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Apostila de
SIDERURGIA
da matéria prima ao
aço laminado
Autor:
Vitória -ES
2006
Este curso siderurgia, objetiva, portanto, apresentar de uma maneira global todos os
processos que se desenvolve em uma siderúrgica, desde as matérias primas como
minéio de ferro, carvão, coque e fundentes, passando pelo processos de preparação
das matérias primas, tais como, sinterização, coqueria, calcinação e pelotizacao.
Dos processos de extração do ferro metálico, consta neste trabalho, alguns processos
de redução direta, tais como, o Midéx e o HyL e processos de redução indireta, tais
como, os fornos elétricos de redução e o alto forno.
Finalmente, tem-se uma parte deste trabalho que trata da siderurgia e o meio ambiente
onde procura-se relatar os efeito dos gases , resíduos, sucatas, etc gerados por uma
siderúrgica, ao meio ambiente, e o que tem sido feito para minimizar ou até mesmo
eliminar os efeitos nocivos dos mesmos.
01 - CONSIDERAÇÕES GERAIS..................................................................................07
01.1 -Histórico da Siderurgia..........................................................................................07
01.2 - Conceitos Básicos................................................................................................09
01.3 - Principais produtos siderúrgicos...........................................................................09
01.3.1 - Diagrama de equilíbrio Ferro – Carbono...........................................................10
01.4 - Classificação dos Aços.........................................................................................12
01.5 - Importância dos produtos siderúrgicos.................................................................13
01.6 - Fluxogramas de usinas siderúrgicas....................................................................14
01.6.1 - Fluxograma reduzido de usinas integradas.......................................................14
01.6.2 - Fluxograma da CBF..........................................................................................15
01.6.3 - Fluxograma da Siderúrgica Belgo Mineirade Jardim América..........................16
01.6.4 - Ciclo Operacional da CST.................................................................................16
01.7 - Fluxograma da CST.............................................................................................18
Por ser abundante e suas ligas possuírem propriedades adaptáveis a quase todas as
condições requeridas, logo o ferro se tornou o metal mais empregado. Desde então, a
metalurgia passou a se dividir em siderurgia e metalurgia dos não ferrosos.
Logo após a descoberta do Brasil pelos portugueses, ocorreu por aqui enorme procura
pelos metais. Em 1554 o Padre Anchieta relatou à Corte Portuguesa a existência de
ferro e em 1587 Afonso Sardinha iniciou a produção de ferro na Freguesia de Santo
Amaro, São Paulo.
Mais tarde foram descobertas as grandes jazidas de ferro das Minas Gerais, pensando-
se, na ocasião, que eram reservas inesgotáveis, a ponto de uma pessoa ilustre
denominar Minas Gerais de peito de ferro das Américas. Apesar de tão grande
potencial, Portugal impediu o desenvolvimento da siderurgia brasileira durante o
período colonial.
Um fato histórico notável foi a entrada do Brasil na Segunda grande guerra, no bloco
dos Aliados, quando recebemos acessoria americana para a implantação da CSN,
empresa que consolidou nosso país como produtor de aço.
Fig.1.5 – Foto de um alto forno americano do século XVII, com foles acionados por
roda d’água.
Esse diagrama é geralmente apresentado até 6,7% de carbono, porque este elemento
forma com o ferro o composto Fe3C (cementita) que é extremamente duro e contém,
aproximadamente, 6,7% de carbono.
Como pode ser visto no diagrama Fe-C., o ferro puro (isento de carbono), apresenta-se
até 912oC sob a forma alotrópica alfa (α) e acima de 912oC até 1354oC no estado
alotrópico (γ). Essas formas alotrópicas se caracterizam por possuírem reticulados
cristalinos diferentes para os átomos de ferro: o ferro α possui reticulado cúbico de
corpo centrado (CCC) e o ferro γ possui reticulado cúbico de face centrada (CFC).
Nota-se também no diagrama Fe-C que à medida o teor de carbono aumenta até o
limite de 0,77%C obtêm-se a estrutura austenitica (Fe γ) a temperaturas cada vez mais
baixas até o limite de 727oC. Esta faixa de teor de carbono de 0 a 0,77%C é onde se
situa praticamente todos os aços comercialmente utilizados no mundo.
A estrutura CFC devido ao seu formato de empilhamento é muito mais fácil de ser
deformado do que a estrutura CCC. Desta forma, para se laminar a quente um aço,
deve-se primeiro alcançar a estrutura austenítica, ou seja: conforme o teor de carbono,
aquecer o aço em torno de 800 a 880oC, para em seguida fazer a deformação no
laminador. Desta forma, economiza-se energia, equipamentos, tempo, e viabiliza
economicamente o produto além de poder conferir boas propriedades mecânicas e
metalúrgicas ao aço posteriormente ou durante a laminação.
Para se ter uma idéia da facilidade de deformação de um metal com estrutura cristalina
CFC, o chumbo é um material que possui esta estrutura na temperatura ambiente e o
ferro por outro lado, na temperatura ambiente possui estrutura CCC.
Como o aço é um material produzido para ser deformado, ele deve no aquecimento
produzir uma estrutura totalmente austenítica, ou seja, deve possuir teor de carbono
inferior a 2%, como pode ser visto no diagrama Fe-C. Apesar de na prática, os aços
comerciais não ultrapassam a 0,8%.
Por outro lado, os ferros fundidos são produzidos já no formato da peça final, portanto
não sofrerão deformações posteriores, o seu teor de carbono está acima de 2%.
Então, por definição os aços são produtos siderúrgicos com menos de 2%C,
usualmente, obtidos em convertedores pelo refino do ferro gusa. Existem centenas de
tipos de aços, podendo-se destacar as seguintes famílias:
Aços carbono comuns, Aços micro-ligados, Aços ligados de baixa liga, Aços de alta
Como se pode deduzir pelos dados acima, as durezas dos aços dependem dos seus
respectivos teores de carbono.
Há dezenas de normas técnicas sendo que são usadas na classificação dos aços,
contudo, nesse trabalho, citaremos apenas alguns exemplos da classificação de aços
pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Pela ABNT, os dois primeiros dígitos indicam o(s) elemento(s) de liga existente(s) no
aço, além do carbono. O número decimal expresso na posição do XX se refere à
porcentagem de carbono contido pelo aço. Exemplos:
Como foi dito anteriormente, existem muitas normas usadas na classificação dos
produtos siderúrgicos, portanto, é necessário tê-las em mão ao proceder a
classificação, para evitar o registro de enganos.
Baixo preço:
O preço dos produtos siderúrgicos é insuperável pelos demais que tenham
características semelhantes, o que lhes confere elevada competitividade. Exemplos:
Lingotes de ferro gusa: R$220,00It
Placas de aço carbono: R$450,00It
Chapas de aço carbono: R$1.200,00It
Chapas de aço inox. Ferrítico: R$6.000,00It
Chapas de aço inox. Austenítico: R$13.000,00It
Chapas de alumínio: R$12.000,00/t
Chapas de alumínio ligado: R$30.000,00It
Chapas de cobre: R$15.000,00It
Propriedades Versáteis:
É possível conferir ao produto siderúrgico as propriedades necessárias, sem onerar
muito o custo de produção. Exemplos:
Um aço ABNT 1080 pode adquirir diferentes durezas pela aplicação de tratamentos
térmicos corretos:
- Esferoidizado: 100HB
- Plenamente recozido: 200HB
- Temperado: 65RC (acima de 650HB, por comparação)
O aço carbono comum possui os inconvenientes de oxidar-se e ser atacado por ácidos,
contudo, pela adição de alto cromo pode se transformar no aço inoxidável ferrítico que
não oxida e, ainda, pelas adições de cromo e níquel, forma os aços inoxidáveis
austeníticos que são passivos à oxidação e a ação de ácidos.
Matérias Primas Abundantes: O esgotamento das jazidas de ferro está previsto para
quatro séculos.
Política Administrativa:
Toda nação que espera prosperar deve possuir, bem elaborada, uma política de
produção e comercialização de produtos siderúrgicos, caso contrário, terá grandes
dificuldades em seu desenvolvimento e, até mesmo sobrevivência como nação.
Em princípio, quanto maior for o grau de integração de uma usina, mais competitivo se
tomam seus produtos no mercado. Geralmente, são usinas de grande porte, que
exigem investimento muito elevado antes de entrarem em operação. Quando não há
capital suficiente, uma usina pode iniciar sua produção como usina não integrada e, à
medida que vai aumentando seu capital, pode passar a semi-integrada e, finalmente,
totalmente integrada.
Aciaria: A aciaria tem a finalidade de produzir aços, podendo usar como matérias
primas principais ferro gusa e/ou sucata ferrosa, além da cal, oxigênio e outros.
Se trata de uma usina siderúrgica não integrada que reduz minério de ferro em alto
fomo a carvão vegetal, produzindo ferro gusa, que é vendido para fundições e aciarias.
Escória
Gusa líquido
Trata-se de uma usina siderúrgica não integrada que produz perfiz de aço, usando o
aço obtido em aciaria a arco elétrico, que utiliza como matérias primas principais
sucatas ferrosa, além de ferro gusa, cal, ferro-ligas e outros.
Poeiras e gases
Aço líquido
Lingotamento contínuo
Lingotes
Laminação
Perfiz e
Trefilação
vergalhões
Normalmente, uma usina siderúrgica integrada como a CST, é constituída, além do Alto
Forno para a produção de ferro gusa, de outras unidades beneficiam as matérias
primas básicas utilizadas no processo, unidades que produzem insumos para consumo
em outras unidades e unidades que completam o processo, dando como resultado final
o aço, constituído elementos acabados ou semi-acabados, como é o caso da CST, que
produz placas grossas de aço para utilização em outras usinas de beneficamento e
laminados de tiras a quente.
• Utilidades: sob esta denominação são consideradas várias unidades que produzem
insumos complementares para o consumo em outros unidades da usina. Desta
forma, tem-se a casa de força para a geração de eletricidade, vapor e ar soprado,
onde é utilizado o gás do Alto Forno juntamente com o de coqueria (BFG+COG).
Ainda sob denominação de utilidades, tem-se a unidade de fracionamento de ar,
que produz oxigênio e nitrogênio utilizados em várias unidades do processo
industrial (Alto Forno, Sinterização, Coqueria, Lingotamento, Dentre outras
unidades). Estação de tratamento de água (ETA) e recirculação, que promove o
reaproveitamento, em circuito fechado, da maior parte da água doce utilizada.
Unidade de ar comprimido que alimenta várias unidades com ar, também é
utilizado no processo de fracionamento de ar, também utilizado no resfriamento de
vários elementos envolvidos no processo industrial;
Pelotas
Calcário
Escória
Ar Alto-Forno
Poeiras
Gases
Gusa líquido
Calcinação
Fundição
Dessulfuração
Peças
Oxigênio
Ferro-ligas
Cal
Escória
Sucatas Convertedor
Poeiras
Lingotamento contínuo
Tiras Expedição
2.1. INTRODUÇÃO
Fundentes – São matérias primas utilizadas para reduzirem o ponto de fusão da ganga
escorificando as impurezas introduzidas pelos minérios e dando condição para
posterior retirada do produto desejado, no nosso caso o ferro gusa.
Um bom Standard Sinter Feed depende além destas características de outros fatores,
tais como comerciais, políticos e estratégicos, disponibilidade, viabilidade de
fornecimento e de transporte.
Normalmente no caso dos minérios brasileiros de elevado teor de ferro, enxofre, titânio
e álcalis ( compostos contendo potásssio, sódio, etc ) o controle químico resume-se
nos teores de sílica (SiO2), alumina (Al2O3) e fósforo (P).
O minério de ferro normalmente participa numa proporção que pode variar de 5% até
20% dependendo muito da usina e da situação. Basicamente um minério para Alto
Forno deve apresentar:
No caso do fósforo, cerca de 100% vai para o gusa, além disso, estima-se que para
cada 0,1% de fósforo no gusa necessita-se de 1,0 Kg de Carbono/t gusa. Os álcalis
(Na2O e K2O) provocam formação de cascão no Alto Forno. O enxofre e o fósforo
elevados desclassificam o aço na aciaria devido ao fato de provocarem fragilidade no
mesmo.
2.2.3 - Fundentes
A composição química destes é a mesma tanto para Sinterização quanto para o Alto
Forno. Sendo que a granulometria situa-se na faixa especificada abaixo:
- Carepa;
- Pó de Alto Forno;
- Lixo Industrial;
- Geração da Calcinação;
- Pó de CDQ, é um pó original da coqueria, com elevado teor de carbono;
- etc.
2.3 - Adições
Ilmenita - Fornece titânio que age na proteção ao cadinho do Alto Forno. Da mesma
forma agem a magnetita titanífera, briquetes e concentrados de TiO2.
No decorrer dos séculos, o abaixamento do subsolo pode ter sido sustado e até
anulado pela formação de montanhas. Durante estes movimentos, grandes pressões
eram exercidas nas diversas camadas do solo e, naturalmente, também, sobre os
depósitos vegetais.
Desde as turfas e linhitos até o antracito, existe, como vimos gama variada de
composições e características, sendo aceito sem discussões que as turfas de hoje, por
meio de uma série de transformações, gradualmente se transformariam em carvões no
futuro.
MADEIRA
Nos meados do século XVIII (1735), foi descoberto o coque metalúrgico: - derivado das
hulhas - que passou então a substituir o carvão vegetal nas regiões de hulhas
abundantes.
A lenha só conservou sua importância nas regiões pobres de hulha, caso que inclui
toda a América Latina, em particular o Brasil, onde seu consumo industrial chega a
cifras superiores a 100 milhões de metros cúbicos por ano. Um metro cúbico (estere)
de madeira pesa em média 500 Kg. O seu poder calorífico médio é de 4.000 Kcal/Kg.
TURFAS
As mais antigas são mais compactas, de estrutura aleitada, cor castanha. Recém-
extraídas, são consideravelmente mais úmidas, com 80 a 90% de água; secas ao ar,
contém ainda de 15 a 30% de água de embebição. Nesta condição, têm peso variável
de 200 a 250 Kg por m³ e poder calorífico entre 3.300 a 5.000 Kcal/Kg.
Algumas podem fornecer semi-coque, com aproveitamento das matérias voláteis, por
processo de destilação a baixas temperaturas. No Brasil, se tem encontrado algumas
turfeiras, nas costas baixas dos Estados do Espírito Santo (Jucu) e Rio de Janeiro
(Marambaia).
LINHITOS
Os linhitos são carvões fósseis mais antigos que as turfas e mais recentes que as
hulhas, encontrando-se especialmente nas formações geológicas de era terciária.
ANTRACITO
O carvão mineral do Brasil é encontrado nos Estados de Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Góias, Piaui, Maranhão, Pará e Amazonas. Porém,
somente as jazidas dos estados sulinos, principalmente as de Santa Catarina e as do
Rio Grande do Sul, podem ser lavradas economicamente. Em São Paulo e Paraná as
jazidas são ínfimas, usadas somente em pequenas termelétricas e em aplicações
industriais de importância reduzida.
A CST trabalha hoje com pelo menos uma dezena de fornecedores internacionais de
carvões minerais. Os mesmos, chegam do exterior ao Porto de Praia Mole, de onde
são conduzidos através de correias transportadoras até o pátio de carvões e
empilhados na forma de fileiras prismáticas.
Os minérios de ferro são recebidos pelo ramal ferroviário da CVRD dotado de um
virador de vagões, que descarrega o material sobre uma correia transportadora e, esta,
os conduz e empilha no pátio primário, na forma de pilhas prismáticas.
Os fundentes, como calcários calcíticos e dolomíticos, podem ser, também, podem ser
recebidos pelo mesmo ramal ferroviário da CVRD, ou no hopper rodo-ferroviário; que
também são conduzidos ao pátio primário e empilhados da mesma forma que os
minérios.
Em todos os pátios, cada pilha deve ser de apenas um material, que pode ser
analizado e seus dados registrados no computador indicado para cada um dos casos
existentes.
BRITAÇÃO
MOAGEM
PENElRAMENTO
03.2 - CALCINAÇÃO
Calcinação é a unidade que transforma calcário em cal pelo seu aquecimento acima de
1200°C, conforme ilustra a reação a seguir:
A cal tem grande importância na aciaria, visto que, no refino do aço, pode atuar como
fundente, dessulfurante, desfosforante e refrigerante.
A prática industrial de calcinação pode ser feita em fornos de cuba aquecidos a gases
ou pela combustão de carvão vegetal granulado adequadamente misturado ao calcário.
Em escala de produção elevada, como na CST, podem ser empregados fornos
cilíndricos horizontais giratórios.
Adição de
Calcário
1250o C Queimadores
Cal
A cal obtida no forno horizontal tem granulometria inferior a 40mm e deve ser
submetida a um peneiramento de 9mm, de modo que o oversize segue para a aciaria e
os finos para a sinterização.
Todo o processo de calcinação é assistido por equipamentos de proteção ambiental,
como filtros, ciclones, chaminé e espessador, que sofrem um rigoroso controle de
manutenção.
03.3 – COQUERIA:
Coqueria é a unidade industrial que transforma mistura de carvões minerais em coque.
O coque metalúrgico é empregado nos altos fornos, onde pode atuar como
combustível, redutor, fornecedor de carbono ao gusa e permeabilizador da carga.
No custo de produção do ferro gusa, a fatia do coque supera 40%, daí a importância
que lhe é conferi da na siderurgia.
Piridina (0,01%)
Classificador
Alcatrão (5,3%)
Alto Forno
03.3.3 – ENFORNAMENTO.
Estes fornos são aquecidos por um gás, o qual é injetado em uma rede de dutos e
estes por sua vez, são conectados aos regeneradores, que alimentam dois fornos de
coqueificação adjacentes. Estes regeneradores são construídos de tijolos refratários de
sílica-aluminoso. Sua função é absorver calor dos gases queimados e, posteriormente,
ao inverter o fluxo dos gases, eles servem para aquecer o ar que irá ser usado para
combustão.
O número de fornos numa bateria é bastante variado e pode chegar a ter 200 fornos, e
cada forno tem portas removíveis para possibilitar a retirada do coque incandescente
com o uso da máquina desenfornadora.
A CST possui três baterias com 49 fornos cada uma delas, totalizando 147. Uma
câmara de coqueificação mede 40 a 45cm de largura por 4 a 7m de altura 7 a 15m de
comprimento. No topo do forno, existem 3 a 5 furos por onde é feito o carregamento da
mistura de carvões e uma abertura destinada ao recolhimento das matérias voláteis.
03.3.4 - AQUECIMENTO/COQUEIFICAÇÃO
Quando o carvão carregado dentro da câmara (forno), o mesmo, entra em contato com
as duas paredes aquecidas e o calor é transmitido, por condução, para o centro da
carga. De cada parede surgem duas superfícies planas isotérmicas, que caminham
para o centro da carga.
Entre 300 e 500o C, a mistura amolece e torna-se fluida devido à grande liberação de
matéria volátil. O material situado entre estas isotermas forma uma camada "envelope
plástico", ocorrendo aí o primeiro estágio da coqueificação.
Entre 500 e 900o C, a mistura perde fluidez e as partículas se unem formando o semi-
coque. A seguir, o processamento das reações finais de condensação e
desidrogenação, características do segundo estágio da coqueificação, transformam o
semi-coque em um material com apenas 1% de matéria volátil chamado coque .
A velocidade de a avanço das isotermas no seu caminho desde a parede dos fornos
até o centro da carga constitui o "coking-rate" e a coqueificação está terminada com o
encontro das duas frentes plásticas.
A B C
A – pouco depois do carregamento,
B – cerca de metade do ciclo de coqueificação,
C – coalescência final (máxima pressão de coqueificação).
Quando não sai mais matéria volátil, então, o coque está pronto e deve ser
desenfornado. As 2 portas são abertas e por uma delas é introduzido o êmbulo
empurrador, que empurra o coque para fora, pela outra porta, de modo que o coque
incandescente cai dentro de um vagão de transporte.
03.3.6 - APAGAMENTO
O coque deve ser apagado imediatamente, para impedir sua queima, o que pode ser
feito a úmido ou a seco.
A CST é a única usina siderúrgica das Américas que emprega apagamento a seco.
Depois de frio, o coque deve ser britado e peneirado a 75 e 20mm. O coque com 20 a
75mm é mandado para o alto forno e o menor que 20mm para a sinterização.
Esses fatores, evidentemente, não atuaram de forma isolada, mas houve influência
simultânea de vários deles no decorrer dos últimos trinta anos.
As pelotas consumidas nos altos fornos da CST são provenientes das usinas de
pelotização da CVRD que adota o seguinte processo de produção:
- Preparação da matéria-prima
- Formação de pelotas cruas
- Processamento térmico.
A formação da pelota crua, fase chamada pelotamento, é uma das mais importantes. É
a transformação do minério, já pulverizado e misturado com o aglomerante, a uma
determinada umidade, em pelotas cruas.
03.4.3 – MOAGEM
A moagem dos finos de minério de ferro é feita a úmido, em circuito fechado, em duas
linhas paralelas de moagem, com capacidades individuais de 225t/h.
Cada linha compreende um silo com a capacidade de 900t, uma mesa alimentadora,
uma correia transportadora dotada de balança, um moinho de bolas e um grupo de hi.
drociclones de 500 mm de diâmetro.
Cada moinho tem uma carga de 300 t de corpos moedores (bolas). A porcentagem de
sólidos no moinho, que é mantida com adição de água na entrada, é de 70%.
Antes de a polpa moída ser encaminhada ao espessador, ela passa por um grupo de
hidrociclones que separaram os finos fora de especificação, fazendo-os retornar
juntamente com uma parcela da água que forma uma mistura, para a alimentação dos
moinhos. A polpa resultante, com menor umidade, é então encaminhada para o
espessador.
03.4.5 –FILTRAGEM
A operação de filtragem tem por finalidade reduzir a umidade da polpa proveniente dos
tanques de homogeneização.
A seguir, a “polpa retida” será transportada por correias transportadoras até os silos
dos discos de pelotamento.
03.4.6 – PELOTAMENTO
O forno onde é feito o tratamento térmico da pelota crua é constituído por uma grelha
contínua, sistema Lurgi-Dravo, semelhante a uma grelha de sinterização, com
dimensões de 3,5m x 129m.
• secagem ascendente
• secagem descendente
• preaquecimento e queima
• pós-queima
• resfriamento
Saindo dessa fase, as pelotas recebem um fluxo de ar frio que provoca seu
resfriamento até cerca de 100°C, na descarga do forno. Esse ar se aquece e é usado
na.zona de secagem e queima, recuperando parte do calor.
As pelotas descarregadas do forno são levadas a uma peneira, que elimina a parcela
abaixo de 5mm (cerca de 1,5%). Essa peneira permite também separar a parte do
produto que é recirculada através da camada de forramento.
03.5 - SINTERlZAÇÃO
Como é notório, os principais componentes da carga sólida do alto fomo são o minério
de ferro (granulado, e/ou sinter e/ou pelota), coque e fundente (calcário).
H2O(l) → H2O(v)
C + O2 → CO2
C + 1/2O2 → CO
h) Formação da magnetita:
Sinter Feed
Misturador
Birtador primário
Resfriador
Peneira (50mm)
> 50mm
Britador secundário
< 50mm
10 a 20mm
20mm
Peneiras 10mm
5mm
5 a 50mm
5mm
Sinter ALTO FORNO
A proteção térmica da chaparia pode ser feita com revestimento intemo de refratário
sílico-aluminoso ou aluminoso.
As barra de grelha podem ser de ferro fundido refratário ou aço refratário, com 25 a
30% de cromo ela 2% de niquel.
A falsa grelha é uma camada protetora de sinter com 25 a 35mm de espessura, com
granulometria de 10 a 25mm. As funções principais da falsa grelha é impedir a sucção
de finos pelo sistema de exaustão e impedir que a frente de combustão atinja as barras
de grelha.
O processo de obtenção do ferro consiste basicamente na redução dos seus óxidos por
meio de um combustível carbonoso redutor, em geral coque, carvão vegetal ou mineral.
Para que as reações de redução dos óxidos de ferro ocorram em velocidades rápidas,
é necessário temperaturas acima de 1000oC, onde obtemos o ferro por redução
indireta ou por redução direta.
Processos de redução direta são aqueles nos quais a redução do minério de ferro a
ferro metálico é efetuada sem que ocorra, em nenhuma etapa do processo, a fusão da
carga no reator.
CO2 + C → 2CO
H2O + C → H2 + CO
PROCESSO
Os minérios (pelotas, sinter) são reduzidos num forno de cuba por um gás redutor de
composição aproximada de (50% CO e 30%H2) e obtém-se o ferro esponja no estado
sólido.
O forno Midréx parece um pequeno alto-forno, onde não se chega a produzir fusão do
ferro.
PRINCIPAIS INSTALAÇÕES:
REFORMADOR
O gás redutor é obtido ,pela reação do gás natural (CH4) com o gás do topo do forno
de redução (H2,CO2 H2O, CO) produzindo praticamennte CO e H2 com auxilio de um
catalizador (Ni).
O reformador projetado para reformar misturas gasosas com: 5O% gás natural e 5O%
gás de topo
FORNO REDUTOR
2) Zona de resfriamento
1) Parte superior - produz a redução do mineral a ≅ 1000o C pela ação do gás redutor
Resfria o ferro-esponja para sair à 'T ≅ 35o C para evitar oxidação do ferro
Reações:
FeO + CO = Fe + CO2
FeO + H2 = Fe + H2O
Dois terços do gás do topo é misturado com gás natural e levando ao reformador
Em sua descida o ferro esponja passa pela região de resfriamento onde encontra o gás
de resfriamento (20% CO e 40% H2)
O processo é continuo
É aplicável em Países que dispunham de metano (CH4) a baixo preço e minério de alta
qualidade. Pois a ganga não pode ser escorificada.
Os minérios são reduzidos pelo gás redutor obtido de gás natural reformado com
excesso de H2O.
De todos os processos atuais de fabricação de ferro esponja o HyL é o que leva mais
anos fabricando grandes qualidades. É o processo que produziu de maior quantidade
de ferro esponja no mundo
DESCRIÇÃO DO PROCESSO
Minério de ferro ou pelotas é reduzido a ferro esponja por um gás redutor - 16% CO,
72% H2.
A redução se realiza com 4 reatores fixos R1,R2, R3 e R4 com capacidade 100 ton.
cada, como pode ser visto na fig.4.8
Os gases redutores atravessam a carga de cima para baixo, e cada reator funciona
independente dos demais.
O gás natural mais vapor passa por tubos inoxidáveis contendo catalisadores de
níquel. Os tubos são aquecidos externamente a aproximadamente 800o C.
Reação:
CH4 + H2O = CO + 3H2
16% CO 3% CH4 N2 = O 3%
Gás redutor -
72% H2 8% C02
Fig.4.8 - Esquema geral de uma instalação HyL para fabricar ferro esponja
O gás reformado ao sair do reator de reforma troca calor com uma caldeira para
produzir vapor. Em seguida passa num resfriador para condensar o vapor d'água.
Depois .de frio, o gás se destina ao reator que esta em resfriamento do ferro-esponja
quente.
O gás passa por um pré-aquecedor tubular (aquecido com gás combustível saído do
terceiro reator). A temperatura do gás aumenta para 800o C. O gás entra numa câmara
de combustão parcial controlada (gás redutor + AR) e a temperatura sobe para 1050oC.
Em seguida o gás entra no reator em que o material sofreu redução secundária e está
quente.
FeO + CO = Fe + CO2
FeO + H2 = Fe + H2O
O gás sai com mais CO2 e H2O e passa num resfriador p/ condensar H2O.
FeTotal 90 -97%
FeMetálico 82 - 93%
C 0,25 - 0,9%
S 0,01%
P 0,01%
Ganga 2 - 6%
O ferro é com certeza o mais versátil dos metais, cuja gama de aplicações estende-se
aos próprios limites da imaginação. Em diversas aplicações de diversos materiais,
sempre é possível encontrar uma liga que tenha como base o ferro.
Por coincidência o minério de ferro pode ser reduzido num redutor extremamente
abundante que é o carvão. Desta forma, passou-se então a desenvolver métodos e
máquinas que associassem a esses três elementos:
- Abundância de minério;
- Abundância de carvões;
- Abundância de aplicações;
Resultando um processo chamado "Alto Forno" onde utiliza-se como fonte de calor e
redutor o coque ou carvão vegetal e num outro chamado “Baixo Forno” ou forno elétrico
de redução, que utiliza como fonte de calor a energia elétrica e como redutor o coque
ou carvão vegetal.
O forno consiste numa câmara de fusão com três ou mais eletrodos passando através
da abóbada, colocados, seja por linha ou em triângulo. (fig.4.11. e 4.12.)
ELETRODOS
Os fornos são revestidos com blocos de carbono até a linha de escória. Entre a
carcaça metálica e os blocos de carbono utiliza-se uma 'parede protetora de tijolos,
sílico-aluminosos.
Na abóbada do forno utiliza-se massa refratária de modo a resistir até 12000 C e são
sustentados por uma armação em anel, onde em seu interior circula água para
refrigeraçao.
CARCAÇA
As placas de contato com o eletrodo são de cobre e refrigeradas à água. A altura dos
eletrodos em relação à carga é controlada automaticamente, sobem quando a corrente
é muito forte e baixa quando é muita fraca.
A carga do forno, minério de ferro ou sinter, coque ou car vão vegetal e fundentes, são
colocados em silos. Em seguida são introduzidos no forno por meio de tubos de
alimentação (fig. 4.11.)
CO2 +C = 2CO
O forno Tysland - Hole produz normalmente 100 toneladas de gusa por dia e o seu
consumo de energia é em torno de 2500 - 3000 Kwh/ton.e de coque 500 Kg/t.gusa.
Para economizar energia térmica e elétrica, o material quente, que sai do forno rotativo
é carregado diretamente na zona de fusão do forno elétrico. Este tipo de carrrgamento
pode-se utilizar finos sem interferência com a operação.
Pode-se usar qualquer tipo de carvão (antracito, betuminoso, lignito) ou coque como
redutor.
O alto forno é um tipo de forno de cuba empregado na produção de ferro gusa, pela
fusão redutora de minérios de ferro em presença de carvão vegetal ou coque e
fundente, os quais são carregados no topo e, na descida, são transformados pela ação
dos gases ascendentes, provenientes da combustão do carvão com o oxigênio soprado
pelas ventaneiras, obtendo-se escória e ferro gusa líquidos pelo cadinho e poeiras e
gases no topo.
Em um Alto Forno, o ferro gusa é o principal produto e o gás de topo, pó e escória, são
recuperados como subprodutos.
1 - Ferro Gusa
O ferro gusa pode ser diferentemente classificado de acordo com a matéria prima
usada, constituintes e utilização.
Geralmente é dividido em gusa para aciaria, gusa para fundição e gusa para ligas. Na
utilização para aciaria o gusa usado é proveniente da mesma usina, desta forma,
normas internas são feitas para controlar a composição química do mesmo.
2 - Sub Produtos
O gás é limpo (no sistema de limpeza de gases), colocado em uso para diversos fins,
tanto "puro" como em mistura com gás de coqueria ou com gás de convertedor.
b) Pó de Alto Forno
O alto forno pode ser construído com chaparia de aço extradoce, protegida
internamente com uma grossa camada de refratários dotados de camisas de
refrigeração a água.
Historicamente, o corpo principal do alto forno se divide em goela, cuba, ventre, rampa
e cadinho, ou seja:
1. TOPO:
É a parte superior do Alto Forno onde localizam-se os dispositivos de carregamento
(cone grande, cone pequeno, bleeders, correia transportadora, etc.)
2. GOELA OU GARGANTA
situa-se logo abaixo do cone grande, possui várias fieiras de placas de desgaste feitas
em aço ou ferro fundido para proteger os refratários do impacto e da abrasão da carga
ao ser aberto o cone grande.
3. CUBA
Região logo abaixo da goela, os materiais carregados ainda estão no estado granular.
4. RAMPA
É a região onde os refratários estão submetidos aos ataques mais severos, devido à
ação do calor, pressão e ação da escória.
5. VENTRE
É a parte de maior diâmetro do Alto forno e região de alta temperatura.
6. CADINHO
Região que contém o gusa e a escória. O diâmetro interno do cadinho mais o volume
interno do forno são utilizados para representar o tamanho do forno.
1. Zona Granular
É a região onde o minério e coque descem como carga sólida, ela engloba a zona de
reserva térmica e química.
Esta região utiliza a carga térmica e o potencial redutor dos gases provenientes das
regiões inferiores. Portanto, as reações de redução são feitas sem consumo de
carbono. A temperatura nesta região varia de 200 a 1000o C.
REAÇÕES:
Para temperaturas entre 950o e 1000o C situa-se a zona de reserva térmica e química,
e a seguinte reação está em equilíbrio termodinâmico.
Aparece a formação de ferro metálico e escória primária líquida com baixo ponto de
fusão (1300o C) e com alto teor de FeO, até 40%.
Reações:
CaCO3 → CaO + CO2 ΔH = + 43,35Kcal/mol
A redução direta que ocorre nesta região é resultado da soma das seguintes reações:
Esta região é a que oferece a maior resistência à passagem dos gases redutores,
sendo responsável por cerca de 50% da perda de pressão.
Reações:
Reações:
CO2 + C → 2CO
Ocorre também a formação da escória final com a dissolução da cal que não foi
incorporada na rampa e a absorção de cinza do coque (SiO2)
5. Zona do cadinho:
Nesta região, o gusa e a escória líquidos e o coque se acumulam num recipiente
refratário.
O cadinho também contém um ou mais furos de gusa, por onde ocorre o esgotamento
do mesmo para a casa de corrida.
1 - SISTEMA DE CARREGAMENTO:
Os pequenos altos fornos são alimentados com carga sólida por meio de skipers e os
grandes por meio de correias transportadoras. Estando no topo, a carga pode ser
introduzida no alto fomo através de sistema de cones ou por calha giratória.
O gás que sai no topo do alto fomo arrasta consigo poeiras (15 a 35gNm3) que não
podem ser lançadas na atmosfera, por isso, todo o material é submetido a um sistema
de controle ambiental que separa todas as partículas sólidas, formando uma lama que
é aproveitada na sinterização.
4 - ANEL DE VENTO:
Trata-se de um anel tubular que envolve o alto fomo na altura da rampa, que recebe o
ar quente dos regeneradores e o distribui para o interior do alto fomo pelas ventaneiras.
O gusa e a escória saem juntos por um único furo no cadinho, chamado furo de gusa.
A separação do gusa e da escória se faz por diferença de densidade no canal de
corrida principal.
O gusa, mais denso, segue por outros canais em direção ao carro torpedo, e a escória
segue para o sistema de granulação, onde a mesma recebe jatos de água
pressurizados ficando com granulação fina devido ao choque térmico. Após
desidratação da escória, ela é vendida para fábricas de cimento.
8 - REGENERADORES OU COWPERS:
Desta forma, utiliza-se parte dos gases do Alto Forno (BFG), misturados com o gás de
coqueria (COG) para pré-aquecer o ar a temperaturas da ordem de 800 a 1200o C.
O gás misto (COG mais BFG) é introduzido juntamente com o ar perto da base da
camara de combustão. O gás é queimado no interior da câmara de combustão, sobe
Na CST, existem 12 silos de 500m3 para sinter, minério e pelotas; 4 de 200 m3 para
small-coque e fundentes e 4 de 850 m3 para coque.