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Tecnologia de Fabrico II

Soldadura por Arco Eléctrico com Eléctrodo Revestido

(Processo SER)
Características da soldadura:
• por fusão
• manual
• descontínua
• versátil

Fonte de energia: arco eléctrico


Protecção: por fluxo sólido

Princípio de funcionamento
Fonte de alimentação
(ca ou cc) Porta eléctrodos

Eléctrodo
Arco

Ligação peça

Ligação eléctrodo

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Arco eléctrico

1. Faísca por aproximação entre o eléctrodo e a peça


(escorvamento do arco)
2. Ionização do ar
3. Estabilização do arco
4. Fusão do eléctrodo / peça

Direcção da soldadura Alma do eléctrodo

Revestimento
(não metálico)

Arco eléctrico
Escória Metal transferido
Protecção gasosa
Metal solidificado
Metal base

Banho de fusão

Objectivos do arco eléctrico


1. Fornecer energia para fundir a junta e o metal de adição
(T  5000ºC
2. Remover óxidos superficiais (filmes)

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Sequência

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Movimentos do eléctrodo

A – Correcta
B – Aceitável com Baixa intensidade
C – Incorrecta
D - Aceitável

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Fontes de corrente

Características Função da Características


da rede máquina de necessárias à
soldadura soldadura

Tensão alta Transformar Tensão baixa


Intensidade baixa Intensidade alta

Corrente alternada Rectificar Corrente contínua

Tensão – 60 a 80 V
Intensidade – 50 a 350 A

• Corrente alternada
• Corrente contínua (eléctrodo positivo – polaridade inversa)
• Corrente contínua (eléctrodo negativo – polaridade directa)

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Corrente contínua

1. Arco estável para baixos valores de intensidade e


tensão
2. Escorvamento do arco mais fácil, para as mesmas
condições de V e I
3. Permite a soldadura com arco curto, facilitando a
soldadura ao tecto, por exemplo
4. Usa todos os tipos de eléctrodos
5. Polaridade inversa
maior energia no eléctrodo
maior taxa de deposição
menor penetração
6. Polaridade directa
maior energia na peça
menor taxa de deposição
maior penetração
7. Provoca maior queda de tensão nos cabos
8. Provoca sopro magnético

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Sopro magnético

Existe quando o arco eléctrico não percorre um


caminho directo entre o eléctrodo e a peça.
O arco pode deflectir para:
frente
trás
lado

Causas

Campo magnético, provocado pela passagem de


corrente no eléctrodo e na peça, desequilibrado.
O arco move-se no sentido contrário ao ponto de
concentração das linhas de fluxo

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Alteração do meio de
propagação (metal ar)

(Início e fim da soldadura)

Peça Eléctrodo

A falta de ionização na zona fria,


tende a deflectir o arco para a
zona mais quente

Acção da ligação “terra”

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Consequências na soldadura

• Difícil controlar a zona de fusão


• Provoca salpicos
• Baixa velocidade de soldadura
• Baixa qualidade da soldadura

Evitar o sopro magnético

• Usar corrente alternada (principalmente para I >250 A


• Usar arco curto
• Usar baixa intensidade de corrente
• Colocar ligação “terra” longe da zona a soldar
• Usar extensões para início e fim da soldadura

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Variáveis do Processo

Intensidade de Excessiva Salpicos


Corrente Excesso de penetração
Sobreaquecimento do
eléctrodo
Baixa Difícil controlar a escória

Arco instável

Cordão irregular

Tensão Excessiva Oscilação do arco


Porosidade e salpicos

Baixa Extinção do arco


Fraca penetração
Depósito irregular
Velocidade de deposição Elevada Cordão fino e estreito
Bordos queimados
(mordeduras)

Baixa Cordão largo


Difícil controlar a escória
Tipo e diâmetro do eléctrodo f(espessura da peça, posição de soldadura, etc.)

Soldadura ideal Cordão c/ aspecto regular


Arco estável
Poucos salpicos
Escória facilmente controlável

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Factor de Marcha

Processo descontínuo Substituir eléctrodos


Remover escória
Arrefecer o eléctrodo

Tempo efectivo de soldadura


Factor de marcha (%) = X 100
Tempo total de trabalho

Processo Factor de Marcha

Eléctrodo revestido 30 – 60 %

Soldadura semi-automática 30 – 85 %

Soldadura automática Até 100 %

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Aspectos positivos do Processo SER

• Gama de materiais que permite ligar


(Aços, ferros, ligas de Cu, ligas de Al)
• Soldadura em todas as posições
• Flexibilidade do equipamento
• Baixo custo do equipamento
• Espessuras de soldadura ( 3 a 35 mm)

Aspectos negativos do Processo SER

• Processo descontínuo
• Processo lento
• Baixa taxa de deposição
• Necessidade de remover escórias
• Comprimento dos eléctrodos limitado

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Desoxidação

A formação de porosidades e escórias no banho fundido é


prejudicial para as características finais da soldadura

Formação de gás

FeO + C Fe + CO

O CO não é solúvel no ferro, formando bolhas gasosas

Desoxidação

Adição de elementos com maior afinidade para o oxigénio do


que o Fe e o C , e que formem compostos sólidos

Ex: Si

2FeO + Si 2Fe + SiO2

SiO2 Forma escória

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Eléctrodos para o processo SER


Constituição

• Alma (Fio metálico – varão


de composição variável)
• Revestimento (composição
variável)

Funções do revestimento

• Estabilização do arco
• Garantir boas propriedades mecânicas do metal depositado

Como?

1. Formação de escória que protege o banho fundido


2. Formação de atmosfera gasosa que protege o arco e o
metal em transferência do oxigénio e azoto do ar
3. Estabilização do arco eléctrico
4. Transferência de ferro-ligas

Factores de selecção

1. Factores que afectam a qualidade da soldadura


2. Factores operatórios
3. Factores económicos

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Factores que afectam a qualidade da soldadura

1. Metal depositado c/ propriedades mecânicas e


metalúrgicas apropriadas

Libertação de gases protectores (ex: redutores – CaO)

Impedem a contaminação por O2 e N2

Formação de escória protectora

Protecção do banho
Permite trocas químicas purificadoras (desoxidação)

Introdução de elementos de liga

Compensar perdas por oxidação ou volatilização


Adicionar ferro-ligas (Fe-Mn, Fe-Si)

2. Produção de soldaduras isentas de defeitos

Porosidades (hidrogénio) e mordeduras (temperatura)

3. Aspecto do cordão

Aspecto visual/estético (tensão superficial)

4. Formação de salpicos

5. Penetração adequada

Facilitar os fenómenos de transferência de metal do


eléctrodo para a peça

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Factores operatórios

1. Escorvamento fácil do arco e funcionamento estável

Presença de Na, K, FeO, Carbonatos

facilitam a ionização do ar
(escorvamento e estabilidade do arco em funcionamento)

Promover uma forma côncava da extremidade do eléctrodo

dificulta o escorvemento lateral do arco


(o revestimento é mau condutor eléctrico)

2. Boa manipulação do eléctrodo e controlo da escória

3. Fácil remoção da escória

4. Não dar origem a fumos tóxicos ou irritativos

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Factores económicos

1. Elevada velocidade de deposição

2. Posição de soldadura

3. Eléctrodos de alto rendimento

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Eléctrodos de alto Rendimento

COMPOSIÇÃO: Qualquer eléctrodo revestido ao qual


foram adicionados pós de ferro

• Rendimento elevado (até 200%)

Peso de metal depositado

Peso da alma do eléctrodo

• VANTAGENS

• Aumenta a taxa de deposição


• Diminui a tensão no arco

• DESVANTAGENS

• Aumenta a fluidez da escória,


limitando as posições de soldadura

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Revestimento de Rutilo

Composição Rutilo (TiO2) +


Ilmenite (Fe2O+ Ti) > 50%
Combustão Libertação de H2, CO, CO2

Escória Facilmente controlável

Posições de soldadura Todas

Fonte de alimentação CC ou CA
Tensão baixa

Cordão Boas propriedades mecânicas


Penetração média
Bom aspecto visual /poucos
salpicos

Aplicações Aplicação geral


Grande versatilidade
Aspectos negativos Possibilidade de fissuração a
frio e a quente

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Revestimento Celulósico

Composição Material orgânico (madeira,


algodão, amido, outros c/
celulose) > 30%
Combustão Libertação de H2, CO, CO2

Escória Pouco abundante e


facilmente removível
Posições de soldadura Todas

Fonte de alimentação CC + (preferencialmente)


Tensão elevada
Cordão Boas propriedades mecânicas
Boa penetração
Mau aspecto visual
Aplicações Passes de raiz em tubos e
pipelines
Aspectos negativos Possibilidade de fissuração a
frio devido á presença de
hidrogénio

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Revestimento Básico

Composição Carbonato de cálcio (CaCO3)


Carbonato de manganês (MnCO3)
Espato de flúor (CaFe2)

Combustão Libertação de CO e CO2

Escória Fluida e facilmente controlável

Posições de soldadura Todas

Fonte de alimentação CC + (preferencialmente)


Tensão elevada

Cordão Excelentes propriedades mecânicas


Boa penetração
Bom aspecto visual

Aplicações Estruturas de grande rigidez


Aços c/ elevada %C
Aços c/ composição desconhecida

Aspectos negativos Altamente higroscópico: com


formação de H2, existe o risco de
fissuração a frio. Utilizador
experiente. Armazenamento em local
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Revestimento Ácido

Composição Óxidos de ferro


Óxidos de manganês
Silicatos diversos
Combustão Baixa libertação de gases
O2 (principalmente)
Escória Grande quantidade
Dificilmente controlável
Posições de soldadura Ao baixo

Fonte de alimentação CC ou CA
Tensão baixa
Cordão Boas propriedades mecânicas
Bom aspecto visual, normalmente
côncavo (cordões de canto)
Penetração média
Aplicações Todas as soldaduras ao baixo
Actualmente pouco utilizado
Aspectos negativos Possibilidade de fissuração a quente
Possibilidade de descarburação
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Normas de Classificação de Eléctrodos

Norma Portuguesa NP416

Tipo de
revestimento

Posição de
soldadura

E 351B12 (r) Rendimento (se  > 120%)

Características
eléctricas
Eléctrodo Propriedades
revestido mecânicas
tensão de rotura
alongamento
resiliência

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Recomendação ISO R-365

Tipo de
revestimento

Rendimento (se  > 120%)

E 351B12020H Baixo hidrogénio

Características
Propriedades eléctricas
Eléctrodo
revestido mecânicas Posição de
tensão de rotura soldadura
alongamento
resiliência

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Processo MIG/MAG
MIG _ Metal Inert Gas (N2)

MAG _ Metal Activ Gas (CO2)

Operação: Automática; Semi-automática

Energia: Arco Eléctrico

Protecção: Corrente gasosa (He; Ar; CO2)

Fio
Continuo

+ Equipamento
Tubo de
Contacto CC 1 – Fonte (geral/. CC
2 – Unidade de arrasto
- 3 – Tocha
4 – Sistema de refrigeração
Peça 5 – Acessórios
Corrente
Gasosa

Características do Processo:

Intensidade – 60 a 500 A (elevada densidade de corrente 10.000 A/cm2


Diâmetro do fio aprox: 1,5 mm

Polaridade Energia térmica máxima na peça


Inversa (eléctrodo positivo) Transferência de metal estável e uniforme
Decapagem catódica (Al-Ar)
Directa (eléctrodo negativo) Maior taxa de depósito

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Equipamentos

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Tipos de Pistolas para soldadura MIG

Pormenor da boquilha

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Cordão por processo de soldadura MAG

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MIG – Chapas de Alumínio

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Características da Fonte de Corrente

Característica Característica
Mergulhante Plana

Característica Mergulhante:

Arco estável
Intensidade de corrente constante para vários comprimentos de arco
Profundidade de penetração constante
Taxa de depósito constante
Características do cordão uniformes

Característica Plana:

Soldadura ao tecto
Controlo fácil da taxa de depósito

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Sistemas de Regulação do Arco


1. Sistema autoregulador (fonte de característica plana)
2. Sistema de regulação da tensão (fonte de característica mergulhante)

Sistema autoregulador: Q=I2Rt

• Fonte de característica plana

• Pequenas variações de V grandes variações de I

• Velocidade de alimentação do fio constante

V1
V2

I1 I2 I

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Va

(extensão do Vf
eléctrodo) L
V Distância d
(constante)

Var

Vc

• Va e Vc são muitos pequenos, se comparados com Vf e Var


• Var >>> Vf , porque Rar >>> Rf

Temperatura ambiente

Calor libertado por efeito


joule

Calor libertado pelo arco


eléctrico

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Velocidade de fusão = f(energia em jogo) = f(calor libertado)

Efeito Efeito
do arco Joule

VF = k1IVar + k2I2R

k1 L
constantes e R= r
k2 a

L
 A velocidade de fusão (VF) é proporcional a [ IVar + I2 ]
a
para um determinado fio eléctrodo

 Se a tensão de funcionamento ou a intensidade de corrente


sofrerem uma alteração, a contribuição de IVar é muito inferior
L
à de I2 na alteração da velocidade de fusão (I - I2)
a

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Se num determinado momento:

Comprimento do arco
ou Tensão no arco
Extensão do eléctrodo (L)
Intensidade
Efeito Joule
Velocidade de fusão

Velocidade de fusão Extensão do eléctrodo (L)


Comprimento do arco
Tensão no arco
Intensidade
Efito Joule

Efeito Joule Velocidade de fusão


Comprimento do arco

 É possível obter uma situação de equilíbrio


 As fontes de característica plana permitem a autoregulação do arco

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Grau de autoregulação do sistema

Velocidade de fusão
S=
Comprimento do arco

M
S= l

M I V
S= x x
I V l

M V
e são valores fixos, e características
I l
dos equipamentos

Velocidade V
de fusão dM / dI dV / dl

I l

I
S = f( )
V

 Quanto mais plana for a característica da fonte de corrente,


maior será o grau de autoregulação do sistema
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2. Controlo da Tensão do Arco

• Fonte de corrente de característica mergulhante

A tensão do arco (Va) é medida em contínuo


e comparada com uma tensão de referência,
pré-definida (Vr), sendo a diferença
amplificada e usada para fazer variar a
velocidade do fio.

Vr = Va

Va Va > Vr aumenta a velocidade do fio

Va Va < Vr diminui a velocidade do fio

É necessário utilizar uma fonte de característica mergulhante


para evitar grandes alterações do valor da intensidade de
corrente, tornando-se esta, assim, independente da velocidade
do fio

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Gases de protecção no Processo MIG

Argon
ou misturas de ambos
Hélio

O2 (2 a 5%)
Com / sem adições de:
CO2 (5 a 20%)

para estabilizar o arco eléctrico

Transferência de Metal no Arco

1. Transferência por spray ou globular

2. Transferência por curto-circuito

3. Transferência por arco pulsante

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1. Transferência por spray ou globular

Gotas finas ( gotas <  eléctrodo)

(soldadura de ligas de alumínio e cobre)


300 24

volume das gotas (x10-4)


gotas / segundo

200 16

100
It 8

100 300 500

I (A)

It – Corrente de transição
(passagem de transferência globular a spray)

Factores:
• Polaridade do eléctrodo (cc+ It )
• Tipo de material (It ferrosos > It não ferrosos)
• Gás de protecção (%CO2 It )
• Diâmetro do fio (fio It )
• Extensão do eléctrodo (E It )
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Corrente de transição

Aço - Argon
Comprimento do arco – 6 mm
500
25 mm
Corrente de transição (A)

Extensão
400 do
50 mm eléctrodo

300
75 mm

200

100

0,5 1 1,5 2 2,5 3

Diâmetro do eléctrodo (mm)

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2. Transferência por curto-circuito

Soldadura de aços com protecção por CO2

Transferência do metal – curto circuito eléctrodo - peça

Fontes de corrente

1. Característica plana
Curto circuito I explosões / salpicos

2. Característica mergulhante

Curto circuito I pouco significativo


V

extinção do arco e
colagem eléctrodo - peça

Solução: fonte com características especiais

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t0 t1 t2 t3

= t1

Arco a Curto- Extinção Início Arco a Curto-


diminuir circuito arco diminuir circuito

t0 = escorvamento do arco (início da formação da gota) t1 – t2 = Estrangulamento do fio


Intensidade

Tensão
t2 = Solta-se a gota – Restabelece-se o arco
Velocidade do Fio > velocidade de fusão
Intensidade

t0 – t1 = Diminui progressivamente o arco, pelo progressivo Tensão e estabiliza


aumento da gota

t2– t3 = Diminui o arco


t1 = A gota toca o banho de fusão (curto-circuito)
(extinção do arco) Velocidade do fio > velocidade de fusão

Resistência
t3 = igual a t1
Intensidade

Tensão

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3. Transferência por arco pulsante

2 fontes de corrente

Transferência por spray alternanda com transferência globular

Soldadura com poucos salpicos


Penetração homogénea
Soldadura em todas as posições

Aplicação: aços inox e aços ao carbono

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Soldadura MIG com fio fluxado

Fios ocos, com geometria interior complexa, com


revestimento interior de rutilo, ácido ou básico

Protecção simultânea através de gases e escória

Relativamente ao processo MIG tradicional:

• Velocidade de deposição mais elevada


• Melhor aspecto superficial do cordão
• Melhor características de resiliência do material
depositado

• Mais produção de fumos e gases


• Custo mais elevado

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Processo MAG

Gás de protecção: CO2 (gás oxidante)


A temperaturas elevadas:

2 CO2 2 CO + O2
O2 + 2 Fe 2 FeO
C + FeO Fe + CO porosidades

É necessário utilizar desoxidantes:

Si + 2 FeO 2 Fe + SiO2
Mn + FeO Fe + MnO escória

Condições de soldadura:

Transferência globular (média intensidade)


Transferência por curto-circuito (baixa intensidade)
Corrente contínua polaridade inversa

Soldadura de: aços de baixa liga e inox

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Soldadura por Arco Submerso


• Arco eléctrico entre um eléctrodo contínuo e a peça

• Protecção do arco e do banho de metal fundido com


um fluxo sólido

Intensidade: 350 – 2000 A


Taxa de deposição: 7 – 30 kg/h
Espessuras: > 5 mm
Posição de soldadura: horizontal ao baixo
Excelente qualidade do depósito
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• Ausência de salpicos
• Poucos fumos
• Elevado rendimento térmico
• Recuperação do fluxo
• Excelente qualidade do
depósito

Corrente contínua
Eléctrodo positivo
• Máxima penetração
• Excelente aspecto do cordão
• Especialmente indicado para soldaduras de canto

Eléctrodo negativo

Elevada velocidade de fusão


Baixa penetração
Tensão do arco mais elevada

Corrente alternada

Penetração média
Utilização com arcos múltiplos

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Parâmetros da soldadura

1. Intensidade de corrente

Intensidade Taxa de depósito

Densidade de corrente Penetração

Intensidade baixa Arco instável


Cordão irregular
Intensidade elevada Mordeduras

2. Diâmetro do eléctrodo

Diâmetro Densidade de corrente Penetração

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3. Tensão do arco

• Pouco efeito na penetração

• Bastante efeito na largura do cordão

O aumento da tensão do arco faz


aumentar a largura do cordão

Maior consumo de fluxo (maior área de contacto)

Maior transferência de elementos de liga


para o metal depositado

A tensão do arco pode influenciar a


composição quimica do metal
depositado
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4. Velocidade de soldadura

Velocidade Penetração

Largura do cordão

Porosidades

Mordeduras

Velocidade Tensão (evita o sopro magnético)

Velocidade Penetração

Largura do cordão

Risco de rasgar a chapa

Velocidade baixa + Tensão elevada

Cordões muito largos


(risco de fissuração a quente)

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Procedimentos de soldadura

1. Preparação da junta

Depende da espessura da chapa


Muito importante pois o processo é automatizado

e < 10 mm Não necessita junta


afastamento < 1 mm ou < 10% espessura

2. Preparação da superfície
• Limpeza química (decapante)
• Acção mecânica (escova)

3. Procedimentos especiais

Quando se pretende elevada resiliência para a junta deve


reduzir-se a intensidade de corrente, para diminuir a
energia térmica envolvida na operação, o que implica
recorrer a soldadura multi-passe

Ex: aço inox (baixa cond. térmica e elevado coef. dilatação)

Intensidades ou
Diâmetros de fio Sobreaquecimento
elevados Deformação

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Defeitos de soldadura

1. Porosidades

• Contaminação das superfícies com óleos, lubrificantes, ...

• Fluxo contendo humidade

• Fluxo insuficiente

• Presença de contaminantes no fluxo (poeiras)

2. Fissuração

• Provocada pelo hidrogénio (fluxo húmido)

• Fissuração a quente

 Cordões estreitos e profundos

 Presença de enxofre ou fósforo no metal base

 Velocidade baixa + tensão elevada

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Material de adição

1. Fio eléctrodo

Classificação segundo % C ou % Mn

 2,4 – 6 mm

Aço macio, baixa liga

Aço ligado

Fio da mesma composição

Fluxos c/ elementos de liga

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2. Fluxos

• Método de fabrico

• Composição

1. Método de fabrico

• Fundidos

Mistura a seco dos constituintes e posterior fusão

Vantagens

 Boa homogeneidade química


 Não são higroscópicos
 Podem ser recuperados facilmente
 Permitem elevadas velocidades de soldadura

Inconvenientes
 Não permitem a adição de desoxidantes
ou ferro-ligas

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• Aglomerados
Mistura de componentes previamente reduzidos a pó
Ligação através de um aglomerante (Silicato de sódio)
Trituração final para acerto da granulometria

Vantagens

 Baixa densidade
 Escória facilmente destacável
 Permitem a adição de ferro-ligas

Inconvenientes

 São higroscópicos

2. Composição

A
B Silicato de cálcio
C

D Básico (sílica + alumina)

E Silicato de manganês

F Alumina
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SOLDADURA TIG
(Tungsten Inert Gas)

Arco eléctrico entre o eléctrodo e a peça, com protecção de gás inerte

Soldadura com ou sem material de adição

Eléctrodo

Fonte
AC / DC

Gás inerte
Arco

Características do processo

Intensidade 10 – 400 A

Taxa de deposição Até 2 kg/hora

Espessuras > 1 mm

Tensão em vazio > 60 V

Soldadura de qualidade Al, Aço Inoxidável

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Fontes de corrente

1. Corrente contínua

1.1 Eléctrodo negativo

• “Ponto catódico“ (emissão de electrões) concentrado no eléctrodo


• Eléctrodo aguçado para melhor localizar esse ponto maior
estabilidade do arco
• Temperatura da peça > temperatura do eléctrodo
• Boa penetração

1.2 Eléctrodo positivo

• “Ponto catódico“ (emissão de electrões) localizado na peça


• Passagem de electrões da peça para o eléctrodo
• Temperatura do eléctrdo > temperatura da peça
• Desgaste do eléctrodo
• Decapagem catódica (o arco remove filmes de óxidos existentes
nas superfícies a soldar (Al, Mg e ligas)
• Baixa penetração
• Largura do feixe elevada

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2. Corrente alternada

Metade positiva do ciclo – remoção dos filmes de óxidos


Metade negativa do ciclo – arrefecimento do eléctrodo e boa penetração

Tipo de cordão Tipo de corrente

CC +

CC -

CA

Eléctrodos
• Tungsténio puro

• Tungsténio c/ 1 a 2% de tório
(aumenta a emissão de electrões)
(aumenta a duração do eléctrodo)
(usa-se com CC)

• Tungsténio c/ 1 a 2% de zircónio
(utiliza-se para Al, Mg e ligas)
(usa-se com CA)

• Carvão
(arco estável)
(usa-se com CC –)
(curta duração)
2010/2011 64
Tecnologia de Fabrico II

Forma dos eléctrodos

D D/2 45º CA

a CC -

CC +

Valores de a para aplicações correntes (eléctrodo c/ 1% tório


CC -

Tipo de soldadura Intensidade (A) a

Juntas c/ penetração total 50 -.200 30º - 60º

Penetração total
50 - 200 90º - 120º
Más condições
Passes de enchimento < 200 60º

Cordões de canto > 200 120º

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Tecnologia de Fabrico II

Gás de protecção
Funções

• Proporcionar atmosfera facilmente ionizável

• Proteger o banho de fusão do O2 e N2 do ar

Escoamento laminar, por forma a evitar o arrasto de ar

• Controlar forma do bico

• Controlar área do bico

• Controlar distância bico - peça

Área protegida

Limite do
jacto de gás
árgon + ar árgon

árgon

área protegida

• Distância bico - peça


• Diâmetro do bico
• Velocidade do gás
• Propriedades físicas do gás

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Tecnologia de Fabrico II

Tipos

Árgon

• Boa decapagem catódica


• Arco estável c/ baixa tensão
• Baixa penetração
• Utilizado para pequenas espessuras

Hélio

• Elevada penetração
• Deficiente decapagem catódica
• Tensão de funcionamento elevada
• Utilizado para grandes espessuras e materiais de
elevada condutividade térmica (ex: cobre)
• Necessita de grandes caudais (é menos denso que o ar)

Azoto

• Eficaz na soldadura de ligas de cobre


• Proporciona elevada penetração

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Tecnologia de Fabrico II

Procedimentos de soldadura

1. Preparação da superfície

• Limpeza química c/ solvente (ex: acetona)


• Acção mecânica (ex: escova de aço)

2. Procedimentos
Topo a topo
Direcção de soldadura

95º
100 a 110º

10 a
20º

c/ material de adição s/ material de adição

• A vareta (extremidade) sempre debaixo do gás de


protecção
• A extremidade deverá estar sempre em contacto c/ o
banho de fusão
Para grandes espessuras:
• Vareta mais espessa
• Aumentar a distância bico-peça
• Fazer movimentos de avanço e recuo c/ a tocha,
introduzindo o metal de adição na fase de recuo.
Consegue-se assim aumentar a penetração
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Tecnologia de Fabrico II

Soldadura de canto

• Técnica idêntica à soldadura topo a topo


• Procedimento igual para grandes espessuras

45º

3. Materiais de base

Materiais muito reactivos

Liga / metal Tipo de óxido Defeito típico Soluções

Prata Facilmente reduzido Porosidade Metal de adição c/


Cobre desoxidante
Níquel
Ferro
Aço inoxidável Estável e insolúvel Oxidação superficial Protecção gasosa
no metal Inclusão de óxidos do lado da raiz
Sulcos na raiz
Zircónio Estável e solúvel no Endurecimento e fragilização Protecção gasosa
Titânio metal devido O2 e N2 especial
Alumínio Óxido refractário Oxidação superficial CA
Magnésio

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Tecnologia de Fabrico II

4. Espessuras

• Chapas até 6 mm (habitualmente)


• Chapas mais grossas c/ soldadura multipasse
• Passes de raiz em juntas c/ acesso de um só lado (ex: tubagens)

TIG pulsante

•Baixa intensidade para manter o arco


•Elevada intensidade para fundir o metal

• Formação de uma série de pontos ao longo da junta, de


frequência variável
• Mais fácil controlo da penetração
• Calor dissipa-se entre impulsos
Diminuição da distorção
• Facilidade em soldar materiais diferentes
(que apresentem diferentes capacidades caloríficas)

2010/2011 70
Tecnologia de Fabrico II

Aspectos positivos

• Bom para soldar pequenas espessuras


• Bom para soldar s/ material de adição
• Boa qualidade do material depositado
• Elevada penetração

Aspectos negativos

• Velocidade de execução lenta


• Contaminação com tungsténio
• Gás de protecção caro
• Equipamento sofisticado
• Exige soldador qualificado

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2010/2011
Metal depositado (kg/h)

5
15
25
35
rutilo
45

rutilo /
alto rendimento

básico /
alto rendimento
Tecnologia de Fabrico II

MIG /MAG
Taxa de deposição

arco submerso

arco submerso /
cabeças múltiplas

72
2010/2011
4,0

3,5 SER (rutilo)

3,0

2,5 SER
(alto rendimento)
Tecnologia de Fabrico II

2,0 MIG / MAG


Custos de Soldadura
1,5

Custo total / metro de soldadura


MAG
1,0 (fio fluxado)

0,5 Arco submerso

10 100 1000 10000


Metros de soldadura

73

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