:

Solda Amarelo Claro para uso exclusivamente em ligas à base de


Cobre, ou seja, cobre-alumínio, cobre-zinco ou cobre-níquel.
Apresenta ótimos resultados quando aplicada como pré-soldagem
direta em attachmentes ou dispositivos de conexão. Esta solda em
determinados ambientes bucais pode apresentar alteração de coloração ou
até mesmo corrosão. Certifique-se que a soldagem está isenta de poros.
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 29
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Dados Operacionais:

Fusão: 630o C..


Fluxo: Incorporado.
Resfriamento: 15 minutos após a soldagem.

ENDURECIMENTO / REMOÇÃO DA CAMADA DE ÓXIDO / POLIMENTO

Endurecimento:

O controlado tratamento térmico de uma liga metálica pode modificar


suas propriedades físicas. Este processo não é necessário para ligas de
metais básicos ou para ligas usadas para metalo-cerâmica.
O endurecimento da liga deve ser incrementado nos casos de coroas
fresadas, coroas telescópicas ou attachments individualizados. As
especificações para tratamento térmico estão indicadas na Tabela de
propriedades das ligas e nas diferentes instruções de uso.

Remoção da camada de óxido:

Após a soldagem ou o tratamento térmico, a


camada de óxido deve ser completamente
removida, para assegurar a resistência à
corrosão da liga metálica.
A decapagem é efetuada para remover a camada de óxido da
superfície, para evitar o dano que poderá ser causado ao tecido gengival. As
recomendações dos diferentes fabricantes, em relação aos procedimentos
da decapagem, devem ser observadas.

Polimento:

A superfície polida é um ótimo pré-requisito para garantir a resistência


à corrosão.
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 30
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

O polimento é conduzido com polidores rotatórios.


A dureza da liga determina a pressão a ser aplicada.
Usar pequena quantidade de uma pasta de polimento e um disco de
polimento, para polir as peças até alcançar alto brilho.

De modo constante, a direção do polimento, deve ser modificada.


Geralmente, o polimento perfeito não somente acentua a aparência estética
da superfície, mas também incrementa a resistência química (por exemplo:
reduz a susceptibilidade à corrosão).

LIGAS E SEUS PROCESSOS

Na odontologia restauradora muitos são os materiais aplicados com o


objetivo de reconstruir, em parte ou no seu todo, um ou mais elementos
dentários. Assim, sendo, conforme o caso, características especiais são
requeridas desses materiais de tal modo que possam apresentar
estabilidade química no ambiente bucal como também preencher as
expectativas em termos mecânicos e estéticos.
Desde os primórdios da história da humanidade metais foram
introduzidos como elementos estruturais auxiliares nas reconstruções
protéticas devido às suas características de estabilidade, como também de
facilidade de manipulação.
O ouro puro, metal nobre e precioso, foi o primeiro metal utilizado com
características apropriadas quanto à estabilidade, porém, com limitações do
ponto de vista de resistência mecânica. Uma prova deste fato é encontrada

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 31


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

em múmias egípcias de 3000 AC, com dentes esculpidos em marfim atados


aos remanescentes por fios de ouro.
A tecnologia dos metais evoluiu e a combinação de dois ou mais
metais resultou em ligas mais sofisticadas e apropriadas a suportar a
solicitação mecânica mantendo sua estabilidade no ambiente bucal.
Naturalmente as ligas resultantes das combinações de metais puros
apresentam características diferentes de qualquer um dos metais puros
isoladamente.
É conveniente analisar o comportamento físico das ligas como um
importante pré-requisito para a analise do processo de modelagem por cera
perdida, o mais usado na obtenção de estruturas metálicas para próteses
dentárias. O processo de modelagem por cera perdida, implica na fusão de
uma dada liga, de modo a torná -la líquida para que possa ser inserida em
um molde de fundição, no caso, porção de material refratário no qual foram
introduzidos os padrões de cera.
A transformação de estado de um metal puro é caracterizada por uma
temperatura bem definida e única ao longo da transformação do estado
sólido para o líquido. Por outro lado, as ligas metálicas apresentam duas
temperaturas que definem a mudança de estado.
Em primeiro, define-se temperatura de líquido como sendo a de uma
dada liga totalmente fundida quando se inicia a nucleação dos cristais
sólidos. Em segundo, está a temperatura de sólido, na qual a última parte
líquida torna-se sólida ou ainda na qual aparece a primeira fase líquida.
A definição desses conceitos faz-se importante para que se possam
manusear com segurança as ligas metálicas comuns nos laboratórios de
prótese. Por exemplo, para que se obtenha fusão completa para a injeção da
liga ou mesmo para uma soldagem perfeita é necessário pelo menos 100º C
acima da temperatura de líquido para se fluidificar completamente a liga.
Este fato é muito importante para a seleção do maçarico a ser
utilizado. Por exemplo, maçarico do tipo gás-ar não deve ser empregado
para fundir ligas com temperatura de líquido acima de 1000º C. Dependendo
da quantidade de liga, a mistura gás-ar pode não produzir a quantidade de
energia suficiente para se obter à fusão completa da liga, pondo em risco o
sucesso da fundição.
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 32
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Por outro lado, é importante manter uma margem de segurança de


pelo menos 50º C abaixo da temperatura de sólido da liga pa a seleção de
uma solda segura para a união sem impor risco às estruturas a serem
soldadas.
Após a fusão dos metais, quando iniciado o resfriamento, inicia-se um
processo de grupamento dos átomos numa geometria determinada pelo
equilíbrio de energia do sistema. Este processo define a formação de grãos
da estrutura cristalina. As ligas metálicas que contém dois ou mais metais
misturados apresentam quando na fase líquida dispersão aleatória dos
núcleos presentes. No processo de resfriamento, inicia-se o agrupamento
desses átomos levando-se em conta o diâmetro atômico, o tipo de rede
atômica, o número de valência ou até a geometria definida pelos átomos ao
se ligarem a átomos iguais. A afinidade química dos metais presentes entre
átomos iguais e diferentes também afetam a geometria atômica da liga
resultante.
Todas estas circunstâncias afetam o comportamento de uma liga e
muitas vezes alguns metais especiais são inseridos para a obtenção de
grãos menores, maior estabilidade superficial e características físicas, tais
como elasticidade e resistência à deformação e fratura.
O processo de resfriamento de uma liga pode interferir no processo
de formação dos grãos, podendo uniformizar sua dimensão, produzindo uma
liga muito mais estável e adaptada para sofrer grandes esforços.
Qualquer processo de manuseio da liga por dobra, martelamento,
usinagem, jateamento, torção ou esforço mecânico também induz alterações
no equilíbrio do sistema metálico. O resfriamento controlado de uma dada
porção de liga pode, em muito, contribuir para harmonizar o sistema global
e, portanto conferir à liga características especiais requeridas conforme a
aplicação.
Em termos práticos, uma estrutura pode ser amaciada para facilitar a
usinagem e o acabamento, como também pode ser endurecida
posteriormente para que possa apresentar dureza máxima. É bom que se
considere que um dado procedimento de resfriamento pode produzir efeitos
diferentes se aplicado a ligas de sistemas diferentes.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 33


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

De modo geral o resfriamento lento produz efeito endurecedor às


nobres e efeito amaciador às ligas do sistema cromo/cobalto e amaciador às
ligas nobres.
Nos procedimentos odontológicos, a conformação de estruturas
metálicas fica a cargo da técnica de modelagem por cera perdida. Este é o
método mais econômico para se obter a precisão e adaptação das
estruturas restauradoras, uma vez que as dimensões envolvidas são
mínimas e estas estruturas são sempre singulares e complexas.
Em 1907, Taggart introduziu na odontologia o revestimento para
fundição e desde então as ligas de alto teor de ouro tem sido mundialmente
utilizadas. Durante os anos 30 a ADA, American Dental Association, conferiu
certificado para as ligas nobres com teores inferiores a 75% de ouro. Esta
liga com modificações efetuadas foram consideradas apropriadas para a
maioria dos ambientes bucais.
As ligas de metais preciosos para fundição contêm
preponderantemente ouro, paládio e platina, bem como prata, um metal
precioso porém não nobre. Vários metais não preciosos foram incorporados
a estas ligas, tais como, cobre, índio, estanho, ferro e zinco como aditivos à
formulação para propiciar importantes propriedades às ligas para uso
odontológico.

CLASSIFICAÇÃO DAS LIGAS

Com o objetivo de classificar as ligas nobres para uso odontológico a


ADA em sua especificação de no 5 apresentou as ligas divididas em Tipos I,
II, III e IV. Esta classificação envolve limites para composições e
propriedades mecânicas, sendo os Tipos I e II ligas macias; Tipo III dura e
Tipo IV extradura.
Por fatores meramente econômicos, ligas mais modernas apresentam
conteúdo de ouro variando de 45 a 60% de ouro puro. A tendência destas
ligas é apresentar elevação do conteúdo de paládio como aditivo à

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 34


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

quantidade de ouro reduzida, com o objetivo de manter a inalterabilidade da


liga no ambiente bucal.
Outro sistema de ligas atualmente bastante popular em Odontologia é
o de ligas de paládio/prata, nas quais o paládio é o componente principal.
Estas ligas podem apresentar propriedades físicas semelhantes às das ligas
de ouro do tipo III, entretanto, a presença da prata no sistema implica em
problemas de corrosão freqüentes.
As ligas de paládio/prata também são empregadas para a porcelana,
porém, os problemas relativos à presença da prata precisam ser
contornados para não afetar a cor da porcelana aplicada. Atualmente várias
marcas comerciais de porcelana não são afetadas pela presença da prata na
composição das ligas.
As ligas de alta fusão para porcelana fundida sobre metal (PFM)
entraram no mercado em 1958, também, baseadas em sistemas de metais
nobres. Estas ligas foram também classificadas pela ADA em três grandes
grupos conforme a composição básica. São eles, Tipo I, contendo mais de
90% de ouro, platina e paládio, com pequenas porções de ferro, índio e
estanho como endurecedores e agentes de união; Tipo II contendo
aproximadamente 80% de ouro, platina e paládio, com adição de ferro, índio,
estanho e prata. E finalmente as ligas para PFM Tipo III contendo
basicamente 70% de paládio na composição geral.
Gradativamente estas ligas vêm substituindo as não preciosas para
porcelana por apresentarem fundição mais perfeita, melhor adaptação e
ligação metal/porcelana otimizada.
É importante a este ponto aclarar a terminologia atualmente
empregada para o conjunto de ligas já mencionadas e evitar o uso de
notações duvidosas e pouco esclarecedoras.
Denominam-se ligas nobres as resistentes à corrosão e oxidação,
bem como inalteráveis na presença de ácido. São ligas dos metais nobres,
tais como ouro, paládio, platina, ósmio irídio e rutênio, sendo os três
primeiros os mais freqüentes.
Denominam-se ligas preciosas compostas de metais preciosos mas
não necessariamente nobres, ou seja, uma dada liga contendo ouro, platina,
paládio e que contenha também prata por exemplo.
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 35
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

O termo semipreciosa é freqüentemente empregado para ligas nobres


que contém quantidades de prata, como também para ligas nobres que
contém porções de metais preciosos e não-preciosos. Embora muito
popular este termo não tem significado definido no vocabulário contido na
literatura odontológica.

CRITÉRIOS DE ESCOLHA DE LIGAS

As várias ligas estão disponíveis e é necessário sugerir um critério de


escolha de acordo com as expectativas do cliente dos pontos de vista
estético, técnico e operacional.

Liga Metálica – Corrosão:

É a deterioração de um metal por reação com seu meio ambiente. A


corrosão é um dos grandes problemas quando da colocação de uma
restauração metálica no meio bucal.
Ligas amarelas podem sugerir a presença de ouro em grande
proporção, entretanto, ligas baseadas em cobre são também amarelas
porém, apresentam propriedades físico-químicas muito menos apropriadas e
econômicas daquelas ligas brancas preciosas. Portanto, o critério de cor não
é um fiel indicador de composição, mesmo porque ligas conteúdo de até
85% de ouro podem apresentar cor branca devido ao alto conteúdo de
paládio e platina. É conveniente levar em conta as propriedades das ligas,
tais como conteúdo de metais nobres, dureza, resistência à tração,
elongação e faixa de fusão.
O conteúdo dos metais nobres define a resistência à corrosão, bem
como a inércia química destas ligas. A dureza é importante quando se
considera, por exemplo, a resistência de uma superfície oclusal, como
também as características de acabamento e polimento superficial. A medida
do limite de tração é necessária para determinar a carga máxima passível de
ser aplicada a uma prótese sem que ocorra o risco de ruptura. A elongação

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 36


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

é importante para que se possam analisar as características de acabamento


e brunimento das bordas.
As ligas para porcelana requerem ainda associar outras
características para que possam desempenhar a função estrutural enquanto
recebem cobertura de porcelana. A prioridade está na compatibilidade da
expansão e contração entre a liga e a porcelana aplicada.
A ligação metal/porcelana assegura a retenção da porcelana sobre o
metal tanto no ambiente bucal como no procedimento de aplicação. A
composição da liga afeta essa ligação como também produz efeitos
residuais sobre a porcelana. Um exemplo típico é a presença de prata em
sua composição, o que pode afetar a cor final da porcelana, afetando toda a
estética do trabalho.
O efeito ocorre devido à segregação da prata contida na liga metálica
e a do sódio contido na porcelana. Uma determinada seqüência de
operações pode implicar na formação de um precipitado que provoca a
alteração de cor da porcelana. Esse efeito é mais significativo conforme a
composição da porcelana utilizada.
Durante os anos 70, ligas do sistema ouro/paládio foram introduzidas
com o objetivo de eliminar os problemas causados pela prata, entretanto,
estas ligas apresentam problemas de compatibilidade quando são utilizadas
porcelanas de alta expansão. Atualmente usa -se o tradicional sistema Ouro.
Paládio em prata foi complementado com pequenas quantidades de prata
para adaptar estas ligas às porcelanas mais comuns do mercado.
Ao longo do ano de 1982 foram introduzidas no mercado ligas do
sistema paládio/cobre, com ou sem ouro. As ligas que contém cobre são
incomuns para a técnica PFM devido aos problemas causados na coloração
da porcelana, entretanto, o alto teor de paládio parece minimizar este efeito
e portanto pode tornar estas ligas aceitáveis para uso.
A deficiência mais importante está no óxido escuro formado que
dificulta o procedimento de opacificação da estrutura. Para muitas ligas
deste sistema a soldagem é bastante complicada e muitas vezes não
confiável.
Ainda nos anos 70 foram colocadas no mercado ligas de metais
básicos com a finalidade de oferecer opções mais econômicas para a
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 37
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

porcelana. As ligas de metais básicos associam a resistência à corrosão a


propriedades químicas específicas, como por exemplo à formação de uma
camada impermeável de óxido que propicia a passivação da superfície da
liga.
Estas ligas, ainda que econômicas, implicam em dificuldades
operacionais desde a obtenção de uma boa fundição até a de adaptação
perfeita e estruturas muito volumosas. O titânio puro e suas ligas vêm
ganhando espaço no ambiente bucal devido a sua inércia e
biocompatibilidade, conforme se observa nas peças pré-fabricadas e
usinadas. A confecção de estruturas por fundição apresenta sérias
dificuldades devido à alta temperatura e atmosfera controlada requerida. A
porcelana empregada também precisa apresentar formulação especial para
se adaptar à expansão e contração da liga utilizada.
O conjunto de opções é muito grande. Muitos são os materiais
disponíveis e com características próprias e bem definidas. O critério mais
razoável de escolha é considerar o uso da liga como também o resultado
esperado, seja em termos de adaptação, biocompatibilidade, facilidade
operacional ou ainda resistência mecânica em estruturas de dimensões
muito críticas.
As ligas nobres pela própria natureza dos metais componentes são
mais estáveis e inertes no ambiente bucal, como também implicam em
procedimento laboratorial simplificado e me nos suscetível a erros. Mesmo
quando o custo é um fator preponderante, é necessária uma análise
criteriosa para evitar uma opção apenas aparentemente conveniente.
O conhecimento das ligas e suas características propiciam os
melhores resultados no sentido de atender as expectativas do usuário, em
particular quando tomamos por base que as ligas empregadas em
Odontologia passam por um processo de fundição em circunstâncias
bastante cruéis de utilização.
Este processo de fundição é efetuado tendo como fonte de calor uma
chama aberta, direta sobre a liga e que, portanto tem a tendência de impor à
liga metálica, ainda que não intencionalmente, superaquecimento,
contaminação, queima de elementos de baixa fusão e tantos outros fatores
prejudiciais ao comportamento bucal. Concentrando a atenção sobre o
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 38
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

processo de fundição, propriamente dito, estar-se-á novamente reportando


ao processo de fundição pro cera perdida que consiste basicamente em
tornar metálico um padrão ou réplica em cera por meio de um molde de
material refratário. É sem dúvida primordial considerar esta etapa com muito
cuidado, pois representa o fato gerador de todo o trabalho que virá a seguir.
Uma boa impressão começa na escolha do material adequado caso a caso.
A manipulação e corretas aplicações também afetam o resultado final.
Moldagens deformadas que apresentarem porções de material de moldagem
manipulado de forma não homogênea certamente implicarão em resolução
de adaptação muito pobre.
O trabalho protético depende do modelo sobre o qual ele é gerado e
este, por sua vez, do processo de moldagem. Um trabalho pode estar
perfeito no nível de modelo e totalmente impróprio em nível de adaptação
final se o processo de moldagem não for encarado com o rigor necessário.
Na atualidade não é muito freqüente a preparação direta de um
padrão de fundição na boca do paciente, uma vez que a contração da cera
quando esculpida diretamente na boca é de 0,4%. A contração da cera
quando aplicada ao modelo de gesso é de aproximadamente 0,2%, metade
da encontrada na situação direta.
Seja qual for o método aplicado às etapas posteriores devem
compensar esta contração de modo a se obter acuidade em torno de 0,1%.
Portanto, ao longo da inclusão, aquecimento do molde de fundição,
aquecimento da liga, expansão e contração posterior os fenômenos
envolvidos devem fornecer equilíbrio que pode ser definido pela expressão:

Contração da cera + Contração da liga =


Expansão da cera + Expansão do revestimento.

Nota-se que além do fenômeno específico da contração da cera é


conveniente analisar as implicações decorrentes deste fato. Se a cera se
expandir em função do calor empregado para conformá-la, o troquel de
gesso impedirá a contração do padrão. Assim sendo, tensões ficarão
armazenadas ao longo da estrutura. Quando os padrões são removidos dos

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 39


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

troqueis de gesso estas tensões tendem a serem dissipadas por


deformações, as quais poderão gerar sérios problemas de adaptação.
O procedimento que apresenta os melhores resultados em termos de
fidelidade é a inclusão imediata após o término da escultura em cera. Várias
remoções e readaptações contribuem para s deformações que podem
condenar todo o processo. Em suma, terminada a escultura e feita a
verificação das bordas a remoção dos padrões e inclusão imediata são os
procedimentos que oferecerão os melhores resultados em termos finais de
adaptação.
As ligas são aquecidas até a fusão para que possam ser injetadas
nos moldes de fundição (anéis de fundição). Nestas condições por estarem
aquecidas serão injetadas expandidas em relação a sua dimensão absoluta
à temperatura ambiente. Portanto, quando a liga se resfriar até a
temperatura ambiente apresentará contração, que é a função da liga
utilizada como também do volume e da geometria do padrão gerado. Para
uma liga de ouro, a contração pode oscilar entre 1,25 e 2,0% dependendo
da estrutura considerada. Temos portanto uma faixa de valores típicos para
a contração da cera e da liga utilizada que deverá ser compensada pela
expansão do molde de fundição e portanto pelo revestimento refratário
utilizado.
A expansão necessária não é o único fator que define o revestimento.
A estabilidade térmica do revestimento à temperatura necessária para
garantir modelação perfeita também é um fator determinante na seleção do
revestimento.
Para as ligas que necessitam do molde à temperatura máxima de
700º C é freqüente a utilização de revestimentos compostos de cristobalita,
revestimentos mais frágeis, e portanto não podem dispensar a presença do
anel metálico como conformador. A tira de material refratário é necessária
por dois motivos, ou seja, tanto para permitir a expansão de presa do
revestimento, como também para fornecer água adicional ao revestimento
que propiciará expansão adicional higroscópica. Em termos médios para um
revestimento desta natureza podem-se esperar resultados do tipo: expansão
de presa com efeito higroscópico de 0,70% e expansão térmica de 1,25%,

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 40


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

totalizando 1,95% de expansão total, capaz de compensar a equação de


equilíbrio do processo.
Outras ligas como as de alta fusão para porcelana requerem molde
de fundição a temperaturas variando de 800 a 900º C. Neste caso é
necessário selecionar um revestimento do tipo aglutinado por fosfato, ou
seja, um pó composto por fosfato de amônio e óxido de magnésio que se
combina com solução aquosa de sílica para aumentar as expansões de
presa e higroscópica.
Outras composições existem, empregando silicato, zircatos e
magnésio, formulações sofisticadas que tendem a conferir propriedades
especiais de estabilidade, expansão e procedimento de utilização.
O padrão de cera necessita ser sustentado como também se
comunicar com o ambiente externo para permitir a eliminação da cera e a
entrada da liga fundida. Os canais alimentadores de alimentação também
denominados de sprues numa adoção da expressão em ing lês incorporam
estas funções além de auxiliar a compensação da contração durante a
solidificação. Sprues de acrílico devem ser evitados por apresentarem ponto
de fusão muito elevado em relação às ceras normais.
A dimensão do canal de alimentação é definida pelo próprio padrão
de cera a ser conformado. É necessário que seja grande o bastante para
conter a liga fluída até a sua solidificação e ao mesmo tempo permitir a
injeção rápida da liga metálica no molde deixado pelo padrão de cera. Em
qualquer caso o canal de alimentação deve ser conectado na região de
maior volume do padrão de cera. Estruturas com partes volumosas ligadas
por partes finas necessitam de alimentação em todas as partes volumosas.
A liga fundida ao entrar no molde está sujeita a turbulências causadas por
aprisionamento de gases como também pela presença de cantos vivos e
ângulos agudos ao longo de seu percurso.
Todo percurso da liga metálica guiado pelo sprue de alimentação
deve ser o mais favorável possível, isto é, deve impor a menor perda de
carga ou ainda a menor interferência à propagação da liga. A liga metálica é
injetada no molde em razão da aceleração do conjunto centrifugador. Assim
sendo conterá energia o bastante para romper partes finas de revestimento
e inclusive propiciar trincas e rupturas de todo o anel de fundição. É
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 41
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recomendável que a parede de fundo do anel tenha pelo menos 6 mm de


espessura e que as espessuras internas do revestimento entre os padrões
não sejam inferiores a 3 mm. Um conduto de ventilação é recomendado
como forma de permitir a eliminação do ar contido no anel durante a injeção.
Esta conduta favorece a inserção da liga mesmo em superfícies mais finas.
Os revestimentos são materiais apropriados para sofrerem
aquecimento, porém uma forma de aquecimento inadequada pode causar
danos ao mais bem elaborado revestimento. A primeira etapa de
aquecimento até 300º C deve ser efetuada de modo lento. Ocorre que até
esta temperatura a taxa de expansão térmica é muito acentuada podendo
provocar trincas internas no revestimento. Sempre que possível à área de
contato do anel com a superfície do forno deve ser minimizada para que se
possa garantir um aquecimento brando e uniforme ao longo da massa de
revestimento. O controle de temperatura do molde, isto é, do anel de
fundição é crítico, pois dele depende a perfeição do padrão injetado.
A leitura da temperatura é feita a partir de um termo par, ou seja, de
um par de fios de materiais distintos cuja função gera uma diferença de
potencial quando aquecida. Assim sendo, a informação que o circuito de
controle recebe é a temperatura presente na junção, a qual poderá ser
diferente da temperatura dos anéis colocados dentro da câmara do forno.
Portanto, após atingir a temperatura nominal desejada é conveniente
aguardar alguns minutos (de 15 a 30) para que haja homogeneização
térmica da câmara do forno e conseqüentemente de todos os anéis.
Para a fusão efetiva da liga o sistema mais utilizado é o aquecimento
por maçarico nas variadas misturas de gases, sendo o combustível, o GLP,
e o carburante variando entre ar comprimido e o oxigênio. O carburante é
também o propelente da mistura que otimiza a queima do combustível de
modo a atingir a demanda de calor necessária. Em qualquer caso a porção
da chama ideal é sempre a redutora, Esta região é caracterizada pela cor
azulada intensa mais visível na parte interna ao cone maior da chama. Esta
região é a de maior energia e portanto a que produzirá uma fusão com mais
rapidez. Conforma a ponta da chama redutora da liga metálica se aproxima
ou se distância pode-se modular o fornecimento de energia fornecida e
portanto adequar a velocidade de fusão desejada. É importante considerar
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 42
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que a fusão demasiado rápida pode implicar em superaquecimento


localizado ou global da liga. Este fenômeno pode acarretar vário
inconveniente à operação como por exemplo superaquecimento e queima
dos componentes, estruturas porosas ou quebradiças e até mesmo
problemas no comportamento da liga no ambiente bucal.
Os sistemas de fusão sem chama podem ser efetuados por
aquecimento resistivo ou indutivo conforme a tecnologia empregada. O
sistema resistivo, ou seja, por aquecimento de uma resistência elétrica, é
mais controlado e portanto, mais seguro quanto ao aspecto de
superaquecimento. A aplicação deste sistema, restringe -se à fusão de ligas
nobres devido à temperatura máxima passível de ser atingida.
Os sistemas de aquecimento indutivos baseados na indução de
campo eletromagnético são passíveis de utilização em ligas de qualquer
natureza, mesmo as de metais básicos e titânio, contudo, o controle da
temperatura é bem mais problemático. O controle da temperatura nos
sistemas de indução baseia-se na leitura da emissão infravermelha da liga
fundida. Ocorre que cada liga oferece uma leitura característica e, portanto
há a possibilidade de calibração do sistema de leitura para cada padrão de
liga utilizada.
Seja qual for o sistema de fusão da liga metálico esta liga necessita
ser inserida no molde de fundição para conformar a estrutura desejada. O
sistema mais comum utilizado é o de centrifugação obtido pela descarga da
energia armazenada em uma mola espiral ou ainda a um sistema complexo
acelerado por motor assíncrono. Assim, sendo, a aceleração inicial do
dispositivo de injeção afeta clinicamente o resultado da fundição, pois influi
diretamente na adaptação global das estruturas, ou seja, determinando a
descontinuidade entre a estrutura restauradora e o elemento remanescente.
Máquinas de fundição de ação pneumática não encontram hoje em
dia boa resolução de resultados, pois seu funcionamento é função da
porosidade intrínseca dos revestimentos. Com o uso de revestimentos à
base de fosfato, que tendem à sinterização quando aquecidos, a eficácia de
funcionamento destas maquinas fica comprometida e, portanto, as fundições
tendem a apresentar problemas de preenchimento.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 43


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PROCESSOS DE LIMPEZA

Feita a fundição é necessária à remoção do revestimento, para as


ligas de ouro é recomendável aguardar até que o botão de fundição
apresente a coloração vermelho-escura para a inserção em água. Este
procedimento produzirá efeito amaciador na estrutura, favorável a usinagem
e adaptação.
Para os revestimentos comuns à base de gesso a imersão em água
será suficiente para romper grande parte do revestimento, e os resíduos
remanescentes poderão ser removidos facilmente com uma escova. Já os
revestimentos aglutinados por fosfatos não serão facilmente removidos e
será necessária a ação mecânica de uma ponta metálica para a remoção
grosseira e a seguir algum processo de eliminação de resíduos. Os
processos de limpeza abrasiva tais como jatos de óxido de alumínio podem
ser empregados, porém, esses métodos implicam em deformação das
espessuras mais finas, em particular das bordas finas que freqüentemente
tornam-se arredondadas, comprometendo a adaptação da estrutura.
Os processos de limpeza química são sempre preferíveis por manter
a integridade das estruturas, entretanto, devem ser adequados à natureza
da liga utilizada. As ligas de ouro amarelo sugerem o uso de ácido clorídrico
para a limpeza dos resíduos de revestimentos e a remoção de óxidos ou
sulfetos que recobrem a superfície da estrutura. Para as ligas de ouro
branco ou que contenham alto teor de paládio ou prata é recomendado o
uso de solução de ácido sulfúrico a 30%, para a limpeza de resíd uos e a
remoção de óxidos.
Todo e qualquer processo de ataque ácido requer o uso de uma
solução de neutralização que seria, pro exemplo, uma solução saturada de
bicarbonato de sódio. A lavagem com grande quantidade de água após a
neutralização complementará o processo com segurança.
O procedimento final de polimento é realizado se empregados
polidores à base de óxido de estanho ou de alumínio e finalmente com
polidores à base de óxido de ferro. Estes polidores muitas vezes são

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 44


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incorporados em massas que contém bases nem sempre solúveis em água.


Para estes casos é recomendado o uso de solventes, tais como isopropanol
ou álcool metílico para a remoção dos resíduos. Jatos de vapor também são
eficientes e seguros porque dispensarão o uso de solventes que em geral
apresentam toxidade elevada.
As ligas não nobres ainda utilizadas para prótese em geral não
podem sofrer limpeza ácida como as ligas nobres e, portanto irão requerer
limpeza abrasiva mais intensa. Mesmo com dureza superficial maior que as
ligas nobres, as não nobres também são afetadas pelo efeito de
arredondamento das bordas imposto pelo jato de óxido de alumínio.
As ligas de cromo/cobalto largamente empregadas para armação de
próteses parciais removíveis apresentam características de fundição
similares às das ligas de ouro, entretanto, o ponto de fusão é
significativamente mais alto e, portanto requer um sistema de aquecimento
diferente em geral fornecido por maçarico de acetileno/oxigênio ou por
indução.
Paras estas ligas é muito favorável o uso de sistemas de aquecimento
indutivo, não só pela temperatura necessária (aproximadamente 1.450º C),
como também pela acuidade necessária na regulagem da chama do
maçarico. Caso a combustão não seja perfeita,a contaminação por carbono
resultará em alterações na dureza e no módulo de elasticidade da liga,
tornando-a quebradiça e portanto inadequada para o uso.
As ligas de titânio atualmente sugeridas para o uso como material
estrutural em prótese sobre implante requerem exclusivamente um processo
indutivo de aquecimento e fusão aliado à atmosfera inerte de argônio. As
fundições de titânio são criticas e mais ainda em laboratórios de prótese
devido às dificuldades de controle de todo o processo. Em que pese o baixo
peso específico do titânio e sua extrema biocompatibilidade, as ligas de
metais preciosos, em termos globais, ainda oferecem os melhores
resultados.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 45


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

DÚVIDAS SOBRE LIGAS E SEUS TIPOS

Causas de Corrosão da Liga:

Alimentos e líquidos ingeridos tem diferentes intervalos de PGH,


ácidos que não são liberados durante a degradação das substâncias
alimentares. O ouro resiste ao ataque químico sendo indicado para qualquer
tipo de prótese.

Liga de Cromo-Cobalto:

Liga resistente, indicada para prótese parcial removível com alta


temperatura de fusão.

Liga de Paládio:

Usada em prótese metalo-cerâmica e para coroas e pontes.

Ligas Metálicas - Observações no uso:

Ler sempre as especificações de uso das ligas fornecidas pelos


fabricantes.
Atentar-se bem para a temperatura de fusão, pois não se deve super
aquecer o metal, pois o mesmo perderá propriedades, e o anel com
revestimento deverá estar sempre a mais ou menos 300 graus centígrados
abaixo do ponto de fusão da liga.

Ligas - Metais Nobres – Ouro:

Metal mais nobre, raramente mancha na cavidade bucal.


Elevado coeficiente de condutibilidade térmica.
Desvantagem: cor.
Pouco usado devido ao alto custo.

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Ligas Metais Nobres - Ouro - Tipos – Indicação:

Tipo I: mole: para pequenas incrustações (facilmente brunido).


Tipo II: médio - coroas 3/4 espessas, retentores, pônticos e coroas
totais (sujeitas a tensões moderadas).
Tipo III: duro - Coroas 3/4 finas, retentores, pônticos e coroas totais
(sujeitas a grandes tensões).
Tipo IV: extra duro - estruturas com espaço protético longo (sujeitas a
tensões muito elevadas).
Ouro branco: Predominância de ouro, mas esbranquiçado com
paládio ou paládio e prata.

Ligas - Metais Nobres - Platina e Paládio:

Metais nobres usados conjuntamente com outro metal, para


proporcionar maior qualidade ao trabalho.
São inertes na cavidade bucal.
Coloração: esbranquiçada.
Alta elasticidade.

Ligas - Metais Nobres - Prata/Paládio:

Esbranquiçadas com predominância da prata, porém com


quantidades de paládio para promover a nobreza e tornar a prata mais
resistente à manchas.

Ligas - Metais Nobres - Paládio/Prata:

Liga usada para confecção de coroas metalo-cerâmicas, com


temperaturas de amolecimento alta o suficiente para permitir a fusão da
porcelana.

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Ligas - Metais Nobres - Ouro/Platina:

Liga usada para coroas, pontes e incrustações.

Ligas - Metais Nobres – Paládio:

Liga usada em prótese metalo-cerâmicas e para coroas e pontes.

Ligas - Metal Semi-Nobre – Prata:

Não resiste à corrosão.


Ponto de fusão baixo.
Cor: branca.
Uso de paládio para melhorar a qualidade da liga.
O ponto de fusão de 650o graus.

Ligas - Metais Não Nobres - Cobre/Alumínio:

Metais usados para a obtenção de ligas alternativas e indicados para


próteses unitárias (incrustações e coroas totais), próteses metalo-cerâmicas
(metal e acrílico), próteses parciais e núcleos.

Perfeita compatibilidade biológica.


Liga dura.
Ponto de fusão de 900o a 950o graus.
Oxida-se com facilidade.

Uso de ligas inadequadas ou impróprias para a P.P.R.:

Quanto a este aspecto, o técnico tem uma responsabilidade muito


grande, por tratar-se de um fator que fica estritamente sob seu controle. O
sucesso de um trabalho tem um vínculo direto com a qualidade da liga
empregada.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 48


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No mercado encontramos três tipos de ligas metálicas:

Ligas aúricas;
Ligas Cromo-Cobalto (as mais utilizadas);
Ligas de Níquel-Cromo.

A popularidade da liga Cromo-Cobalto foi atribuída a:

Sua baixa densidade (peso; as ligas de Cromo-Cobalto têm


aproximadamente a metade do peso das ligas aúricas).
O módulo de elasticidade das Co/Cr é de aproximadamente o dobro
do módulo de elasticidade das ligas aúricas.
Baixo custo do material e resistência à descoloração.
O terminal retentivo dos grampos para ambas as ligas devem ter
aproximadamente o mesmo tamanho.
As ligas menos usadas são as ligas de Níquel-Cromo (Ni-Cr), em
razão da presença do Níquel que pode apresentar reações alérgicas
diversas.

TABELA DE LIGAS

Aurobond:

Au, Pd, Pt = 96%

Liga de ouro amarela de alta fusão indicada para aplicação de


porcelana. Singular por sua cor amarela e também resistência mecânica que
possibilita seu uso em estruturas convencionais fixas.
Aurobond Plus não pode ser jateado com jatos abrasivos. Efetue a
oxidação à 950ºC por 5 minutos, sem vácuo. Remova a peça, lave a
estrutura em água destilada e aplique diretamente o opaco.

Dados Operacionais:
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Temperatura do anel: 850 a 900o C.


Dureza Vicker: 148 HVI.
Faixa de Fusão: 1.100 a 1.196o C.
Resfriamento: 15 min. Após fundição.
Densidade: 18,70 g/cm3.
Coef. Expan.: 15,69 x 10 –6 / oC.

ACP PLUS 76:

Au, Pt 78% .

Liga de Ouro Amarela tipo III, conforme Classificação nº 5 da


American Dental Association. ACP é talvez uma das mais clássicas
formulações em ligas do tipo IIII para estruturas fixas em geral. Excelentes
resultados em termos de adaptação e compatibilidade biológica. Cor
amarelo ouro, característica das ligas High Noble.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: 600 a 650o C.


Dureza Vicker: 140 HVI.
Faixa de Fusão: 920 a 960o C.
Resfriamento: resfriamento antes da abertura.
Densidade: 15,80 g/cm3.

Pioneer II

Au, Pt, Pd 81,5%

Liga de Ouro Platinado de alto teor. Trata -se da mais clássica


formulação em uso na odontologia. Liga macia que permite brunidura de
bordas. Indicada para blocos unitários, incrustações ou fixas clássicas de um
só pôntico. Devido a suas características, a aplicação de Tratamento
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 50
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Térmico Endurecedor não proverá efeito significativo. Decapar com ácido


clorídrico puro.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: 600 a 650o C.


Faixa de Fusão: 900 a 960o C.
Resfriamento: 15 minutos após fundição.
Densidade: 16,90 g/cm3.

Hex Gold:

Au, Pt, Pd 67,3%

Liga Amarela de Ouro Platinados Extras Duros, indicados para


confecção de estruturas removíveis a grampos, infra-estruturas para
implantes e qualquer outra estrutura submetida à tensão, abrasão ou stress
permanente. Rica formulação garante biocompatibilidade no meio bucal
além da resistência necessária em estruturas delicadas, tais como
attachments.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: 600 a 650o C.


Faixa de Fusão: 865 a 900o C.
Resfriamento: 15 minutos após fundição.
Densidade: 14,30 g/cm3.

Gold Gatto IV:

Au, Pt, Pd 62,4%

Liga Amarela de Ouro Platinado Extra Dura, indicada para confecção


de estruturas removíveis a grampos ou qualquer estrutura que necessite alto
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 51
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fator de regeneração elástica. Deve ser submetida a Tratamento Térmico


Endurecedor após a usinagem para que possa apresentar resistência e
elasticidade máxima.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: 600 a 650o C.


Faixa de Fusão: 870 a 920o C.
Resfriamento: 15 minutos após fundição.
Densidade: 13,70 g/cm3.

Todes Plat III:

Au, Pt, Pd 63,0%

Liga Amarela de Ouro Platinado indicada para confecção de


estruturas fixas metalo plásticas sujeitas a grandes tensões e abrasão.
Apresenta alta estabilidade no meio bucal. Pode ser submetida a Tratamento
Térmico Endurecedor de modo a aumentar a resistência à deformação
quando submetida a esforços de grande magnitude.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: 600 a 650o C.


Faixa de Fusão: 880 a 940o C.
Resfriamento: 15 minutos após fundição.
Densidade: 13,80 g/cm3.

Gold Ceramic:

Au, Pt, Pd 83%

Liga Branca de Ouro alta fusão indicada para confecção de estruturas


fixas a serem aplicadas com porcelana odontológica. Sua estrutura micro
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 52
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

granular oferece fundições de alta precisão e adaptação. Nunca use jato de


óxido de alumínio. Após usinagem de estrutura lave com detergente e
aplique oxidação a 960 ºC sem vácuo, por 5 minutos. Não aplique jato
abrasivo após oxidação.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: 850 a 900o C.


Faixa de Fusão: 1,200 a 1,280o C.
Resfriamento: 15 minutos após fundição.
Densidade: 14,2 g/cm3.
Coef. Expans.: 14,56 x 10 –6 / oC.

Polar II:

Au, Pd 100%

Liga Branca, Macia de ouro e paládio especial para uso em


incrustações e estruturas unitárias mesmo com aprofundamento sub
gengival. Sendo uma liga essencialmente nobre é totalmente inerte no meio
bucal. Não aciona nenhum sistema alérgico do organismo. Apresenta grande
quantidade de paládio o que a torna de alta fusão, porém não adequada
para o uso de porcelana.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: 750 a 800o C.


Faixa de Fusão: 1,050 a 1,210o C.
Resfriamento: 15 minutos após fundição.
Densidade: 18,1 g/cm3.

Polar IV:

Au, Pt, Pd 73,5%


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Liga Branca, Extra Dura, de ouro e paládio indicada para confecção


de Próteses Parciais Removíveis ou estruturas fixas sujeitas a cargas
intensas. Inerte no meio bucal. Apresenta excepcional resistência a abrasão
podendo ser empregada na confecção de Attachments de semiprecisão,
mecânicos ou Slide attachments.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: 700 a 750o C.


Faixa de Fusão: 1,070 a 1,030o C.
Resfriamento: 15 minutos após fundição.
Densidade: 14,7 g/cm3.

Futura:

Au,Pt,Pd 95%

Liga Branca de Ouro, Paládio e Platina, sem Prata de alta fusão


indicada para confecção de estruturas fixas a serem aplicadas porcelanas
odontológicas. Oferece fundições de alta precisão, adaptação e grande
dureza.
Seu oxido apresenta grande fixação e estabilidade. Após usinagem
da estrutura lave com detergente e aplique oxidação a 960 ºC sem vácuo,
por 5 minutos. Não aplique jato abrasivo após oxidação. Nunca use jato de
óxido de alumínio.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: 930 a 950o C.


Faixa de Fusão: 1,000 a 1,100o C.
Resfriamento: 15 minutos após fundição.
Densidade: 15,1 g/cm3.

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Ceramic ST:

Au, Pd 53%

Liga de alto teor de Paládio, com prata, indicada para confecção de


estruturas fixas a serem recobertas com porcelana odontológica. Apresenta
excepcional aderência da porcelana o que evita os clássicos problemas de
descolamento. Nunca use um jato de Óxido. Após usinagem da estrutura
lave com detergente e aplique oxidação a 960 ºC sem vácuo, por 5 minutos.
Não aplique jato abrasivo após oxidação.
Dados Operacionais:

Temperatura do anel: 850 a 900o C.


Faixa de Fusão: 1,150 a 1,250o C.
Resfriamento: 15 minutos após fundição.
Densidade: 10,9 g/cm3.
Coef. Expan.: 16,31 x 10 –6 / oC.

Palifix 10:

Au, Pd 10% 20%

Liga Paládio Ouro Prata indicada para confecção de estruturas fica


clássicas metalo plásticas, núcleos e incrustações em geral. Excelente
adaptação de bordos. Palifix 10 representa a segunda geração de ligas do
sistema prata paládio. O acréscimo de 10% de ouro à formulação clássica a
torna uma liga muito mais resistente à corrosão e oxidação. Fundir com
maçarico gás-oxigênio.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: 650 a 750o C.


Faixa de Fusão: 900 a 1,010o C.
Resfriamento: 20 minutos após fundição.
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Densidade: 11,0 g/cm3.

Palifix 20:

Au, Pd 20% , 20%

Liga Paládio Ouro Prata indicada para confecção de estruturas fica


clássicas metalo plásticas, núcleos, incrustações e infra-estruturas para
próteses sobre implantes osseointegrados. Com o teor Ouro de 20%
apresenta estabilidade no meio bucal além de alta fusibilidade garantindo
perfeita adaptação. Fundir com maçarico gás -oxigênio.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: 650 a 750o C.


Faixa de Fusão: 940 a 1,030o C.
Resfriamento: 20 minutos após fundição.
Densidade: 11,4 g/cm3.

Argental S:

Ag 85%

Liga Prata Estanho, alto teor de Prata, indicada para uso em


estruturas fixas unitárias, pinos, blocos e núcleos. Formulação tradicional e
macia permitindo inclusive brunidura de bordo. Devido a sua fusão
moderada recomenda-se fundir a liga em cadinho pré-aquecido e com
chama branda para evitar queima do estanho presente.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: A ponto de tocar o anel.


Faixa de Fusão: 660 a 710o C.
Resfriamento: 10 minutos após fundição.
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Argental H:
Ag 65%

Liga Prata Estanho Cobre extra dura, indicada para uso em estruturas
fixas unitárias, tais como incrustações e blocos. Formulação moderna, de
alta resistência mecânica, resistente à abrasão. Devido a sua fusão
moderada recomenda-se fundir a liga em cadinho pré-aquecido e com
chama branda para evitar queima do estanho presente.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: A ponto de suspender o anel.


Faixa de Fusão: 610 a 690o C.
Resfriamento: 10 minutos após fundição.

Primalloy 2%:

Ag 83%

Trata-se de uma nova concepção de ligas do sistema prata-estanho,


com a adição de paládio a clássica formulação binária. Como resultado
desta adição, Primalloy 2% apresenta superior resistência à corrosão e
oxidação muito freqüentes em determinados ambientes bucais, nos quais
ocorrem severas alterações de PH.

Dados Operacionais:

Temperatura do anel: 180o C..


Faixa de Fusão: 680 a 740o C.
Resfriamento: 10 minutos após fundição.

Implantes:

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Seleção de ligas:

A seleção de ligas deve levar em conta o aumento dos requisitos para


as superestruturas sobre implantes. Portanto, recomenda-se um critério de
seleção especial:

Utilizar, de preferência uma liga extradura (tipo 4).


Alta resistência ao calor durante a ceramização.
Alta resistência à corrosão.
Boa aderência à solda para poder ligar pontes extensas.
Ótimas propriedades de ligação durante a fundição direta a
componentes pré-fabricados.
Absolutamente seguras e de fácil processamento.

São utilizadas com certeza mais ligas na prática odontológica do que


as que aqui estão apresentadas. A seleção aqui apresentada inclui ligas que
recomendamos para supraestruturas e que cumprem os pré -requisitos acima
mencionados.

Ligas que não são indicadas para a ligação à cerâmica:

Degulor M Extra duro Amarelo.

Liga a base de ouro-platina para confeccionar todos os tipos de


restaurações dentais com exceção da técnica metalo -cerâmica.

Extra dura e de cor amarela, apresenta excelentes propriedades


técnicas, facilidades de manuseio e resistência à corrosão comprovada por
várias décadas de experiência clínica. Esta liga, também pode ser usada
para supraestruturas na técnica de implantes.

Ligas para a ligação à cerâmica:

Com alto teor de ouro:


SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 58
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Degudente H Extra duro Amarelo claro


Degudente U 94 Extra duro Branco

Ligas para a ligação à cerâmica para cerâmicas de baixa fusão:

Degunorm Extra duro Amarelo

Durante a fundição dentro ou sobre attachments ou componentes de


implantes, torna-se ainda mais nobre e biocompativel, é mais resistente à
corrosão e a descoloração. Com esta liga recomenda-se utilizar cerâmicas
de última geração, como a Duceram Plus. As supraestruturas na técnica de
implantes, confeccionadas com esta liga tem uma perfeita adaptação.

Ligas Dentais DEGUSSA-HULS

Para coroas, pontes e incrustações:

Estabilor G

Com propriedades técnicas e clínicas semelhantes às de ouro-platina,


apresenta-se como uma alternativa mais econômica e com as mesmas
características de manuseio. A base de ouro-paládio e de cor amarela, esta
liga extra dura de grãos refinados pode ser utilizada para uma vasta gama
de aplicações.

Palliag M

A mais econômica liga branca de metais preciosos, extra dura, a base


de prata-paládio e com uma pequena adição de ouro, é utilizada com
sucesso há mais de cinqüenta anos em laboratórios do mundo todo. Quando
adequadamente trabalhada ela é resistente à corrosão e descoloração. Suas
propriedades técnicas são similares às das ligas de ouro-platina.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 59


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Palliag MJ

Liga extra dura, a base de prata-paládio-ouro (12m5). Em função de


uma maior adição de ouro, aumenta o teor de nobreza, a biocompatibilidade,
ou seja, é mais resistente à corrosão e descoloração.

Pratasiloy

É uma liga à base de prata-estanho desenvolvida especialmente para


confecção de coroas, núcleos e incrustações. Fornecida em grãos esféricos,
constitui-se alternativa de custo sensivelmente inferior ao das ligas aúricas.

Para a técnica metalo-cerâmica:

Degudente GS

Liga amarela à base de ouro-platina para a técnica metalo-cerâmica.


Com alto conteúdo de ouro, sendo indicada para confeccionar coroas e
pontes de pequena extensão, limitadas a dois pônticos de conexão.

Degudente U

Uma das mais tradicionais ligas cerâmicas do mercado mundial. Sua


formulação à base de ouro-platina garante total confiabilidade com relação a
biocompatibilidade e resistência à corrosão. Extra dura e de fácil manuseio,
permitindo confeccionar pontes de qualquer extensão fisiologicamente
sustentável.

Deva 4

É uma liga à base de ouro-paládio isenta de prata e compatível com


todas as cerâmicas existentes no mercado. Extra dura e de cor branca,
apresenta uma estrutura de grãos refinados e excelente resistência à
corrosão e descoloração.
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 60
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Bond-on 4

A base de paládio e extra dura, possui propriedades mecânicas que


permitem confeccionar não só trabalhos de coroas e pontes mas também
próteses removíveis, devendo ser fundida exclusivamente com cadinhos
cerâmicos e com chama adequadamente ajustada para evitar
contaminações com carbono.

Deck Gold

Deck Gold (normal) é uma preparação de metais preciosos em pasta,


com alto conteúdo de ouro, para ser utilizado na técnica metalo-cerâmica.
Sua aplicação permite mascarar a oxidação excessiva do metal (em especial
nas ligas de ni-cr ou ligas à base de paládio) principalmente quando a
camada de cerâmica é fina. Ela pode ser usada em qualquer liga cerâmica e
deve ser aplicada exclusivamente nas áreas a serem cobertas com
cerâmica, melhorando sua aderência.

Cuidados necessários:

A liga metálica não deve ser super aquecida.


Não se deve fundir antes do anel atingir a temperatura adequada.
Não empregar a chama oxidante.
Não resfriar o anel imediatamente após a fundição.
Para a fundição feita com metais Cobre/Alumínio ou ouro a
temperatura do anel deve permanecer entre 650 o C a 700o C. Não pode
ocorrer o resfriamento do anel antes da fundição.
O ponto de fusão do Cobre/Alumínio é de 900 o a 950o C.

Liga de prata:

Inicialmente o anel deve ser aquecido ao rubro.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 61


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Em seguida, deve ser deixado a esfriar ao ar livre, por 2 a 3 minutos


para que a temperatura diminua até uma faixa entre 450 o C a 550o C.
O ponto de fusão do Alloy é de 600 o C a 650o C.
Sempre verificar as indicações do fabricante.

PASSOS PARA FUNDIÇÃO DA


LIGA METÁLICA ODONTOLÓGICA

Segurar o contrapeso da centrífuga com a mão direita e dar tantas


voltas quantas forem necessárias para que ao ser liberada, a centrífuga gire
por no mínimo 30 segundos.
Suspender a trava da base de modo que fique apoiada no braço da
centrífuga, à frente do conjunto onde está posicionado o cadinho.
Colocar o metal no cadinho em quantidades suficiente para copiar o
trabalho a ser fundido.
Acender o maçarico, observando as regiões de queima de gás e ar,
usando a que é mais indicada para a fundição da liga que é a região
redutora.
Uma vez derretido o metal no cadinho, retirar o anel do interior do
forno com a pinça tenaz, e posicioná-lo corretamente na mesa de centrífuga,
verificando a liga a ser utilizada.
Manter a chama do maçarico dirigida para o cadinho onde se
encontra o metal fluído e, com a outra mão, tracionar o contrapeso até o
deslocamento da trava armadora.
Com cuidado, soltar a centrífuga a fim de proporcionar a
centrifugação do metal derretido.
O metal é injetado para o interior do anel, com uma velocidade
máxima atingida em menos de 1 segundo, tornando-se gradualmente mais
lenta até parar.

Observações:

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 62


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Durante o processo de fundição, armar corretamente a centrífuga e usar


adequadam ente a região de redução do maçarico.
Estar sempre atento para que não haja super aquecimento nem da liga
metálica, nem do anel no interior do forno, o que prejudicaria sensivelmente a
qualidade da ponte fixa fundida.

PARTICULARIDADES A SEREM
OBSERVADAS SOBRE LIGAS METÁLICAS

CHRISTENSEN19, em 1971, recomendou que o máximo de


desadaptação marginal fosse de 50 ¼m.
No estudo de BASSANTA & MUENCH6 (1977), foi demonstrado que
as queimas sucessivas da porcelana levam a desajustes cada vez maiores e
a magnitude do desajuste depende da liga.
BARAN3 (1979) relata que as ligas de níquel-cromo estão sujeitas a
alterações químicas e mecânicas durante o processo de fundição. A maioria
das desadaptações ocorre após a degaseificação. A distorção ocorrida pode
ser o resultado da contração do metal, durante o aquecimento, ou devido à
formação de óxidos na superfície interna do casquete.
De acordo com McLEAN, WILSON , BUTT41 (1980), que são
favoráveis ao processo de degaseificação, os gases adsorvidos na fundição
podem ser eliminados se o metal for submetido a alto vácuo, por um longo
período, a 1000o C. Os autores afirmam que esse é um meio seguro para
certificar-se de que os elementos voláteis não contaminem a porcelana e
que a limpeza a vapor ou jateamento da superfície do metal não garante
esse efeito. Quanto ao amaciamento da liga, sugerida por alguns autores
como resultante da degaseificação, eles admitem a possibilidade da
ocorrência do fato apenas na superfície do metal e somente a uma
profundidade de alguns micrômetros e que certamente não afeta a estrutura
completa do metal.
Foi observado por BUCHANAN, SUARE , TURNER14 (1981) que
durante o processo de degaseificação ocorreu abertura das margens dos
casquetes fundidos com metais preciosos e não preciosos. O desajuste dos
casquetes de metais não preciosos estava numa proporção de 8 para 1 em
relação aos metais preciosos.
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 63
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Mostraram também que a adaptação marginal era afetada pelo tipo


de liga utilizada para confeccionar a estrutura metálica. A quantidade de
discrepância marginal foi encontrada mais pronunciada em ligas não
preciosas. A diferença entre ligas preciosas e não preciosas foi avaliada
como resultado da espessura da camada de óxido formada no interior dos
casquetes não preciosos durante vários estágios da queima.
LEINFELDER, SOCKWELL , SLUDER37 (1982) disseram que a
menor desadaptação clinicamente detectável é de 100 ¼m.
McLEAN40 (1983) afirmou que o alto ponto de fusão da liga de ouro-
paládio, reduz o risco de distorção do metal durante a ciclagem térmica da
porcelana, além da liga possuir boas propriedades mecânicas.
MOFFA43 (1983) observou que ligas de alta fusão usadas em coroas
metalo-cerâmicas satisfazem tanto física quanto biologicamente os
requisitos para essas restaurações. Em adição a isso, o metal deve ser
térmica, mecânica e quimicamente compatível com a porcelana para evitar
possíveis desadaptações do casquete metálico.
DEDERICH20 et al (1984) examinaram três ligas não nobres usadas
em coroas metalo-cerâmicas e concluíram que elas apresentaram oxidação
interna e discrepância significativa na margem das restaurações durante os
ciclos térmicos de cozimento da porcelana.
TERADA53 (1984) mediu a resistência dos casquetes metálicos de
ligas aúricas e não aúricas e concluiu que quanto maior a espessura do
casquete metálico, menores desajustes ocorrerão. Afirmou, também, que
para ligas não aúricas a espessura mínima do casquete deve ser de 0,35
mm e para ligas aúricas de 0,5 mm.
BASSANTA & MUENCH4 (1985) concluíram que as ligas aúricas
comparadas com as não-aúricas apresentaram, em geral, menores
desajustes em decorrência das cocções da porcelana. Embora a maior
resistência ao escoamento a altas temperaturas, apresentadas nessas ligas
não aúricas, seja um fator de menor distorção durante a cocção da
porcelana, existe algum outro fator que age em sentido oposto e faz com
que, no resultado final, essas ligas não nobres apresentem maiores
alterações.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 64


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Um estudo clínico de dois anos do Sistema Castmatic, realizado por


IDA et al33 (1985), revelou que a adaptação marginal de mais de 100 coroas
fundidas de titânio foi intermediária entre as coroas de prata-paládio e
níquel-cromo.
BASSANTA & MUENCH5 (1987) afirmaram que as ligas não nobres,
em geral, apresentaram um maior desajuste após a cocção da porcelana.
A dificuldade de fundição do titânio levou ANDERSSON, BERGMAN ,
BESSING1 (1989) a desenvolverem um novo método de fabricação de
coroas de titânio. Esse consiste no processo de torneamento por cópia para
produzir a morfologia da superfície externa e usinagem com descarga
elétrica baseada em decalques da matriz principal para reproduzir a
superfície interna. Com a combinação dessas técnicas, a origem de muitos
erros associados ao enceramento, ao revestimento e ao procedimento de
fundição na fabricação de coroas metálicas tem sido eliminada.
Esse método permite alta precisão na adaptação das coroas, devido à
possibilidade de modificação do eletrodo em relação ao troquel de gesso.
Além disso, os casquetes fabricados a partir de uma peça sólida de titânio
são excepcionalmente biocompatíveis, já que esse método não inclui
tratamento térmico dos procedimentos de fundição convencional que poderia
criar condições desfavoráveis.
STEPHANO et al52 (1989) concluíram que a liga de ouro apresentou
desajuste médio menor do que o da película de cimentação, o que indica
clinicamente essa liga para a confecção de coroas fundidas.
BERGMAN, BESSING , ERICSON8 (1990) avaliaram, durante dois
anos, a técnica de erosão por descarga elétrica para produzir as coroas
Procera. Neste estudo, julgaram 167 coroas unitárias a partir do sistema de
avaliação de qualidade "California Dental Association" (CDA). Para a
confecção da faceta estética dos casquetes, Isosit® foi usada em 90% das
coroas e a Dentacolor® para os 10% restantes.
A maioria das margens foi julgada como excelente, encontrando
poucas mudanças de excelente para aceitável. As coroas isosit® (n=145)
exibiram falhas, incluindo fraturas e deteriorização da superfície, da cor e da
forma anatômica. Com Dentacolor® como material de faceta (n=18), os
resultados em relação à forma anatômica foram julgados como satisfatórios
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 65
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

após dois anos, e não foi registrada nenhuma fratura do material da faceta.
Ao examinar clinicamente as coroas Procera, foi verificado que a adaptação
marginal destas foi tão boa quanto à das fundidas com alto conteúdo de
ouro.
BACKMAN, BAEZ , BARGUI2 (1992), em seus estudos, analisaram a
geometria e adaptação marginal dos casquetes de Ti fundido (99,5%
quimicamente puro). Foram feitos vinte casquetes, com término marginal de
45o na vestibular e 90o na lingual, pela técnica indireta com o sistema
comercial, seguindo as recomendações do fabricante. Os casquetes foram
cimentados com fosfato de zinco sobre os seus respectivos troquéis mestres
individuais. Após a cimentação, o casquete e o troquel foram embebidos em
resina e seccionados longitudinalmente. A mensuração da adaptação
marginal foi realizada no microscópio com aumento de cinqüenta vezes. A
contração da fundição foi uma característica particular ao longo do plano
axial horizontal do ombro. Embora a contração linear horizontal nas margens
de 45o tenha sido maior do que nas margens com 90 o, a discrepância da
superfície marginal foi maior com a configuração de 90º. Concluíram que as
coroas fundidas de titânio puro podem ser fundidas, adaptadas e cimentadas
nos seus troquéis com aceitável precisão de assentamento (50µm),
mensuradas axialmente.
CAMPBELL & PELLETIER15 (1992) afirmaram que em todos os
casquetes estudados ocorreram distorções marginais durante o primeiro
ciclo de queima da liga (degaseificação), tendo as mesmas três espessuras
de colar vestibular: 0,1; 0,4 e 0,8mm. O casquete de maior espessura
apresentou a menor distorção.
De acordo com HERO, SYVERUD , WAARLI31 (1993), a tecnologia
disponível para a fundição do titânio claramente não está livre de problemas.
Tipicamente, o titânio fundido na temperatura de 1720 o C é forçado para
dentro do molde pré-aquecido com a temperatura menor que 800 o C. A
diferença extrema entre as temperaturas do molde e a fundição cria um
resfriamento rápido do metal e um pequeno tempo para escape dos gases.
KARLSSON35 (1993) realizou um outro estudo sobre avaliação da
precisão na adaptação marginal de coroas do sistema Procera. Em sua
pesquisa, o autor avaliou essa precisão das coroas de titânio Procera no
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 66
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

troquel de gesso e em vivo no dente antes da cimentação. A adaptação


marginal foi superior e significativamente melhor nas áreas oclusais e
superfícies axiais. As coroas tiveram adaptação melhor no troquel de gesso
do que no dente. A discrepância marginal foi de aproximadamente 60µm in
vitro e 70µm in vivo.
HARRIS & WICKENS 29 (1994) compararam a adaptação marginal de
copings de titânio confeccionados pelo processo de usinagem por descarga
elétrica com copings de ouro, feitos pela técnica convencio nal de cera-
perdida. A espessura do filme de cimento e o espaço morto nos casquetes
de titânio foram maiores do que nas fundições de ouro.
LEONG et al38 (1994) realizaram preparos e confeccionaram dezoito
coroas de métalo-cerâmica que foram divididas em três grupos: coroas
realizadas pelo sistema Procera, coroas de titânio fundido e coroas fundidas
em ouro, estas como grupo-controle. O grupo-controle apresentou menor
abertura marginal (25µm) e foi significantemente diferentes das coroas
Procera (54µm) e titânio fundido (60µm), que também foram consideradas
aceitáveis. Os autores concluíram também que a adição de porcelana não
afetou significativamente a integridade marginal dos três tipos de coroa.
Segundo MORI et al44 (1994), o valor da expansão térmica do
revestimento para compensar a contração do metal é geralmente encontrado
através do aquecimento do revestimento à temperatura do molde. A
temperatura relativamente baixa dos revestimentos convencionais baseados
SiO2 não promove expansão adequada do molde para compensar a
contração do titânio. Uma formulação alternativa refratária aplicada em novo
revestimento, baseado Al2O3/MgO produziu baixa reação de superfície e
uma melhor compensação de contração do metal quando levado ao estado
fundido. O metal reagiu pouco com o novo revestimento e foi encontrada
uma melhor compensação (discrepância de 0,15mm) para contração do
metal, quando o revestimento foi aquecido a 950 o C e em seguida resfriado
para temperatura recomendada do molde.
WIEZ & JAGER57 (1994) mencionam que o desenvolvimento de
novas tecnologias reservou um lugar fixo para o titânio tanto nas próteses
sobre implantes, como na terapia protética de pacientes com intolerância a
certos metais e/ou alergias diversas. O titânio é uma substância estável, do
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 67
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

ponto de vista corrosivo, biocompatível, antialérgico, com gosto neutro,


transparente ao raio-X, com baixa condutividade térmica e peso reduzido.
Portanto, não existem peças protéticas para as quais o titânio não seja
indicado.
Segundo CHAI & STEIN17 (1995), um dos fatores críticos associados
à construção da coroa é a precisão dimensional das fundições que devem se
adaptar ao dente preparado. Em seu estudo, os autores comparam pontes
fixas de três elementos em titânio ¾ utilizando a máquina de fundição
Cyclark e o revestimento Titavest ¾ com o grupo controle de fundições em
liga de ouro-paládio feitas de maneira convencional. A adaptação marginal
no grupo controle foi maior do que nos grupos de titânio.
Entretanto, os valores de abertura marginal do titânio estavam dentro
da taxa clinicamente aceitável de 50 µm. Eles relataram que as pontes fixas
extensas apresentaram ainda um grande desafio, devido às distorções entre
os pilares, podendo comprometer o ótimo assentamento nas margens. Os
resultados desse estudo indicaram que o titânio pode ser usado para
fundições de próteses fixas quando este for seguido por um correto regime
de enceramento e fundição.
Ainda segundo esses autores, o "sprue" é uma das variações que
afeta o sucesso das fundições. Os vários designes de "sprue" comumente
usados têm sido inadequados para a fundição do titânio, devido à baixa
densidade desse material (4,5 mg/cm3). A união geométrica do "sprue" pode
produzir diferentes efeitos de fusibilidade e porosidade em metais de baixa
densidade. Para garantir as propriedades de preenchimento do molde com
titânio é imperativo as modificações do design de "sprue". O design do
"sprue" é um mecanismo que controla a velocidade e o preenchimento
adequado do metal no molde.
No estudo desses autores foi utilizado um material análogo em metal
feito para simular um preparo para ponte fixa de três elementos. Quatro tipos
diferentes de designes de "sprue" foram avaliados. Um total de dez pontes
fixas foi feito para cada forma de "sprue". As fundições do titâ nio puro foram
feitas na máquina automática Cyclark (pressão a vácuo/arco
elétrico/argônio). Os padrões foram incluídos a vácuo com revestimento de
alumínio-magnésio (Titavest CB). Foram feitas dez fundições em liga ouro-
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 68
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

paládio de maneira convencional, co nstituindo o grupo de controle para


comparar abertura marginal (gap). Resultados desse estudo indicaram que a
porosidade foi menor quando utilizado o "sprue" individual largo (calibre 6). A
fundição em temperatura padrão de queima mais baixo (910 o C e 920o C)
exibiu aberturas marginais significantemente menores do que as fundições
em temperatura superior a 930 o C. Esses mesmos autores indicaram que o
exame radiográfico é de grande valia para analisar se existe porosidade
interna nas fundições de titânio, antes do uso clínico.
FERRACANE 23 (1995) mencionou que o ponto de fusão das ligas
aúricas para métalo-cerâmica foi aumentado com a inclusão de paládio e
platina, que conferem resistência e dureza, reduzindo ou eliminando a prata
e o cobre. Com isso, diminuiu sensivelmente as distorções ocorridas nos
casquetes metálicos durante os ciclos térmicos em que era submetido no
cozimento da porcelana, já que antes da inclusão do paládio e platina o
metal tinha ponto de fusão próximo ao cozimento das porcelanas. Nas ligas
de Ni-Cr , o Berílio adicionado em pequenas quantidades promoveu uma
melhor adesão da porcelana, devido a se inativar a produção de óxido de
cromo.
GEMALMAZ & HASAN27 (1995) descreveram que os maiores valores
de distorção foram encontrados no ciclo de degaseificação e não nos
subseqüentes. A maior parte da distorção marginal parece ocorrer durante o
primeiro ciclo de queima. Acredita-se que o estresse residual resultante da
fundição e dos processos de polimento foi liberado durante o primeiro
estágio da queima. Na distorção do casquete metálico ocorreu o
relaxamento do estresse residual contribuindo, assim, para a maior parte da
distorção observada.
Afirmaram, ainda, que as ligas de metal não-precioso (Ni-Cr)
revelaram um desajuste significativamente menor do que os copings de liga
de metal precioso (Pd-Cu).
De acordo com MEYER & LÜTHY42 (1995), a fundição de titânio
apresenta uma série de dificuldades decorrentes das propriedades do metal:
alta temperatura de fundição ¾ aproximadamente 1600 o C, forte reatividade
com o oxigênio e com cadinho de cerâmica e pouca densidade ¾ que afeta
muito a capacidade do metal liquefeito por injetado na forma. Existem dois
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 69
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

sistemas de fundição: os estáticos ¾ com vácuo de pressão e os rotativos ¾


por centrifugação. Para o procedimento em si, podem ser utilizadas duas
técnicas: o arco voltaico elétrico e a indução.
De acordo com WANG & FENTON55 (1996), o titânio e suas ligas ¾
baseados na sua biocompatibilidade e propriedades físicas ¾ são
considerados materiais de escolha na indústria de implante dental e na
prótese. A aplicação do titânio nas próteses fixas e removíveis está ainda em
estágio de desenvolvimento. O uso de restaurações ou próteses de titânio
ainda é baixo, devido à falta de conhecimento do material entre os dentistas
e de estudos clínicos em longo prazo. Há necessidade de estudos mais
apurados sobre a fundição, a soldagem e a adesão deste material às
cerâmicas.
GEMALMAZ et al26 (1996) em outro estudo, observaram a distorção
de uma prótese de três elementos de métalo-cerâmica, a qual ocorreu
durante o condicionamento do metal, e pretendem demonstrar que tal
distorção pode ser controlada pelo pré-aquecimento das fundições na massa
do revestimento. Eles concluíram que todas as estruturas metálicas da
métalo-cerâmica distorcem durante o processo de ciclo térmico. Nenhuma
diferença significativa foi encontrada entre os diferentes tipos de liga na
distorção de estrutura metálica. Também observaram que a distorção nas
paredes axiais dos retentores era relativamente me nor quando comparada
com distorção das margens finas.
De acordo com WANG & FENTON55 (1996), as propriedades
mecânicas do titânio tipo 1 são comparadas com ouro tipo IV, sendo que
com custo bem menor.
BERG (1997) realizou um questionário com o objetivo de obter as
opiniões dos dentistas sobre o uso clínico das restaurações de titânio. Umas
séries de questões foram colocadas em pauta no que tange às restaurações
de titânio, como, por exemplo: tipo mais utilizado e de maior experiência,
vantagens e desvantagens e indicações para a utilização. O questionário foi
enviado por um laboratório de Noruega (Bergen), que desde 1988 fabricou
mais de 10.000 fundições de titânio de coroas e pontes fixas, para 72
dentistas.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 70


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Na opinião de 64 dentistas que completaram o questionário, a


fundição de titânio é mais vantajosa do que as ligas fundidas convencionais.
Isso se deve, principalmente, ao custo baixo, seguido da maior
biocompatibilidade, menor peso e menor calor condutivo desse material. As
coroas unitárias foram às restaurações de titânio mais realizadas e de maior
experiência dos dentistas. Os clínicos relataram que as restaurações de
titânio são muito satisfatórias, apesar dos problemas relacionados aos
aspectos técnicos e estéticos encontrados nesse material.
BESSIMO, JEGER, GUGGENHEIN9 (1997) avaliaram a adaptação
marginal de coroas de titânio produziram por CAD/CAM, fabricação
controlada por computador. O gap marginal entre as estruturas e os dentes
foi medido através do microscópio eletrônico de varredura. Os valores
variaram entre 47,0 ± 31,5 µm.
Numa pesquisa clínica de CHAI, McGIVNEY & MUÑOZ18 (1997) foi
analisado o Sistema Procera pelas 6 maiores universidades dos Estados
Unidos. Esse Sistema é um novo método para fabricação de coroas e
pontes fixas, envolvendo torneamento por cópia e usinagem por descarga
elétrica. O metal usado é o titânio, que pode ser processado, resultando em
um casquete unitário ou unidades múltiplas unidas ao pôntico pela soldagem
a laser. Sobre coroas unitárias e pontes fixas foram aplicadas porcelanas de
baixa fusão.
Foram avaliadas 73 coroas unitárias e 53 pontes fixas de três
elementos, em 114 pacientes, no que se refere à superfície, cor, forma
anatômica e integridade marginal, uma semana e um ano após a
cimentação, pelo sistema de avaliação de qualidade "California Dental
Association". Após uma semana da cimentação, 96,6% (114) das
restaurações avaliadas foram consideradas satisfatórias. Um sucesso de
95,5% (107) foi obtido um ano após a cimentação.
FRANCISCONE, PINHEIRO, VALERA (1997) avaliaram a influência
de alguns materiais de fundição na adaptação de cápsulas Cera-One, de
acordo com a técnica de implante Branemark. As fundições foram obtidas
através de cápsulas poliacrílicas com diferentes ligas metálicas: titânio, ouro
cerâmico, ouro tipo IV, níquel-cromo e prata-paládio. Os processos de
revestimento e fundição foram realizados pela técnica convencional para
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 71
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

todas as ligas, com exceção da liga de titânio, que requereu um forno


especial para a fundição produzido pela Morita (Cyclark). As cápsulas foram
adaptadas sobre o parafuso de conexão Cera-One e as discrepâncias foram
mensuradas.
Procedimentos semelhantes foram realizados para as cápsulas de
ouro e cerâmica pré-fabricadas, de acordo com a técnica de implante
Branemark. Foram obtidos melhores resultados de adaptação marginal para
as cápsulas pré-fabricadas. Entre as cápsulas poliacrílicas fundidas, a liga
de titânio foi a que obteve menor desadaptação marginal (média de
22,24µm), seguida da liga de ouro cerâmico (média 29,55µm) , de ouro tipo
IV (média de 32,67µm), de prata-paládio (média de 34µm) e de níquel-cromo
(média de 53,78µm).
WOLF et al (1998) compararam a adaptação de inlays e onlays de
titânio, fundidos em uma máquina de sucção a vácuo, com restaurações de
liga de ouro. Duas semanas após a cimentação, com fosfato de zinco, a
integridade marginal das restaurações foi avaliada. De acordo com os
resultados, as ligas de ouro foram significativamente melhores que as
restaurações de titânio. A desadaptação das ligas de ouro foi entre 64 ±
18µm e as de titânio, 72 ± 18µm.
WALTER et al (1999) realizaram um estudo clínico, onde foram
comparadas 47 PPFs de titânio e ouro. As 22 subestruturas de titânio foram
fabricadas pelo sistema Procera (Nobelpharma) e a porcelana utilizada foi
Duceratin (Ducera, Alemanha). A liga de ouro utilizada no grupo-controle foi
Degudent U (Degussa, Alemanha) e a porcelana foi VITA VMK 68 (Vita,
Alemanha). Durante uma observação de 6 anos, apenas uma PPF do grupo
do titânio foi removida, devido à falha entre metal e porcelana. Entretanto, as
diferenças entre as ligas de titânio e ouro não foram significantes.

COZIMENTO DAS PORCELANAS

SHILLINGBURG & HOBO (1973) disseram que problemas causados


pela compatibilidade termomecânica são evidentes após o cozimento da
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 72
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

cerâmica e que a prova do casquete das coroas de metalo-cerâmicas seria


mais segura se feita após a aplicação da porcelana.
Em seus estudos, SHILLINGBURG et al (1973) observaram que a
influência da contração da porcelana não teria chegado a se manifestar com
mais intensidade nos casquetes de ligas aúricas.
SCHNEIDER, LEVI, MORI (1976) defendem a eliminação do colar
metálico como uma alternativa técnica para minimizar o desajuste.
IWASHITA, KURICK, HASSUO (1977) descreveram que as grandes
alterações marginais são decorrentes do processo de ciclo de queima da
porcelana e da desigualdade de contração térmica da liga.
BRYANT & NICHOLLS (1979) sugerem a utilização de bandejas sob
medida para próteses de longa extensão, com finalidade de apoiá-las
uniformemente pelas extremidades e pelos pônticos durante as fases de
degaseificação e queima das porcelanas, uma vez que a quantidade de
distorções acumuladas pode ser clinicamente significativa se os cuidados
não forem obedecidos.
FAUCHER & NICHOLLS (1980) atribuíram as alterações marginais
como conseqüência da aplicação da porcelana a uma eventual
contaminação interna do casquete metálico por partículas de pó da própria.
BRIDGER & NICHOLLS (1981) verificaram que as próteses metalo-
cerâmicas têm um ajuste inadequado após a aplicação e cozimento da
porcelana. Observaram, também, que a distorção ocorre no corpo das
estruturas de ponte fixa curva, durante o ciclo de cozimento da porcelana,
devido à alteração do metal e da contração da porcelana.
Esses mesmos autores descobriram que as maiores alterações
ocorrem nos estágios de degaseificação e glazeamento. A distorção foi
considerada importante, podendo ser avaliada clinicamente aceitável.
DORSCH (1981) mediu, em um estudo, a deflexão de tiras de ligas de
Ni-Cr em combinação com três tipos de porcelana de corpo e observou que
a deflexão residual diminuía com o aumento do número de ciclos de queima.
SHAFFNER (1981) percebeu a possibilidade de deformação marginal
após cada estágio da queima da porcelana. E concluiu que as distorções
observadas não eram clinicamente significativas.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 73


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

HAMAGUSHI, CACCIATORES, TUELLER (1982) concluíram que o


desenho marginal e o cozimento da porcelana não distorcem
mecanicamente a margem cervical vestibular e que, provavelmente, a
abertura da margem de uma coroa métalo-cerâmica deve-se à dificuldade
técnica de formar uma margem de porcelana em forma de lâmina de faca do
que qualquer contração dela. Uma vez fundida a camada de opaco, a
contração máxima da porcelana já ocorreu e contrações subseqüentes não
serão possíveis, independentes do número de cozimentos futuros. O glaze,
segundo esses autores, não causa nenhuma distorção porque as porcelanas
já foram cozidas e apresentam uma forma definida.
WINKLER, MORRIS, MONTEIRO (1984), após simular cinco fases de
cozimento de coroas metalo-cerâmicas com ligas nobres (ouro tipo I, tipo II,
tipo III e ouro cerâmico) e não nobres (níquel-cromo), constataram que as
propriedades existentes entre essas ligas são similares. Julgaram que a
contração da porcelana poderia provocar uma distorção sobre o casquete
metálico e um conseqüente desajuste.
WANRSERSKI et al (1986) observaram que a maior modificação da
adaptação marginal ocorreu entre a etapa de degaseificação e opacificação.
Essa mudança pode ser atribuída como resultado da distorção do metal do
casquete (durante a porcelanização) ou do deslocamento do casquete
durante a formação da margem de porcelana pura.
RICHTER-SNAPP et al (1988) observaram que ocorreu uma fenda
marginal em função do tipo de terminação marginal e da proximidade da
porcelana no sítio de medição. Eles verificaram que essa alteração da
margem era decorrente do tipo de liga. O resultado desse estudo indicou
que nenhuma das variáveis investigadas ou a combinação das variáveis
afetava o assentamento final da restauração. A média total da alteração
marginal nas quatro queimas não excedeu 30µm e não foi considerada
clinicamente significante.
Foi preconizada por MARTIGNONI & SCHONENBERGER (1990)
que, durante a aplicação da porcelana, a perda de precisão no modelo
mestre é determinada basicamente pela distorção da estrutura metálica
durante a fase de oxidação e pela contração da porcelana dental, que ocorre

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 74


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

em direção ao centro da massa. Isso significa que as áreas mais fáceis de


distorcer são as mais finas, especialmente na linha de terminação.
BOENING, WALTER, REPPEL (1992) examinaram a adaptação
marginal de 24 coroas de titânio confeccionadas pelo sistema Procera e
aplicaram porcelana em dez delas. Os resultados encontrados foram
53 ¼m, para as coroas metálicas e 67 ¼m, para as coroas metalo-
cerâmicas.
CAMPBELL & PELLETIER (1992) concluíram que distorções não
significativas resultaram da aplicação do opaco, corpo e glaze.
DEHOFF et al21 (1994) descreveram que é necessário obter o
conhecimento do comportamento do relaxamento da porcelana dental. Os
pesquisadores podem identificar a combinação porcelana/metal, a qual
resultará em valores de baixo estresse e, portanto, reduzirá o potencial de
fracasso a partir do estresse induzido termicamente. Essas propriedades
podem ser usadas na otimização do design da prótese para reduzir a
destruição do tecido sadio e acomodar a localização da prótese.
RAKE et al (1995), em seus estudos, observaram que ocorreu
distorção térmica nas estruturas de ponte fi xa em métalo-cerâmica durante a
queima da porcelana. A deterioração do ajuste resultou em um ajuste
vertical mais pobre da estrutura, o que poderia ser clinicamente inaceitável.
Além disso, a distorção térmica ocorreu independentemente do tipo de liga,
já que as comparações entre as ligas de níquel-cromo e paládio-cobre não
revelaram diferenças significativas.
CAMPBELL et al (1995) observaram que a termociclagem das
restaurações resultou em aumento das aberturas marginais. O maior
desajuste marginal ocorreu durante a primeira termociclagem da liga.
PUPPIN e al (2000), com o auxílio do microscópio eletrônico de
varredura, observaram que, na elaboração de coroas metalo-cerâmicas, a
fase que apresentou maior desadaptação marginal foi à segunda
termociclagem dos casquetes metálicos, ou seja, após a aplicação e queima
do opaco.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 75


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

FUNDIÇÃO

DE IDENTIFICAÇÃO e ELIMINAÇÃO

CAUSAS POSSÍVEIS:

Imprópria proporção na mistura do revestimento.


Revestimento com prazo de validade vencido.
Imprópria proporção do líquido do revestimento.
Ausência de forramento no anel de fundição.
Temperatura de aquecimento muito baixo.

CORREÇÕES:

Assegurar o uso da correta proporção pó/líquido.


Não armazenar materiais com prazos de validade vencidos.
Aumentar a proporção do líquido do revestimento.
Aumentar a temperatura de aquecimento.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 76


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

CAUSAS POSSÍVEIS:

Imprópria proporção de mistura do revestimento.


Revestimento com prazo de validade vencido.
Imprópria proporção de líquido do revestimento.

CORREÇÕES:

Assegurar o uso da correta proporção pó/líquido.


Não armazenar materiais com prazo de validade vencida.
Diminuir a proporção de líquido do revestimento.

CAUSAS POSSÍVEIS:

Temperatura de aquecimento muito baixa.


Temperatura de fundição muito baixa.
Lento preenchimento do molde (fraca centrifugação).

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 77


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Padrões de cera muito finos.


Equivocada colocação dos sprues.

CORREÇÕES:

Aumentar a temperatura de aquecimento.


Aumentar a temperatura de fundição.
Acelerar o preenchimento do molde (Trocar a mola da centrífuga).
Aumentar a espessura dos padrões de cera.
Posicionar a câmara de compensação no centro térmico do anel de
fundição e situar os padrões de cera em regiões mais frias.

CAUSAS POSSÍVEIS:

Liga com tamanho de grão grosso ou diversificado.


Severo superaquecimento da liga.
Secção fina de fundição entre secções espessas.
Esfriamento ou têmpera muito rápidos.
Excessiva quantidade de liga (botão muito grande).
Incorreto posicionamento dos padrões de cera.

CORREÇÕES:

Usar liga de granulação fina e acrescentar no mínimo, 50% de liga


nova quando refundir os botões.
Evitar o superaquecimento da liga.
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 78
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Não fundir com uma secção muito fina entre duas secções espessas.
Esfriar esfriamento e têmpera muito rápidos.
Evitar botões muito grandes.
Posicionar a câmara de compensação no centro térmico do anel e
situar os padrões de cera em regiões mais frias.

CAUSAS POSSÍVEIS:

Insuficiente tempo de presa do revestimento.


Aquecimento muito rápido do revestimento.
Padrões de cera situados muito perto do topo ou dos lados do anel de
fundição.
Padrões de cera muito próximos entre si.

CORREÇÕES:
Esperar a completa presa do revestimento, antes do aquecimento.
Diminuir a taxa de aquecimento do forno.
Não situar os padrões de cera muito perto do topo ou dos lados do
anel de fundição.
Não posicionar padrões de cera muito próximos entre si.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 79


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

CAUSAS POSSÍVEIS:

Imprópria mistura do revestimento.


Uso de combinação liga/revestimento não compatível.
Insuficiente vácuo e/ou tempo, durante a mistura do revestimento.
Temperatura de fundição muito alta.
Excesso de vibração durante a inclusão.
Contaminação de ceras e/ou sprues.

CORREÇÕES:

Assegurar a correta mistura do revestimento.


Empregar somente compatíveis combinações liga/ revestimento.
Assegurar suficiente vácuo e/ou tempo, durante a mistura do
revestimento.
Diminuir a temperatura de fundição.
Secar o excesso de surfatante sobre o padrão de cera.
Evitar o excesso de vibração durante a inclusão.
Não usar ceras e/ou sprues contaminados.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 80


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

CAUSAS POSSÍVEIS:
Sprues muito longos entre padrão de cera e câmara de
compensação.
Excessiva quantidade de liga (botão muito grande).
Sprues afilados no ponto de conexão com o padrão de cera.
Molde de revestimento em temperatura muito alta e/ou
superaquecimento da liga.
Impróprias localizações da câmara de compensação ou dos padrões
de cera.

CORREÇÕES:

Usar sprues não muito longos entre câmara de compensação e


padrões de cera.
Evitar fundições com grandes botões.
Não afilar os sprues no ponto de conexão com o padrão de cera.
Reduzir a temperatura de fundição e do molde de revestimento.
Posicionar a câmara de compensação no centro térmico do anel e
situar os padrões de cera em regiões mais frias.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 81


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

CAUSAS POSSÍVEIS:
Inclusão de oxigênio por incorreto ajuste da chama.
Superaquecimento da liga.
Turbulência da liga, durante a entrada para o molde de revestimento.
Técnica de colocação de sprues.

CORREÇÕES:

Ajustar corretamente a chama para evitar a inclusão de oxigênio.


Não superaquecer a ligar durante a fundição.
Reduzir a turbulência da liga, durante a entrada para o molde de
revestimento.
Técnica de colocação de sprues.

CAUSAS POSSÍVEIS:

Excessiva quantidade de liga (botão muito grande).


Impróprias localizações da câmara de compensação ou dos padrões
de cera.
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 82
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

CORREÇÕES:

Evitar fundições com grandes botões.


Posicionar a câmara de compensação co centro térmico do anel e
situar os padrões de cera em regiões mais frias.

CAUSAS POSSÍVEIS:

Excesso de surfatante (debubblizer).


Margens afiladas e ângulos na junção sprue/padrão de cera.
Superfície rugosa do sistema de sprues.
Colapso do revestimento.
Botões refundidos contaminados com revestimento.

CORREÇÕES:

Secar o excesso de surfatante sobre o padrão de cera.


Remover margens afiladas e ângulos da junção sprue/padrão de cera.
Evitar rugosidades no sistema de sprues.
Verificar fraturas no molde de revestimento.
Não refundir botões contaminados com revestimento.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 83


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

CAUSAS POSSÍVEIS:

Imprópria técnica de fundição.


Porosidades na fundição.

CORREÇÕES:

Rever os procedimentos de polimento.


Checar as porosidades na fundição.

CAUSAS POSSÍVEIS:

Contaminação da liga.
Incorretos acabamentos e jateamentos.

CORREÇÕES:

Verificar a contaminação da liga.


SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 84
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Refazer os procedimento de acabamento e jateamento.

CAUSAS POSSÍVEIS:

Contaminação da liga.
Incorretos acabamentos e jateamentos.

CORREÇÕES:

Verificar a contaminação da liga.


Refazer os procedimento de acabamento e jateamento.

CAUSAS POSSÍVEIS:

Porosidades na infra-estrutura da liga.


Rugosidades na superfície preparada da liga.
Contaminação da superfície preparada da liga.
Fracasso na decapagem de ligas específicas.
Tempos de preaquecimento e secagem muito curtos.
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 85
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Temperatura de pré-aquecimento e secagens muito elevadas.

CORREÇÕES:

Verificar a porosidade na infra-estrutura da liga.


Eliminar rugosidades da superfície da liga.
Chegar à contaminação da superfície da liga.
Assegurar a correta decapagem para ligas especificas.
Abaixar as temperaturas de preaquecimento e secagem.

CAUSAS POSSÍVEIS:
Porosidade na infra-estrutura da liga.
Bolhas no opaco e sinterização incompleta.
Vácuo insuficiente.
Uso de líquido de modelar para umedecer novamente os pós de
porcelana.
Incorporação de ar em materiais cerâmicos ou temperaturas de
aquecimento e secagem muito elevadas.

CORREÇÕES:

Verificar porosidades na infra-estrutura da liga.


Assegurar superfície de opaco livre de bolhas.
Observar os parâmetros de queima para a completa sinterização e
manter suficiente vácuo durante a queima.
Usar somente água para umedecer novamente os pós de porcelana.
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 86
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

Evitar a incorporação de ar em materiais cerâmicos.


Aumentar os tempos de preaquecimento e secagem.
Abaixar as temperaturas de preaquecimento e secagem.

CAUSAS POSSÍVEIS:

Espessuras desiguais de material cerâmico.


Coeficiente de expansão térmica incompatível.
Esfriamento impróprio (choque térmico).
Supra ou sub-queima de opaco e/ou dentina.
Margens afiladas na superfície da liga.

CORREÇÕES:

Projetar infra-estruturas que permitam espessura correta e constante


para o material cerâmico.
Verificar a compatibilidade do coeficiente de expansão térmica para a
relação liga/cerâmica.
Assegurar esfriamento correto para evitar choque térmico.
Evitar supra ou sub-queima do opaco e/ou dentina.
Eliminar as margens afiladas durante o acabamento da superfície da
liga.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 87


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

CAUSAS POSSÍVEIS:

Tratamento impróprio e/ou oxidação da superfície da liga.


Contaminação da superfície da liga.
Incorreta umectação da liga com o opaco.

CORREÇÕES:

Assegurar apropriado tratamento e/ou oxidação da superfície da liga.


Checar a contaminação da superfície da liga.
Assegurar a correta umectação da liga com o opaco.

CAUSAS POSSÍVEIS:

Contaminação da mufla do forno ou da bandeja da liga.


Uso de ligas de prata com materiais cerâmicos não compatíveis com
prata.
SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 88
MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

CORREÇÕES:

Descontaminar a mufla do forno ou bandeja de queima.


Não usar ligas de prata incompatíveis com materiais cerâmicos.

CAUSAS POSSÍVEIS:

Superaquecimento da solda.
Excesso de óxidos durante a soldagem.
Distribuição não uniforme da temperatura na estrutura metálica.
Fluxo incorreto.

CORREÇÕES:

Não superaquecer a solda.


Evitar a excessiva formação de óxidos durante a soldagem (usar a
zona redutora da chama).
Aquecer todo o conjunto, antes da soldagem propriamente dita.
Empregar o fluxo coreto.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 89


MANUAL DE LIGAS / FUNDIÇÃO / SOLDAGEM

CAUSAS POSSÍVEIS:

Solda insuficiente e/ou solda errada.


Espaço de soldagem é muito estreito, muito extenso e também muito
liso.
Excesso de óxidos durante a soldagem.
Contaminação da liga.
Conjunto está coberto com demasiada quantidade de revestimento
para soldagem.
Distribuição não uniforme da temperatura na estrutura metálica.
Fluxo incorreto.

CORREÇÕES:

Usar solda suficiente para preencher a conexão.


Verificar as dimensões e o acabamento de superfície apropriada para
o espaço de soldagem.
Evitar a excessiva formação de óxidos durante a soldagem (usar a
zona redutora da chama).
Jatear a área de conexão com óxido de alumínio (50 micra), antes de
se incluir no conjunto de soldagem.
Não cobrir o conjunto com demasiada quantidade de
revestimento.
Preaquecer todo o conjunto, antes da soldagem propriamente dita.
Empregar o fluxo correto.

SÉRI E: MANUAIS DE PRÓTES E ODONTOLÓGI CA 90


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