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Versão 2

Luanda- 2015

ELECTRICIDADE BÁSICA

ELECTRICIDADE
BÁSICA

2ª VERSÃO

1
LUANDA 2021
ELECTRICIDADE BÁSICA

Copyright  2009 por CINFOTEC. Todos os direitos reservados Realização: Departamento de


Electricidade e Mecatrônica CINFOTEC Elaboração: bEngº. José K. Soma Figu Revisão técnica: Engº
Anselmo C.J. Azevedo e Engº Kizunga Garcia e Mateus de Barroswww. cinfotec.gv.ao

2
índice

1 Introdução 7
1.1 O que é a electricidade? ................................................................................................................ 7
1.2 A estrutura da Matéria.............................................................................................................. 7
1.3 Matéria ........................................................................................................................................... 8
1.3.4 Moléculas .................................................................................................................................. 8
São combinações de átomos. ......................................................................................................... 8
1.4 Estrutura dos átomos ...................................................................................................................... 9
1.5 Cargas eléctricas ........................................................................................................................... 10
1.5.1 Unidade de carga eléctrica .................................................................................................. 10
1.5.2 Múltiplos e submúltiplos usados em electrotécnica tabela para conversão de
base. ................................................................................................................................................... 12
2 Campo eléctrico .................................................................................................................................... 13
2.1 Processos de electrização........................................................................................................... 13
2.1.1 Electrização por atrito ............................................................................................................ 13
2.1.2 Electrização por contacto ..................................................................................................... 14
2.1.3 Electrização por indução....................................................................................................... 15
2.2 Descarga de cargas eléctricas ................................................................................................... 16
2.3 Diferença de potencial (ddp) ....................................................................................................... 16
2.3.1 Diferença de potencial e força electromotriz..................................................................... 17
3 Corrente eléctrica.................................................................................................................................. 18
3.1 Sentido da corrente eléctrica ........................................................................................................ 18
3.2 Tipos de correntes eléctricas ........................................................................................................ 20
3.4 Intensidade da corrente eléctrica ................................................................................................. 20
3.5 Carga eléctrica em Ampére-hora (ah) ........................................................................................ 21
4 Condutor eléctrico ................................................................................................................................. 22
5 Resistência eléctrica (R) ..................................................................................................................... 22
6 Lei de ohm ............................................................................................................................................. 24
7 Trabalho eléctrico ( ) .......................................................................................................................... 26
8 Energia eléctrica ................................................................................................................................... 28
8.1 Potência eléctrica .......................................................................................................................... 28
8.2 Lei de joule ..................................................................................................................................... 31
8.3 Temperatura: .................................................................................................................................. 35
8.3.1 Variação da resistência eléctrica em função da temperatura ......................................... 36
3
8.3.2 Coeficiente de temperatura .................................................................................................. 37
9 Exercícios............................................................................................................................................... 39
10 Resistores ............................................................................................................................................ 40
10.1 Associação de resistores ........................................................................................................... 43
10.2 Associação de resistores em série ........................................................................................... 44
10.3 Associação de resistores em paralelo ..................................................................................... 46
10.4 Associação mista de resistores ................................................................................................ 49
11 Multímetro............................................................................................................................................. 50
11.1 O voltímetro .................................................................................................................................... 51
11.2 Um Ohmímetro ............................................................................................................................... 51
11.3 O amperímetro ................................................................................................................................ 51
12 Esquemas eléctricos aplicados a circuitos de iluminação e tomadas........................................ 52
13 Simbologias Gráficas Segundo ABNT, DIN, ANSI, IEC ................................................................ 53
14 O esquema eléctrico unifilar e multifilar ........................................................................................... 58
14.1 Exemplos de Esquemas Eléctricos no Modo Unifilar e Multifilar ......................................... 58
15 Tipos de fornecimento de energia eléctrica ................................................................................... 63
15.1 Monofásico: .................................................................................................................................. 63
15.2 Bifásico: ........................................................................................................................................ 64
15.3 Trifásico: ....................................................................................................................................... 64
16 Padrão de entrada .............................................................................................................................. 65
16.1 Componentes típicos da entrada de energia eléctrica .......................................................... 66
17 Tipo de Fornecimento .......................................................................................................................... 69
17.1 Ligação de tomadas e comandos de iluminação ......................................................................... 70
18 Comandos de Iluminação .................................................................................................................... 71
18.1 Comando simples .......................................................................................................................... 71
18.2 Comando de duas seções .............................................................................................................. 72
18.3 Commando Three-Way ................................................................................................................. 73
18.4 Comando Four-Way ...................................................................................................................... 74
19 Tecnologia em materiais eléctricos .................................................................................................... 75
19.1 Eletrodutos e materiais acessórios ........................................................................................... 75
19.2 Caixas estampadas ........................................................................................................................ 77
19.3 Caixa octogonal (ponto de luz) .................................................................................................... 78
20 Disjuntores ........................................................................................................................................... 78
20.1 Divisão de circuitos ....................................................................................................................... 79
20.2 Elementos de circuitos ................................................................................................................. 79
20.2.1 Quadro de Distribuição de Circuitos (QDC): ..................................................................... 79
4
20.2.2 Disjuntores: ............................................................................................................................ 80
20.2.3 Condutores: ............................................................................................................................ 81
São os elementos de ligação entre o QDC e os pontos de luz ou de tomada, bem
como entre interruptores e pontos de luz. ...................................................................................... 81
20.2.4 Pontos de luz, e de tomadas: ................................................................................................. 81
São partes constituintes de um circuito. .......................................................................................... 81
21 Referências bibliográficas ................................................................................................................. 82

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Apresentação

Com o objectivo de apoiar e proporcionar a melhoria contínua no nível de


qualidade e produtividade da indústria, o CINFOTEC desenvolve programas de
educação profissional, além de prestar serviços técnicos e tecnológicos.

Essas actividades, com assuntos tecnológicos são voltadas para indústrias nos
vários ramos de actividade, através de programas de educação profissional,
consultorias e informação tecnológica, para profissionais da área industrial ou
para pessoas que desejam especializarem-se a visar participar no mercado de
trabalho.

Este material didáctico foi preparado para funcionar como instrumento de


consulta. Possui informações que são aplicáveis diariamente pelo profissional,
de forma prática e apresenta uma linguagem simples e de fácil assimilação.
É um meio que possibilita, de forma eficaz, o aperfeiçoamento do aluno através
do estudo do assunto apresentado no curso.

6
1 Introdução

A electricidade é uma das mais importantes formas de energia usada no


mundo de hoje. Sem ela, não existiria: iluminação adequada, comunicação de
rádio ou televisão, serviços telefónicos, equipamentos electrónicos,
electrodomésticos e etc. Além disso, sem a electricidade os serviços de
saúde seriam precários, o sector de transporte também não seria como é
actualmente, uma vez que a electricidade é usada em todos os tipos de
veículos. Uma análise rápida dos fatos leva a conclusão de que a electricidade
está presente em todos os campos da actividade humana.

1.1 O que é a electricidade?

Há certo tempo atrás se pensava que a electricidade era um fluido que podia
passar de um material para outro.

Hoje a ciência comprova através de experiências que a electricidade é


um fenómeno físico originado pela interacção entre pequeníssimas
partículas denominadas: electrões e prótons.
Essas partículas elementares estão presentes nos átomos de toda matéria
existente no universo. Portanto, para compreender a natureza da
electricidade é necessário primeiro entender um pouco da estrutura da
matéria.

1.2 A estrutura da Matéria

Em Física, se diz que matéria é tudo que tem massa e ocupa um lugar
no espaço. Toda matéria (água, ar, condutor eléctrico, nosso corpo, os
alimentos) é constituída por átomos. Os átomos se combinam e f ormam
as moléculas q u e v ã o d a r o r i g e m aos diversos t i p o s de m a t é r i a s
ou substâncias encontradas na natureza.

7
1.3 Matéria
Matéria é tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço.
Exemplo: uma gota de água

1.3.4 Moléculas

São combinações de átomos.

Os átomos se agrupam, formam as moléculas e dão origem a tudo que


existe na natureza.
2 Átomos de hidrogénio (H) se combinam com 1 átomo de oxigénio {O) e

formam uma molécula de água. (H 2 O).

O átomo é formado basicamente por três tipos de partículas que são


importantes para o estudo da electricidade: electrões, prótons e
neutrões.

Representação simplificada de um átomo qualquer

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1.4 Estrutura dos átomos

Etimologicamente, a palavra átomo deriva do Grego átomos que significa


indivisível. Até o início do século XX admitia-se que os átomos eram as
menores partículas do universo e que não mais poderiam se subdividir.
Hoje, sabe-se que o átomo é constituído por várias partículas subatómicas,
entre elas encontram-se três tipos de partículas importantes no estudo de
electricidade: electrões, prótons e neutrões.

O núcleo é a parte central do átomo onde se localizam os prótons e os


neutrões. Um átomo de um elemento qualquer difere do outro pelo número de
prótons em seu núcleo.
O protão é considerado parte permanente do núcleo sendo muito difícil
desalojá-lo do átomo. Os prótons possuem carga eléctrica positiva (+).
Os neutrões são partículas sem cargas eléctricas, eles unem-se aos prótons
e formam a massa atómica de cada elemento.
Os electrões são partículas mais leves, e localizam-se em orbitas em
torno do núcleo do átomo numa região chamada de eletrosfera. Os
electrões além de terem carga eléctrica, possuem energia cinética, isto é,
energia de movimento. Estão em contínuo movimento em torno do núcleo
que está parado. Os electrões possuem carga eléctrica negativa (-).

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1.5 Cargas eléctricas

Electrões e prótons interagem entre si por meio de forças de atracção, entre


um pronto e um electrão há uma atracção mútua, entretanto, um pronto
repele outro protão, o mesmo acontece entre dois electrões. Para explicar a
causa dessas interacções associa-se aos prótons uma propriedade física
denominada carga eléctrica. Convencionou-se que a carga do protão é
positiva (+) e a do electrão, negativa (-). As cargas do pronto e do electrão
têm o mesmo valor em módulo. Os neutrões não têm carga eléctrica, pois
não exercem acções eléctricas entre si.

1.5.1 Unidade de carga eléctrica

Através de experiências foi possível determinar a carga eléctrica do electrão


sendo esta denominada de carga elementar e o seu valor é igual em módulo
a carga eléctrica do protão.

10
11
1.5.2 Múltiplos e submúltiplos usados em electrotécnica tabela para conversão
de base.

12
2 Campo eléctrico

É manifestação de uma força numa região do espaço ao redor de uma carga


eléctrica, onde qualquer carga de prova (q) colocada nesta região sofre a
acção desta força. O campo eléctrico é comummente representado por
linhas imaginárias em torno do corpo carregado, conhecido como linhas de
força electrostática.
As linhas de força do campo magnético têm as
seguintes propriedades:

Sempre “saem” da carga positiva;


Sempre “chegam” na carga negativa;
Não se cruzam, mas se deformam, quando aproximadas de outras
linhas de força;
São invisíveis e só podem ser percebidas pelos efeitos que produzem.

2.1 Processos de electrização

Os processos básicos de electrização dos corpos são: atrito, contacto, e


indução.

2.1.1 Electrização por atrito

Quando dois corpos neutros são atritados entre si, haverá movimento de
elétrons. Os dois corpos ficarão electrizados, sendo um positivo (o que cedeu
elétrons) e negativo (o que recebeu elétrons).
Exemplo: atritando-se vidro com algodão, o vidro perderá elétrons, que
serão recebidos pelo algodão. Então, o vidro fica com carga positiva e o
13
algodão com carga negativa.

2.1.2 Electrização por contacto

Quando dois corpos com cargas eléctricas diferentes são colocados em


contacto, o excesso de electrões do corpo negativo será transferido para o
corpo com falta de elétrons até que ocorra o equilíbrio electrostático.

14
2.1.3 Electrização por indução

Aproximando um corpo “A” electrizado negativamente de um corpo condutor


“B”neutro isolado, seus elétrons livres serão repelidos para a extremidade oposta
mais afastada do corpo negativo “A”.

Dessa forma, o corpo neutro fica polarizado, ou seja, com excesso de electrão
numa extremidade (pólo negativo) e falta de elétrons na outra (pólo positivo).

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2.2 Descarga de cargas eléctricas

Quando dois corpos com cargas eléctricas elevadas são aproximados, os electrões
poderão “saltar” do corpo com carga eléctricas negativa para aquele com carga
eléctricas positiva antes mesmo dos dois entrarem em contacto. Nesse caso, será
observada uma centelha conhecida também como arco eléctrico. Esta transferência
de electrões é chamada de descarga.

O atrito entre uma nuvem e o ar que a cerca, desencadeia um processo de


electrização da nuvem que consequentemente se de descarrega originando o raio.

2.3 Diferença de potencial (ddp)

Dois corpos com cargas eléctricas desequilibradas sofrem uma força de interacção.

Ao interligarmos dois corpos por meio de um condutor, a força de interacção


provocada pelo desequilíbrio eléctrico, promoverá um fluxo de cargas eléctricas,
uma vez que a tendência natural dos corpos é se equilibrarem electricamente.

16
O desequilíbrio eléctrico entre os corpos provoca uma diferença de potencial que
por sua vez promove uma força de interacção que é denominada tensão eléctricas.

A tensão eléctricas é a força capaz de deslocar electrões de um ponto para


outro. A letra que simboliza a tensão é: E, U e V. Sua unidade de medida é o
volt

Quando dois corpos se equilibram electricamente não há força para impulsionar as


cargas, portanto, não há circulação corrente eléctricas.

2.3.1 Diferença de potencial e força electromotriz

Para se obter e manter uma diferença de potencial é necessário um agente que


tenha essa capacidade. A força electromotriz é o agente causador da diferença de
potencial. Quando um agente é capaz de realizar trabalho para causar movimento
dos electrões, tal como uma pilha, diz-se que ele dispõe de uma força electromotriz
(f.e.m.). A unidade de medida da força electromotriz é também volt.

17
3 Corrente eléctrica

Aplicando u m a d i f e r e n ç a d e p o t e n c i a l ( d d p ) n u m c o n d u t o r e l é c t r i co , os
s e u s e l e c t rõ e s livre s movimentam-se de forma ordenada do pólo negativo para
o pólo positivo.

3.1 Sentido da corrente eléctrica

No início da utilização da electricidade, o homem afirmava que algo se deslocava


através dos condutores e a este “algo”, todos começaram a chamar de carga
positiva. Desta forma, se entendia a corrente eléctricas, como o deslocamento, de
cargas positivas para a negativa.

Depois, com a descoberta do átomo e sua teoria atómica, chegou-se a conclusão


que, o deslocamento era de cargas negativas (electrões), ou seja, a corrente
eléctrica flui do borne negativo para o positivo. Como era muito grande o número
de componentes já em pleno funcionamento de baseado na teoria antiga, ficou
convencionado o seguinte:

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19
3.2 Tipos de correntes eléctricas

Há dois tipos de corrente: a corrente contínua CC (ou, em inglês, DC – Direct


Current) e a corrente alternada CA (ou, em inglês AC – Alterante Current). A
corrente contínua caracteriza-se por manter seu valor constante a qualquer
instante do tempo, enquanto a alternada, os valores de intensidade e sentido são
alterados em intervalos regulares de tempo.

3.4 Intensidade da corrente eléctrica

Denomina-se intensidade da corrente eléctricas a quantidade de carga que


atravessa a seção transversal de um condutor por unidade de tempo.
A unidade de medida da intensidade da corrente eléctrica é o ampere (A), que é
definido como a passagem de 1 coulomb por segundo na seção transversal do
condutor.
Então uma corrente de 1A corresponde a o fluxo de 6.280.000.000.000.000.000 o u

seja, (6,28 x 1018) electrões por segundo através da seção do condutor.

20
Onde:
I = intensidade da corrente eléctricas (Ampére)
Q = carga eléctricas (coulomb)
T = tempo (segundos)

3.5 Carga eléctrica em Ampére-hora (ah)

É comum o uso de circuitos eléctricos durante horas e, por isso, utiliza-se uma
unidade prática de quantidade de electricidade muito conveniente chamada
Ampére-hora (Ah). Um Ampére-hora é a quantidade de electricidade que passa
por um ponto do condutor durante o tempo de 1 hora, com uma intensidade de
corrente de 1ampère.

No exemplo ao abaixo, temos um circuito onde um acumulador (bateria) com carga


de 48 Ah, alimenta uma lâmpada que solicita uma corrente de 1A (um Ampére).
Nestas condições, a lâmpada fica acesa durante o tempo de 48 horas.

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Caso a lâmpada solicitasse uma corrente maior 2A, por exemplo, o tempo em que
ela permaneceria acesa seria menor, 24 horas

4 Condutor eléctrico

É todo meio que permite a movimentação de cargas eléctricas sem alterar suas
características físicas. Ex.: fio de cobre, gás ionizado, o ar em determinadas
condições, etc.

5 Resistência eléctrica (R)

Todo corpo condutor oferece uma oposição à passagem de corrente elétrica.


Resistências eléctricas é a capacidade que um corpo qualquer tem de se opor à
passagem de correntes eléctricas, quando existe uma diferença de potencial
aplicada neste. Esta grandeza é representada pela letra R. A Unidade de grandeza
desta oposição é o ohm (Ω).

22
5.1 Condutância (g)

A condutância é a grandeza que representa a facilidade com que a corrente elétrica


atravessa um corpo. Esta grandeza é representada pela letra G. Pode-se afirmar
que a condutância é o inverso da resistência elétrica. Unidade de grandeza da

condutância no SI é a Siemens (símbolo S, igual a Ω-1).

5 Circuito eléctrico

É um caminho electricamente completo, pelo qual circula ou pode circular uma


corrente eléctricas, quando se mantém uma d.d.p em seus terminais. Um circuito
eléctrico básico consiste de uma fonte de energia conectada a uma carga através de
condutores eléctricos e um dispositivo de controlo.

Fonte: fornece energia ao circuito.


Dispositivo de controlo: activa ou desactiva o circuito pela interrupção ou não
do fornecimento de energia.
Carga: utiliza a energia e a transforma em uma forma de trabalho útil.

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6 Lei de ohm

George Simon Ohm estudou a relação entre a tensão (d.d.p.), a intensidade da


corrente eléctricas e a resistência eléctricas e observou que:

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Esse estudo de George Simon Ohm, posteriormente passou a ser conhecido como LEI
DE OHM e é expresso em forma de equação:

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7 Trabalho eléctrico ( )

Em Física a definição de trabalho é: TRABALHO = FORÇA x DESLOCAMENTO


Então, pode-se concluir que quando cargas eléctricas são movimentadas sob a
acção de uma força electromotriz, um trabalho eléctrico é realizado.
O trabalho eléctrico é directamente proporcional a tensão (E) e a carga elétrica (Q)
do circuito.

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O trabalho de 1 JOULE é realizado quando há o transporte de 1 COULOMB de
carga elétrica de um ponto a outro, entre os quais existe uma diferença de potencial
de 1 VOLT.
Da definição acima, é possível matematicamente deduzir que:

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8 Energia eléctrica

Energia é a capacidade de produzir trabalho. Se algo tem capacidade de realizar


trabalho, entao,este dispõe de energia, logo, TRABALHO = ENERGIA.
Dessa forma, o máximo de trabalho que um corpo pode realizar corresponde ao
máximo de energia que ele possui. A energia tem a mesma unidade física do trabalho,
o joule (J), e para calcular a energia, utilizam-se as mesmas equações para o cálculo
do trabalho eléctrico.
A energia eléctrica proporciona o funcionamento dos equipamentos e aparelhos
eléctricos e electrónicos utilizados pelo homem.

8.1 Potência eléctrica


Energia e trabalho são praticamente a mesma coisa e ambas são expressa na mesma
unidade.
Entretanto, POTENCIA é diferente, porque leva em conta o tempo gasto na realização
do trabalho.
Portanto, potencia e a grandeza que determina a rapidez com que se produz trabalho
(ou consome energia) por unidade de tempo.
O watt e a unidade de potência referente ao trabalho de 1 joule no tempo de 1
segundo. Sob forma de equação,

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Unidade prática do consumo de energia eléctrica (wh)
Como já foi visto, o watt e o trabalho de 1 joule no tempo de 1 segundo. Entretanto,
existe uma necessidade de medir grandes quantidades de energia eléctrica.
Sendo assim, há uma unidade prática de consumo de energia eléctrica (trabalho):
watt-hora (Wh).

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Esta unidade aparece nas contas de energia e geralmente e expressa na forma de
múltiplo, ou seja, o quilowatt-hora (kWh). O cálculo da energia eléctrica em watt-hora
(Wh) e obtido através do produto da potência pelo tempo em horas.

Vejamos uma situação hipotética onde uma lâmpada fluorescente compacta de 23 W


fica acesa 7 horas por dia, durante 30 dias.

Se o preço do KWh cobrado pela concessionária de energia fosse kz 0,55 centavos, o


valor na conta de energia representado pelo consumo dessa lâmpada seria: 4,8 x 0,55
= kz 2,64.

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8.2 Lei de joule
Nos estudos dos circuitos eléctricos, observou-se que os condutores ao serem
percorridos por uma corrente eléctrica se aquecem. James Prescott Joule foi quem
estabeleceu experimentalmente que a energia eléctrica transportada por um condutor
e convertida em calor. Por esta razão, este fenómeno passou a ser conhecido como
efeito Joule. O efeito Joule traduz-se numa perda de energia nos condutores, quando a
finalidade do circuito não e o aquecimento. A Lei de Joule (também conhecida como
efeito Joule) expressa a relação entre o calor gerado e a corrente eléctrica que
percorre um condutor em determinado tempo. A Lei de Joule pode ser enunciada da
seguinte forma:

De acordo com o fenómeno traduzido pela lei de Joule, e o calor, ou melhor, a


quantidade de calor, que se desenvolve quando uma corrente percorre um condutor
que e responsável por muitos incêndios que tem origem eléctrica.

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O aquecimento dos condutores quando são percorridos por corrente eléctrica, eleva a
sua temperatura, que pode ultrapassar o valor máximo suportado pelos isolamentos
envelhecendo-os prematuramente, chegando até mesmo a fundi-los.
Assim, para cada tipo de cabo e para cada secção dos condutores, há limites máximos
da intensidade da corrente que os pode percorrer de forma permanente, sem perigo de
aquecimento excessivo. O efeito Joule tem grandes inconvenientes e é responsável
por alguns desastres. No entanto também tem aplicações práticas úteis (em aparelhos
electrodomésticos, por exemplo, fogões, secadores, torradeira, lâmpadas
incandescentes, aquecedores) e até aplicáveis na segurança de pessoas e bens
contra riscos eléctricos, como e o caso dos corta-circuitos ou simplesmente fusíveis.
A calorimetria e a parte da física que estuda os fenómenos decorrentes da
transferência dessa forma de energia chamada calor. Dos estudos da calorimetria
temos que a variação de temperatura de um corpo qualquer obedece a seguinte
relação:

De posse destas fórmulas podemos determinar, por exemplo, o tempo e as


especificações técnicas para que um aquecedor eléctrico possa variar a temperatura
de um determinado corpo.

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Resistência eléctrica dos corpos - segunda lei de ohm
Todo material condutor oferece resistência a passagem da corrente eléctrica, e esta
resistência depende dos seguintes factores: área de seção transversal, comprimento,
natureza do material e a sua temperatura.

Área de seção transversal: a corrente eléctrica pode ser comparada ao fluxo de água
em um cano: quanto maior o diâmetro do cano, menor será a dificuldade com que a
água ira fluir.
Assim, aumentando a área de seção transversal (diâmetro) do condutor, menor será a
resistência oferecida a corrente eléctrica e vice-versa.

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Comprimento: A resistência eléctrica aumenta ou diminui na mesma proporção com
que se aumenta ou diminui o comprimento do condutor. Quanto maior o comprimento
do condutor, maior será asua resistência.

Natureza do material: cada tipo de material tem uma constituição diferente quanto a
organização dos átomos em suas estruturas. Assim, um fio de cobre e um fio de
niquelcromo tem resistências diferentes, mesmo que apresentem características
geométricas iguais.

34
8.3 Temperatura:
Na maioria dos materiais, o aumento da temperatura acarreta num aumento da
resistência, pois aumenta a agitação das partículas que constitui cada substância e
Consequentemente aumentam as colisões entre os electrões livres e os átomos no
interior do condutor.

35
8.3.1 Variação da resistência eléctrica em função da temperatura

A resistência eléctrica de um condutor varia com a temperatura. No caso dos metais a


resistência aumenta quando a temperatura aumenta. Mas, há certas substâncias cuja
resistência diminui a medida que a temperatura aumenta, e o caso do carvão, vidro,
porcelana e os líquidos. Entretanto, existem aqueles em que a resistência permanece
inalterada: constantan (liga de cobre e níquel), manganina (liga de cobre e manganês),
niquelina (liga de cobre, manganês e níquel).

36
8.3.2 Coeficiente de temperatura

A razão com que a resistência de uma substância varia por ohm e por grau de
temperatura e Chamada de coeficiente de temperatura. A resistência do cobre se
anula a -234,5 °C. Se um condutor de cobre tiver 1Ω de resistência numa temperatura
de 0 °C e esta temperatura for diminuída até alcançar -234,5 °C, sua resistência cairá
a zero.

Concluímos que a resistência decresceu 0,00427 ohm por cada grau de diminuição de
temperatura.
Este valor e denominado de coeficiente de temperatura do cobre. Vale ressaltar que
para usar este coeficiente a temperatura inicial a considerar e de 0 °C.
Para determinar o coeficiente de temperatura ou o ponto em que a resistência se
anula, em qualquer substância cuja resistência varie uniformemente em função da
temperatura, temos:

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38
9 Exercícios

1. Determine o coeficiente da temperatura do tungsténio uma vez que a sua resistência


se anula a -180 °C.

2. Sabendo-se que o coeficiente da temperatura do cobre e de 0,00427, determine a


resistência de um condutor a 200 °C que apresentava uma resistência de 5 W a 30 °C.

3. Calcular a resistência de um condutor de cobre comercial 50 °C , sabendo-se que a


20 °C sua resistência e de 30 W.

4. Num condutor de 10m de comprimento e secção transversal 2,2mm2 foi aplicado


uma tensão de 110 V nas suas extremidades. Colocando um amperímetro verificou-se
uma corrente de 10 A, calcule a resistividade do material que constitui o fio.

5. Um resistor e percorrido por uma corrente de 5,6 A na temperatura de 20 °C. Sendo


0,004 °C-1o coeficiente de temperatura do material que constitui o resistor, determine a
intensidade de corrente que o percorrera na temperatura de 120 °C, mantida constante
a tensão eléctrica.

6. Um condutor de alumínio tem 40 m de comprimento e 2,91 mm de diâmetro. Calcule


a resistência eléctrica desse condutor levando em consideração que neste local por
deficiência de ventilação há uma elevação de temperatura de 20°C para 39°C.

7. O enrolamento de cobre de uma maquina possui um valor de resistência a 20 °C de


80 Ω. Qual o valor da sua resistência a 70 °C?

8. Qual e a resistência de um condutor de cobre a 50 °C, sabendo-se que a 20 °C sua


resistência e de 30 Ω?

9. Determine a resistência de um condutor de cobre aquecido a 100 °C, sabendo-se


que este apresentava uma resistência de 5 Ω a 30 °C.

39
10 Resistores

São elementos fabricados especialmente param oferecer um determinado valor de


oposição (resistência) a passagem de corrente eléctrica, limitando sua intensidade no
circuito eléctrico.
Para que as indústrias de componentes pudessem produzir resistores em série,
tornou-se necessário adoptar um padrão universal que permita sua identificação.
O corpo do resistor e feito de carbono e é pintado com faixas coloridas, onde cada
faixa, na sequencia, identifica o valor do resistor, bem como a margem de erro
admitida.

40
A precisão do resistor depende da natureza dos materiais empregados na fabricação,
encarecendo o custo. Desta forma, criou-se um padrão de tolerância em torno do valor
do resistor que pode ser de 20%, 10% e 5%. Ao colocar um resistor no circuito deve-se
levar em conta a sua tolerância, uma vez que o seu valor pode oscilar entre o
especificado 20, 10 e 5% , re s pe ctiva m e nte .
Os resistores são construídos levando-se em consideração a resistência e a potência
dissipada pelo efeito joule. Sabendo o valor da resistência e a maior potencia que o
resistor pode de dissipar, determina-se a máxima tensão que pode ser aplicada ao
mesmo.

41
42
10.1 Associação de resistores

Os resistores dependendo de como são ligados, podem formar uma associação em


série, em paralelo ou mista. Podemos obter diversos valores de resistência interligando
resistores entre si.
Em qualquer situação existira sempre um valor equivalente das associações que pode
substituir os resistores das associações. Portanto, a resistência equivalente e o valor
que produz no circuito o mesmo efeito que todas as resistências originais juntas.
Numa residência, as lâmpadas e os diversos tipos de aparelhos eléctricos formam uma
associação de resistência.

43
10.2 Associação de resistores em série

Na associação em série os resistores têm seus terminais ligados sucessivamente do


terminal de um ao terminal do outro.

Características da associacao-serie:

44
Obs.: Numa associação em série o valor da resistência equivalente será sempre maior
que a maior das resistências associadas.

45
10.3 Associação de resistores em paralelo

Na associação em paralelo todos os resistores têm seus terminais ligados a um ponto


comum na associação.

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47
48
10.4 Associação mista de resistores

A associação mista e aquela em que os componentes estão ligados em série e em


paralelo ao mesmo tempo. A resolução desse tipo de circuito obedece as regras para a
associação em série e em paralelo.

49
11 Multímetro

O multímetro, ou multitester, é um equipamento utilizado para medições de componentes


elétricos, mas muitos dos seus recursos são extremamente úteis em sonorização. É um dos
componentes indispensáveis na maleta de ferramentas do técnico e é importantíssimo sabermos
utilizá-lo corretamente.

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11.1 O voltímetro
É um aparelho que realiza medições de tensão eléctrica em um circuito. Ele exibe essas
medições, geralmente, por meio de um ponteiro móvel ou um mostrador digital, de cristal
líquido (LCD) por exemplo. A unidade apresentada geralmente é o volt.

11.2 Um Ohmímetro
É um instrumento de medida eléctrica que mede a resistência eléctrica Ou seja, a oposição à
passagem da corrente eléctrica.

11.3 O amperímetro
É um instrumento utilizado para fazer a medida da intensidade no fluxo da corrente eléctrica
que passa através da sessão transversal de um condutor. A unidade usada é o Ampére.

51
12 Esquemas eléctricos aplicados a circuitos de iluminação e tomadas

Os esquemas e diagramas das instalações eléctricas indústrias são representados


a partir das conexões eléctricas feitas através de condutores de:
- Fios, cabos ou barramentos
-Entre os dispositivos e equipamentos utilizados para manobra, comando,
protecção, sinalização, seccionamento, e demais dispositivos.
Todos dispositivos são desenhados, segundo a simbologia normatizada, no seu
estado natural desenergizado, ou, no caso de dispositivos de actuação sob acção de
esforço mecânico, como, botoeiras e seccionadores manuais, no seu estado natural
sem a acção do esforço mecânico.

52
13 Simbologias Gráficas Segundo ABNT, DIN, ANSI, IEC

Nº Significado AB DIN ANSI IEC


1 Tensão continua DC
Tensão alternada AC
2

Tensão continua e
3 alternada

Ex. de tensão
1Phase-2 wire-
4 alternada, 1~ 60 Hz 1~ 60 Hz 1~ 60 Hz
60 Hz
monofásica, 60 Hz
Ex. de tensão (220V)
3Phase-3 wire-
5 alternada, trifásica, 3 1~ 60 Hz 1~ 60 Hz 220V 1~ 60 Hz 220V
60 Hz-220V
condutores, 60 Hz 220V

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14 O esquema eléctrico unifilar e multifilar

14.1 Exemplos de Esquemas Eléctricos no Modo Unifilar e Multifilar

Exemplo 1: Instalação de uma lâmpada incandescente energizada a partir de um


interruptor simples

Exemplo 2 : Instalação de uma lâmpada incandescente energizada a partir de um interruptor


Simples conjugado com uma tomada 2P.

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Exemplo 3 : Instalação de duas lâmpadas fluorescentes com reactores comuns accionados por
Interruptor simples.

59
Exemplo 4: Instalações típicas em uma residência. Planta baixa.
Planta baixa de uma residência de dois pavimentos. Condutores embutidos dentro de
electrocuto com indicação do circuito alimentador por numeração. Indicação do valor
nominal da carga instalada do circuito de iluminação em Watts, assim como as
derivações dos electrocuto a partir das caixas de derivação instaladas no teto.
Piso superior com circuitos alimentados via electrocuto localizado na lateral esquerda
da escada de acesso ao segundo piso. Electrocuto de ligação via primeiro piso.

60
61
62
15 Tipos de fornecimento de energia eléctrica

15.1 Monofásico:
Feito a dois fios: uma fase e um neutro, com tensão de 110 Va, 127 Va ou 220 Va.
Normalmente, é utilizado nos casos em que a potência activa total da instalação é
inferior a 12 kW.

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15.2 Bifásico:

Feito a três fios: duas fases e um neutro, com tensão de 110 ou 127 Va entre fase
e neutro e de 220 Va entre fase e fase. Normalmente, é utilizado nos casos em que a
potência activa total da instalação é maior que 12 kW e inferior a 25 KW. É o mais
utilizado em instalações residenciais.

15.3 Trifásico:
Feito a quatro fios: três fases e um neutro, com tensão de 110 ou 127 Va entre fase e
neutro e de 220 VA entre fase e fase. Normalmente, é utilizado nos casos em que a
potência activa total da instalação é maior que 25 kW e inferior a 75 kW, ou quando
houver motores trifásicos ligados à instalação.

64
16 Padrão de entrada

Uma vez determinado o tipo de fornecimento, pode se determinar também o padrão de


entrada, que vem a ser, o poste com isolador, a roldana, a bengala, a caixa de
medição e a haste de terra, que devem ser instalados de acordo com as especifica
cações técnicas da concessionária para o tipo de fornecimento Com o padrão de
entrada pronto e definido, de acordo com as normas técnicas, é dever da
concessionária fazer uma inspecção. Se a instalação estiver correta, a concessionária
instala e liga o medidor e o ramal de serviço.

65
16.1 Componentes típicos da entrada de energia eléctrica

66
Simbologia

Para a interpretação de um projecto eléctrico é fundamental a utilização correta da


simbologia padrão definida pela NBR 5444. Em cada símbolo podem ser encontrados
um ou mais caracteres indicando:

n – número do circuito ao qual pertence;


A – interruptor (es) ao qual está ligado;
x – potência total do ponto (VA).

É essencial a utilização de uma legenda no projecto, uma vez que há a possibilidade de a


simbologia n o r m a l i z a d a ser modificada. A tabela a seguir descreve os
principais símbolos utilizados em projectos de instalações eléctricas.

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Símbolo Descriçã OB
Ponto de luz no teto. Indicar o nº de A letra minúscula indica o
lâmpadas e a potência ponto de comando e
o
Ponto de luz na parede
número entre dois traços
(arandela)
o
Interruptor simples A letra minúscula indica
o ponto comandado
Interruptor duplo ou de duas seções
As letras minúsculas
indicam os
Interruptor de três seções pontos comandados

Interruptor three-way
A letra minúscula indica
Interruptor intermediário ou
four-way
o ponto comandado

Tomada a 30cm de altura do piso

A potência deverá ser


Tomada a 130cm de altura do piso
indicada ao lado em VA como
também o nº do circuito
Tomada a 200cm de altura do piso correspondente

Eletroduto embutido no teto


Eletroduto embutido
na parede
Para todas as dimensões
Eletroduto embutido no piso
em mm
Eletroduto que sobe indicar a seção, se esta não
for
Eletroduto que desce de 20 mm.
Condutor de fase no interior do
eletroduto

Condutor neutro no interior do


eletroduto Cada traço vertical
representa um condutor.
Condutor de retorno
Indicar a seção o nº
no interior
do circuito (fase)
Condutores de retorno paralelo e letra do
no Interior comando de
Condutor terra no interior do
luz
correspondente
eletroduto
Quadro de distribuição de circuitos

Quadro de distribuição geral


embutido

68
17 Tipo de Fornecimento

O tipo de fornecimento define o número de fases que irão alimentar a instalação eléctrica.
Está relacionado com a carga instalada. A determinação do tipo de fornecimento, para
o caso de Minas Gerais, deve ser feito de acordo com as normas da CEMIG, ND-5.1 e ND-
5.2. Esta última esta associada à primeira e será utilizada posteriormente, quando do
projecto de edificações colectivas.

TIPO FORNECIMENTO CARGA INSTALADA (C)


1 Fase + neutro (2 fios)
A C ≤ 13kW
Tensão de 127V
2 fases + neutro (3 fios)
B 13kW < C ≤ 20kW
Tensão de 127V e 220V
3 Fases + neutro (4 fios)
C 20kW<C ≤ 75kW
Tensão de 127V e 220V

69
17.1 Ligação de tomadas e comandos de iluminação

O padrão de cor utilizado para identificação dos condutores é descrito no item 6.1.5.3 da
NBR 5410:2004.

Ainda de acordo com a NBR 5410:2004, o item 5.6.6.1.2 define que o neutro NUNCA
deve ser seccionado (em circuitos de iluminação).

17.2 Ligação de pontos de tomadas

70
18 Comandos de Iluminação

18.1 Comando simples

Um único interruptor accionando um ou mais pontos de luz. Deve-se observar a corrente


máxima suportada pelo interruptor para o accionamento de mais de um ponto.

Diagrama esquemático:

A 100
A

71
18.2 Comando de duas seções

Dois interruptores accionando dois conjuntos de um ou mais pontos de luz. Deve-se


observar a corrente máxima suportada pelos interruptores para accionamento de vários
pontos.

Diagrama esquemático:

100
AB
A

B
A B
100
B

72
18.3 Commando Three-Way

Comando que utiliza dois interruptores de modo a accionar um ponto ou conjunto de


pontos de locais distintos. Usualmente utilizado em escadas, corredores de tamanho
médio, salas compridas, etc. Deve-se atentar ao fato de que este tipo de comando é feito
utilizando-se interruptores específicos. Não é raro encontrar instalações onde há
tentativa de implementar este tipo de comando utilizando interruptores simples.
Obviamente, o resultado não é satisfatório.

Diagrama esquemático:

A 100
A

A A

73
18.4 Comando Four-Way

O comando four-way é utilizado de maneira similar ao three-way. Entretanto, é possível


accionar um mesmo ponto ou um conjunto de pontos de luz a partir de n locais. A
configuração para este circuito de comando utiliza 2 interruptores three-way e n – 2
interruptores four-way.

Diagrama esquemático:

A 100
A

A A

74
19 Tecnologia em materiais eléctricos

Além das tomadas e interruptores expostos anteriormente, devem ser levados em conta
outros materiais eléctricos para o projecto de instalações.

É de fundamental importância verificar o tipo de instalação dos eletrodutos e caixas


estampadas (embutidos ou expostos). Para a presente disciplina, por tratar dos critérios
de projecto quando da instalação utilizando materiais embutidos, não serão tratadas as
técnicas e materiais de instalação expostos. No entanto, os materiais e conceitos aqui
estudados podem facilmente ser adaptados a esta situação.

19.1 Eletrodutos e materiais acessórios

São considerados eletrodutos apenas dutos resistentes à conformação mecânica e não


propagadores de chamas. Podem ser classificados como:
• Rígidos
 Metálicos
 Plásticos (PVC)
• Flexíveis
 Metálicos (Conduites)
 Plásticos (Corrugado)
• Especiais
 Fibro-cimento
 Ferro galvanizado
Exemplos de eletrodutos

75
• Acessórios
o Curvas

o Luvas

o Bucha e arruela

76
19.2 Caixas estampadas

São caixas utilizadas para colocação de interruptores e tomadas. Servem ainda para
conter derivações e emendas e como caixas de passagem. Podem ser de 5x10cm (2x4
pol)

77
19.3 Caixa octogonal (ponto de luz)

São caixas próprias para a utilização como pontos de luz. Algumas delas possuem fundo
móvel, possibilitando a fixação de eletrodutos. Servem ainda como caixas de passagens e
para conter emendas e derivações.

20 Disjuntores

Dispositivos de protecção e interrupção eventual de circuitos. Mais detalhes serão dados


na etapa de dimensionamento de disjuntores. Podem ser monopolares, bipolares ou
tripolares, de acordo com o número de fases do circuito.

78
Existem ainda os dispositivos Diferenciais Residuais (DR). Eles podem ser interruptores
ou disjuntores. Mais detalhes na seção de dimensionamento de disjuntores.

20.1 Divisão de circuitos

Definição: circuito é o conjunto de equipamentos e condutores eléctricos ligados ao


mesmo dispositivo de protecção (disjuntor convencional ou DR).

20.2 Elementos de circuitos

20.2.1 Quadro de Distribuição de Circuitos (QDC):

Componente da instalação que recebe os condutores o r i u n d o s d o quadro de medição.


Nele também se encontram os dispositivos de protecção.

79
Em residências, o quadro de distribuição deve ser instalado próximo ao centro das
cargas da instalação. Isto é, preferencialmente, próximo aos pontos em que há um maior
consumo de energia. Desta forma, permite-se uma economia devido ao
dimensionamento de condutores de menores bitolas, graças a menores quedas de
tensão.

20.2.2 Disjuntores:

Dispositivos electromecânicos de protecção e seccionamento de circuitos. Esta protecção


pode estar relacionada com sobrecorrentes ou correntes de faltas. Uma sobrecorrente é
uma corrente eléctrica cujo valor excede, em pequena escala, o valor da corrente nominal
ou valor normal de funcionamento do equipamento. Uma falta está relacionada falta de
alimentação de determinado equipamento, provocada por uma corrente muito superior
à corrente nominal, denominada corrente de falta. Esta corrente está associada a curtos-
circuitos.
80
20.2.3 Condutores:

São os elementos de ligação entre o QDC e os pontos de luz ou de tomada, bem como
entre interruptores e pontos de luz.

20.2.4 Pontos de luz, e de tomadas:

São partes constituintes de um circuito.

Toda instalação eléctricas deve ser dividida em tantos circuitos quantos forem
necessários. Isto proporciona facilidade de manutenção, inspecção e alimentação a
outras partes da instalação quando do defeito de um circuito.

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21 Referências bibliográficas

Centro de Treinamento – Apostila 036 – Electrotécnica – Ilha Solteira – CESP1978


Creder,Hélio – Instalações Eléctricas – 11ª Ed – Livros Técnicos e Científicos Editora
Reis, Jorge Santos & Freitas, Roberto de Segurança em Electricidade – 2ª Ed - São Paulo
- Fundacentro, 1985 - 103p.
Van Valkenburg, Nooges & Neville – Electricidade Básica – V 1, 2, 3 – Rio de Janeiro –
Livraria Freitas Bastos – Edição 1972 – 384P
Apostilas / Manuais / Normas e Procedimentos cedidos pelas Empresas:
AES Eletropaulo;
AES Tietê;
Bandeirante Energia;
CPFL Energia;
CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Eléctrica Paulista);
ELEKTRO Electricidade e Serviços S.A.

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