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Preparando você para um futuro melhor!

CURSO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL.


ELÉTRICA PREDIAL E RESIDENCIAL – NÍVEL BÁSICO
TOTALMENTE GRATUITO!

1
Curiosidade não combina com eletricidade
A qualificação profissional é o primeiro passo para uma instalação elétrica bem sucedida,

pois não basta ter um bom projeto elétrico e utilizar materiais certificados se o profissional

responsável pela instalação for qualificado e, principalmente, não conhecer as normas de

segurança.

Atualmente, todo profissional que trabalha direta ou indiretamente com eletricidade é

obrigado a ter o curso NR-10 de segurança em instalações e serviços em eletricidade,

cuja validade é de 2 anos.

A instalação elétrica é uma das etapas mais delicadas da obra e, caso seja mal feita, pode

trazer riscos que vão desde o consumo exagerado de energia até curtos-circuitos no

sistema elétrico ocasionados pela fuga de corrente.

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Sumário
1. O QUE É ELETRICIDADE? ........................................................................................................ 6
Grandezas elétricas .................................................................................................. 7
1.1.1. Múltiplos de grandezas elétricas.......................................................... 7

1.1.2. Exemplos de múltiplos de grandezas elétricas .................................... 8

Resistividade elétrica ................................................................................................ 8


Tensão alternada ...................................................................................................... 9
Lei de ohm e Potência elétrica ................................................................................ 10
Circuito elétrico ....................................................................................................... 10
1.1.3. Tipos de circuitos elétricos ................................................................ 11

Exercícios................................................................................................................ 12
2. INSTRUMENTOS E EQUIPAMENTOS .................................................................................... 13
Instrumentos de medição ........................................................................................ 13
2.1.1. Multímetro .......................................................................................... 13

2.1.3. Alicate Volt-Amperímetro ................................................................... 15

Ferramentas ............................................................................................................ 15
2.1.4. Alicates .............................................................................................. 15

2.1.5. Chaves de fenda................................................................................ 16

2.1.6. Isolantes ............................................................................................ 16


3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO DE UM CIRCUITO ELÉTRICO ........................................ 17
Disjuntor termomagnético ....................................................................................... 17
3.1.1. Curvas de disparo.............................................................................. 18

Interruptor diferencial residual “IDR” ....................................................................... 19


3.1.2. Conceito de funcionamento ............................................................... 19

Dispositivo de proteção contra surtos (DPS) .......................................................... 20


4. EMENDAS ................................................................................................................................. 20
Emendas em prolongamento – Procedimento ........................................................ 21
Emendas em prolongamento dentro das caixas de ligação – Procedimento .......... 21
Derivação – Procedimento ...................................................................................... 21
5. DESENHO TÉCNICO NA ÁREA DA ELETRICIDADE ............................................................. 22
Utilização de diagramas elétricos............................................................................ 22
Simbologia gráfica................................................................................................... 23
Diagrama funcional ................................................................................................. 26
Diagrama multifilar .................................................................................................. 26
Diagrama unifilar ..................................................................................................... 27
Exercícios................................................................................................................ 27
6. ILUMINAÇÃO ............................................................................................................................ 27
Lâmpada incandescente ......................................................................................... 27

3
Lâmpada Fluorescente ........................................................................................... 28
6.1.1. Receptáculo ....................................................................................... 29

6.1.2. Reator ................................................................................................ 29

Lâmpada de LED .................................................................................................... 30


6.1.3. Princípio de funcionamento ............................................................... 30

Quantidade de lâmpadas por ambiente .................................................................. 31


Exercícios................................................................................................................ 32
7. ESQUEMAS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ......................................................................... 33
Interruptores ............................................................................................................ 33
7.1.1. Interruptor simples ............................................................................. 33

7.1.2. Interruptor de varias seções .............................................................. 33

7.1.3. Interruptor paralelo (“three-way”) ....................................................... 33

7.1.4. Interruptor intermediário (“four-way”) ................................................. 34

Variador de luminosidade (“dimmer”) ...................................................................... 35


Cigarra elétrica ........................................................................................................ 35
7.1.5. Ligação de campainhas e cigarras .................................................... 36

Minuteria ................................................................................................................. 36
7.1.6. Funcionamento e ligação ................................................................... 36

Rele fotoelétrico ...................................................................................................... 37


Interruptor automático de presença ........................................................................ 38
Tomadas ................................................................................................................. 38
Chuveiro elétrico ..................................................................................................... 38
7.1.7. Princípio de funcionamento do chuveiro elétrico ............................... 39

Exercícios................................................................................................................ 40
8. CONDUTORES ELÉTRICOS.................................................................................................... 40
Importância da flexibilidade nas instalações elétricas ............................................. 41
Condutores e linhas aéreas NBR 5410 ................................................................... 41
Condutor de proteção – PE ..................................................................................... 41
8.1.1. Como instalar o fio terra .................................................................... 42

Exercícios................................................................................................................ 42
9. DIMENSIONAMENTO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ......................................................... 43
Cálculo de consumo ................................................................................................ 43
Fator de potência e fator de demanda .................................................................... 43
Levantamento de cargas e divisão de circuitos....................................................... 44
9.1.1. Divisão das instalações ..................................................................... 44

9.1.2. Iluminação ......................................................................................... 45

4
9.1.3. Tomadas............................................................................................ 45

9.1.4. Calculo de demanda .......................................................................... 46

Seção mínima dos condutores – Conforme NBR 5410 ........................................... 47


Critério da máxima corrente admissível .................................................................. 49
Critério da máxima queda de tensão admissível ..................................................... 49
Materiais elétricos ................................................................................................... 52
Levantamento de material ....................................................................................... 52
Exercícios................................................................................................................ 53
10. REDE PUBLICA DE BAIXA TENSÃO ....................................................................................... 53
Quadro de distribuição ............................................................................................ 54
Circuito elétrico ....................................................................................................... 54
11. ANEXO ...................................................................................................................................... 55
12. Microempreendedor Individual (MEI) ........................................................................................ 59
13. Normas Regulamentadoras: ...................................................................................................... 63
14. Construção Civil:........................................................................................................................ 66

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1. O QUE É ELETRICIDADE?
Eletricidade é o conjunto de fenômenos naturais que envolvem a existência de
cargas elétricas estacionárias ou em movimento e está vinculada ao estado dos átomos
da matéria. Baseada no movimento de cargas elétricas, a eletricidade é um fenômeno
natural que resulta da existência de cargas elétricas nos átomos que constituem a matéria.
No núcleo de cada átomo se encontram cargas elétricas positivas fixas (prótons) e em
torno desse núcleo ha cargas elétricas negativas móveis (elétrons), Figura 01.

Figura 01 – Representação de um átomo em equilíbrio.

O átomo se encontra em equilíbrio elétrico, ou seja, o balanço de sua carga total é


zero, pois há cargas positivas e negativas em igual número. Se forem extraídos alguns
elétrons o equilíbrio é quebrado e o átomo fica ionizado, ou seja, com excesso de cargas
positivas. Algumas substâncias como o vidro, a ebonite e o âmbar apresentam a
propriedade de se ionizar quando são friccionadas.
Charles Du Fay fez várias descobertas no campo da eletricidade e foi um dos
primeiros a observar os efeitos em corpos eletrizados por meio de fricção de materiais,
verificando que dois corpos eletrizados próximos exercem forças entre si de atração, se
as cargas forem de sinal contrario e de repulsão caso tenham o mesmo sinal, Figura 02.

Figura 02 – Princípio de Du Fay.

Após as descobertas de Du Fay, o homem aprendeu novos métodos para criar


diferenças de potencial (ddp) artificialmente visando ser capaz de produzir corrente
elétrica e poder utilizar seus efeitos, criando aparelhos denominados geradores elétricos.

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Grandezas elétricas
Grandeza é tudo aquilo que pode ser medido e possui pelo menos uma das
seguintes características: Um símbolo, uma unidade, um instrumento de medida e uma
relação matemática com outras grandezas. As grandezas elétricas são grandezas que
provocam ou são provocadas por feitos elétricos ou que contribuam ou interferem nesses
efeitos. As principais grandezas elétricas são:

a) Corrente Elétrica – É o movimento ordenado de elétrons dentro de um material


condutor. Sua unidade de medida é o Ampere abreviado pela letra “A”. O instrumento
de medida é o Amperímetro.
b) Tensão elétrica – É a força que movimenta os elétrons também conhecida como a
diferença de potencial elétrico entre dois pontos (ddp) ou Força Eletromotriz (FEM).
Sua unidade de medida é o VOLT abreviado pela letra “V”. O instrumento de medida
é o Voltímetro:
c) Resistência elétrica – É a oposição oferecida pelo material condutor à passagem
de corrente elétrica. Sua unidade de medida é o Ohm abreviado pela letra grega
ômega “Ω”. O instrumento de medida é o Ohmímetro.
d) Potência elétrica – É a energia consumida por unidade de tempo ou rapidez com
que se gasta a energia elétrica. Sua unidade de medida é o Watt abreviado pela letra
“W”. O instrumento de medida é o Wattímetro.
e) Energia elétrica – É a capacidade de um sistema de realizar trabalho. Sua unidade
de medida é o Watt-hora abreviado pelas letras “Wh”.

1.1.1. Múltiplos de grandezas elétricas

Quando as unidades de medida das grandezas utilizadas são valores muito grandes
ou muito pequenos é necessária a utilização de múltiplos de sua unidade de medida.

Múltiplos e submúltiplos de Grandezas


10n Prefixo Símbolo Equivalente Decimal
109 Giga G 1.000.000.000
106 Mega M 1.000.000
103 Quilo k 1.000
100 - - 1
10-3 Mili m 0,001
10-6 Micro µ 0,000 001
10-9 Nano n 0,000 000 001

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1.1.2. Exemplos de múltiplos de grandezas elétricas

a) Múltiplos e submúltiplos do Ampere:


QuiloAmpere (kA) – Um QuiloAmpere vale 1.000 Amperes. Para converter para
Ampere basta multiplicar o valor em kA por 1.000. O resultado da multiplicação é
em Ampere.
Ex. Converter 2,5kA para A: 2,5 ∗ 1.000 = 2.500𝐴

Para converter Ampere para QuiloAmpere basta dividir o valor em A por 1000. O
resultado da multiplicação é em QuiloAmpere.

MiliAmpere (mA) – Um miliAmpere é igual a 0.001 Amperes. Para converter


miliAmpere para Ampere basta dividir o valor em mA por 1.000. O resultado da
divisão é em Ampere.

Ex. Converter 2.00mA para A: 2.000/1.000 = 2𝐴

Para converter Ampere para QuiloAmpere basta dividir o valor em A por 1000. O
resultado da multiplicação é em QuiloAmpere.

Ex. Converter 2.000 A para A: 2.000/1000 = 2𝑘𝐴

Resistividade elétrica
Resistividade, representada pela letra grega Rô (ρ), é a resistência específica de um
material, ou seja, é a resistência oferecida por determinado material com um metro de
comprimento, com 1mm2 de seção transversal, à temperatura de 20ºC e varia dependendo
do tipo de material utilizado.
A resistência de um material, Equação 01, depende das características físicas
(temperatura, comprimento e área de seção transversal) e da resistividade do material. A
Figura 03 representa um condutor de comprimento L e seção transversal S.

Figura 03 – Condutor de comprimento L e seção transversal S.

(𝜌∗𝐿)
𝑅= (01)
𝑆
Onde: R = Resistência elétrica, em Ohms;
ρ = Resistividade Específica, em Ωmm2/m;
L = Comprimento, em metros;
S = Seção transversal do material, em mm2.

Observando a fórmula podemos notar que:

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 Quanto maior o comprimento do material, maior a resistência do material.
 Quanto maior a seção transversal, menor a resistência do material.
 Quanto maior a resistividade, maior a resistência do material.

A tabela mostra a resistência específica (ρ) de alguns tipos de materiais.


Resistividade Resistividade
Material Material
(Ωmm2/m) (Ωmm2/m)
Prata 0,016 Tungstênio 0,055
Cobre 0,017 Constatam 0,5
Ouro 0,023 Níquel-cromo 1,0
Alumínio 0,028

Tensão alternada
No Brasil existem, para unidades residenciais e comerciais, a distribuição em apenas
duas tensões nominais sendo 127V entre fase e neutro (também chamada tensão de fase,
utilizando apenas uma fase e o neutro) e o 220V entre fases (também chamada tensão
de linha, medida entre uma fase com referencia à outra fase), padronizados em 60Hz de
frequência.
Historicamente a tensão de 127V é conhecida equivocadamente como 110V e, essa
expressão fortemente impregnada no vocabulário do povo está relacionada com o fato de
que, essa tensão realmente existiu no Brasil, porem em 1986 foram tomadas medidas
para padronizar os valores de tensão oferecidos pelas concessionárias de energia, com
prazo de que até 1999 todas instalações fora do padrão deviam ser substituídas,
abandonando-se assim a tensão de 110V.
A tensão alternada com forma senoidal é a mais importante das formas de onda C.A.,
que merece um estudo mais aprofundado, tendo em vista que toda a distribuição de
energia elétrica para os consumidores a partir das usinas geradoras é feita através deste
tipo de forma de onda, ou seja, todos os aparelhos conectados a rede elétrica, seja
residencial ou industrial, estão sendo alimentados por ela.

Figura 05 – Tensão senoidal.

A tabela mostra algumas das características de uma onda senoidal.


Características da tensão alternada Senoidal
Características Significado Unidade Equações
Período (T) Tempo gasto para realizar um ciclo Segundo (s) 𝑇 = 1/𝐹

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Frequência (F) Quantidade de ciclos por segundo Hertz (Hz) 𝐹 = 1/𝑇
Valor de Pico (Vp) Valor do zero ao pico Maximo Volts (V) 𝑉𝑝 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 ∗ √2
Valor de pico-a-pico (Vpp) Valor do pico negativo ao positivo Volts (Vpp) 𝑉𝑝𝑝 = 2 ∗ 𝑉𝑚𝑎𝑥
Valor eficaz (VRMS) Valor indicado por um multímetro CA Volts (V) 𝑉𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑚𝑎𝑥/√2
Valor Médio (Vmed) Valor indicado por um multímetro CC Volts (Vcc) 𝑉𝑚𝑒𝑑 = 0 (𝑧𝑒𝑟𝑜)

 Valor Eficaz (VRMS) da corrente alternada: É definido como valor que


efetivamente realiza trabalho. Esse é o valor através do qual a potência produzida
com grandezas AC é igual à potência produzida com valores DC.
Lei de ohm e Potência elétrica
A lei de ohm estabelece uma relação entre as grandezas elétricas de um circuito
(tensão, corrente e resistência). Ela estabelece que a corrente elétrica (I) que circula em
um circuito é diretamente proporcional à tensão aplicada (V) e inversamente proporcional
a resistência (R) do circuito. Assim obtemos a equação 02.

𝑉
𝐼= (02)
𝑅
Onde: I = Corrente - unidade Ampere (A),
V = Tensão - unidade Volt (V) e
R = Resistência - unidade Ohm (Ω).

Da mesma forma, podemos estabelecer uma relação matemática entre grandezas


elétricas para expressar a potência de um circuito elétrico, expressa pela equação 03.
𝑃 =𝑉∗𝐼 (03)
Onde: I = Corrente - unidade Ampere (A);
V = Tensão - unidade Volt (V);
P = Potência - unidade Watt (W).

Para facilitar os cálculos podemos utilizar uma regra pratica da Figura 06, para
facilitar o desenvolvimento das variações matemáticas das formulas.

Figura 06 – Regra pratica lei de ohm (esquerda) e potência (direita).

Circuito elétrico
Circuito elétrico é definido como o caminho fechado por onde circula corrente
elétrica. Convencionalmente adotamos que corrente sai do polo positivo em direção ao

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polo negativo (“+” para o “-“). Todo circuito elétrico é composto por alguns elementos
básico que são:

a) Fonte Geradora de tensão elétrica: É a responsável pelo fornecimento de energia


elétrica ao circuito. Ex: Pilhas, baterias, geradores de automóveis, etc.
b) Elemento consumidor ou carga: É o elemento responsável pela transformação
de energia elétrica em outra forma de energia. Ex: Lâmpada (transforma energia
elétrica em energia luminosa).
c) Condutores Elétricos: Transportam a energia elétrica da fonte geradora para o
elemento consumidor.
d) Dispositivos de manobra: Elementos responsáveis pelo acionamento
(Ligar/Desligar) do elemento consumidor. Ex: interruptor, botoeira, chaves manuais,
etc.

1.1.3. Tipos de circuitos elétricos

a) Circuito série: é o circuito onde a corrente elétrica possui um único caminho para
percorrer, Figura 07.
 Os componentes ligados em série tem a mesma corrente: IT = I1 = I2
 A tensão aplicada pela fonte se divide entre os elementos em série: V1 = VR1 +
VR2
 A resistência equivalente é igual a soma das resistências dos elementos em serie:
Req = R1+R2.
 A potência total é igual a soma das potências consumidas em cada componente
do circuito: PT = PR1+PR2

Figura 07 – Exemplo de circuito série.

b) Circuito Paralelo: É o circuito que possui vários caminhos para a corrente


percorrer, Figura 08.
 A corrente total é igual a soma das correntes que saem do nó: IT = I1 + I2
 A tensão é a mesma em todos os elementos em paralelo: V1 = V R1 = VR2
 A associação de resistores em paralelo obedece a equação 04, para apenas dois
resistores, ou a equação 05, para qualquer quantidade de resistores.
𝑅1∗𝑅2
𝑅𝐸𝑄 = (04)
𝑅1+𝑅2

1 1 1 1 1
= + + +⋯+ (05)
𝑅𝐸𝑄 𝑅1 𝑅2 𝑅3 𝑅𝑛

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 A potência total é igual a soma das potências consumidas em cada componente do
circuito: PT = PR1 + PR2

Figura 08 – Exemplo de circuito paralelo.

c) Circuito misto: Possui ligações em série e em paralela entre os componentes do


circuito, Figura 09.

Figura 09 – Exemplo de circuito misto.


Exercícios
1) Calcule a potência de um chuveiro de 10Ω ligado em 127V.
2) Qual a corrente em uma lâmpada de 60W ligada em 220V? qual deve ser a resistência
de seu filamento?
3) Temos um ferro de solda com potência de 40W, sem identificação de tensão e com
uma resistência interna de 403Ω. Podemos liga-lo em 220V?
4) O sistema elétrico brasileiro utiliza uma frequência de 60Hz com 127Vrms entre fase
e neutro. Calcule o período de um ciclo. Qual o valor de pico? E o valor de pico a pico?
5) Para uma senoide de 5V de pico (Vp = 5V), e frequência 300Hz (F = 300Hz) calcule o
período, a tensão de pico a pico, a tensão eficaz e a tensão media.
6) Certo cabo elétrico com área de seção reta de 12 mm² apresenta resistividade de
2x10-5Ωmm2/m e comprimento de 60m. Com relação a este cabo, a resistência elétrica
total, em ohms, será, aproximadamente, de?

7) Uma lâmpada que tem uma resistência de 10 ohms é ligada em série com outra cuja
resistência é de 20 ohms. Quando alimentamos as duas lâmpadas por uma bateria,
podemos afirmar que:
( ) As duas lâmpadas acendem com o mesmo brilho.
( ) A lâmpada de 10 ohms acende com maior brilho.
( ) A lâmpada de 20 ohms acende com maior brilho.
( ) A lâmpada de 10 ohms queima.
8) Faça as seguintes conversões.
150 W = kW;

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1250Ω = kΩ;
0,1 A = mA;
8500 mW = W;
0,100 kA = A;
3 kV = V;
1275mV = V;
5500W = kW;
500mA = A.

2. INSTRUMENTOS E EQUIPAMENTOS
Sempre se deve ter em mente que diferentes aparelhos de diferentes fabricantes
podem desempenhar funções diferentes ou apresentar formas de funcionamento distintas,
assim, sempre se recomenda a leitura do manual do aparelho, pois este contem as
informações de como utiliza-lo de maneira correta e com segurança.
Instrumentos de medição
São instrumentos que fornecem valores numéricos das grandezas que estão sendo
medidas e sempre que possível, a utilização desses equipamentos é preferível em relação
aos instrumentos de teste.

2.1.1. Multímetro

Primeiro são enunciadas algumas regras de segurança que devem ser observadas
ao se trabalhar com um multímetro, Figura 11:

a) Verificar se a chave seletora de função e escala está na posição adequada à


medição que deseja efetuar.
b) Remover sempre as pontas de prova do circuito que está testando, quando for
mudar a posição da chave seletora.
c) Nunca ultrapasse os limites de tensão e corrente de cada escala, isso pode
danificar o multímetro.
d) Em caso de duvida na medição de tensão e corrente, selecione sempre a escala
mais alta ou consulte o instrutor.
e) Sempre conecte o pino preto da ponta de prova no borne “COM”.
f) Quando estiver trabalhando com eletricidade nunca fique em contato direto com o
solo ou estruturas que não estejam aterradas, pois em caso de acidente poderá
levar um choque elétrico que pode matar.
g) Ao usar as pontas de prova sempre mantenha os dedos atrás da saliência de
proteção.

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Figura 11 – Multímetro digital (esquerda) e analógico (Direita).

Como Medir Continuidade: Por meio dessa medida podemos descobrir se há um


mau contato, se existe algum fio quebrado ou se há pontos de oxidação nos elementos
do circuito que impedem seu funcionamento. Para saber se há continuidade em uma
ligação, basta medir a resistência entre as duas pontas. Esse método é recomendado
sempre que os percursos não muito longos.

 Teste de continuidade: Gire a chave seletora para a escala de continuidade, a


campainha soará quando houver circulação de corrente. Devem ser feitas sempre
com o circuito desligado.

Como medir tensão: A medida de tensão elétrica é feita escolhendo a escala


apropriada para a medida no multímetro e conectando as pontas de prova do entre os dois
pontos em que se deseja saber a tensão. Em multímetros digitais, o valor aparece direto
no mostrador. Nos analógicos, deve-se observar o deslocamento do ponteiro sobre a
escala graduada para se determinar o valor da tensão. Nas medidas de tensão alternada
a polaridade das pontas de prova não interfere na medida.
 Medindo tensão Contínua: Conecte o pino preto da ponta de prova no borne
marcado “com” e o vermelho no borne “V-HzC”. Selecione uma das escalas de
tensão contínua que seja adequada à leitura que se deseja fazer. Em caso de duvida
utilize a escala mais elevada (“1000 Vdc”) ou consulte o instrutor.

Como Medir Resistência: As medidas de resistência devem ser feitas sempre com
o circuito desligado para não danificar o aparelho e, quando se deseja medir uma
resistência em particular, deve-se desconecta-la do circuito.

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2.1.3. Alicate Volt-Amperímetro

O alicate Volt-Amperímetro, Figura 12, possui uma chave seletora e pode medir
tensão e corrente. Da mesma forma que o multímetro, em caso de dúvida sobre os valores
de corrente e tensão a serem medidos, devemos ajusta-lo para a maior escala e sempre
devemos consultar o manual do aparelho. Ele possui garras que “abraçam” o condutor por
onde passa a corrente e sua medição se baseia no campo magnético circular gerado pela
corrente que atravessa o fio.
Para a medição de tensão, o alicate possui dois terminais nos quais são conectados
os fios, que serão colocados em contato com os pontos a serem medidos.

Figura 12 – Alicate Volt-Amperímetro.


Ferramentas
Igualmente a qualquer profissional o eletricista necessita de ferramentas
especializadas e com proteções especiais, assim são apresentadas algumas ferramentas
que são empregadas nesta profissão.

2.1.4. Alicates

Pode ser divididos em vários grupos dependendo da (podem ser do tipo universal, tipo
corte tipo bico, tipo bico chato e do tipo desencapador). A seguir comentaremos a respeito
de cada da característica individual destas ferramentas que contribuem para o
desempenho satisfatório destes profissionais.

 Alicate tipo universal - O alicate universal, Figura 13, é composto por dois cabos
articulados e isolados, com mandíbulas com pontas estriadas e de cortes, este
instrumento é especifico para apertar, cortar e dobrar. É o mais popular de todos os
alicates, sendo utilizado por diversas profissões. Apesar da palavra universal em
seu nome, não deve ser utilizado para outros tipos de atividades, pois todas as
utilizações incorretas podem provocar acidentes pessoais, alem de causar danos ao
instrumento comprometendo a sua vida util.
 Alicate de corte diagonal - O alicate de corte, Figura 13, é uma ferramenta
articulada e com cabos isolados, que tem como função cortar arames e fios de cobre,
alumínio e aço.
 Alicate de bico chato - O alicate de bico chato, Figura 13, é composto cabos
isolados e articulados, tendo mandíbulas com perfil retangular e estriadas nas faces
internas. É utilizado para apertar e dobrar.

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Figura 13 – Alicate universal, de corte e de bico chato.

2.1.5. Chaves de fenda

Como o próprio nome já diz, esta ferramenta foi desenvolvida especificamente para
apertar ou desapertar parafusos que possuem fenda na cabeça. No mercado existem as
chaves de fenda simples e chaves de fenda cruzada (Phillips).
É necessário conscientizar os usuários sobre a função específica da chave de fenda
e mostrar que, para cada tipo de atividade, existe uma ferramenta adequada (os usuários
costumam utilizar a chave de fenda de maneira incorreta como, por exemplo, para fazer
alavancas ou como talhadeira, reduzindo sua vida útil e podendo causar acidentes). Antes
de especificar a chave de fenda correta para cada aplicação, é necessário verificar
algumas informações importantes:

Figura 16 – Chaves de fenda.

2.1.6. Isolantes

Materiais utilizados para cobrir superfícies de emendas ou conexões expostas. O


processo de isolar uma emenda é executado para restabelecer as condições de isolação
dos condutores elétricos.
Primeiro prenda a ponta da fita isolante à isolação do condutor e inicie a primeira
camada enrolando a fita isolante sobre a emenda, de modo que cada volta cubra metade
da volta anterior. Completando com segunda camada da fita isolante, sem cortar a fita,
retorne até completar a segunda camada no ponto de inicio.

2.1.6.1. Fita isolante de borracha (Autofusão)


É uma tira elástica fabricada com diversos compostos de borracha e não possui
adesivo, mas possui como característica a “autofusão”, isto é, ela se funde quando

16
sobreposta, formando uma massa lisa e uniforme. É utilizada para reposição da camada
isolante de cabos elétricos em emendas terminações de até 69 kV.
2.1.6.2. Fita isolante plástica
É uma tira de material plástico que possui em um dos lados uma substância adesiva
à base de borracha sensível à pressão. É destinada à recomposição da camada isolante
ou cobertura de cabos elétricos em emendas e acabamentos nas instalações em geral,
sendo a P44 para 750 V e a P42 para 600 V, e apresentam-se em rolos de diversos
comprimentos, larguras e espessuras.
2.1.6.3. Isolante termocontrátil
São tubos flexíveis de poliolefina, para uso contínuo em temperaturas de até 125°C.
Este isolante de material termocontrátil permite ser instalado com facilidade e rapidez
bastando, para isso, aplicadores automáticos ou dispositivos de aquecimento normais
(soprador térmico). Possui excelente estabilidade térmica, indicado para uso contínuo de
-30°C a 125°C, não são afetados pelos fluídos e solventes comumente usados. Ao aplicar
calor acima de 115°C, os tubos se contraem cerca de 50% do diâmetro nominal.
3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO DE UM CIRCUITO
ELÉTRICO
O disjuntor é um dispositivo eletromagnético que funciona como um interruptor
automático, destinado a proteger uma determinada instalação elétrica contra possíveis
danos causados por curto circuito e sobrecargas elétricas. Ele é projetado para atuar
quando for detectada uma sobre corrente ou um surto de corrente, no caso do disjuntor
termomagnético e quando for detectada uma variação residual de corrente no caso de um
interruptor DR. Quanto ao numero de polos podem ser unipolar (uma fase), bipolar (duas
fases), tripolar (três fases) ou tetrapolar.
Disjuntor termomagnético
Os disjuntores termomagnéticos, Figura 17, utilizam dois princípios de
funcionamento:
 Efeito térmico: Utilizam a deformação de placas bi-metálicas causadas pelo seu
aquecimento. Quando ocorre uma sobrecarga (Quando a intensidade de
corrente ultrapassa o valor da intensidade nominal do disjuntor do circuito),
a corrente que atravessa essa placa a aquece por efeito joule, desarmando o
disjuntor. Esse é um sistema simples e robusto, porem não é muito preciso, alem
de seu tempo de reação ser relativamente lento.
 Efeito magnético: A forte variação de intensidade de corrente que atravessa as
espiras de uma bobina, interna ao disjuntor, produz uma forte variação no campo
magnético. Esse campo produz o deslocamento de um núcleo de ferro que vai abrir
mecanicamente o circuito e, assim, proteger a fonte de corrente elétrica e os
condutores elétricos da instalação entre a fonte e o curto circuito. Quando ocorre
um curto circuito, a resistência elétrica do trecho percorrido pela corrente é
muito pequena. Assim como a tensão é constante e a resistência é

17
praticamente zero, a intensidade de corrente é muito alta. A essa corrente se
dá o nome de corrente de curto-circuito.

Figura 17 – Disjuntor Termomagnético e esquema interno.

Onde: 1 - Terminal de Ligação;


2 - Solenoide eletromagnético de desarme por efeito magnético (E);
3 - Alavanca manual de manobra (arme/desarme);
4 - Placas bimetálicas para desarme por ação térmica (B);
5 - Contato;
6 - Alavanca de contato (C);
7 - Câmara de extinção de arco voltaico;
8 - Pino de encaixe em trilho;
9 - Terminal de ligação;

3.1.1. Curvas de disparo

Todo disjuntor possui uma curva de disparo (tempo x corrente), Figura 18, que indica
para qual tipo de instalação ele é mais indicado. São três tipos de curva:
 Curva B: São indicados para cargas resistivas com pequena corrente de partida,
como fornos elétricos e lâmpadas incandescentes.
 Curva C: São indicados para cargas de media corrente de partida, como motores
elétricos e lâmpadas fluorescentes.
 Curva D: São indicados para cargas de grande corrente de partida, como
transformadores BT/BT (baixa tensão).

18
Figura 18 – Curvas de disparo – Disjuntor termomagnético.
Interruptor diferencial residual “IDR”
Os dispositivos DR (diferencial residual) protegem contra os efeitos nocivos das
correntes de fuga à terra, garantindo uma proteção eficaz tanto a vida dos usuários quanto
aos equipamentos.

Figura 19 – Conceito de atuação do IDR (esquerda) e equipamento IDR (Direita)

3.1.2. Conceito de funcionamento

A somatória vetorial das correntes que passam pelos condutores ativos do núcleo
toroidal é praticamente igual a zero (Lei de kirchhoff). As correntes de fuga naturais não
são relevantes. Quando houver uma falha à terra (Corrente de fuga) a somatória será

19
diferente de zero, o que irá induzir no secundário uma corrente residual, provocando, por
eletromagnetismo, o disparo do dispositivo DR (desligando o circuito), Figura 20.

Figura 20 – Conceito de funcionamento do IDR.


Dispositivo de proteção contra surtos (DPS)
O Dispositivo Protetor de Surtos (DPS) – Figura 21, protege a instalação elétrica e
seus componentes contra as sobretensões provocadas diretamente pela queda de raios
na edificação ou na instalação ou provocadas indiretamente pela queda de raios nas
proximidades do local. Em alguns casos, as sobretensões podem também ser provocadas
por ligamentos ou desligamentos que acontecem nas redes de distribuição da
concessionária de energia elétrica (transitórios).
Os DPS são classificados em tipos I, II ou III, dependendo de qual a sua localização
entre as zonas de proteção contra raios. Numa residência os DPS classe II são instalados
no interior do quadro de distribuição e os DPS classe III são ligados exclusivamente juntos
aos equipamentos eletroeletrônicos e eletrodomésticos. O emprego de DPS classe III
junto ao equipamento eletroeletrônico ou eletrodoméstico é, geralmente, uma decisão a
ser tomada pelo usuário da instalação, no sentido de reforçar a proteção contra
sobretensões já oferecida por DPS instalados no quadro de distribuição.

Figura 21 - Dispositivo de proteção contra surtos.


4. EMENDAS
Nas instalações residenciais e prediais as emendas nos condutores é uma tarefa
comum, conhecida por qualquer profissional da área elétrica, porem, seja por negligencia
ou por falta de conhecimento é comum observarmos profissionais que pecam nesse
quesito executando emendas que não são seguras, uma vez que emendas mal feitas são
um dos principais motivos de problemas, gerando sobreaquecimento e mau contatos nas
instalações.

20
NBR-5410 - Nas linhas elétricas constituídas por condutos fechados só se
admitem conexões contidas em invólucros apropriados, tais como caixas, quadros,
etc., que garantam a necessária acessibilidade e proteção mecânica.
Emendas em prolongamento – Procedimento
1) Com um alicate (ou desencapador) marcar e desencapar cerca de 50 vezes o
diâmetro de cada condutor em seu comprimento, retirando toda a capa isolante.
2) Lixe os condutores até que o metal fique brilhante. Caso o condutor seja estanhado,
não deve ser lixado.
3) Cruze as pontas e inicie o enrolamento das primeiras expirais com os dedos.
Prossiga com o alicate. De o aperto final com dois alicates. O resultado pode ser
visto na Figura 21.

Figura 21 – Emenda prolongamento


Emendas em prolongamento dentro das caixas de ligação – Procedimento
1) Com um alicate (ou desencapador) marcar e desencapar cerca de 50 vezes o
diâmetro de cada condutor em seu comprimento, retirando toda a capa isolante.
2) Lixe os condutores até que o metal fique brilhante. Caso o condutor seja estanhado,
não deve ser lixado.
3) Cruze as pontas e inicie o enrolamento das primeiras expirais com os dedos.
Prossiga com o alicate. De o aperto final com o alicate e faça o travamento da
emenda, dobrando-a. O resultado pode ser visto na Figura 22.

Figura 22 – Emenda Prolongamento “Rabo de rato”

Derivação – Procedimento
1) Desencapar cerca de 50 vezes o diâmetro do condutor no local onde se deseja
fazer a derivação, no condutor principal, retirando toda a capa isolante.
2) Com um alicate (ou desencapador) marcar e desencapar cerca de 50 vezes o
diâmetro do condutor derivado, retirando toda a capa isolante.
3) Lixe os condutores até que o metal fique brilhante. Caso o condutor seja estanhado,
não deve ser lixado.
4) Coloque os condutores formando um ângulo reto e inicie o enrolamento do condutor
derivado no condutor principal com os dedos. Prossiga com o alicate. De o aperto
final com o alicate. O resultado pode ser visto na Figura 23.

21
Figura 23 – Derivação.

5. DESENHO TÉCNICO NA ÁREA DA ELETRICIDADE


O desenho técnico é um meio de comunicação indispensável para o planejamento e
execução, especialmente de obras que serão realizadas em divisão de trabalho, por
exemplo, enquanto um engenheiro faz o planejamento da instalação elétrica de um prédio,
a execução do projeto será realizada pelo eletricista. Mas na execução de uma obra, são
envolvidos vários outros profissionais como o pedreiro, o responsável pelas compras, etc.
Para garantir uma perfeita cooperação, todas as pessoas envolvidas devem ter a
mesma visão clara da obra a ser feita e essa visão se obtém dos desenhos técnicos. Para
serem compreensíveis, os desenhos técnicos devem ser rigidamente executados sob
certas normas. Na área da eletricidade, significa que as instalações elétricas devem ser
representadas sob o uso de símbolos padronizados em lugar dos dispositivos elétricos,
Figura 24, como condutores, lâmpadas, interruptores, etc.

Figura 24 – Representação de um dispositivo elétrico (lâmpada).

De certa forma pode-se entender um desenho técnico como uma escrita em uma
língua especial que, por exemplo, o engenheiro usa para informar ao eletricista como a
instalação elétrica deverá ser feita. Assim, é compreensível que o trabalho somente será
realizado corretamente se tanto o engenheiro, quanto o eletricista dominarem essa língua,
ou seja, tiverem a mesma compreensão dos símbolos utilizados.
Utilização de diagramas elétricos
O diagrama elétrico é a representação de uma instalação elétrica ou parte dela, por
meio de gráficos. Há três tipos de diagramas: o diagrama funcional, o diagrama multifilar
e o diagrama unifilar. Cada um deles tem seu objetivo e certas vantagens e desvantagens.
Os diagramas funcionais e multifilares utilizam os mesmos símbolos, sendo que os
diagramas unifilares utilizam símbolos diferentes (compare na lista de símbolos).
Normalmente o diagrama elétrico é representado com todos seus componentes na
posição desligada.

22
Simbologia gráfica
Sabendo a quantidade de pontos de luz, tomadas e o tipo de fornecimento, o
projetista pode dar início ao desenho do projeto elétrico na planta baixa da residência,
utilizando a simbologia gráfica. A simbologia utilizada é a usualmente empregada pelo
projetista. Como ainda não existe um acordo comum a respeito delas, o projetista pode
adotar uma simbologia própria, identificando-a no projeto, através de uma legenda. Nos
diagramas encontramos:

a) Fios diretos: São dois condutores (fase e neutro) que, desde a chave de circuito
no quadro de distribuição não são interrompidos, embora, forneçam derivações ao
longo de sua extensão. O fio neutro vai, sem exceção, diretamente a todos os
pontos ativos. O fio fase vai diretamente apenas às tomadas, pontos de luz que
não dependem de comandos, aos interruptores simples e somente a um dos
interruptores paralelos, quando há comando composto (three-way e four-way).
b) Fio de retorno: É o condutor fase que, após passar por um interruptor ou jogo de
interruptores, “retorna”, ou melhor, “vai” ao ponto de luz.
c) Fios alternativos: São condutores que existem apenas nos comandos compostos
e permitem, alternativamente, a passagem de corrente, ligando um interruptor
paralelo a outro ou a um interruptor intermediário.
d) Fios de aterramento: As instalações elétricas também possuem um fio chamado
terra. Trata-se de um fio que, de fato, é ligado à terra por meio de uma barra de
cobre especialmente preparada. O fio terra cumpre a função de proteção nas
instalações. As carcaças dos equipamentos, por norma, devem ser ligadas ao fio
terra, assim, a carcaça sempre terá um nível de tensão 0 volts comparado ao chão
em que pisamos.

Interruptores
Símbolo Símbolo
Significado Observação
Multifilar Unifilar
A letra minúscula indica o ponto
Interruptor de uma seção
comandado
As letras minúsculas indicam os pontos
Interruptor de duas seções
comandados
As letras minúsculas indicam os pontos
Interruptor de três seções
comandados
Interruptor paralelo ou A letra minúscula indica o ponto
“three-way” comandado
Interruptor intermediário ou A letra minúscula indica o ponto
“four-way” comandado

Dutos e distribuição
Símbolo Símbolo
Significado Observação
Multifilar Unifilar

23
Eletroduto embutido no teto Para todas as dimensões
em milímetros, indicar a
Eletroduto embutido no piso
seção, se esta não for de 15
Telefone no teto mm.
Telefone no piso
Tubulação para campainha, som, Indicar na legenda o sistema
anunciador ou outro sistema. passante
Condutor fase no interior do
eletroduto
Cada traço representa um
Condutor Neutro no interior do
condutor, indicar a seção, nº
eletroduto
do circuito e a seção dos
Condutor retorno no interior do
condutores, exceto se forem
eletroduto
de 1,5mm2.
Condutor terra no interior do
eletroduto

Caixa de passagem no piso Dimensões em mm

Caixa de passagem no teto Dimensões em mm


Indicar a altura e se
Caixa de passagem na parede necessário fazer detalhe
(Dimensões em mm)
Eletroduto que sobe
Eletroduto que desce
Eletroduto que passa descendo
Eletroduto que passa subindo
Lâmpadas e equipamentos diversos
Símbolo Símbolo
Significado Observação
Multifilar Unifilar
A letra minúscula indica o ponto
Ponto de luz de comando e o número entre
incandescente no teto dois traços indica o circuito
correspondente.
Ponto de luz
Deve-se indicar a altura da
incandescente na
arandela
parede (arandela)
Ponto de luz
incandescente vapor
de mercúrio (VM) no
teto
Ponto de luz A letra minúscula indica o ponto
fluorescente no teto de comando e o número entre

24
dois traços indica o circuito
correspondente.
Ponto de luz
Deve-se indicar a altura da
fluorescente na
luminária
parede

Campainha (Cigarra)

Relé fotoelétrico

Minuteria a três fios

Quadro geral de luz e


força aparente Indicar as cargas de luz em W e
Quadro geral de luz e de força em W ou kW
força embutido

25
Tomadas
Símbolo Símbolo
Significado Observação
Multifilar Unifilar
Tomada de luz na parede, baixo A potência deverá ser
(300 mm do piso acabado) indicada ao lado em
Tomada de luz a meia altura VA (exceto se for de
(1300 mm do piso acabado) 100VA), como
Tomada de luz a alta (2200 mm também o número do
do piso acabado) circuito
Tomada de luz no piso correspondente e a
altura da tomada, se
for diferente da
Saída para telefone externo na normalizada; se a
parede tomada for de força,
indicar o número de W
ou kW
Saída para telefone externo na
Especificar “h”
parede a uma altura “h”
Saída para telefone interno na
parede
Saída para telefone externo no
piso
Saída para telefone interno no
piso
Tomada para rádio e televisão

Diagrama funcional
O diagrama funcional apresenta todos os condutores e dispositivos de um esquema
elétrico e permite interpretar com rapidez e clareza o seu funcionamento. Ele não se
preocupa com a posição física dos componentes, nem com o percurso real dos
condutores. O caminho percorrido pela corrente é representado por meio de setas, se
possível sem cruzamento ou inclinação. Ele é especialmente usado para explicar o
funcionamento de uma instalação elétrica ou parte dela. A Figura 25 mostra o diagrama
funcional de uma tomada e uma lâmpada incandescente comandada por um interruptor
simples.

Figura 25 – Diagrama Funcional.


Diagrama multifilar

26
O diagrama Multifilar, Figura 26, é a representação minuciosa de uma instalação
elétrica. Como o diagrama funcional, ele mostra todos os condutores, mas alem disso,
tenta-se representar os componentes da instalação e o trajeto dos condutores em suas
posições corretas. O diagrama Multifilar ajuda especialmente a fazer as conexões, depois
de inseridos os condutores nos eletrodutos. Na pratica, ele é raramente usado, pois é de
difícil interpretação quando o circuito é complexo.

Figura 26 – Diagrama multifilar


Diagrama unifilar
O diagrama unifilar é o mais usado pelo eletricista instalador e o acompanha
trabalhando nas obras. Ele é desenhado sobre a planta baixa (arquitetônica) da obra e
apresenta o dispositivo e o trajeto dos condutores rigidamente nas suas posições físicas.
Em diferença aos outros dois tipos, no diagrama unifilar, se juntam todos os condutores
que tem o mesmo percurso, que passam a ser representados por um só traço.
O diagrama unifilar, Figura 27, não representa com clareza o funcionamento da
instalação elétrica, pois não permite visualizar o percurso da corrente elétrica. Porem,
após algum tempo de pratica, o eletricista sabe interpretar o diagrama unifilar com
facilidade sem precisar do diagrama funcional ou multifilar. Ele serve especialmente para
se verificar, com rapidez, qual a localização dos dispositivos, quantos condutores
passarão em um determinado eletroduto e qual o trajeto da instalação.

Figura 27 – Diagrama unifilar.


Exercícios
1) Por que utilizar desenhos para representar os componentes de uma instalação?
2) O que um diagrama elétrico?
3) Desenhe a simbologia gráfica unificar para os fios fase, neutro, terra e PE.
4) Quais as vantagens em se utilizar um diagrama multifilar?
5) Quais as vantagens em se utilizar um diagrama unifilar?
6) Defina fio direto, fio de retorno, fio de aterramento.
6. ILUMINAÇÃO
Lâmpada incandescente

27
A iluminação da lâmpada incandescente, Figura 28, se dá pelo aquecimento de um
filamento até a incandescência pela passagem da corrente elétrica. São compostas por
um bulbo de vidro, uma base metálica e um conjunto de peças que dão suporte ao
filamento de tungstênio. No interior do bulbo podemos ter vácuo ou um gás inerte
(nitrogênio e argônio). Por motivo de segurança, o interruptor deve unicamente
interromper o condutor fase e nunca o condutor neutro. Pelo mesmo motivo, o contato
central do soquete deve ser sempre conectado ao condutor de retorno e nunca ao neutro.

Figura 28 – Ligação de uma lâmpada incandescente.


Lâmpada Fluorescente
A lâmpada fluorescente produz luz por meio da passagem da corrente elétrica
através de um gás. Ela é constituída por um bulbo cilíndrico de vidro que contem gás
argônio e gotículas de mercúrio. Os elétrons migram dos filamentos de uma extremidade
até a outra através do gás, Figura 29. Como os elétrons e os átomos carregados se
movem dentro do tubo, alguns deles irão colidir com os átomos dos gases de mercúrio e
estas colisões excitam os átomos, jogando-os para níveis de energia mais altos.
Quando os elétrons retornam para seus níveis de energia mais baixos, fótons de luz
são liberados na faixa do ultravioleta. A parte interna do bulbo é recoberta por uma
substancia fluorescente (cristais de fósforo) que converte a radiação ultravioleta em luz
visível e em suas extremidades existem filamentos de tungstênio e pinos para conexão.
É uma das mais utilizadas em oficinas, estabelecimentos industriais e comerciais
porque apresenta várias vantagens em relação à lâmpada incandescente. Com a mesma
potência o rendimento de uma lâmpada fluorescente é cinco vezes maior do que o da
lâmpada incandescente, por que irradiam menos calor, ou seja, maior iluminação para o
mesmo gasto de energia. Outra de suas principais vantagens é o tempo de vida que pode
chegar a 10.000 horas.
Como principal desvantagem ela apresenta um custo inicial de instalação maior e
manutenção mais difícil. Elas também são próprias para uso contínuo e devem ser
utilizadas em locais a serem iluminados durante longos períodos do dia. Se ela for ligada
e desligada constantemente, sua vida útil cairá consideravelmente.

28
Figura 29 – Esquema lâmpada Fluorescente.

6.1.1. Receptáculo

Cada lâmpada fluorescente precisa de dois receptáculos, Figura 30, que contem os
contatos nos quais são introduzidos os pinos da lâmpada e os bornes para fiação dos
condutores.

Figura 30 – Receptáculo para lâmpada fluorescente.

6.1.2. Reator

Para se estabelecer a descarga da lâmpada fluorescente é necessário que a tensão


aplicada entre os filamentos seja mais alta do que a alimentação. Uma vez estabelecida
a descarga, a própria passagem de corrente através do gás torna-o melhor condutor e,
por isso, a descarga deve ser mantida por uma tensão consideravelmente menor que a
necessária para acender a lâmpada.
Assim, torna-se compreensível que o funcionamento da lâmpada fluorescente
requeira duas tensões diferentes, uma de partida e outra de funcionamento, sendo esta
ultima menor que a primeira. Para isso, as lâmpadas fluorescentes requerem um
dispositivo que permita efetuar essa variação de tensão, chamado de reator, Figura 31,
que podem ser eletromagnéticos, constituídos por uma bobina de fio de cobre enrolando
em um núcleo de ferro ou eletrônicos, mais comuns, constituídos por capacitores,
indutores, resistores, circuitos integrados e outros componentes eletrônicos, operando
em alta frequência (de 20 kHz a 50 kHz).

29
Figura 31 – Reator eletrônico com indicação do esquema de ligação.
Lâmpada de LED
O mercado de iluminação está mudando para a tecnologia LED (light emitting
diodes), Figura 32, tecnologia que continua em desenvolvimento, para constituir sistemas
de iluminação destinados ao ambiente doméstico, comercial, industrial ou externo
(público), possibilitando a criação de projetos mais eficientes e modernos. O baixo
consumo de energia, vida útil mais longa e menor impacto ambiental são as principais
características das lâmpadas LED.
Elas são mais econômicas porque sua eficiência luminosa é maior do que as das
outras lâmpadas, ou seja, gasta menos energia para gerar a mesma iluminação (daí sua
baixa potência) e podem chegar a durar cerca de vinte e cinco vezes mais que as
lâmpadas incandescentes e quatro vezes mais que as lâmpadas fluorescentes.
Seu custo ainda é relativamente alto, porem considerando o baixo custo de sua
manutenção em função da maior durabilidade e a redução do custo na conta de energia
elétrica, o gasto maior na sua compra poderá ser compensado.

Figura 32 – Vista em corte de um LED (esquerda) e lâmpada de LED (Direita).

6.1.3. Princípio de funcionamento

Os LED’s são formados por uma junção PN de material semicondutor (materiais


dopados positivamente e negativamente), e por dois terminais, o Ânodo (A) e o Cátodo
(K). Para que um elétron possa atravessar a junção é necessário que ele receba energia
da fonte de alimentação. Após atravessar a junção ocorrem recombinações entre esses
elétrons a as lacunas do material tipo P. Essa recombinação exige que a energia possuída
por esse elétron, que até então era livre, seja liberada na forma de fótons de luz, Figura
33.
Uma característica importante observada nessa radiação é que, em lugar de sua
frequência ser aleatória, como no caso da lâmpada incandescente que se espalha pelo
espectro (emite luz, calor, radiação ultravioleta, etc.), ela tem uma frequência muito bem

30
definida, ou seja, só emite luz e de uma determinada cor, que depende do tipo de material
usado no semicondutor.

Figura 33 – Recombinação dos elétrons na junção PN.


Quantidade de lâmpadas por ambiente
A luz interfere na produtividade dos funcionários de uma empresa, nas vendas em
uma loja e ela influi diretamente sobre a motivação em uma tarefa e na capacidade de
concentração. O excesso de pontos de luz serve apenas para aumentar o consumo
energético e causar ofuscamento, mas, por outro lado, a falta de iluminação necessária
principalmente em locais onde são executadas tarefas de maior precisão causa um grande
desconforto visual.
Para se determinar a quantidade de lâmpadas necessárias em um ambiente deve
ser usado o conceito de iluminância (Quantidade de luz presente em um ambiente),
medida em LUX (LX). A tabela apresenta os valores de iluminâcia por m 2 indicados
conforme a NBR 5413 para residências.

Ambiente Iluminância Ambiente Iluminância


Sala de estar – Geral. 150 Dormitórios - Espelho, Cama. 300
Sala de estar – Leitura, costura, 500 Sala, escada, despensas e 100
etc. garagens.
Cozinhas – Geral. 150 Banheiros – Geral. 150
Cozinhas – Fogão, pia e mesa. 300 Banheiros – Espelhos. 300

31
Todas as lâmpadas apresentam em sua embalagem uma informação de fluxo
luminoso (LM), que é a quantidade de radiação emitida por uma fonte de luz, conforme
mostrado abaixo.
Equivalências
Fluorescente de Tubo
LED Incandescente Alógena LM
baixo consumo fluorescente
6W 50W 50W 13W 12W 390-550
7W 60W 60W 15W 14W 510-640
9W 70W 70W 18W 18W 600-830
10W 80W 80W 20W 20W 810-915
12W 100W 100W 25W 25W 900-1100
13W 110W 110W 30W 28W 955-1200
1000-
15W 120W 120W 40W 32W
1400
1100-
18W 140W 140W 50W 36W
1700
1200-
20W 150W 150W 60W 44W
1900
1250-
25W 200W 200W 70W 58W
2400
1300-
30W 250W 250W 80W 70W
2500

Para determinarmos a quantidade de lâmpadas no ambiente em função da área


desse ambiente, de maneira mais simples, fazemos:
𝐿𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐿𝑈𝑋𝑑𝑜 𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 ∗ 𝑚2 ∴ 𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠 = 𝐿𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ⁄𝐿𝑀𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠

Ex: Para uma cozinha de 8m2 e lâmpada fluorescente de baixo consumo de 40W
fazemos:
LMtotal =150*8∴LMtotal =1200 lâmpadas= 1200⁄1400∴lâmpadas=0,85 ou 1 lâmpada

Exercícios
1) Em relação ao retorno, como devem ser conectados os cabos no soquete de uma
lâmpada incandescente? Por quê?
2) Quais as vantagens das lâmpadas fluorescentes e LED em relação à lâmpada
incandescente?
3) Qual a função do reator?
4) Explique, com suas palavras, o principio de funcionamento das lâmpadas
fluorescentes.
5) Explique, com suas palavras, o principio de funcionamento das lâmpadas LED.

32
7. ESQUEMAS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Interruptores

7.1.1. Interruptor simples

O interruptor simples serve para comandar uma lâmpada ou conjunto de lâmpadas


ao mesmo tempo de um só ponto de contato, Figura 34. Podem ser para aplicação externa
ou embutida, sendo de alavanca ou tecla.

Figura 34 – Interruptor simples.

7.1.2. Interruptor de varias seções

Normalmente os interruptores de várias seções, Figura 35, tem uma ponte metálica
que liga eletricamente os bornes de um lado do interruptor. Essa ponte pode ser ligada
unicamente ao condutor fase e nunca ao condutor de retorno. Como os interruptores
simples, os de várias seções podem ser para aplicação externa ou embutida, sendo de
alavanca ou tecla.

Figura 35 – Interruptores de várias seções.

7.1.3. Interruptor paralelo (“three-way”)

Há casos que a necessidade exige que o mesmo circuito de iluminação seja


comandado de dois pontos diferentes, como por exemplo. Em salas com duas entradas
ou em escadas. Os interruptores simples não servem nesse caso e devemos utilizar
interruptores especiais, chamados interruptores paralelos, também conhecidos como
interruptores “three-way”. O interruptor paralelo tem três bornes (A, B e C) e permite a
interligação entre o borne central (A) hora com o borne C, hora com o borne B,
dependendo da posição do interruptor.

33
Sempre são utilizados dois interruptores paralelos em conjunto, Figura 36 - (A). Se
uma pessoa mudar a posição do interruptor 1 no fundo de uma escada, por exemplo, a
lâmpada acenderá, porque o circuito agora permite a passagem de corrente, Figura 36 –
(B). Chegando ao fim da escada, a pessoa mudará a posição do interruptor 2,
interrompendo assim a corrente e apagando a lâmpada, Figura 36 – (C). Quando chegar
outra pessoa, no inicio da escada, ela apenas teria que mudar outra vez a posição do
interruptor 1 para iluminar a escada novamente, Figura 36 – (D).

Figura 36 – Sequencia de funcionamento interruptor paralelo.

7.1.4. Interruptor intermediário (“four-way”)

Os interruptores paralelos servem apenas para comandar lâmpadas de até dois


pontos diferentes. Quando houver a necessidade de comandar uma lâmpada de mais de
dois pontos, como escadas com vários andares ou em salas com vários acessos, temos
que utilizar interruptores intermediários, também conhecidos como interruptores “four-
way” em combinação com os interruptores paralelos. O interruptor intermediário tem
quatro bornes (A, B, C e D). Em uma posição ele conecta os bornes A-D e B-C. Quando
mudamos a posição do interruptor ele conecta os bornes A-C e B-D. Na Figura 37- (A) o
circuito está interrompido, portanto a lâmpada fica desligada, mas, acionando ao
interruptor 1, Figura 37- (B), interruptor 3, Figura 37- (C) ou interruptor 2, Figura 37- (D)
a lâmpada se acende.

Figura 37 - Sequencia de funcionamento interruptor intermediário.

Pode-se empregar qualquer numero de interruptores intermediários. A Figura 38


mostra o exemplo de circuito controlado em cinco pontos diferentes através de três

34
interruptores intermediários mais dois interruptores paralela. Na situação apresentada, a
lâmpada está apagada, mas ao acionarmos qualquer interruptor ela se acenderá.

Figura 38 – Montagem para controle de cinco pontos.


Variador de luminosidade (“dimmer”)
O Variador de luminosidade, também chamado de “dimmer” é um dispositivo
eletrônico composto por capacitores, tiristores, resistores, bobinas e um potenciômetro
(resistência variável). Sua função é regular a potência de uma lâmpada incandescente
visando realizar a variação da luminosidade do ambiente, passando de luz plena, sem
graduação até uma completa extinção de seu brilho. O “dimmer” pode ser do tipo rotativo
ou deslizante, Figura 39.

Figura 39 – Dimmer rotativo (esquerda) e deslizante (direita).

Seu principio de funcionamento é o controle do ângulo de condução de um Triac


(chave eletrônica bidirecional), disparando-o em diversos pontos do sinal senoidal, Figura
40, da rede de energia é possível aplicar a uma carga potências diferentes. Assim, se o
disparo for feito no início do a carga receberá maior potência. No entanto, se o disparo for
feito no final do semiciclo, uma pequena parcela da energia será conduzida para a carga,
que vai operar com potência reduzida.

Figura 40 – Pontos de disparo do Triac de um dimmer, para diferentes potências.


Cigarra elétrica
São aparelhos sonoros mais simples que as campainhas e também são
empregadas para anunciar visitas. É constituída por um eletroímã (bobina com núcleo de
ferro) e uma lâmina vibrante de aço, Figura 41, funcionando somente com corrente

35
alternada. Fazendo uma corrente alternada, com frequência de 60 Hz, passar pela bobina
do eletroímã o campo magnético não permanece constante, aparecendo e cessando 120
vezes por segundo. Assim, a lâmina vibrante será atraída e solta 120 vezes por segundo,
vibrando e produzindo um zumbido característico. As cigarras são instaladas em
ambientes pequenos ou silenciosos.

Figura 41 – Esquema interno de uma cigarra

7.1.5. Ligação de campainhas e cigarras

As campainhas e cigarras são comandadas por interruptores pulsadores (somente


fecham o contato enquanto são pressionados) posicionados normalmente na entrada da
residência, enquanto a campainha ou cigarra geralmente é instalada na cozinha, Figura
42 – (A). Caso se deseje acionar a campainha de dois ou mais pontos (exemplo: entrada
social e entrada de serviço), basta ligar os interruptores em paralelo, Figura 35 – (B).
Também podemos adicionar mais de uma campainha ou cigarra em um só interruptor.
Nesse caso as campainhas são ligadas em paralelo, Figura 35 – (C).

Figura 42 – Diagrama multifilar – cigarra.


Minuteria
Em vários edifícios residenciais ainda é comum o uso de minuterias, que apagam
automaticamente o circuito de serviço após certo tempo, visando maior economia para o
condomínio. A maioria das minuterias é baseada em um eletroímã que fecha os contatos
do circuito de iluminação e num mecanismo que provoca o desligamento no tempo
previsto. Este mecanismo pode ser pneumático, de relojoaria (mecânico, com
engrenagens), acionadas por motores elétricos ou circuitos eletrônicos.

7.1.6. Funcionamento e ligação

Normalmente a minuteria traz o esquema de ligação impresso na sua caixa. A Figura


43 nos mostra um exemplo de ligação. Podem ser individuais ou de comando em grupo,
instaladas dentro do quadro de distribuição. O botão de acionamento é o mesmo do tipo

36
de campainha. As individuais são instaladas nas caixas de passagem de corredores ou
áreas de circulação.
São equipamentos destinados a controlar lâmpadas incandescentes ou
fluorescentes através da regulagem para funcionamento permanente ou temporizado de
15 segundos a 5 minutos. Alguns desses equipamentos avisam ao usuário sobre a
extinção da luz, com a redução da luminosidade por 10 segundos antes do desligamento
total.

Figura 43 – Diagrama multifilar minuteria a 3 fios.


Rele fotoelétrico
Controla automaticamente as lâmpadas, baseando-se no princípio de variação de
luminosidade ambiente, geralmente utilizado na iluminação publica. Seu funcionamento
se baseia na utilização de um sensor que varia suas características resistivas em função
da quantidade de luz que incide sobre ele, o que permite o acionamento das cargas,
através de um pequeno circuito eletrônico.
Caso o relé fotoelétrico, Figura 44, seja ligado com o visor do sensor voltado
diretamente para a lâmpada que o mesmo estará acionando, ocorrerá um efeito “pisca-
pisca”, assim, o visor sempre deve ficar voltado para a direção onde haja menos luz.
Também devemos considerar sua potência máxima em função das características
elétricas do circuito a ser acionado.

Figura 44 – Rele fotoelétrico.

37
Interruptor automático de presença
Comanda automaticamente a iluminação de ambientes onde não é necessário
manter as lâmpadas permanentemente ligadas. Evita gastos desnecessários de energia,
mantendo as luzes apagadas quando não houver a presença de pessoas. Seu
funcionamento é baseado em um sensor infravermelho e em um conjunto de lentes de
Fresnel. O sensor é capaz de detectar o movimento de pessoas no ambiente através do
calor emitido por seus corpos.
A área de atuação (área monitorada) do interruptor automático de presença, Figura
45, depende do tipo de sensor adquirido, sendo geralmente usado em escadas,
estacionamentos, parte externa, halls de elevadores, etc..

Figura 45 – Interruptor automático de presença.


Tomadas
Nem todos os aparelhos elétricos precisam de fio terra. Isso ocorre por que são
construídos de tal forma que a quantidade de elétrons “fugidos” esteja dentro de limites
aceitáveis por normas. Nesses casos, para sua ligação, é preciso apenas levar até eles
dois fios (fase e neutro ou fase e fase), que são ligados através de conectores apropriados
ou por meio de tomadas de dois polos.
Por outro lado, há vários aparelhos que vêm com fio terra incorporados, seja fazendo
parte do cabo do aparelho, seja separado dele. Nessa situação é preciso utilizar uma
tomada, Figura 46, com três polos (fase, neutro e terra ou fase, fase e terra) compatível
com o tipo de plugue do aparelho.
Como uma instalação deve estar preparada para receber qualquer tipo de aparelho
elétrico, conclui-se que, conforme prescreve a norma brasileira de instalações elétricas,
NBR 5410 todos os circuitos de iluminação tomadas de uso geral e também tomadas de
uso específico (Para chuveiros, ar-condicionado, micro-ondas, lava roupas, etc.) devem
possuir o fio terra.

Figura 46 - Diagrama multifilar de uma tomada.


Chuveiro elétrico

38
O chuveiro elétrico, Figura 47, é um aparelho que aquece água transformando
energia elétrica em calor. O elemento básico de um chuveiro é o elemento de aquecimento
(resistência de níquel-cromo) enrolada em espiral e montada numa forma de cerâmica
Essa resistência, ao ser percorrida por uma corrente elétrica elevada, transforma a energia
elétrica em calor. Normalmente ela é dividida em duas partes3, de tal forma que a corrente
elétrica pode percorrer a resistência inteira ou apena uma parte (elevando mais a
temperatura da água) , dependendo da posição da alavanca de mudança de aquecimento.
Na maioria dos chuveiros a alavanca tem três posições: “inverno” ou “quente” (alto
aquecimento), “verão” ou “morna” (baixo aquecimento) e fria (nenhum aquecimento), onde
essa ultima faz a interrupção do circuito do chuveiro.

Figura 47 – Visão esquemática de um chuveiro elétrico.

7.1.7. Princípio de funcionamento do chuveiro elétrico

A Figura 48 nos mostra uma imagem esquemática do chuveiro elétrico para mostrar
melhor seu funcionamento. Quando se abre a torneira, a água entra na câmara abaixo do
diafragma, e a pressão o eleva, fechando os contatos. Desse modo, a corrente elétrica
pode circular pela resistência, que em contato com a água, aquece-a, podendo sair pelo
crivo (fundo perfurado) ou pelo desvio. Ao desligarmos a água, o diafragma volta a sua
posição inicial, desligando também a alimentação da resistência.

Figura 48 – Princípio de funcionamento do chuveiro elétrico.

Observando a Figura 48, vemos que na posição “verão” a resistência percorrida pela
corrente elétrica é maior, então á intensidade de corrente será menor gerando menor calor
e menor temperatura da água. Na posição “inverno” em que a resistência percorrida é

39
menor, maior será a corrente elétrica e consequentemente maior a quantidade de calor
gerada.
Exercícios
1) Preencha a tabela:
Equipamento Símbolo unifilar
Interruptor simples
Interruptor duplo
Interruptor Triplo
Interruptor intermediário
Interruptor paralelo
Tomada baixa
Tomada a meia altura
Tomada alta
Lâmpada de 40W incandescente

2) Em qual situação devemos optar por utilizar um interruptor paralelo ao invés de um


interruptor simples?
3) Faça o diagrama unifilar do acionamento de uma lâmpada 40w,127V com
interruptor simples e uma tomada no mesmo ponto.
4) Faca o diagrama unifilar de um interruptor paralelo monofásico, acionando uma
lâmpada 60w e duas tomadas de uso geral.
5) Qual a diferença entre um interruptor “three-way” e um interruptor duplo?
6) Explique o funcionamento de um dimmer.
7) Explique o que ocorre dentro de um chuveiro elétrico (quanto à resistência elétrica)
quando mudamos a chave da posição inverno para a posição verão.
8. CONDUTORES ELÉTRICOS
O termo condutor elétrico é usado para designar um produto, destinado a transportar
corrente (energia) elétrica, sendo que os fios e os cabos são os tipos mais comuns de
condutores. O cobre é o metal mais utilizado na fabricação de condutores elétricos para
instalações residenciais, comerciais e industriais. Um fio é um condutor sólido, maciço,
provido de isolação (a base de PVC (70°C) - composto termoplástico de policloreto de
vinila, com características especiais quanto a não propagação e auto-extinção do fogo),
usado diretamente como condutor de energia elétrica.
Por sua vez, a palavra cabo é utilizada quando um conjunto de fios é reunido para
formar um condutor elétrico (fios elementares) e a classe dos cabos está relacionada com
o diâmetro desses fios. Quanto menor o diâmetro dos fios, maior será a classe e
consequentemente maior será a flexibilidade do condutor. A NBR NM 280 define algumas
classes de flexibilidade, mostrados na Figura 49.

40
Figura 49 – Classes dos cabos.

 Classe 1: São aqueles condutores sólidos (fios) e apresentam baixo grau de


flexibilidade durante seu manuseio.
 Classe 2, 3, 4, 5 e 6: São condutores formados por vários fios, sendo que quanto
maior a flexibilidade, maior a classe e mais fácil seu manuseio.
Importância da flexibilidade nas instalações elétricas
Nas instalações residenciais, os condutores são inseridos no interior de eletrodutos
que passam por curvas e caixas de passagem até chegar ao seu destino final, quase
sempre, uma caixa de ligação de 5 cm ou 10 cm x10 cm instalada nas paredes ou uma
caixa octogonal no teto ou forro. Alem disso, em muitas ocasiões, há vários condutores
de diferentes circuitos no interior do mesmo eletroduto o que torna o trabalho de inserir a
fiação, ainda mais complicado. Nesta situação o uso de cabos de classe flexíveis de classe
5, no mínimo, reduz significativamente o esforço de instalação dos condutores nos
eletrodutos.
Condutores e linhas aéreas NBR 5410
A NBR 5410 estabelece que as linhas elétricas devem ser dispostas ou marcadas
de modo a permitir sua identificação quando da realização de verificações, ensaios,
reparos ou modificações na instalação, assim:
 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar ou veia de cabo multipolar utilizado como
condutor neutro deve ser identificado conforme essa função. Em caso de
identificação por cor, deve ser usada a cor azul-clara na isolação do condutor
isolado ou da veia do cabo multipolar, ou na cobertura do cabo unipolar.
 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar ou veia de cabo multipolar utilizado como
condutor de proteção (PE) deve ser identificado de acordo com essa função. Em
caso de identificação por cor, deve ser usada a dupla coloração verde-amarela ou
a cor verde (cores exclusivas da função de proteção), na isolação do condutor
isolado ou da veia do cabo multipolar, ou na cobertura do cabo unipolar.
 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar ou veia de cabo multipolar utilizado como
condutor de fase deve ser identificado de acordo com essa função. Em caso de
identificação por cor, poder ser usada qualquer cor, observadas as restrições
estabelecidas em anteriormente. Por razões de segurança, não deve ser usada a
cor de isolação exclusivamente amarela onde existir o risco de confusão com a
dupla coloração verde-amarela, cores exclusivas do condutor de proteção.
Condutor de proteção – PE

41
Dentro de todos os aparelhos elétricos existem elétrons que querem “fugir” do interior
dos condutores. Como o corpo humano é capaz de conduzir eletricidade, sempre que uma
pessoa toca em um equipamento estará sujeita a levar um choque, que nada mais é que
a sensação desagradável provocada pela passagem da corrente elétrica pelo corpo. É
preciso lembrar que correntes elétricas de apenas 50 mA já podem provocar graves danos
ao organismo.
Assim, para evitar choques elétricos, esses elétrons devem ser “desviados” da
pessoa. Esse é basicamente o conceito de proteção contra choques elétricos. Sabendo
que um fio de cobre é um condutor muito melhor que o corpo humano, fica evidente que,
se oferecermos aos elétrons os dois caminhos (o condutor de cobre e o corpo humano),
a maioria deles vai trafegar pelo condutor de cobre, minimizando os efeitos do choque na
pessoa.
O nome desse condutor em particular é condutor de proteção – PE também chamado
de fio terra. Basicamente é o condutor que desviará a corrente de fuga para a terra
(corrente que surge quando acontecem falhas de funcionamento nos equipamentos
elétricos, energizando a carcaça metálica desses equipamentos) evitando acidentes. Sua
função é “recolher” esses elétrons, nada tendo a ver com o funcionamento do equipamento
propriamente dito, por isso as pessoas se esquecem de sua importância para a segurança.
É como em um automóvel, onde podemos fazê-lo funcionar e nos transportar sem o uso
de cintos de segurança. No entanto, os riscos relativos a segurança em caso de acidente
aumentam muito sem seu uso.

8.1.1. Como instalar o fio terra

A Figura 50 indica a maneira mais simples de instalar o fio terra em uma residência.
Pode se utilizar um único fio terra por eletroduto, interligando os vários aparelhos e
tomadas. Por norma a cor do fio terra é obrigatoriamente verde/amarela ou só verde.

Figura 50 – Instalação do fio terra.


Exercícios
1) Qual a importância da instalação do fio de proteção PE?
2) que faz o PE se tão eficiente para a proteção contra choques elétricos?
3) Como os condutores fase, neutro e proteção são identificados em uma instalação
elétrica quanto a sua cor?

42
4) Qual a diferença entre um condutor classe 1 e um condutor classe 5? Por que seria
melhor utilizar um classe 5 em sua instalação?
5) Quando utilizamos as palavras FIO e CABO?
6) Como é feita a distribuição do fio de proteção em um eletrodutos para diferentes
circuitos?

9. DIMENSIONAMENTO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


Cálculo de consumo
Saber calcular o consumo de energia elétrica dos aparelhos pode ajudar a reduzir o
valor da conta de energia elétrica. Os valores utilizados baseiam-se nos valores de
potência informada pelos fabricantes dos equipamentos, normalmente informada em
watts, e o tempo médio de uso mensal em horas, estimado para cada aparelho.
Assim, antes de realizarmos os cálculos, é necessário conhecer a potência do
equipamento. Procure essa informação no manual do fabricante e efetue calculo da
Equação 06. Para achar o valor em reais (R$), multiplique o consumo médio em kWh,
obtido na Equação 06 pelo valor da tarifa cobrada pela concessionária local.

𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑊)∗ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚ê𝑠


𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 (𝑘𝑤ℎ) = (06)
1.000

Exemplo: 2 lâmpadas de 100 W funcionando 8 horas por dia pelo período de 1 mês
(30 dias).
2 ∗ 100 ∗ 8 ∗ 30
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = ∴ 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 48𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠
1.000

Fator de potência e fator de demanda


Fator de demanda é a consideração de que uma instalação elétrica não utiliza ao
mesmo tempo todos os equipamentos. Assim podemos afirmar que, por exemplo, uma
instalação com fator de demanda de 50% (0,5) utiliza no máximo metade dos
equipamentos ao mesmo tempo.
Fator de potência é a medida da eficácia da instalação elétrica. Mostra a
porcentagem da potência entregue pela concessionária que realmente está sendo
convertida em trabalho por um determinado equipamento ou instalação.

Figura 51 - Triângulo de potências.

 P – Potência ativa – Unidade Watt (W): Potência que realiza o trabalho. Parcela
da potência que realmente é transformada em calor, movimentos, luz, etc..

43
 Q – Potência reativa – Unidade VoltAmpere reativo (VAR): Não realiza trabalho.
Essa potência é usada para criar e manter campos eletromagnéticos em cargas
indutivas (como motores e transformadores) e capacitivas.
 S – Potência aparente –Unidade VoltAmpere (VA): Soma vetorial de P e Q.
Potência total fornecida pela fonte.
Levantamento de cargas e divisão de circuitos
Aqui são apresentadas as prescrições para levantamento das cargas e divisão de
circuitos aplicáveis a locais utilizados como habitação, fixa ou temporária, compreendendo
as unidades residenciais como um todo e, no caso de hotéis, motéis, flats, apart-hotéis,
casas de repouso, condomínios, alojamentos e similares, as acomodações destinadas aos
hóspedes, aos internos e a servir de moradia à trabalhadores do estabelecimento.

9.1.1. Divisão das instalações

 Qualquer instalação deve ser dividida, de acordo com as necessidades, em vários


circuitos devendo cada circuito ser concebido de forma a poder ser seccionada sem
risco de alimentação inadvertida, através de outros circuitos.
 Qualquer instalação deve ser dividida em tantos circuitos quantos forem
necessários, de forma a proporcionar facilidade de inspeção e manutenção, bem
como evitar que, por ocasião de um defeito em um circuito, toda a área fique
desprovida de alimentação.
 Circuitos de distribuição distintos devem ser previstos para partes das instalações
que necessitam de controle específico, para que estes não sejam afetados em caso
de falhas de outros circuitos.
 Em função da ocupação do local e da distribuição de circuitos deve-se prever a
possibilidade de ampliação futura, com a utilização de circuitos terminais futuros.
 Todo ponto de utilização previsto para alimentar, de modo exclusivo ou virtualmente
dedicado, equipamento com corrente nominal superior a 10A deve constituir um
circuito independente.
 Os pontos de tomada de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço,
lavanderias e locais análogos devem ser atendidos por circuitos exclusivamente
destinados à alimentação de tomadas desses locais.
 Circuitos terminais devem ser individualizados pela função dos equipamentos que
alimentam, em particular devendo ser previstos circuitos separados para
iluminação e tomadas. Em locais de habitação, admite-se, como exceção à regra
geral, que pontos de tomada, exceto aqueles indicados no item anterior, e pontos
de iluminação possam sqer alimentados por circuito comum, desde que as
seguintes condições sejam simultaneamente atendidas:
o A corrente de projeto do circuito comum (iluminação mais tomadas) não deve
ser superior a 16 A;
o Os pontos de iluminação não sejam alimentados, em sua totalidade, por um só
circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação mais tomadas) e os pontos

44
de tomadas não sejam alimentados, em sua totalidade, por um só circuito, caso
esse circuito seja comum (iluminação mais tomadas).

9.1.2. Iluminação

Em cada cômodo ou dependência deve ser previsto pelo menos um ponto de luz fixo
no teto, comandado por interruptor. Os valores apurados correspondem à potência
destinada à iluminação para efeito de dimensionamento dos circuitos, e não
necessariamente à potência nominal das lâmpadas. Na determinação das cargas de
iluminação, pode ser adotado o seguinte critério:

a) Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m 2, deve ser prevista


uma carga mínima de 100 VA;
b) Em cômodo ou dependências com área superior a 6 m2, deve ser prevista uma
carga mínima de 100 VA para os primeiros 6 m 2, acrescida de 60 VA para cada
aumento de 4 m2 inteiros.

Obs.: Nas acomodações de hotéis, motéis e similares pode-se substituir o ponto de luz
fixo no teto por tomada de corrente, com potência mínima de 100 VA,
comandada por interruptor de parede.

Admite-se que o ponto de luz fixo no teto seja substituído por ponto na parede em
espaços sob escada, depósitos, despensas, lavabos e varandas, desde que de pequenas
dimensões e onde a colocação do ponto no teto seja de difícil execução ou não
conveniente.

9.1.3. Tomadas

As tomadas são classificadas como tomadas de uso geral (T.U.G.), usadas para
aparelhos cuja corrente nominal seja inferior a 10A, e tomadas de uso específico (T.U.E.),
usadas para alimentar de modo exclusivo ou dedicado aparelhos cuja corrente nominal
seja superior a 10A.
O número de pontos de tomada deve ser determinado em função da destinação do
local e dos equipamentos elétricos que podem ser aí utilizados, observando-se no mínimo
os seguintes critérios:
a) Em banheiros, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada, próximo ao
lavatório;
b) Em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, cozinha-área de serviço,
lavanderias e locais análogos, deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada
para cada 3,5 m, ou fração, de perímetro, sendo que acima da bancada da pia
devem ser previstas no mínimo duas tomadas de corrente, no mesmo ponto ou em
pontos distintos;
c) Em varandas, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada. Admite-se que o
ponto de tomada não seja instalado na própria varanda, mas próximo ao seu
acesso,

45
quando a varanda, por razões construtivas, não comportar o ponto de tomada,
quando sua área for inferior a 2 m2 ou, ainda, quando sua profundidade for inferior
a 0,80 m;
d) Em salas e dormitórios devem ser previstos pelo menos um ponto de tomada para
cada 5 m, ou fração, de perímetro, devendo esses pontos ser espaçados tão
uniformemente quanto possível. Particularmente no caso de salas de estar, deve-
se atentar para a possibilidade de que um ponto de tomada venha a ser usado para
alimentação de mais de um equipamento, sendo recomendável equipá-lo, portanto,
com a quantidade de tomadas julgada adequada.
e) Em cada um dos demais cômodos e dependências de habitação devem ser
previstos:
 Pelo menos um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for igual ou
inferior a 2,25 m2. Admite-se que esse ponto seja posicionado externamente ao
cômodo ou dependência, a até 0,80 m no máximo de sua porta de acesso. Um ponto
de tomada, se a área do cômodo ou dependência for superior a 2,25 m 2 e igual ou
inferior a 6 m2 ;
 Um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro, se a área do cômodo
ou dependência for superior a 6 m 2, devendo esses pontos ser espaçados tão
uniformemente quanto possível

Para a determinação da potência a ser atribuída a cada ponto de tomada devemos


considerar a função dos equipamentos que ela poderá vir a alimentar e não devem
ser inferiores aos seguintes valores mínimos:

a) Em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e


locais análogos, no mínimo 600 VA por ponto de tomada, até três pontos, e 100
VA por ponto para os excedentes;
b) Considerando-se cada um desses ambientes separadamente. Quando o total de
tomadas no conjunto desses ambientes for superior a seis pontos, admite-se que o
critério de atribuição de potências seja de no mínimo 600 VA por ponto de tomada,
até dois pontos, e 100 VA por ponto para os excedentes, sempre considerando
cada um dos ambientes separadamente;
c) Nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por ponto de tomada.

9.1.4. Calculo de demanda

Primeiro passo: Transformar todas as potências aparentes (VA) em potências


ativas (W);
Fator de potência
1,00 Para iluminação incandescente
0,95 Para o circuito de distribuição
0,80 Para pontos de tomada e circuitos independentes
Segundo
passo: Somar as potências ativas da iluminação e pontos
de tomada de uso geral (T.U.G.);

46
Terceiro passo: Multiplicar a potência somada no segundo passo pelo
respectivo fator de demanda;

Fator de demanda para iluminação e pontos de tomadas


Potência Fator de
Potência instalada (W) Fator de demanda
instalada (W) demanda
0 a 1000 0,86 6001 a 7000 0,40
1001 a 2000 0,75 7001 a 8000 0,35
2001 a 3000 0,66 8001 a 9000 0,31
3001 a 4000 0,59 9001 a 10000 0,27
4001 a 5000 0,52 Acima de 10000 0,24
5001 a 6000 0,45

Quarto passo: Somar as potências ativas dos circuitos independentes;


Quinto passo: Multiplicar a potência somada no quarto passo pelo respectivo
fator de demanda;

Fator de demanda para circuitos independentes


Nº de circuitos Fator de demanda Nº de circuitos Fator de demanda
01 1,00 07 0,60
02 1,00 08 0,57
03 0,84 09 0,54
04 0,76 10 0,52
05 0,70 11 0,49
06 0,65

Sexto passo: Somar as potências.


Seção mínima dos condutores – Conforme NBR 5410
Consiste apenas em verificar nas tabelas a seguir, a partir do tipo de instalação e
utilização do circuito, o valor da mínima seção que pode ser utilizada.

Seção mínima dos condutores fase


Tipo de instalação Utilização do circuito Seção mínima (mm2)
Cabos Circuito de força e iluminação 1,5
Instalações
isolados Circuito de sinalização e controle 0,5
fixas em
Condutores Circuito de força 10
geral
nus Circuito de sinalização e controle 4
Para um aparelho específico Como especifica a norma do aparelho
Ligações flexíveis feitas Para qualquer outra aplicação 0,75
com cabos isolados Circuitos de baixa tensão para
0,75
aplicações especiais

Seção mínima dos condutores residenciais


Tipo de circuito Seção mínima (mm2)

47
Iluminação. 1,5
Tomadas de corrente em quartos, salas e similares. 2,5
Tomadas de corrente em cozinha, áreas de serviço e similares. 2,5
Aquecedores de água em geral. 2,5
Maquina de lavar roupa 4
Aparelhos de ar condicionado 2,5
Fogões elétricos 6

48
Critério da máxima corrente admissível
O método de instalação (eletroduto ou ar livre) influencia a capacidade de troca
térmica entre os condutores e o ambiente, alterando a capacidade de condução de
corrente dos condutores.
Seção Capacidade de corrente (A) – Capacidade de corrente (A) –
nominal Instalação em eletroduto a 30ºC Instalação ao ar livre a 30ºC
em mm2 2 condutores carregados 3 condutores carregados 2 condutorescarregados 3 condutores carregados
1,0 13,5 12 15 13,5
1,5 17,5 15,5 19,5 17,5
2,5 24 21 26 24
4 32 28 35 32
6 41 36 46 41
10 57 50 63 57
16 76 68 85 76
25 101 89 112 101
35 125 111 138 125
50 151 134 168 151
70 192 171 213 192
95 232 207 258 232
120 269 239 299 269
150 309 272 344 309
185 353 310 392 353
240 415 364 461 415
300 473 419 526 473
400 566 502 631 566
500 651 578 725 651

Critério da máxima queda de tensão admissível


Os condutores são selecionados considerando-se que em um circuito de iluminação
não deve haver queda de tensão, desde o medidor até o ponto mais afastado superior a
3% do valor nominal da tensão de serviço. Em instalações que utilizam força motriz e
aquecimento elétrico, a queda de tensão não deve ultrapassar 5%.

49
Corrente Distância do centro de distribuição à carga em metros

Sistema monofásico 127V / Queda de tensão admissível de


(A) 10 20 30 40 50 75 100 125 150 175 200
1,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 2,5
2,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 4 4 4 6
3,0 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 4 4 4 6 6 10
4,0 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 4 6 6 10 10 10
5,0 1,5 1,5 2,5 2,5 4 4 6 10 10 10 16
7,5 1,5 2,5 2,5 4 4 6 10 10 16 16 25
3% - seção em mm2

10,0 1,5 2,5 4 6 6 10 16 16 25 25 25


12,5 1,5 4 4 6 10 10 16 25 25 25 35
15,0 2,5 4 6 10 10 16 25 25 35 35 35
17,5 2,5 4 6 10 10 16 25 25 35 50 50
20,0 2,5 6 10 10 16 25 25 35 35 50 70
25 4 6 10 16 16 25 35 50 50 70 70
30 4 10 10 16 16 25 35 50 50 70 95
35 4 10 10 16 25 35 50 70 70 95 95
40 6 10 16 25 25 35 50 70 95 95 120
45 6 10 16 25 35 50 70 95 95 120 150
50 6 16 16 25 35 50 70 95 120 150 185
60 10 16 25 35 35 70 95 120 150 185 240
70 10 16 25 35 50 70 95 150 185 240 300
80 10 25 35 50 70 95 120 185 240 300 400
90 10 25 35 50 70 95 150 240 300 400 -

50
Corrente Distância do centro de distribuição à carga em metros
(A) 10 20 30 40 50 75 100 125 150 175 200
1,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5

Sistema monofásico 220V / Queda de tensão


2,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 2,5
3,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 2,5 4 4
admissível de 3% - seção em mm2 4,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 4 4 4 6
5,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 4 4 4 6 6
7,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 4 4 6 6 10 10
10,0 1,5 1,5 2,5 2,5 4 4 6 10 10 10 10
12,5 1,5 1,5 2,5 4 4 6 6 10 10 16 16
15,0 1,5 2,5 2,5 4 4 6 10 10 16 16 25
17,5 1,5 2,5 4 4 6 10 10 16 16 25 25
20,0 1,5 2,5 4 6 6 10 16 16 25 25 25
25 1,5 4 4 6 10 10 16 25 25 25 35
30 2,5 4 6 6 10 10 25 25 25 25 35
35 2,5 4 6 10 10 16 25 25 35 35 50
40 2,5 6 10 10 16 25 25 35 35 50 50
45 2,5 6 10 10 16 25 35 35 50 50 70
50 4 6 10 16 16 25 35 50 50 70 70
60 4 10 10 16 25 35 35 50 70 70 95
70 4 10 16 16 25 35 50 70 70 95 95
80 6 10 16 25 25 35 70 70 95 95 120
90 6 10 16 25 35 50 70 95 95 120 150

Corrente Distância do centro de distribuição à carga em metros


(A) 10 20 30 40 50 75 100 125 150 175 200
Sistema monofásico 127/220V / Queda de tensão

3,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5
4,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 2,5
5,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 2,5 4
admissível de 5% - seção em mm2

7,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 4 4 4 6


10 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 4 4 6 6 6
12,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 4 4 6 6 10 10
15 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 4 6 6 10 10 10
20 1,5 1,5 2,5 2,5 4 6 6 10 10 10 16
30 1,5 2,5 2,5 4 6 10 10 10 16 16 25
40 1,5 2,5 4 6 6 10 16 16 25 25 25
50 1,5 4 6 6 10 16 16 25 25 35 35
75 2,5 6 10 10 16 16 25 35 35 50 50
100 4 6 10 16 16 25 35 50 50 70 70
125 4 10 16 16 25 35 50 70 70 95 95
150 6 10 16 25 25 35 50 70 95 95 120
200 6 16 25 25 35 50 70 95 120 150 185
250 10 16 25 35 50 70 95 120 185 240 240
300 10 25 35 50 50 95 120 185 240 300 400
400 16 25 50 70 70 120 185 240 400 - -
500 16 35 50 70 95 185 240 500 - - -
600 25 50 70 95 120 240 400 - - - -

51
Corrente Distância do centro de distribuição à carga em metros

Sistema trifásico 220/380V / Queda de tensão admissível de


(A) 10 20 30 40 50 75 100 125 150 175 200
3,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5
4,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5
5,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5
7,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 2,5
10 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 2,5 4 4
12,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 4 4 4
5% - seção em mm2

15 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 4 4 6 6


20 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 4 4 6 6 10
30 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 4 6 6 10 10 10
40 1,5 1,5 2,5 2,5 4 6 10 10 10 16 16
50 1,5 2,5 2,5 4 4 6 10 10 16 16 25
75 1,5 2,5 4 6 6 10 16 16 25 25 25
100 2,5 4 6 10 10 16 16 25 25 35 35
125 2,5 4 6 10 10 16 25 35 35 50 50
150 2,5 6 10 10 16 25 25 35 50 50 70
200 4 10 10 16 25 25 35 50 70 70 95
250 4 10 16 25 25 35 50 70 95 95 120
300 6 10 16 25 25 50 70 95 95 120 150
400 10 16 25 35 35 70 95 120 150 185 240
500 10 16 25 35 50 95 120 150 240 300 400
600 10 25 35 50 70 95 150 240 300 400 500

Materiais elétricos
Alem dos interruptores e tomadas são necessários outros materiais elétricos para
as instalações prediais e residenciais.

Caixa de derivação 4x2


(10cmx5cm) para Eletroduto rígido roscável
interruptores, tomadas, antichamas
derivações e emendas
Caixa de derivação 4x4
(10cmx4cm) para Luva para conexão de
interruptores, tomadas, eletrodutos
derivações e emendas

Caixa de derivação octogonal


4x4 (10cm) para lâmpadas, Curva 45º
derivações e emendas

Curva 90ª Curva 180º

Eletroduto corrugado
Buchas e arruelas
antichamas

Levantamento de material
É o processo de quantificação dos materiais necessários relacionando-os pelo seu
tipo, dimensão, características, etc. Para isso devemos medir, contar e somar todos com

52
o maior detalhamento possível. Para a maioria dos materiais basta apenas uma soma
simples de suas quantidades, porem, para condutores e eletrodutos é necessário uma
maior atenção. Também se deve deixar uma margem de segurança, em torno de 10%,
para eventuais folgas, curvas ou imprevistos.
As medidas dos eletrodutos no plano horizontal são feitas na própria planta, com o
auxilio de uma régua e convertidas através do uso da escala. Caso a escala esteja
marcando, por exemplo, 1:30 dizemos que 1cm no desenho equivale a 30 cm nas
dimensões reais.
Os eletrodutos que descem até as caixas são determinados descontando-se da
medida do pé direito+laje a altura da caixa. Os eletrodutos que sobem são determinados
somando-se a altura da caixa +contrapiso. Os condutores tem a mesma medida dos
eletrodutos.
Exercícios
1) Após os cálculos de demanda, foi constatado que uma determinada instalação
possui uma potência de 15200VA, alimentados em 127V. Para FP = 0,80, calcule
a potência ativa, a corrente total, a bitola mínima dos cabos a serem utilizados e o
valor do disjuntor.
2) Calcule o consumo mensal em kWh de uma residência que possui: 5 lâmpadas de
60W ligadas 30 minutos por dia, 1 chuveiro de 4300W ligado 45 minutos por dia,
uma lava roupas de 600 w ligada 50 minutos por semana.
10. REDE PUBLICA DE BAIXA TENSÃO
A rede publica de baixa tensão, Figura 52, abrange os processos de geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica. Os geradores elétricos necessitam de
energia mecânica (energia cinética) para fazerem girar os rotores das turbinas, nos quais
estão acoplados, os rotores dos geradores de eletricidade, assim, a geração é o processo
de transformação de energia potêncial (água ou combustível) em energia elétrica.
Após o processo de geração a energia precisa ser transmitida e, para ser
economicamente viável, a tensão de 13,8 kV gerada deve ser elevada. As linhas de
transmissão trabalham em várias tensões, mas geralmente usa-se 138kV para a
transmissão. Esse valor é obtido através de um transformador elevador de tensão.
Na distribuição, uma subestação abaixadora de tensão reduz novamente os valores
para 13,8 kV e essa tensão é entregue à rede primaria que alimenta s transformadores de
distribuição.

Figura 52 – Esquema Rede publica de energia.

53
Os principais componentes do esquema de fornecimento de energia residencial,
Figura 45, são as entrada de serviço (Ramal de ligação + ramal de entrada), os circuitos
de distribuição e os circuitos terminais, ligados a partir do quadro de distribuição.

Figura 53 – Entrada de energia de uma residência - Rede publica até o quadro de


distribuição
Quadro de distribuição
O quadro de distribuição, Figura 54 e Figura 55, é o local onde se concentra toda a
distribuição elétrica de uma residência.

Figura 54 – Quadro de distribuição.

É dele que partem os circuitos terminais que alimentam diretamente as lâmpadas,


tomadas e aparelhos. Nele também se encontram os dispositivos de proteção desses
circuitos, como os disjuntores termomagnéticos. A energia do medidor é entregue ao
quadro de distribuição através do circuito de distribuição.
Circuito elétrico
Dentro do quadro de distribuição, circuito elétrico é o conjunto de condutores e
equipamentos ligados ao mesmo dispositivo de proteção. Em uma instalação elétrica,
Figura 56, encontramos dois tipos de circuito:
 Circuito de distribuição: Liga o quadro do medidor ao quadro de distribuição;
 Circuitos terminais: Partem do quadro de distribuição e alimentam diretamente
lâmpadas, pontos de tomadas de uso geral e pontos de tomadas de uso específico.

54
Figura 56 – Exemplo circuito de distribuição e circuitos terminais e diagrama unifilar.
11. ANEXO
Tabela 01
Corrente Nominal do disjuntor (A)
Seção dos
1 circuito 2 circuitos 3 circuitos 4 circuitos
Cond.
Por Por Por Por
(mm2)
eletroduto eletroduto eletroduto eletroduto
1,5 15 10 10 10
2,5 20 15 15 15
4 30 25 20 20
6 40 30 25 25
10 50 40 40 35
6 70 60 50 40
25 100 70 70 60
35 125 100 70 70
50 150 100 100 90
70 150 150 125 125
95 225 150 150 150
120 250 200 150 150

55
Tabela 02
Numero de condutores no eletroduto
Seção nominal 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(mm2)
Tamanho nominal do eletroduto (mm)
1,5 16 16 16 16 16 16 20 20 20
2,5 16 16 16 20 20 20 20 25 25
4 16 16 20 20 20 25 25 25 25
6 16 20 20 25 25 25 25 32 32
10 20 20 25 25 32 32 32 40 40
16 20 25 25 32 32 40 40 40 40
25 25 32 40 40 50 50 50 50 50
35 25 32 40 40 50 50 50 50 60
50 32 40 40 50 50 60 60 60 75
70 40 40 50 60 60 60 75 75 75
95 40 50 60 60 75 75 75 85 85
120 50 50 60 75 75 75 85 85
150 50 60 75 75 85 85 - -
185 50 75 75 85 85 - - -
240 60 75 85 - - - - -

Leva nta mento de ca rga s


Loca l Di mens ã o Il umi na çã o (VA) TUG TUE
Pot. Pot.
Área Porímetro Pot. Pot. Pot. Pot. Potênci a
Qnt Tota l Qnt Tota l Apa rel ho
(m2) (m) Uni tá ri o Tota l Uni tá ri o Tota l (W)
(W) (W)
Chuvei ro 6500
Mi cro-onda s 1800

Tota l : Tota l : Tota l :

Cálculo de demanda
Total iluminação (W) e TUG (W) Fator de demanda Total*fator de demanda

Total pontencia circuitos independentes. Fator de demanda Total*fator de demanda

Demanda total (W)


Seção Seção Seção
Corren Qnt
Circuito Potência minima calculada utilizada Proteção
te (A) Circuitos
dos dos dos

56
Agrupad condutor condutor condutor Corren
W Nº
N Tip Tensã Loc V os es (mm2) es (mm2) es (mm2) Tip te
tot polo
º o o (V) al A – norma – Tabela o nomina
al s
01 l

57
58
12. Microempreendedor Individual (MEI)
A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008 criou condições especiais para que o
trabalhador informal possa se tornar um Microempreendedor Individual legalizado,
amparado por Lei e gozando os benefícios da Previdência Social, exercendo sua atividade
com total liberdade.
A Lei do Microempreendedor Individual garante a formalização do seu negócio sem
qualquer custo inicial. Para isto, o empreendedor precisa estar de acordo com os
seguintes pré-requisitos:
• Faturar até R$ 81.000,00 por ano;
• Não participar de outra empresa, como sócio ou titular;
• Trabalhar sozinho ou ter no máximo um empregado (no caso de afastamento legal
deste empregado, você poderá contratar outro temporariamente);
• Não possuir filial.

1.1)Formalização:
Para se formalizar, se faz necessário informar o número do CPF e data de
nascimento do titular, o número do título de eleitor ou o número do último recibo de entrega
da Declaração Anual de Imposto de Renda Pessoa Física – DIRPF, caso esteja obrigado
a entregar a DIRPF. Lembre-se também, de que é necessário conhecer as normas da
Prefeitura ou Administração para o funcionamento de seu negócio, seja ele qual for. Para
ter acesso à lista de atividades permitidas acesse o portal do empreendedor >formalize-
se > o que um MEI pode fazer e tenha acesso a lista de ocupações permitidas.
1.2) Vantagens e benefícios:
1.2.1) Para o empreendedor:
• Formalização simplificada, rápida e gratuita;
• Direito ao CNPJ (emissão automática do número do Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica), Certificado do Microempreendedor Individual, Inscrição Estadual;
• Benefícios Previdenciários: aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez,
auxílio-doença, salário-maternidade, pensão por morte e auxílio-reclusão. Consulte
carência mínima para cada benefício (meses de contribuição necessários);
• Dispensa da escrituração fiscal e contábil;
• Pode emitir notas fiscais (obrigatório apenas quando for vender para outra
empresa), com maiores chances de ser contratado por outras empresas e pelo governo,
conquistando, assim, novos clientes;
• Mesmo quando emitir para outra empresa, o MEI pode ser dispensado da emissão
de nota fiscal se a empresa emitir nota de entrada. Cfe. inciso, § 2º, art. 7º, Resolução
CGSN nº 10/2007;
• Possibilidade de legalizar a contratação de 01 funcionário, diminuindo os riscos
de problemas trabalhistas;
• Maior segurança jurídica e menos problemas com a fiscalização;
• Dispensa de vistoria prévia para atividades de baixo risco;

59
• Maior acessibilidade aos serviços financeiros: possibilidade de abrir conta
bancária empresarial e tomar empréstimos exclusivos para empresas deste porte e
contratar outros serviços financeiros para ajudar na gestão do seu negócio;
• Alvará de funcionamento PROVISÓRIO por 06 meses;
• Isenção de taxas de Alvarás, Licenças e Cadastros (as renovações do Alvará,
Licença e Cadastros para funcionamento também são gratuitas. A previsão legal para
impossibilidade de cobrança de taxas e emolumentos é estabelecida pela Lei
Complementar nº 123/2006 e suas alterações posteriores, § 3º do artigo 4º).
1.2.2) Para a família:
• Pensão por morte: a partir do primeiro pagamento em dia. O pagamento não
poderá ocorrer após o óbito;
• Auxílio-reclusão: a partir do primeiro pagamento em dia. O pagamento não poderá
ocorrer após a reclusão.
1.3) Direitos e oportunidades:
Quando se formaliza, todo Microempreendedor Individual passa a ter direitos e
muitos benefícios. Conheça alguns deles:
• Benefícios previdenciários: aposentadoria por idade, salário-maternidade, auxílio-
doença, aposentadoria por invalidez para o MEI, pensão por morte e auxílio-reclusão para
seus familiares;
• Alvará de licença e funcionamento provisório válido por 180 dias;
• Dispensa de contabilidade formal (escrituração fiscal e contábil);
• Dispensa de vistorias prévias para atividades de baixo risco (definidas pelo
município);
• Maior acesso aos serviços financeiros;
• Redução e isenção de impostos dentro do Simples Nacional – Imposto de Renda
de PJ, PIS, Cofins, IPI e CSLL;
• Tratamento diferenciado em licitações da Administração Pública, principalmente
em municípios que estejam com a Lei Geral implementada;
• Emissão de nota fiscal para clientes que sejam Pessoa Jurídica;
• Participar de treinamentos e capacitações no Sebrae para aprender a gerenciar
melhor o negócio, competir no mercado, ter mais lucro e sucesso;
• Receber visitas técnicas gratuitas de Agentes de Orientação Empresarial, pelo
Programa Negócio a Negócio;
• O registro como MEI não causa a perda do benefício do Programa Bolsa Família,
a não ser que haja aumento na renda familiar acima do limite do programa. Mesmo assim,
o cancelamento do benefício não é imediato, só será efetuado no ano de atualização
cadastral;
• O aposentado por invalidez que retorna ao trabalho como MEI ou realizando
qualquer outra atividade é considerado recuperado e apto ao trabalho, portanto, deixará
de receber o benefício por invalidez;

60
• O beneficiário de seguro desemprego que se formalizar como MEI não será mais
considerado como desempregado, portanto, não fará jus ao seguro desemprego;
• A Lei nº 8.112/90 proíbe o Servidor Público em atividade ser empresário, portanto,
esta categoria não se enquadra como MEI. D
1.4) Deveres e obrigações:
É obrigação principal do MEI o pagamento da contribuição única (INSS + impostos)
até o dia 20 de cada mês.
O Microempreendedor Individual é enquadrado no Simples Nacional e fica isento
dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL), pagando um valor fixo
mensal, como descrito abaixo:
• 5% do salário mínimo para a Previdência Social (INSS);
• R$ 5,00 para o município (ISS), para prestação de serviço;
• R$ 1,00 para o estado (ICMS), se vender ou fabricar produtos. Os valores poderão
aumentar em função do salário mínimo, cujo reajuste é anual. Declaração Anual A
Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-Simei) é gratuita e garante a manutenção
dos benefícios do MEI. É obrigatória e pode ser preenchida no site da Receita Federal até
as 23h59 do dia 31 de maio de cada ano, com dados referentes ao ano-calendário anterior
da empresa. O recibo da declaração servirá como comprovante do faturamento da
empresa.
1.4.1) Declaração Anual:
A Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-Simei) é gratuita e garante a
manutenção dos benefícios do MEI. É obrigatória e pode ser preenchida no site da Receita
Federal até as 23h59 do dia 31 de maio de cada ano, com dados referentes ao ano-
calendário anterior da empresa. O recibo da declaração servirá como comprovante do
faturamento da empresa.
1.4.2) Notas fiscais e registro de vendas:
• Emitir nota fiscal nas vendas à pessoa jurídica;
• Reter notas fiscais de compras;
• Preparar relatório mensal de receita bruta;
• Guardar registros de vendas e prestação de serviços em boa ordem e pelo prazo
mínimo de 05 anos.
1.4.3) Para quem contrata funcionário:
O recolhimento do INSS do funcionário é de 11% do salário mínimo, sendo 3% de
responsabilidade do empregador e 8% descontado do empregado. Outra obrigação do
empreendedor é recolher o FGTS do funcionário através da GFIP, que deve ser entregue
até o dia 7 do mês seguinte ao pagamento do salário, através de um sistema chamado
Conectividade Social da Caixa Econômica Federal. Ao preencher e entregar a GFIP, o
FGTS do empregado deverá ser depositado, calculado à base de 8% sobre o seu salário
– esse cálculo é feito automaticamente pelo sistema GFIP, que deve ser baixado do site
da Receita Federal, no endereço www.idg.receita.fazenda.gov.br. Além disso, é
necessário pagar os demais direitos trabalhistas, como transporte, férias, 13º salário etc.
Limite para compras de mercadorias para revenda e/ou insumos O limite máximo que o

61
MEI poderá efetuar de compras de mercadorias é de até 80% (oitenta por cento) do valor
bruto de suas receitas.
1.4.4) Limite para compras de mercadorias para revenda e/ou insumos:
O limite máximo que o MEI poderá efetuar de compras de mercadorias é de até
80% (oitenta por cento) do valor bruto de suas receitas
1.4.5) Para quem compra mercadorias para comercialização em outros estados:
Caso seja necessário comprar mercadorias em outros estados, entre em contato
antes com a Sefaz-BA para se informar sobre o recolhimento do ICMS Antecipação Parcial
(compras de mercadorias para revenda) e o DIFAL – Diferencial de Alíquota* (material de
uso e consumo), ou seja, quais providências precisam ser tomadas antes da entrada das
mercadorias no território da Bahia, sendo elas procedentes de outra unidade da
Federação ou do exterior, destinadas ao Microempreendedor Individual.
*O MEI está dispensado do recolhimento do DIFAL nas aquisições do imobilizado
fora do Estado da Bahia
1.5) Boleto mensal
O Documento de Arrecadação Simplificada do MEI (DAS-MEI) é o instrumento para
fazer o pagamento mensal das obrigações tributárias do Microempreendedor Individual.
Após o vencimento do carnê ou Guia DAS, o MEI deverá gerar um novo DAS,
acessando www.portaldoempreendedor.gov.br. O DAS será impresso com multa e juros,
atualizado para a data informada para pagamento.
A multa será de 0,33% por dia de atraso limitado a 20% e os juros serão calculados
com base na taxa SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a
partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento, e de
1% (um por cento) relativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado.
ATENÇÃO: Não é obrigatório realizar qualquer tipo de pagamento, além dos
valores referentes aos impostos (ISS ou ICMS) e ao INSS. Se receber alguma cobrança
que não se enquadre na Lei Complementar nº 147/2014, procure o órgão emissor e solicite
o cancelamento. O boleto do DAS não é enviado por correio.
1.6) Alterações no registro:
Depois de efetivada a formalização o MEI poderá realizar alteração no registro
diretamente no Portal do Empreendedor, sem qualquer custo. Para realizar a alteração,
em serviços, acesse no card “Atualize seus Dados”, a opção “Alterar Dados”.
1.7) Encerramento da empresa
Para cancelar a inscrição como MEI, basta acessar o Portal do Empreendedor e
solicitar a baixa do registro. Após realizar a baixa no Portal do Empreendedor, o MEI
deverá preencher a Declaração Anual para o MEI - DASN-SIMEI de Extinção –
Encerramento, acessando o Portal do Empreendedor e clicando no link Portal do Simples
Nacional.
Com base no artigo 9º da LC nº 123, a baixa do MEI ocorrerá independentemente
da regularidade de seus obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, principais
ou acessórias, sem prejuízo de suas responsabilidades por tais obrigações. ]
A baixa do registro, sem quitação dos débitos, não impede que posteriormente
sejam lançados ou cobrados do titular os impostos, contribuições e respectivas

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penalidades decorrentes da simples falta de recolhimento ou da prática comprovada e
apurada em processo administrativo ou judicial de outras irregularidades praticadas.

13. Normas Regulamentadoras:


As normas regulamentadoras são conjuntos de regras elaboradas pelo Ministério
do Trabalho, a fim de proporcionar segurança e saúde às pessoas no exercício de suas
atividades profissionais. Essas normas são de observância obrigatória por parte de
empresas privadas e públicas.
Cada NR contém imposições específicas de acordo com o tipo de atividade,
embora todas tenham o mesmo propósito: garantir a segurança e reduzir as ameaças de
acidentes. Existem 36 normas regulamentadoras em vigor. Desse modo, é preciso admitir
que não é fácil acompanhar todas as alterações, tampouco o teor completo de cada uma
das normas.
Por esse motivo, muitas organizações têm preferido investir
em cursos e consultorias para não correr riscos. Em diversas ocasiões, inclusive, essas
capacitações são obrigatórias, a depender da NR envolvida.
O processo para formulação das NRs foi elaborado de forma a favorecer todas as
partes envolvidas na relação de trabalho: trabalhadores e sindicatos, empregadores e
poder público, que tem a função de agente fiscalizador. Veja, a seguir, as 36 NRs que
estão valendo e seus respectivos assuntos:
 NR 01 - Disposições Gerais.
 NR 02 - Inspeção Prévia.
 NR 03 - Embargo ou Interdição.
 NR 04 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do
Trabalho.
 NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
 NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI.
 NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional.
 NR 08 – Edificações.
 NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais.
 NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
 NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais.
 NR 12 - Máquinas e Equipamentos.
 NR 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tabulações e Tanques Metálicos de
Armazenamento.
 NR 14 – Fornos.
 NR 15 - Atividades e Operações Insalubres.
 NR 16 - Atividades e Operações Perigosas.
 NR 17 – Ergonomia.

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 NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
 NR 19 – Explosivos.
 NR 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis.
 NR 21 - Trabalhos a Céu Aberto.
 NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração.
 NR 23 - Proteção Contra Incêndios.
 NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho.
 NR 25 - Resíduos Industriais.
 NR 26 - Sinalização de Segurança.
 NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB NR
28 - Fiscalização e Penalidades.
 NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário.
 NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário.
 NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura,
Exploração Florestal e Aquicultura.
 NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde.
 NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados.
 NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção,
Reparação e Desmonte Naval.
 NR 35 - Trabalho em Altura.
 NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento
de Carnes e Derivados.
 NR 37 - Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo.

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14. Construção Civil:
14.1) A importância da mão de obra qualificada:

Por que contratar gente capacitada?


Na construção civil, tudo deve ser calculado, planejado e vistoriado. Assim, não
basta investir em materiais de qualidade se a execução da obra deixar a desejar. A mão
de obra qualificada é um pré-requisito básico para as empresas que buscam conquistar
uma reputação de respeito, e não apenas o lucro. Visto isso, vamos entender melhor por
que a mão de obra qualificada é tão importante no ramo da construção civil.
A falta de um corpo de colaboradores com qualificação impacta diretamente no dia
a dia da obra. Seja por pequenos acidentes ou descuidos catastróficos, a falta de preparo
pode trazer prejuízos muito maiores do que a quantia que seria investida em uma mão de
obra qualificada.
Um dado do Instituto da Construção revela que uma empresa pode economizar
cerca de 30% ao investir em bons profissionais. Isso porque um trabalhador qualificado e
experiente sabe exatamente quanto material utilizar em cada situação, evitando
esbanjamentos de argamassa, cimento, tijolo, areia etc.
As falhas na execução também podem acarretar muitas dores de cabeça, seja em
relação ao trabalho que terá que ser refeito, atrasando a entrega da obra, ou ao material
que novamente será gasto, gerando custos que podem significar o dobro e até mesmo o
triplo do planejado.
Além disso, os resultados negativos em longo prazo podem ser imensuráveis,
acarretando prejuízos e riscos inimagináveis para a empresa e para a vida das pessoas.
Desabamentos de obras, parte elétrica exposta, insatisfação do cliente e demissão do
trabalhador desqualificado são alguns exemplos de problemas que podem surgir para uma
empresa que não investe em mão de obra qualificada.
A demissão dos colaboradores, por exemplo, pode gerar ainda mais gastos com
rescisões contratuais e novos processos de recrutamento. Ou seja, o que no momento
presente parece ser algo inteligente, devido à economia de dinheiro, pode trazer
consequências drásticas para a imagem da empresa e para a própria obra executada.
Assim sendo, a contratação de um pessoal qualificado deve estar no topo da lista
das ambições de uma empresa. A gestão contratual precisa ter em mente que, para se
destacar nesse mercado competitivo e concorrido, a qualidade é o melhor caminho para
o sucesso.
Por conseguinte, com essa mão de obra competente, todos os eventuais problemas
que aparecerem na construção poderão ser geridos com a experiência e agilidade que só
uma equipe preparada e que pensa como um todo pode proporcionar. Além disso, o time
de profissionais traz em sua bagagem a agilidade e a responsabilidade na execução de
tarefas, economizando tempo e, consequentemente, dinheiro.

14.2) Dimensão do setor de construção civil:

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A construção civil é um importante pilar da economia atual brasileira, de modo que
são mais de 12,5 milhões de postos de trabalho diretos, indiretos e informais no setor que
movimenta 6,2% do PIB do Brasil. Consequentemente, esse setor movimenta mais de um
trilhão de reais por ano da economia brasileira. Portanto, essa área comercial é de grande
importância social, econômica e política para o Brasil.
14.3)Para profissionais registrados em MEI:
Importante elencarmos dois aspectos dos profissionais que trabalham por conta
própria:
1) A qualidade do serviço é seu cartão de visitas
2) A divulgação garante a continuidade e a prosperidade do negócio
Atualmente existem vários grupos em redes sociais que servem como ponte do
profissional da construção civil e o interessado no serviço. Vale também ressaltar os
aplicativos que estão aparecendo no mercado e fazem essa conexão.

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