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4.1.1 Energia renovável e não-renovável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.1.2 Matriz energética de microssistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.1.3 Matriz energética do sistema elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.2 Geração de energia hidroelétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.2.1 Funcionamento e classificação das usinas hidroelétricas . . . . . . . . . . . . 32
4.2.2 Grandes usinas hidroelétricas no Brasil (UHEs) . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.2.3 Pequenas centrais hidroelétricas (PCHs) e Centrais de geração hı́drica (CGHs) 36
4.2.4 Outras formas de geração hı́dricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.3 Geração Termoelétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.3.1 Energia térmica no sistema elétrico brasileiro e no mundo . . . . . . . . . . . 38
4.3.2 Princı́pio de funcionamento das usinas térmicas . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.3.3 Geração convencional (à base de carvão e petróleo) . . . . . . . . . . . . . . 38
4.3.4 Geração à base de gás natural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.3.5 Geração à base de biomassa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.3.6 Geração à base nuclear (UTN) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.4 Fontes de geração alternativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.4.1 Geração eólica (EOL) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.4.2 Geração solar fotovoltaica (UFV) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.5 Exercı́cios de Fixação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5 Subestações 56
5.1 O que é uma subestação? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.2 Tipos de subestação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.2.1 Quanto à função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.2.2 Quanto ao nı́vel de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.2.3 Quanto ao tipo de instalação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.2.4 Quanto à forma de operação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
5.3 Arranjos de barramentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
5.3.1 Barra simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
5.3.2 Barra simples seccionada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
5.3.3 Barra principal e transferência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5.3.4 Barra dupla e disjuntor simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
5.3.5 Barra dupla, disjuntor simples e by-pass . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.3.6 Barra dupla e disjuntor duplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.3.7 Barra dupla e disjuntor e meio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
5.3.8 Barra em anel simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
5.4 Exercı́cios de Fixação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
6 Componentes Elétricos 65
6.1 Equipamentos de proteção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
6.1.1 Relés de proteção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
6.1.2 Disjuntores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
6.1.3 Chaves seccionadoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
6.1.4 Chave fusı́vel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
6.1.5 Religador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
6.1.6 Seccionador automático (seccionalizador) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
6.1.7 Para-raios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
6.1.8 Resistores de aterramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
6.2 Equipamentos de regulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
6.2.1 Transformadores de distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
6.2.2 Reguladores de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
6.2.3 Banco de capacitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
6.3 Transformadores de potencial e de corrente (TPs e TCs) . . . . . . . . . . . . . . . 76
6.3.1 Transformador de Potencial (TP) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
6.3.2 Transformador de Corrente (TC) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
6.4 Exercı́cios de Revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
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Prefácio
Essa apostila foi pensada para ser um material de apoio à unidade curricular (UC) de Sistemas
Elétricos de Potência (SEP), do Curso Técnico em Eletrotécnica (CTE), do Instituto Federal de
Santa Catarina (IFSC), campus Jaraguá do Sul – Rau.
A UC de SEP entrou oficialmente na grade do curso apenas após a revisão de grade com o
PPC de 2017/01. A primeira turma regular dessa UC foi apenas em 2018/02, visto que essa UC
pertence à quarta fase do curso (último semestre).
Desse modo, nessa UC procura-se estudar, em apenas 40h, um pouco do vasto conteúdo da área
de sistemas elétricos de potência. Assim, essa apostila contém material além do possı́vel de ser
passado no tempo de aula. Portanto, além de apoiar o ensino, serve como complemento para a
UC.
Ressalta-se que esta apostila serve como material de apoio e complemento para a UC. Entre-
tanto, a apostila não substitui a bibliografia básica e complementar da UC, devendo estas serem
consultadas sem penalidade.
Esperamos que esse material possa servir como ferramenta extra para a constituição e formação
de você, aluno, como verdadeiro técnico em eletrotécnica.
Nossos votos para bons estudos ao longo do semestre,
iv
Módulo 1: O Sistema Elétrico de Potência
• Geração;
• Transmissão e subtransmissão;
• Distribuição;
• Consumo.
Em algumas referências, o Sistema Elétrico de Potência também pode ser denominado como
Sistema de Potência ou Sistema de Energia.
Entre os objetivos gerais de um SEP, têm-se:
A energia elétrica deve ser gerada em quantidade suficiente para atender a demanda1 , ou seja,
tudo o que está sendo consumido deve ser gerado. Se você ligar uma lâmpada na sua casa, a
energia necessária para o funcionamento dela deve ser produzida de alguma maneira.
Para atender o requisito de gerar em quantidade suficiente, normalmente as usinas geradoras
de energia elétrica devem ser localizadas em locais apropriados. Estes locais apresentam, entre
outros, a disponibilidade de recursos primários para a geração de energia elétrica (por exemplo, o
vento e a água do rio).
1
Demanda: potência elétrica média solicitada por um equipamento, barramento, subestação, agentes da
operação, subsistema ou sistema elétrico, durante um determinado intervalo de tempo. Diz-se, também, carga
de demanda.
1
Como grande parte da geração de energia elétrica está localizada longe dos grandes centros
consumidores, a energia deve ser transportada. Visando realizar o processo com a maior viabilidade
técnica e econômica, a transmissão da energia gerada para os consumidores deve ocorrer em grande
escala.
No caso brasileiro, um grande centro consumidor de energia elétrica é a região Sudeste do paı́s.
Em adição, o Brasil possui um elevado potencial para geração de energia através da força das águas.
Para isto, aproveitam-se as bacias hidrográficas em regiões afastadas dos centros de consumo. Um
exemplo é a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, localizada na bacia do Rio Xingu, próximo ao
municı́pio de Altamira, no sudoeste do estado Pará. Um outro caso é a Usina Hidrelétrica de
Itaipu localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Dessa forma, deve-se
transportar a energia elétrica gerada em locais apropriados para os centros consumidores.
Por fim, após gerada e transmitida, a energia elétrica é distribuı́da aos consumidores para os
devidos usos. Grandes consumidores de energia elétrica podem se conectar na transmissão ou
subtransmissão do SEP. Entretanto, em sua grande maioria, os consumidores são atendidos pela
distribuição.
Normalmente, um SEP possui milhares de geradores interligados, centenas de quilômetros de
linhas de transmissão e milhões de consumidores. Na próxima seção, alguns dados do sistema
elétrico brasileiro serão apresentados.
Conforme comentado anteriormente, na operação do sistema elétrico, deve-se garantir o balanço
(equilı́brio) entre a geração e a demanda de energia elétrica. Esta tarefa se torna complexa devido
ao fato de a energia elétrica não ser estocável em grandes quantidades. Ou seja, o armazenamento
de energia elétrica é realizado em pequenas quantidades através de baterias, pilhas, capacitores,
entre outros. Outras formas de armazenamento, não armazenam a energia elétrica em si, mas sim
energia térmica, mecânica, entre outros.
A complexidade torna-se maior pois a demanda de energia elétrica é variável e crescente. Isto é
ocasionado pelo fato do consumidor ser imprevisı́vel. Além disso, ela varia diariamente e sazonal-
mente. No caso citado anteriormente de ligar uma lâmpada, percebe-se que qualquer consumidor
que possua o dispositivo pode fazer isto a qualquer momento em qualquer lugar.
O processo de atendimento da carga2 envolve diferentes processos, entre os quais citam-se:
• Procedimentos operativos.
As propostas visam ampliar e reforçar as instalações de transmissão existentes que podem causar
impacto na rede elétrica. Ampliações são novas instalações de transmissão resultantes de novas
2
Carga: consumidores de energia elétrica residenciais, comerciais e industriais.
3
Planejamento: processo cujo objeto é a análise das condições futuras de atendimento ao mercado consumidor,
com base no conhecimento especı́fico requerido e na natureza das variáveis analisadas.
4
Programação: processo que tem como objetivo estabelecer, para os agentes, os programas de geração hidráulica
e térmica, os intercâmbios de energia e demanda, bem como as diretrizes para a operação eletroenergética do perı́odo
a ser programado.
2
concessões de transmissão. Reforços compreendem a instalação, substituição ou reforma de equipa-
mentos em instalações de transmissão existentes ou a adequação dessas instalações, visando au-
mento de capacidade de transmissão, o aumento de confiabilidade do sistema elétrico, de vida útil
de equipamentos ou a conexão de usuários.
As melhorias propostas referem-se à substituição de equipamentos de grande porte – transfor-
mador, equipamento de compensação reativa ou linha de transmissão – e equipamentos relaciona-
dos, por motivo de obsolescência, vida útil esgotada, falta de peças de reposição, risco de dano a
instalações, desgastes prematuros ou restrições operativas intrı́nsecas, visando manter a prestação
de serviço adequado de transmissão [3].
O planejamento e a programação elétrica consistem na elaboração de estudos elétricos para
avaliar as condições de operação do sistema elétrico, na identificação das situações crı́ticas de
atendimento à carga e na proposição de soluções compatı́veis com os prazos disponı́veis e com as
diretrizes para a operação do SEP.
Já o planejamento e a programação eletroenergética consistem na otimização da operação do
SEP, por meio do suprimento, nas melhores condições técnicas (elétricas e energéticas), econômicas
e com a maior segurança operacional possı́vel, das demandas previstas, considerando a integridade
de equipamentos e as restrições existentes. Observa-se que são consideradas as diferentes fontes de
energia primária para estes estudos, visando garantir a segurança da operação do sistema.
Por fim, os procedimentos operativos regulamentam, entre outros, as atividades de normatização,
pré-operação, operação em tempo real e pós-operação do sistema elétrico.
Sintetizando uma definição concisa do SEP, o mesmo deve, conforme também ilustra a Figura
1.1:
• Gerar energia elétrica;
• Transmitir a energia elétrica;
• Distribuir a energia elétrica.
Tudo isto deve ser realizado através de instalações e equipamentos que possibilitam o supri-
mento de energia elétrica nas regiões do paı́s interligadas eletricamente, conforme regulamentação
aplicável. Em adição, deve-se garantir a continuidade, a qualidade, economia, segurança e confia-
bilidade do sistema elétrico de potência.
3
Figura 1.1: Cadeia de geração e transporte de energia elétrica [4].
4
Venezuela
Guiana
Francesa
Horizonte 2017
Colômbia Suriname
Boa Vista
Guiana
2
Macapá
2
2
2
2 2
2
Belém S.Luís
2 2 3 2
2 2 5
2
2 2 Fortaleza
Manaus 2 2 2 3
Tucuruí 4 2
2 3
2 2
3 3 Teresina Natal
2 2
3
2
2
João
2
2 3 Pessoa
Porto Velho 2 2
2 2 3 3
2 3
Rio Branco 2 2
4 2 Recife
2 3 2 3
2
2
2
2 E 3
2 2
2
2 2
2 2 Maceió
3
4
2
Palmas 2 Aracaju
2
Peru 2
2
2
2 3 Salvador
2
2 2
2 2 3
2 2 4
2
2 Goiânia
Bolivia 3 2
2 3
Brasília
Cuiabá 2 2
2 2
2 2 2
3
2 D 2 2
6 2 2
2
C 2 B.Horizonte
C.Grande 2 Vitória
A 2 2
8 2
2 3
Paraguai B 7 3
Chile 4
R.Janeiro
2
3
4 3 São Paulo
3 2
Itaipu 2
2
2
Curitiba
2
Legenda
Garabi Existente Futuro Complexo
2000 MW 2 Florianópolis 138 kV
2
2 A Paraná
Uruguaiana 2 2 230 kV
50 MW 2 5
345 kV B Paranapanema
Rivera 440 kV C Grande
2 P.Alegre
Argentina 70 MW 500 kV
750 kV D Paranaíba
Melo
500 MW +- 600 kV cc
E Paulo Afonso
Uruguai +- 800 kV cc
N Número de circuitos existentes
• Sul;
5
Figura 1.3: Balanço de energia verificado em 17/01/2019 09:49 [6]. Todos os valores em MW.
• Sudeste/Centro-Oeste;
• Nordeste;
6
apresenta o organograma dessas instituições. Ao longo das próximas subseções, essas instituições
serão estudadas com mais detalhes.
CNPE
Conselho Nacional de
Política Energética
CNPE MME
Ministério de Minas
e Energia
CMSE EPE
Comitê de Empresa de Pesquisa
Monitoramento do Energética
Setor Elétrico ANEEL
ONS CCEE
• identificação das soluções mais adequadas para o suprimento de energia elétrica nas diversas
regiões do Paı́s;
7
• Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão;
• Ministro de Estado da Fazenda;
• Ministro de Estado do Meio Ambiente;
• Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
• Ministro Chefe da Casa Civil;
• um representante dos Estados e do Distrito Federal;
• um representante da sociedade civil especialista em matéria de energia;
• um representante de universidade brasileira, especialista em matéria de energia.
As reuniões ordinárias do CNPE são semestrais. Contudo, algumas reuniões extraordinárias
também são convocadas ao longo do ano para resolver problemas urgentes. Praticamente toda
reunião do CNPE resulta na deliberação de uma nova resolução (ou polı́tica energética) a ser
executada pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
As atas das reuniões e as resoluções de 2018 do CNPE podem ser encontradas no seguinte link:
http://www.mme.gov.br/web/guest/cnpe-2018.
Um exemplo de polı́tica energética tomado em 2018 foi o estabelecimento das condições iniciais
para a viabilização da usina nuclear Angra 3 (Resolução 14/2018 de 09/10/2018). Como explica
a resolução 14, o plano de expansão decenal de energia prevê a entrada em operação de Angra 3
em Janeiro de 2026. Além disso, a resolução 7 estabeleceu o valor R$ 480/MWh (referenciados a
julho/2018) para a energia de Angra 3. Assim, a resolução 14 estabelece a iniciativa do governo
em procurar parcerias público-privadas para viabilizar essas determinações prévias.
8
1.3.3 Empresa de Pesquisa Energética (EPE)
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) foi criada em 16 de agosto de 2004 como empresa
pública federal vinculada ao Ministério de Minas e Energia. O inı́cio de suas operações foi em 02
de maio de 2005.
A Empresa de Pesquisa Energética tem por finalidade prestar serviços na área de estudos
e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, tais como energia
elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados, carvão mineral, fontes energéticas renováveis e
eficiência energética, dentre outras
A EPE é administrada por um Conselho de Administração, com funções deliberativas, e por
uma Diretoria Executiva. Na sua composição, conta ainda com um Conselho Fiscal e um Conselho
Consultivo. A Diretoria Executiva da EPE é constituı́da de um Presidente e de quatro Diretores.
Dentre os principais estudos da EPE, citam-se:
• Estudos de cenários macroeconômicos que fundamentam todos os estudos energéticos;
• Estudos associados ao Balanço Energético Nacional e à expansão da Matriz Energética Na-
cional.
• Estudos associados aos Planos de Expansão de Energia (PDE e PNE) publicados pelo MME,
envolvendo: projeção de demanda dos diversos energéticos, tecnologias de geração e expansão
do sistema de geração elétrica, expansão do sistema de transmissão elétrica, produção de
petróleo e gás natural, oferta de derivados do petróleo, oferta de gás natural, oferta de
biocombustı́veis, eficiência energética e análise socioambiental;
• Estudos associados ao Plano Decenal de Expansão da Malha Dutoviária – Pemat, publicados
pelo MME;
• Estudos de inventário das bacias hidrográficas, incluindo a Avaliação Ambiental Integrada
(AAI) das bacias.
Além dos estudos de planejamento citados, a EPE elabora e divulga documentos que correspon-
dem à consolidação de dados e análises periódicas do mercado de energia, dentre os quais vale
destacar:
• Resenhas mensais do Mercado de Energia Elétrica;
• Boletim Trimestral de Conjuntura Energética;
• Anuário Estatı́stico de Energia Elétrica;
• Históricos mensal e anual, do consumo nacional de energia elétrica.
Devem ser ainda citados os estudos de inventário de bacias hidrográficas, os estudos de viabil-
idade técnico-econômica de empreendimentos de geração hidrelétrica, a elaboração das avaliações
ambientais integradas (AAI) e os estudos socioambientais de empreendimentos hidrelétricos.
9
• quatro representantes do Ministério de Minas e Energia;
As reuniões do CMSE são mensais. De modo geral, o CMSE não delibera nenhuma resolução,
mas apenas informa ao ministro de Minas e Energia a situação atual do setor elétrico. As atas de
reunião de 2018 do CMSE estão disponı́veis no seguinte link:
http://www.mme.gov.br/web/guest/conselhos-e-comites/cmse/atas-cmse-2018.
Além do CMSE, existem outros conselhos energéticos também subordinados ao MME, a saber:
10
1.3.5 Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é o organismo regulador central do sistema
elétrico.
Basicamente, todos os entes civis, públicos ou privados do setor elétrico se relacionam de algum
modo com esse organismo.
Entre suas principais atribuições encontram-se:
• regular a geração (produção), transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica;
• fiscalizar, diretamente ou mediante convênios com órgãos estaduais, as concessões, as per-
missões e os serviços de energia elétrica;
• estabelecer tarifas;
• mediar, na esfera administrativa, os conflitos entre os agentes e entre esses agentes e os
consumidores, e
• promover as atividades de outorgas de concessão, permissão e autorização de empreendimen-
tos e serviços de energia elétrica, por delegação do Governo Federal.
A ANEEL regulamenta as polı́ticas e diretrizes do Governo Federal para a utilização e exploração
dos serviços de energia elétrica pelos agentes do setor, pelos consumidores cativos e livres, pelos
produtores independentes e pelos autoprodutores.
Ela, ainda, define padrões de qualidade do atendimento e de segurança compatı́veis com as
necessidades regionais, com foco na viabilidade técnica, econômica e ambiental das ações – e, por
meio desses esforços, promover o uso eficaz e eficiente de energia elétrica e proporcionar condições
para a livre competição no mercado de energia elétrica.
A regulamentação é realizada através de três modalidades:
11
O ONS desenvolve uma série de estudos e ações a serem exercidas sobre o sistema e seus agentes
para manejar o estoque de energia de forma a garantir a segurança do suprimento contı́nuo em
todo o Paı́s. Entre os principais objetivos na sua atuação, busca-se:
12
Organismo Função Órgão superior
CNPE Polı́tica —
MME Executiva CNPE
EPE Pesquisa MME
CMSE Monitoramento MME
ANEEL Regulação MME
ONS Operação ANEEL
CCEE Comercialização ANEEL
13
Referências
[11] ONS, “ONS registra dois recordes de carga consecutivos no SIN.” http://www.ons.org.br/
Paginas/Noticias/20190116_recordesdoSIN.aspx, 2019. Acessado em: 17/01/2019.
14
Módulo 2: Noções de Transmissão de Energia
• Extra-baixa tensão: 48 V; 24 V e 12 V
• Baixa tensão: 1.000 V; 760 V; 660 V; 440 V; 380 V; 220; 127 (FN) V; 115 (FN) V
• Média tensão (ou alta tensão de distribuição): 34,5 kV; 25,8 kV; 23 kV; 13,8 kV; 13,2 kV;
12,6 kV; 11,5 kV; 6,9 kV; 4,16 kV e 2,13 kV
• Tensão de sub-transmissão: 69 kV
De modo geral, a transmissão ocorre em alta tensão. Algumas linhas especı́ficas utilizam Extra-
alta tensão (CC ou CA) ou Ultra-alta tensão.
Para a subtransmissão, o valor mais utilizado é 69 kV. Porém, são muito comuns os valores de
34,5, 88 e 138 kV.
15
2.3 Transmissão CA vs Transmissão CC
Ao sair dos geradores, a eletricidade é transportada através de cabos aéreos fixados em grandes
torres de metal. Chamamos esse conjunto de cabos e torres de rede de transmissão. Outros ele-
mentos importantes das redes de transmissão são os isolantes de vidro ou porcelana, que sustentam
os cabos e impedem descargas elétricas durante o trajeto.
No inı́cio do percurso, os transformadores elevam a tensão, evitando a perda excessiva de energia.
Quando a eletricidade chega perto dos centros de consumo, as subestações diminuem a tensão
elétrica, para que ela possa chegar às residências, empresas e indústrias. A partir daı́, os cabos
prosseguem por via aérea ou subterrânea, formando as redes de distribuição. Existem duas
formas básicas de transmissão: CA e CC.
Os sistemas de transmissão em corrente alternada (CA) são os mais comuns em todo o mundo.
A Figura 2.1 apresenta uma ilustração de um sistema elétrico de potência com transmissão em CA
e uma estrutura tı́pica da transmissão em CA, respectivamente.
16
A transmissão é feita nesse tipo de corrente sobretudo porque os transformadores operam apenas
em CA. Esses equipamentos permitem a mudança fácil dos nı́veis de tensão operando nas linhas.
Desse modo, durante a transmissão CA, utiliza-se o transformador para se elevar a tensão,
reduzindo-se as perdas no cabeamento.
Durante a distribuição, é possı́vel reduzir facilmente a tensão, possibilitando o uso da rede
elétrica para atividades domésticas e comerciais.
Em linhas de transmissão de longa distância, mesmo em altı́ssima tensão, o sistema CA apresenta
muitas perdas, devido às reatâncias do sistema.
Dessa maneira, para esses casos, utilizam-se sistemas de transmissão CC. Nesses sistemas, um
retificador é conectado a saı́da da subestação dos geradores CA. A saı́da desse retificador é ligada
à linha de transmissão, que não alimenta nenhuma carga durante seu trajeto. Ao fim da linha,
existem um inversor de tensão, responsável por converter a tensão CC em tensão CA. A Figura 2.2
um esquemático da topologia em CC.
É importante notar que um sistema de transmissão CC não possui fases, neutro e terra, mas
apenas polo positivo e polo negativo. Além disso, tais sistemas operam em uma tensão bastante
elevada.
A Figura 2.3 apresenta uma ilustração com a viabilidade de implantação das linhas CA ou CC
em relação ao comprimento da linha e a potência a ser transmitida pela mesma.
17
Figura 2.3: Viabilidade de implantação de linhas CA ou CC em relação ao comprimento da linha
e a potência a ser transmitida pela mesma.
Existem seis formas principais de classificação das torres das linhas de transmissão:
• Quanto à resistência das estruturas;
• Quanto à função na linha;
• Quanto à tensão da linha;
• Quanto ao número de circuitos elétricos que elas suportam;
• Quanto ao formato da silhueta da torre;
• Quanto à disposição dos cabos condutores;
Essas classificações auxiliam a compreender a função da torre de transmissão em diferentes
situações.
18
Figura 2.4: Comparativo entre torres estaiada e autoportante.
A Figura 2.4 apresenta um desenho esquemático comparativo entre a torre estaiada e a torre
autoportante.
19
2.4.4 Classificação quanto ao número de circuitos elétricos que elas
suportam
Um circuito: torres que suportam linhas de apenas um circuito elétrico.
Dois circuitos: torres que suportam linhas de apenas com dois circuitos elétricos.
• AAAC: condutor de liga de alumı́nio, de All Aluminium Alloy Conductor (AAAC). É o cabo
com menor relação peso/carga de ruptura e menores flechas, mas é o de maior resistência
elétrica entre os aqui citados.
• CAA: condutor de alumı́nio com alma de aço, cuja denominação muito conhecida em inglês
é ACSR, de Aluminium Cable Steel Reiforced. Mais usado no Brasil para tensões acimda de
230 kV. A Figura 2.5 apresenta um esquemático do cabo CAA.
• ACAR: condutor de alumı́nio com alma de liga de alumı́nio, de Aluminium Cable Alloy
Reiforced. Melhor relação peso/carga de ruptura que o anterior.
Os cabos de distribuição normalmente são cabos CA, dado que operam em um nı́vel de tensão
menor. Além disso, a distância entre os postes é menor que a distância entre as torres de trans-
missão.
Já os cabos de transmissão normalmente são cabos CAA, pois eles possuem a alta resistência
mecânica do aço e a baixa resistência elétrica do alumı́nio.
20
Figura 2.5: Esquemático de cabo CAA
21
(a) (b) (c)
• Ruı́do audı́vel
• Ruı́do de radio
• Vibração do condutor
• Liberação de ozônio
• Aumento das perdas de energia
22
dimensionados para que as bordas conduzam melhor a corrente elétrica. No centro do condutor,
praticamente não há corrente elétrica sendo conduzida. Por isso, geralmente utilizam-se cabos do
tipo CAA.
23
Módulo 3: Noções de Distribuição de Energia
24
3.2 Distribuição, distribuição primária e distribuição se-
cundária
A distribuição de energia é a parte do sistema responsável por levar a energia elétrica ao
consumidor final. Existem dois tipos: a distribuição primária (em média tensão) e a distribuição
secundária (em baixa tensão).
A distribuição primária leva a energia das subestações de distribuição até as subestações encon-
tradas nas ruas e avenidas (transformadores de distribuição). Esse tipo de distribuição ocorre em
média tensão, em sistemas conectados em delta.
A distribuição secundária leva a energia dos transformadores até os consumidores finais. De
forma geral, é feita em sistemas trifásicos em estrela aterrado, de baixa tensão.
• Baixo custo;
25
Rede de Distribuição Aérea Compacta:
• Mais segura que as redes convencionais;
• Rede ocupa menos espaço;
• Melhor aplica em regiões com alto ı́ndice de descargas atmosféricas;
• Precisa de isolamento nos cabos.
26
Rede de Distribuição Subterrânea:
• Maior confiabilidade;
• Melhor resultado estético, dado que as redes ficam enterradas;
• Custo mais elevado que as redes aéreas;
• Indicada para regiões com restrições para instalações aéreas.
27
seu manuseio, e mais caro que o de madeira, porém, suporta esforços mecânicos maiores que
o poste de madeira.
• Poste de aço: É mais utilizado para iluminação ornamental. São mais leves, de fácil
manuseio e mais caros que os postes de concreto e requerem manutenção constante (pintura).
Devem ser instalados em postes de concreto equipamentos como: chave faca, chave fusı́vel,
banco de capacitores, estação transformadora, religador, seccionador, regulador de tensão, entrada
primária.
28
3.6 Exercı́cios de Fixação
1. Explique o que é distribuição primária e o que é distribuição secundária.
2. Qual tipo de rede de distribuição você aconselharia para uma rua em que há muitas árvores
e um grande histórico de vento e tempestade? Por quê?
3. Quais os fatores devem ser avaliados ao se escolher um poste de concreto para um determinado
ponto de distribuição? Justifique.
29
Módulo 4: Noções de Geração de Energia Elétrica
Nesse módulo, vamos estudar um pouco sobre a área da geração de energia elétrica. O estudo
inicia com o conceito de matriz energética e, em seguida, percorre individualmente cada tipo de
geração de energia elétrica.
30
Figura 4.1: Matriz de capacidade instalada do Brasil (Junho/2018).
31
A matriz de produção energética representa toda a energia produzida no paı́s, em um dado
perı́odo de tempo, discriminada por tipo de fonte primária de energia. A Figura 4.2 apresenta um
gráfico com a matriz de produção energética do Brasil (dados de Junho de 2018).
Destaca-se, novamente, que a matriz de capacidade instalada está relacionada com a potência
das usinas (kW), enquanto a matriz de produção energética está relacionada com a energia elétrica
(kWh) produzida.
Em adição, vale ressaltar que a matriz energética e a matriz de energia elétrica são diferentes.
Enquanto a matriz energética representa o conjunto de fontes de energia disponı́veis para movi-
mentar os carros, preparar a comida no fogão e gerar eletricidade, a matriz elétrica é formada pelo
conjunto de fontes disponı́veis apenas para a geração de energia elétrica. Dessa forma, podemos
concluir que a matriz elétrica é parte da matriz energética.
Para refletir:
• Por exemplo, pode-se observar que a matriz de capacidade instalada indica que 63,7% é de
fonte hı́drica. Porém, a matriz de produção energética indica que 72,9% da energia produzida
no mês de maio de 2018 foi proveniente de fonte hı́drica. Por que há essa diferença?
• Em relação à usina eólica, praticamente não houve diferença entre as matrizes: há 8,1%
instalado e 8,0% foi produzido. Quais as razões para esse comportamento?
32
• Esse movimento d’água é utilizado para rotacionar uma turbina, convertendo a energia
cinética translacional em energia cinética rotacional ou energia mecânica.
As usinas podem ser estudadas quanto a vazão de água, de modo que, existem três classificações:
• Usina a fio d’água: usina que não se utiliza de reservatório, mantendo praticamente intacto
o curso natural do rio.
• Usina com reservatório: usina que utiliza barragens para a criação de um reservatório.
Esse reservatório permite que a usina opere com menor dependência de condições sazonais
climáticas. A Figura 4.3 apresenta um esquemático de uma usina hidroelétrica com reser-
vatório.
• Usina de armazenamento bombeado (ou usina reversı́vel): usina que possui dois
reservatórios (superior e inferior). Quando há necessidade, a usina gera energia através
do deslocamento da água do reservatório superior para o inferior. Quando há excesso de
energia, a água é bombeada do reservatório inferior para o superior. A Figura 4.4 apresenta
um esquemático desse tipo de usina.
As usinas também podem ser separadas quanto a altura de reservatório, de modo que existem
as seguintes classificações:
33
Figura 4.4: Usina de armazenamento bombeado (reversı́vel).
Fonte: http://periodicos.ufsm.br/reget/article/viewFile/16002/pdf
Em relação à potência gerada, as usinas hidroelétricas podem ser classificadas como sendo:
• Central Geradora Hidráulica (CGH): centrais de geração hı́drica com potência inferior
a 1000 kW. São todas a fio d’água.
• Pequena Central Hidrelétrica (PCH): usina a fio d’água ou com área de reservatório
igual ou inferior a 3,0 km2 , de potência entre 1000 kW e 30 MW (de acordo com n◦ 394, de
4/12/1998).
• Usina Hidrelétrica de Energia (UHE): usina que normalmente possui reservatório com
área superior a 3,0 km2 e potência superior a 30 MW.
34
Usina de Itaipu
Dados gerais:
• Capacidade instalada: 14 GW
• Número de unidades geradoras: 20
• Recorde de produção de energia: 103 098 355 MWh (2016)
• Custo de construção: US$ 17,5 bilhões
• Custo de instalação: US$ 851/kW
• Perı́odo de construção: 1973-1984
• Área de reservatório: 1350 km2
• Extensão da barragem: 7919 m
• Altura máxima: 196 m
• Queda bruta nominal: 120 m
• Velocidade da turbina: 90,9/92,3 rpm
• Localização: rio Paraguai
Usina de Tucuruı́
Dados gerais:
• Capacidade instalada: 8,37 GW
• Número de unidades geradoras: 25 (11 de 350 MW, 2 de 22,5 MW e 12 de 375 MW)
• Custo de construção: US$ 9,5 bilhões
• Custo de instalação: US$ 1135/kW
• Perı́odo de construção: 1976-1984 (4 GW) e 2006 (8,37 GW)
• Área de reservatório: 2850 km2
• Extensão da barragem: 11 km
• Altura máxima: 78 m
• Nı́vel mı́nimo de operação: 62 m
• Velocidade da turbina: 90,9/92,3 rpm
• Localização: rio Tocantins
Belo Monte
Dados gerais:
• Capacidade instalada: 11,233 GW
• Fator de capacidade: 0,4 (4,5 GWmédios)
• Número de unidades geradoras: 24 (6 em operação comercial até julho/2017)
• Custo de construção: US$ 26 bilhões
• Custo de instalação: US$ 1135/kW
• Perı́odo de construção: 2011-2019
• Área de reservatório: 516 km2
• Extensão da barragem:
• Altura máxima: 87 m (35 m da barragem + declive)
• Nı́vel mı́nimo de operação: usina a fio d’água
• Localização: rio Xingu
35
Comparativo Internacional
A Figura 4.5 apresenta um comparativo da usina de Três Gargantas, na China, com outras
grandes usinas no mundo, como Itaipu.
36
Figura 4.6: PCHs liberadas no Brasil.
ambientais, estudos de uso múltiplo dos recursos hı́dricos e estudos energéticos, da nascente à foz
do rio.
O projeto básico detalha todos os aspectos técnicos da PCH e sua análise e aprovação ficam sob
responsabilidade da ANEEL.
O processo de licenciamento da CGH é mais simples. O único critério é a comunicação formal
a um órgão regulador e fiscalizador sobre a intenção de implantação da CGH.
A Figura 4.6 mostra a potência de PCHs liberadas por ano, segundo a ANEEL.
Geração maremotriz
A energia de fonte maremotriz é proveniente do movimento das marés, em locais em que há uma
significativa diferença de altura.
Entre as vantagens desse tipo de energia, destaca-se o fato de ser renovável e que pode ser útil
para complementar fontes eólicas e solares.
Entre as desvantagens, há o elevado custo de instalação e de manutenção, o que a inviabiliza
economicamente.
Geração ondomotriz
A energia de fonte ondomotriz é proveniente do movimento das ondas. Indiretamente, esse tipo
de energia pode também ser considerada uma forma de energia eólica.
Entre as vantagens desse tipo de energia destaca-se o fato de ser renovável e custo de manutenção
moderado (se comparada a maremotriz).
Entre as desvantagens, destaca-se a atual incapacidade tecnológica para extração satisfatória
desse tipo de energia, a inutilização da área em que a usina se encontra e, obviamente, a necessidade
de uma costa.
37
A forma de geração térmica tradicional é considerada não-renovável e não-sustentável (ou suja),
pois emite gases poluentes na atmosfera.
A base instalada de energia térmica se divide nas seguintes fontes (considerando a matriz de
capacidade instalada do sistema elétrico brasileiro):
• Biomassa (32,62%)
• Gás Natural (30,1%)
• Petróleo e combustı́veis fósseis (23,75%)
• Carvão (8,51%)
• Nuclear (4,6%)
38
Figura 4.7: Esquema de funcionamento de uma usina termoelétrica.
Usualmente, são consideradas “vilãs” da produção de energia elétrica por parte de ambientalis-
tas. Entretanto, essas usinas são uma das principais formas de geração de energia a nı́vel mundial.
Além disso, esse tipo de energia não é utilizado apenas em grandes usinas. Muitas empresas e
outros estabelecimentos possuem grupos geradores com motores à diesel, como fonte de energia
complementar. Adicionalmente, é a principal fonte de energia para praticamente todos os meios
de transporte.
39
por térmicas a carvão e 626 GWh (1,4% do total do paı́s) foram produzidos por térmicas de
combustı́veis baseados em petróleo.
40
• Porto do Pecém II (UF: CE, Cap.: 365000 kW, Comb.: Carvão mineral)
• Jorge Lacerda (UF: SC, Cap.: 363000 kW, Comb.: Carvão mineral)
41
(42,4% de toda a energia térmica). Contudo, esse valor de energia gerada pelo gás natural repre-
senta uma redução de 20,8% ao gerado no mesmo perı́odo, no ano anterior.
No Brasil, existem 164 usinas a gás natural, responsáveis pela capacidade instalada de 13.018 MW.
Isso representa 8,5% de toda a capacidade instalada no paı́s.
As quatro usinas termoelétricas com maior capacidade de potência são a gás (dados de 2016):
• Governador Leonel Brizola (Antiga TermoRio) (Cap.: 1058300 kW)
• Santa Cruz (Cap.: 1000000 kW)
• Mário Lago (Antiga Macaé Merchant) (Cap.: 922615 kW)
• Norte Fluminense (Cap.: 826780 kW)
Cogeração de energia
Sistemas térmicos, de forma geral, são ineficientes no processo de geração de energia elétrica,
devido às limitações fı́sicas das próprias máquinas térmicas.
Dessa maneira, uma alternativa para tornar o processo térmico mais eficiente é a cogeração.
Na cogeração, o calor gerado pelas usinas térmicas é reaproveitado para algum processo térmico
alternativo.
Assim, é possı́vel elevar o aproveitamento do combustı́vel para até 85% de eficiência. Contudo,
para haver cogeração, é necessário que o processo térmico se localize em um ambiente muito
próximo do local de geração elétrica.
42
São desvantagens de termoelétricas a gás natural:
• Aquecimento de água que, de forma similar às térmicas convencionais, pode matar peixes;
• Usinas com alto custo de manutenção;
• Necessidade de filtros para redução de gases poluentes;
• Necessidade de ser construı́da perto de uma fonte natural de gás natural, para ser economi-
camente viável;
• Uso de combustı́vel fóssil não-renovável.
• Biomassa moderna: definida como qualquer tipo de biomassa cuja fonte orgânica seja
sustentável e cuja tecnologia de extração de energia seja capaz de reduzir ou mitigar a
emissão de gases poluentes. Se encaixam nessa categoria sobre tudo os bio-combustı́veis
lı́quidos e gasosos.
43
cionais. A compensação de gases decorre da fotossı́ntese das plantas que compensa o gás
carbônico antes dele se lançado no ambiente.
Destaca-se que as usinas a biomassa possuem uma potência, individualmente, muito inferior a
qualquer outro tipo de usina térmica.
Contudo, em decorrência do pouco espaço ocupado e da facilidade de implantação, o número de
usinas a biomassa é muito superior ao observado nas demais fontes térmicas.
44
• Em muitos casos, essa energia só é rentável se a usina estiver no mesmo local da fonte de
biomassa.
No Brasil, existem apenas duas usinas nucleares em operação (ANGRA I e ANGRA II), re-
sponsáveis por 1990 MW, ou 1,3% de toda a potência instalada no paı́s.
45
Nota-se que apenas duas usinas nucleares são responsáveis por 1,3% da potência instalada do
paı́s. Isso mostra o potencial da energia nuclear em produzir grandes quantidades de energia com
um número reduzido de usinas.
46
Sobre Angra II:
• A construção de Angra II, de potência nominal 1350 MW, iniciou em 1976 (1983 “de fato”).
A primeira sincronização com a rede foi em 2000. Começou a operar comercialmente em
2001.
• O valor total empregado em sua construção foi de R$ 6.049.149.508,11 e o valor da compra
de seus equipamentos foi de R$ 4.978.183.837,02 (valores de real atualizados para 2014).
• O custo de produção de energia de Angra II é de R$ 91,25/MWh, endo R$ 70,35/MWh de
O&M e R$ 20,89/MWh de combustı́vel.
Lixo radioativo
Os principais componentes que compõem o lixo radioativo são os produtos da fissão nuclear que
ocorre no reator, como criptônio, bário, césio, etc, que não tem utilidade na usina.
Nos Estados Unidos e na Rússia, esses resı́duos de alta radioatividade são colocados em tambores
lacrados, e armazenados em depósitos subterrâneos. No Brasil, existem armazéns próprios para
esse tipo de lixo.
Uma prática antiga, hoje proibida, era o armazenamento de lixo radioativo nos oceanos.
Tudo o que manteve contato direto com a radiação (ferramentas, roupas, sapatilhas, luvas –
47
Figura 4.9: Depósitos de lixo radioativo.
Fonte: “Toronto Star” (2016).
baixa radioatividade – e peças de reatores – média radioatividade) também é lixo radioativo. Esse
tipo de lixo é armazenado em depósitos, ficando isolado por 50 a 300 anos.
A Figura 4.9 apresenta um esquemático sobre o armazenamento de lixo radioativo.
Sobre o vento
Define-se vento como sendo o fluxo de gases em grande escala, ocorrendo como consequência do
aquecimento não homogêneo da atmosfera terrestre.
As massas de ar mais quentes sobem na atmosfera e geram zonas de baixa pressão junto à
superfı́cie da terra. Como consequência, massas de ar frio deslocam-se para essas zonas de baixa
pressão e dão origem ao vento.
48
Figura 4.10: Esquemático de um aerogerador.
O ser humano utiliza a energia dos ventos há vários séculos para as mais diversas aplicações,
desde bombeamento de água a navegação.
Usinas eólicas
A Figura 4.10 apresenta o esquemático de uma torre de energia eólica (aerogerador).
Os principais componentes de uma usina eólica são:
49
• Biruta: capta a direção do vento. A direção do vento deve sempre estar perpendicular à
torre para o maior aproveitamento;
• Rotor: conjunto que é conectado a um eixo que transmite a rotação das pás para o gerador;
50
(a) Darrieus. (b) Savonius.
(a) (b)
51
distribuı́da).
A energia produzida por fontes eólicas foi de 3994 GWh em julho de 2017. Isso representa 9,2%
de tudo o que foi produzido no mesmo mês.
O Brasil subiu sete posições, nos últimos dois anos, no ranking mundial de geração eólica: em
2015, o Paı́s alcançou a 8o posição.
Também em 2015, o Brasil registrou o primeiro lugar no ranking mundial em fator de capacidade
(relação entre produção efetiva e capacidade instalada) de geração eólica, com 38%.
O Paı́s ainda manteve a quarta posição no ranking mundial de potência instalada. Os dados
são do Boletim de Energia Eólica Brasil e Mundo – Base 2015, produzido pelo Ministério e Minas
e Energia (MME).
Entre os paı́ses analisados, o fator de capacidade do Brasil é 60% superior ao indicador mundial.
Entre as regiões brasileiras, a principal região relacionada à energia eólica é a região Nordeste,
com 7,648 GW instalados, seguida da região Sul, com 1,813 GW instalados. Apenas essas duas
regiões apresentam quantidade significativa de energia eólica instalada.
Os estados de maior importância (do maior para o menor) são, em termos de potência instalada,
Rio Grande do Norte, Bahia, Rio Grande do Sul, Ceará, Piauı́, Pernambuco e Santa Catarina.
Os estados de maior importância (do maior para o menor) são, em termos de fator de capacidade
(dados de agosto de 2016), Piauı́, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Rio Grande
do Sul e Santa Catarina.
• Morte de pássaros (apesar de ser em um nı́vel muito inferior a morte de pássaros em linhas
de transmissão ou pela poluição atmosférica);
• Energia renovável;
52
4.4.2 Geração solar fotovoltaica (UFV)
A geração de energia elétrica através da energia da luz solar pode ser considerada relativamente
nova.
Note-se, contudo, que praticamente todas as outras formas de geração de energia derivam da
energia solar. Apenas a geração de energia geotérmica não é considerada como proveniente da
energia do sol.
Existem dois tipos principais de energia solar:
• Fotovoltaica
• Heliotérmica
Em nossa apostila, nos concentraremos na geração fotovoltaica. Nesse tipo de geração de energia,
são utilizados principalmente painéis fotovoltaicos.
Tais painéis são fotodiodos, que permitem o fluxo de corrente elétrica com a presença de luz,
através do efeito fotoelétrico. Normalmente, sistemas de geração fotovoltaicos de larga escala
utilizam bancos de baterias para armazenar a energia gerada durante a presença de luz. São
utilizados inversores para mandar a energia das baterias à rede.
Os sistemas fotovoltaicos que utilizam bateria e, normalmente, não são conectados diretamente à
rede são chamados de sistemas off-grid. Os sistemas com conexão direta a rede que, normalmente,
não utilizam baterias são chamados de sistemas on-grid.
Esse tipo de energia ainda é bastante ineficiente (14-22%), em decorrência do material utilizado
para a fabricação do painel solar.
53
Figura 4.13: Potencial de energia solar no Brasil.
• Energia renovável
• Não produz poluição sonora
• Não prejudica a fauna ou a flora
• Baixo custo operacional
• Alta vida útil da usina
• Fácil instalação
• Pode ser usada em áreas remotas, inclusive desérticas
• Mesmo que ineficiente, qualquer ganho de energia é um ganho de energia.
• Rápido retorno financeiro em geração distribuı́da.
54
3. O que difere as PCHs das CGHs?
7. Por que as energias renováveis necessitam de incentivos governamentais para serem rentáveis?
55
Módulo 5: Subestações
SE de manobra
Permite manobrar partes do sistema sob mesma tensão, inserindo ou retirando-as de serviço.
SE de transformação
Elevadora:
• Localizadas na saı́da de usinas geradores;
• Eleva a tensão para nı́veis de transmissão e subtransmissão
Abaixadora:
• Localizadas na periferia das cidades;
• Diminuem o nı́vel de tensão.
SE de distribuição
Diminuem a tensão de transmissão para o nı́vel de distribuição primária (13,8 kV – 34,5 kV).
SE de regulação de tensão
Fazem a regulação da tensão, através de equipamentos de compensação, tais como: reatores,
capacitores, compensadores, entre outros.
SE conversora
Realização a conversão de energia elétrica entre CA-CC (retificadora) ou CC-CA (inversora).
56
5.2.2 Quanto ao nı́vel de tensão
SE de Baixa Tensão
Opera até 1,0 kV.
SE de Média Tensão
Opera entre 1 kV e 34,5 kV (tensões tı́picas: 6,6 kV; 13,8 kV; 23 kV e 34,5 kV).
SE de Alta Tensão
Opera entre 34,5 e 230 kV (tensões tı́picas: 69 kV; 138 kV; 230 kV).
57
SE Abrigada
São as SE construı́das em locais interiores. Equipamentos não sujeitos a intempéries.
SE Blindada
São as SE construı́das em locais interiores com equipamentos completamente protegidos e iso-
lados em óleo, com material sólido, ou em gás (ar comprimido ou SF6 ).
58
SE semi-automática
Possuem computadores locais ou intertravamentos eletromecânicos que impedem operações in-
devidas por parte do operador local.
SE automatizada
São supervisionadas à distância por intermédio de computadores.
59
Figura 5.4: Barra simples seccionada.
60
5.3.4 Barra dupla e disjuntor simples
Apresenta as seguintes caracterı́sticas:
• Dois barramentos principais são ligados a cada uma das linhas de transmissão;
• Custo elevado;
61
5.3.5 Barra dupla, disjuntor simples e by-pass
Apresenta as seguintes caracterı́sticas:
• O by-pass permite realizar manutenção no disjuntor sem ter de desligar o circuito de saı́da;
• Custo mais elevado em relação aos esquemas anteriores, pois o número de disjuntores é maior.
62
Figura 5.8: Barra dupla e disjuntor duplo.
• Visualização complexa;
63
5.3.8 Barra em anel simples
Apresenta as seguintes caracterı́sticas:
• Bom para pequeno número de circuitos;
• Qualquer disjuntor pode ser removido para manutenção sem interrupção da carga;
• Equipamentos devem suportar a corrente total do circuito.
4. Desenhe o esquema do arranjo de uma subestação do tipo “barra dupla disjuntor triplo”.
64
Módulo 6: Componentes Elétricos
65
Observa-se que o relé recebe informações de corrente do transformador de corrente (TC) e de
tensão do transformador de potencial (TP). Sua lógica de programação irá interpretar estes sinais
conforme a sua função. Caso o relé detecte alguma anormalidade, o mesmo irá enviar um sinal
para o disjuntor, abrindo o circuito e protegendo-o.
Os relés podem ser classificados como sendo:
• Eletromecânicos: utiliza das propriedades magnéticas dos circuitos para atuar um mecan-
ismo, como disco de indução.
6.1.2 Disjuntores
Os disjuntores são destinados à interrupção e ao restabelecimento das correntes elétricas em um
determinado ponto do circuito. Eles devem atuar da maneira mais rápida possı́vel. Os disjuntores
são utilizados juntos de relés: os relés detectam anomalias e enviam comandos para os disjuntores.
Os disjuntores possuem funcionamento com bastantes singularidades: eles operam com tensões
e correntes em ambientes severos e sua operação pode ser solicitada mesmo após longos perı́odos
sem uso, devendo operar perfeitamente nesse caso.
Uma caracterı́stica que define um disjuntor é o seu método de extinção de arco elétrico1 . Entre
os diferentes métodos de extinção do arco elétrico, citam-se:
• Ar comprimido;
• SF6 ;
• Vácuo;
1
Fenômeno que ocorre quando se separam dois terminais de um circuito que conduz determinada corrente de
carga, de sobrecarga ou de defeito. Se não for propriamente extinto, pode causar a fusão dos contatos, danos à
isolação e incêndio.
66
• Óleo;
• Sopro magnético.
67
6.1.4 Chave fusı́vel
A chave fusı́vel é um equipamento destinado à proteção de sobrecorrentes do circuito primário,
utilizada em redes aéreas de distribuição urbana e rural e em pequenas subestações de consumidor
e concessionárias. Ela também é utilizada para a proteção de transformadores de distribuição, de
banco de capacitores e de ramais de redes elétricas.
Sua grande vantagem reside no baixo custo, porém, não tem a capacidade de distinção entre
faltas temporárias e permanentes. Ou seja, caso a falta seja temporária (um galho encostando
temporariamente em um condutor, por exemplo), a chave fusı́vel poderá atuar, desligando todo o
trecho a jusante dela.
É dotada de um elemento fusı́vel que responde pelas caracterı́sticas básicas de sua operação. São
também denominadas corta-circuitos e são fabricadas em diversos modelos para diferentes nı́veis
de tensão e corrente.
Elo fusı́vel
O elo fusı́vel é um elemento metálico no qual é inserida uma parte sensı́vel à correntes elétricas
elevadas, fundindo-se e rompendo-se num intervalo de tempo inversamente proporcional à grandeza
da referida corrente. O elo fusı́vel é utilizado no interior do cartucho ou porta fusı́vel, preso nas
suas próprias extremidades.
Existem três tipos de elo fusı́veis:
• Tipo H: Elos fusı́veis de alto surto, com tempo de atuação lento para correntes elevadas.
São capazes de suportar correntes de alto surto, como a de magnetização de transformadores,
sem provocar a fusão do elemento fusı́vel. Suportam, por exemplo, 80 a 100 A durante
0,1 segundo. Dessa forma, são destinados a proteção de transformadores de distribuição
instalados no primário.
• Tipo K: Elos fusı́veis rápidos, tendo relação de rapidez variando entre 6 (para elo fusı́vel de
corrente nominal 6 A) e 8,1 (para elo fusı́vel de corrente nominal 200 A).
• Tipo T: Elos fusı́veis lentos, tendo relação de rapidez variando entre 10 (para elo fusı́vel de
corrente nominal 6 A) e 13 (para elo fusı́vel de corrente nominal 200 A).
68
Figura 6.5: Exemplos de elo fusı́vel.
6.1.5 Religador
Dispositivo auto-controlado automático que interrompe e religa um circuito de corrente alter-
nada. Esse dispositivo opera com uma sequência pré-determinada de abertura e fechamento seguido
por uma reinicialização.
Na ocorrência de faltas, os religadores são sensibilizados por sobrecorrentes iniciando o ciclo
de operação. Caso a sobrecorrente persista, a sequência de abertura e fechamento dos contatos é
repetida até três vezes consecutivas. Após a quarta abertura, os contatos ficam abertos e bloquea-
dos, isolando a parte defeituosa do sistema.
Caso o defeito desapareça após o primeiro, segundo ou terceiro intervalo de religamento, e
decorrido o tempo de reinicialização, o mecanismo rearma-se automaticamente.
Um exemplo de operação do religador é ilustrado na Figura 6.6.
Observa-se, então que o religador atua na proteção contra faltas temporárias, tentando eliminar
defeitos transitórios sem o bloqueio do equipamento. Em adição, o religador também atua em
proteção contra faltas permanentes, eliminando faltas sustentadas com bloqueio e isolamento do
trecho sob defeito.
69
6.1.6 Seccionador automático (seccionalizador)
É um equipamento utilizado para interrupção automática de circuitos, que abre seus contatos
quando o circuito é desenergizado por um equipamento de proteção situado à sua retaguarda.
O seccionalizador não detecta a sobrecorrente da maneira que o religador faz, atuando somente
após a desenergização de um religador/disjuntor à montante. Assim, o seccionalizador sempre
estará associado com um religador ou disjuntor.
Sua função é realizar a abertura dos contatos contando as interrupções realizadas pelo equipa-
mento a montante. Dessa forma, o seccionalizador secciona parte de um alimentador submetido a
uma falta permanente.
Observe a Figura 6.7. Neste esquema, o seccionalizador irá enxergar toda vez que o religador
desligar o circuito. Com isso, o seccionalizador contará 3 operações de desenergização e irá isolar o
trecho a jusante. Como a falta foi a jusante do seccionalizador, na próxima operação do religador,
ele não irá mais enxergar o defeito, dado que o mesmo já foi isolado. Assim, isola-se somente o
trecho defeituoso.
70
6.1.7 Para-raios
As linhas de transmissão e as redes áreas são vulneráveis às descargas atmosféricas. Estas descar-
gas, quando incidem nas redes, podem ocasionar sobretensões elevadas no sistema, ocasionando
severos danos à equipamentos. Além disso, sobretensões de origem interna ao sistema também
podem surgir devido a manobras de chaves seccionadoras e disjuntores.
Visando proteger o sistema contra estes surtos, adotam-se os dispositivos protetores contra
sobretensões: os para-raios.
O para-raios é um resistor onde a resistência varia conforme a tensão, possuindo um baixo valor
de resistência para altos valores de tensão (varistor). Dessa forma, o para-raios funciona como um
isolante até dado valor de sobretensão, passando a ser condutor quando este valor é excedido.
Normalmente, os para-raios são instalados em entradas de linha, saı́das de linhas, transfor-
madores de distribuição e na extremidade de algumas barras de média tensão de subestações para
proteção contra sobretensões promovidas por chaveamentos e descargas atmosféricas no sistema.
71
6.2 Equipamentos de regulação
Os equipamentos de regulação servem para manter o nı́vel de certas grandezas (como tensão ou
fator de potência) dentro dos estabelecidos pelas normas. Dessa maneira, estudaremos nessa seção
os equipamentos de regulação.
Geralmente, possuem as seguintes proteções no primário: para-raios, para proteção contra so-
bretensão, e chave fusı́vel, para proteção contra sobrecorrente. Do seu secundário, deriva-se a rede
secundária sem nenhuma proteção.
Conforme ilustra a Figura 6.10, o transformador de distribuição possui as bobinas do seu primário
conectadas em delta e o secundário em estrela.
72
Primário (AT): Secundário (BT):
• Tensão elevada; • Tensão baixa;
• Corrente baixa; • Corrente elevada;
• Bitola do condutor pequena; • Bitola do condutor grande;
• Grande número de espiras. • Pequena quantidade de espiras.
Os transformadores de distribuição possuem três ou mais derivações nas bobinas do primário,
chamados de TAPs. Os TAPs possibilitam a adequação da relação de transformação de acordo
com a tensão no ponto de conexão, atuando na regulação de tensão a jusante do transformador.
Os TAPs atuam, normalmente, na operação sem carga.
A comutação adequada dos TAPs pode resultar em ganhos significativos para a rede elétrica
de distribuição. Um exemplo é apresentado na Figura 6.12. Observa-se que com a alteração do
TAP do transformador, o valor da intensidade da tensão subiu, melhorando o perfil de tensão. Em
especial, a rede secundária teve um ganho elevado.
73
6.2.2 Reguladores de tensão
O regulador de tensão é um equipamento destinado a manter um determinado nı́vel de tensão
em um sistema elétrico, quando submetido a uma variação de tensão fora dos limites especificados.
É um autotransformador dotado de certo número de derivações no enrolamento série.
As faixas de tensão adequadas, precárias e crı́ticas no ponto de entrega devem atender à Res-
olução 505 da ANEEL. Para a execução do projeto, deve ser observada a faixa “adequada”.
O regulador de tensão permite elevar ou reduzir tensão, atuando automaticamente (sob carga)
nos nı́veis de tensão de sua própria fase. Ele é um equipamento muito útil para as distribuidoras,
objetivando manter uma boa qualidade de fornecimento.
Entre as diversas vantagens da instalação de um regulador de tensão, citam-se: monitoramento
constante da tensão, redução das perdas de energia na distribuição (mantém a corrente de carga
dentro dos valores esperados) e tensão estável ao longo da linha (contribuindo para melhores
indicadores de qualidade).
• Regulador de tensão autobooster : mais simples; bastante utilizado em áreas de baixa densi-
dade de carga (zona rural); funciona ou como elevador ou como abaixador de tensão;
• Regulador de tensão de 32 degraus: pode elevar ou reduzir o valor da tensão dos seus
terminais de entrada; possui 32 degraus de TAPs (16 para elevar e 16 para diminuir); pode
ser instalados na saı́da do alimentador da subestação e em determinados pontos da rede.
74
6.2.3 Banco de capacitores
Os bancos de capacitores são equipamentos utilizados pelas concessionárias para corrigir o fator
de potência de uma linha de transmissão ou, sobretudo, de uma linha de distribuição primária.
São utilizados principalmente quando as redes possuem longas distâncias.
Existem bancos de capacitores fixos e automáticos. Os primeiros injetam uma quantidade fixa
e constante de reativo capacitivo na rede. Os últimos possuem um sistema de controle e comando
que liga o banco na rede de acordo com a necessidade do sistema.
Entre as principais vantagens da instalação adequada de banco de capacitores, citam-se:
• A redução das perdas ôhmicas nos condutores (I 2 R), reduzindo, consequentemente, as de-
spesas operacionais;
75
6.3 Transformadores de potencial e de corrente (TPs e
TCs)
Os transformadores de potencial (TP) e corrente (TC) são equipamentos que servem para
medição ou proteção, dependendo de sua construção interna. Dessa maneira, estudaremos nessa
seção esses dois componentes.
• Indutivo:
– Tensões entre 600 V e 138 kV;
– Possui somente unidade eletromagnética.
• Capacitivo:
– Tensões acima de 138 kV;
– Possui divisor capacitivo e unidade eletromagnética.
76
• Polaridade: Terminais de ligação primário e secundário são identificados por letras conven-
cionadas que indicam a polaridade para a qual foram construı́dos. Utiliza-se H1 e H2 para
primário e X1 e X3 para secundário.
• Potência térmica nominal: Potência que o TP pode suprir continuamente sem que sejam
excedidos os limites de temperatura nominais.
• Nı́vel de isolamento (tensão suportável): Tensões que eles devem suportar de acordo com os
ensaios previstos em norma.
• Grupo de ligação:
– Grupo 1: TP projetado para ligações entre fases;
– Grupo 2: 2: TP é projetado para ligações entre fase e neutro dos sistemas diretamente
aterrados;
– Grupo 3: TP projetado para ligações entre fase e neutro de sistema onde não se garanta
a eficácia do aterramento
Importante: os terminais do secundário do TP sempre devem estar em aberto ou alimentando
uma carga de altı́ssima impedância, como um voltı́metro.
O Transformador de Corrente (TC) reproduz, no seu circuito secundário, a corrente que cir-
cula em um enrolamento primário de maneira proporcional. Assim, esse equipamento fornece
informações para equipamentos de medição e proteção.
As caracterı́sticas principais dos TCs são:
• Corrente secundária nominal: Valor da corrente no secundário, normalmente 5 A.
• Corrente primária nominal: Valor nominal que o TC deve suportar em regime normal
de operação. Deve considerar a máxima corrente que o TC está sujeito e correntes de curto-
circuito.
• Classe de exatidão: Maior valor de erro que o TC pode apresentar: para medição normal-
mente 0,3% e para proteção 5%.
77
• Carga nominal: Valor padronizado da carga a ser conectada no TC.
• Fator térmico: Razão entre a máxima corrente primária que o TC é capaz de conduzir
em regime permanente, sob frequência nominal, sem exceder os limites de elevação de tem-
peratura especificados e sair de sua classe de exatidão, pela corrente primária nominal do
mesmo.
• Nı́vel de isolamento: Máxima tensão que o TC será conectado.
• Corrente térmica nominal: Maior corrente primária que o TC pode suportar durante 1
segundo, sem exceder, em nenhum enrolamento a temperatura máxima especificada em sua
classe de isolamento, e com o enrolamento secundário curto-circuitado.
• Corrente dinâmica nominal: Valor da crista de corrente que o TC é capaz de suportar
durante o primeiro meio ciclo com o enrolamento secundário curto-circuitado, sem danos às
forças eletromagnéticas resultantes.
• Polaridade: Indicação dos terminais de ligação primário e secundário: P1 e P2 e S1 e S2.
Importante: os terminais do secundário do TC sempre devem estar em curto-circuito ou
alimentando uma carga de baixı́ssima impedância, como um amperı́metro.
2. O que são os relés de proteção? Qual a importância deles para o adequado funcionamento
do sistema de proteção?
4. Quais as principais funções das chaves seccionadoras? No que elas se diferenciam dos disjun-
tores?
6. Qual a diferença entre um religador e um seccionalizador? Como ambos podem operar para
melhorar os indicadores de uma distribuidora de energia elétrica?
10. Para o que são utilizados os reguladores de tensão? E os bancos de capacitores? Como eles
se diferenciam?
11. O que são TPs e TCs? Quais são as principais caracterı́sticas de cada um?
78
Módulo 7: Tarifação, qualidade e eficiência
79
Grupo B:
• B1 — residencial e residencial baixa renda;
• B2 — rural e cooperativa de eletrificação rural;
• B3 — demais classes;
• B4 — iluminação pública.
80
sentam valores mais elevados.
Perı́odo úmido: Perı́odo compreendido pelos meses de dezembro a abril (5 meses). É,
geralmente, o perı́odo com mais chuvas.
Tarifa: Preço da unidade de energia elétrica (R$/MWh) e/ou da demanda de potência ativa
(R$/kW).
Tarifa monômia: Tarifa de fornecimento de energia elétrica, constituı́da por preços aplicáveis
unicamente ao consumo de energia elétrica ativa (kWh). Esta tarifa é aplicada aos consumidores
do Grupo B (baixa tensão).
Tarifa binômia: Conjunto de tarifas de fornecimento, constituı́do por preços aplicáveis ao
consumo de energia elétrica ativa (kWh) e à demanda faturável (kW). Esta modalidade é aplicada
aos consumidores do Grupo A (alta e média tensão).
81
• Conta de Desenvolvimento Energético — CDE;
• Programa de Incentivo à Fontes Alternativas de Energia Elétrica — PROINFA;
• Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hı́dricos — CFURH;
• Encargos de Serviços do Sistema — ESS e de Energia de Reserva — EER;
• Taxa de Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica — TFSEE;
• Pesquisa e Desenvolvimento — P&D e Programa de Eficiência Energética — PEE; e
• Contribuição ao Operador Nacional do Sistema – ONS
• É calculada diretamente pela energia consumida multiplicada pelo valor do preço da energia.
• Tarifa de consumo (TE ): TE = PE × E
82
• Tarifa total convencional (TC ): TC = TE
• É calculada diretamente pela soma da energia consumida em cada faixa de horário multipli-
cada pelo valor do preço da energia em cada faixa de horário.
• São considerados os horários de ponta, intermediário (uma hora antes e uma hora de pois da
ponta) e fora de ponta.
• Tarifa de consumo (TE ): TE = PE × E
• Tarifa total branca (TB ): TB = TE,f p + TE,i + TE,p
83
Tabela 7.1: Tarifa Convencional do Grupo B.
Tarifa Convencional - Grupo B (sem tributos)
Subgrupos Classificação Energia R$/kWh
Residencial Normal 0,5204900
Residencial Baixa Renda até 30kWh 0,1821715
B1 Residencial Baixa Renda de 31 a 100kWh 0,3122940
Residencial Baixa Renda de 101 a 220kWh 0,4684410
Residencial Baixa Renda acima de 220kWh 0,5204900
Rural, não cooperativa 0,3643400
B2 Cooperativa de Eletrificação 0,3643400
Serviço Público de Irrigação 0,3122900
Água, Esgoto e Saneamento 0,4424165
B3
Demais Classes 0,5204900
B4a Iluminação Pública - Rede de Distribuição 0,2862600
B4b Iluminação Pública - Bulbo da Lâmpada 0,3122900
84
Tabela 7.2: Tarifa Branca do Grupo B.
Tarifa Branca (sem tributos)
Subgrupos Classificação Componentes Demanda Energia
R$/kW R$/kWh
Ponta 0 0,88310
B1 Residencial Intermediário 0 0,57950
Fora Ponta 0 0,45126
Ponta 0 0,63894
Rural Intermediário 0 0,41812
Fora Ponta 0 0,32003
Ponta 0 0,63894
85
Tabela 7.3: Tarifa Horária Azul do Grupo A - A1 e A2.
Tarifa Horária Azul (sem tributos)
Subgrupos Classificação Componentes Demanda Energia
R$/kW R$/kWh
Ponta 4,75 0,521760
Demais Classes
Fora Ponta 5,00 0,346410
Ponta 4,28 0,469584
A1 Rural
Fora Ponta 4,50 0,311769
Ponta 4,04 0,443496
Água, Esgoto e Saneamento
Fora Ponta 4,25 0,294449
Ponta 12,09 0,525170
Demais Classes
Fora Ponta 6,62 0,349820
Ponta 10,88 0,472653
A2 Rural
Fora Ponta 5,96 0,314838
Ponta 10,28 0,446395
Água, Esgoto e Saneamento
Fora Ponta 5,63 0,297347
86
Tabela 7.4: Tarifa Horária Azul do Grupo A - A3, A3a e A4.
Tarifa Horária Azul (sem tributos)
Subgrupos Classificação Componentes Demanda Energia
R$/kW R$/kWh
Ponta 17,57 0,529390
Demais Classes
Fora Ponta 8,43 0,354040
Ponta 15,81 0,476451
A3 Rural
Fora Ponta 7,59 0,318636
Ponta 14,93 0,449982
Água, Esgoto e Saneamento
Fora Ponta 7,17 0,300934
Ponta 28,72 0,540410
Demais Classes
Fora Ponta 12,30 0,365060
Ponta 25,85 0,486369
A3a Rural
Fora Ponta 11,07 0,328554
Ponta 24,41 0,459349
Água, Esgoto e Saneamento
Fora Ponta 10,46 0,310301
Ponta 28,72 0,540410
Demais Classes
Fora Ponta 12,30 0,365060
Ponta 25,85 0,486369
A4 Rural
Fora Ponta 11,07 0,328554
Ponta 24,41 0,459349
Água, Esgoto e Saneamento
Fora Ponta 10,46 0,310301
87
Tabela 7.5: Tarifa Horária Verde do Grupo A.
Tarifa Horária Verde (sem tributos)
Subgrupos Classificação Componentes Demanda Energia
R$/kW R$/kWh
NA 12,30 0
Demais Classes Ponta 0 1,232510
Fora Ponta 0 0,365060
NA 11,07 0
88
Exemplo
Considerando que um mês possui 22 dias úteis e 8 dias não-úteis (sábados, domingos e feriados),
têm-se as seguintes composição e valor da tarifa convencional:
R$
TE = 0, 52 · [22 dias · (3, 9 + 0, 2 + 1, 5 + 0, 3 + 0, 1) kWh + 8 dias · 4 kWh]
kWh
TE = R$ 85, 28
Para a tarifa branca, tem-se faixas de horário fora ponta, intermediário e ponta:
R$
TE,f p = 0, 45 · [22 dias · (3, 9 + 0, 1) kWh + 8 dias · 4 kWh]
kWh
TE,f p = R$ 54, 00
R$
TE,i = 0, 58 · [22 dias · (0, 2 + 0, 3) kWh]
kWh
TE,i = R$ 6, 38
R$
TE,p = 0, 88 · [22 dias · 1, 5 kWh]
kWh
TE,p = R$ 29, 04
O valor equivalente na tarifa branca é:
TB = R$ 89, 42
Observa-se que a tarifa convencional é mais conveniente para o consumidor sob estudo.
89
Exemplo
Considere que uma empresa, do grupo A4, esteja sob tarifa verde. Considere que a mesma
consumiu 80 MWh no mês, sendo 10 MWh em perı́odo de ponta. Considere que a demanda
contratada pela empresa seja de 250 kW. Considere ainda que esteja em vigor a bandeira amarela
e que não houve ultrapassagem na demanda contratada. Calcule o valor da tarifa de energia,
desconsiderando os tributos.
Ef,p = Et − Ep
R$ R$ R$
TE = 10 · 103 kWh · 1, 23 + 70 · 103 kWh · 0, 37 + 80 · 103 kWh · 0, 010
| {z kWh} | {z kWh} | {z kWh}
Tarifa na ponta Tarifa fora de ponta Tarifa da bandeira amarela
TE = R$ 39.000, 00
O preço da demanda é:
R$
TD = 250 kW · 12, 30
kW
TD = R$ 3.075, 00
Como não existe ultrapassagem, o preço total da fatura é:
TV = 39000 + 3075
TV = R$ 42.075, 00
90
Exemplo
Uma empresa atualmente possui demanda contratada de 210 kW e está sob o regime de tarifa
convencional. Abaixo segue o histórico de demanda medida dessa empresa nos últimos cinco meses:
• Maio: 202,50 kW
• Junho: 222,20 kW
• Julho: 196,30 kW
• Agosto: 183,80 kW
• Setembro: 201,40 kW
Considerando os preços pagos em Santa Catarina, verifique qual valor de demanda contratada seria
melhor: 190 kW, 200 kW, 210 kW ou 220 kW.
91
• No mês de setembro o custo da demanda será: 220 · 12, 30 = R$ 2706, 00
Para a demanda de 220 kW, totaliza-se R$ 13557,10.
Observa-se que o melhor valor de demanda contratada é o de 200 kW.
Exemplo
Solução
Observa-se que a empresa consome uma hora de energia no horário de ponta do sistema (18h30
- 21h30), no perı́odo de 18h30 a 19h30. Além disso, com a tensão de atendimento de 30 kV, a
empresa caracteriza-se no subgrupo A3a.
O total de horas de funcionamento da empresa é de 11h/dia, sendo 10h/dia fora de ponta e
1h/dia na ponta.
Assim, a energia na ponta pode ser calculada como sendo:
1h/dia · 22dias/mês
Ep = · 74, 6MWh/mês = 6, 8MWh/mês
11h/dia · 22dias/mês
Assim, a energia fora de ponta pode ser calculada como sendo:
10h/dia · 22dias/mês
Ef p = · 74, 6MWh/mês = 68MWh/mês
11h/dia · 22dias/mês
O preço atual considerando a modalidade verde é composto pelos seguintes valores:
R$ R$
TE = PE,p · Ep + PE,f p · Ef p = 1, 23 · 6, 8 · 103 kWh + 0, 37 · 68 · 103 kWh
kWh kWh
TE = R$ 8364, 00 + R$ 25160, 00 = R$ 33524, 00
R$
TD = PD · Dc = 12, 30 · 250 kW = R$ 3075, 00
kW
TU = 0
O valor atual da tarifa é:
92
Para analisar a viabilidade de se alterar a modalidade tarifária para a tarifa azul, considera-
se que a demanda a ser contratada na ponta será de 250 kW. Dessa forma, tem-se a seguinte
composição do preço atual considerando a modalidade azul:
R$ R$
TE = PE,p · Ep + PE,f p · Ef p = 0, 54 · 6, 8 · 103 kWh + 0, 37 · 68 · 103 kWh = R$ 28832, 00
kWh kWh
R$ R$
TD = PD,p · Dc,p + PD,f p · Dc,f p = 28, 72 · 250 kW + 12, 30 · 250 kW = R$ 10255, 00
kW kW
TU = 0
O valor da tarifa na modalidade azul é:
93
• DEC: duração equivalente de interrupção por unidade consumidora, expressa em horas e
centésimos de hora;
• FEC: freqüência equivalente de interrupção por unidade consumidora, expressa em número
de interrupções e centésimos do número de interrupções;
A distribuidora deverá avisar aos consumidores sobre as interrupções programadas, com a data
da interrupção e o horário de inı́cio e término.
Os consumidores de baixa tensão deverão ser avisados por meios de comunicação, com an-
tecedência mı́nima de 72 (setenta e duas) horas em relação ao horário de inı́cio da interrupção.
94
(CICE) e deve conter ações de eficiência energética. Essas ações podem visar treinamento, proced-
imentos operativos, atualização tecnológica entre outros. A CICE é regulamentada pelo decreto
99.656 de 26/10/1990. Seu objetivo é propor, implementar e acompanhar medidas efetivas de
utilização racional de energia, bem como controlar e divulgar as informações mais relevantes.Deve
possuir um membro na direção e membros responsáveis pela comunicação, diagnóstico e monitora-
mento do consumo de energia na empresa.
Além disso, o planejamento energético deve basear-se em dados do consumo de energia da
empresa, bem como, no acompanhamento de ı́ndices de controle e na atuação para melhoria desses
ı́ndices.
Exemplo
Solução
A eficiência luminosa de uma lâmpada relaciona o fluxo luminoso emitido em relação à potência
necessária para alimentá-la. Para a lâmpada fluorescente compacta:
1600 lm
ηf luorescente = = 64 lm/W
25 W
A eficiência luminosa para a lâmpada LED é:
1600 lm
ηLED = = 100 lm/W
16 W
95
A lâmpada LED possui maior eficiência luminosa, ou seja, ela produz o mesmo fluxo luminoso
da lâmpada fluorescente mas com menor potência elétrica.
Considerando a vida útil, a lâmpada LED também é mais vantajosa, apresentando uma vida
útil de 20000 h contra 8000 h da fluorescente.
Para calcular o tempo necessário no qual a lâmpada LED torna-se mais vantajosa em relação
à lâmpada fluorescente, será utilizado o conceito de função matemática. Esta função matemática
descreverá o custo da energia utilizada para produzir o fluxo luminoso e o custo de aquisição da
lâmpada.
Para a lâmpada LED, tem-se que ela necessita de 16 W para gerar o fluxo luminoso de 1600 lm.
Ou seja, o custo da energia utilizada por ela é de:
R$ 16
0, 52 · [kW] · t [h]
kWh 1000
A variável t representa o tempo de utilização da lâmpada LED, em horas. Os termos dentro dos
colchetes indicam as unidades de medida.
O custo de aquisição da lâmpada LED é de:
R$ 30, 00
Assim, a função custo total da lâmpada LED é a soma do custo com a energia com o custo de
aquisição:
16
fLED (t) = 0, 52 · · t + 30
1000
Com o mesmo raciocı́nio, a função custo total da lâmpada fluorescente é:
25
ff luorescente (t) = 0, 52 · · t + 13, 9
1000
Para encontrar a partir de quantas horas de uso a lâmpada LED torna-se mais vantajosa, deve-se
descobrir a quantidade de horas na qual ambas as lâmpadas possuem o mesmo custo. Graficamente,
isto ocorre quando ambas as retas se interceptam, conforme ilustra-se no gráfico a seguir.
Observa-se que a lâmpada LED inicia com custo mais elevado do que a lâmpada fluorescente.
Entretanto, em um determinado ponto as funções custo se interceptam e o custo da LED passa a
ser mais vantajoso do que a lâmpada fluorescente.
Também é interessante notar que o eixo x do gráfico está mostrando um perı́odo de tempo de
8000 h. Este perı́odo é equivalente à vida útil da lâmpada fluorescente. Dessa forma, o custo da
fluorescente encareceria ainda mais, pois seria necessário a compra de uma nova lâmpada. Já a
lâmpada LED ainda duraria mais 12000 h.
Voltando ao raciocı́nio para descobrir a partir de quantas horas a lâmpada LED torna-se vanta-
josa, deve-se encontrar o ponto em que ambas as funções possuem o mesmo valor. Ou seja,
96
16 25
0, 52 · · t + 30 = 0, 52 · · t + 13, 9
1000 1000
8, 32 · 10−3 t + 30 = 13 · 10−3 t + 13, 9
4, 68 · 10−3 t = 16, 10
t = 3440, 17 h
A lâmpada LED torna-se vantajosa a partir de 3440,17 horas em relação à lâmpada fluorescente.
4. Indique o que é perı́odo seco e úmido e como esses conceitos relacionam-se com as bandeiras
tarifárias.
97
6. Qual a diferença entre horário de ponta e fora de ponta? Por que existe essa diferença?
9. Cite medidas para melhorar a eficiência energética em sua casa e em seu trabalho.
12. Detectou-se que uma determinada residência recebe 199 V de tensão RMS. Essa tensão pode
indicar baixa qualidade do produto ou baixa qualidade do serviço? Por quê?
98